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LEANDRO MENEGON
PASSO FUNDO
2019
LEANDRO MENEGON
PASSO FUNDO
2019
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a toda minha família, que foi o maior apoio nos momentos de angústia,
me incentivando e motivando na realização desse sonho em me tornar um profissional
Técnico em Radiologia Médica.
Dedico este trabalho também, ao meu pai, José Carlos Menegon (in memoriam), com todo o
meu amor e gratidão, pois me sinto com um dever cumprido.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente, à Deus, que me deu forças, energia, benefícios e motivação para
concluir o curso e este trabalho.
Agradeço à minha mãe, minhas irmãs, minha esposa, por estarem sempre do meu lado, nos
momentos mais difíceis.
Agradeço ao meu pai, que esteve olhando por mim, lá de cima, e não deixando que eu
desistisse.
Obrigado a todos os colegas e professores, orientadores e mestres que nos ajudaram a tornar
esse sonho, uma conquista possível.
RESUMO
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................7
2 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DA ESCLEROSE LATERAL
AMIOTRÓFICA.............................................................................................................9
2.1 Anatomia do Sistema Nervoso Central...........................................................................9
2.2 Esclerose lateral amiotrófica.........................................................................................11
2.3 Sintomas........................................................................................................................13
2.4 Métodos de Diagnóstico................................................................................................14
2.4.1 Radiografia....................................................................................................................15
2.4.2 Tomografia....................................................................................................................17
2.4.3 Ressonância magnética.................................................................................................19
2.4.4 Ultrassonografia............................................................................................................20
2.5 Tratamento....................................................................................................................22
2.6 Tratamento clínico........................................................................................................22
2.7 Tratamento cirúrgico.....................................................................................................23
2.8 Fisioterapia....................................................................................................................23
2.9 Prevenção......................................................................................................................25
2.10 Fatores de risco.............................................................................................................25
3 MÉTODOS, PROCEDIMENTOS, DADOS ENCONTRADOS E ANÁLISE............27
3.1 Métodos.........................................................................................................................27
3.2 Procedimentos...............................................................................................................27
3.3 Dados encontrados........................................................................................................28
3.4 Análise dos dados..........................................................................................................30
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................32
REFERÊNCIAS........................................................................................................................34
APÊNDICES.............................................................................................................................37
APÊNDICE A – Questionário de pesquisa...............................................................................38
APÊNDICE B – Termo de Consentimento..............................................................................39
1 INTRODUÇÃO
O encéfalo é protegido pela caixa craniana e a medula espinhal, sustentada pela coluna
vertebral (CEPA, 2012, s/p). Ainda possui um envoltório, denominado de meninge, que
possui três folhetos membranosos: dura-máter, aracnoide e a pia-máter (mais interna)
(RAMALHO, 2012, p. 2). A dura-máter é a mais fibrosa formando assim, pregas na cavidade
craniana e importantes canais venosos. Outro componente relevante é o líquor, presente
somente na circulação do SNC, é produzido nas paredes dos quatro ventrículos e absorvidos
para a corrente venosa (RAMALHO, 2012, p. 2). Aborda-se também que a medula espinhal é
responsável por receber os 31 pares de nervos espinhais e encontra-se alojada na coluna
vertebral. Para o autor, a medula é um importante centro de sinapses de entrada e saída de
impulsos, dos quais são responsáveis em associar parte do tronco e membros ao encéfalo.
Além das informações sensoriais dos membros e troncos, a medula espinhal também é
responsável pelo envio de informações e recebimento delas provenientes de vários órgãos
internos, além de controlar os movimentos corporais e funções viscerais (MARTIN, 2013, p.
386). Cada segmento da medula também possui um par de raízes nervosas representadas pelas
11
raízes anteriores e posteriores. O tronco encefálico, formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo,
possuem funções semelhantes às da medula espinhal (MARTIN, 2013, p. 387).
Reforçando a importância do Sistema Nervoso Central, Chieia (2005, p. 28) aborda
sobre o neurônio motor, presente na parte anterior da medula e do tronco cerebral, cujo papel
é a integração de impulsos originários do SNC e da atividade muscular. Devido a sua
relevância, as patologias que acometem o neurônio motor, causam danos na estrutura
funcional celular, sejam elas por alterações ou estresse funcional. Assim, as doenças do
neurônio motor são síndromes clinicas com características distintas, como a Esclerose Lateral
Amiotrófica (ELA), Atrofia Muscular Progressiva (AMP), Esclerose Lateral Primária (ELP),
entre outras. No presente estudo, será analisada a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).
o nível ou região neurológica afetada, ou local dos sintomas, sendo as cãibras uma queixa
inicial frequente. Na grande maioria dos casos, se desconhece a causa da doença, sendo
poucos os casos cujo fator desencadeante é genético (ABREU-FILHO; OLIVEIRA; SILVA,
2018, p. 91). No Quadro 1, estão demonstradas as diferenças entre a Esclerose Lateral
Amiotrófica e a Esclerose Múltipla.
2.3 Sintomas
A doença e sua evolução, bem como as habilidades físicas dos pacientes acometidos
diferem entre si, impossibilitando de acordo com Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 92),
estabelecer parâmetros similares. Linden Junior, et al (2016, p. 51), todas as características
clínicas da presença da ELA indicam a degeneração e mortes dos neurônios motores.
Atualmente, o padrão clínico para se diagnosticar a ELA baseia-se em critérios
definidos pela World Federation of Neurology (WFN) Research Group on Motor Neuron
Diseases, desde 1994. Com base neles, é possível padronizar o diagnóstico da doença
clinicamente. Baseado nos critérios, o corpo é dividido em quatro regiões: tronco cerebral,
medula cervical, torácica e lombossacra (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 51).
Para o diagnóstico da doença, são levados em consideração a presença de:
Por isso, os métodos de diagnóstico por imagem, segundo relatam Mota et al (2012, p.
761), são os mais empregados para o diagnóstico mais precocemente, preenchendo lacunas
que os exames laboratoriais não conseguem responder. Dessa forma, podem ser citados
alguns dos mais comumentes exames por imagem empregados na medicina, para o
diagnóstico de diversas doenças, não somente a ELA. Neste estudo, serão descritos os exames
de Radiografia, Tomografia, Ressonância Magnética e Ultrassonografia.
2.4.1 Radiografia
Para Mota et al (2012, p. 762), a radiologia convencional ainda pode ser considerada
um exame muito empregado para o diagnóstico de doenças, seja de forma analógica ou
digital. Além das mais diversas aplicações, o exame é considerado de menor custo em relação
a outros diagnósticos por imagem e possui maior disponibilidade e acesso para a população.
A função primordial da radiologia é o diagnóstico de patologias. Desde a descoberta
dos raios X por Roentgen, a aplicação destes no diagnóstico de enfermidades ósseas é a sua
maior aplicação. Para FALCÃO, Sarmento e Rubira (2003, p. 264), as imagens radiográficas
formam-se no filme radiográfico que recebe as imagens de forma permanente, com menor
17
custo e maior confiabilidade que as radiografias digitais, segundo os autores. A emulsão sobre
o filme radiográfico depende de um arranjo dos cristais de prata presentes na superfície, que
formam a imagem radiografada em tons de cinza que variam de dezesseis a vinte e quatro,
conforme demonstra a Figura 6.
No entanto, qualquer método por imagem, como o caso dos raios X, não se consolida
como a única forma de avaliação da Esclerose Lateral Amiotrófica, por exemplo,
(RODRIGUES, 2011, p. 186). Inicialmente, procede-se a um exame físico cuidadoso,
sintomas e histórico familiar, por exemplo. Conforme reforça, Rodrigues (2011, p. 186), os
exames por imagem não devem ser considerados substitutos ou únicos em quadros de ELA,
mas sim, complementares ao diagnóstico.
2.4.2 Tomografia
Após o advento dos raios X, em 1895, Balan (2010, p. 17) relata que a Tomografia
Computadorizada chegou como um complemento dos exames diagnósticos por imagem,
18
empregando a tecnologia como facilitadora. Para a sua operação, emprega radiação ionizante
para demonstrar imagens tridimensionais do corpo humano.
O primeiro tomógrafo computadorizado e comercialmente viável foi criado em 1970.
O aparelho fornece imagens do corpo por meio de secções, cortes transversais que
possibilitam a forma da imagem tridimensional do que está sendo investigado (BALAN,
2010, p. 17). Na Figura 7 visualiza-se um tomógrafo.
Figura 7 - Tomógrafo
Nos equipamentos que tinham como objetivo imagens de corpos biológicos, um forte
campo magnético alinha os núcleos dos átomos de hidrogênio destes corpos, que vibram em
uma mesma direção e são localizados por uma bobina receptora (BALAN, 2020, p. 15). Em
outra definição:
A máquina de ressonância magnética tem um grande ímã que interage com nosso
corpo por meio de campos magnéticos e pulsos de radiofrequência. Assim, cria
imagens em alta definição em três planos: horizontal, vertical e com o corpo
dividido em camadas. Até por não emitir radiação e ser bem completo, o exame tem
um custo relativamente alto (PINHEIRO, 2018, s/p).
20
2.4.4 Ultrassonografia
Cabe frisar que o feixe ultrassônico não penetra no osso, por isso avaliações ósseas
restringem-se à superfície. Técnicas que utilizam o Doppler podem corroborar na análise de
atividade de doenças, diferenciando um tecido inflamatório ativo de um inativo (MOTA, et al,
2012, p. 762). A partir da década de 50, o exame vem sendo aplicado com grande sucesso.
Conforme relata Miranda (2012, s/p), a partir de 1980 com o uso do Doppler
transcraniano, em formato de curvas espectrais contribuiu para análise do fluxo de grandes
22
2.5 Tratamento
Como a ELA é uma doença de difícil diagnóstico clínico, ainda carece de tratamento
definitivo. Contudo, os pacientes acometidos pela doença podem se beneficiar com alguns
medicamentos, segundo relata Zuardi (2012, p. 24), utilizados para diminuir os desconfortos
da doença e melhorar a sobrevida do paciente.
Cita-se ainda técnicas como a gastrotomia e ventilação não invasiva, podem ser
aplicadas também como meio de evitar a progressão da doença. Zuardi (2012, p. 24) aponta
que o acompanhamento de fisioterapeutas melhora a qualidade de vida dos pacientes.
Aponta-se que o tratamento da doença vem aperfeiçoando-se constantemente nos
últimos anos, enfatizando o cuidado multidisciplinar, segundo apontam Linden Júnior, et al
(2016, p. 53). Apesar disso, o tratamento ainda é complexo, tanto para pacientes como para
profissionais de saúde, pois necessitam que diferentes problemas de saúde sejam trabalhados
aos mesmo tempo, decorrentes da doença.
Mesmo sendo uma patologia incurável, todo o esforço é possível para manter uma
qualidade de vida para o paciente. Por isso, nos tópicos seguintes serão abordados alguns dos
tratamentos aplicados à pacientes com ELA.
No entanto, Zuardi (2012, p. 24) relata que o Riluzole apresenta alguns efeitos
colaterais, como náuseas e vômitos, dores no abdômen e na cabeça, taquicardia, sonolência.
Mais recentemente, começaram a ser testados inibidores de Miostatina, um hormônio de
crescimento, em cobaias laboratoriais portadoras de ELA, evidenciando melhoras na força
muscular, nas fases iniciais da patologia.
Há também, de acordo com Linden Júnior, et al (2016, p. 56), intervenções
nutricionais a fim de manter os pacientes nutridos, incluindo alteração na consistência de
alguns alimentos para fácil alimentação, além de uma alimentação balanceada e adoção de
suplementos. Os autores Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2019, p. 94), também salientaram a
necessidade de tratamento com farmacológicos para a labilidade emocional dos pacientes,
decorrentes da própria doença e comumente, podem ser associados à crises de transtorno
bipolar.
2.8 Fisioterapia
Os exercícios para os pacientes com ELA, de acordo com Linden Junior, et al (2016,
p. 56) ainda é um tema em discussão, visto que além de possibilitar alguns benefícios, os
24
exercícios terapêuticos podem também trazer efeitos adversos. Há poucos estudos realizados
com a aplicação de fisioterapia em pacientes com ELA, o que carece de informações a
respeito.
De acordo com o Voll Pilates Group (2017), o tratamento com fisioterapia para a ELA
auxilia, juntamente aos demais tratamentos, na manutenção de uma sobrevida ao portador da
doença. Ela vai possibilitar uma manutenção da força muscular para que o paciente consiga
durante os estágios iniciais da doença, continuar executando suas atividades e aprendendo aos
poucos a se adaptar com o progresso da doença, visto a degeneração dos músculos
proporcionado pela ela, conforme visualiza-se na Figura 9.
2.9 Prevenção
Esclerose Lateral Amiotrófica. Contudo, até o momento não foram identificadas nenhuma
associação, apesar da atividade física rigorosa ter sido sugerida como um fator de risco para o
desenvolvimento da doença levando em consideração a ocorrência da doença em atletas
(LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 54).
Nesse mesmo viés de pensamento, Santos (2017, p. 23) relata que os fatores genéticos
são aqueles que possuem maior relevância, apesar de haver pesquisas que busquem identificar
fatores endógenos e exógenos para a doença. Atletas que possuem uma atividade física
rigorosa como jogadores de futebol, casos de traumatismo craniano e muscular, são
considerados entre os fatores de risco exógenos (SANTOS, 2017, p. 28)
Excesso de glutamato no SNC, também está sendo considerado, visto que por ser um
neurotransmissor, apresenta-se alterado nos testes laboratoriais em pacientes com a doença.
Por isso, muitos pacientes fazem uso do medicamento Riluzol, que é um inibidor desse
neurotransmissor (ZUARDI, 2012, p. 24). Vale relatar o exposto por Linden Júnior, et al
(2016, p. 54), ao mencionar que a literatura traz menções sobre o consumo de fibras,
magnésio, licopeno e vitamina E, como associação que diminui os fatores de riscos, e o
consumo de gorduras e glutamato, como fatores de risco.
27
3.1 Métodos
Foi encontrado somente um caso de paciente com ELA na cidade de Passo Fundo, na
qual o pesquisador teve acesso conforme os registros hospitalares no local de estágio do curso
Técnico em Radiologia Médica e Radiodiagnóstico do mesmo. Em posse do telefone de
contato da paciente, o pesquisador conversou com um familiar, explicando o motivo do
contato e se o mesmo e a paciente estariam dispostos a participar de uma pesquisa acadêmica
sobre a ELA.
A entrevista realizou-se por telefone, visto que a paciente já se encontra em estágio
avançado da doença e por isso, não poderia responder as perguntas realizadas. Assim, o
próprio familiar foi quem se dispôs a respondê-las.
3.2 Procedimentos
Para guiar o pesquisador na entrevista que foi realizada, foram elaboradas perguntas,
desenvolvidas com base no próprio referencial teórico construído e visando responder aos
objetivos da pesquisa. Nesse sentido, o estudo envolveu uma pesquisa qualitativa, envolvendo
um estudo de caso, considerando o esclarecido por Yin (2005), o qual considera como estudo
de caso, pesquisas que visem responder questões do tipo “como” e “por que”, pelo fato dessas
questões trabalharem com ligações operacionais que necessitam serem traçadas ao longo do
tempo, ao oposto de serem encaradas como meras repetições ou incidências.
Segundo o mesmo autor, essas questões para o estudo de caso incorrem sobre um
conjunto contemporâneo de acontecimentos, sobre o qual o pesquisador tem pouco ou
nenhum controle. A pesquisa de estudo de caso pode incluir tanto o estudo de caso único
28
quanto de casos múltiplos. Conforme Yin (2005), uma forte característica do estudo de caso
que o difere dos demais é a observação direta realizada pelo pesquisador dos acontecimentos
que estão sendo estudados, e por sua capacidade de trabalhar com uma ampla variedade de
evidências como documentos, artefatos, entrevistas e observações.
Para a entrevista, foram seguidas as seguintes perguntas: 1. Quais foram os primeiros
sintomas? 2.Quais foram os exames que diagnosticaram a doença? 3. Quais exames foram
definitivos para a confirmação da doença? 4.Houve necessidade de deslocamento para outras
cidades para a realização de algum exame? 5. Como ocorreu a evolução da doença? 6. Quanto
tempo duraram os primeiros sintomas? 7. Quanto tempo decorreu dos primeiros sintomas
surgirem até a confirmação da doença? 8. Há a utilização de algum medicamento destinado à
ELA? 9. Como a família está enfrentando a doença? 10. Como está sendo o cuidado com a
paciente? 11. Por estarem vivenciando a doença com uma pessoa próxima, como a família
está buscando novas informações sobre a ELA? 12. Qual a adaptação foi necessária para os
cuidados com a paciente? 13. Como é a rotina quando a enfermeira está de folga? 14. Quais
outros problemas de saúde, além da incapacidade motora e muscular, a paciente desenvolveu
por se encontrar nessa condição?
Sendo assim, a pesquisa realizou-se via telefone, no dia 12 de outubro de 2019, cujo
respondente foi um familiar da Senhora Maria (nome fictício da paciente), tendo em vista que
a mesma já se encontra incapacitada. As respostas serão descritas no item seguinte.
Para melhor compreender como ocorre a convivência com uma pessoa portadora de
ELA, questionou-se se por estarem vivenciando a doença juntamente com Maria, se a família
está buscando algum tipo de esclarecimentos ou grupos de apoio. O familiar relatou que:
“está em um grupo de ajuda para entender melhor a doença e como conviver com o paciente
nessas condições. Segundo ele, já são 3 casos identificados na cidade de Passo Fundo e 1
caso, na cidade de Sarandi, todos no Rio Grande do Sul”.
Um dos questionamentos buscou descobrir qual a adaptação quanto aos cuidados com
a paciente. O familiar comentou que” houve a necessidade de contratação de uma
profissional em enfermagem, pelo fato dela estar utilizando muitos equipamentos, como
respirador, monitor cardíaco, sondas de alimentação, bolsa de urina e colostomia”.
Também se perguntou como era a rotina nos dias de folga da enfermeira. Foi relatado
por ele que: “precisei realizar cursos voltados para a área de enfermagem e cuidados a
pacientes, para aprender sobre a doença e como cuidar dela nos dias de folga da enfermeira”
Na última pergunta realizada, questionou-se quais outros problemas além da
incapacidade motora e muscular foi desenvolvido por Maria. De acordo com o familiar: “ela
possui dificuldades extremas para urinar e para soltar o intestino, porque a musculatura não
funciona mais, por isso foi preciso usar as bolsas de coleta, e também, constantemente ela
tem pneumonia, por conta do uso do próprio respirador”.
Outro aspecto que pode ser justificado pela bibliografia pesquisada, refere-se ao fato
da paciente apresentar como quadro evolutivo da doença, sintomas de perda de fala,
dificuldades para respirar, engolir, dores de cabeça e pelo corpo. Considerando o exposto por
Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 91), ao se desgastarem os neurônios morrem e devido
a isso, cessam as transmissões de mensagens aos músculos. Por conta dessa falência dos
neurônios, os músculos enfraquecem, ocorrem contrações de forma involuntária, ausência de
movimento em braços e pernas, e sua progressão causa a falência dos músculos do peito e
consequentemente, dificuldades para respirar, da mesma forma que o ocorrido com a paciente
Maria, relatada neste estudo.
Cabe relatar também o tempo demorado para se estabelecer o diagnóstico da doença,
que foi de 8 meses, desde o início dos sintomas. Da mesma forma, tanto a doença quanto a
sua evolução, bem como as habilidades físicas dos pacientes acometidos diferem entre si,
impossibilitando de acordo com Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 92), estabelecer
parâmetros similares para o diagnóstico mais precoce.
No que se refere aos exames de diagnóstico realizados, pode-se observar nos relatados
pelo familiar de Maria, que a ressonância e a tomografia, além do raio x, exames de
densitometria óssea, exames de eletro diagnostico e testes de velocidade de condução nervosa,
são comumente aplicados para se encontrar indícios da ELA. Conforme salienta Brooks et al
(2000, p, 297), para o diagnóstico, deve-se considerar a ausência de evidencias
eletrofisiológicas e patológicas de outras doenças que venham a justificar a degeneração
encontrada ou a evidencia de neuroimagem de outras doenças.
Em se tratando do exame de Ressonância Magnética, como foi observado nos relatos
do caso de Maria, a mesma é empregada em decorrência da sua eficiência, conforme declara,
Rodrigues (2011, p. 191). A mesma representa o método de diagnóstico por imagem com o
melhor contraste entre ossos, medula óssea, músculos, vasos, entre outros componentes
biológicos. Para os pacientes com investigação de ELA, o exame neurológico avalia vários
aspectos relacionados à força muscular, tono muscular, equilíbrio, coordenação, sensibilidade,
entre outros, mas devem necessariamente serem acompanhados pela Ressonância de crânio
(SCHLINDWEIN-ZANIN; et al, 2015, p. 66).
Esses apontamentos justificam os exames realizados pela Maria, visto que somente
com a ressonância e a tomografia não foi possível a identificação da ELA, mas somente após,
a realização principalmente de exames neurológicos e eletrofisiológicos. Nesse sentido, frisa-
se a importância nos exames de imagem para o diagnóstico da ELA, pois possibilitam
acompanhar a evolução ou, degeneração da medula óssea e dos músculos, favorecendo para
32
que o diagnóstico precoce possa ser cada vez mais possível. Contudo, quando realizados de
forma isolada, ainda são limitados para o diagnóstico da síndrome, tendo em vista que os
exames que consideram respostas neurológicas parecem ser mais eficientes.
33
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
apontadas pela literatura, bem como o tratamento medicamentoso realizado com o Riluzol e a
necessidade de fisioterapias. Com há registros de outros casos nas cidades vizinhas, sugere-se
que novos estudos possam coletar o maior número possível de informações acerca da ELA e
dos métodos para diagnóstico da mesma, a fim de que a sua confirmação com maior
antecedência, possa auxiliar no tratamento e amenização dos sintomas aos pacientes.
Apesar disso, o estudo foi de grande valia ao corroborar com material teórico sobre a
Esclerose Lateral Amiotrófica, doença preocupante e cada vez mais incidente no estado do
Rio Grande do Sul. Da mesma forma, para o autor enquanto acadêmico do curso Técnico em
Radiologia, a pesquisa proporcionou interação com os métodos de diagnósticos por imagem
disponíveis para a pesquisa de doenças e que futuramente, farão parte do seu cotidiano
profissional.
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REFERÊNCIAS
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FALCÃO, Antonio Fernando P.; SARMENTO, Viviane Almeida; RUBIRA, Izabel Regina
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37
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feita-e-para-que-serve/>. Acesso em: 14 set. 2019.
APÊNDICES
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QUESTIONÁRIO
TERMO DE CONSENTIMENTO
Pelo presente termo concordo em participar por minha vontade da pesquisa sobre
“**************” realizada pela aluno(a) *******, matricula no *****, da Fundação
Universidade de Passo Fundo, do Curso Técnico em Radiologia orientado pela Prof.ª
****************.
Responderei a uma entrevista, e, se for de minha vontade, posso recusar-me, sem que
isso reverta em qualquer prejuízo para mim. Se estiver cansado, posso pedir para interromper
e continuar quando me sentir em condições para isso.
Assinando este documento estou ciente de que:
Não serei identificado fora dessa instituição, pois o meu nome será mantido em
segredo quando os resultados da pesquisa forem publicados.
Obtive todas as informações necessárias sobre a pesquisa para decidir se quero ou não
participar da mesma, pois este documento foi lido para mim e explicado.
Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Prof.ª *****, através do
telefone 54 – 3316 8180.
Este documento é feito em duas vias, sendo que uma delas ficará comigo e a outra
com a aluna *****.
_____________________________
Assinatura do participante
Nome
_____________________________
Assinatura da aluna
Nome
____________________________
Assinatura do orientador
Nome