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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

CENTRO DE ENSINO MÉDIO INTEGRADO UPF


UNIDADE DE ENSINO DE PASSO FUNDO
CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA

LEANDRO MENEGON

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DA ESCLEROSE LATERAL


AMIOTRÓFICA

PASSO FUNDO
2019
LEANDRO MENEGON

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DA ESCLEROSE LATERAL


AMIOTRÓFICA

Trabalho Final apresentado ao Curso de


Técnico em Radiologia do Centro de Ensino
Médio Integrado UPF, da Fundação
Universidade de Passo Fundo, como requisito
parcial para a obtenção do Título de Técnico
em Radiologia, sob a orientação da professora
Técnica em Radiologia Julcimara de Fátima
Scariot.

PASSO FUNDO
2019
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a toda minha família, que foi o maior apoio nos momentos de angústia,
me incentivando e motivando na realização desse sonho em me tornar um profissional
Técnico em Radiologia Médica.
Dedico este trabalho também, ao meu pai, José Carlos Menegon (in memoriam), com todo o
meu amor e gratidão, pois me sinto com um dever cumprido.
AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, à Deus, que me deu forças, energia, benefícios e motivação para
concluir o curso e este trabalho.
Agradeço à minha mãe, minhas irmãs, minha esposa, por estarem sempre do meu lado, nos
momentos mais difíceis.
Agradeço ao meu pai, que esteve olhando por mim, lá de cima, e não deixando que eu
desistisse.
Obrigado a todos os colegas e professores, orientadores e mestres que nos ajudaram a tornar
esse sonho, uma conquista possível.
RESUMO

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) representa uma doença neurodegenerativa totalmente


incapacitante e gradativamente, vem acometendo mais pessoas pelo mundo. Somente no
estado do Rio Grande do Sul, a média de ocorrência é de 5 casos para cada cem mil
habitantes. Por isso, seu diagnóstico precoce beneficia os pacientes a iniciarem o tratamento
clinico e fisioterapêutico, para amenizar o sofrimento acarretado por ela. Considerando a
importância da doença e sua ação devastadora, este estudo teve como objetivo aprofundar o
conhecimento em relação aos exames por imagem que auxiliam no diagnóstico da ELA,
destacando a sua aplicabilidade e eficiência, confrontando com um estudo de caso de uma
paciente com a síndrome. Como a problemática levantada era investigar quais os meios de
diagnóstico por imagem que podem ser utilizados para a investigação da Esclerose Lateral
Amiotrófica, descritos pela literatura e utilizados em um estudo de caso, procedeu-se para a
realização da pesquisa, por uma abordagem qualitativa, mediante um estudo de caso com
aplicação de entrevista. O estudo seguiu as normas da ABNT e também, do curso Técnico em
Radiologia. Com a coleta de dados, realizada com um familiar da paciente, verificou-se que a
mesma possuía hoje 57 anos e que apresentava ELA há 2 anos. Atualmente encontra-se
totalmente incapacitada, utilizando respirador e alimentação por sonda. De acordo com os
dados levantados pela entrevista, pode-se confirmar os sintomas da doença e constatar quais
os exames foram empregados para a investigação, sendo que os exames por imagem foram os
primeiros a serem solicitados, como a ressonância e a tomografia. Contudo exames
neurológicos ainda são os que facilitam o diagnóstico da doença, conforme evidenciado no
estudo de caso.

Palavras-chave: Esclerose Lateral Amiotrófica. Diagnóstico. Imagem.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Componentes do Sistema Nervoso central...............................................................9


Figura 2 – Medula espinhal e encéfalo....................................................................................10
Quadro 1 - Principais características da Esclerose Lateral Amiotrófica e da Esclerose Múltipla
................................................................................................................................12
Figura 3 – Caracterizando os sintomas da ELA......................................................................14
Figura 4 – Aparelho de raio-x convencional...........................................................................16
Figura 5 – Radiografia convencional da coluna vertebral.......................................................17
Figura 6 - Tomógrafo..............................................................................................................18
Figura 7 – Aparelho de Ressonância.......................................................................................19
Figura 8 – Ultrassonografia Transcraniana.............................................................................21
Figura 9 – Músculo afetado pela ELA....................................................................................24
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................7
2 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DA ESCLEROSE LATERAL
AMIOTRÓFICA.............................................................................................................9
2.1 Anatomia do Sistema Nervoso Central...........................................................................9
2.2 Esclerose lateral amiotrófica.........................................................................................11
2.3 Sintomas........................................................................................................................13
2.4 Métodos de Diagnóstico................................................................................................14
2.4.1 Radiografia....................................................................................................................15
2.4.2 Tomografia....................................................................................................................17
2.4.3 Ressonância magnética.................................................................................................19
2.4.4 Ultrassonografia............................................................................................................20
2.5 Tratamento....................................................................................................................22
2.6 Tratamento clínico........................................................................................................22
2.7 Tratamento cirúrgico.....................................................................................................23
2.8 Fisioterapia....................................................................................................................23
2.9 Prevenção......................................................................................................................25
2.10 Fatores de risco.............................................................................................................25
3 MÉTODOS, PROCEDIMENTOS, DADOS ENCONTRADOS E ANÁLISE............27
3.1 Métodos.........................................................................................................................27
3.2 Procedimentos...............................................................................................................27
3.3 Dados encontrados........................................................................................................28
3.4 Análise dos dados..........................................................................................................30
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................32
REFERÊNCIAS........................................................................................................................34
APÊNDICES.............................................................................................................................37
APÊNDICE A – Questionário de pesquisa...............................................................................38
APÊNDICE B – Termo de Consentimento..............................................................................39
1 INTRODUÇÃO

Dentre as doenças neurodegenerativas, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) tem se


apresentando como uma das mais incapacitantes, evoluindo em cum curto período de tempo.
É uma doença que acomete o neurônio motor, caracterizando-se pela sua degeneração,
afetando o sistema motor humano (ABREU-FILHO; OLIVEIRA; SILVA, 2018, p. 89). Está
sendo considerada pelos profissionais da saúde como uma doença devastante para o paciente
acometido e consequentemente, desgastante para os familiares.
Por apresentar diferentes sintomas que podem variar de uma pessoa para a outra,
torna-se difícil estabelecer parâmetros para o diagnóstico mais rápido da doença. Os exames
clínicos e de imagem, acabam sendo constantemente solicitados para auxiliar o médio no
diagnóstico, mas os resultados somente confirmam a doença após um longo período de
evolução da mesma. Em consequência disso, o presente trabalho teve como objetivo,
aprofundar o conhecimento em relação aos exames por imagem que auxiliam no diagnóstico
da ELA, destacando a sua aplicabilidade e eficiência, confrontando com um estudo de caso de
uma paciente com a síndrome.
Como a incidência da doença é maior após os 40 anos de idade, além de estar
aumentando os casos mundialmente, cerca de 2 a 5 casos a cada 100.000 habitantes (LINDEN
JÚNIOR, et al, 2016, p. 50), torna-se relevante abordar sobre a mesma em estudos científicos
que visem abranger o conhecimento sobre a sua ação no neurônio motor e consequências
posteriores. Da mesma forma, o estudo voltado para a análise dos meios de diagnóstico por
imagem que usualmente são empregados para a investigação dessa patologia, se torna
justificável na medida em que o diagnóstico tardio da ELA posterga o início do tratamento,
que mesmo não havendo a cura da doença, mas ameniza o sofrimento do paciente. Ainda vale
relatar que para o pesquisador, como Técnico em Radiologia Médica, a realização do estudo
contribui para a sua formação acadêmica e para a condução posterior da sua vida profissional.
Considerando a necessidade do estudo e o objetivo a que o mesmo se propôs,
estabeleceu-se como problema de pesquisa: quais os meios de diagnóstico por imagem que
podem ser utilizados para a investigação da Esclerose Lateral Amiotrófica, descritos pela
literatura e utilizados em um estudo de caso?
Para responder ao problema de pesquisa, procedeu-se com uma pesquisa qualitativa,
mediante um estudo de caso de uma paciente da cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul,
com aplicação de uma entrevista. Para desenvolver o estudo, organizou-se este trabalho em
capítulos, sendo o primeiro deles uma breve introdução ao tema, o segundo capítulo trata do
8

referencial teórico pesquisado e conceitos sobre a doença, tratamento e métodos de


diagnóstico. O terceiro capítulo traz a metodologia empregada e os resultados alcançados com
a entrevista, bem como, a confrontação com a teoria pesquisada. Por fim, descreve-se as
considerações finais obtidas com o estudo.
9

2 MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DA ESCLEROSE LATERAL


AMIOTRÓFICA

O presente capítulo tem por objetivo apresentar os principais conceitos e descrições da


Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), bem como, causas, sintomas, anatomia e fisiologia da
doença. Além disso, serão apresentados os principais métodos de diagnóstico por imagem.
Comenta-se que o estudo tem por objetivo descrever sobre os métodos de diagnóstico por
imagem que possibilitam a identificação da ELA. Para introduzir o tema da ELA, será
abordado inicialmente a Anatomia do Sistema Nervoso Central.

2.1 Anatomia do Sistema Nervoso Central

O equilíbrio interno e dinâmico dos organismos é realizado pela atuação coordenada


dos sistemas nervoso, endócrino e imune, acarretando conforme declara Bear, Connors e
Paradiso (2017, p. 56), em respostas fisiológicas e comportamentais. O sistema nervoso é
composto por neurônios responsáveis pela transmissão e recepção das informações por meio
de sinapses, além de ser dividido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico
conforme a Figura 1 (CENTRO DE ENSINO E PESQUISA APLICADA – CEPA, 2012, s/p).

Figura 1 - Componentes do Sistema Nervoso central

Fonte: Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA) (2012)


10

O Sistema Nervoso Central (SNC) é composto basicamente pela medula espinhal e


pelo encéfalo. De acordo com Martin (2013, p. 385), o encéfalo pode ainda ser subdividido
em bulbo, ponte, mesencéfalo, cerebelo, diencéfalo e hemisférios. Conforme o autor relata,
dentro de cada divisão encontram-se cavidades cheias de líquidos, responsáveis por diversas
funções. A Figura 2 demonstra mais especificamente cada componente.

Figura 2 – Medula espinhal e encéfalo

Fonte: Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada (CEPA) (2012)

O encéfalo é protegido pela caixa craniana e a medula espinhal, sustentada pela coluna
vertebral (CEPA, 2012, s/p). Ainda possui um envoltório, denominado de meninge, que
possui três folhetos membranosos: dura-máter, aracnoide e a pia-máter (mais interna)
(RAMALHO, 2012, p. 2). A dura-máter é a mais fibrosa formando assim, pregas na cavidade
craniana e importantes canais venosos. Outro componente relevante é o líquor, presente
somente na circulação do SNC, é produzido nas paredes dos quatro ventrículos e absorvidos
para a corrente venosa (RAMALHO, 2012, p. 2). Aborda-se também que a medula espinhal é
responsável por receber os 31 pares de nervos espinhais e encontra-se alojada na coluna
vertebral. Para o autor, a medula é um importante centro de sinapses de entrada e saída de
impulsos, dos quais são responsáveis em associar parte do tronco e membros ao encéfalo.
Além das informações sensoriais dos membros e troncos, a medula espinhal também é
responsável pelo envio de informações e recebimento delas provenientes de vários órgãos
internos, além de controlar os movimentos corporais e funções viscerais (MARTIN, 2013, p.
386). Cada segmento da medula também possui um par de raízes nervosas representadas pelas
11

raízes anteriores e posteriores. O tronco encefálico, formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo,
possuem funções semelhantes às da medula espinhal (MARTIN, 2013, p. 387).
Reforçando a importância do Sistema Nervoso Central, Chieia (2005, p. 28) aborda
sobre o neurônio motor, presente na parte anterior da medula e do tronco cerebral, cujo papel
é a integração de impulsos originários do SNC e da atividade muscular. Devido a sua
relevância, as patologias que acometem o neurônio motor, causam danos na estrutura
funcional celular, sejam elas por alterações ou estresse funcional. Assim, as doenças do
neurônio motor são síndromes clinicas com características distintas, como a Esclerose Lateral
Amiotrófica (ELA), Atrofia Muscular Progressiva (AMP), Esclerose Lateral Primária (ELP),
entre outras. No presente estudo, será analisada a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

2.2 Esclerose lateral amiotrófica

A Esclerose Lateral Amiotrófica, conhecida pela sigla ELA, é uma doença


neurodegenerativa, sendo a mais comum doença do neurônio motor (ABREU-FILHO;
OLIVEIRA; SILVA, 2018, p. 89). Foi diagnosticada pela primeira vez em 1869, como uma
patologia, mas anteriormente, em 1824 já haviam registros de estudos sobre a doença.
É considerada uma doença neurológica fatal, segundo Linden Júnior et al (2016, p.
49), que se caracteriza pela degeneração ou alteração dos neurônios motores, que estão
localizados no córtex, na medula da espinha e no tronco central. O sistema motor é o primeiro
e mais afetado pela doença, havendo consequentemente, outros sintomas e consequências da
mesma, para os pacientes acometidos (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 49). Conforme
ratifica o autor, a ELA é uma doença devastante para os pacientes e altamente desgastante
para familiares e cuidadores, além de um desafio aos profissionais de saúde.
A incidência da doença mundialmente ocorre entre 1,5 a 2,5 casos por 100.00
habitantes, anualmente. Após os 40 anos de idade, a propensão de desenvolvimento é maior,
conforme os resultados de estudos apontados por Linden Junior, et al (2016), cujo pico de
ocorrência é entre 60 e 75 anos. Os homens são mais afetados que as mulheres (LINDEN
JÚNIOR, et al, 2016, p. 50). Em um estudo desenvolvido na cidade de Porto Alegre, no RS, a
prevalência de casos foi de 5,0 casos a cada cem mil habitantes (LINDEN JÚNIOR, et al,
2016, p. 50).
Clinicamente, observa-se na ocorrência da doença, a degeneração e morte de
neurônios motores superiores e também, inferiores, podendo ser consideradas de acordo com
12

o nível ou região neurológica afetada, ou local dos sintomas, sendo as cãibras uma queixa
inicial frequente. Na grande maioria dos casos, se desconhece a causa da doença, sendo
poucos os casos cujo fator desencadeante é genético (ABREU-FILHO; OLIVEIRA; SILVA,
2018, p. 91). No Quadro 1, estão demonstradas as diferenças entre a Esclerose Lateral
Amiotrófica e a Esclerose Múltipla.

Quadro 1 - Principais características da Esclerose Lateral Amiotrófica e da Esclerose


Múltipla
ELA EM
Esclerose Lateral Esclerose Múltipla
Amiotrófica
Natureza Doença neurológica Doença neurológica inflamatória
degenerativa autoimune desmielinizante
Topografia Corpo celular do neurônio Componentes da bainha de
motor superior e inferior mielina
Etiologia Genética, ambiental, Autoimune desmielinizante (e em
multifatorial  menor grau degenerativa)
Autoimune Não  Sim
 
Idade Mais comum entre 45-65 anos, Mais comum entre os jovens
há casos juvenis e também, (maioria entre 20 e 45 anos), com
após os 70 anos.   casos identificados na infância e
em idosos.
Gênero Ligeiro predomínio masculino Predomínio feminino
sobre feminino.  
Início do quadro Fraqueza muscular apendicular Variado, dependendo da região
ou bulbar que sofre a desmielinização e
episódico, em surto.
Progressão Compromete funções motoras Compromete funções
apendicular e/ou bulbar, de neurológicas motoras e não
forma progressiva motoras, em episódios durante um
período (anos) até progredir após
com curso progressivo.
 
Função motora Sempre alterada Comprometida nos episódios dos
surtos ou na fase progressiva da
doença (degenerativa)
 
Função cognitiva Pode estar alterada (associação Frequente alteração, quanto mais
eventual com demência anos de doença, maior gravidade
frontotemporal) ou maior atividade inflamatória.  
Tratamento Riluzol Imunomoduladores e
medicamentoso Metilcobalamina Imunossupressores
(Específico) L-serina
Indicação de Sim Sim
reabilitação  
Fonte: Oda e Pinto (2019, s/p).
13

Considerando as características descritas no Quadro 1, reporta-se às considerações de


Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 91), ao se desgastarem os neurônios morrem e devido
a isso, cessam as transmissões de mensagens aos músculos. Em decorrência disso, os
músculos enfraquecem, ocorrem contrações de forma involuntária, ausência de movimento
em braços e pernas, e sua progressão causa a falência dos músculos do peito e
consequentemente, dificuldades para respirar.

2.3 Sintomas

A doença e sua evolução, bem como as habilidades físicas dos pacientes acometidos
diferem entre si, impossibilitando de acordo com Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 92),
estabelecer parâmetros similares. Linden Junior, et al (2016, p. 51), todas as características
clínicas da presença da ELA indicam a degeneração e mortes dos neurônios motores.
Atualmente, o padrão clínico para se diagnosticar a ELA baseia-se em critérios
definidos pela World Federation of Neurology (WFN) Research Group on Motor Neuron
Diseases, desde 1994. Com base neles, é possível padronizar o diagnóstico da doença
clinicamente. Baseado nos critérios, o corpo é dividido em quatro regiões: tronco cerebral,
medula cervical, torácica e lombossacra (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 51).
Para o diagnóstico da doença, são levados em consideração a presença de:

• (A: 1) evidência de degeneração do neurônio motor inferior (NMI) através de


exame clínico, eletrofisiológico ou neuropatológico,
• (A: 2) evidência de degeneração do neurônio motor superior (NMS) através de
exame clínico, e.
• (A: 3) expansão progressiva dos sintomas e sinais dentro de uma região ou por
outras regiões, determinada pela história ou exame (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016,
p. 51).

Ainda, relata-se que para o diagnóstico, deve-se considerar a ausência de evidencias


eletrofisiológicas e patológicas de outras doenças que venham a justificar a degeneração
encontrada ou a evidencia de neuroimagem de outras doenças (BROOKS et al., 2000, p. 297).
Sendo assim, é definido a presença da ELA em pacientes que possuem evidência clínica de
disfunção nos neurônios motores inferiores e superiores, região bulbar e ainda, no mínimo em
mais duas regiões espinhais.
14

Figura 3 – Caracterizando os sintomas da ELA

Fonte: Almeida (2018, s/p)

Conforme Almeida (2018), os primeiros sintomas identificados pelos pacientes são a


dificuldade para respirar, falar, engolir saliva e comida, concomitantemente com a perda de
controle da musculatura das mãos e pernas. Nesses primeiros sintomas, permanecem intactos
o raciocínio intelectual e os sentidos do corpo. Devido ao diagnóstico demorar em média 11
meses, há uma identificação tardia da doença e de tratamentos.
15

2.4 Métodos de Diagnóstico

O diagnóstico da ELA conforme relata Madureira (2012, p. 8), considera a história


clínica do doente, além da realização de um exame físico e da evidência das manifestações
clínicas. Atualmente, o diagnóstico da doença pode levar até 11 meses desde que aparecem os
primeiros sintomas da doença, visto que a maior parte deles tem associação com outras
enfermidades, conforme demonstra a Figura 4.

Figura 4 – Alguns sintomas associados a ELA

Fonte: Fochesatto Filho e Barros (2013)

Por isso, os métodos de diagnóstico por imagem, segundo relatam Mota et al (2012, p.
761), são os mais empregados para o diagnóstico mais precocemente, preenchendo lacunas
que os exames laboratoriais não conseguem responder. Dessa forma, podem ser citados
alguns dos mais comumentes exames por imagem empregados na medicina, para o
diagnóstico de diversas doenças, não somente a ELA. Neste estudo, serão descritos os exames
de Radiografia, Tomografia, Ressonância Magnética e Ultrassonografia.

2.4.1 Radiografia

Em um conceito geral, a radiologia é uma “especialidade de apoio diagnóstico e


terapêutico, cujos procedimentos demandam atuação multiprofissional integrada e
complementar” (OLIVEIRA; LEDERMAN; BATISTA, 2014, p. 18). Atualmente, é um
exame de demanda alta entre os procedimentos de diagnóstico por imagem e disponibilizados
a praticamente todos os pacientes.
16

Os raios X foram descobertos por um físico alemão, Wilhelm Konrad Roentgen, em


1895, por meio de um aparelho desenvolvido por ele que emitia raios catódicos, que deu
origem aos raios-x. Já em 1896 apareceram os primeiros estudos empregando aplicação dos
raios-x na saúde, mas somente em 1910 começaram a ser empregados os primeiros aparelhos
na detecção de problemas presentes no corpo humano (BALAN, 2010, p. 14). Nas décadas de
1960 e 1970 surgiu a Radiografia Digital, melhorando a facilidade no diagnóstico de
patologias. Na Figura 5, demonstra-se um aparelho de raio-x convencional muito utilizado
ainda para a realização de exames.

Figura 5 – Aparelho de raios X convencional

Fonte: Portal do Médico (2019)

Para Mota et al (2012, p. 762), a radiologia convencional ainda pode ser considerada
um exame muito empregado para o diagnóstico de doenças, seja de forma analógica ou
digital. Além das mais diversas aplicações, o exame é considerado de menor custo em relação
a outros diagnósticos por imagem e possui maior disponibilidade e acesso para a população.
A função primordial da radiologia é o diagnóstico de patologias. Desde a descoberta
dos raios X por Roentgen, a aplicação destes no diagnóstico de enfermidades ósseas é a sua
maior aplicação. Para FALCÃO, Sarmento e Rubira (2003, p. 264), as imagens radiográficas
formam-se no filme radiográfico que recebe as imagens de forma permanente, com menor
17

custo e maior confiabilidade que as radiografias digitais, segundo os autores. A emulsão sobre
o filme radiográfico depende de um arranjo dos cristais de prata presentes na superfície, que
formam a imagem radiografada em tons de cinza que variam de dezesseis a vinte e quatro,
conforme demonstra a Figura 6.

Figura 6 – Radiografia convencional da coluna vertebral

Fonte: Castro et al (2002, p. 179).

No entanto, qualquer método por imagem, como o caso dos raios X, não se consolida
como a única forma de avaliação da Esclerose Lateral Amiotrófica, por exemplo,
(RODRIGUES, 2011, p. 186). Inicialmente, procede-se a um exame físico cuidadoso,
sintomas e histórico familiar, por exemplo. Conforme reforça, Rodrigues (2011, p. 186), os
exames por imagem não devem ser considerados substitutos ou únicos em quadros de ELA,
mas sim, complementares ao diagnóstico.

2.4.2 Tomografia

Após o advento dos raios X, em 1895, Balan (2010, p. 17) relata que a Tomografia
Computadorizada chegou como um complemento dos exames diagnósticos por imagem,
18

empregando a tecnologia como facilitadora. Para a sua operação, emprega radiação ionizante
para demonstrar imagens tridimensionais do corpo humano.
O primeiro tomógrafo computadorizado e comercialmente viável foi criado em 1970.
O aparelho fornece imagens do corpo por meio de secções, cortes transversais que
possibilitam a forma da imagem tridimensional do que está sendo investigado (BALAN,
2010, p. 17). Na Figura 7 visualiza-se um tomógrafo.

Figura 7 - Tomógrafo

Fonte: Tenório (2018, s/p).

Corroborando com o autor supracitado, a tomografia computadorizada representa uma


“poderosa ferramenta clínica para o diagnóstico de pacientes devido á capacidade de fornecer
dados tridimensionais de alta qualidade” (SOUZA; FRONER; SILVA, 2016, p. 34). Essas
imagens facilitam a gestão médica, possibilitando um diagnóstico mais rápido, preciso e sem
a intervenção de técnicas cirúrgicas de intervenção.
As imagens geradas pela Tomografia Computadorizada podem ser analisadas de
diferentes ângulos, originando imagens fieis de ossos, pulmões, vias aéreas, entre outros
órgãos internos (TENORIO, 2018, s/p). De acordo com Tenório (2018, s/p), além de
diagnosticar patologias, o exame auxilia na detecção de pequenas alterações nos órgãos, como
hemorragias, aneurismas, perfurações, entre outras, que indicam sinais de alerta. Além disso,
19

detecta também tumores e processos infecciosos, além de verificas articulações e discos da


coluna. Vale relatar ainda, que as cores da imagem, em escalas de cinza, são de extrema
relevância na análise médica.

2.4.3 Ressonância magnética

Os primeiros estudos que passaram a analisar a relação de elétrons e campos


magnéticos dataram de 1920, mas somente em 1953, começaram a serem produzidos e
comercializados os primeiros aparelhos destinados à Ressonância Magnética (RM) (BALAN,
2020, p. 15). A Figura 8 demonstra um aparelho de Ressonância.

Figura 8 – Aparelho de Ressonância

Fonte: Pinheiro (2018, s/p).

Nos equipamentos que tinham como objetivo imagens de corpos biológicos, um forte
campo magnético alinha os núcleos dos átomos de hidrogênio destes corpos, que vibram em
uma mesma direção e são localizados por uma bobina receptora (BALAN, 2020, p. 15). Em
outra definição:

A máquina de ressonância magnética tem um grande ímã que interage com nosso
corpo por meio de campos magnéticos e pulsos de radiofrequência. Assim, cria
imagens em alta definição em três planos: horizontal, vertical e com o corpo
dividido em camadas. Até por não emitir radiação e ser bem completo, o exame tem
um custo relativamente alto (PINHEIRO, 2018, s/p).
20

Em decorrência da sua eficiência, Rodrigues (2011, p. 191) reforça que a Ressonância


Magnética representa o método de diagnóstico por imagem com o melhor contraste entre
ossos, medula óssea, músculos, vasos, entre outros componentes biológicos. No caso dos
pacientes com ELA, o exame neurológico avalia vários aspectos relacionados à força
muscular, tono muscular, equilíbrio, coordenação, sensibilidade, entre outros, mas devem
necessariamente serem acompanhados pela RM de crânio (SCHLINDWEIN-ZANIN; et al,
2015, p. 66). Um exemplo de imagem que podem detectar a presença de ELA, está exposta
pela Figura 9.

Figura 9 – Hipersinal seletivo nos tratos córtico espinhais

Fonte: Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (2012)

Na Figura 9, observa-se um dos sinais que indicam o diagnóstico da ELA em uma


Ressonância Magnética de Crânio. Considerando as percepções de Schlindwein-Zanin, et al
(2015, p. 66), as imagens disponibilizadas pela RM, possuem alta capacidade de visualização
de diversas estruturas do cérebro, identificando mínimas alterações. Da mesma forma, é
possível analisar estruturas como núcleos de base, cerebelo, hipocampos, impossíveis de
serem avaliados pela Tomografia por exemplo.
21

2.4.4 Ultrassonografia

A noção de ultrassom remonta a 1794, quando se demonstrou que morcegos se


orientavam pela audição e não pela visão, mas os estudos foram impulsionados para fins
militares e industriais, anos mais tarde (BALAN, 2010, p. 18). Contudo, somente após a
segunda guerra mundial as pesquisas que envolviam o ultrassom foram aplicadas na área
médica, em 1949.
A ultrassonografia é um exame com menor custo, cuja finalidade é a avaliação mais
detalhada e assertiva de partes moles. Conforme Mota et al (2012, p. 762), o método de
diagnóstico pela ultrassonografia, possibilita a detecção de espessamento sinovial, a presença
de líquido nas articulações, anormalidades estruturais, entre outras.

Figura 10 – Ultrassonografia Transcraniana

Fonte: Miranda (2012, s/p).

Cabe frisar que o feixe ultrassônico não penetra no osso, por isso avaliações ósseas
restringem-se à superfície. Técnicas que utilizam o Doppler podem corroborar na análise de
atividade de doenças, diferenciando um tecido inflamatório ativo de um inativo (MOTA, et al,
2012, p. 762). A partir da década de 50, o exame vem sendo aplicado com grande sucesso.
Conforme relata Miranda (2012, s/p), a partir de 1980 com o uso do Doppler
transcraniano, em formato de curvas espectrais contribuiu para análise do fluxo de grandes
22

artérias intracranianas. “A ultrassonografia transcraniana com modo B, que mostra as


estruturas do parênquima cerebral em tons de cinza, consegue detectar hoje o que os mais
novos aparelhos de ressonância magnética (com campos de 1,5 a 3T) ainda não conseguem
ver” (MIRANDA, 2012, s/p). Mais recentemente, foram observadas alterações de
ecogenicidade do mesencéfalo utilizando a ultrassonografia.

2.5 Tratamento

Como a ELA é uma doença de difícil diagnóstico clínico, ainda carece de tratamento
definitivo. Contudo, os pacientes acometidos pela doença podem se beneficiar com alguns
medicamentos, segundo relata Zuardi (2012, p. 24), utilizados para diminuir os desconfortos
da doença e melhorar a sobrevida do paciente.
Cita-se ainda técnicas como a gastrotomia e ventilação não invasiva, podem ser
aplicadas também como meio de evitar a progressão da doença. Zuardi (2012, p. 24) aponta
que o acompanhamento de fisioterapeutas melhora a qualidade de vida dos pacientes.
Aponta-se que o tratamento da doença vem aperfeiçoando-se constantemente nos
últimos anos, enfatizando o cuidado multidisciplinar, segundo apontam Linden Júnior, et al
(2016, p. 53). Apesar disso, o tratamento ainda é complexo, tanto para pacientes como para
profissionais de saúde, pois necessitam que diferentes problemas de saúde sejam trabalhados
aos mesmo tempo, decorrentes da doença.
Mesmo sendo uma patologia incurável, todo o esforço é possível para manter uma
qualidade de vida para o paciente. Por isso, nos tópicos seguintes serão abordados alguns dos
tratamentos aplicados à pacientes com ELA.

2.6 Tratamento clínico

Infelizmente, nos últimos anos o progresso sobre a degeneração do neurônio motor


durante a incidência da ELA, não tem sido acompanhado na mesma proporção pelas terapias
de tratamento da doença (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 53). Farmacologicamente, o
único medicamente aplicado é o Riluzole, um agente antiglutamato, com alguns estudos que
comprovam a sua eficácia no prolongamento da vida em até 2 meses para os pacientes,
quando iniciado de forma precoce (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 53).
23

No entanto, Zuardi (2012, p. 24) relata que o Riluzole apresenta alguns efeitos
colaterais, como náuseas e vômitos, dores no abdômen e na cabeça, taquicardia, sonolência.
Mais recentemente, começaram a ser testados inibidores de Miostatina, um hormônio de
crescimento, em cobaias laboratoriais portadoras de ELA, evidenciando melhoras na força
muscular, nas fases iniciais da patologia.
Há também, de acordo com Linden Júnior, et al (2016, p. 56), intervenções
nutricionais a fim de manter os pacientes nutridos, incluindo alteração na consistência de
alguns alimentos para fácil alimentação, além de uma alimentação balanceada e adoção de
suplementos. Os autores Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2019, p. 94), também salientaram a
necessidade de tratamento com farmacológicos para a labilidade emocional dos pacientes,
decorrentes da própria doença e comumente, podem ser associados à crises de transtorno
bipolar.

2.7 Tratamento cirúrgico

Como a principal causa de morte em pacientes portadores de ELA é a insuficiência


respiratória. As disfunções respiratórias para Guimarães et al (2017, p. 270) são
desencadeadas pela insuficiência de ação dos músculos respiratórios, devido à desnervação
que ocorre nessas estruturas. Por isso, muitas ações iniciais de tratamento a esse problema,
envolve a utilização de suportes ventilatórios mecânicos. Quando outras técnicas não possuem
resultados, há a intervenção e emprego de suportes ventilatórios invasivos, que auxiliarão o
paciente a respirar (GUIMARÃES, et al, 2017, p. 270).
Contudo, estudos realizados por pesquisadores peruanos, relatados por Bertazzi, et al
(2017, p. 60), relatam a realização de intervenção cirúrgica em pacientes acometidos pela
ELA, desde 2009. Os estudiosos suspeitam que a ELA não seja um distúrbio
neurodegenerativo, mas uma desordem neurológica isquêmica. Por isso, o processo visa
realizar transplante de Omento na face anterior da medula oblonga, apresentando resultados
satisfatórios. Há também o transplante de células tronco como uma alternativa possível.

2.8 Fisioterapia

Os exercícios para os pacientes com ELA, de acordo com Linden Junior, et al (2016,
p. 56) ainda é um tema em discussão, visto que além de possibilitar alguns benefícios, os
24

exercícios terapêuticos podem também trazer efeitos adversos. Há poucos estudos realizados
com a aplicação de fisioterapia em pacientes com ELA, o que carece de informações a
respeito.
De acordo com o Voll Pilates Group (2017), o tratamento com fisioterapia para a ELA
auxilia, juntamente aos demais tratamentos, na manutenção de uma sobrevida ao portador da
doença. Ela vai possibilitar uma manutenção da força muscular para que o paciente consiga
durante os estágios iniciais da doença, continuar executando suas atividades e aprendendo aos
poucos a se adaptar com o progresso da doença, visto a degeneração dos músculos
proporcionado pela ela, conforme visualiza-se na Figura 9.

Figura 11 – Músculo afetado pela ELA

Fonte: Voll Pilates Group (2017)

Nesse sentido, de acordo com a progressão da doença, o tratamento fisioterápico vai


adaptando-se conforme as necessidades do paciente. Já nos estágios mais avançados, o
tratamento visa melhorar a mecânica respiratória do paciente (VOLL PILATES GROUP,
2017, s/p).
Da mesma forma, de acordo com Zuardi (2012, p. 24), os pacientes acometidos pela
ELA, podem melhorar a sua força muscular com a realização de fisioterapia. Cabe nesses
casos ao fisioterapeuta, o conhecimento da doença e seus estágios, além de prevenir lesões ao
paciente pelo uso excessivo de atividades. A autora relata que comumente, são recomendados
exercícios de resistência para fortalecimento dos músculos, além de exercícios aeróbios
(ZUARDI, 2012, p. 24). Ressalta-se, no entanto, que a eficácia é sempre melhor nos estágios
iniciais da doença.
É papel do fisioterapeuta:
25

Monitorar as habilidades funcionais dos pacientes, determinar modos eficientes e


efetivos para realizar suas atividades de vida diárias, explicar a mecânica corporal
com o intuito de facilitar as trocas posturais, ensinar as técnicas de transferências
para o paciente e cuidadores, avaliar o domicílio e solicitar mudanças no ambiente
com intuito de proporcionar ao paciente maior liberdade de movimentos seguros
(DURÁN, 2006, p. 66).

Assim, cada paciente necessita de uma conduta e tratamento individualizado. No


entanto, conforme descrito pelo Voll Pilates Group (2017, s/p), os objetivos do tratamento são
os mesmos: ensinar como conservar energia; ensinar o paciente a manter a independência
física; trabalhar o cuidado e a prevenção de quedas; orientação aos familiares e cuidadores;
prevenir contraturas e deformidades dos membros que serão afetados com o avanço da
doença; manter a força muscular e adequar o tônus muscular; evitar a atrofia por desuso dos
músculos; melhorar a sobrevida do paciente; oferecer orientações a respeito de dispositivos
para auxiliar o equilíbrio; trabalhar a função cardiopulmonar; prevenir úlceras de decúbito nos
pacientes já acamados; e realizar fisioterapia respiratória caso o paciente esteja usando
ventilação mecânica.
Em consonância aos autores supracitados, Durán (2006, p. 65) aponta que o
tratamento fisioterápico é primordial para os pacientes portadores de ELA, sendo necessário
durante todo o processo evolutivo da doença. A sua aplicação visa prevenir e melhorar o
quadro clínico do paciente, evidenciando a manutenção dos movimentos, otimizando a função
muscular e prevenindo complicações musculares e edemas.

2.9 Prevenção

Não há evidências concretas na literatura nem estudos relacionados à como prevenir a


Esclerose Lateral Amiotrófica, tendo em vista que as suas causas ainda são pouco conhecidas.
Conforme relata Linden Júnior, et al (2016, p. 53), grande parte dos casos investigados, a
origem da doença é genética. “Entre 5 e 10% dos casos dessa doença têm origem familiar com
um padrão de herança autossômico dominante” (LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 53). Os
fatores de risco da doença serão melhor descritos no tópico seguinte.

2.10 Fatores de risco

Considerando o estudo de Linden Júnior, et al (2016, p. 53), diversas pesquisas vêm


sendo realizadas no intuito de estabelecer interações entre fatores de risco ambientais e a
26

Esclerose Lateral Amiotrófica. Contudo, até o momento não foram identificadas nenhuma
associação, apesar da atividade física rigorosa ter sido sugerida como um fator de risco para o
desenvolvimento da doença levando em consideração a ocorrência da doença em atletas
(LINDEN JÚNIOR, et al, 2016, p. 54).
Nesse mesmo viés de pensamento, Santos (2017, p. 23) relata que os fatores genéticos
são aqueles que possuem maior relevância, apesar de haver pesquisas que busquem identificar
fatores endógenos e exógenos para a doença. Atletas que possuem uma atividade física
rigorosa como jogadores de futebol, casos de traumatismo craniano e muscular, são
considerados entre os fatores de risco exógenos (SANTOS, 2017, p. 28)
Excesso de glutamato no SNC, também está sendo considerado, visto que por ser um
neurotransmissor, apresenta-se alterado nos testes laboratoriais em pacientes com a doença.
Por isso, muitos pacientes fazem uso do medicamento Riluzol, que é um inibidor desse
neurotransmissor (ZUARDI, 2012, p. 24). Vale relatar o exposto por Linden Júnior, et al
(2016, p. 54), ao mencionar que a literatura traz menções sobre o consumo de fibras,
magnésio, licopeno e vitamina E, como associação que diminui os fatores de riscos, e o
consumo de gorduras e glutamato, como fatores de risco.
27

3 MÉTODOS, PROCEDIMENTOS, DADOS ENCONTRADOS E ANÁLISE

O presente capítulo tem por objetivo apresentar a metodologia empregada para a


realização da pesquisa, considerando que o objetivo do estudo era aprofundar o conhecimento
sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica – ELA. Para isso, realizou-se uma coleta de dados
primários com uma paciente portadora da ELA, cujos procedimentos e dados encontrados
serão apresentados nos próximos itens deste capítulo.

3.1 Métodos

Foi encontrado somente um caso de paciente com ELA na cidade de Passo Fundo, na
qual o pesquisador teve acesso conforme os registros hospitalares no local de estágio do curso
Técnico em Radiologia Médica e Radiodiagnóstico do mesmo. Em posse do telefone de
contato da paciente, o pesquisador conversou com um familiar, explicando o motivo do
contato e se o mesmo e a paciente estariam dispostos a participar de uma pesquisa acadêmica
sobre a ELA.
A entrevista realizou-se por telefone, visto que a paciente já se encontra em estágio
avançado da doença e por isso, não poderia responder as perguntas realizadas. Assim, o
próprio familiar foi quem se dispôs a respondê-las.

3.2 Procedimentos

Para guiar o pesquisador na entrevista que foi realizada, foram elaboradas perguntas,
desenvolvidas com base no próprio referencial teórico construído e visando responder aos
objetivos da pesquisa. Nesse sentido, o estudo envolveu uma pesquisa qualitativa, envolvendo
um estudo de caso, considerando o esclarecido por Yin (2005), o qual considera como estudo
de caso, pesquisas que visem responder questões do tipo “como” e “por que”, pelo fato dessas
questões trabalharem com ligações operacionais que necessitam serem traçadas ao longo do
tempo, ao oposto de serem encaradas como meras repetições ou incidências.
Segundo o mesmo autor, essas questões para o estudo de caso incorrem sobre um
conjunto contemporâneo de acontecimentos, sobre o qual o pesquisador tem pouco ou
nenhum controle. A pesquisa de estudo de caso pode incluir tanto o estudo de caso único
28

quanto de casos múltiplos. Conforme Yin (2005), uma forte característica do estudo de caso
que o difere dos demais é a observação direta realizada pelo pesquisador dos acontecimentos
que estão sendo estudados, e por sua capacidade de trabalhar com uma ampla variedade de
evidências como documentos, artefatos, entrevistas e observações.
Para a entrevista, foram seguidas as seguintes perguntas: 1. Quais foram os primeiros
sintomas? 2.Quais foram os exames que diagnosticaram a doença? 3. Quais exames foram
definitivos para a confirmação da doença? 4.Houve necessidade de deslocamento para outras
cidades para a realização de algum exame? 5. Como ocorreu a evolução da doença? 6. Quanto
tempo duraram os primeiros sintomas? 7. Quanto tempo decorreu dos primeiros sintomas
surgirem até a confirmação da doença? 8. Há a utilização de algum medicamento destinado à
ELA? 9. Como a família está enfrentando a doença? 10. Como está sendo o cuidado com a
paciente? 11. Por estarem vivenciando a doença com uma pessoa próxima, como a família
está buscando novas informações sobre a ELA? 12. Qual a adaptação foi necessária para os
cuidados com a paciente? 13. Como é a rotina quando a enfermeira está de folga? 14. Quais
outros problemas de saúde, além da incapacidade motora e muscular, a paciente desenvolveu
por se encontrar nessa condição?
Sendo assim, a pesquisa realizou-se via telefone, no dia 12 de outubro de 2019, cujo
respondente foi um familiar da Senhora Maria (nome fictício da paciente), tendo em vista que
a mesma já se encontra incapacitada. As respostas serão descritas no item seguinte.

3.3 Dados encontrados

Em contato telefônico, portanto, ficou evidenciado que a paciente possui idade de 57


anos e reside na cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, a qual será denominada no
presente estudo pelo nome de Maria. Foram realizadas as perguntas de forma individual para
o familiar respondente e as respostas transcritas conforme a sequência.
O primeiro questionamento realizado, referiu-se à quais os primeiros sintomas que
Maria havia apresentado. Nas palavras do familiar: “ela começou a 2 anos apresentando
primeiramente câimbras nas pernas e cansaço excessivo. Logo após, foi a perda de força nas
mãos, nas pernas, espasmos musculares. Já não conseguia segurar nada nas mãos, tudo caia
no chão”
Posteriormente, foi questionado quais foram os exames realizados e que auxiliaram no
diagnóstico da doença. Conforme relatos:
29

“Foram realizados exames de Densitometria óssea na coluna lombar, punção


lombar, raio-x, ressonância magnética e tomografia, exames neurológicos
minuciosos e exames de sangue e urina. Também foram realizados exames de
mielografia cervical, biopsia de nervo, teste de eletro diagnóstico que incluíram a
eletroneuromiografia (ENMG) e testes de velocidade de condução nervosa”
(Familiar de Maria, 2019).

Também se questionou, sobre quais os exames que foram definitivos para a


confirmação da ELA. Segundo relatos do familiar: “todos os exames que foram realizados de
alguma forma apontavam para a doença, mas não se tinha a certeza, por isso conforme os
sintomas iam surgindo outros exames foram sendo realizados, mas os que possibilitaram a
certeza foram os de eletro diagnóstico como a eletroneuromiografia e teste de velocidade de
condução nervosa”.
Consequentemente, a pergunta seguinte objetivou verificar se houve a necessidade de
deslocamento para outras cidades para a realização de algum exame, ou todos foram
encontrados e disponibilizados em Passo Fundo. O familiar relatou que: “um dos exames, não
lembro qual exatamente, precisamos fazer em Porto Alegre e para isso tivemos que alugar
uma ambulância particular pois ela já se encontrava muito debilitada”.
A questão seguinte, buscou identificar como ocorreu a evolução da doença. Assim,
segundo o familiar: “Em julho de 2018, durante uma viagem, começaram a surgir sintomas
relacionados à câimbras e cansaço, perda da fala e dificuldades para respirar, dificuldades
em engolir, líquidos ou alimentos, além de começar a ter fortes dores de cabeça, dores pelo
corpo todo”. Ainda, segundo o familiar de Maria: “foram realizados exames de ressonância e
tomografia, mas não foi descoberto a causa desses sintomas”.
Dessa forma, foi questionado quanto tempo duraram os primeiros sintomas. De acordo
com o familiar, Maria “apresentou os primeiros sintomas durante pouco tempo, em torno de
uns 2 meses até a evolução para os outros sintomas”.
Para complementar, foi questionado quanto tempo decorreu do surgimento dos
primeiros sintomas para a confirmação da doença. Na resposta do familiar: “passaram-se 8
meses até que em fevereiro de 2019, ficou confirmado o diagnóstico da ELA”.
Ao ser perguntado sobre a utilização de algum tratamento medicamentoso, para a
doença, o familiar comentou: “o único medicamento receitado próprio para a doença foi o
Rilusol”. Conforme pesquisado, este e o único medicamento empregado.
A questão seguinte abordou como a família está enfrentando a doença e como são os
cuidados com a paciente. O familiar relatou:
30

“Maria atualmente está debilitada, utilizando um respirador. Realiza fisioterapia


todos os dias, porém não houve melhoras nos sintomas. Sente dores diariamente e
contamos com o auxílio de uma cuidadora. A alimentação é realizada por sonda e
ela já não fala ou se comunica, somente mexe os olhos quando alguém lhe ajuda a
abrir as pálpebras” (Familiar de Maria, 2019).

Para melhor compreender como ocorre a convivência com uma pessoa portadora de
ELA, questionou-se se por estarem vivenciando a doença juntamente com Maria, se a família
está buscando algum tipo de esclarecimentos ou grupos de apoio. O familiar relatou que:
“está em um grupo de ajuda para entender melhor a doença e como conviver com o paciente
nessas condições. Segundo ele, já são 3 casos identificados na cidade de Passo Fundo e 1
caso, na cidade de Sarandi, todos no Rio Grande do Sul”.
Um dos questionamentos buscou descobrir qual a adaptação quanto aos cuidados com
a paciente. O familiar comentou que” houve a necessidade de contratação de uma
profissional em enfermagem, pelo fato dela estar utilizando muitos equipamentos, como
respirador, monitor cardíaco, sondas de alimentação, bolsa de urina e colostomia”.
Também se perguntou como era a rotina nos dias de folga da enfermeira. Foi relatado
por ele que: “precisei realizar cursos voltados para a área de enfermagem e cuidados a
pacientes, para aprender sobre a doença e como cuidar dela nos dias de folga da enfermeira”
Na última pergunta realizada, questionou-se quais outros problemas além da
incapacidade motora e muscular foi desenvolvido por Maria. De acordo com o familiar: “ela
possui dificuldades extremas para urinar e para soltar o intestino, porque a musculatura não
funciona mais, por isso foi preciso usar as bolsas de coleta, e também, constantemente ela
tem pneumonia, por conta do uso do próprio respirador”.

3.4 Análise dos dados

Conforme se observou nas respostas obtidas, os primeiros sintomas que surgiram


foram as câimbras nas pernas e a sensação de cansaço. Como o sistema motor é o primeiro e
mais afetado pela doença, clinicamente, observa-se na ocorrência da doença, a degeneração e
morte de neurônios motores superiores e também, inferiores, podendo ser consideradas de
acordo com o nível ou região neurológica afetada, ou local dos sintomas, sendo as câimbras
uma queixa inicial frequente (ABREU-FILHO; OLIVEIRA; SILVA, 2018, p. 91).
31

Outro aspecto que pode ser justificado pela bibliografia pesquisada, refere-se ao fato
da paciente apresentar como quadro evolutivo da doença, sintomas de perda de fala,
dificuldades para respirar, engolir, dores de cabeça e pelo corpo. Considerando o exposto por
Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 91), ao se desgastarem os neurônios morrem e devido
a isso, cessam as transmissões de mensagens aos músculos. Por conta dessa falência dos
neurônios, os músculos enfraquecem, ocorrem contrações de forma involuntária, ausência de
movimento em braços e pernas, e sua progressão causa a falência dos músculos do peito e
consequentemente, dificuldades para respirar, da mesma forma que o ocorrido com a paciente
Maria, relatada neste estudo.
Cabe relatar também o tempo demorado para se estabelecer o diagnóstico da doença,
que foi de 8 meses, desde o início dos sintomas. Da mesma forma, tanto a doença quanto a
sua evolução, bem como as habilidades físicas dos pacientes acometidos diferem entre si,
impossibilitando de acordo com Abreu-Filho, Oliveira e Silva (2018, p. 92), estabelecer
parâmetros similares para o diagnóstico mais precoce.
No que se refere aos exames de diagnóstico realizados, pode-se observar nos relatados
pelo familiar de Maria, que a ressonância e a tomografia, além do raio x, exames de
densitometria óssea, exames de eletro diagnostico e testes de velocidade de condução nervosa,
são comumente aplicados para se encontrar indícios da ELA. Conforme salienta Brooks et al
(2000, p, 297), para o diagnóstico, deve-se considerar a ausência de evidencias
eletrofisiológicas e patológicas de outras doenças que venham a justificar a degeneração
encontrada ou a evidencia de neuroimagem de outras doenças.
Em se tratando do exame de Ressonância Magnética, como foi observado nos relatos
do caso de Maria, a mesma é empregada em decorrência da sua eficiência, conforme declara,
Rodrigues (2011, p. 191). A mesma representa o método de diagnóstico por imagem com o
melhor contraste entre ossos, medula óssea, músculos, vasos, entre outros componentes
biológicos. Para os pacientes com investigação de ELA, o exame neurológico avalia vários
aspectos relacionados à força muscular, tono muscular, equilíbrio, coordenação, sensibilidade,
entre outros, mas devem necessariamente serem acompanhados pela Ressonância de crânio
(SCHLINDWEIN-ZANIN; et al, 2015, p. 66).
Esses apontamentos justificam os exames realizados pela Maria, visto que somente
com a ressonância e a tomografia não foi possível a identificação da ELA, mas somente após,
a realização principalmente de exames neurológicos e eletrofisiológicos. Nesse sentido, frisa-
se a importância nos exames de imagem para o diagnóstico da ELA, pois possibilitam
acompanhar a evolução ou, degeneração da medula óssea e dos músculos, favorecendo para
32

que o diagnóstico precoce possa ser cada vez mais possível. Contudo, quando realizados de
forma isolada, ainda são limitados para o diagnóstico da síndrome, tendo em vista que os
exames que consideram respostas neurológicas parecem ser mais eficientes.
33

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Evidenciando a importância a que o estudo se propôs, a fim de investigar o


conhecimento em relação aos exames por imagem que auxiliam no diagnóstico da ELA,
destacando a sua aplicabilidade e eficiência, confrontando com um estudo de caso de uma
paciente com a síndrome, admite-se que o mesmo atingiu o objetivo proposto. Após a
construção do referencial teórico que abordou conceitos, tratamentos, métodos de diagnóstico
cujo intuito era aprofundar o conhecimento com o exposto pela literatura científica sobre a
ELA, buscou-se o levantamento de informações de um caso real.
Maria, como denominada a paciente pesquisada, apresentou em um curto período de
tempo uma evolução significativa da doença que a incapacitou totalmente. Os sintomas
relatados no caso de Maria, são os mesmos descritos na literatura como os precursores dos
primeiros sinais do desenvolvimento da ELA e comprometimento do neurônio motor, que
foram as câimbras, perda de força nas pernas e cansaço.
Em relação aos métodos de diagnósticos empregados, foco do estudo, verificou-se que
os primeiros exames a serem solicitados para a paciente, foram a ressonância e a tomografia,
exames por imagem largamente empregados atualmente. Contudo, apesar de eficazes para
inúmeras finalidades, sozinhos não são possíveis para determinar a ocorrência ou não da ELA.
Por ser uma doença que acomete o neurônio motor e consequentemente afetando nervos e
músculos, outros exames são necessários para ratificar os resultados e confirmar. Assim,
exames de eletro diagnóstico foram empregados, assim como punção lombar e testes de
velocidade de condução nervosa, cujo objetivo é a investigação da condução elétrica entre as
unidades motoras.
Apesar de ainda limitantes para algumas enfermidades, os exames por imagem são o
que há de excelência no diagnóstico de doenças, como o caso da tomografia e da ressonância
que auxiliam a visualização de partes moles do corpo. O raio X sempre se consolidou como
um excelente recurso para a análise das estruturas ósseas e pode também ser empregado como
método de diagnóstico para a ELA, a fim de pesquisar atrofias entre outras anomalias
causadas pela síndrome. Cabe reforçar que os exames de diagnósticos se complementam entre
si, e por isso normalmente são empregados em conjunto para o diagnóstico de doenças,
corroborando para a detecção mais eficaz.
Sendo assim, apesar do estudo limitar-se a análise de um único caso de paciente com
ELA na cidade de Passo Fundo, o mesmo possibilitou afirmar a descrição dos sintomas
34

apontadas pela literatura, bem como o tratamento medicamentoso realizado com o Riluzol e a
necessidade de fisioterapias. Com há registros de outros casos nas cidades vizinhas, sugere-se
que novos estudos possam coletar o maior número possível de informações acerca da ELA e
dos métodos para diagnóstico da mesma, a fim de que a sua confirmação com maior
antecedência, possa auxiliar no tratamento e amenização dos sintomas aos pacientes.
Apesar disso, o estudo foi de grande valia ao corroborar com material teórico sobre a
Esclerose Lateral Amiotrófica, doença preocupante e cada vez mais incidente no estado do
Rio Grande do Sul. Da mesma forma, para o autor enquanto acadêmico do curso Técnico em
Radiologia, a pesquisa proporcionou interação com os métodos de diagnósticos por imagem
disponíveis para a pesquisa de doenças e que futuramente, farão parte do seu cotidiano
profissional.
35

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Amiotrófica: relato de caso. Arquivos Catarinenses de Medicina, v.44, n.1, p.62-70, jan/mar.
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SOUZA, Giordana S. de; FRONER, Ana Paula P.; SILVA, Ana Maria M. da. Levantamento
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Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. 117 p. Ribeirão Preto,
2012.
38

APÊNDICES
39

APÊNDICE A – Questionário de pesquisa

QUESTIONÁRIO

Orientadora: Julcimara Scariot


Aluno: Leandro Menegon
Gênero:
Idade:
Profissão:

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM DA ESCLEROSE LATERAL


AMIOTRÓFICA

1. Quais foram os primeiros sintomas?


2. Quais foram os exames que diagnosticaram a doença?
3. Quais exames foram definitivos para a confirmação da doença?
4. Houve necessidade de deslocamento para outras cidades para a realização de algum
exame?
5. Como ocorreu a evolução da doença?
6. Quanto tempo duraram os primeiros sintomas?
7. Quanto tempo decorreu dos primeiros sintomas surgirem até a confirmação da
doença?
8. Há a utilização de algum medicamento destinado à ELA?
9. Como a família está enfrentando a doença?
10. Como está sendo o cuidado com a paciente
11. Por estarem vivenciando a doença com uma pessoa próxima, como a família está
buscando novas informações sobre a ELA?
12. Qual a adaptação foi necessária para os cuidados com a paciente?
13. Como é a rotina quando a enfermeira está de folga?
14. Quais outros problemas de saúde, além da incapacidade motora e muscular, a paciente
desenvolveu por se encontrar nessa condição?
40

APÊNDICE B – Termo de Consentimento

TERMO DE CONSENTIMENTO

Pelo presente termo concordo em participar por minha vontade da pesquisa sobre
“**************” realizada pela aluno(a) *******, matricula no *****, da Fundação
Universidade de Passo Fundo, do Curso Técnico em Radiologia orientado pela Prof.ª
****************.
Responderei a uma entrevista, e, se for de minha vontade, posso recusar-me, sem que
isso reverta em qualquer prejuízo para mim. Se estiver cansado, posso pedir para interromper
e continuar quando me sentir em condições para isso.
Assinando este documento estou ciente de que:
 Não serei identificado fora dessa instituição, pois o meu nome será mantido em
segredo quando os resultados da pesquisa forem publicados.
 Obtive todas as informações necessárias sobre a pesquisa para decidir se quero ou não
participar da mesma, pois este documento foi lido para mim e explicado.
 Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Prof.ª *****, através do
telefone 54 – 3316 8180.
 Este documento é feito em duas vias, sendo que uma delas ficará comigo e a outra
com a aluna *****.
_____________________________
Assinatura do participante
Nome
_____________________________
Assinatura da aluna
Nome
____________________________
Assinatura do orientador
Nome

Passo Fundo, ___ de ________________, de 2019.

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