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APARECIDA DE GOIÂNIA – GO
2022
ELIEBÉR BUENO REIS
APARECIDA DE GOIÂNIA – GO
2022
Dedico este trabalho as pessoas que são a minha
base. Ao meu pai, minha mãe e minha irmã, que
esteve desde o início do curso me apoiando e
ajudando em tudo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço meu orientador e amigo, Dr. Vinicius Caixeta de Sousa, pela paciência e
ensinamentos ao longo do curso, pelas oportunidades e por sempre me incentivar.
O rio atinge seus objetivos porque
aprendeu a contornar obstáculos.
Lao-Tsé
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
3 DISCUSSÃO .............................................................................................................16
4 CONCLUSÃO ...........................................................................................................19
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................20
LISTA DE FIGURAS
O cisto radicular constitui aproximadamente metade a três quartos de todos os cistos da maxila
e mandíbula e é consequência do avanço de lesões imunoinflamatórias de origem odontogênica.
A cirurgia parendodôntica associada ao uso de técnicas e materiais contemporâneos é uma
opção para resolução de lesões que não regrediram pelo tratamento endodôntico convencional.
Objetivo: Apresentar um relato de caso de microcirurgia endodôntica para tratamento de cisto
radicular de grande extensão. Relato de caso: Paciente sexo feminino, 34 anos, com fístula
recorrente desde que realizou o tratamento endodôntico há 1 ano e relatando incômodo
principalmente na região anterior da maxila. A primeira opção terapêutica foi o retratamento
convencional do mesmo, porém, não cessou a drenagem via canal. Foi solicitado o exame de
tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), na qual foi verificada lesão extensa com
grande abaulamento da cortical óssea vestibular e rompimento da cortical. Foi realizada a
cirurgia parendodôntica com utilização do microscópio operatório, insertos ultrassônicos,
cimento retrobturador biocerâmico e realizada a regeneração óssea com enxerto ósseo e
membrana de colágeno. O acompanhamento com 18 meses com TCFC mostrou reconstrução
tecidual satisfatória e paciente relatou ausência de sinais clínicos. Conclusão: Desde que bem
indicada, a microcirurgia endodôntica é uma boa alternativa para o tratamento de lesões
periapicais extensas persistentes.
The radicular cyst constitutes approximately half to three quarters of all cysts in the maxilla and
mandible and is a consequence of the advancement of immunoinflammatory lesions of
odontogenic origin. Endodontic surgery associated with the use of contemporary techniques
and materials is an option for the resolution of lesions that have not regressed by conventional
endodontic treatment. Objective: To present a case report of endodontic microsurgery for the
treatment of a large radicular cyst. Case report: Female patient, 34 years old, with recurrent
sinus tract since she underwent endodontic treatment 1 year ago and reporting discomfort
mainly in the anterior region of the maxilla. The first therapeutic option was the conventional
retreatment of the same, however, the drainage via the canal did not cease. Cone-beam
computed tomography (CBCT) examination was requested, in which an extensive lesion with
large bulging of the buccal cortical bone and cortical disruption was observed. Endodontic
surgery was performed using an operating microscope, ultrasonic inserts, bioceramic retrofiller
cement and bone regeneration was performed with bone graft and collagen membrane. The 18-
month follow-up with CBCT showed satisfactory tissue reconstruction and the patient reported
no clinical signs. Conclusion: As long as it is well indicated, endodontic microsurgery is a good
alternative for the treatment of persistent extensive periapical lesions.
1 INTRODUÇÃO
2007; TSESIS et al., 2013). A combinação da técnica com um material apropriado para
selamento retrógrado apical com melhor adaptação marginal e biocompatibilidade diminui as
possibilidades de fracasso deste procedimento (OLIVEIRA et al., 2013; CHAN et al., 2020).
A bordagem cirúrgica do insucesso do tratamento endodôntico tem se mostrado mais
previsível (PINTO et al., 2020; ALGHAMDI et al., 2020). A utilização da TCFC para
planejamento e diagnóstico associada ao uso de outras tecnologias permitem maior precisão
cirúrgica. O presente caso relata a remoção cirúrgica de extenso cisto radicular do dente 21
pela microcirurgia endodôntica com técnicas e materiais contemporâneos e acompanhamento
de 1 ano.
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2 RELATO DE CASO
O microscópico operatório (Alliance, São Carlos, SP, Brasil) foi utilizado full time na
cirurgia, o que permitiu diferentes aumentos e uma clara visualização do campo cirúrgico para
cada etapa operatória.
Foi realizada incisão intrasulcular utilizando micro lâmina (Surgistar, California, EUA),
do dente 13 ao 24 dando origem a um retalho do tipo envelope, fez-se então a divulsão com
afastamento do tecido gengival, que permitiu a visualização da loja óssea. Foi realizado a
curetagem e biopsia excisional da lesão para realização de exame histopatológico, em seguida
foi feita a irrigação da loja óssea com soro fisiológico (figura 4). A apicectomia foi de 3 mm
utilizando inserto ultrassônico BladeSonic (Helse Dental Tecnology, Santa Rosa de Viterbo,
SP, Brasil) (figura 5 e 7). Em seguida foi realizada uma nova curetagem e irrigação com soro
fisiológico e inspeção da raiz apicectomizada com micro espelho endodôntico (MK Life, Porto
Alegre, RS, Brasil) (figura 8). Após esse procedimento foi executado o retropreparo de 3 mm
empregando a ponta ultrassônica P1 (Helse Dental Tecnology, Santa Rosa de Viterbo, SP,
Brasil) (figura 9), inspeção com sonda para retropreparo, irrigação da retrocavidade e secagem
com cone de papel (figura 10). Na sequência, foi feita a retrobturação, o MTA REPAIR HP
(Angelus, Londrina, PR, Brasil) foi manipulado e levado à retrocavidade com uso do
hollemblack e condensou-se o material com pontas de papel (figura 11).
No defeito ósseo, foi feito enxerto de Bio-Oss (0,5g) (Geistlich, Wolhusen, Suiça) e
sobre este foi colocada uma membrana de colágeno (Straumann, Basel, Suiça), que servirá
como arcabouço e evitará uma possível deiscência. Estes materiais foram selecionados com
objetivo de estimular a neoformação óssea.
Foi feito o reposicionamento do retalho de modo que cobrisse toda a área cirúrgica, com
sutura do tipo suspensória. Ao final foi realizado radiografia periapical da região.
A proservação foi realizada com 1 mês, onde foi observado um ótimo aspecto de
cicatrização gengival. O exame histopatológico constatou o diagnóstico de cisto radicular. Com
18 meses foi realizado uma tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC), mostrando a
reconstrução óssea. Clinicamente, estava sem sinais de alteração e paciente relatou ausência de
Figura 12: Radiografia inicial e pós cirúrgica imediata. Figura 13: Aspecto clínico com
. 18 meses
3 DISCUSSÃO
O presente caso relata a remoção cirúrgica de extenso cisto radicular do dente 21 pela
microcirurgia endodôntica devido a persistência da lesão inflamatória com acompanhamento
de 18 meses. A complexidade morfológica do canal radicular torna possível que as bactérias
não sejam completamente eliminadas após o tratamento endodôntico, o que leva à infecção
apical e até a formação de um cisto radicular. O cisto radicular é um cisto inflamatório precedido
por um granuloma radicular crônico e estimulação de restos celulares de Malassez, epitélio
escamoso não queratinizado parcialmente ou completamente revestido em cápsula (NAIR et
al., 1996).
O planejamento é uma etapa fundamental para o diagnóstico e estabelecimento do plano
de tratamento. No caso, foi realizado com a utilização da TCFC, a qual permitiu o conhecimento
da região a ser tratada, com detecção da grande extensão da periodontite apical, da ausência de
fratura e reabsorção radicular, condição óssea periodontal, além de outros fatores. Estudos de
TCFC a mostraram como um método acurado para identificação de periodontites apicais
(ESTRELA et al., 2008) e também estabeleceram um novo índice periapical (CBCTPAI) que
oferece um método diagnóstico preciso para uso com imagens de alta resolução (ESTRELA et
al., 2008).
Karabucak e Setzer (2007) apontaram a importância da preservação do dente como
primeira opção de tratamento frente a um quadro de periodontite apical persistente. No caso
relatado foram feitas algumas trocas de medicação na tentativa de melhorar a secreção
purulenta, porém, sem sucesso. Desde então, foi pensado na microcirurgia apical para avaliar
algum fator externo como possível causa e proporcionar um bom prognóstico com a
manutenção do dente.
Floratos e Kim (2017) apontaram pontos importantes da cirurgia parendodôntica
contemporânea. Avanços técnicos, principalmente o microscópio cirúrgico odontológico,
ultrassom, instrumentos microcirúrgicos modernos e materiais selamento radicular retrógrado
biocompatíveis. Car (1992) e Gutman (2014) relataram que a visualização de todas as etapas
operatórias sob alta ampliação é a etapa chave da microcirurgia. A possibilidade de uma alta
ampliação e iluminação que o microscópio cirúrgico proporciona uma inspeção cuidadosa para
identificar a possível razão ou razões para o fracasso do tratamento não cirúrgico. Levando em
17
4 CONCLUSÃO
Desde que bem indicada, a microcirurgia endodôntica é uma boa alternativa para a
resolução lesões periapicais extensas persistentes.
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REFERÊNCIAS
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