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UNILEÃO

CENTRO UNIVERSITÁRIO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

GABRIEL DA SILVA FERREIRA

REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E


RADIOGRÁFICAS

JUAZEIRO DO NORTE-CE
2018
GABRIEL DA SILVA FERREIRA

REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA – CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E


RADIOGRÁFICAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à


Coordenação do Curso de Graduação em
Odontologia do Centro Universitário Doutor Leão
Sampaio, como pré-requisito para obtenção do grau
de Bacharel.

Orientador(a): Ms.Simone Scandiuzzi Francisco

JUAZEIRO DO NORTE-CE
2018
RESUMO

A reabsorção radicular externa é uma ocorrência patológica onde há a destruição das


estruturas dentárias, causada pela ação de clastos ativados, sendo caracterizada pela perda
progressiva ou transitória de cemento ou cemento e dentina. Quando mais invasiva, pode
levar a perda da unidade dental. Sua etiologia é de origem infeciosa ou decorrida de um
processo traumático, onde deve haver um acompanhamento radiográfico com maior atenção
voltada para esses casos, que são mais frequentes a ocorrência da reabsorção. O objetivo do
presente estudo foi analisar por meio de uma revisão de literatura as principais características
clínicas e radiográficas da reabsorção externa, diferenciá-la dos outros tipos de processos
reabsortivos, com o propósito de obter uma correta conduta de tratamento. Foram utilizados
artigos científicos e publicações periódicas nas bases de dados internacionais PubMed, Scielo,
Google Acadêmico e livros com mérito científico. As reabsorções radiculares são
classificadas em relação a sua localização entre internas e externas, estas, ainda se dividem
em relação à natureza, entre reabsorção externa inflamatória (que se subdivide em reabsorção
externa apical, lateral e reabsorção cervical) e substitutiva. Os processos reabsortivos são
difíceis de diagnosticar, classificar e tratar, visto que, na maioria das vezes, ocorre de forma
silenciosa e assintomática, sendo detectados apenas nos exames clínicos e radiográficos de
rotina. O prognóstico da reabsorção inflamatória é satisfatório a medida em que o estímulo
inflamatório é removido. Já as reabsorções cervicais e por substituição podem apresentar um
prognóstico desfavorável quanto maior for o grau de comprometimento dos tecidos e avanço
dos processos reabsortivos. É de suma importância que os cirurgiões-dentistas tenham uma
visão multidisciplinar e habilidade de interpretar radiograficamente cada tipo de processo para
conduzir o correto tratamento, uma vez que, cada um tem uma conduta específica e que
quando diagnosticada precocemente favorece a cura.

Palavras-chave: Reabsorção radicular externa. Diagnóstico. Endodontia.


ABSTRACT

The external radicular resorption is a pathological occurrence where there is destruction of the
dental structures, caused by the action of activated clasts, being characterized by progressive
or transitory loss of cement or cementum and dentine. When more invasive, it can lead to loss
of dental unit. Its etiology is of infectious origin or derived from a traumatic process, where
there must be a radiographic monitoring with more attention aimed to these cases, which are
more frequent the occurrence of resorption. The objective of the present study was to analyze,
by the means of a literature review the main clinical and radiographic characteristics of
external resorption, differ it from other types of resorptive processes, with the purpose of
obtaining a correct treatment conduct. Scientific articles and periodical publications were used
in the international databases PubMed, Scielo, Scholar Google and books with scientific
merit. The radical resorptions are classified in relation to their location between inflammatory
external resorption, these, are still divided in relation to nature, between external
inflammatory resorption (which is subdivided into external apical, lateral resorption, and
cervical resorption) and substitutive. The resorptive processes are hard to diagnose, classify
and treat, since, in most of the times, it occurs in a silent and asymptomatic way, being
detected only in routine clinical and radiographic exams. The prognosis of the inflammatory
resorption is satisfactory as the inflammatory stimulus is removed. As for the cervical and by
substitution resorptions may present an unfavorable prognosis the greater the degree of tissue
impairment and the advancement of the resorptive processes. It is of great importance that the
oral surgeons have a multidisciplinary view and the ability to interpret radiographically each
type of process to conduct the correct treatment, since, each of them have a specific conduct
and that when early diagnosed favors the cure.

Key-words: External radicular resorption, Diagnosis, Endodontics


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Casos clínicos de reabsorção radicular externa, tratamento e proservação,


realizados entre 2008 e 2017............................................................................................. pág 24
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Classificação da reabsroções radiculares progressivas....................................pag 12


Figura 2 – Classificação de Consolaro..............................................................................pág 16
Figura 3 – Classificação de Heithersay ........................................................................... pág 18
LISTA DE SIGLAS

CBCT Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico


MTA Agregado de Trióxido Mineral
RCE Reabsorção Cervical Externa
EBA Ethoxy Benzoic Acid
CEM Mistura de cálcio enriquecida
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 METODOLOGIA................................................................................................................ 10
3 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 11
3.1 Definição e etiologia ........................................................................................................ 11
3.2 Classificação e evolução .................................................................................................. 14
3.3 Diagnostisco diferencial - caracteristicas clínicas e radiográficas. ................................. 17
3.4 Tratamento e prognóstico ................................................................................................ 20
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 24
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 26
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 27
8

1 INTRODUÇÃO

A definição de reabsorção dentária pode ser entendida como um evento patológico ou


fisiológico decorrido basicamente da ação das células osteoclásticas ativadas, as quais
provocam a perda progressiva ou transitória do cemento/dentina ou só cemento. Os processos
reabsortivos ocorrem essencialmente no orgão dental, cuja etiologia pode ser relacionada a
fatores de ordem infecciosa ou traumática. (LOPES E SIQUEIRA, 2010). Além disso, podem
se desenvolver tardiamente após um traumatismo dental, ou decorrentes da movimentação
ortodôntica, terapia periodontal, clareamento dental e cirurgia ortognática, porém sua exata
patogênese ainda não está totalmente definida (TRONSTAD, 1991; HEIMISDOTTIR et al.,
2005).

Existe uma variação na classificação das reabsorções quanto a sua localização,


características e mecanismos de desenvolvimento, sendo normalmente classificadas em
externa e interna ou ainda a combinção deste dois tipos (GUNRAJ, 1999; RODD et al., 2005).
A diferenciação do diagnóstico dos tipos de reabsorção é usulamente detectada por meio
radiográfico, sendo na maioria das vezes, um achado radiográfico (DUMFAHRT E
MOSCHEN, 1998; RODD et al., 2005). Nos processos de reabsorção interna observa-se uma
imagem radiolucida ocupada pelo tecido pulpar localizada em altura variada tanto na câmara
pulpar quanto no canal radicular, tendo radiograficamente uma imagem tipica de ampola com
bordas regulares e arredondadas. Já a imagem radiográfica na reabsorção externa aparece
regularmente o contorno pulpar da pré-dentina, a qual corresponde fielmente ao
delinemanento do canal radicular que se superpõe sobre área irregular dos limites da
reabsorção externa (CONSOLARO, 2005; RODD et al. 2005).

No exame clinico da reabsorção externa, o dente não apresenta sintomatologia


dolorosa porém pode apresentar ligeira mobilidade e sensibilidade á percussão. Com o avanço
da reabsorção a mobilidade se torna excessiva ou ainda pode apresentar fratura ou uma lesão
de coloração rósea na coroa (RODD ET AL., 2005). Há algumas restrições clinicas e
radiográficas na determinação segura do grau de evolução e limites das áreas de reabsorções
dentárias, exigindo outros recursos adicionais de imagem como a tomografia
computadorizada de feixe cônico no diagnóstico das reabsorções radiculares (COHENCA et
al., 2007; REN et al., 2013). As imagens digitais produzidas por esta tecnologia oferece uma
visão em três dimensões, suprimindo a sobreposição de imagens como visto nas radiografias
periapicais, além de apresentar baixa dosagem de radiação quando comparadas as tomografias
9

convencionais, apresentando melhor resolução e precisão das áreas reabsortivas (COTTON et


al., 2007).

Assim, o acompanhamento clinico radiográfico associado a anamnese minuciosa,


principalmente nos casos de pacientes com história de traumatismo dental, proporciona um
diagnóstico diferencial precoce e mais direcionado, alem disso, o conhecimento técnico e
cientifico do desenvolvimento das reabsorções radiculares, bem como sua etiologia e
mecanismo de desenvolvimento contribuem para estabelecimento das condutas clinicas
necessárias para cada caso (CAMARGO, 2013)

O objetivo do presente estudo foi analisar por meio de uma revisão de literatura o
diagnóstico diferencial entre os processos de reabsorção externa, bem como a conduta clínica
para cada tipo de reabsorção.
10

2 METODOLOGIA

O presente estudo consistiu em realizar uma revisão de literatura relacionada ao


processo de reabsorção radicular externa. Foram utilizados artigos científicos e publicações
periódicas nas bases de dados internacionais PubMed, Scielo, Google Acadêmico e livros
com mérito científico, utilizando as palavras-chave: “reabsorção radicular externa”,
“reabsorção cervical”, “traumatismo dental”, “anquilose”, “diagnóstico”, “endodontia”, sem
distinção de ano de publicação.
11

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA

A ativação das células osteoclásticas no desenvovilmento da reabsorção dentária, pode


ser compreendida como um evento fisiológico ou patológco, que provoca a perda transitória
ou progressiva de estruturas dentais como o cemento e a dentina, tornando-se uma
complicação dental que, quando não diagnosticada e tratada a tempo causa destruição das
paredes do dente até sua perda. (FUSS et al., 2003).

As reabsorções ocorrem de duas maneiras: fisiologicamente quando se inicia a


esfoliação da dentição decídua para a substituição pela permanente, ou então vinda de um
processo patológico, que nesse caso ocorre a perda de cemento e de dentina com consequente
o comprometimento do elemento dentário. As reabsorções dentárias podem ser induzidas por
meio de fatores traumáticos e/ou infecciosos, e é estritamente um fenômeno local
(CONSOLARO, 2005; FERREIRA, et al.,2006).

A gravidade dos traumatismos dentais está proporcionalmente associada aos processos


reabsortivos mais evoluídos, ou seja, quanto maior gravidade do trauma maiores são as
chances de desenvolvimento de reabsorções. Dentre os traumatismos mais severos, temos
respectivamente, por ordem de gravidade, a avulsão, intrusão, luxações, fraturas radiculares e
fraturas coronárias (com lesão de luxação). Outros fatores etiológicos associados ao
desenvolvimento dos processos de reabsorções dentárias são movimentos ortodônticos
intensos e abruptos, dentes impactados, trauma oclusal ou tecido patológico (cistos ou
neoplasias), bem como, a contaminação dos canais radiculares via necrose pulpar associada a
lesões perirradiculares (CONSOLARO, 2005; FERREIRA, et al.,2006).

De acordo com o mecanismo de indução e mecanismo de manutenção do processo de


reabsorção, estas podem ser divididas em: reabsorção superficial, inflamatória ou de
substituição (CONSOLARO, 2013).

Um esquema prático abaxio evidencia uma forma simples de classificar as


reabsorções:
12

Inflamatória
Reabsorção Radicular Interna
Por substituição

Superficial
Lateral
Reabsorção Radicular Externa Transitória
Inflamatória Cervical
Progressiva
Apical
Por substituição

Reabsorção Radicular
Interna/Externa
Figura 1: Classificação das Reabsorções radiculares progressivas

A Reabsorção Superficial é definida como pequena cavidade superficial no cemento e


nas camadas externas de dentina, associada a uma reação inflamatória no ligamento
periodontal (CONSOLARO, 2005).

A Reabsorção Inflamatória é definida quando uma cavidade de reabsorção inicial


penetra no cemento e atingem os túbulos dentinários, toxinas de uma eventual infecção do
canal radicular ou dos túbulos dentinários podem ser transmitidas por meio dos túbulos
expostos até a superfície radicular. Este evento levará a uma continuação do processo
osteoclástico e a uma reabsorção progressiva da superfície radicular, estabelecendo ao final
uma comunicação com o canal radicular. (ANDREASEN, 2001). A reabsorção inflamatória
advém de danos físicos direto na superfície radicular, principalmente devido ao contato
mecânico. As causas clínicas que induzem o processo da reabsorção inflamatória são, por
ordem de frequência: movimentação ortodôntica, lesão periapical crônica, trauma oclusal e
traumatismo dentário de pequena magnitude, e a região mais comprometida é o terço apical
(CONSOLARO, 2005).

As reabsorções externas inflamatórias podem ser classificadas por sua localização em:
apical, reabsorção dentária externa do segmento médio (lateral) e reabsorção dentária externa
cervical invasiva. (LOPES, SIQUEIRA, 2010)

A reabsorção dentária externa apical é localizada no ápice da raiz e frequentemente é


observada em dentes com polpa necrosada e lesão perirradicular crônica, é um processo
progressivo que causa desde pequenas perdas de substâncias, que não são percebidas ao
13

exame radiográfico, até grandes perdas que podem acometer o sucesso do


tratamentoendodôntico. Clinicamente é assintomática e no exame radiográfico, é detectado
áreas radiotransparentes no ápice e no osso adjacente. Normalmente há uma diminuição das
raízes e na maioria das vezes, é irregular, podendo ser mais marcante em uma das faces da
raiz, apresentando o aspecto bico de flauta. (LOPES, SIQUEIRA, 2010).

A reabsorção dentária externa lateral é localizada na porção media e/ou apical da raiz,
a face radicular externa fisiologicamente está protegida pelo ligamento periodontal e pelo
cemento, e os casos em que ocorre a perda ou dano no ligamento periodontal poderá ter inicio
ao um processo de anquilose. No exame radiográfico há uma perda contínua de tecido dental
associado a zonas radiolúcidas persistentes no osso adjacente, podem estar localizadas nas
faces laterais (mesial e distal) ou vestibular ou palatina (LOPES, SIQUEIRA, 2010).

Segundo Melo (1998), a reabsorção cervical é uma reabsorção radicular de origem


inflamatória, que ocorre logo abaixo do epitélio juncional, na região cervical do dente. É uma
ocorrência comum, não bem reconhecida, e ocorre após lesões traumáticas. (MELO, 1998).

A reabsorção externa, quando é mais invasiva pode levar a perda da unidade dental, e
esse processo inicia-se na superfície externa da raiz, onde a dentina ficou desnuda e assim, as
células clásticas do periodonto adjacente, passam a destruir a dentina em qualquer face. As
principais causas das clínicas indutoras reabsorções cervicais são: o traumatismo dentário e o
clareamento dentário interno. O traumatismo dentário que predomina como causa desses
casos é a concussão, a qual o paciente nem se lembra de relatar, pela sua frequência quase
diária e por ser assintomática. (ANDREASEN e HJORTING-HANSEN, 1966)

Já a reabsorção por substituição está relacionada a uma extensa área do ligamento


periodontal perdida ou danificada durante a avulsão, onde ocorre a fusão entre a raiz e o osso,
chamada de anquilose dento alveolar. (ANDREASEN e HJORTING-HANSEN, 1966)

Andreasen e Hjorting-Hasen (1966) estudaram o mecanismo de desenvolvimento da


reabsorção inflamatória. Verificaram que processo se inicia com a reabsorção do cemento
expondo dentina, que a seguir é reabsorvido. Se a polpa está necrótica, substâncias tóxicas
podem passar por túbulos dentinários e atingir espaço periodontal iniciando assim uma reação
inflamatória levando a uma perda rápida da estrutura radicular (ANDREASEN e HJORTING-
HANSEN, 1966). Os processos reabsortivos são problemas complexos para os profissionais
de odontologia, cuja etiologia pode estar associada a vários fatores dificultando o diagnóstico
(HOVLAND, DUMSHA, 1999).
14

3.2 CLASSIFICAÇÃO E EVOLUÇÃO

Inúmeras classificações para as reabsorções radiculares patológicas têm sido propostas


gerando bastantes controvérsias e dificuldades quanto ao diagnóstico diferencial e conduta
terapêutica a serem empregadas (CONSOLARO, 2005; FERREIRA, et al.,2006). Todavia
podem ser divididas em função de seu local de origem, natureza, e padrão de evolução
(RODD et al., 2005). Em relação ao local de origem, as reabsorções radiculares podem ser
divididas em externa e interna. Em relação a natureza elas podem ser divididas em
inflamatória (que se subdivide em reabsorção dentária externa apical, reabsorção dentária
externa lateral e reabsorção dentária externa cervical), e reabsorção dentaria externa
substitutiva (LOPES, SIQUEIRA, 2010).

A reabsorção inflamatória é considerada transitória quando as células reabsortivas


(osteoclastos) não sofrem uma estimulação continua então poderá ocorrer o reparo com
formação de tecido semelhante ao cemento tanto no canal radicular quanto na superfície
radicular. Já a reabsorção transitória progressiva, acontece quando se tem um estimulo
adicional das células reabsortivas que podem ser: irritação mecânica, aumento de pressão,
infecção da dentina e do canal radicular e por alterações sistêmicas, tais processos são
progressivos e podem levar a destruição radicular (MELO, 1998).

De acordo com Consolaro (2005) o maior fator desencadeante dos processos de


reabsorção dental é a ocorrência de danos severos nos cementoblastos, onde ocorre uma
exposição da superfície do dente, que fica desnuda, sem o pré-cemento, expondo a porção
mineralizada da raiz, e desta forma, atrai para esse local as unidades de remodelação óssea.
Essa agressão aos cementoblastos também induz um processo inflamatório na mesma área,
proporcionando um aumento no acumulo de mediadores da atividade osteoclástica local.
Quando esse processo é induzido, a reabsorção é classificada como uma reabsorção dentária
inflamatória, e segundo Trope (2000) para que ocorra a reabsorção radicular, duas coisas
devem acontecer: a perda ou alteração da camada protetora (cemento pré-primária ou pré-
dentina) e a inflamação deve ocorrer em áreas de superfície radicular desprotegida.

Na literatura o processo de reabsorção inflamatória ainda não é bem explicado, sendo


possível que o tecido necrótico não infectado possa iniciar e sustentar este processo. O
mecanismo da reabsorção inflamatória se dá pela presença de microrganismos no sistema de
canais, contaminando-o, bem como os túbulos dentinários, através da presença de restos
15

necróticos no seu interior. Todavia o controle dessa reabsorção se dá basicamente pela


desinfecção e limpeza do canal radicular, onde alguns medicamentos têm se mostrado
bastante eficazes no controle da reabsorção inflamatória, como hidróxido de cálcio
(SILVEIRA et al., 2013). Normalmente observa-se a instalação dessa reabsorção cerca de
duas semanas após o episódio de trauma dental, que se desenvolve de maneira rápida, por
isso, o diagnóstico e tratamento precoce atuam determinantemente na paralização do possíveis
danos causados pela sua atividade de reabsorção (TROPE, 2000).

Na reabsorção por substituição ocorre uma remodelação óssea rápida e constante das
estruturas mineralizadas, que substitui a dentina com a formação contínua de osso, inclusive
na superfície periodontal do alvéolo dentário (CONSOLARO, 2002). O mecanismo da
reabsorção por anquilose acontece, frequentemente, quando os restos epiteliais de Malassez
são eliminados, sendo geralmente induzido por traumatismos dentais, de intensidade leve,
como a concussão, até os mais graves, como a avulsão. Durante o processo de anquilose
alvéolo dentária, ocorre a remodelação óssea envolvendo também os tecidos mineralizados
dentários, que serão gradativamente reabsorvidos e substituídos por osso, por isso, o termo
reabsorção dentária por substituição. Portanto, diante da reabsorção por substituição, deve-se
considerar sucesso, o fato do dente ser mantido na boca, exercendo sua função e estética até
que o paciente obtenha seu crescimento total. Entretanto, ainda não há medicamentos ou
tratamentos que contenham total eficácia para controlar a reabsorção por substituição.
(CONSOLARO, 2002).

Quanto ao padrão de evolução, as reabsorções podem se iniciar de quatro formas: a)


Reabsorção Dentária Interna, ocorre por destruição exclusivamente dos odontoblastos na parte
interna da raiz, mas deixando-se as demais estruturas pulpares vivas, embora com graus
variáveis de inflamação; b) Reabsorção Radicular Externa Inflamatória, que ocorre quando há
destruição exclusivamente dos cementoblastos na parte externa da raiz, mas deixando-se as
demais estruturas periodontais vivas, embora com graus variáveis de inflamação. Para este
tipo de reabsorção dentária, uma vez que a causa seja eliminada e a inflamação também
desaparece, e consequentemente teremos a paralisação do processo; c) Reabsorção Cervical
Externa, ocorre por exposição dos “gaps” ou janelas de dentina na junção amelocementária
existentes em todos os dentes na parte externa, mas deixando-se as demais estruturas
gengivais vivas, embora com graus variáveis de inflamação. A dentina tem proteínas
antigênicas e quando exposta tende a ser reabsorvida; d) reabsorção dentária externa por
substituição, ocorre por destruição simultânea dos restos epiteliais de Malassez e dos
16

cementoblastos na parte externa da raiz, com necrose ou eliminação do ligamento periodontal


em vastas áreas da superfície radicular, pois o traumatismo encosta e raspa o dente no tecido
ósseo vizinho. Nessas áreas, as células ósseas, medula óssea, vasos e tecidos endosteais
ficarão em íntimo contato com o cemento radicular mineralizado e exposto (CONSOLARO,
2016).

Ainda segundo Consolaro (2016) os dentes contêm quatro pontos vulneráveis para as
reabsorções ou quatro pontos-chave que os protegem delas: cementoblastos, junção
amelocementária, odontoblastos e restos epiteliais de Malassez. Por sua vez, os dois
mecanismos da reabsorção dos tecidos dentários mineralizados são:

1. Os clastos atuam estimulados por mediadores do processo inflamatório associado a


uma área desnuda de tecido dentário mineralizado e, por isso, chamado de mecanismo
inflamatório da reabsorção dentária ou reabsorção dentária inflamatória.

2. Os clastos atuam sobre os tecidos dentários quando esses se apresentam unidos ao


osso e suas partes mineralizadas, que estão constantemente em remodelação, incluindo os
dentes, nessa constante formação/reabsorção/formação que caracteriza nosso esqueleto. Isso
somente ocorrerá quando houver uma anquilose alveolodentária: é o mecanismo da
reabsorção dentária por substituição.

Figura 2. A destruição ou exposição pontual das quatro


estruturas que protegem os dentes da reabsorção gera quadros
imagiológicos específicos e característicos dos diferentes tipos
de reabsorções dentárias e, automaticamente, remete à causa,
plano de tratamento e prognóstico: 1 = reabsorção externa
inflamatória; 2 = reabsorção cervical externa, de natureza
inflamatória; 3 = reabsorção interna, de natureza inflamatória; e
4 = reabsorção dentária por substituição, após anquilose
alveolodentária.

Fonte: Dental Press Endodontics. 2016 Sept-Dec;6(3):7-11


17

3.3 DIAGNOSTISCO DIFERENCIAL - CARACTERISTICAS CLÍNICAS E


RADIOGRÁFICAS.

A ocorrência das reabsorções dentárias não pode ser prevista tornado o diagnóstico a
chave para a condução dos achados patológicos através dos exames clínicos de rotina. O
exame radiográfico rotineiro tem papel fundamental na identificação de algumas patologias,
como a reabsorção interna. A dificuldade do diagnóstico é também constituída pela
necessidade em se diferenciar a reabsorção interna (iniciada no interior do tecido pulpar) da
externa (iniciada no periodonto) (MELO, 1998). O diagnóstico diferencial das reabsorções
consiste na habilidade de se interpretar radiograficamente estruturas dentárias normais. A
reabsorção interna e externa pode ocorrer em qualquer superfície do dente em contato com
tecido vital. A maioria das lesões reabsortivas internas são simétricas, bem definidas e nítidas
e podem ocorrer em qualquer superfície interna da raiz formando um defeito uniforme em
densidade. A reabsorção externa pode ocorrer em qualquer superfície lateral da raiz, podendo
aparecer sobreposta pelo sistema de canais radiculares, dificultando o diagnóstico
(GARTNER et al., 1976).

O exame radiográfico utilizando radiografias periapicais (técnica de Clark) e bite-wing


é o instrumento-chave para a diferenciação das reabsorções dentárias e, estabeleceram normas
de conduta radiográficas diferenciais para a reabsorção interna e externa. São elas: a) as
margens do defeito de reabsorção interna são lisas e bem definidas, já as margens da
reabsorção externa são irregulares; b) as reabsorções externas variam na densidade e possuem
um aspecto “mordiscado”; já a maioria dos defeitos de reabsorção interna é simétrica, embora
possam ser excêntricos; c) na reabsorção interna a configuração anatômica do canal radicular
é alterada e aumenta em diâmetro, na reabsorção externa, o canal está inalterado, e seu
contorno pode ser seguido através do defeito da reabsorção. As radiografias expostas com
ângulos horizontais diferentes podem auxiliar na distinção entre a reabsorção interna e
externa; nos casos em que o defeito é interno, a imagem da relação do canal com o defeito
permanecerá na mesma posição e no caso do defeito externo, a imagem da relação do defeito
com o canal se modificará a medida que o ângulo horizontal do feixe for alterado (GARTNER
et al.,1976; HOVLAND, DUMSHA, 1999); CONSOLARO, 2002).

Na Reabsorção externa inflamatória ocorre uma reabsorção progressiva da raiz,


assintomática, e radiograficamente, apresenta-se com uma imagem radiolúcida adjacente ao
tecido ósseo vizinho. Usualmente observa-se diretamente uma associação com a endodontia
18

pelo desenvolvimento da necrose pulpar nestes casos, onde há a presença de microorganismos


no sistema de canais radiculares e nos túbulos dentinários. Observa-se também principalmente
nos casos avançados a presença de mobilidade e sensibilidade à percussão e palpação.
Radiograficamente apresenta radioluscência persistentes na raiz e no osso alveolar adjacente,
não penetrando no canal radicular. (MELO, 1998) Deste modo, a reabsorção é progressiva se
não for realizado o tratamento endodôntico e pode evoluir no sentido apical ou coronário
resultando na perda de estrutura dentária (TRONSTAD, 1991; TROPE, 1997).

A reabsorção cervical invasiva ocorre silencisamente, sendo assintomática, porém


frequentemente é considerada uma forma agressiva e destrutiva de reabsorção radicular
externa, sendo frequentemente observada como complicação tardia dos traumatismos dentais
devido aos sérios danos nos tecidos de sustentação. Esse processo inicia-se na superfície
externa da raiz, onde a dentina ficou desnuda e assim, as células clásticas do periodonto
adjacente, passam a destruir a dentina em qualquer face. Essa dentina, normalmente, na
porção cervical, pode ficar exposta em função de movimentação ortodôntica, trauma dental,
clareamento dental, procedimentos periodontais, cirurgias ortognáticas ou dento-alveolares e
mesmo terem uma origem idiopática. (HEITHERSAY, 2004).

Em função da destruição dentinária, Heithersay (2004) classificou essa patologia em 4


classes, como o esquema abaixo:

Figura 2: Classificação das reabsorções. Fonte: HEITHERSAY GS. Invasive cervical


resorption. Endodontic Topics, v.7, p. 73–92, 2004
19

Segundo Melo (1998) as reabsorções externas cervicais radiograficamente,


apresentam-se como uma lesão localizada na face mesial ou distal da raiz, com uma pequena
área radiolúcida, adjacente ao canal radicular. Quando a lesão está localizada na face
vestibular ou lingual da raiz, o aspecto radiográfico estará na dependência da extensão da
expansão do processo reabsortivo. Observa-se uma pequena área radiolúcida centralmente na
margem cervical. Se se expandir apicalmente ou coronariamente, a radioluscência fornece
uma imagem de “funil”.

No estágio inicial, a destruição ocorre na dentina cervical, podendo invadir a parte da


coroa dental e essa cavidade de reabsorção passa a ser preenchida por um tecido altamente
vascularizado. Na fase inicial, temos a classe 1. Conforme a destruição dentinária progride, o
esmalte pode ficar tão delgado que dá para ver, por transparência uma imagem rosada na
coroa, definindo a classe 2. Clinicamente, muitas vezes esse processo reabsortivo não invade
o tecido pulpar, que tem resposta normal ao teste de vitalidade. O tecido de granulação se
encerra na pré-dentina, protegendo a polpa em casos de reabsorções mais longas, e se
expandirá em direção lateral, apical e coronária. Em casos de expansão coronária, o defeito
pode ser visível na região do esmalte, dando uma aparência de mancha rósea. Por isso,
erroneamente esses aspectos clínicos se confundem com os da reabsorção interna, gerando
muitos casos de reabsorções cervicais diagnosticadas e tratadas incorretamente.
(HEITHERSAY, 2004).

Entretanto, se não for diagnosticada e tratada, ela evolui e então promove uma
comunicação com o canal radicular, definindo a classe 3. Radiograficamente, observa-se um
aspecto de “roído de traça” na raiz, mas, consegue-se delimitar a luz do canal. Quando o
processo de reabsorção se expande circunferencialmente e em direção cervico-apical,
classifica-se a reabsorção invasiva como classe 4. A taxa de sucesso para essa categoria é em
torno de 12,5%, muitas vezes contra indicando um tratamento devido ao baixo prognóstico e
grande possibilidade de insucesso. (HEITHERSAY, 2004).

Vasconcelos et al. (2012) relatam dois casos que em que foram levantadas duas
primeiras hipóteses diagnósticas: reabsorção radicular interna ou reabsorção cervical invasiva.
Nos dois casos relatados neste trabalho, o CBCT possibilitou avaliar a extensão real do
defeito da raiz, revelando possíveis pontos de comunicação com o espaço periodontal. Além
do padrão difuso e reabsorção irregular, provando o diagnóstico de reabsorção cervical
invasiva. Os casos ilustram as vantagens do CBCT no diagnóstico da reabsorção invasiva
20

cervical. A combinação com informações clínicas foi essencial para o diagnóstico diferencial
entre a reabsorção radicular interna e a reabsorção cervical invasiva.

Mavridou, et al. (2017), estudaram três estágios da reabsorção baseados em estudos


clínico e experimental. Na primeira etapa (ou seja, a fase de iniciação), a RCE foi iniciada no
cemento abaixo do epitelial gengival. Na segunda fase, a reabsorção invadiu a estrutura do
dente. Na terceira fase, a reabsorção foi dimensionalmente em direção ao espaço da polpa, no
entanto não penetrou no espaço pulpar por causa da presença de uma folha pericanalar
resistente à reabsorção. Observou-se que a camada consistiu em pré-dentina, dentina, e
ocasionalmente tecido reparador mineralizado, tendo uma espessura em média de 210 mm.
No último estágio (ou seja, o estágio de reparo), ocorreu um crescimento e uma aposição na
cavidade da reabsorção. Durante esse estágio o fenômeno de reparação, e remodelação
evoluem simultaneamente, enquanto tanto a reabsorção quanto a reparação progridem em
diferentes áreas do dente.

A reabsorção por substituição é uma modalidade de reabsorção assintomática que


predomina entre os pacientes jovens, principalmente associados a casos de traumas mais
severos como as luxações e avulsões dentais. Assim, a anquilose alveolar é uma junção do
osso alveolar com o dente, progredindo, como conseqüência, a reabsorção progressiva da raiz
pela substituição da dentina por osso (reabsorção de substituição), causando um sério
problema em pacientes em crescimento devido a interrupção do processo alveolar.
Clinicamente, a anquilose dento-alveolar e a reabsorção serão reconhecidas por causa da
perda de mobilidade do dente anquilosado, e pelo som metálico à percussão.
Radiograficamente é reconhecida pela ausência do espaço do ligamento periodontal (MELO,
1998).

3.4 TRATAMENTO E PROGNOSTICO

A finalidade principal do tratamento das reabsorções radiculares externas é a


eliminação da causa, uma vez que a medida em que o processo inflamatório se paralisa na
região da reabsorção, as unidades osteorremodeladoras e seus clastos deixam de reabsorver os
tecidos envolvidos, oportunizando a chegada de novos cementoblastos na região, promevendo
a cura (CONSOLARO, 2011).
21

O prognóstico da reabsorção inflamatória é satisfatório a medida em que o estímulo


inflamatório é removido, no caso das infeções endodônticas o tratamento endodôntico acaba
limitando o processo de reabsorção. Já as reabsorções cervicais e por substituição apresentam
um prognóstico desvaforável quanto maior for o grau de comprometimento dos tecidos e
avanço dos processos reabsortivos portanto, depende da localização e extensão, sendo pior
quanto mais cervical. Apenas as áreaa de reabsorção limitada com boa acessibilidade
cirúrgica podem ser tratadas com sucesso (CONSOLARO, 2011).
O tratamento da reabsorção inflamatória apical deve ser realizado removendo a
infecção endodôntica através da instrumentação do canal e quando indicado a colocação de
medicação intracanal (LOPES E SIQUEIRA, 2013). O preenchimento do canal com o
hidróxido de cálcio, de acordo com os estudos atuais, é a conduta mais indicada. (SOARES E
GOLDEMBERG, 2011, LOPES E SIQUEIRA, 2013).
A pasta de hidróxido de cálcio atua na dentina, e sua elevada alcalinidade,
propriedades antibacteriana e de remineralização, agem por contato, levando a necrose das
unidades osteorremodeladoras paralisando o processo e induzindo a cura. (SOARES E
GOLDEMBERG, 2011). Eventualmente, a pasta de hidróxido de cálcio é renovada após 7
dias da colocação inicial, e é trocada até a persistência da reabsorção ou exsudato (LOPES E
SIQUEIRA, 2013).
O tratamento da reabsorção inflamatória cervical geralmente apresenta um grau
eleveado de complexidade, pois sua localização muito próxima ao periodonto torna duvidoso
o prognóstico (SOARES E GOLDBERG, 2011). Segundo Heithersay (2004) os casos de
reabsorção cervical do tipo classe 1 e 2 a abordagem clinica requer a exposição da área da
reabsorção (HEITHERSAY, 2004). Na Classe 1 está indicada a abordagem cirúrgica, seguida
de curetagem do tecido fibro-vascular e reparo com material restaurador (ionômero ou resina
composta). Para a Classe 2, o exame de tomografia computadorizada é indispensável para a
delimitação da área da reasorção, se os cortes tomográficos demonstrarem dentina saudável ao
redor da luz do canal, pode-se optar somente pela abordagem cirúrgica para exposição do
defeito de reabsorção e proceder como na classe 1. Vários materiais têm sido utilizados nesses
casos, sendo selecionados de acordo com a localização, dentre eles, temos: super EBA,
amalgama, ionômero de vidro, guta-percha termoplastificada e o agregado trióxido mineral
(MTA) Entretanto, se houver muito proximidade, pode-se optar pelo tratamento endodôntico,
seguido da abordagem cirúrgica (SOARES E GOLDBERG, 2011). Já os casos classe 3 e 4,
são um pouco mais complexos pelo grau de extensão e comprometimento endodôntico, e em
muitos casos o prognóstico desfavorável, podendo ser levado a exodontia.
22

A reabsorção por substituição está relacionada a uma extensa área do ligamento


periodontal perdida ou danificada, frequentemente associada a traumatismos dentais, desde os
mais leves, como a concussão, até os mais severos, como a avulsão. Segundo Melo (1998)
não há tratamento para este tipo de reabsorção radicular. Consolaro (2011) relatou que esse
tipo de processo sempre decorre em anquilose alveolodentária e, depois de estabelecida, não
há alternativas que paralizem este processo. A medida em que a reabsorção avança, ocorre
uma remodelação óssea constante das estruturas mineralizadas, mas há também uma
formação contínua de osso, inclusive na superfície periodontal do alvéolo dentário, levando a
completa substituição da raiz por osso neoformado e perda do dente (LOPES E SIQUEIRA,
2013). Segundo Consolaro (2011) o tratamento endodôntico não vai influenciar positivamente
nesse prognóstico e nem mesmo há evidência de que influencie no tempo ou velocidade de
substituição do dente por osso.

Em busca de um melhor planejamento clinico dos processos reabsortivos, a tomografia


computadorizada por feixe cônico mostrou-se particularmente útil no diagnóstico das
reabsorções externas. A visualização de estruturas tridimensionais pelas imagens obtidas com
o uso da tomografia computadorizada (TCCB) favorece a definição precisa do planejamento
do tratamento em casos complexos. (PATEL E DAWOOD, 2007).

Patel e Dawood (2007) analisaram um estudo sobre situações onde não foi possível
chegar ao diagnóstico somente com as radiografias convencionais, demonstrando a
importância da tomografia computadorizada e a supremacia da utilização do feixe cônico para
determinar o correto diagnósticos das reabsorções externas, sendo verificados dois casos
clínicos em que foram realizadas a radiografia convencional e, posteriormente, a tomografia
computadorizada, observando a larga diferença da extensão da reabsorção quando visualizada
nesta, em relação a primeira. Relataram ainda, que a tomografia computadorizada do feixe de
cone é uma adição útil ao endodontista para o tratamento de problemas endodônticos
complexos, pois emitem doses de radiação mais baixas em comparação com as radiografias
tradicionais e a precisão geométrica dos objetos digitalizados torna o CBCT ideal o
planejamento correto. Da mesma forma, Choudhury, Priyadarshini et al. (2015) relataram a
necessidade do planejamento digitalizado principalmente em casos de reabsorções idiopáticas
com múltiplos sítios.

Nakata et al. (2009) relacionaram os achados de uma reabsorção radicular externa de


um pré-molar inferior, feito com a tomografia computadorizada e com radiografias
periapicais. Esta, apresentou uma lesão com pequena reabsorção no periápice comprometendo
23

as faces distal e mesial. Já a tomografia, revelou a presença de reabsorção radicular nas faces
vestibular, mesial e distal. O dente foi levado a exodontia, onde foi observado e comparado
com as imagens em 3D, que confirmaram a extensão da lesão. Perceberam que essa segunda
técnica é muito importante, pois oferecem imagens não vistas na radiografia convencional.

De acordo com Consolaro (2011) para o tratamento das reabsorções externas


inflamatórias ou por substituição não há qualquer evidência que justifique fazer o tratamento
endodôntico, via canal, para controlar processos reabsortivos externos quando a polpa está
com vitalidade. Porém nos casos em que há necrose pulpar o tratamento endodôntico está
indicado para remover a inflamação periapical induzida pelos produtos microbianos.

Vários materias são utilizados no preencimento das lacunas de reabsorção e


recentmente foi lançado no mercado, um material, que possui as mesmas indicações do
MTA, demonstrando propriedades mecânicas superiores que o mesmo. Esse novo material é
denominado Biodentine (Septodont, Saint Maur des Faussés, França), a base silicato de
tricálcio, sendo escolhido, em detrimento dos outros, pelo seu tempo reduzido de presa e
melhores propriedades mecânicas. Naik, Mayuri Mohan et al (2015), utilizou a Biodentine
para preencher a área de uma reabsorção externa que, segundo ela, possui diversas formas de
aplicações, incluindo seu uso como substituto de dentina, proteção pulpar, pulpotomia,
apexogênese, apexação e material de reparo de raiz com perfuração, obturação de canal
completo e preenchimento de raízes.

Diante dos casos de reabsorções radiculares externas, as condutas clínicas devem


priorizar sistematicamente uma sequência ordenada de procedimentos: primeiramente,
identificar precisamente a causa; depois, planejar a forma de abordagem terapêutica e,
finalmente, adotar as condutas de forma muito bem fundamentada.
24

4 RESULTADOS

Foi feito um levantamento de 20 artigos de casos clínicos dos últimos 10 anos, e observados os métodos para chegar ao diagnóstico
correto, os tratamentos realizados, bem como o material utilizado e os resultados obtidos.

Tabela 1. Casos clínicos de reabsorção radicular externa, tratamento e proservação, realizados entre 2008 e 2017.
DESCRIÇÃO DO CASO
ANO AUTORES TRATAMENTO REALIZADO PROSERVAÇÃO
CLÍNICO
NIKOLIDAKIS, D. et al, 2008. Caso I – Reabsorção cervical Intervenção cirúrgica e restauração da Após 3 anos, foi observada uma reparo, sem
externa reabsorção com cimento de ionômero de sinais e sintomas da reabsorção.
vidro, sem necessidade de realizar o
2008 tratamento endodôntico.
BALLAL, V; KUNDABALA, Caso II – Reabsorção inflamatória Foi tratada endodonticamente por 2 anos Ao fim dos 2 anos o prognóstico foi favorável.
M; BHAT, K. S. 2008. com medicação de hidróxido de cálcio
misturado com propilenoglicol.
ÖKTEM, Z. B. et al, 2009. Caso I – Reabsorção externa Tratamento endodôntico com medicação Após 24 meses, não foram observados sinais
2009 inflamatória intracanal de hidróxido de cálcio. de patologia.
YILMAZ, H; KALENDER, A; Caso I – Reabsorção cervical Após a intervenção cirúrgica e o tratamento Após 1 ano não demonstra alterações
2010 CENGIZ, E. 2010. do canal radicular, a reabsorção foi selada patológicas no exame clínico e radiográfico.
com agregado de trióxido mineral.
KIM, S; YANG, S. 2011. Caso I – Reabsorção inflamatória O tratamento endodôntico foi realizado após O pós-operatório revelou cicatrização
a intervenção cirúrgica. A reabsorção foi completa da lesão.
descontaminada a raiz foi reparada com
cimento de ionômero de vidro modificado
com resina.
Caso II – Reabsorção cervical O tratamento endodôntico foi realizado com Após 6 anos com radiografia e tomografia
2011 FERNÁNDEZ, R; RINCÓN, J.
invasiva agregado de trióxido mineral. computadorizada com feixe de cone revelou
G. 2011. cicatrizacão completa.

ASGARY, S; NOSRAT, A; Caso III – Reabsorção Foi tratado com medicação de hidróxido de Os exames clínicos e radiográficos posteriores
SEIFI, A. 2011. inflamatória cálcio e obturado usando cimento de mistura mostraram o dente funcional e ausência de
de cálcio enriquecido (CEM). patologia.
KIM, Y. et al, 2012. Caso I – Reabsorção cervical Foi feito o preparo da lesão e a restauração A reabsorção prolongou-se apicalmente, a raiz
2012 invasiva com o cimento de ionômero de vidro. instável, levou a exodontia do elemento.
25

BARTOK, R. I. et al, 2012. Caso II – Reabsorção inflamatória Foi tratado com trocas de medicação de Os resultados foram positivos.
hidróxido de cálcio e clorexidina 2%.

ASHWINI, T. S. et al. 2013; Caso I e II - Reabsroção cervical O MTA foi utilizado para o tratamento dos Após 18 e 24 meses os dentes tratados
2013 GANDI, Padma; DISHA, invasiva casos, mas no segundo foi feito uma encontravam-se funcionais, a progressão da
Saraswathi. 2013 intervenção cirúrgica antes. reabsorção havia cessado.
CELIKTEN, Berkan; Caso I - Rebsorção interna e Exames radiográficos revelaram A Tomografia Computadorizada é útil no
UZUNTAS, Ceren Feriha; externa múltiplas reabsorções externas e internas de diagnóstico de tais lesões.
KURT, Hakan. 2014 causa desconhecida. A reabsorção radicular
múltipla é rara e deve ser examinada usando
diferentes modalidades radiográficas.
2014 HUANG, Zheng et al. 2014; Caso II e III – Reabsorção O tratamento endodôntico foi realizado com O tratamento ortodôntico foi continuado para
BHARTI, Ramesh et al. 2014 inflamatória a ajuda de um microscópio operacional, e correção da má oclusão. Após seis meses
então as rebsorções foram restauradas com mostrou cicatrização inicial da lesão óssea.
MTA. O defeito das reabsorções foi Após três anos mostrou cura quase completa.
restaurado com resina após a remoção do
cimento de ionômero de vidro.
PRUTHI, Preeti Jain et al. 2015; Caso I e II – Reabsorção Foi realizado o tratamento do canal radicular Após 18 meses mostrou a cicatrização
NAYAK, Meghanand T.; inflamatória e a reimplantação intencional do dente, o progressiva do defeito, a biodentina mostrou
NAYAK, Anjali, 2015. tecido granulomatoso foi escavado e a área boas propriedades mecânicas. No segundo
de reabsorção foi preenchida com caso após 24 meses, mostrou a cura
2015
Biodentina., já no segundo caso foi feito da reabsorção radicular e a cicatrização
após a administração de antibióticos para progressiva da lesão com formação de osso.
controlar a infecção e analgésicos para
aliviar a dor.
IONTA, F. Q. et al. 2016; Caso I e II – Reabsroção O uso de MTA pode ser considerado um Permite a preservação dentária em crianças até
PATEL, Kreena et al. 2016. inflamatória tratamento alternativo para a reabsorção o crescimento e o desenvolvimento
radicular externa após o reimplante dentário. esquelético serem concluídos e o tratamento
2016 No segundo, a reimplantação intencional foi com implante pode ser considerado. Após 18
feito para acessar e restaurar a lesão. meses, o dente encontrava-se sadio, sem
evidências radiográficas de reabsorção
radicular inflamatória.
LIBONATI, A. et al. 2017 Caso I – Reabsorção cervical Parar a reabsorção e restaurar a superfície da Quando as lesões são severas a única opção de
raiz. A endodontia é necessária quando tem tratamento viável é a extração.
2017
envolvimento do canal da raiz ou quando um
acesso para a leão é necessário.
26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo da reabsorção é uma ordenada interação entre as células inflamatórias e as


estruturas teciduais duras, sendo uma condição patológica difícil de prever, diagnosticar e
tratar, desta forma o diagnóstico diferencial das reabsorções externas e internas exige uma
habilidade e segurança por parte dos profissionais em se interpretar radiograficamente
estruturas dentárias normais, além da realização de um minucioso exame clínico dos
pacientes, pois o diagnóstico precoce das reabsorções melhora o prognóstico e aumenta as
chances de sucesso do tratamento, devido à remoção do tecido inflamado.

Diagnosticar as reabsorções externas não é uma tarefa simples, uma vez que, possuem
progressão silenciosa, pois na maioria das vezes, os sintomas só se manifestam no seu estágio
mais avançado, gerando um pior prognóstico. Portanto o conhecimento científico da etiologia
e do mecanismo de desenvolvimento das reabsorções radiculares influencia de maneira
decisiva na tomada de decisão de um tratamento adequado para cada caso. As reabsorções
externas exigem uma intervenção multiprofissional, onde o diagnóstico precoce por meio do
acompanhamento clínico-radiográfico, principalmente, dos pacientes com história pregressa
de trauma dental, constitui- se na melhor conduta para a obtenção do sucesso no tratamento
das reabsorções radiculares

Nesta revisão observou-se que são vários fatores que influenciam no prognóstico das
reabsorções, entre eles, tamanho, a localização da reabsorção, momento do tratamento,
manobras técnicas, comunicação lateral e presença de infecção, para os casos de reabsorção
externa cervical, em seu estado inicial, têm um bom prognóstico, com a eliminação das
causas, e do processo inflamatório, onde perdem-se as condições locais apropriadas para a
perpetuação do processo, porém, nos estágios mais avançados o prognóstico se torna
duvidoso pois o avanço da reabsorção compromete de forma irreversível os tecidos pulpares
e periapicais levando a perda dental.
27

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