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Autores
Luís Antônio Tobaru Tibana
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Preceptor
da residência de Radiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Título pelo
Colégio Brasileiro de Radiologia.
Marcos Costenaro
Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Representante
dos residentes de Radiologia da UNIFESP.
Assessoria didática
Bruno Di Muzio
Graduado em Medicina pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Especialista em Radiolo-
gia e Diagnóstico por Imagem pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu
(UNESP). Médico radiologista do Hospital Santa Paula – Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica.
Igor Santos
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista
em Radiologia e Diagnóstico por Imagem pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Stenio Burlin
Graduado em Medicina e especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem pela Universi-
dade Federal de São Paulo (UNIFESP). Médico preceptor dos Residentes de Neuroimagem do
Hospital São Paulo. Membro da equipe de Neurorradiologia do Grupo DASA e da Fundação
Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI).
APRESENTAÇÃO
Os autores
ÍNDICE
1. Métodos de imagem......................................................................9
1. Radiografias (raios X)..................................................................................9
2. Radiografias contrastadas........................................................................9
3. Ultrassonografia ....................................................................................... 17
4. Tomografia computadorizada ...............................................................19
5. Ressonância magnética .......................................................................... 21
6. Nomenclatura ........................................................................................... 22
2. Neurorradiologia.........................................................................23
1. Anatomia radiológica básica...................................................................23
2. Trauma (traumatismo cranioencefálico)............................................. 24
3. Alterações vasculares...............................................................................27
4. Neoplasias...................................................................................................33
5. Alterações inflamatórias e infecciosas................................................35
3. Cabeça e Pescoço........................................................................39
1. Anatomia radiológica básica.................................................................. 39
2. Trauma......................................................................................................... 49
3. Alterações vasculares.............................................................................. 50
4. Alterações inflamatórias e infecciosas ...............................................53
5. Doenças neoplásicas ............................................................................... 54
4. Tórax............................................................................................. 57
1. Introdução....................................................................................................57
2. Anatomia radiológica básica.................................................................. 59
3. Trauma.......................................................................................................... 61
4. Alterações vasculares.............................................................................. 65
5. Neoplasias.................................................................................................. 70
6. Alterações inflamatórias e infecciosas ...............................................74
5. Abdome........................................................................................79
1. Anatomia radiológica básica...................................................................79
2. Trauma......................................................................................................... 83
3. Alterações vasculares.............................................................................. 84
4. Neoplasias.................................................................................................. 85
5. Alterações inflamatórias e infecciosas............................................... 88
6. Abdome agudo obstrutivo......................................................................97
7. Abdome agudo perfurativo.................................................................... 98
6. Musculoesquelético.................................................................. 101
1. Anatomia radiológica básica.................................................................101
2. Trauma....................................................................................................... 106
3. Alterações vasculares..............................................................................111
4. Neoplasias................................................................................................. 112
5. Alterações inflamatórias e infecciosas ............................................. 114
7. Ginecologia e Obstetrícia..........................................................117
1. Introdução.................................................................................................. 117
2. Anatomia radiológica básica................................................................. 117
3. Mama.......................................................................................................... 119
4. Gravidez.....................................................................................................126
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Métodos de imagem
1. Radiografias (raios X)
Ao contrário do que muitos pensam, as radiografias simples continuam presentes e com um
papel fundamental no diagnóstico e na avaliação clínica diária, sendo os exames de imagem
mais solicitados. Modalidades como ultrassonografia (USG), Tomografia Computadorizada
(TC) e Ressonância Magnética (RM) são complementares, e não excludentes, às radiografias.
As indicações para as diversas radiografias que podem ser realizadas já foram discutidas no
conjunto das especialidades clínicas.
Algumas dicas gerais para auxílio na prática clínica:
- Na dúvida de como solicitar ou quais incidências podem auxiliar em um contexto clínico
determinado, cheque se o serviço possui protocolos específicos já prontos ou converse com
o radiologista do serviço;
- Antes de solicitar o exame, cheque as condições clínicas do paciente e se há como ele ser
posicionado para as incidências solicitadas;
- Radiografias ósseas básicas de extremidades usualmente seguem a lógica das incidências
de AP + P (anteroposterior + perfil) para os ossos longos e AP + OBL (anteroposterior + oblí-
qua) para mãos e pés;
- Radiografias de coluna são divididas por segmentos: cervical, torácica, lombar e sacral. As
radiografias básicas são AP + P, porém radiografias oblíquas podem ser solicitadas para
avaliação foraminal, e radiografias dinâmicas (flexão e extensão), para a avaliação de ins-
tabilidades segmentares (listeses, isto é, o deslocamento anterior ou posterior do corpo
vertebral em relação ao corpo vertebral subjacente);
- A incidência padronizada do tórax é realizada em PA (posteroanterior). Isso é realizado
para reduzir o efeito de magnificação (aumento do tamanho) da área cardíaca, que ocorre
na incidência em AP. A incidência em AP é realizada usualmente em pacientes acamados,
à beira do leito. O termo incidência “frontal” é mais genérico e pode ser usado tanto para
incidências em PA quanto em AP.
2. Radiografias contrastadas
A maioria das técnicas de radiografia contrastadas foi substituída, na prática clínica, por
outros métodos diagnósticos mais eficientes e acurados, com menor ou igual exposição à
10 ATLAS DE RADIOLOGIA
radiação ionizante. Embora sejam cada vez menos prevalentes, estes métodos continuam
sendo valorizados em questões de provas médicas.
Para a realização desses exames, é utilizado um aparelho de fluoroscopia, também conhe-
cido como raios X telecomandado, no qual as imagens obtidas são observadas em tempo
real por meio de uma tela (mesmo princípio da “escopia” utilizada no centro cirúrgico ou
nas intervenções endovasculares em centros de hemodinâmica). Ressalte-se, portanto, que
a radiação a que o paciente é submetido nesses exames é superior à das radiografias con-
vencionais e, em alguns exames, similar à de uma TC, principalmente devido ao tempo que o
paciente fica exposto à radiação.
Figura 1 - Esofagograma: afilamento alongado e regular da metade distal do esôfago, com estase da coluna de
bário (formação de nível hidroaéreo) demonstrando a dificuldade da progressão do contraste baritado pela área
de estenose. O contorno regular da estenose fala a favor de etiologia não neoplásica
Neurorradiologia
2. Trauma (traumatismo
cranioencefálico)
Figura 2 - Tomografia de crânio – plano axial no nível dos
tálamos: (F) lobos Frontais; (J) Joelho do corpo caloso; (vl) cor-
Lesões advindas de trauma cranioen-
nos frontais dos ventrículos laterais; (Ca) núcleo Caudado; (L)
cefálico (TCE) estão relacionadas com
núcleo Lentiforme (putâmen + globo pálido); (T) Tálamos; (CI)
morbidade significativa em longo pra-
Cápsula Interna; (I) Ínsula; (3) Ventrículo; (s) cisternas silvia-
nas; (P) cisterna da Pineal zo e mortalidade elevada. O exame de
Tomografia Computadorizada (TC) é
essencial para a detecção de lesões que necessitem de intervenção neurocirúrgica imediata,
bem como aquelas que necessitam de observação hospitalar e acompanhamento médico
posterior. Cabe ressaltar que para pacientes com trauma craniano leve (escala de coma de
Glasgow, escore de 13 a 15) uma boa avaliação clínica baseada em critérios bem estabele-
cidos (exemplo: critérios de New Orleans – New England Journal of Medicine, 2000 – e os
Canadenses – Lancet, 2001) tem potencial de reduzir exames de TC desnecessários, com alta
sensibilidade para a detecção de lesões que requeiram intervenção neurocirúrgica.
Há consenso de que os pacientes identificados como de risco moderado ou alto risco de
lesão intracraniana devem ser submetidos a TC sem contraste o mais rápido possível para a
evidência de hematoma intracerebral, desvio da linha média ou aumento da pressão intra-
craniana.
É importante avaliar as imagens da tomografia também em janela óssea para a identificação
de eventuais fraturas ósseas da calota e da base do crânio.
Cabeça e Pescoço
A - Anatomia do pescoço
Figura 1 - Corte axial de tomografia computadorizada com contraste: porção alta do mediastino evidenciando os
ramos arteriais supra-aórticos e a Traqueia (T)
40 ATLAS DE RADIOLOGIA
Figura 2 - Corte axial de tomografia computadorizada com contraste: porção cervical média evidenciando a glân-
dula tireoide
Figura 3 - Corte axial de tomografia computadorizada com contraste: porção cervical média pouco acima da glân-
dula tireoide evidenciando a laringe ao nível da prega vocal
Figura 4 - Corte axial de tomografia computadorizada com contraste: porção cervical alta ao nível da epiglote
4
Tórax
1. Introdução
Todo e qualquer clínico precisa conhecer o mínimo de uma radiografia de tórax. A incidência-
-padrão é a posteroanterior (PA), em que o feixe de raios X é projetado sobre as costas do
paciente, que permanece de pé e em apneia inspiratória. Dependendo das suas condições
clínicas, outras variações podem ser feitas, como a incidência em anteroposterior (AP), usada
nas radiografias no leito.
A incidência em perfil (P) é complementar à radiografia em PA, auxiliando na caracterização
da localização e na diferenciação das lesões pulmonares. Por convenção, a incidência em
perfil é obtida com o lado esquerdo do paciente contra o chassi e os raios X o atravessando
da direita para a esquerda. Cumpre salientar que, devido à natureza complexa da anatomia,
é necessário seguir a convenção das incidências de forma rigorosa. Aquelas incidências não
habituais impõem uma dificuldade à interpretação a quem não está familiarizado com elas.
As incidências do tórax em decúbito lateral (esquerdo ou direito – incidência de Laurell) com
raios horizontais são utilizadas quando da suspeita de derrame pleural. A mudança do nível
líquido com a alteração do decúbito demonstra um derrame livre (não loculado). O paciente
é colocado em decúbito lateral sobre o lado a ser examinado.
A incidência apicolordótica é usada para melhor avaliação dos ápices pulmonares, por retirar
a projeção das clavículas sobre os campos pulmonares superiores. Já as incidências oblíquas
do tórax são usualmente realizadas para melhor caracterização de fraturas de costelas.
É importante criar uma sistematização da avaliação da radiografia de tórax, de forma a evi-
tar o esquecimento de algum item. Uma sugestão é começar de “fora para dentro”: avalie
primeiramente o arcabouço ósseo e partes moles, depois siga com os olhos por ambos os
contornos do mediastino (traqueia, vasos mediastinais e coração) e, por último, avalie cada
pulmão individualmente, de “cima para baixo”; a seguir, compare os pulmões em busca de
assimetrias.
A ultrassonografia é bastante sensível e específica para a detecção e a qualificação do
derrame pleural, de grande valia em pacientes acamados em UTI, cujas radiografias reali-
zadas no leito não permitem uma adequada avaliação das bases pleurais, ou naqueles em
58 ATLAS DE RADIOLOGIA
Figura 1 - Nos estudos de tomografia, o radiologista manipula os tons de cinza da imagem para avaliar melhor a
estrutura de seu interesse. Essas são as famosas “Janelas” da tomografia: (A) janela de partes moles (mediastino)
utilizada para avaliar por exemplo o coração e os grandes vasos; (B) janela de pulmão: repare que o parênquima
pulmonar é visto com maior nitidez nesta janela, com detalhes para os pequenos vasos e brônquios, mas o restante
assume tonalidades mais claras e não é visto bem nessa janela; (C) janela óssea: boa, por exemplo, para pesquisar
fratura; na janela óssea o osso é visto com nitidez, enquanto as demais estruturas adquirem uma tonalidade es-
cura, limitando sua análise
A TC de Alta Resolução (TCAR) é um protocolo em que são adquiridos cortes finos (geralmen-
te, de 0,625 a 1,25mm de espessura), reconstruídos usando-se um algoritmo específico. Esse
protocolo é útil para a avaliação das doenças pulmonares intersticiais.
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Abdome
A - Radiografia
Figura 1 - Radiografia simples de abdome em anteroposterior: (F) Fígado; (B) Baço; (RD) Rim Direito; (RE) Rim Es-
querdo; (Ps) músculo Psoas; (P) Pequena pelve
Figura 3 - Ar entre o fígado e o diafragma – cuidado: eventualmente, a alça colônica pode se interpor nessa loca-
lização (síndrome de Chilaiditi), simulando o diagnóstico de pneumoperitônio. Tal diferenciação será realizada a
partir do momento em que for caracterizado que se trata de “ar dentro de uma haustração”, e não ar livre
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Musculoesquelético
Figura 1 - Radiografia em anteroposterior do ombro esquerdo: (1) extremidade acromial da clavícula; (2) acrômio;
(3) cabeça do úmero; (4) tubérculo maior; (5) tubérculo menor; (6) processo coracoide; (7) colo cirúrgico do úmero;
(8) margem lateral da escápula
102 ATLAS DE RADIOLOGIA
Figura 4 - Radiografia em anteroposterior do punho esquerdo: (1) escafoide; (2) semilunar; (3) piramidal; (4) pisifor-
me; (5) trapézio; (6) trapezoide; (7) capitato; (8) hamato; (9) hâmulo do hamato
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Ginecologia e Obstetrícia
1. Introdução
Em Ginecologia, a Radiologia é aplicada principalmente ao estudo das mamas e da pelve. A
mamografia é o principal exame de rastreio do câncer de mama e pode ser complementada
com ultrassonografia (USG) e Ressonância Magnética (RM). O estudo dos órgãos ginecológi-
cos localizados na pelve é realizado com a USG ou com a RM. A tomografia computadorizada
tem pouca acurácia na avaliação dos órgãos pélvicos, sendo raramente indicada para esse
fim.
Em Obstetrícia, a imagem é basicamente toda centrada na USG. A RM fetal apresenta diver-
sas aplicações, notadamente na avaliação de malformações.
Figura 1 - Ultrassonografia pélvica por via transvaginal evidenciando o útero em corte sagital mediano
118 ATLAS DE RADIOLOGIA
Figura 2 - Ultrassonografia pélvica por via transvaginal evidenciando o ovário esquerdo em cortes transverso e
longitudinal; notar os pequenos focos anecoicos regulares que correspondem a pequenos cistos foliculares
Para a avaliação da pelve feminina, a USG é um exame excelente e fornece dados precisos do
útero (miométrio e endométrio) e dos ovários. Pode ser realizada por via suprapúbica (SP)
ou transvaginal (TV), esta última mais sensível a quase todos os tipos de alterações pélvicas;
no entanto, a USGTV não pode ser realizada em pacientes virgens. A USGSP deve ser feita
com a bexiga cheia, enquanto a USGTV deve ser feita com a bexiga vazia. Outra das raras
vantagens dessa via em relação à USGTV é a mensuração uterina em pacientes com útero
volumoso por miomas.
Figura 3 - Ultrassonografia pélvica por via transvaginal evidenciando o ovário esquerdo com cisto simples