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JOURNAL

OF OROFACIAL
INVESTIGATION
Literature Review

Lesões Refratárias

Refractory Lesions

Caio Rodrigo Pacheco Lopes1, Rosemeire Rezende Honda1, Ângela Maria Dias Morais1,
Leandro Silva da Conceição1,Lázaro Raimundo Coura1, Luiz Valdrighi2

1 Faculty of Science of Tocantins - FACIT - Araguaína, Tocantins, Brazil


2 School of Dentistry of Piracicaba - UNICAMP - Piracicaba, São Paulo, Brazil

Resumo
Toda lesão periapical que não regride após tratamento endodôntico, verificado através de tomadas
radiográficas seja de rotina ou acompanhamento, é considerada uma lesão refratária. Esta revisão de
literatura é uma análise de artigos pertinentes para apresentar e discutir as prováveis causas para a
resistência de algumas lesões periapicais crônicas ao tratamento endodôntico e solucioná-las.

Palavras-chave: Lesão periapical; lesão refratária; lesão periapical crônica.

Abstract
Any periapical lesion that does not regress after endodontic treatment, verified through routine or follow-
up radiographic shots, is considered a refractory lesion. This literature review is an analysis of relevant
articles to present and discuss the probable causes for the resistance of some chronic periapical lesions
to endodontic treatment and how to solve them.

Keywords: Periapical lesion; refractory lesion; chronic periapical lesion.

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INTRODUÇÃO 1980 1, relatou uma taxa de sucesso de 87,4% dos


casos analisados. Morse et al.2 (1983) observaram
São consideradas lesões refratárias todas índice de sucesso de 94,5% de 458 canais trata-
as lesões periapicais crônicas que, sem uma causa dos. No estudo de Benenati et al.3, em 2002, com
aparente, não respondem ao tratamento endodô- 894 pacientes houve um percentual de 91,05% de
ntico convencional, podendo ter sintomatologia sucesso.
dolorosa ou não 1. Imura et al.4(2007) em seu estudo avaliou
Após a conclusão do tratamento, através 2000 casos com média de sucesso de 91,45%, e
de uma radiografia periapical, se avalia a qualida- constatou que as condições pulpares, periapicais
de da obturação do sistema de canais radiculares e do tratamento anteriormente realizado são fa-
e do selamento coronário. Em que pese estar es- tores determinantes para o insucesso.
ses dois itens, de acordo com os padrões de quali-
dade, nem sempre é garantia de sucesso no trata- 2 - Fatores técnicos condicionantes do in-
mento ou retratamento endodôntico 2. sucesso
A avaliação dos resultados pós-tratamen-
to endodôntico só pode ser feita depois de pelo Considerações quanto a anatomia pulpar
menos um ano. Avaliado de alguns dados clínicos e radicular são de suma importância para avalia-
e principalmente através de radiografias periapi- ção e planejamento do caso. O endodontista tem
cais. Quando não se observa a regressão da lesão que conhecer a anatomia radicular interna do
periapical, aliado ou não por sinais e sintomas clí- elemento dental em questão, desde a anatomia
nicos, o caso é considerado insucesso 3,4. pulpar até de cada terço do canal radicular, pois a
O principal fator para o desenvolvimento anatomia radicular é variável.
ou persistência de uma lesão periapical é, para Naturalmente o formato do canal radicular
muitos outros, a continuidade da presença de acompanha a anatomia externa radicular. Exis-
bactérias no sistema de canais radiculares. Tam- tem seis configurações básicas: circular, oval, oval
bém foi observado que alguns microrganismos alongado, gota, riniforme e ampulheta. Em cortes
podem sobreviver e colonizar os tecidos periapi- feitos perpendicularmente ao longo eixo do den-
cais prejudicando assim a regressão e consequen- te estas configurações podem ser observadas. Po-
temente a cicatrização óssea da lesão 5,6. dendo um único canal radicular apresentar mais
Porém fatores de ordem técnica e anatô- de uma configuração no seu trajeto até o ápice.
mica também influenciam na persistência da lesão É claro que para fazer o esvaziamento,
periapical crônica, tais como erros no diagnóstico instrumentação e obturação do canal radicular é
e no planejamento do caso, instrumentos fratura- preciso primeiramente localizá-lo. Em dentes que
dos, perfurações radiculares, istmos, canais aces- podem possuir mais de um canal radicular precisa
sórios, delta apical, fraturas ou trincas coronárias ser feita uma exploração criteriosa, pois até que
e radiculares, entre outros 6. se prove o contrário este elemento dental tem
mais de um canal radicular.
REVISÃO DE LITERATURA Alterações na anatomia pulpar e radicular
podem ocorrer, pois a polpa com a idade torna-se
1 - Percentuais de sucesso em tratamento mais atresiada. Esta diminuição em seu volume
endodôntico deve-se a deposição de dentina no interior da câ-
mara pulpar dificultando assim a abertura coro-
Um estudo realizado com 566 casos em nária e a localização da entrada dos canais.

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Porém, a polpa, também pode reagir a pliação proposital do forame apical para favorecer
agentes irritantes externos. Qualquer exposição a invaginação do tecido conjuntivo apical para a
dentinária, seja coronária ou radicular, ao meio área vazia do canal promovendo formação de te-
bucal pode causar alterações, estimulando a de- cido mineralizado.
posição de dentina na base dos túbulos dentiná- O preparo químico-mecânico tem que ser
rios na polpa subjacente. Estas exposições podem realizado de forma criteriosa, pois todas as pare-
ocorrer devido a vários motivos, tais como cáries, des devem ser tocadas pelos instrumentos ma-
doença periodontal, abrasão, erosão, atrição, pre- nuais e/ou rotatórios. Não ocorrendo a remoção
paros cavitários ou coronários, alisamento radicu- total de tecidos pulpares necróticos ou desobtu-
lar e fraturas de cúspides. ração completa dos canais em retratamentos, há
Um exemplo claro deste fenômeno é a di- a persistência da contaminação, consequente-
minuição ou até mesmo o desaparecimento da mente a perpetuação da lesão periapical crônica.
câmara pulpar observado em radiografias toma- A fratura de instrumentos no conduto ra-
das durante a fase de diagnóstico e planejamento. dicular é um dos acidentes transoperatórios mais
Estas variações anatômicas têm um papel comuns na prática da endodontia. Estes instru-
fundamental, pois em áreas radiculares como ist- mentos obstruem e dificultam o acesso a totali-
mos ou reentrâncias podem permanecer restos dade do canal radicular havendo a necessidade de
pulpares necróticos que podem levar ao insuces- sua remoção ou ultrapassagem dos mesmos, não
so e a perpetuação de uma lesão periapical crô- havendo sucesso nestas tentativas o canal deve
nica 7. ser obturado no novo comprimento de trabalho
A qualidade do preparo e da obturação e ter um acompanhamento radiográfico periódico
do(s) canal (ais) radicular (es) é um fator muito para observar o aparecimento ou a evolução de
relevante para definir o sucesso ou insucesso do uma lesão periapical crônica.
tratamento endodôntico. O sucesso do tratamen- Problemas durante a obturação do canal
to depende do completo debridamento do canal também podem ocorrer, pois a qualidade da ob-
radicular infectado e do completo selamento co- turação reflete a qualidade do preparo do canal.
ronário diminuindo assim a infecção persistente Há a subobturação e a sobreobturação, respecti-
e prevenindo a reinfecção da câmara pulpar e do vamente é quando a obturação do conduto fica
sistema de canais radiculares. aquém do limite apical e quando fica além do li-
O insucesso é observado através de toma- mite apical com extravasamento de cone de gu-
das radiográficas e/ou sinais e sintomas de dentes tapercha. De acordo com estudos realizados ra-
tratados. A desinfecção químico-mecânica inade- diograficamente, dentes sobreobturados têm um
quada do canal radicular, instrumentos fratura- prognóstico menos favorável do que os dentes
dos durante a desinfecção do canal, obturação do suboturados ou com extravasamento de cimento
canal radicular aquém ou além do limite apical, 6
. Ainda em dentes sobreobturados a toxicidade
desvios ou perfurações radiculares, selamento co- dos materiais obturadores pode causar necroses
ronário deficiente ou inadequado, trincas ou fra- do cemento, do ligamento periodontal e osso al-
turas coronárias e ou radiculares não diagnostica- veolar 7.
das na avaliação inicial, doença periodontal e um Uma das causas de insucesso do tratamen-
plano de tratamento inadequado para o caso são to endodôntico está diretamente relacionado a
fatores técnicos determinantes para o insucesso qualidade da restauração coronária 8-10. Infiltra-
do tratamento endodôntico 4. ções coronárias marginais permitem que bacté-
Souza Filho et al.5(1987) preconiza a am- rias, seus produtos e subprodutos penetrem na

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interface entre o material obturador e a parede Com a progressão da infecção pulpar, mi-
do canal conseguindo assim alcançar a região do crorganismos, seus produtos e subprodutos que
periápice promovendo a persistência da lesão pe- inicialmente estavam na luz do canal espalham-se
riapical. por todo o sistema de canais radiculares (istmos,
Fraturas ou trincas radiculares verticais canais laterais e acessórios, delta apical) podendo
têm sua orientação no sentido longitudinal ini- assim ocasionar reabsorção óssea, lesão periapi-
ciando-se na coroa ou na raiz. O diagnóstico clí- cal e infecção extra-radicular 15. Segundo Handal
nico deste tipo de fraturas ou trincas é difícil, pois et al.16 (2009), foram encontrados 75 tipos dife-
seus sintomas não são específicos e assemelham- rentes de bactérias em lesões periapicais remo-
-se a dor pós-operatória do tratamento endodôn- vidas cirurgicamente em 20 pacientes, os quais
tico ou de doença periodontal. As fraturas ou trin- apresentavam lesões periapicais resistentes ao
cas radiculares podem ser acompanhadas de dor, tratamento endodôntico.
inchaço, mobilidade dentária, bolsa periodontal Microrganismos que resistem ao preparo
isolada e até mesmo fístula. químico-mecânico e possuem a capacidade de
Indiretamente métodos de diagnóstico sobreviver em condições de carência nutricional
convencional, como a tomada radiográfica, po- e baixa tensão de oxigênio somente irão iniciar ou
dem indicar estes tipos de fraturas ou trincas perpetuar uma lesão periapical se tiverem acesso
radiculares, pois mostram áreas radiolúcidas no aos tecidos periapicais e se forem patogênicos e
periápice ou na região peri-radicular, mas não em número suficiente 17,18.
permitem a visualização da linha de fratura e a in- Em poucos casos a resistência da lesão pe-
terpretação dos sinais clínicos e sintomas é difícil riapical ao tratamento endodôntico convencional
e na maioria das vezes podem deixar o cirurgião pode estar relacionada a uma infecção extracanal
dentista em dúvida. onde estudos têm demonstrado microrganismos
Segundo da Silveira PF et al.11 (2013) para na superfície externa radicular 15,19 ou na lesão pe-
serem visualizadas essas fraturas ou trincas, o ci- riapical 20. Segundo Leonardo et al.21(2002), esses
rurgião dentista necessita utilizar de diagnósticos microrganismos fixam-se e colonizam as áreas de
por imagem mais avançados do que a tomada ra- reabsorções cementárias e dentinárias causadas
diográfica, como tomografias computadorizadas pela lesão periapical crônica.
ou tomografias de volume digital. Nas áreas de reabsorção apical os micror-
ganismos ficam aderidos caracterizando um ar-
3 - Fatores microbiológicos ranjo de biofilme peri-radicular, sendo envolvidos
por uma camada de polissacarídeos externa que
Os fatores microbiológicos são essenciais forma a matriz intermicrobiana a qual é chama-
para desencadear uma patogenia peri-radicu- da de glicocálice. Esta estrutura limita a ação de
lar como as lesões periapicais crônicas. Segundo defesa do hospedeiro como células fagocíticas 22.
Kakehashi et al.12 (1965) ratos convencionais e De acordo com achados clínicos, este bio-
“germ-free” tiveram suas polpas expostas a cavi- filme periapical pode transformar-se em um cál-
dade oral onde somente os ratos convencionais culo apical o qual seria responsável pela persis-
desenvolveram necrose pulpar e lesão periapical tência da lesão.
devido a sua microflora oral. O principal fator que Harn et al.19 (1998) relatou que durante
favorece o desenvolvimento ou continuidade de uma apicectomia realizada em um dente com
uma lesão periapical crônica é a colonização bac- lesão resistente ao tratamento endodôntico con-
teriana no sistema de canais radiculares 13,14. vencional e que apresentava fístula, foi observa-

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do a presença de um depósito semelhante a placa conizam a ampliação da constrição apical pois


bacteriana calcificada no ápice do dente em ques- notaram que este procedimento favorece a inva-
tão, o qual teria um papel de suma importância ginação de tecido conjuntivo apical para o interior
na manutenção da lesão periapical crônica em um do espaço vazio do canal 5.
dente com qualidade de obturação do canal acei- Há um consenso entre as publicações
tável. quanto a importância da presença de microrga-
Alguns estudos indicam que bactérias de nismos no conduto radicular, para iniciação ou
espécies como Arachnia propionica e Actinomy- persistência de uma lesão periapical 12. O correto
ces israelli além de ter a capacidade de resis- preparo químico-mecânico seguido da obturação
tência ao tratamento endodôntico convencional hermética e tridimensional do sistema de canais
também são capazes de sobreviver no interior do radiculares inativam e/ou impedem que os mi-
tecido periapical, onde a defesa do hospedeiro crorganismos remanescentes nos túbulos denti-
consegue ter maior ação. De acordo com estudos nários se multipliquem e recontaminem o canal.
realizados essas espécies bacterianas conseguem O planejamento e o diagnóstico adequados
sobreviver nos tecidos periapicais e perpetuar a são fatores determinantes para o prognóstico fa-
lesão periapical crônica devido a sua capacidade vorável do caso. Dentes sem vitalidade, com lesão
em anular as defesas do hospedeiro 23. periapical crônica ou aguda, retratamentos e ob-
Comumente tem sido relatado a presença turação além do limite apical possuem os maiores
de bactérias como Enterococcus faecalis e Sta- índices de insucessos 4. Segundo Rao MH et al.25
phylococcus em dentes com insucesso endodôn- dentes com obturação deficiente e com corpos
tico 18. Esta infecção por bactérias entéricas deve- estranhos no material obturador pode funcionar
-se a sua menor suscetibilidade ao preparo quími- como um nicho de infecção e recorrência de pato-
co-mecânico, ou a isolamento absoluto deficiente logia periapical caso não seja removido.
ou ainda a infiltrações que ocorrem no material A média das porcentagens de sucesso no
restaurador provisório. tratamento endodôntico dos trabalhos analisados
Esses microrganismos permanecem no sis- esta ao redor de 90%. O índice de insucesso de
tema de canais radiculares devido a falhas técni- 10% é causado, principalmente, por falhas ocor-
cas e a complexidade da anatomia radicular. Al- ridas durante as técnicas de preparo e obturação
ves et al.24(1996) comprovaram em seus estudos do conduto radicular, podendo resultar em lesão
laboratoriais que as endotoxinas produzidas por periapical crônica.
essas bactérias penetram mais rapidamente atra- Outros fatores como doença periodontal,
vés das obturações endodônticas que as próprias fístula e fraturas ou trincas radiculares longitudi-
bactérias. nais devem ser levados em conta, pois são vias
de comunicação com o meio bucal. As fraturas ou
DISCUSSÃO trincas ocorrem quando há a ruptura da estrutura
dentinária durante o preparo apical ou do excesso
O tratamento endodôntico consiste no de força durante a condensação do material obtu-
saneamento e selamento do conduto radicular, rador no interior do canal.
seguido de restauração coronária definitiva, para As bactérias localizadas na área extra-radi-
prevenir a contaminação pelo meio bucal. cular, sem comunicação com o meio bucal, serão
A desinfecção dos canais radiculares por combatidas e destruídas pelas células de defesa
completo é de suma importância para o sucesso do organismo. Porém essas colônias de microrga-
do tratamento endodôntico, alguns autores pre- nismos localizados na área peri-radicular, podem

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se organizar em uma estrutura de biofilme 22. Esta - A região periapical que teve relato de
estrutura em contato com a saliva transforma-se comunicação com o meio bucal possui prognósti-
em cálculo periapical impedindo a cicatrização ós- co desfavorável;
sea da lesão. - Fraturas ou trincas longitudinais radicu-
lares não favorecem a regressão da lesão peria-
CONCLUSÃO pical, por servirem como nichos para colonização
bacteriana;
Baseando-se na literatura consultada, po- - Cirurgia periapical exploratória é indica-
de-se concluir que: da para diagnóstico e desinfecção da região.

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Lopes CRP, Honda RR, Morais AMD, Conceição LS, Coura LR, Valdrighi L. Refractory Lesions.
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Corresponding author:
Caio Rodrigo Pacheco Lopes
Faculdade de Ciências do Tocantins – FACIT, Araguaína,
Tocantins, Brasil
+55 (16) 99737-8617
drcaiorplopes@gmail.com

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