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THAYS CRISTINA RAMOS PRADO

CONTROLADORIA:
A IMPORTÂNCIA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NAS
EMPRESAS DE PEQUENO PORTE

Campinas
2018
CONTROLADORIA:
APOIO NA GESTÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Anhanguera Educacional, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Ciências Contábeis.
NOME DOAUTOR
Orientador: José Silvino de Morais
(Caixa alta, fonte Arial 14, centralizado)

TÍTULO DO TRABALHO:
SUBTÍTULO DO TRABALHO, SE HOUVER
(Título em caixa alta, fonteArial 14, em negrito; subtítulo em caixa alta, fonteArial 16,
sem negrito)

Campinas
2018
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade Anhanguera Educacional, como
requisito parcial para a obtenção do título de
graduado em Ciências Contábeis.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Ivair Teixeira

Prof(a). Mauricio Soares de Carvalho

Prof(a). Leila de Francisco Fernandes

Campinas, 14 de dezembro de 2018.


Dedico este trabalho a Deus e aos meus
pais.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, e a Deus, também aos meus colegas de classe e os
professores da Faculdade Anhanguera Educacional por me apoiarem a concluir essa
etapa.
PRADO, Thays Cristina Ramos. Controladoria: a importância como instrumento de
gestão nas empresas de pequeno porte. 2018. 38 páginas. Trabalho de Conclusão de
Curso em Ciências Contábeis. – Faculdade Anhanguera Educacional, Campinas,
2018.

RESUMO

Um dos problemas que mais afetam a economia local é o elevado índice de


fechamento de empresas brasileiras com pouco tempo de atividade acontece devido
a alguns fatores, como a falta de capacitação dos empresários, na dificuldade de
obtenção de financiamento, na falta de planejamento antes da abertura oficial do
negócio, além de fatores como concorrência, inadimplência, dentre outros. Diante
disso, será apresentado um panorama sobre a Controladoria como uma ferramenta
para melhorar a gestão das Micro e Pequenas Empresas brasileiras, de modo a
evidenciar que a atuação efetiva da controladoria pode ser um instrumento eficaz para
a sua competitividade e estabilidade para a sobrevivência da organização. Desta
forma este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância e os benefícios que
a controladoria pode oferecer para contribuir na gestão das empresas, auxiliando na
administração através de controles internos existentes e possíveis de serem
praticados que possa possibilitar meios de crescimento e expansão das MPEs.

Palavras-chave: Contabilidade; Controladoria; Ferramentas; Controle.


PRADO, Thays Cristina Ramos. Controllership: the how as an instrument of
management of small companies. 2018. 38 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso
em Ciências Contábeis. – Faculdade Anhanguera Educacional, Campinas, 2018.

ABSTRACT

One of the problems that has always affected the local economy is the high rate of
closing of Brazilian companies with little uptime due to some factors, such as the lack
of capacity building for entrepreneurs, the difficulty of obtaining financing, lack of
planning before official opening of the business, in addition to factors such as
competition, delinquency, among others. Therefore, an overview of Controllership will
be presented as a tool to improve the management of Brazilian Micro and Small
Companies, in order to show that the effective performance of the controllership can
be an effective instrument for their competitiveness and stability for the survival of the
organization . In this way, this work has the objective of demonstrating the importance
and the benefits that the controllership can offer to contribute in the management of
the companies, assisting in the administration through existing internal controls and
possible to be practiced that can enable means of growth and expansion of small
companies.

Key-words: Accounting; Controllership; Tools; Control.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – A expansão da controladoria .................................................................. 23


Figura 2 – Funções da Controladoria ...................................................................... 25
Figura 3 – A aplicação da controladoria em uma organização ................................ 28
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classificação das empresas segundo o número de funcionários .......... 15


Tabela 2 – Classificação das empresas segundo o seu faturamento bruto anual ... 16
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Tipos de empreendedorismo...................................................................19


Quadro 2 -O processo de tomada de decisão..........................................................24
Quadro 3 - Tipos de Controles Internos....................................................................30
Quadro 4 -Preparando um sistema de controle interno............................................32
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 -Participação na geração de empregos em 2012.....................................17


Gráfico 2 -Participação na geração de empregos em 2016.....................................18
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística


SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
ME Micro Empresa
EPP Empresa de Pequeno Porte
13

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14
2. AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO PAÍS ............................................ 16
2.1 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS..............................................................16
2.1.1 O SEBRAE e o Simples Nacional.....................................................................21

3. A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NA GESTÃO ................................. 23


3.1 CONTROLADORIA NAS PEQUENAS EMPRESAS............................................27

4. TÉCNICAS DE APOIO A CONTROLADORIA .................................................. 28


4.1 OS CONTROLES INTERNOS E O SISTEMA DE INFORMAÇÃO......................29
4.1.1 Implantando o sistema de controles internos....................................................31
4.2 O CUSTEIO POR ABSORÇÃO COMO AUXÍLIO A CONTROLADORIA............32

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 36


REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37
14

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, anualmente milhares de novas empresas são abertas no mercado,


principalmente as MPEs tendo um papel fundamental na economia brasileira, apesar
de tamanha importância para a economia a maioria das MPEs, segundo pesquisas
realizadas pelo SEBRAE, as MPEs apresentam uma alta taxa de mortalidade com
pouco tempo de atuação, as empresas acabam encerrando suas atividades com
pouco mais de um ano de exercício, algumas conseguem prolongar as suas
atividades.
A missão principal deste projeto é demonstrar como a controladoria pode
contribuir na melhoria dos processos de gestão de uma empresa e como ela também
é tão importante para as MPEs, e principalmente mostrar aos pequenos
empreendedores a aplicabilidade que a controladoria tem para um melhor
funcionamentodos processos financeiros e econômicos da empresa.
Considerando esses problemas, como a Controladoria nas práticas contábeis,
pode ser um instrumento de melhoria da gestão da empresa evitando assim o seu
fracasso e dando asempresas uma maior sustentabilidade e durabilidade?
Esta monografia gerou o seguinte objetivo principal que é apontar como a
controladoria contribui efetivamente na melhoria dos processos de gestão,
viabilizando o crescimento das organizações, fazendo com que a entidade tenha
garantia a continuidade no mercado competitivo atual. Este objetivo gerou os
seguintes objetivos secundários: Analisar a importância e as características das
empresas de pequeno porte no país; conhecer como funciona a controladoria e como
podem auxiliar na gestão; identificar as técnicas que apoiam na ação na controladoria
dentro das empresas.
A pesquisa a ser realizada neste trabalho deve ser classificada como uma
revisão bibliográfica. Isto porque deve a pesquisa em mãos demonstrar aos pequenos
empreendedores e aos profissionais contabilistas, a importância da controladoria no
auxílio da gestão de pequenas empresas. Quanto à metodologia o trabalho em mãos
faz a opção pelo método qualitativo. A pesquisa utilizar-se-á de uma pesquisa em
artigos e livros específicos dos últimos dez anos sobre o assunto. Estas ferramentas
permitiram levar a pesquisa a outro patamar, pois é visto profundamente o
pensamento de especialistas nesta área desde mestres da área de
empreendedorismo até de controladoria e gestão. O material documentado, bem
15

como, as respectivas análises foram organizadas em relatório de pesquisa


componente do estudo monográfico que se pretende construir.
Esta monografia foi estruturada como uma revisão bibliográfica sendo dividida
em três capítulos, no primeiro é ressaltada a importância das micro e pequenas
empresas para o país, no segundo capítulo são descritas as funções da controladoria
e como podem ajudar nas pequenas empresas, já no terceiro capítulo é exemplificado
as técnicas da controladoria para ajudar na gestão das pequenas empresas.
16

2. AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS NO PAÍS

No Brasil há uma grande diversidade de empresas e negócios em uma


infinidade de setores, áreas, serviços e etc. Esse fator fez com que a legislação
dividisse as empresas brasileiras em diversos portes, de forma com que haja
tributação diferente para cada uma delas.
De acordo com Dornelas (2007, p. 37) desde o processo de abertura todas as
empresas têm que se submeter a vários indicadores para se definir o tamanho real
delas, os principais pontos são o número de funcionários e o faturamento anual. Na
tabela 1 é demonstrada a definição de porte de uma organização pela quantidade de
funcionários sendo que nessa definição há uma separação por comercio e serviços e
por indústria, pois uma fábrica por ter vários processos em sua linha de produção,
desde elaboração até o controle de qualidade, necessita naturalmente de um maior
número de mão de obra para fabricar seus produtos:

Tabela 1 –Classificação das empresas segundo o número de funcionários.

Números de Empregados
Porte da Empresa Comércio e
Indústria
Serviços
Microempresas Até 9 Até 19
Empresas de
10 a 49 20 a 99
Pequeno Porte
Empresas de
50 a 99 100 a 499
Médio Porte
Empresas de
Acima de 99 Acima de 499
Grande Porte
Fonte: SEBRAE (classificação utilizada pela área de Pesquisa do Sebrae).

No entanto, a classificação citada na tabela 1 serve apenas para classificação


de porte em relação ao mercado. Para efeito de tributação o governo federal elaborou
uma lei específica que leva em conta o faturamento anual das organizações, conforme
é demonstrado na tabela 2, isso serve para quantidade de alíquotas aplicadas em
impostos e ainda para possíveis fiscalizações da Secretaria da Fazenda:
17

Tabela 2– Classificação das empresas segundo o seu faturamento bruto anual.

Porte da Empresa Faturamento Bruto Anual

Microempresas Até R$ 360.000,00


De R$ 360.000,01 até R$
Empresas de Pequeno Porte
3.600.000,00
De R$ 3.600.000,01 até R$
Empresas de Médio Porte
12.000.000,00
Empresas de Grande Porte Acima de R$ 12.000.000,01
Fonte:Lei Federal n°. 9317/96, alterada pela Lei 9732/98.

Saber o faturamento de uma empresa se faz necessário para o regime tributário


que afetará a empresa, pois diversos programas foram criados para facilitarem a vida
dos micro e pequenos empreendedores, pois se uma micro empresa ultrapassa o teto
de faturamento terá que atuar já como uma Empresa de Pequeno Porte já no mês
subsequente do ocorrido, da mesma forma funcionará para uma EPP que ultrapassar
o teto do faturamento, só que neste caso a mesma terá que abandonar o Simples
Nacional e optar por um regime de tributação, sendo eles ou o Lucro Presumido ou o
Real.

2.1 AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Esse tipo de empresa tem características próprias e são conhecidas por sua
vulnerabilidade em relação ao mercado econômico, pois em situações de crise elas
são as primeiras a serem afetadas.A gestão dessas empresas é geralmente feita por
pessoas com baixo conhecimento sobre empreendedorismo e sobre um plano de
negócios ideal para cada área.
Segundo Gonçalves (1994) em países como o Brasil onde há alto desequilíbrio
regional, micro e pequenas empresas podem apresentar um importante papel para a
descentralização industrial. E está sendo esse papel que as micro e pequenas
empresas vem desenvolvendo no cenário atual da economia brasileira, pois com a
situação econômica crítica, muitos brasileiros que estão sendo dispensados de suas
18

funções em empresas maiores estão se recolocando e levando suas experiências


para as empresas de menor porte.
Há inclusive uma data em comemoração a esse tipo de negócio e foi uma data
instituída no ano de 1999, para ser um marco da elaboração do Estatuto da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841/99). Essa data é
comemorada no dia 5 de outubro de todo ano, e é geralmente muito celebrada por
todos os empreendedores e instituições de apoio
Segundo um estudo do IBGE (2017), mostra que as micro e pequenas
empresas já empregam mais da metade dos brasileiros. A pesquisa tem em base a
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada no ano de 2016. Este
estudo também revelou a superioridade da geração de empregos em relação a
empresas de porte maior, conforme demonstra o gráfico 1:

Gráfico 1: Participação na geração de empregos em 2012.

Geração de empregos em 2012

24%
Pequenas Empresas
46%
Empresas de Médio Porte
Demais Portes
30%

Fonte: IBGE (2012).

A participação das pequenas empresas na geração de empregos já era


evidente antes da crise econômica que atingiu o país no ano de 2014, isso foi um fato
importante, pois segundo o próprio IBGE (2013) as EPP’s representaram cerca 27%
do PIB Nacionalno ano de 2012. Em 2016 em meados da crise, se tornar
empreendedor foi tido como uma saída para a maioria dos desempregados, assim as
micro e pequenas empresas aumentaram em quantidade e as mesmas necessitavam
de empregados para manter suas atividades, esta situação é demonstrada no gráfico
2:
19

Gráfico 2: Participação na geração de empregos em 2016.

Geração de empregos em 2016

24%
Pequenas Empresas
Empresas de Médio Porte
50%
Demais Portes
26%

Fonte: IBGE (2016).

Portanto, as pequenas empresas mesmo não contando com salários altos e um


pacote de benefícios menos atrativos em relação as de demais portes, vem ganhando
a atenção dos trabalhadores. Uma das razões de não pagarem altos salários, é a falta
de planejamento financeiro das mesmas, segundoo IBGE (2003) algumas das
principais características desse tipo de empresas que ressaltam esse problema são:

 Taxas elevadas de natalidade e mortalidade (sendo essa mortalidade,


acontecendo de forma muito prematura);
 Alto número de empresas que são criadas por sócios com laços
familiares;
 Baixos índices de registros contábeis ou pouco adequados;
 Alto índice de sonegação de impostos (sendo esse um dos motivos para
que o governo criasse programas de incentivo ao crescimento das
pequenas empresas);
 Não abrangência do regime de competência onde há a distinção das
contas do dono e da empresa;
 Baixo uso de recursos de tecnologia para confecção dos produtos ou
prestação dos serviços;
20

Estes e outros aspectos levam a cada vez mais as empresas a buscarem


auxílio nos seus primórdios de funcionamento. Para Chiavenato (2006), o
empreendedorismo, tanto no Brasil quanto no mundo tem duas classificações, o
empreendedorismo por necessidade e o por oportunidade, no quadro 1 é especificado
as características de cada um:

Quadro 1 – Tipos de empreendedorismo.

Empreendedorismo por Empreendedorismo por


necessidade oportunidade
 Forma um negócio verificando a
oportunidade de um
 Forma um negócio para cobrir a falta estabelecimento, produto ou serviço
de dinheiro ou emprego; quem não se encontra em
 Não realiza ou realiza pouco determinada região;
planejamento prévio;  Há um grande planejamento de
 Ações muitas vezes realizadas por negócio muitas vezes até com apoio
impulso; de outros profissionais;
 Maior taxa de mortalidade.  Ações tomadas de forma
organizadas e planejadas;
 Maior durabilidade da empresa.
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2006).

Desta forma, se o empreendedor visa uma maior durabilidade do negócio e até


maiores lucros a médio e em longo prazo, é preferível ser adepto ao
empreendedorismo por oportunidade, pois ele pode buscar em um determinado nicho
de mercado uma maneira de estabelecer seu negócio no mercado.

2.1.1 O SEBRAE e o Simples Nacional

O SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) é um


serviço de consultoria voluntário que foi criado em 1972 ainda com o nome de
21

CEBRAE, e foi em 1992 que ganhou a nomenclatura atual, e tem como sua principal
intenção ajudar os pequenos e novos empreendedores a enfrentarem a concorrência
e aumentar a formalização das empresas evitando fraudes e sonegações.
Outro objetivo do SEBRAE é diminuir o alto nível de mortalidade das novas
empresas, que chegava a ser de 70% já no primeiro ano, segundo estudo do próprio,
e as empresas que entram em contato com o mesmo, tem mais chances para uma
auto sustentabilidade.
Nos últimos anos tem como sua principal vitória a criação do Imposto Simples
Nacional, que foi criado no ano de 2006, e foi criado exclusivamente para as micro e
pequenas empresas. De acordo com a Receita Federal, o programa tem como suas
principais características:

 Não ser obrigatório;


 Ser imutável o ano inteiro;
 Levam em conta os seguintes impostos: Imposto de Renda das Pessoa
Jurídicas, Contribuição Social Sobre o Lucro, PIS/Pasep, Contribuição Social
para o financiamento da Seguridade Social, Imposto sobre Produtos
Industrializados, Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de
Comunicações, Imposto Sobre Serviço e a Contribuição para a Seguridade
Social à Previdência Social a própria pessoa jurídica;
 Recolhimento dos todos os impostos somente com o DAS que é um
documento que demonstra todos os tributos e suas respectivas alíquotas
coletadas;
 Disponibilizar às ME/EPP um sistema eletrônico para as mesmas
realizarem o cálculo do valor mensalmente devido, parar gerar o DAS e, a
partir de 2012, para constituírem o crédito tributário;
 Estabelecimento de uma data para recolhimento do DAS sendo até o
dia 20 do mês seguinte daquele em que tiver ocorrido a descoberta a receita
bruta;
 Tornar possível os Estados imporem limites para uma Empresa de
Pequeno Porte tendo em vista sua respectiva participação no Produto Interno
Bruto. Os negócios que se encontram nesses Estados onde a receita bruta
total ultrapassar o respectivo limite terá que pagar integralmente o ISS e o
ICMS de forma direta ao Município ou ao Estado em que se localizam.
22

Segundo o SEBRAE (2017), o sucesso desse programa foi constatado desde


seu início, pois diminui gradativamente os níveis de sonegações e de inadimplência
com o governo destas empresas que são seu público alvo, desde a sua criação em
2006 até 2016 a abrangência do programa foi de 2,5 milhões de empresas para cerca
de 11,6 milhões.
No período da década de 80, a micros e pequenas Empresas (MPE’s)
ganharam importância econômica e social para os países desenvolvidos e em
desenvolvimento (OLIVEIRA; TERENCE; ESCRIVÃO FILHO, 2010). A partir dessa
informação é visto que essas empresas ganharam força no Brasil depois da segunda
guerra mundial, com a chegada de grandes indústrias ao país, eram necessárias
algumas empresas de menor porte que podiam ceder produtos e serviços, de forma a
manter a operação das maiores empresas.
Por causa dos elevados índices de inadimplência de impostos, o governo
federal adota um sistema de tributação, o chamado Simples Nacional, que cobra
tributos menores dos pequenos empreendedores, ele contempla empresas com
receita bruta anual de até R$ 3,6 milhões – limite que será de R$ 4,8 milhões em 2018,
sendo que ele foi lançado no dia 30 de junho de 2007. Para Albuquerque (2013), o
Simples Nacional tem como objetivo de promover o desenvolvimento econômico e
social, o aumento da eficiência das políticas públicas e o estímulo à inovação
tecnológica.
Por terem um menor montante, são as primeiras a sofrerem com as crises
financeiras, e algumas optam por adotarem empréstimos bancários como forma de
manter as finanças, assim sendo, as empresas beneficiadas pelo estatuto e optantes
pelo Simples Nacional possuem tratamento diferenciado nos processos de licitação,
facilidades para exportarem, de acesso à justiça para manterem eficiência em suas
operações.
23

3. A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NA GESTÃO

A controladoria nasceu no início do século XX, por motivos da expansão


mundial das multinacionais dos Estados Unidos, de forma que se conseguisse manter
o controle rígido sobre as operações entre todas as filiais (BEUREN, 2000). Ainda
para Beuren (2000), a controladoria surgiu no Brasil por volta da década de 60, como
um auxílio para contabilidade, de forma a ajudar os gestores da época a manterem
uma boa administração.
No entanto, Padoveze (2011), cita que o conceito de controladoria no Brasil se
expandiu com a instalação das multinacionais no país, assim os profissionais locais
eram capacitados pelos estrangeiros, para prestar suporte informacional à matriz
destas organizações, com base nas técnicas contábeis utilizadas no país de origem
das corporações internacionais.
A controladoria, enquanto ramo do conhecimento, estabelece a base teórica
necessária para modelar um sistema de informações que condiz com as necessidades
informacionais dos gestores. Já como unidade administrativa é responsável pela
coordenação e disseminação do conhecimento, por meio da implantação do sistema
de informações, que possibilite os administradores tomarem as decisões que
traduzam-se na otimização dos resultados da organização.
Sob esse enfoque, a Controladoria pode ser conceituada como o conjunto de
princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da Administração,
Economia, Psicologia, Estatística e principalmente da Contabilidade, que se ocupa da
gestão econômica das empresas, com o fim de orientá-las para a eficácia (BEUREN,
2000, p. 85).
Schier (2011, p.44) afirma que a controladoria está completamente
comprometida com a procura incessante da eficácia da entidade organizacional, e
para que se obtenha sucesso no que tange a alcançar esse objetivo, ela dispõe de
alguns modelos de sistema de gestão.
Segundo Oliveira (2007, p. 21 e 22), a controladoria é mais comum nas
empresas de grande e médio porte, por compreender quatro principais áreas que são:
contabilidade financeira, contabilidade gerencial, custos de produção de bens e
serviços e a contabilidade fiscal ou tributária. E é a responsável pelo projeto,
elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações
operacionais, financeiras e contábeis.
24

Segundo Padoveze (2011), a controladoria abrange diversas áreas do


planejamento e dos controles internos, sendo uma ferramenta de fundamental
importância para uma evolução na gestão das organizações atuais.

Figura 1 – A expansão da controladoria

Controladoria

Planejamento e Escrita Contábil e


Controle Fiscal

Orçamento e Contabilidade
projeções Financeira

Contabilidade Contabilidade de
Gerencial Custos

Acompanhamento Contabilidade
dos negócios tributária

Planejamento Contabilidade
tributário Patrimonial

Fonte: Adaptado de Padoveze (2011).

Portanto a controladoria funciona como parte essencial do processo de gestão,


pois abrange diversas áreas da administração até as áreas contábeis como a de
custos e tributária, mas essencialmente a gerencial.
Os sistemas contábeis compreendem as principais técnicas da contabilidade,
que pelo cruzamento de informações traz à rotina maior dinamismo, ao ponto de
25

fornecê-las com mais precisão, também dão suporte aos envolvidos no processo de
tomada de decisões, auxiliando-os na busca de conhecimentos, que por hora, podem
contextualizar as informações dando alternativas mais significativas para a solução
dos problemas. Portanto, na perspectiva da empresa entende-se que podemos
classificar os sistemas de informação em dois grupos: aquele voltado aos processos
operacionais da entidade e o que auxilia diretamente na tomada de decisões.
O setor de controladoria deve se preocupar com a análise do ambiente, pois é
nele que estão as bases estratégicas as quais correspondem aos planos de ação e
disposição dos recursos. De acordo com Padoveze (2011), a controladoria também é
importante para os processos de tomadas de decisão, pois alinha integralmente todos
os planejamentos com as ações das empresas, conforme descreve o quadro 2:

Quadro 2 – O processo de tomada de decisão

Fases do processo Finalidade Produto


Planejamento estratégico Garantir a missão e Diretrizes e Políticas
continuidade da empresa. estratégicas.
Planejamento operacional Otimizar o resultado à Plano Operacional.
médio prazo.
Programação Otimizar o resultado a Programa Operacional.
curto prazo.
Execução Otimizar o resultado de Transação.
toda transação.
Controle Corrigir e ajustar para Ações Corretivas.
garantir a otimização.
Fonte: Adaptado de Padoveze (2011).

Todo processo de tomada de gestão é caracterizado pela necessidade de


tomada de decisões, que também é um processo, pois consiste em uma serie de
vários procedimentos quem irão culminar com a tomada de decisão no final do
processo, tendo como objetivo um resultado abrangente que envolva todos os
colaboradores e que todos sintam efeitos do sucesso das ações realizadas.
Ainda sim, é importante ressaltar que a Controladoria não é apenas um método
contábil, ela envolve todo o sistema de gestão organizacional, desde o planejamento
26

ao controle efetivo. Ainda de acordo com Padoveze (2011), conforme descrito na


figura 2, a Controladoria integra todas as áreas de uma organização, por meio da
elaboração de relatórios é possível o acompanhamento gerencial, econômico e
financeiro, possibilitando aos gestores uma confiabilidade na hora da tomada de
decisão:

Figura 2 – Funções da Controladoria

Fonte: Adaptado de Padoveze (2011).

A controladoria tem sua participação no processo de gestão marcada pelo


envolvimento na interpretação, informação e na implantação e no controle,
contribuindo com os gestores em suas tomadas de decisão. Para isso é necessário
ter uma integração constante entre a controladoria e todas as áreas envolvidas nas
atividades principais das organizações.
O profissional de Controladoria é conhecido também como Controller, é um
profissional de muita importância dentro da empresa. De acordo com Figueiredo e
Cagianno (2004, p. 27), o controller precisa prever e se antever frente aos problemas,
27

avaliando e propondo ações de melhoria, sempre com foco na mitigação dos riscos,
bem como na aplicação de ações de correção e contingência dos mesmos.
Ainda segundo Figueiredo e Cagianno (2004, p.29), um controller deve atender
alguns requisitos para que tenha um bom desempenho, sendo eles:

 bom conhecimento do ramo de atividade do qual a empresa faz parte,


assim como dos problemas e das vantagens que afetam o setor;
 um conhecimento da história da empresa e uma identificação com seus
objetivos, suas metas e suas políticas, assim como com seus problemas
básicos e suas possibilidades estratégicas;
 habilidade para analisar dados contábeis e estatísticos que são a base
direcionadora;

As informações apresentadas pelo Controller devem estar formatadas de forma


clara e direta, gerando subsídios de forma simples, mas ao mesmo tempo devem ser
completos, contendo todos os relatórios de um controle interno. OController deve agir
de forma a informar, formar e educar pessoas e processos, sempre monitorando os
sistemas de informação, assim observando os resultados e possíveis ameaças.

3.1 CONTROLADORIA NAS PEQUENAS EMPRESAS

Dentro de uma empresa, seja ela pequena, média ou de grande porte, é de


grande importância que haja a capacidade de controlar, organizar e coordenar todos
os processos, pois o gestor precisa ter um controle sobre todas as para manter uma
eficiência exemplar, prevalecendo sempre a organização e coordenando-a de forma
sábia para manter o equilíbrio e essa é uma das principais funções da controladoria.
Segundo Resnik (1990), a ausência dos registros e controles contábeis
adequados, confiáveis e atualizados é uma das causas da má administração, que
inibe a real percepção do gestor sobre seu negócio e como este vem se
desenvolvendo, sendo que a ausência destes registros caracteriza um problema
administrativo.Traçar um planejamento adequado para a organização torna-se fator
determinante de sucesso.
A controladoria, como uma ferramenta importante para uma adequada gestão,
que auxilia o gestor na tomada de decisão. Evidencia-se a relevância da controladoria
nas micro e pequenas empresas, porque estas organizações, com seus recursos
28

limitados, necessitam gerir tais recursos de maneira adequada, através de uma


administração eficaz e eficiente, com o intuito de conseguir o melhor retorno possível
do recurso de que dispõe e manter-se no mercado.
Já para Martins (2014), nas empresas de pequeno porte este setor específico
de controladoria costumava não existir, o que vem mudando nos últimos anos, mas
neste tipo de entidades o papel do controller é mais abrangente, assumindo mais
funções como o setor de informática, finanças, departamento pessoal. De modo geral,
as micro e pequenas empresas são obrigadas a apresentar as informações contábeis
por meio do Balanço Patrimonial (BP) e demonstração do resultado do exercício
(DRE).
Já para Padoveze (2011), uma contratação de uma Controladoria terceirizada
pode ocorrer por um certo prazo e momentos determinados, pode ser a saída para
algumas pequenas empresas, de forma que possa direcionar os executivos e o seus
negócios, apoiando-os desde ao levantamento de dados até a elaboração da
estratégia, levantamento de inconsistências e correções procedimentais, e ainda
tomadas de decisão direcionada.
Não basta ter somente as ferramentas de Controladoria, é necessário o
profissional que faça a análise, que interprete os números e que sugira alternativas de
condução do negócio e as respectivas melhorias de resultado, este sim é o verdadeiro
processo de Controladoria que pode envolver todos os processos das pequenas
organizações.
29

4. TÉCNICAS DE APOIO A CONTROLADORIA

A base da controladoria é o processo de planejamento e controle orçamentário,


também conhecido como planejamento e controle financeiro. O orçamento é a
ferramenta de controle por excelência de todo o processo da empresa, pois envolve
todos os setores da companhia.
Segundo Borinelli (2006), a área do conhecimento da Controladoria pode ser
importante em diversos ambientes da empresa e se materializa dentro das
organizações da seguinte forma, sinteticamente apresentada no quadro abaixo:

Figura 3 – A aplicação da controladoria em uma organização

Fonte: Borinelli (2006).

Conforme o quadro acima descreve que é totalmente importante que a


controladoria atue na empresa como um todo, mas, no entanto, a autonomia da
controladoria também se mostra necessária no que diz respeito a imparcialidade na
orientação das decisões a serem tomadas. Portanto, a controladoria deve exercer um
30

papel preponderante, apoiando e fornecendo subsídios para os diversos gestores no


planejamento e controle.
Para Catelli (2001), pode-se entender que o objeto principal da Controladoria é
o estudo e a prática das funções de planejamento, controle, registro e a divulgação
dos fenômenos da administração econômica e financeira das empresas em geral,
trazendo para as mesmas controles sobre os mais diversos tipos de acontecimentos
que podem afetar direta ou indiretamente na atividade da entidade.
Desta forma, Cada organização, dependendo de seu tamanho, atividade, entre
outros fatores, deve estabelecer um sistema eficaz que respeite estes elementos a fim
facilitar a coleta. Esta escolha ou construção de sistema deve ser realizada por um
profissional com pleno conhecimento das atividades da empresa, nesse caso pode
ser realizada pelo próprio controller.

4.1 OS CONTROLES INTERNOS E O SISTEMA DE INFORMAÇÃO

O Controle Interno é conhecido como a base de qualquer trabalho de auditoria,


pois é através dele que os auditores podem avaliar o processo de gestão, bem como
verificar se os erros e irregularidades estão sendo reduzidos. No entanto com as
definições citadas anteriormente, pode-se perceber que um sistema de Controle
Interno se estende além dos assuntos relacionados diretamente as funções da
contabilidade e dos departamentos financeiros, engloba também os aspectos
operacionais dentro da organização.
No entendimento de Crepaldi (2007, p. 472) o controle interno pode ser definido
como: ”o sistema de uma empresa, que compreende o plano de organização, os
deveres e responsabilidades e todos os métodos e medidas adotados na empresa
para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis,
desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas
administrativas prescritas”.
Existem vários métodos de controle interno, toda organização com sua
particularidade deve buscar o que melhor irá se enquadrar para seu âmbito de
atividade, proporção, custo/benefício. Para o Conselho Regional de Contabilidade do
estado de São Paulo, os mais utilizados são os controles contábeis e os
administrativos, conforme descreve o quadro abaixo:
31

Quadro 3 – Tipos de Controles Internos

Controles Estes controles são os pertinentes com a suporte dos ativos


Contábeis e a veracidade das demonstrações contábeis. Abrangem o
sistema de permissão e assentimento e a separação das
funções de registro daquelas efetuadas pelo departamento
que gera as transações objeto de seu registro ou das
relativas à custódia dos ativos.

Controles Estes controles geralmente se relacionam de modo indireto


Administrativos aos controles internos contábeis. Eles compreendem o
plano de organização e todos os métodos e procedimentos
relacionados com a eficiência operacional, bem como o
acatamento e cumprimento às políticas administrativas.
Incluem também controles estatísticos, programas de
treinamento de pessoal e controles de qualidade, entre
outros.

Fonte: Adaptado de CRC-SP 2012.

Focando a melhoria dos controles internos, a função da auditoria interna que é


identificar e analisar todo o processo a fim de atingir os objetivos propostos e diminuir
riscos futuros.
Attie (2007, p.117) evidencia quatro objetivos básicos do Controle Interno:

 a salvaguarda, dos interesses da empresa;


 a precisão e a confiabilidade dos informes e relatórios contábeis,
financeiros e operacionais;
 o estímulo à eficiência operacional; e
 a aderência às políticas existentes.

Portanto o controle interno tem uma contribuição a oferecer a cada segmento


ou setor existente dentro de uma organização de forma a agregar agilidade, eficiência
e veracidade para as informações contábeis e administrativas,a principal importância
de um sistema de controle interno fica por se tratar de forma de proteção da empresa.
Para Padoveze (2011), uma melhor funcionalidade, os controles internos devem ter
características eficientes, como:
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a) Úteis – quando salvaguarda os ativos da empresa e promove o bom


desenvolvimento dos negócios, protegendo as empresas e as pessoas que
nela trabalham;
b) Práticos – quando apropriado ao tamanho da empresa e ao porte das
operações, objetividade ao que controlar e simples na sua aplicação;
c) Econômicos – quando o benefício de mantê-lo é maior que o seus custo
(custo/benefício).

A controladoria juntamente com a auditoria avalia o nível de segurança dos


controles internos existentes na empresa, sugere e recomenda a implementação ou
melhoramento de mecanismos internos de prevenção. Também, funciona
assessorando a administração da empresa ao identificar a inexistência, deficiência,
falha ou não cumprimento do controle interno, para isso o controller deverá ter
conhecimento da funcionalidade e aplicação desses mecanismos na empresa.
Para Padoveze (2011, p. 43), sistema de informação é um conjunto de recursos
humanos, materiais, tecnológicos e financeiros agregados em sequência lógica para
“o processamento dos dados e tradução em informações, para com o seu produto,
permitir a organização o cumprimento de seus objetivos principais”.
Portanto, o conjunto de recursos humanos, físicos e tecnológicos transforma
dados em informações, com observância dos limites impostos pelos usuários quanto
ao tipo de informação necessária às decisões, condicionando, portanto, a relação dos
dados de entrada.

4.1.1 Implantando o sistema de controles internos

Começar um novo sistema em uma organização é uma tarefa árdua no seu


princípio, e com os controles internos não poderia ser diferente, se uma entidade está
iniciando suas operações de forma a instalar um método de controlar suas operações
ou se já está em funcionamento há algum tempo, e queira modificar os seus controles
internos utilizados.
É preciso haver um planejamento anterior mesmo ao planejar como instituir as
ferramentas de controles internos. A administração é responsável pelo planejamento,
instalação e supervisão de um sistema de controle interno adequado. No quadro
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abaixo é mostrado como deve ser um projeto de implementação desse mecanismo


em uma nova empresa.

Quadro 4 – Preparando um sistema de controle interno

 Avaliar ambiente, cultura e riscos.


Elaborando  Definir objetivos e apetite do risco.
 Descrever o controle interno.
 Definir a amplitude da comunicação do controle interno.
Implantando  Estabelecer a um prazo de determinação.
 Identificar não conformidades e eliminá-las.
 Criação de uma equipe de supervisão e monitoramento.
Monitorando  Estabelecer um cronograma de revisão e auditoria.
 Reavaliar a eficácia dos controles.
Fonte: Adaptado de Crepaldi (2007).

Portanto, mesmo com uma implementação de sucesso é necessário que haja


revisões periódicas para manter os controles eficientes e tenham uma longevidade
para a gestão da organização. Para o exercício do controle interno dentro das
empresas funcionar, seus responsáveis devem se utilizar de um conjunto de
instrumentos que viabilizem a efetivação de seus objetivos, destacando-se a missão,
visão, política, e supervisão dos colaboradores a que estão subordinados os controles,
com a vantagem de possibilitar ações que visem corrigir eventuais práticas, dando
novos rumos aos controles, evitando assim as repetições ou a continuidade de falhas
indesejáveis.

4.2 O CUSTEIO POR ABSORÇÃO COMO AUXÍLIO A CONTROLADORIA

A área de custos e de controladoria sempre caminharam de forma conjunta,


pois a gestão de custos é um dos pilares de um sucesso de um controller, sendo
assim, o controle de custos em uma empresa é a forma de atuar e desenvolver as
habilidades quanto à administração, situação econômica da mesma e assim o seu
sucesso empresarial, e a principal forma de obter sucesso nesse quesito se trata do
custeio por absorção.
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O custeio por absorção é um método de custeio derivado de um critério


chamado RKW, que foi criado na Alemanha no início do século XX e vem em
constante processo de aperfeiçoamento até os dias atuais. É o sistema conhecido
como o método tradicional de custeio no Brasil, e foi desde a sua criação bem
recepcionada pelas empresas em geral, principalmente nas grandes corporações
multinacionais que trouxeram a forma de custeamento de fora do país, e atualmente
é o único que é aceito no país para a elaboração dos relatórios contábeis como a
Demonstração do Resultado de Exercício e para a apuração de impostos.
Segundo Ribeiro (2011, p. 238) "O custeio por absorção é aquele em que cada
unidade ou serviço produzido é responsável por absorver parte dos custos diretos e
indiretos, incorridos na fabricação destes produtos/serviços".É importante reforçar que
o custeio por absorção é o ideal como método de custeio compromissado com a
informação lógica e útil, direcionada aos gestores das áreas de responsabilidade do
sistema empresa em geral, informação esta que será da forma mais coesa,
arquitetada e produzida pela área de controladoria.
O custeio por absorção segundo Martins (2003, pag. 24), “é o método derivado
da aplicação dos princípios de contabilidade geralmente aceitos, nascido da situação
histórica mencionada”. Sabe-se que esse sistema é baseado em princípios contábeis
é importante destacar sua importância no mundo contábil, pois em sua consistência
separa os custos das despesas, que são as principais apurações da contabilidade de
custos. As facilidades e as vantagens são o maior atrativo deste tipo de custeio para
as sociedades, pois nos outros métodos de custeio encontra-se certo tipo de receio e
mais desvantagens que o mesmo. Ainda para Martins (2003), entre as vantagens do
método de absorção estão:

 Diferencia os custos entre indiretos e diretos;


 Mostra o custo para estoque;
 Permite definir o custo unitário total;
 É alterado diretamente pelo volume de produção;
 É um dos métodos legais no Brasil.

Outra importante vantagem desse sistema é o aproveitamento de cada centavo


na apuração do custo, vendo que não se deixa de ser apurado nenhum centavo de
35

nenhum produto ou serviço prestado, daí vem o nome absorção que vem do verbo
absorver, ou seja, absorve cada custo a ser embutido no preço.
São levados em conta para o cálculo do método todos os custos decorridos nos
processos fabris, como os diretos: mão de obra, matéria prima etc. e os indiretos
como: a mão de obra e materiais indiretos, manutenção de equipamentos e seguros
da fábrica que são todos rateados para cada produto fabricado. O custeio por
absorção caracteriza-se por apropriar todos os custos do ciclo operacional interno aos
produtos finais.
36

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A controladoria exerce um papel essencial no que se trata da nova fase da


indústria e do mercado como um todo, principalmente com os avanços tecnológicos
que a cada dia revolucionam processos o tempo todo, é importante que os gestores
estejam preparados para possíveis oscilações tanto no ambiente interno como no
ambiente externo que ode afetar as operações da empresa.
As pequenas empresas vêm ganhando muita importância no cenário
econômico, porém a taxa de mortalidade das mesmas permanece como uma das
maiores barreiras para um sucesso maior, contar com uma assessoria contábil e
administrativa eficiente vem se tornando quase que uma obrigação para uma pequena
empresa manter sua sustentabilidade.
A controladoria ainda enfrenta diversas barreiras para se consolidar como uma
ferramenta de auxilio também nas pequenas empresas, porém suas vantagens a
emolduram como um investimento, para haver um lucro maior no futuro,
principalmente a longo prazo, abrir uma área de controladoria pode ser caro no início,
porém depois irá trazer controles internos eficazes visando trazer até diminuição de
custos.
Tendo em base os objetivos propostos para essa fundamentação teórica, é
afirmativo que ambos foram cumpridos, o presente trabalho provou a necessidade de
se ter um departamento de controladoria dentro de uma micro ou pequena empresa,
de forma que a mesma auxilie numa melhor gestão dos recursos e das atividades,
tendo em base futuras pesquisas mais aprofundadas.
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REFERÊNCIAS

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