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de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
(Des)Encontros com a Indisciplina
Paulo Lemos
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
pmlemos@letras.up.pt
Como citar este artigo: Resumo: Atualmente, a indisciplina é um dos maiores
problemas das escolas. Considerada pela comunidade
Lemos, P. (2018) “(Des)Encontros com
a Indisciplina. Revista de Educação científica como um dos principais obstáculos do processo
Geográfica |UP, nº.3, p.7‐38. pedagógico, é responsável pela instabilidade emocional e
Universidade do Porto profissional dos professores e compromete, grosso modo, as
aprendizagens dos estudantes. Apresenta‐se, por isso, como
um dos fatores que mais interfere na relação pedagógica,
ISSN: motivando uma permanente tensão que quase impossibilita
a (re)construção de um clima relacional que permita o
2184‐0091 desenvolvimento eficaz e seguro do processo de ensino‐
DOI: aprendizagem. Partindo destas premissas, e reconhecendo
que o(s) professor(es) contribui(em) para o processo de
https://doi.org/10.21747/21840091/ formação e socialização dos alunos e que estes colaboram
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também na sua contínua formação, foi nossa intenção
identificar os comportamentos de indisciplina mais
frequentes em sala de aula e compreender como procedem
Secção: Refletir
alunos e professores perante os mesmos. Para o efeito,
recorremos à aplicação de um inquérito por questionário
(alunos) e de entrevistas semiestruturadas (professores).
Assim, interrogamo‐nos: que regras vigoram na sala de aula
e quem as dita e define? Que posições adotam professores e
alunos em relação à (in)disciplina? Afinal, quem é o aluno
indisciplinado e como é percecionado pelo(s) professor(es)?
Os resultados comprovam que a indisciplina é uma realidade
socialmente construída, uma mensagem cultural. Perante
esta, os professores atuam de formas muito dissemelhantes,
recorrendo, normalmente a processos coercivos, que
abarcam desde a repreensão ou chamadas de atenção até à
expulsão do(s) aluno(s) da sala de aula. A sua principal
preocupação não é entendê‐la. É eliminá‐la!
Cientes da complexidade do fenómeno, a nossa intenção
não é expor soluções para todas as situações que envolvem
este fenómeno escolar e social, mas dar um novo alento a
discussões que podem relevar novas possibilidades de
(re)pensar a indisciplina.
Palavras‐Chave: (In)Disciplina Escolar; Relação Pedagógica;
Educação; Prevenção
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como uma das principais instituições que jovens, os seus comportamentos,
contribuem para o enriquecimento cultural, cívico e personalidades e objetivos de vida;
artístico da nossa comunidade estudantil, assim
como para a sua realização pessoal, promovendo a Refletir sobre (possíveis) estratégias e
sua formação integral. Porém, fruto das profundas medidas de gestão e controlo da
mutações sociais e culturais contemporâneas, esta (In)Disciplina em sala de aula;
é uma escola que assume papéis muito Propor possíveis medidas e metodologias
heterogéneos e diferentes dos que lhe eram pedagógicas e didáticas alternativas para
atribuídos, acabando por revelar dificuldades de
lidar com os fenómenos de indisciplina
‘adaptação’ a novas atitudes, comportamentos,
escolar;
culturas, saberes e valores experimentados e
adotados pelos nossos alunos, que, grosso modo, De forma a responder às questões de partida
não se coadunam com as suas exigências da vida formuladas, adotámos diferentes instrumentos e
escolar atual. metodologias de trabalho (Tabela 1). Assim, ao
Assim, para lá dos muros que circundam a escola longo do ano letivo 2016/2017, começámos por
acumulam‐se dilemas que precisam de ser reunir os materiais de suporte ao desenvolvimento
resolvidos. Mas, para isso, necessitamos de renovar do trabalho, conforme a metodologia já esboçada:
o interesse que sentimos por ela e pelos seus em primeiro lugar, foi‐nos cedido o Relatório Oficial
problemas (Cachinho & Reis, 1991). Ou seja, como
Tabela 1 – Questões de Partida, Instrumentos de Trabalho e Metodologias
refere Santos Guerra (2003, p.198), é fundamental
‘vivermos a escola’.
2. Objetivo(s) e Metodologia(s)
Com base nestas breves reflexões, equacionamos
como ponto de partida um conjunto de questões às
quais pretendemos responder de forma clara e
concisa no final deste artigo:
A (In)Disciplina interfere no (In)Sucesso Escolar?
Há alguma relação entre as faltas disciplinares e
o sucesso escolar nessas disciplinas?
Em que medida é que o(s) contexto(s) em que
se insere a escola, os professores, a comunidade
estudantil e a própria família dos alunos
interferem nos fenómenos de (In)Disciplina e
(In)Sucesso Escolar?
Que efeitos exerce a prática pedagógica no
(In)Sucesso Escolar e na (In)Disciplina em sala de
aula?
Para o efeito, definimos como objetivos principais:
Identificar e compreender os multifatores e
as multidimensões da Indisciplina Escolar;
Final Anual do Agrupamento de Escolas António
Avaliar a relação entre faltas disciplinares e Nobre (AEAN) relativo ao ano letivo 2015/2016,
sucesso escolar nessas disciplinas; bem como os dados dos Relatórios Oficiais Finais
Relacionar os contextos socioculturais e Periódicos do 1º e 2º Períodos Escolares de
familiares com a formação escolar dos 2016/2017. A opção de não trabalharmos os anos
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precedentes, desde a inserção do AEAN no aferir, no panorama geral das turmas que
programa Territórios Educativos de Intervenção compõem o 3º Ciclo do Ensino Básico do AEAN,
Prioritária (TEIP), reside no facto de que, aquelas que registavam os valores extremos das
inicialmente, a nossa intenção era avaliar a duas variáveis em causa.
progressão dos fenómenos e comportamentos de
Neste âmbito, e de acordo com a Tabela 2, no
indisciplina nas turmas em que tivemos a
término do primeiro decénio do mês de Abril de
oportunidade de lecionar.
2017 a nossa amostra estava já completa e
Contudo, ao tratarmos os dados dos Relatórios circunscrita a 179 alunos, distribuídos por 9 turmas
Oficiais Finais Anual (2015/2016) e Periódicos do 3º Ciclo do Ensino Básico, alojadas nas 3 Escolas
(2016/2017), apercebemo‐nos que nas nossas referidas.
turmas a ocorrência de faltas disciplinares era
ínfima, pelo que trabalhar apenas estas seria Tabela 2 – Estratificação da Amostra, por Escola do A.E.A.N. (inicio do 3º
incipiente do ponto de vista da representatividade Período de 2016/2017)
do nosso universo (alunos do AEAN). De facto, após
um primeiro exercício de análise dos resultados
preliminares, concluímos que as turmas do Ensino
Secundário Regular não possuíam um número
significativo de ocorrências indisciplinares que
permitisse poder correlacionar as variáveis deste Fonte: Dados Retirados do Relatório T.E.I.P. (2º Período) do A.E.A.N.
estudo (sucesso/insucesso escolares e número de
faltas disciplinares por disciplina e turma).
Após a aplicação e tratamento estatístico dos
Por seu turno, e de acordo com os documentos do inquéritos por questionário, percebemos que este
TEIP, era nas restantes escolas com 3º Ciclo do projeto ficaria muito limitado se só nos
Ensino Básico do AEAN (designadamente, Escolas reportássemos, por um lado, aos números
Básicas Nicolau Nasoni e Areosa) que os valores de apresentados nos Relatórios Oficiais Finais Anual
insucesso escolar e de faltas disciplinares eram (2015/2016) e Periódicos (2016/2017) do
expressivos, o que nos levou a abrange‐las neste Agrupamento e, por outro, às imprescindíveis
projeto. contribuições prestadas pelos alunos das turmas
De realçar, ainda, que para efeitos de comparação que compõem a nossa amostra. Com efeito, ficaria
entre ambos os anos letivos o período de análise a faltar a perspetiva dos responsáveis e/ou
não é exatamente o mesmo: o relatório TEIP do colaboradores do programa.
atual ano letivo só possui dados dos dois primeiros Nesse sentido, resolvemos aplicar entrevistas
períodos, enquanto o de 2015/2016 contempla semiestruturadas a três responsáveis pelo
dados dos três períodos letivos. Este facto justifica‐ programa TEIP do AEAN: Dra.. Alice Barbosa
se porque, aquando da realização do presente (Psicóloga do Gabinete de Apoio ao Aluno e à
estudo, ainda não estavam disponíveis os dados Família – GAAF), Dra. Teresa Fonseca (Mediadora
oficiais do 3º Período do Relatório Oficial do ano do GAAF) e Dra. Maria Salomé Ribeiro
letivo em vigor. Neste contexto, só procedemos ao (Coordenadora do TEIP do AEAN).
levantamento dos dados referentes às faltas
Recolhidos em Maio de 2017, estes instrumentos
disciplinares e à taxa de sucesso escolar, por
de trabalho permitiram‐nos adquirir informações
disciplina e por turma, dos três níveis de ensino do
valiosas que nos possibilitaram responder às
3º Ciclo do Ensino Básico das 3 Escolas do AEAN, no
questões de partida deste relatório de uma forma
início do 3º Período. Esta opção de levantamento
mais clara, objetiva, concisa e completa.
tão tardia, deve‐se ao facto de, para efeitos de
comparação dos dois anos letivos, não ser Assim, e recapitulando os objetivos sugeridos, a
aconselhável ter apenas os dados referentes ao 1º Tabela 3, permite demonstrar como se
Período Escolar de 2016/2017. Foi portanto desenvolverá o capítulo seguinte ao relacionar as
necessário aguardar pela divulgação dos dados questões de partida com os objetivos propostos.
referentes ao 2º Período, para que os
conseguíssemos englobar no nosso estudo e assim
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Tabela 3 – Associação entre Objetivos e Questões de Partida
dito ‘indisciplinado’ e, por inerência, o que é a
indisciplina. Até porque, “(…) embora os
professores apontem o comportamento dos alunos
como um dos maiores problemas na sala de aula
(…)”, determinados comportamentos parecem
assumir conotações distintas consoante os
intervenientes e contextos em que ocorrem (Pinto,
2014, p. 5).
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(…) o conceito de indisciplina é uma conceção virtude ou, ainda, um “(…) instrumento de
imprecisa e vaga, uma vez que envolve aspetos resistência à dominação, à submissão, às injustiças,
de referência multidisciplinares, ângulos às desigualdades e às descriminações em busca da
diversos através dos quais vários fenómenos identidade e dos direitos (…)”.
podem ser perspetivados (a evolução histórica
(…), os agentes, as vítimas, as causas, os efeitos Portanto, a indisciplina escolar passa a ser também
e os contextos) e não pacífica, porque decorre perspetivada como um fenómeno relacional e
de tomadas de posição sob paradigmas de interativo (Amado, 2000), que abraça todos
abordagem que estão longe de ser aqueles “(…) comportamentos e atitudes
consensuais.
[entendidos] como perturbadores e inviabilizadores
Neste contexto, cientes de que não podemos do trabalho que o professor pretende realizar (…)”
negar, marginalizar ouaté mesmo refutar o ‘caráter (Jesus, 1999, p. 31). São por isso mesmo uma grave
polissémico’ (Estrela, 1992) que tanto carateriza violação de normas (formais ou informais)
estes dois termos, o Conselho Nacional de estabelecidas, o que, em contexto escolar,
Educação (Parecer Nº. 3/2002, p. 5480), salienta sobretudo em sala de aula, dificulta e fragiliza a
que por indisciplina escolar devem entender‐se, relação pedagógica, apresentando‐se ainda como
“(…) todos os comportamentos que reflitam o “(…) um dos fatores responsáveis pelo insucesso
propósito de perturbar os processos de escolar, já que integra comportamentos e atitudes
aprendizagem que decorrem na escola, que perturbam e inviabilizam o processo de ensino‐
dificultando o exercício da função docente, inibindo aprendizagem.” (Amado, 1991, apud Silva & Neves,
uma efetiva cooperação discente, perturbando a 2004, p. 1).
convivência da comunidade educativa no seu
Assim sendo, admite‐se que hoje não podemos
todo”.
ensinar do mesmo modo que aprendemos, fazendo
Além do mais, revendo‐nos na definição de uso, única ou maioritariamente, das velhas práticas
inúmeros outros autores ‐ dos quais destacamos, e metodologias ‘tradicionalistas e conservadoras’
Böck (1986), Garcia (2001), Lima (2017) e Neves & (Sampaio, 1997). Essas, feliz ou infelizmente, já não
Silva (2006) ‐ e como Palma (2011, p.14) salienta , a são suficientes para suprir as necessidades vividas e
indisciplina materializa‐se no incumprimento das sentidas pela escola, a quem se atribui a
“(…) regras estabelecidas, (…), impostas ou responsabilidade de superar, ou pelo menos
negociadas (…) e impede ou prejudica (…) as minorar, as grandes desigualdades sociais que nos
interações entre pares e a relação com o professor, afetam (Estrela, 2002).
enquanto pessoa e autoridade (…)”. Apresenta‐se,
Perspetivada como peça fulcral de qualquer
ainda, como um grave e sério obstáculo que “(…)
sistema social, a escola parece possuir uma
impede ou dificulta o decorrer do processo de
incapacidade inata de ficar imune às tensões e
ensino‐aprendizagem (…)” (Silva, 2001, p. 9).
problemas que assolam as sociedades
Esta obstrução à relação pedagógica é abordada contemporâneas, vivendo o que Formosinho (1992)
por Aquino (2016), que não deixa de frisar a designou ‘Crise Social Importada’. Neste
indisciplina como a reação encetada pelos paradigma, a escola vê‐se como que obrigada a (ter
estudantes que, subordinados arbitrariamente ao que) saber lidar, e em parte, resolver, os “(…)
sistema de ensino se rebelam contra as normas conflitos entre gerações, crise da família [e muitos
geradas, promulgadas e, em certos casos, impostas outros problemas sociais] (…) que traduzem o
pela comunidade educativa. Tal ato de rebeldia e estado crítico da civilização (…)” (Dottrens, 1973, p.
afrontamento, intitulado por Amado (2001) como 30). No fundo, acaba por assumir, ainda que
‘fuga à regra’, consubstancia‐se pelo facto destes involuntariamente, responsabilidades e funções
alunos não se encontrarem preparados para uma que até então não lhe estavam confiadas e para
vivência coletiva baseada em normas funcionais e cujo exercício nem sempre se tem mostrado
proibições que se fundem em ‘modelos de escolas preparada.
idealizadas’ por professores, diretores e
Com efeito, muito embora tenhamos conquistado
funcionários. Neste caso, e de acordo com Chagas
o direito à liberdade de e para aprender, marco
(2001) e Camacho (2001, p.130), a indisciplina,
fulcral da evolução e modernização das sociedades
surge, então, como um ‘sintoma positivo’, uma
‐ e consagrado por Formosinho & Machado (2011,
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económicas, religiosas e políticas, étnicas e com Em suma, ressalvamos que a ênfase atual
diferentes ritmos de aprendizagem, devam e concedida à qualificação do ensino, acentuandoa
possam “(…) encontrar a resposta à sua visão ‘utilitária’ do aprender a conhecer e do
individualidade e à sua diferença num espaço aprender a fazer, teve como principal desfecho a
educativo aberto, diferenciado e personalizado” desvalorização da educação, mormente nos
(Lourenço, 2015, p. 15). Mas, para que tal se possa domínios do aprender a conviver e do aprender a
concretizar, a escola necessita de compreender à ser. Assim, no processo de educação, é a formação
priori que universal do indivíduo que está em causa, assente
(…) diferenciar é estabelecer diferentes vias – no presumível equilíbrio entre a aquisição de
mas não pode ser nunca estabelecer diferentes conhecimentos, o desenvolvimento de
níveis de chegada por causa das condições de competências, a assimilação e interiorização de
partida. Diferenciar também não equivale a valores e de condutas e, o mais importante, o pleno
hierarquizar metas para alunos de grupos desenvolvimento harmonioso da personalidade
diferentes – mas antes tentar, por todos os como ser humano. Por isso, não admira que hoje
meios, os mais diversos, que todos cheguem a seja preocupação primordial de todas as
dominar o melhor possível as competências e instituições escolares, incutir nos estudantes a
saberes de que todos precisam na vida pessoal
responsabilidade que devem ter perante si mesmos
e social (Roldão, 1999, p. 53).
e perante os outros; a consciência de deveres e de
É neste enquadramento que surgem os TEIP direitos, bem como o ‘impulso’ para a solidariedade
(Barbieri, 2003; Ferreira & Teixeira, 2010; e para a participação cívica, ponderada e
Formosinho & Machado, 1998c). Ao assentar em consciente; o sentido de pertença a um grupo, a
políticas de igualdade na educação, através de uma comunidade e de partilha; a insatisfação
medidas que visam combater os fatores de perante o que é realmente injusto ou o que está
desigualdade no acesso à escola e ao sucesso errado e a vontade inata de querer aperfeiçoar e
(Aquino, 2016; Cherkaoui, 1978), este programa de servir; o incentivo a um espírito de inovação, de
objetiva o desenvolvimento e a formação de todos audácia e de risco, o pensamento que age e a ação
os cidadãos em condições de igualdade de que se pensa.
oportunidades e no respeito pela diferença e
E é por tudo o que aqui fomos referindo que, em
autonomia de cada um, garantindo a
pleno século XXI, “(…) a escola não esgota a
universalização da educação e a promoção do
educação mas é o seu centro, reflete todas as crises
sucesso educativo, princípios consagrados na Lei de
e contradições do nosso tempo e das nossas
Bases do Sistema Educativo Português (Lei nº
sociedades” (Sampaio, 1999, p. 5). E é talvez
46/86, de 14 de outubro). Como Barbieri (2003,
também porque, curiosamente, “(…) nunca tantos
p.43) deixa transparecer, os TEIP “(…) constituem‐
deixaram de acreditar [nela: n]unca tantos a
se como uma medida de política educativa que
desejaram e procuraram [n]unca tantos a
prescreve uma intervenção num determinado
criticaram e nunca, como hoje, foram tão grandes
espaço geográfico, administrativo e social de
as dúvidas sobre o sentido da sua mudança”
combate aos problemas de exclusão social e (…)
(Barroso, 2001, p. 204).
escolar, que supõe uma política de discriminação
positiva, valorizando‐se o papel dos atores locais e Da sinopse teórica realizada, infere‐se que a
o estabelecimento de parcerias enquanto indisciplina é uma realidade ‘complexa e ‘criativa’
contributo para a criação de condições de (Garcia, 1999, p. 103), sendo hoje encarada como
igualdade de oportunidades”. um ‘sintoma de doença’ da nossa escola (Estrela &
Ferreira, 2001). Uma escola que, em virtude dos
Pretende‐se, portanto, estimular e em certa
reflexos de um passado, se encontra munida de
medida animar o diálogo entre a escola e a família,
mais dificuldades que estímulos ao
fortalecer e cimentar os meios de promoção do
desenvolvimento das aprendizagens dos alunos
acesso e sucesso escolares e promover também a
que acolhe. E isto tem‐nos intrigado:
inclusão dos estabelecimentos de ensino e a sua
interação com o meio e a gestão dos recursos Qual o aluno que poderá interessar‐se
comunitários existentes. profundamente pelo seu trabalho quando
este é tão fragmentado, desconexo, caótico,
ao sabor das mudanças de actividades e de
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disciplinas, do ritmo das campainhas e de 1998, p. 35), o que realmente tem preocupado e
outros toques, da contínua troca de angustiado a comunidade educativa e científica é o
professores e dos respectivos facto de “(…) não se sabe[r exatamente] onde
temperamentos, das pressas e dos tempos começam e acabam as causas e os efeitos, a
mortos? Qual o aluno que poderá, por
responsabilidade deste ou daquele agente, deste
imposição, tornar‐se activo ou passivo e
escutar ou concentrar‐se, falar ou escrever, ou daquele fator, devido às múltiplas implicações e
questionar ou responder só porque recebeu a à causalidade circular (…)” que estas mesmas
ordem do professor, no momento variáveis parecem assumir numa determinada
determinado que este julga oportuno? (…) ocorrência indisciplinar (Amado, 2001, p. 317).
Qual o aluno que poderá aprender por
tentativas e erros, expor as suas questões e Nesta medida, Amado (2000, p. 6) tem proposto,
as suas dúvidas, quando “tudo aquilo que ao longo das últimas duas décadas, que se
possa dizer pode ser utilizado contra si”, dá classifique este fenómeno em níveis, “(…) como se
lugar a apreciações, a sarcasmos, a falássemos de indisciplinas (no plural, portanto)
comentários anotados na caderneta? diferentes pela sua natureza intrínseca e não de
(Perrenoud, 1995, p. 18). uma só (…)”. Acrescenta, ainda, que o
Não obstante, Estrela (1998, p.13), cuja opinião é desenvolvimento destes níveis ocorre(ria) sempre
partilhada por Afonso (1991), refere ainda que os que os atos perpetrados pelos alunos, pela sua
fenómenos de indisciplina em contexto escolar são natureza ou pela sua reincidência depois da
também mais recrudescentes quando, por sinal, advertência do docente, transporta(ria)m a uma
continuamos a observar a existência de progressiva diminuição da assimetria de poder na
relação pedagógica. Ou seja, à medida que se
(…) turmas numerosas; escolas superlotadas, progride nos níveis, “(…) aumenta a sua
que nas grandes cidades funcionam como
agressividade intrínseca, mas a sua extensão é
fábricas em elaboração continua; edifícios
degradados e [com] falta de equipamentos menor na medida em que abrange menos situações
didácticos adequados; fraco nível de e envolve cada vez um menor número de
remuneração dos docentes, que afasta do intervenientes” (Palma, 2011, p. 15).
ensino os mais capazes; persistência de O primeiro nível, apelidado por Amado & Freire
pessoal docente sem formação profissional e
(2002a) “indisciplina de carácter pedagógico”, é
de pessoal auxiliar subqualificado;
percentagens elevadas de alunos oriundos de (re)conhecido pelos comportamentos e atitudes ou
meios economicamente degradados; condutas que, de alguma forma, constituem um
presença de minorias étnicas a quem não se desvio “(…) às regras da comunicação verbal e não
proporcionou formas de acolhimento verbal, (…) da “mobilidade” e ao cumprimento da
facilitadoras da sua inserção escolar e social; tarefa” (op.cit, p. 15), acabando por impedir o bom
taxas enormes de insucesso escolar; funcionamento da aula.
seletividade e competitividade do ensino (…);
falta de saídas profissionais para os alunos do Estas infrações, não são frequentemente explícitas,
ensino básico e secundário, ligada à falta de isto é, os alunos cometem‐nas por vezes de forma
um sistema coerente de formação ‘clandestina’, mantendo aparentemente o respeito
profissional (…). pela regra. Até porque, este tipo de desvio também
Assim, e na tentativa de propor medidas e pode ser caracterizado por não ser constante, ou
estratégias que permitam, dentro das nossas seja, alguns alunos ora cumprem as regras, ora
possibilidades, minorar os problemas que se cometem infrações a essas mesmas regras
manifestam dentro do recinto da escola, torna‐se (Gonçalves, 2008). São, assim, comportamentos
imperativo (re)conhecermos as inúmeras variáveis desviantes considerados menos graves, uma vez
e fatores inerentes à personalidade da indisciplina que não se reportam diretamente ao professor
escolar (Amado & Freire, 2009; Carita & Fernandes, e/ou à sua autoridade, pelo que até estes revelam
1997; Estrela & Amado, 2002). Isto porque, é uma certa permissividade, tolerância e flexibilidade
através delas que, para além da indisciplina poder perante a ocorrência deste tipo de infrações,
assumir “(…) manifestações variadíssimas que atuando somente quando atingem o seu estado de
[podem ir desde a] “perturbação do trabalho” às saturação. Contudo, parece‐nos importante realçar
agressões a colegas e professores (…)” (Amado, que até esta certa condescendência é inconstante e
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(…) desinteressante e repetitiva (…). Na transmitir ao leitor uma mensagem: não basta
perspetiva dos alunos, [estas são] aquelas querer inovar; é necessário “(…) conseguir a
[aulas] em que não há “nada para fazer”, em diferença quando se inova” (Lopes & Silva, 2015, p.
que o professor “nunca sai da matéria” ou 3). E é precisamente através dessa ‘diferença’, que
está a ser “desinteressante”, “chato”. Além
estaremos a contribuir decisivamente
do desinteresse, desmotivação e
consequentes desvios de comportamento, (…) para a promoção do desenvolvimento
estas aulas trazem uma espécie de pessoal e social dos alunos [e] para a qualidade
entorpecimento e habituação à desordem e à de vida e do bem‐estar social nas escolas em
preguiça. Também a ausência de sentido da geral“ao minorarmos, através de ações
matéria lecionada, muitas vezes referida preventivas o “(…) insucesso, desmotivação
pelos alunos, por considerarem que esta não (…)abandono escolar, (…) a delinquência e a
é adequada aos seus interesses e capacidades exclusão social (Amado & Freire, 2009, apud
de aprendizagem, é fator de desmotivação e Palma, 2011, p. 24).
aborrecimento (…), levando ao aparecimento
de comportamentos de indisciplina (Amado, Assim admitimos, até pela vasta bibliografia
2001, apud Palma, 2011, p. 17). nacional e internacional, que a grande dificuldade
sentida pelos professores em lidar com as questões
De facto, a indisciplina poder estar relacionada com indisciplinares no interior das salas de aula, se
o fraco sucesso escolar dos alunos: o insucesso reporta essencialmente a um problema de
escolar é fruto, em grande parte, do pouco prevenção. Como Amado refere (2000, p.9),
investimento que determinados estudantes compartilhando as premissas de outros autores
depositam nas atividades escolares, bem como no (Carita & Fernandes, 1997; Estrela, 1992, 2007;),
crescente desinteresse que nutrem pela escola. prevenir a sua ocorrência e manifestação implica
Muito embora seja comumente aceite que este fundamentalmente “(…) organizar as situações de
insucesso se associe às classificações aferidas nas aula, de gerir as atividades e de dar expressão a um
diversas disciplinas, o facto é que o conjunto de atitudes relacionais, de tal modo que
desenvolvimento de certas emoções negativas se afastem ou anulem os factores de perturbação e
acabam por espelhar determinados valores desvio” e, em simultâneo, se consiga promover e
inculcados pelos professores, que certos alunos se potencializar oprocesso de ensino‐aprendizagem,
recusam a interiorizar e obedecer porque não se fomentando a (re)construção da disciplina na
revêem neles. Consequentemente, revelam escola e na sala de aula.
condutas de agressividade, apatia, desmotivação,
desatenção e ‘imaturidade’, que se agravam ainda A missão dos professores não é fácil… Até porque,
mais quando não perspetivam a escola como lugar (…) não há receitas aplicáveis e as soluções são
motivacional que contribui para o seu sucesso em geral construídas momento a momento,
escolar; ou ainda, porque não encontram em si sob a pressão dos acontecimentos. [Entre] os
mesmos ou na família estímulos e dedicação processos utilizados, a investigação efetuada
suficientes para a sua aprendizagem. (…) considera a utilização de estratégias
preventivas e de resposta, incluindo estas
Face ao exposto, seria necessário, no parecer de últimas as medidas corretivas e punitivas
Dozena (2009), uma ‘receita mágica’ que, imolada (Pinto, 2014, p. 23).
numa série de programas e políticas públicas de
A este desígnio e concordando com Amado (2000),
prevenção e intervenção, colocasse termo a esta
por mais que procuremos prevenir é quase
‘agrura’ escolar e social. Neste sentido, é
inevitável a ocorrência de condutas desviantes, que
importante discutir métodos, políticas e programas
acabam por dar alento à intervenção corretiva ou
educativos que convirjam para uma resolução
punitiva, por parte doprofessor. Entre ambas,
adequada desta problemática, o que “(…) será
Palma (2011), Amado (2000) e Pinto (2014),
fundamental para ajudar a ultrapassar uma das
revelam a sua preferência pelas ações disciplinares
questões essenciais de ensino – a sua qualidade”
corretivas. Neste âmbito, Amado (2000, 2001)
(Silva & Neves, 2004, p. 37).
estabelece três tipos fundamentais de processos
Neste sentido, e para finalizarmos este corpo corretivos usualmente utilizados pelos professores
teórico, é nosso intento apresentar algumas em sala de aula. No primeiro tipo, designado
sugestões de prevenção da indisciplina, procurando “Correção pela Integração/Estimulação”, a
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de contingências como algumas estratégias de sempre que evidencie comportamentos, condutas
prevenção da indisciplina e da mudança de ou atitudes desejáveis e que estejam explícitos
comportamento(s). De facto, a aplicação num contrato celebrado entre professor(es) e
(…) da estratégia do reforço social, permite que alunos da turma.
o aluno receba uma resposta socialmente Embora todos estes métodos, metodologias e
recompensadora como um elogio, um sorriso, programas educativos (de que faz parte o
uma atenção e o feedback positivo, após a programa TEIP) sejam substanciais para ressalvar
ocorrência de um comportamento adequado, o
um papel pró‐ativo e inclusivo da escola
que vai favorecer a sua frequência. No entanto,
(…) [para que esta metodologia surta efeitos, contemporânea, não poderemos deixar de frisar a
julgamos necessário a adoção de outras importância de que se reveste o envolvimento dos
medidas], tais como: – Ignorar o pais e encarregados de educação na escola e na
comportamento inadequado, quando pretende vida escolar dos seus educandos, facilitando a
que este seja eliminado e escolha um que articulação de diálogos que permitem a
pretende acentuar e reforce a atenção e o (re)construção da disciplina escolar. Em verdade,
elogio sobre esse comportamento; – O reforço não há qualquer dúvida de que a escola e a família
deve ser atribuído imediatamente ao são os dois alicerces fundamentais e de apoio
comportamento positivo, revelando‐se aí a sua
mútuo na (re)construção e sustentação de
eficácia; – O reforço deve ser individual,
devendo‐se adequar a cada aluno, consoante qualquer ser humano. Nesta medida,
as suas próprias características e gostos; – (…) quanto melhor for a parceria entre ambas,
Reforçar as tentativas que o aluno faz para mais positivos e significativos serão os
atingir o comportamento desejado, ajudando – resultados na formação do sujeito. Basta
o e encorajando‐o a conseguir os objetivos pensarmos na definição das regras escolares,
pretendidos. Após a concretização do se estas forem ao encontro daquilo que é
comportamento desejado deve‐se passar a praticado em casa podemos obter uma
reforçá‐lo de forma intercalada, diminuindo modelação de comportamentos desejáveis,
assim o número de reforços para que o aluno o uma vez que o aluno também em seio familiar
interiorize na sua conduta como um ato possui regras e referências. Pelo contrário, se
normal (Valente, 2014, p. 43). não existirem padrões comuns podemos estar
Um outro método ou metodologia que pretende a pedir atitudes e comportamentos que não
são aqueles que fazem parte do quotidiano
estimular e reforçar, de forma sistemática, a
familiar, o que provocará um choque com a
ocorrência de comportamentos agradáveis e cultura escolar, manifestando‐se muitas vezes
corretos por parte dos alunos, é a gestão de em comportamentos disruptivos e
contingências. Este tipo de estratégia permite a indisciplinados (Afonso, 2006, p. 114).
existência de uma certa «negociação» entre
Assim, os pais devem procurar integrar modelos
professores e alunos, tendo como principal objetivo
adequados de condutas comportamentais para os
a supressão de condutas e comportamentos que se
filhos e devem responsabilizar‐se e envolver‐se
revelem inadequados e indisciplinares, procurando
ativamente no seu processo educativo,
substitui‐los por outros que sejam pretendidos e
colaborando com os professores e empregando
positivos, e atribuindo‐se, sempre que se processe
estratégias educativas consonantes com aquelas
(com êxito) a conclusão do objetivo proposto, uma
que são aplicadas na escola. Isto quer dizer,
recompensa – Princípio de Premack. Assim sendo, e
segundo alguns autores (i.e. Amado, 2000, Palma
com a utilização de tal metodologia, “(…) o aluno,
2014 e Valente 2014), que devemos ter em
para além de se sentir recompensado, também vai
consideração que a não aplicação de punições por
aprender a assumir a sua responsabilidade no
parte dos professores passa também pelas famílias
processo, permitindo‐lhe a cooperação com o
dos alunos não as empregarem. Até porque, se
professor em vez do confronto e das manifestações
assim não for, para muitos estudantes esta será a
de comportamentos ‘indesejáveis e perturbadores’
única linguagem corretiva conhecida, o que acaba
(Valente, 2014).
por apresentar sérios entraves e dificuldades ao
Por fim, ainda ressalvamos, a adoção da êxito da aplicação de outras estratégias,
metodologia “Sistema de Créditos”: uma estratégia nomeadamente as preventivas.Torna‐se pois,
que compreende a atribuição de créditos ao aluno
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Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
(…) imprescindível que os pais retomem o S eja coerente com os seus comportamentos e os
reconhecimento, o respeito e a colaboração que deseja do aluno.
com os professores, tentando em conjunto
contribuir para um processo educativo mais T enha muita calma e paciência!
adequado, a bem dos alunos (…) e da U se métodos de ensino adequados às situações.
sociedade. (…) É importante [também] que se
assuma que os professores não podem V isualize toda a sala de aula.
substituir os pais na educação dos filhos. Os
pais são os primeiros modelos para os filhos, X eque‐mate à ‘pedagogia‐saliva’.
tendo sobre eles uma influência que os Z ele por uma boa organização e gestão de aula
professores não podem ter (Jesus, 2003, p. 27).
Em jeito de conclusão, deixamos aqui imortalizado
o ‘conselho’ de Amado & Freire (2009, apud 4. Resultados e Discussão
Valente 2014), ao qual introduzimos apenas uma
breve e pequena modificação por forma a
completá‐lo (acrescentando o conselho da letra T). Este item será subdividdo em quatro pontos, cada
Um conselho, estamos em crer, que certamente um deles correspondendo às questões de partida
ajudará tanto pais como professores e restante elencadas na Nota Introdutória e nos Objetivos e
comunidade educativa a lidarem com os metodologias.
fenómenos e comportamentos de indisciplina na
escola e, muito particularmente, em sala de aula:
4.1. A (In)Disciplina interfere no (In)Sucesso
Escolar?
ABC da Prevenção da Indisciplina Para responder a esta primeira questão,
A dquira cada vez maior consciência de si em ação. socorremo‐nos dos dados referentes à Taxa de
Sucesso (TS) e Faltas Disciplinares (FD) que constam
B atalhe pela colaboração dos pais na vida da nos Relatórios Oficiais Finais Anual (2015/2016) e
escola. Periódicos (2016/2017) do AEAN.
C rie uma atmosfera de respeito pelos outros. Como a nossa intenção é, por um lado, averiguar a
D escubra o seu estilo de professor. progressão destes fenómenos no Agrupamento em
causa e, por outro, inferir se a disciplina (ou a falta
E nvolva os alunos ativamente nas tarefas.
dela) interfere no sucesso escolar, optámos por
F aça um inventário das necessidades e interesses elaborar 4 gráficos, reportando‐se os dois primeiros
dos alunos. ao ano letivo 2015/2016 e os dois últimos ao ano
G uie‐se por comportamentos assertivos. letivo atual (2016/2017), estando estes aglutinados
em dois grupos: os dois primeiros gráficos de cada
H abitue o aluno a cumprir as regras previamente ano letivo (Gráficos 1 e 3) foram concebidos com
acordadas. base nos valores da TS das turmas que compõem a
I mplemente estratégias que promovam a nossa amostra. A partir deles, foi‐nos possível
autoconfiança e a autoestima. catalogar as turmas por ordem crescente de TS e
associar‐lhes os respetivos valores de FD. Por seu
J ogue com os aspetos cognitivo e sócio – afetivo. turno, invertendo o processo, os dois últimos
L eve os alunos a serem autodisciplinados. gráficos de cada ano letivo (Gráficos 2 e 4) colocam
em evidência, também por ordem crescente, as
M ostre entusiasmo nas atividades de ensino. turmas que registaram mais/menos FD,
N ão rotule o aluno. associando‐lhes, igualmente, os respetivos valores
da TS.
O rganize atividades extracurriculares.
O objetivo é aferir, quando muda a variável, se o
P lanifique aulas motivadoras.
comportamento dos valores de TS e FD se mantêm
Q uestione‐se sobre os motivos da indisciplina. inalteráveis ou, ocorrendo alteração, quais as
R eforce o comportamento adequado dos alunos. razões explicativas dessa transformação.
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Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
Assim, analisaremos esta primeira questão sob ocorrências disciplinares, sendo a Medida
duas perspetivas distintas mas complementares, Disciplinar Corretiva mais utilizada a ordem de
cada uma delas correspondente às duas variáveis saída do ‘aluno indisciplinado’ da sala de aula.
em estudo: a primeira (Gráficos 1 e 3), onde se Poderíamos, portanto, inferir, que os fenómenos
coloca em evidência a premissa do (in)sucesso de indisciplina parecem efetivamente ter efeitos
escolar; a segunda (Gráficos 2 e 4), onde se negativos no processo de ensino‐aprendizagem dos
valorizam as faltas disciplinares. nossos estudantes.
Contudo, não querendo extrair ilações precipitadas
Da observação de conjunto, é impossível não
(e com base apenas na análise genérica do
reparar que a turma do 7º Aa é aquela que regista,
comportamento de uma das turmas), quando
simultaneamente, a menor TS do Agrupamento e o observamos os resultados obtidos, concluímos que
mais elevado número FD (63 registos de a TS foi superior a 50%. E se porventura
Gráfico 1 – Taxa de Sucesso e Faltas Disciplinares por Turma (Ano Letivo 2015/2016 – Relatórios T.E.I.P.)
Gráfico 2 – Faltas Disciplinares e Taxa de Sucesso por Turma (Ano Letivo 2015/2016 – Relatórios T.E.I.P.)
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Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
pressuporíamos, à priori, que as turmas que detêm apesar de contabilizar apenas uma falta disciplinar
as maiores TS são as que registam os valores mais apresenta uma TS inferior à do 8º As, que regista
baixos de FD, quando analisamos com algum um considerável valor de FD (Gráfico 2).
pormenor os gráficos, notamos que esta premissa Ainda da leitura destes gráficos, verifica‐se que a
nem sempre se verifica: existem turmas onde turma do 7º Bn é a segunda com valores mais
embora não ocorram FD, a TS não é superior a baixos de sucesso e mais elevados de ocorrências
outras que averbam registos de tal variável. Veja‐ disciplinares, e que o 7º Da, embora registe uma TS
se, a título de exemplo, o caso da turma do 9º Cn: superior a 70% é a segunda turma com mais FD (30
embora não registe nenhuma FD, possui uma TS ocorrências).
muito inferior à do 7º Ba que assinala a ocorrência Embora consideremos que outras variáveis podem
de FD (Gráfico 1); ou, ainda, a turma do 7º As que explicar estes resultados, tais como a relação
Gráfico 3 – Taxa de Sucesso e Faltas Disciplinares por Turma (Ano Letivo 2016/2017 – Relatórios T.E.I.P.)
Gráfico 4 – Faltas Disciplinares e Taxa de Sucesso por Turma (Ano Letivo 2016/2017 – Relatórios T.E.I.P.)
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(Des)Encontros com a Indisciplina
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Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
no âmbito das questões que lhe fomos colocando pedagógica em que as pontes se vão
sobre a importância das regras e da relação construindo e a distância se vai desvanecendo.
pedagógica em sala de aula,
As normas devem ser trabalhadas com os
discentes, para que desde cedo estes consigam
perceber que estas são sustentadas numa
matriz de premissas produtoras de ações que
visam o equilíbrio das relações humanas e que
permite uma convivência harmoniosa entre
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Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
4.3. Em que medida é que o(s) contexto(s) em que
se insere a escola, os professores, a
comunidade estudantil e a própria família dos
alunos interferem nos fenómenos de
(In)Disciplina e (In)Sucesso Escolar?
Para responder a esta questão, socorremo‐nos, em
primeiro lugar, da aplicação de um Inquérito por
Questionário às 9 turmas do presente estudo, por
modo a compreendermos qual a sua posição
perante as regras, a escola, os professores e os
colegas. Para o efeito, com base num pequeno Gráfico 7 – Frequência de Resposta, à questão: “Por que razão o Zé
excerto de banda desenhada, os estudantes tinham
Gato está a ser indisciplinado?”
de ordenar um conjunto de frases (da mais para a
menos importante) ilustrativas de possíveis
justificações, que remetem para o âmbito da Da análise dos resultados, podemos ressalvar que
responsabilidade, do respeito pelo professor, pelas os inquiridos referem que o Zé Gato está a ser
regras e pelos colegas, para a adoção de indelicado, em primeiro lugar, para com os seus
comportamentos disruptivos por parte do Zé Gato, colegas. Ao distraí‐los, está a prejudicá‐los. Por isso,
a principal personagem (Quadro 1). o Respeito pelos Colegas é a primeira razão e/ou
consequência que os inquiridos atribuem aos
«alunos indisciplinados», como o Zé Gato.
Quadro 1 – Possíveis justificações para o comportamento disruptivo do
Zé Gato (excerto do Inquérito por Questionário) Como segunda premissa mais valorizada, encontra‐
se o princípio da Responsabilidade: ao não registar
e não participar e colaborar nas aulas, a nossa
amostra considera que os «alunos indisciplinados»
não só prejudicam os colegas, como acabam por
deteriorar o ethos da sala de aula (Reynolds, 1982),
impedindo ou fragilizando a interação, a coesão e o
diálogo (fatores de ordem institucional informal
mencionados por Amado & Freire, 2009).
O Respeito pelas Regras e o Respeito pelo
Professor são duas premissas pouco valorizadas
pelos nossos estudantes. Ou porque, como já
Antes de apresentarmos os resultados do Inquérito referimos, os alunos se questionam quanto à
por Questionário, convém frisar que, aquando da capacidade de liderança e ao estilo de autoridade
sua aplicação, nem todos os 179 alunos estavam adotado pelo professor; ou porque acabam por não
presentes e, nalguns casos, os inquiridosnão ter a oportunidade de participar na elaboração das
responderam de forma adequada ao que lhes era regras a cumprir em sala de aula. Certo é que, ,
solicitado. Assim sendo, os resultados do nosso para inverter estes resultados, os professores
estudo acabam por ser «prejudicados», pois cerca necessitam de ‘desmonopolizar’ o ambiente de
de 30% dos estudantes não colaboraram nele. liderança que possuem em sala de aula, tornando‐o
Todavia, a nossa amostra é ainda bastante mais democrático e participativo, assente na
significativa, pois 70% correspondeu às nossas definição coletiva de um conjunto claro, simples e
expectativas. objetivo de regras e normas. Ao participarem da
Desta forma, o Gráfico 7 ilustra o grau de sua formulação, os estudantes acabam por aceitá‐
importância que os alunos inquiridos atribuíram às las, compreendê‐las e cumpri‐las muito mais
quatro opções possíveis da questão “Por que razão facilmente do que se estas forem impostas pelo(s)
o Zé Gato está a ser indisciplinado?”. professor(es) (Amado, 2000; Carita & Fernandes,
2002), (re)construindo, assim, a disciplina.
27
Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
A segunda parte do Inquérito por Questionário
Os resultados evidenciam uma certa dificuldade da tinha como principal objetivo analisar o grau de
nossa amostra em aferir qual das afirmações evidência das regras de reconhecimento do
plasmadas no Quadro 2 é a mais importante. contexto regulador da prática pedagógica dos
Mesmo assim, compreendem que o Controlo professores. Para o efeito, apresentámos um outro
Posicional e o Controlo Pessoal com Explicitação excerto da mesma banda desenhada, onde três
são ambos muito importantes e têm como principal amigos – a Marta, o Pedro e o André – numa
objetivo “(…)gerir as situações de indisciplina, conversa informal, acabam por adjetivar uma das
corrigindo mais do que punindo” (Palma, 2011, p. suas professoras.
25), integrando‐se no âmbito do primeiro processo
Assim, e para cada uma das seguintes questões
corretivo de Amado (2000) – Correção pela
explanadas, os nossos estudantes tinham que
Integração/Estimulação.
escolher a professora que mais se identificava com
Assim, o Gráfico 8 ilustra o grau de importância que os seus professores, justificando a sua escolha. Foi
os alunos inquiridos atribuíram às quatro opções a partir dessas justificações que procedemos à
possíveis da questão “Se algum dos teus análise de conteúdo, com recurso à formação de
professores se tivesse apercebido do que se WordClouds (Figuras 1, 2 e 3).
passou, o que é que ele/ela teria dito ao Zé Gato?”.
Por seu turno, desvalorizam o Controlo Imperativo 1‐ Achas que os teus professores têm uma atuação
precisamente porque, como já tivemos a mais parecida com a professora da Marta, com
oportunidade de referir, os estudantes aceitam as a professora do Pedro ou com a professora do
regras e os ‘avisos’ dos professores desde que André?
possam participar da sua definição, tornando‐se
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Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
2‐ Se pudesses escolher gostavas que os teus determinadas condutas conforme o professor. No
professores fossem como a professora da Marta, entanto, é claro que estes os compreenderiam
como a do Pedro, ou como a do André? melhor se, com eles, os professores
Porquê? (re)construíssem um clima de abertura (Estrela &
Amado, 2000), onde se espera que o professor seja
3‐ Com qual das professoras – do Pedro, da Marta
reflexivo, democrático, seguro de si e das suas
ou do André – é que achas que a tua turma teria
atitudes. Que cumpra as regras e normas de
pior comportamento?
conduta pré‐estabelecidas e acordadas com os seus
Porquê?
alunos e que se saiba impor, que consiga manter a
4‐ Com qual das professoras – do Pedro, da Marta «ordem». Mas que consiga também propiciar a
ou do André – é que achas que a tua turma teria criação de uma relação de cooperação, interesse,
melhor comportamento? interajuda, responsabilidade, autonomia e
Porquê? motivação entre alunos e, muito particularmente,
entre eles e o(s) professor(es).
Gráfico 9 – Frequência de Respostas da nossa Amostra às 4 questões da Parte 2 do Inquérito por Questionário
O Gráfico 9 permite colocar em evidência que, para
a grande maioria dos alunos inquiridos, os seus
professores atuam em sala de aula como as No fundo, é isto que os alunos precisam para
professoras da Marta e do Pedro (Questão 1), alterarem os seus comportamentos disruptivos: de
muito embora gostassem que os seus professores um professor que se revele persistente, resiliente e
procedessem como a professora do André batalhador. Um professor que, como já frisamos,
(Questão 2). Admitem, ainda, que seria com a permita que o ‘Aprendiz’ se transforme em
professora do Pedro que a sua turma se ‘Mestre’.
comportaria pior e, por oposição, em conformidade
com a Questão 2, seria com a do André que se
comportariam melhor.
Esta sinopse, permite‐nos concluir, juntamente
com as Figuras 1, 2 e 3, que os alunos adotam
29
Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
4.4. Que efeitos exerce a prática pedagógica no
Teresa Fonseca, responsáveis pelo GAAF do
(In)Sucesso Escolar e na (In)Disciplina em sala
Agrupamento, referem
de aula?
Esta é uma questão que temos vindo a responder (…) comportamentos de indisciplina [, em que
ao longo deste artigo e que encontra a sua os] mais comuns e de maior gravidade são a
essência, fundamentalmente, na forma como falta de respeito pela autoridade da figura do
alunos e professores se relacionam na escola e, professor (…) [Um] conjunto de atitudes que
muito particularmente, nas salas de aula (Estrela & (…) [envolve o] desrespeito [e se traduz] (…) na
Amado, 2000; Jesus, 2008; Palma, 2014; Renca, prática por verbalizações insultuosas, que
2008). Uma relação que, se não for cuidada, obrigam [o professor a utilizar, como
‘alimentada’ e fortalecida diariamente, pode ‐ mecanismo de reposição da ordem, por um
como nos alerta a Coordenadora do Programa TEIP lado, a] medida de ordem de saída da sala de
do Agrupamento, Maria Salomé Ribeiro ‐ aula e [, por outro a aplicação de] (…) Medidas
deteriorar‐se, potenciando, o aumento do Corretivas Sancionatórias.
insucesso escolar e as ocorrências e manifestações Assim sendo, por forma a prevenir a manifestação
indisciplinares. Nas suas palavras, “O crescente dos fenómenos de indisciplina escolar em sala de
insucesso, ano após ano, exponenciao desinteresse aula, julgamos necessário e crucial ressalvar que
dos alunos, que frequentemente se traduz em tanto professores como alunos saibam reconhecer
comportamentos problemáticos [que possuem a importância e a utilidade das regras e, acima de
reflexos inegáveis na] prática pedagógica [, que] tudo, as saibam cumprir (Amado & Freire, 2009). A
não assente no sucesso para todos, irá traduzir‐se Dr.a Maria Salomé Ribeiro analisa ainda mais
em comportamentos desajustados”. aprofundadamente esta questão, inferindo que,
Portanto, uma vez fragilizada a relação pedagógica, O professor tem de ter presente que o seu
será muito difícil volvê‐la à tranquilidade e à papel em sala de aula é ensinar aquele público.
harmonia necessárias para que o processo de Se mantiver o mesmo registo para públicos
ensino‐aprendizagem seja significativo e, diríamos diferentes, corre o risco de criar desinteresse
nós, ‘sentido e vivido’. Isto porque as brechas nos alunos. As escolhas dos atos e das palavras,
criadas pelo desentendimento entre professores e que o professor aplica na condução dos
alunos são impreterivelmente acolhidas pelos processos e estratégias, devem conduzir à
estudantes, que acabam por ripostar contra os efetivação de uma relação empática com o
conteúdos científicos lecionados, perturbando o outro, e consequentemente ter como corolário
normal funcionamento das aulas, desrespeitando uma influência positiva sobre o sujeito, que
as regras pré‐estabelecidas e acordadas e, ainda, permita gerar uma melhor prática de ensino‐
adotando e manifestando, como Alice Barbosa e aprendizagem.
30
Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
5. Considerações Finais intrínseco das novas gerações e, constitui‐se,
também, como um ‘amuleto’ para nos guiar na
Percorremos um «longo caminho» para concretizar
descoberta do futuro da escola e da sociedade.
este estudo, mas temos a perfeita consciência que
muito ficou ainda por fazer e dizer. Mesmo assim, Desta forma, a presente investigação pretende(u)
fica perpetuada uma das nossas principais ser um contributo para o estudo da temática em
conclusões sobre a problemática pedagógica em causa. Uma temática que suscitou, ao longo das
debate: a indisciplina escolar é um símbolo últimas décadas, a curiosidade de muitos
investigadores nacionais e internacionais sobre um
31
Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
32
Revista de Educação Geográfica
(Des)Encontros com a Indisciplina
do GAAF), que a abordagem preventiva é aquela do ‘nosso percurso’, temos a ousadia de revelar:
que melhor pode favorecer a (re)construção da falar e opinar de (in)disciplina e de (in)sucesso
disciplina escolar: intervir, e intervir precocemente, escolar, todos somos e seremos sempre capazes.
funciona como uma mais‐valia neste processo, uma Todavia, poucos serão aqueles que, ao lerem
vez que muitos dos problemas disciplinares projetos de investigação‐ação como este,
existentes nas escolas só se vão agudizando porque compreenderão que
não há intervenção por parte da comunidade
educativa e da família. Educar é crescer. E crescer é viver. Educação é,
assim, vida no sentido mais autêntico da palavra!
No término da presente investigação, não podemos
de forma alguma deixar de mencionar alguns dos (Anísio Teixeira)
seus principais limites e constrangimentos: o
primeiro foi de cariz temporal, já que o espaço de
tempo que dedicamos à sua realização foi muito Referências Bibliográficas
curto e escasso, pelo que nem sempre
Afonso, A. (1999). O processo disciplinar como
conseguimos expor, explorar e tirar ilações
meio de controlo social na sala de aula. Braga:
devidamente ponderadas da nossa investigação. O
Universidade do Minho.
segundo, diríamos nós, é que, tratando‐se de um
estudo de caráter exploratório, as conclusões que Afonso, S. (2006). A Indisciplina e a Escola: Um
aqui fomos explanando são somente aplicáveis a estudo de caso sobre as representações dos
este contexto geográfico e escolar e os dados docentes do 2º e 3º CEB. Porto: Universidade
obtidos só com muita cautela poderão ser objeto Portucalense.
de alguma generalização. Significa isto, portanto, Agrupamento de Escolas Eugénio dos Santos
que os resultados aferidos têm, necessariamente, (s/d). Perceção dos Professores acerca dos
um valor restrito à realidade do Agrupamento de comportamentos em contexto de sala de aula.
Escolas de António Nobre. Ademais, o nosso estudo
e as ilações que dele retirámos, não usufruíram do Aires, L. (2010). Disciplina na sala de aula ‐ Um
contributo de todos os 179 alunos escolhidos para guia de boas práticas para professores do 3º
perfazer a nossa amostra. Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário.
Lisboa: Edições Silabo.
Não obstante tais constrangimentos, ainda
estamos cientes de que as estratégias e Alarcão, I. (2001). Escola Reflexiva e Nova
recomendações que fomos elencando e explorando Racionalidade. Porto Alegre: Artmed Editora.
representam, também elas, apenas um pequeno Alves, R. (s/d). Educação do Olhar. Obtido de
contributo para o desenvolvimento e melhoria das Pais &
práticas de atuação dos professores do AEAN face Filhos:http://www.paisefilhos.pt/index.php/opi
aos fenómenos e comportamentos de indisciplina. niao/63‐rubem‐alves/2324‐educacao‐do‐olhar
Isto porque, como já tivemos a oportunidade de o
frisar, esta é uma problemática que, em virtude da Amado, J. (2005). Contextos e formas da
sua complexidade, requer respostas variadas e violência escolar. Revista Portuguesa de
diversificadas em função dos ‘dilemas’ História. Faculdade de Letras. Universidade de
diagnosticados, considerando as diferentes Coimbra. Instituto de História Económica e
situações e contextos sociais e escolares em que Social, XXXVII, 299‐319.
ocorre. Amado, J. (2001). A indisciplina e a formação do
Consideramos, assim, que este projeto tem uma professor competente. Seminário Modelos e
mensagem explícita, ao se revestir de uma série de Práticas de Formação Inicial de Professores (pp.
anotações que nos parecem essenciais para 1‐19). Lisboa: Universidade de Lisboa.
conhecer e prevenir a indisciplina, conhecer e Amado, J. (2001). Compreender e contruir a
reverter o insucesso escolar, conhecer e frisar a (in)disciplina. Cadernos da Criatividade. pp. 41‐
importância que pais e escola assumem quando, 54.
juntas, batalham pelo bem comum dos seus filhos e
Amado, J. (2000). Interação Pedagógica e
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