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Conceito de Didáctica

Palavra grega – techné didaktiké

Significado – arte ou técnica de ensinar

Libâneo (1997) – Disciplina integradora, que opera a interligação entre a teoria e a prática.

A didáctica, quer enquanto campo do conhecimento, quer enquanto campo disciplina no


currículo dos cursos de formação do educador, deve ser entendida no seu carácter prático de
contribuição ao desenvolvimento do trabalho de ensino, realizado no dia-a-dia da escola, e
demandado pela sociedade concreta à área pedagógica (Oliveira, 1993).

A didáctica é a disciplina que ordena e estrutura teoria e práticas em função do ensino, isto é,
está a serviço do trabalho profissional do professor e, por isso, (...) é a disciplina chave da
profissionalidade do professor. (Libâneo, 1998).

A didáctica é uma disciplina técnica, orientada mais para a prática, uma vez que tem por
objectivo primordial orientar o ensino. Assim, didáctica é um conjunto de procedimentos
destinados a dirigir a aprendizagem da maneira mais eficiente possível.
A didáctica é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, destinados
a colocar em prática as directrizes da teoria pedagógica.

A didáctica é o principal ramo de estudos da pedagogia. A ela cabe converter objectivos


sócio-politicos e pedagógicos em objectivos de ensino, seleccionar conteúdos e métodos em
função desses objectivos.

O termo didáctica foi instituído por Comenius (Jan Amos Komensky) em sua obra Didáctica
Magna (1657), e originalmente significa “arte de ensinar”. Durante séculos, a didáctica foi
entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a parte da pedagogia que respondia
somente por “como” ensinar. Os manuais de didáctica traziam detalhes sobre como os
professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicionalmente, os elementos da acção
didáctica são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias metodológicas.

Com o estudo dos paradigmas educacionais nos cursos de pedagogia e de formação de


professores, amplia-se o conhecimento em relação à didáctica. Em cada tendência pedagógica
diferem visão de homem e de mundo e modifica-se a finalidade da educação, mudam o papel
do professor, do aluno, a metodologia, a avaliação, e, consequentemente, muda-se a forma de
ensinar.

Actualmente, a didáctica é uma área da Pedagogia, uma das matérias fundamentais na


formação dos professores, denominada por Libâneo (1990, p. 25) como “teoria do ensino” por
investigar os fundamentos, as condições e as formas de realização do ensino. Segundo
Libâneo (1990): a ela cabe converter objectivos sócio-políticos e pedagógicos em objectivos
de ensino, seleccionar conteúdos e métodos em função desses objectivos, estabelecer os
vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades
mentais dos alunos. [...] trata da teoria geral do ensino (p. 26).

A disciplina de didáctica deve desenvolver a capacidade crítica dos professores em formação


para que os mesmos analisem de forma clara a realidade do ensino. Articular os
conhecimentos adquiridos sobre o “como” ensinar e reflectir sobre “para quem” ensinar, “o
que” ensinar e o “por que” ensinar é um dos desafios da didáctica. Segundo Libâneo (1990), a
didáctica é: uma das disciplinas da Pedagogia que estuda o processo de ensino através de seus
componentes – os conteúdos escolares, o ensino e aprendizagem – para, com o embasamento
numa teoria da educação formular directrizes orientadoras da actividade profissional dos
professores.
Esse mesmo autor indica que a didáctica “investiga as condições e formas que vigoram no
ensino e, ao mesmo tempo, os factores reais (sociais, políticos, culturais, psicossociais)
condicionantes das relações entre docência e aprendizagem” (p. 52).

A didáctica, fundamentada na dialéctica, é um campo em constante construção/reconstrução,


de uma práxis que não tem como objectivo ficar pronta e acabada.

Históra da didáctica e seu carácter pedagógico

A história da didáctica está obviamente ligada ao aparecimento do ensino, no decorrer da


sociedade, da produção e das ciências como actividade planejada e intencional dedicada à
instrução.

Desde os primeiros tempos existem indícios de formas elementares de instrução e


aprendizagem. Sabemos, por exemplo, que nas comunidades primitivas os jovens passam por
um ritual de iniciação para ingressarem nas actividades do mundo adulto. Pode-se considerar
esta uma forma de acção pedagógica, embora aí não esteja presente o didáctico como forma
estruturada de ensino.

Na chamada antiguidade clássica e no período medieval também se desenvolve forma de


acção pedagógica, em escolas, mosteiros, igrejas, universidades. Entretanto, até meados do
século 17 não podemos falar de didáctica como teoria do ensino, que sistematize o
pensamento didáctico e o estudo científico das formas de ensinar.

O termo didáctica vai aparecer a partir do momento em que os adultos começam a intervir na
actividade de aprendizagem das crianças e jovens através da direcção deliberada e planejada
do ensino, ao contrário das formas de intervenção mais ou menos espontâneas de antes.
Estabelecendo-se uma intenção propriamente pedagógica na actividade de ensino, a escola se
torna uma instituição, o processo de ensino passa a ser sistematizado conforme níveis, tendo
em vista a adequação às possibilidades das crianças, às idades e ritmo de assimilação dos
estudos.

O quadro que se segue descreve a história da didáctica em diferentes momentos ou tendêndia


pedagógica, o papel da escola, os conteudos a leccionar, os métodos de leccionação, a relação
prof. aluno, a aprendizagem e as manifestações.
TEND. PED. P. ESCOLA CONTEÚDOS MÉTODOS PROF./AL. APREND. MANIFEST.
Pedagogia Preparação intelectual e
Conhecim. e valores Exposição e Autoridade do É receptiva e Nas escolas que
Tradicional moral dos alunos para sociais acumulados demonst. verbal da professor que mecânica, sem se adoptam filosofias
assumir seu papel na através dos tempos e matéria e/ou por exige atitude considerar as clássicas ou
sociedade repassados aos meios de modelos. receptiva do característ. próprias científicas
alunos como aluno. de cada idade.
verdades absolutas.
Pedagogia Liberal A escola deve adequar as São estabel. a partir Por meio de exper., O professor é É baseada na Montessori Decroly
Renov. Progr. necessid. individuais ao das exper. vividas pesquisas e método auxiliador no motivação e na
meio social. pelos alunos frente de solução de desenvolv. livre estimulação de Dewey
às situações problemas do aluno. problemas. Piaget
problemas.
Tendência Formação de atitudes. Baseia-se na busca Método baseado na Educação Aprender é modificar Carl Rogers,
Liberal Renov. dos conhecim. pelos facilitação da centralizada no as percepções da "Sumerhill" escola
não-diretiva próprios alunos. aprendiz. aluno e o realidade. de A. Neill
(Escola Nova) professor é quem
garantirá um
relacion. de
respeito.
Tendência É modeladora do comport. São inform. Procedim. e técnicas Relação objetiva Aprend. baseada no Leis 5.540/68
Liberal humano através de técnicas ordenadas numa para a transmissão e onde o professor desempenho e
Tecnicista. específ. seqüência lógica e recepção de transmite inform.e 5.692/71.
psicológica. informações o aluno vai fixá-
las.
Progressista Visa a levar professores e Temas geradores Grupos de discussão A relação é de Resolução da Paulo Freire.
Libertadora alunos a atingir um nível de igual para igual, situação problema.
consciência da realidade em horizont.
que vivem na busca da
transform. social
Tendência Difusão dos conteúdos. Conteúdos culturais O método parte de Papel do aluno Baseadas nas Makarenko
Progressista universais que são uma relação direta da como participador estruturas cognitivas B. Charlot
"crítico social incorporados pela experiência do aluno e do professor já estrut. nos alunos. Suchodoski
dos conteúdos” ou humanidade frente à confrontada com o como mediador Manacorda
"histórico-crítica" realidade social. saber sistematizado. entre o saber e o G. Snyders
aluno. Demerval Saviani.
Teorias e correntes pedagógicas

A teoria didáctica para investigar as ligações entre ensino e aprendizagem e suas leis, é
formada a partir do século 17, quando João Amós Comênio, um pastor protestante, escreve a
primeira obra clássica sobre didáctica, a Didáctica Magna. Ele foi o primeiro educador a
formular a ideia da difusão dos conhecimentos a todos e criar princípios e regras do ensino.

Jan Amos Comenius – difusão dos conhecimentos a todos

Foi o criador da Pedagogia Moderna. Seu ideal pedagógico era movido pelo preceito "Ensinar
tudo a todos", o qual resumia as bases e as normas que regem o Homem no seu desempenho
na esfera terrena, como criador de sua trajectória.

Comênio desenvolveu ideias avançadas para a prática educativa nas escolas, numa época em
que surgiam novidades no campo da filosofia e das ciências e grandes transformações nas
técnicas de produção, em contraposição às ideias conservadoras da nobreza e do clero. O
sistema de produção capitalista, ainda incipiente, já influenciava a organização da vida social,
política e cultural.

Para Comênio, a finalidade da educação é conduzir à felicidade eterna com Deus, pois é uma
força poderosa de regeneração da vida humana. O insigne educador do século 17, dizia que
todos os homens merecem a sabedoria, a moralidade e a religião, porque todos, ao realizarem
sua própria natureza, realizam os desígnios de Deus. Para ele, a educação nada mais é do que
um direito natural de todos.

Com suas ideias inovadoras, Comênio desempenhou uma influência considerável, não
somente porque se empenhou em desenvolver métodos de instrução mais rápidos e eficientes,
mas também porque desejava que todas as pessoas pudessem usufruir dos benefícios do
conhecimento.

O ideal de toda didáctica é que o ensino produza uma transformação no aprendiz, que este,
graças ao aprendido, se torne diferente, melhor, mais capaz, mais sábio, afinal esta é a
vontade do Criador.

Para ele, a didáctica podia ser definida como a prática de educar e também enquanto ofício de
ensinar. Ele acreditava, portanto, que o saber verdadeiro deveria incorporar a filosofia
orientada pela razão, a ciência com suas inclinações empíricas e a religião, se realmente
aspirasse a edificar a humanidade.
Comenius defendia a necessidade da educação das crianças em idade tenra, aconselhando,
para esse fim, que se construíssem escolas maternais; desta forma estes seres teriam a chance
de conquistar desde cedo conhecimentos básicos que poderiam ser desenvolvidos depois.

Sua intenção era que o Homem fosse educado para a vida eterna porque, como ele acreditava,
ele era espírito destinado à imortalidade; desta forma, seu aprendizado tinha que ir além dos
desejos e ideais materiais. Daí a necessidade vital de buscar não somente bens terrenos, mas
acima de tudo a sabedoria e as qualidades que o conduzissem para o Criador.

Sua pedagogia preconiza que se deve iniciar o aprendizado pelos sentidos, pois é através deles
que se percebe os estímulos exteriores e, portanto, o que se considera real; assim, as
percepções sensoriais seriam impressas no interior do ser e, depois, analisadas pelos
instrumentos racionais.

Os fundamentos de sua didáctica são o entendimento, a conservação e a práxis; por meio


deles o indivíduo atinge três qualidades elementares – a aquisição de vastos conhecimentos,
virtudes e religiosidade, que estão intimamente vinculadas aos dons do intelecto, da vontade e
da memória.

A doutrina pedagógica de Comenius convida a mente racional a adoptar diante do Cosmos


uma postura inquiridora e inclusiva de todas as esferas do conhecimento.

Johann Friedrich Herbart - A Educação como Ciência

O alemão Johann Friedrich Herbart (1776-1841) trouxe grandes contribuições a pedagogia


como ciência, emprestando rigor e certa cientificidade ao seu método. Também foi o
precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Foi o primeiro a elaborar
uma pedagogia que pretendia ser uma ciência da educação. Em Herbart, o processo educativo
se baseia, em seus objectivos e meios, na Ética e na Psicologia, respectivamente.

Frederick Eby Rousseau – prática educacional

Rousseau combateu ideias que prevaleciam há muito tempo. Entre elas, a de que a teoria e a
prática educacional, junto à criança, deviam focalizar os interesses do adulto e da vida adulta.
Ele também chamou a atenção para as necessidades da criança e as condições de seu
desenvolvimento.
Como consequência, a criança não podia ser mais entendida como um adulto em miniatura. E
se a criança era um ser com características próprias, não só as suas ideias e seus interesses
tinham de ser diferentes dos adultos; também o relacionamento rígido mantido pelos adultos
em relação a elas precisava ser modificado.

Com as suas ideias, Rousseau desmentiu de que a educação é um processo pelo qual a criança
passa a adquirir conhecimentos, hábitos e atitudes armazenados pela civilização, sem qualquer
modificação. Cada fase de vida: infância, adolescência, juventude e maturidade foi concebida
como portadora de características próprias, respeitando a individualidade de cada um.

João Henrique Pestalozzi – educação escolar um complemento da família

João Henrique Pestalozzi, nascido em Zurique-Suiça no séc. XVIII (1746). Considerado um


grande humanista e pedagogo, cuja Filosofia contribuiu para a educação moderna, que se
prolongou até aos nossos dias.

A sua ideologia acentuava na educação escolar, como complemento da família e como meio
de preparação da educação para a vida.

Podemos dizer que ele psicologizou a educação, pois um século antes do surgimento da
psicologia infantil, Pestalozzi descobriu intuitivamente os princípios caracterizadores da
educação nova. Posteriormente, a Psicologia confirmou experimentalmente a afirmação do
autor, na medida em que diz que o papel parental é fundamental no desenvolvimento da
criança.

Ainda hoje o destino afectivo e social do indivíduo resulta da interacção física e psíquica entre
o sujeito e a família. Pestalozzi, foi assim, considerado mentor e reformador da escola
popular.

Jonh Dewey – prática e a democracia na educação

Para Dewey concretizar o ideal democrático da sociedade, recorreu à Educação como um


fenómeno de extrema importância, capaz de proporcionar um espaço democrático para as
diferentes classes sociais e através de uma metodologia fundamentada no interesse e na
experiência do indivíduo, garantir a perpetuação dos valores liberais básicos, como a
liberdade, a solidariedade e a igualdade de oportunidades.
Quantas vezes você já ouviu falar na necessidade de valorizar a capacidade de pensar dos
alunos? De prepará-los para questionar a realidade? De unir teoria e prática? De
problematizar? Se você se preocupa com essas questões, já esbarrou, mesmo sem saber, em
algumas das concepções de John Dewey, filósofo norte-americano que influenciou
educadores de várias partes do mundo. No Brasil inspirou o movimento da Escola Nova,
liderado por Anísio Teixeira, ao colocar a actividade prática e a democracia como importantes
ingredientes da educação.

Dewey é o nome mais célebre da corrente filosófica que ficou conhecida como pragmatismo,
embora ele preferisse o nome instrumentalismo - uma vez que, para essa escola de
pensamento, as ideias só têm importância desde que sirvam de instrumento para a resolução
de problemas reais. No campo específico da pedagogia, a teoria de Dewey se inscreve na
chamada educação progressiva. Um de seus principais objectivos é educar a criança como um
todo. O que importa é o crescimento - físico, emocional e intelectual.

O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos
ensinados. Actividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças
passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse contexto, a
democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos
indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem. Dewey
defendia a democracia não só no campo institucional mas também no interior das escolas.

Competências do docente

Recentemente os professores universitários começam a se consciencializar de que o seu papel


de docentes exige capacitação própria e específica que não se restringe a ter um diploma de
licenciatura, mestre ou doutor.

Muitos dos docentes são contratados com base nessas competências sem qualquer
preocupação ou indicação do seu possível desempenho como docentes.

Entre as várias áreas de competência técnica podemos referir, a título de exemplo, a


construção e a análise de testes, a psicologia da aprendizagem, a preparação de objectivos de
aprendizagem, a avaliação da aprendizagem dos alunos, a utilização de dados com objectivos
sumativos e formativos.
As competências de interacção humana que promovem ou facilitam a aprendizagem
incluem a habilidade de motivação dos estudantes, gerar entusiasmo e comunicar de forma
efectiva.

Sugestões da declaração mundial da UNESCO numa declaração mundial sobre a educação


superior no século XIX para demonstrar a actualidade do debate sobre competência
pedagógica e docência universitária: pagina 16 Masetto

Habilidades e competências do professor

1- Organizar e dirigir situações de aprendizagem:

1.1) Boa selecção de conteúdos, de acordo com os objectivos da aprendizagem;

1.2) Trabalhar a partir das representações dos alunos;

1.3) Trabalhar com os obstáculos;

1.4) Planificar sequência didáctica;

1.5) Envolver os alunos em actividades de pesquisa.

2- Administrar a progressão das aprendizagens:

2.1) Administrar situações problemas ajustadas ao nível e às possibilidades do aluno;

2.2) Visão longitudinal dos objectivos do ensino;


2.3) Relacionar as teorias abordadas;

2.4) Avaliar os alunos objectivando sua formação.

3- Conceber e fazer evoluir os objectivos de diferenciação:

3.1) Trabalhar a heterogeneidade;

3.2) Fornecer apoio integrado;

3.3) Desenvolver a cooperação entre os alunos.

4- Envolver o aluno na aprendizagem, visando sua reestruturação de compreensão de mundo:

4.1) Suscitar no aluno o desejo de aprender;

4.2) Explicitar a relação entre a aprendizagem e o saber;

4.3) Fazer os alunos sentirem agentes do processo de aprendizagem;

4.4) Oferecer estratégias diferentes.

5- Aprender e ensinar em equipa:

5.1) Elaborar projectos em equipa;

5.2) Buscar referências e apoio com outros docentes;

5.3) Analisar as situações em equipa.

6- Dominar e fazer uso de novas tecnologias:

6.1) Rede mundial de computadores - internet.

7- Vivenciar e superar os conflitos éticos da profissão:

7.1) Lutar contra preconceito e discriminação;

7.2) Desenvolver a consciência de sua profissão e o sentimento de responsabilidade,


solidariedade e justiça.

8- Administrar sua própria formação e enriquecimento contínuo:

8.1) Ousar;

8.2) Gerenciar;

8.3) Ter objectivos;

8.4) Envolver-se;
8.5) Avaliar.

O Perfil formativo do docente

(...) o professor universitário aprende a sê-lo mediante um processo de socialização em parte


intuitiva, autodidacta ou (...) seguindo a rotina dos “outros”. Isso se explica sem dúvida,
devido a inexistência de uma formação específica como professor universitário (BENEDITO,
p. 131, 1995).

Muitas vezes os professores universitários não tiveram uma formação pedagógica na área de
leccionação.

Os professores universitários têm como alunos jovens e adultos. Havia uma mentalidade em
que sendo adultos não precisam de motivação e nem de disciplina.

Como os alunos eram poucos a qualidade e o desempenho dos professores era inquestionável.

Hoje como há muitos alunos coloca-se a questão da qualidade de ensino e a capacitação dos
docentes. (Gil, 2007)

Muitos alunos apreciam a competência científica do professor mas criticam a sua didáctica.

Dificuldades de preparação pedagógica do professor universitário porque não existem uma


tradição.

Os professores universitários sentem a necessidade duma formação pedagógica. Os


professores se acomodaram e outros recusam em participar em programas de formação.

Em algumas instituições superiores já há assessores pedagógicos para auxiliar os professores


na planificação e condução de actividades.

Competência pedagógica e docência universitária

Algumas linhas importantes na formação docente:

 Formação profissional simultânea com a académica, mediante currículo dinâmico e


flexível, que integra a teoria e a prática.
 Revitalização da vida académica pelo exercício profissional.

Algumas linhas importantes na formação docente:

 Desestabilização dos currículos fechados, acabados e prontos.


 Actividades práticas a serem realizadas pelos estudantes.
 Ênfase na formação permanente que se inicia nos primeiros anos de faculdade e se
prolonga por toda a vida.

Requisitos básicos do professor universitário

 Requisitos legais:

– Mestrado e Doutoramento

– Publicações

 Requisitos pessoais:
 Requisitos técnicos:

– Domínio da matéria

– Experiência na matéria (áreas práticas)

– Cultura geral

– Conhecimentos e habilidades pedagógicas:

• Funcionamento do ensino superior: ser capaz de estabelecer entre o que


ocorre na sala de aula e as estruturas e processos amplos.

• Planificação do ensino: a planificação deve ser feita a partir dos


objectivos.

• Psicologia da aprendizagem: os alunos devem aprender o conteúdo da


disciplina e o professor deve ter psicologia da aprendizagem em relação
aos destinatários.

• Métodos de ensino: o professor deve conhecer as vantagens e


limitações de cada método

• Técnicas de avaliação: não apenas a avaliação do final do curso mas a


avaliação formativa que vai facilitar a aprendizagem

Libâneo, J. C. (1990) Didáctica. São Paulo: Cortez.

C. Borges; D. Hunger & S. Souza Neto. (2009) Conceitos de didáctica: depoimentos de


docentes universitários da área de Educação Física. Motriz, Rio Claro, v.15, n.2, p.228-235,
abr./jun.

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