Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
13
Conclusão: XEQUE-MATE 297
Créditos 303
Anexo A: AUDITORIA À IDENTIDADE 307
Anexo B: FOLHA DE CÁLCULO PARA ENCONTRAR A VARIÁVEL X 313
LEITURA RECOMENDADA 317
Introdução
Q
uando vi Magnus pela primeira vez, o documentário sobre
Magnus Carlsen, não consegui deixar de pensar sobre os
paralelos aplicados aos negócios. Carlsen é um prodígio de
xadrez norueguês que se tornou um grande mestre aos 13. É, na ver‑
dade, um visionário, pois está constantemente a pensar 15 jogadas à
frente. Desta feita, tem a perturbadora capacidade de prever (e con‑
trolar) as ações dos adversários. Fiquei igualmente impressionado
com a sua preparação meticulosa. Uma vez que Carlsen desenrola
frequentemente o jogo na sua mente antes de ele suceder realmen‑
te, apresenta‑se imperturbável no calor da batalha. Além disso, tem
de lidar com algo que sucede constantemente a fundadores de em‑
presas e CEO. Como o próprio disse, “Se querem chegar ao pódio,
correm sempre o risco de que isso vos isole dos outros”.
Depois de ver Magnus, continuei a pensar em tudo o que os
empresários de sucesso e mestres de xadrez têm em comum. Não
15
As Suas Próximas 5 Jogadas
16
Introdução
17
As Suas Próximas 5 Jogadas
18
Introdução
...
19
As Suas Próximas 5 Jogadas
Talvez tenha escolhido este livro por achar que lhe faltam in‑
formações ou recursos para criar um negócio. Ou talvez seja do‑
tado de um QI elevado, mas não consiga tomar uma decisão que
seja o seu reduto porque pensa sempre demasiado sobre as coisas.
Não interessa onde começa. Se tem alguma dúvida de que não é
possível crescer para ser empreendedor, atente na minha história.
Quem me conheceu em rapaz ter‑me‑ia rotulado como uma
“pessoa de sucesso improvável”. Verá como passei de um tipo que
não conseguia pensar para além do presente (e, em consequên‑
cia, tinha 26 cartões de crédito com uma dívida total de 49.000 $)
para ser um CEO. Verá como fundei a PHP Agency, uma empresa
de marketing para serviços financeiros com 66 agentes num escri‑
tório em Northridge, na Califórnia, e depois, passados dez anos,
aumentei este número para 15 mil agentes com 120 escritórios em
49 estados dos EUA e em Porto Rico.
Orgulho‑me do facto de a nossa agência ser reconhecida pela
sua diversidade ímpar, cultura da geração millennial e presença
das redes sociais. Conseguimos esta proeza na indústria dos se‑
guros de saúde, que tem a fama de ser “aborrecida”. (O agente
dos seguros de vida é, em média, um homem branco de 57 anos;
a média dos nossos agentes é representada por uma mulher latina
de 34 anos.) O nosso sucesso não se deve aos nossos contactos
nem a uma onda de sorte. Na verdade, o meu contexto pessoal
prova que os empreendedores podem nascer em qualquer lado e
não têm qualidades que nós também não tenhamos.
20
Introdução
21
As Suas Próximas 5 Jogadas
...
22
Introdução
...
23
As Suas Próximas 5 Jogadas
Tem nas mãos uma cartilha completa para concretizar a sua vi‑
são, seja ela qual for. Irá ficar a conhecer não apenas as compe‑
tências necessárias, mas também a mentalidade necessária. Pelo
caminho, verá o que é preciso para ser um melhor líder e pessoa.
Quando tiver analisado todas as cinco jogadas, terá na sua posse
tudo aquilo de que precisa para alcançar o sucesso nos negócios
que almeja, seja ele de que tipo for. As cinco jogadas são:
1. Domine o Autoconhecimento
2. Domine a Capacidade de Raciocinar
3. Domine a Capacidade de Formar a Equipa Certa
4. Domine a Estratégia para Escalar
5. Domine as Jogadas de Poder
24
Introdução
25
As Suas Próximas 5 Jogadas
...
26
Jogada 1
DOMINE O
AUTOCONHECIMENTO
1
M
ichael Douglas, no papel de Gordon Gekko no filme de
1987, Wall Street, diz a Bud Fox, representado por Char‑
lie Sheen, “Nem sequer estou a falar de trabalhar no duro
em Wall Street a ganhar 400.000 $ ao ano, voar em primeira classe
e ter uma vida confortável. Refiro‑me a rendimentos líquidos. Ser
suficientemente rico para ter um jato privado.”
Há quem leia esta citação e diga, “Ganhar 400.000 $ ao ano
e ter uma vida confortável parece‑me um sonho tornado realida‑
de”. Há ainda quem não se pronuncie e declare não ter qualquer
interesse em coisas materiais e quem bata no peito e brade aos
céus que ainda há de ter o seu jato privado. O que me interessa
é aquilo que o leitor pensa, dado que todas as suas escolhas serão
ditadas pelo rumo que quiser tomar.
Quando alguém me coloca uma questão, quer seja um aluno
do secundário à procura de orientação, quer seja um CEO à frente
29
As Suas Próximas 5 Jogadas
Até compreender o que é que o faz vibrar e quem quer ser, nada
mais importa. Consultores e influencers assumem, com demasiada
frequência, que toda a gente quer a mesma coisa. Quando estou
a falar para um CEO ou o fundador de uma empresa, começo por
colocar questões. Antes de fazer recomendações, recolho o maior
número de informações que conseguir sobre quem é que a pessoa
quer ser e o que quer da vida.
Compreendo que nem toda a gente sabe quem é que quer ser.
É normal não ter prontamente todas as respostas à mão. Lem‑
bre‑se de que esta pergunta — e todas as jogadas neste livro — é
um processo. Todos os exemplos que dou e as histórias que con‑
to existem para si. Destinam‑se a fazê‑lo refletir e compreender
melhor quem é. Se, neste dado momento, não tem uma resposta
clara, enquadra‑se na maioria. Tudo o que lhe peço é que mante‑
nha uma mente aberta e que continue a ler com o objetivo de, no
devido tempo, responder a esta pergunta.
O objetivo desta jogada é identificar o que é mais importante
para si e ajudá‑lo a elaborar uma estratégia que se adeque ao seu
grau de dedicação e à sua visão. Poderei levá‑lo a questionar de‑
terminadas decisões ou caminhos que escolhe tomar rumo à sua
visão, mas cabe‑lhe a si decidir ir mais além e alargar as vistas.
Quem é que quer ser?
À medida que continuar a colocar‑se esta questão, a sua res‑
posta determinará o seu grau de urgência. Se o seu objetivo é abrir
30
QUEM É QUE QUER SER?
31
As Suas Próximas 5 Jogadas
ser o próximo Mr. Olympia, casar com uma Kennedy, ser ator e,
quem sabe, ser governador do estado da Califórnia.
O primeiro passo do meu plano foi arranjar um emprego num
ginásio da minha zona e fazer figas para que alguém reparasse em
mim o mais depressa possível. Naquela altura, a maior cadeia de
ginásios na região era a Bally Total Fitness. Com a ajuda da minha
irmã, consegui que me chamassem de um ginásio Bally em Culver
City. Tinha logo de ser o Bally mais pequeno e mais antigo no es‑
tado da Califórnia.
Apesar de as circunstâncias não serem totalmente favoráveis,
fui promovido e transferido para o maior Bally que havia, que, por
acaso, ficava em Hollywood. O meu plano estava a resultar! Como
angariava cada vez mais sócios, ganhava 3.500 $ por mês. Compa‑
rado ao que ganhava no exército, sentia‑me milionário.
Um dia, o meu supervisor, Robby, ofereceu‑me um cargo
de gerente‑adjunto no Bally em Chatsworth, a quase 50 km de
Hollywood. A ideia era eu ajudar a recuperar o ginásio, que não
conseguia atingir mais de 40% do objetivo mensal.
Eu não queria ir para Chatsworth. Queria ser gerente de fim
de semana em Hollywood, um cargo que rendia 55.000 $ por ano.
O Robby prometeu‑me que, se conseguisse melhorar a faturação
do ginásio em Chatsworth, esse cargo seria meu. O meu único con‑
corrente era um colaborador de longa data chamado Edwin. Des‑
de que eu apresentasse resultados melhores do que os dele, podia
contar com o cargo de gerente de fim de semana em Hollywood.
Avancemos 90 dias. Conseguimos recuperar o ginásio em
Chatsworth, aumentando a faturação de 40% para 115% do objetivo
mensal. Aproximava‑me do topo das classificações gerais da empre‑
sa, a nível nacional, bastante à frente de Edwin. Quando o Robby me
telefonou para marcarmos um encontro, assumi que o grupo devia
estar contente. Os meus planos estavam a compor‑se. Eu ia conhe‑
cer a lenda do fitness, Joe Weider, cair nas graças de um grande agen‑
te de Hollywood, alavancar a minha carreira como ator e conhecer
alguém da família Kennedy. Lembro‑me como se fosse ontem da
expectativa que senti naquela tarde, antes da reunião com o Robby.
Assim que entrei no seu gabinete, percebi que alguma coi‑
sa não batia certo. Aquele não era a mesma pessoa que me tinha
prometido o cargo se apresentasse resultados melhores do que o
Edwin.
32
QUEM É QUE QUER SER?
33
As Suas Próximas 5 Jogadas
34
QUEM É QUE QUER SER?
Assim que fiquei com uma ideia clara sobre quem queria ser,
consegui ver as minhas próximas jogadas. O primeiro passo era
encontrar um emprego como comercial com pagamento com base
no mérito e expectativas claras. Vinte anos depois, posso dizer‑lhe
que a clareza vem de tomar decisões que estão alinhadas com os
seus valores e crenças fundamentais.
35
As Suas Próximas 5 Jogadas
obter daquela pessoa aquilo que queria, fizesse chuva ou sol. (...)
Ele não me ia descartar. Eu não o permitiria. Diria calmamente de
mim para mim, ‘Vai‑te lixar’.”
Esse tipo de rejeição e de vergonha pode ser um motivador
dos diabos. Quero que se lembre dos professores, treinadores,
chefes, pais ou familiares que o deitaram abaixo ao longo dos
anos. Isto não quer dizer que tem de carregar a negatividade de‑
les aos ombros. Ao invés disso, pode usá‑la como um rastilho
para foguetes. Corcoran canalizou a rejeição que sofreu e trans‑
formou‑a em determinação. Em resultado, construiu a socieda‑
de de imobiliária residencial mais bem‑sucedida de Nova Iorque
e vendeu‑a por 66 milhões de dólares. Depois, escreveu um livro
que foi um sucesso de vendas e tornou‑se uma estrela da televi‑
são em Shark Tank.
Enquanto investidora em empreendedores, Corcoran inte‑
ressa‑se por pessoas que sejam motivadas pela dor. Encara a sua
infância pobre como uma mais‑valia. Diz ela, “Uma infância má?
Sim! Adoro‑a, tal como adoro uma apólice de seguro. Um pai
abusador? Fabuloso! Cresceu sem pai? Melhor ainda! Nem todos
os meus empreendedores mais bem‑sucedidos tiveram infâncias
miseráveis, mas houve sempre alguém que lhes disse que não iam
conseguir, e isso ainda os enfurece.”
Não estou a relativizar a sua dor. Acredite em mim, durante a
infância, passei por momentos de vergonha suficientes que che‑
guem para toda uma vida. Custou na altura e ainda custa agora.
Humilhações, insultos e maus tratos podem ser a sua desculpa ou
podem ser o seu combustível. E olhe que são um combustível bem
potente.
O falecido pai de Michael Jordan disse, “Se querem que o Mi‑
chael Jordan dê o melhor de si, é dizer‑lhe que não ele consegue
fazer alguma coisa.” Cinco anos depois de se ter reformado da
NBA, no seu discurso quando entrou para o Passeio da Fama, adi‑
vinhe lá qual foi o tema dominante? Todas as pessoas que o cri‑
ticaram e duvidaram dele. Ainda não tinha conseguido pôr para
trás das costas todos os que o deitaram abaixo. Leroy Smith Jr. foi o
jogador escolhido no lugar de Jordan para a equipa de basquete da
escola secundária. Para lhe mostrar como é que Jordan usou a dor
como combustível, chegou ao cúmulo de convidar Leroy para a
cerimónia. “Quando ele conseguiu entrar na equipa e eu não, quis
36
QUEM É QUE QUER SER?
...
37
As Suas Próximas 5 Jogadas
38
QUEM É QUE QUER SER?
39
As Suas Próximas 5 Jogadas
40
QUEM É QUE QUER SER?
41
As Suas Próximas 5 Jogadas
42
QUEM É QUE QUER SER?
43
As Suas Próximas 5 Jogadas
44
QUEM É QUE QUER SER?
...
45