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ÍNDICE

Introdução .................................................................................................................................. 2
Pedagogia da Coacção ....................................................................................................... 3
A ação coerciva dos professores .................................................................................... 3
As dificuldades de aprendizagem e estratégias pedagógicas................................. 6
Conclusão .................................................................................................................................. 7
Referências Bibliográficas..................................................................................................... 8
Introdução
Neste trabalho temos o privilégio de abordar sobre um tema importante quando
o assunto é Teoria da Educação. Referimo-nos a Pedagogia da Coacção uma
vez que o objetivo deste trabalho é refletir como a ação coerciva do professor
em sala de aula interfere no processo de aprendizagem do aluno.

A questão da coação sobre o ponto de vista moral não é recente, estudos de


Meng (1970) em Coacção e liberdade na educação, retrata historicamente como
era utilizada a coação no âmbito escolar e no familiar, em geral, as pessoas
coagiam os filhos e os alunos com a intenção de obter certos comportamentos e
condutas educativas que julgavam adequadas. Desse ponto de vista a coação
se dava de uma forma naturalista.

Palavras-chave: Professor, Coacção, Dificuldade de Aprendizagem.


Pedagogia da Coacção
Tal abordagem dada à coação perpetua até os dias atuais, estudos recentes de
Silva (2004), Scarin (2003), Colombo (2004) e Shimizu (2005) apontam vários
aspectos de como o professor ao se relacionar com seus alunos age com
coação, além disso, destacam que a estratégia para amenizar a indisciplina em
sala de aula ainda tem sido baseada em castigos, sansões e punições. Até que
ponto há relação entre a ação coerciva dos professores sobre os alunos e
atenuação de certas dificuldades de aprendizagem, quanto aos aspectos
afetivos, cognitivos e morais? Qual o motivo da utilização ainda presente nas
escolas do castigo educativo?

A ação coerciva dos professores


Os estudos de Menin (1996) realizados através de registros sobre as regras dos
professores e suas práticas constataram que as regras são impostas aos alunos
e estes as utilizam estabelecendo julgamentos a respeito das razões de
condutas dos colegas em sala de aula. Dentre as regras observadas nas salas,
destacamos as seguintes: “Não fazer bagunça. Obedecer à professora. Não sair
do lugar. Não conversar. ” MENIN 1996 (p. 63-65).

A partir da imposição de regras dadas pelos professores, há segundo os dados


de Menin (1996, p. 68) uma repetição das regras pelos alunos, sem reflexão do
sentido das mesmas. As professoras muitas vezes reforçam as regras, repetindo
em voz alta a sanção, no caso do não cumprimento da regra imposta, por
exemplo, os alunos explicaram as razões do porquê das regras: ”não pode sair
do lugar senão vai para a diretoria!; por que senão a professora fica brava”; e
não pode conversar porque atrapalha os colegas, quando a professora está
explicando, não pode”.

A respeito da construção da autonomia considera pela própria iniciativa o outro


além de si mesmo. Portanto a autonomia e submissão a uma regra ocorrem por
sua validade universal e não pela sua simples obediência. Sendo assim a
submissão a uma determinada regra ocorre porque se supõe que os motivos
para esta ação poderiam tornar-se leis universais, sendo um bem para todos.
Mediante este fato, a imposição de regras vai contra a própria construção do
princípio de autonomia. Além das imposições de regras, os professores também
fazem uso inadequado da linguagem para obterem de atenção dos alunos, e
repreendê-los. Nesse sentido existem professores que habitualmente dão aulas
gritando sem autocontrole da fala, ou seja, mesmo quando há silêncio eles
gritam, há, portanto, uma excessiva repressão verbal, impedindo livre expressão
do aluno. Corriqueiramente, os professores acabam forçando os alunos a fazer
algo que não está ao seu alcance. Quando imaginamos um professor agindo
dessa maneira em sala de aula fica a pergunta: moralmente ele está certo?

Já há um costume e uma aceitação por toda a sociedade em conviver com


professores “autoritários”, ninguém é a favor, mas professor nenhum é demitido
por tratar seus alunos com aspereza, falta de ética e respeito. No que se refere
à educação moral, tanto as relações de coação como as de cooperação são
importantes. (PIAGET, 1969)
Assim defenderemos a importância de construir uma relação professor/aluno
sem o uso da coação, também devemos entender que o professor precisa
construir limites, mas de forma tolerante ao ponto de ouvir as crianças nas
plenárias de discussão dos problemas.

O professor dentro da sala de aula é a autoridade, ou seja, o direito ou poder de


fazer-se obedecer, de dar ordens, mas cabe ao professor saber usar esta
autoridade de maneira saudável e não com autoritarismo – aquele que domina
toda e qualquer situação impõe suas ideias. Quem tem autoridade sobre alguém,
precisa ter responsabilidade dos seus atos para que seja respeitado, e assim
haja respeito mútuo entre ambos. Quando o professor está desequilibrado
emocionalmente perde o controle sobre suas ações e comete equívoco
exercendo autoritariamente seu papel de autoridade. O autoritarismo traz para
aqueles que são acuados grandes prejuízos afetivos, um sentimento de medo e
raiva. Por consequência disso, as chances de não obter bom desempenho nas
atividades pedagógicas são enormes e evidentes. Assim, o processo de ensino
e aprendizagem fica totalmente prejudicado, sendo que a criança não aprende e
por medo da repressão mente.

É classificada coação, toda forma de repressão e imposição de ideias, todo


coagido sente medo, assim verifica-se que a partir da coação, o aluno pode sim
desenvolver dificuldades de aprendizagem. Por exemplo, imaginemos uma sala
de aula, em que todas as crianças estão sempre muito quietas, só o estão por
medo da professora, que grita, bate livro na mesa, não admite barulho na sala.
A esse respeito o que parece ter grande influência no desenvolvimento é o tipo
das relações sociais presentes no ambiente experienciado pela criança, se
cooperativo ou autoritário. (ARAÚJO, 2001)

O nível socioeconômico não é fator determinante para a ação de coação, pois o


aluno pode ser coagido tanto na escola pública como numa escola privada. Mas
há de se observar que em alguns casos em escolas particulares, por tratar-se de
pessoas com poder aquisitivo maior, os professores tendem a diminuir a coação,
devido à influência das famílias, já em escolas públicas os casos são mais
frequentes, por tratar-se de crianças pobres, que por sua vez são mais retraídas
e mais fáceis de manipular (COLOMBO, 2004).

As dificuldades de aprendizagem e estratégias pedagógicas


As dificuldades de aprendizagem não podem ser descobertas sem uma
avaliação específica. A avaliação é feita através de uma coleta de informações,
avaliando criteriosamente o perfil e as necessidades da criança. A avaliação
levanta as hipóteses que deve ser relacionada ao ambiente em que a criança
vive. As características do aluno que sofre com a coação são principalmente a
baixa estima e o sentimento de inferioridade, com limitações na leitura, escrita e
matemática. Além disso, a criança apresenta em seu comportamento lentidão,
agressividade e distração. Tal cenário é frequentemente destacado por Silva
(2004), o qual aponta que na maioria das escolas brasileiras, as crianças são
rebeldes, há vandalismo, preconceitos e violência o que acarreta no baixo
desempenho educacional do país.

O aluno com dificuldades de aprendizagem tem capacidades criativas, porém


são menores e mais difíceis de expressar, por isso ele acaba sofrendo
preconceitos. Essa avaliação é de extrema importância, pois muitas vezes os
pais e o professor acham que é só mau comportamento ou preguiça, e não o
avalia o que pode vir a prejudicar o aluno por muito tempo, tanto no convívio
escolar, como no convívio familiar.
Conclusão
Concluímos que a ação coerciva dos professores interfere no processo de
aprendizagem dos alunos. O papel do professor envolve também a prestação de
serviço à comunidade como um todo, isto inclui a ação de promover o
aprendizado do aluno. Que acontece quando o mesmo consegue expressar-se
livremente na sala de aula. Por isso, há grande importância do professor estar
em constante atualização, para saber lidar com os mais diferentes níveis de
personalidade, sem comprometer o processo de ensino e desenvolvimento do
aluno. A dificuldade de aprendizagem pode assim ser considerada um problema
social, pois não mantém a ideologia da escolarização. Meng (1970). Para o aluno
interagir com o professor, é preciso que ele sinta reciprocidade do mesmo, os
dois podem ter ótimas trocas de experiências, basta o professor abrir o caminho,
principalmente não deixando que o aluno sinta medo.
Referências Bibliográficas

COLOMBO, S. F. T. O desenvolvimento sócio-moral no contexto escolar em


crianças do ciclo I, ensino fundamental. Dissertação de Mestrado. Marília:
UNESP 2004. DOCKRELL J.; Mc SHANE, J. Crianças com dificuldades de
aprendizagem. Uma abordagem cognitiva. Porto Alegre: Artmed 2000.
MENIN, M. S.S.; SHIMIZU, M. A. Experiência e representação social: questões
teóricas e metodologias. São Paulo: Casa do psicólogo, 2005. MENG, H,
Coacção e liberdade na educação. Lisboa 1970. PIAGET, J, O julgamento moral
na criança. São Paulo: Mestre Jou 1977. SÁNCHES J-N, G, Dificuldades de
aprendizagem e intervenção psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed 2006.

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