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GRODIN, Jean. Hermenêutica. Editora Parábola. SP, São Paulo, 2012.

SCHIMIDT, Lawrence. Hermenêutica. Editora Vozes. RJ, Petrópolis, 2012

ALUNO: Gabriel Santos Pereira. 5ª período.

Resumo: A presente resenha tem por objetivo, fazer uma analise dos sobre os manuais
hermenêuticos de Jean Grondin e Lawrence k. Schimidt, mas devido ao enorme conteúdo que
ambos os textos possuem, trabalharemos a partir de alguns recortes de ambos os textos, para
uma melhor fluidez e compreensão. Iniciaremos a partir do segundo autor já mencionado.

O manual hermenêutico do professor Schimidt, ao decorrer do texto, apresenta os principais


autores da hermenêutica desde a clássica à contemporânea com uma linguagem simples
porem profunda, destrinchando o texto e usando pequenos resumos sobre o trecho que acabou
de falar, dessa forma, a compreensão do texto se torna mais fácil. A partir de perguntas como,
por exemplo, o que é hermenêutica? Para que serve a hermenêutica? Quando usar? É que
vamos descobrindo o papel da hermenêutica. Friedrich Scheleirmacher acreditava que a
hermenêutica servia para interpretar não somente, o discurso escrito, mas também o falado.
Em sua filosofia hermenêutica ele afirma que existe um circulo hermenêutico, onde só é
possível a compreensão de um texto entendendo o todo primeiro e depois buscando entender
suas partes.

Seu sucessor, Wilhelm Dilthey, viveu em um período de profunda influencia do positivismo


nas ciências de forma geral. Dilthey, para fundamentar as ciências do espirito utiliza a
hermenêutica para emancipar essas ciências. Martin Heidegger, influenciado pelos autores já
citados e pela fenomenologia de Husserl, propõe uma hermenêutica da facticidade. Heidegger
acreditava que a hermenêutica perdeu seu sentido original sendo reduzido somente ao método,
por isso ele vai além do método proposto por Dilthey e cria, grosso modo, uma hermenêutica
da existência, temos assim a virada hermenêutica.

Gadamer, pupilo de Heidegger desenvolve seu pensamento hermenêutico com objetivo de


justificar filosoficamente a experiência da verdade, transcendendo assim, o método cientifico.
Essas experiências ocorrem na arte, na filosofia e nas ciências do espirito. Sua obra: verdade e
método, está dividida em três partes. A primeira trata da experiência da verdade na arte, a
segunda, fala da experiência da verdade nas ciências humanas, por fim, a fundamentação
ontológica da hermenêutica na linguagem.

Após falar da filosofia hermenêutica de Gadamer, Lawrence dedica um capitulo as


controvérsias hermenêuticas. Apresentando, quatro pontos de vista que criticam a filosofia
Gadameriana. E.D. Hirsch representa uma posição mais tradicional da hermenêutica
desenvolvida por Scheleiermacher afirma que o significado de um texto é determinado pela
intenção do autor. Já Habermas, diz que a filosofia hermenêutica é incapaz de criticar a
tradição, pois Gadamer subestima o poder da reflexão. Paul Ricoeur acredita que a
hermenêutica deve incluir tanto uma teoria da interpretação quanto uma da explicação, pois se
não houver uma teoria da explicação, a hermenêutica de Gadamer resulta em relativismo.
Doravante, discutiremos um pouco sobre o texto, Hermenêutica, de Jean Grondin, porém
abordaremos somente os temas que não foram trabalhados no livro do Schimidt, as questões
em comum abordadas como a hermenêutica Heidegueriana, Habermasiana ou Riqueriana, por
exemplo, deixaremos de fora devido o grande conteúdo. Trabalharemos então, com esse um
recorte a partir de pontos considerados interessantes.

Grondin, em sua introdução apresenta o problema da hermenêutica como algo passível do


relativismo, ele nos mostra de forma breve como chegou a esse ponto mostrando as três
grandes concepções hermenêuticas que são: 1ª a hermenêutica clássica, como arte de
interpretação. 2ª a hermenêutica como reflexão metodológica, e, 3ª a hermenêutica como
forma universal de interpretação. Ademais são nos apresentados, os padrinhos desse
desenvolvimento da hermenêutica que são: Nietzche que apesar de escrever pouco sobre o
assunto pode ser considerado uma espécie de padrinho anônimo, e por sua filosofia universal
de interpretação. E Heidegger, que de forma mais evidente, propõe uma hermenêutica da
existência.

Seguiremos agora para o IV capitulo onde o autor nos mostra as principais contribuições de
Bultiman, um dos pupilos de Heidegger, para ele, a hermenêutica de seu mestre produzia uma
descrição neutra da existência humana, desta forma o teólogo pode se servir no seu trabalho
de interpretar. Ao se basear no texto de Dilthey sobre a origem da hermenêutica, este, expõe o
problema da hermenêutica, mas ele faz uma critica sobre a concepção de entendimento, de
Dilthey. Pois, Bultiman acredita que o entendimento está voltado para a coisa (sache) do
texto, no entanto, esse entendimento da coisa não pode ser guiado por um pré-entendimento
do interprete. Por fim, Grondin, afirma que Bultiman demonstra ter apreendido perfeitamente
a ligação entre o entendimento e a interpretação-explicitante em seu professor. Foi o primeiro
a aplicar expressamente a concepção heideggeriana do circulo hermenêutico nas questões
tradicionais da hermenêutica desenvolvendo e praticando assim, uma hermenêutica
existencial dos textos.

Por fim, falaremos brevemente sobre o capitulo IX, onde Grondin aborda duas concepções
hermenêuticas muito influentes na pós-modernidade. Richard Rorty e Gianni Vattimo são os
principais nomes, porem somente sobre primeiro é que vamos falar. Estes, se apoiam na ideia
de Gadamer que: “O ser que pode ser entendido é linguagem”. Rorty, terá uma visão distante
de seu “mestre” por pensa de forma pragmática a hermenêutica, devido sua concepção ser
anti-ontológica e nominalista, ele, acaba por “abraçar” relativismo. Gadamer faz criticas ao
nominalismo, pois a razão se torna instrumental a partir desta pespectiva. Outro ponto
interessante a ser mencionado é que a hermenêutica deve substituir a epistemologia, ele diz
isso, devido a epistemologia ser o pensamento dominante de seu tempo no mundo anglo-
saxão, quando está acaba fracassando, devido suas reflexões sobre a hermenêutica os anglo-
saxônicos puderam conhecer a arte de interpretar.

Agora abordaremos as resenhas dos colegas, observando seus possíveis pontos de


convergência e divergência ou aquilo que foi mostrado no texto por um dos colegas e o outro
não abordou e entre outros pontos.
Analisaremos primeiro a resenha do colega Thales da Cunha, que se pospôs a fazer sua
resenha utilizando o método de Scheleiemacher, começando a sua analise pelo texto de Jean
Grondin ele identifica o principal objetivo que Grodian possui em seu texto, que é: mostrar
como a hermenêutica foi se desenvolvendo ao longo da historia. Já em Schimidt, o colega
identifica como questão primordial, qual seria o conceito de hermenêutica. Sendo assim, é
abordada, na resenha, a origem etimológica que Lawrence aponta, tem por gênese o deus
grego Hermes. Ademais, podemos discorrer sobre o fato de como os autores abordam os
filósofos mencionados em suas obras, daremos o exemplo de Paul Ricour, a resenha apresenta
que na obra do Grondin, existe um ponto de vista diferente da obra de Schimidt, onde no
primeiro, Ricour é visto como um mediador de posições, e, já no segundo, Ricour chama a
atenção para os perigos do relativismo. E ao falar sobre os filósofos mencionados pelos
autores Thales faz uma síntese do pensamento de cada um a partir do ponto de vista dos
autores, como já foi explicado. Por fim, o colega contempla as especificardes da escrita dos
autores, por exemplo, o fato de Schimidt ser mais detalhista que Grondin, e esse por sua vez
está mais preocupados com a universalidade do que o outro. A linguagem que Grondin usa é
mais rebuscada e tem uma abordagem dialética, Lawrence, também abarca a dialética porém
prioriza o fato de ter uma linguagem mais acessível.

Faremos agora a analise do colega Augusto Cesar, Este já escreve de forma diferente do
Thales, pois esse, fez sua resenha comparando uma ideia de um autor logo após expõe as ideia
do outro. já o Augusto expõe grande parte dos principais pontos do um autor e ao terminar ele
faz o mesmo com o outro autor. Algo que não é demostrado na resenha do primeiro colega é o
fato do significado da palavra hermenêutica no livro do Grondin, o Augusto aponta no livro
do autor já mencionado, que a significado da palavra hermenêutica tem como origem o
filosofo Friedrich Nietzche, que apesar de não escrever muito sobre o assunto inspirou, outros
a escrever sobre. Mas assim como Thales observa que Schimidt é quem trabalha o conceito de
hermeutica, grosso modo, a fundo Augusto apresenta a definição de Lawrence que a
hermenêutica é: uma técnica de interpretação.

Outro ponto mencionado é que, apesar dos autores entenderem que a hermenêutica e
interpretação estão interligados, eles possuem pontos de vista diferente a hermenêutica. Como
já mencionado o colega ao apontar os principais pontos dos autores ele menciona a
hermenêutica mais atual e sobre as questões que envolvem o relativismo, neste ponto, a
resenha do outro colega até fala, no entanto é sobre o ponto de vista como os autores
enxergam os filósofos, assim como já mencionado o exemplo do Paul Ricour. Ao falar dos
filósofos que discutem a hermenêutica, Augusto também expõe de forma parafraseada o
pensamento destes. E por fim, ao falar do conteúdo trabalhado nos textos ele diz que são
conteúdos diferentes sendo trabalhados, pois, Grondin escreve de forma mais livre com
apontamentos individuais, e Lawrence, em cada tópico coloca o ponto chave do texto
abordado para ficar mais claro e didático.

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