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Janeiro

Meditação
Diária
Vigilância 1º de janeiro

“Só conservamos o que temos com vigilância...”.

Texto Básico, p. 65

Como permanecemos vigilantes com nossa recuperação? Primeiro, nos dando conta de que
temos uma doença que teremos sempre. Não importa quanto tempo estivemos limpos, não
importa quão melhor nossas vidas se tornaram, não importa a extensão de nosso alívio espiritual,
ainda somos adictos. Nossa doença espera pacientemente, pronta a nos armar ciladas, se lhe
dermos a chance.
A vigilância é uma realização diária. Nós nos empenhamos em permanecer alerta e prontos
a lidar com sinais de dificuldade. Não que devamos viver com um medo irracional de que alguma
coisa horrível irá nos possuir, caso baixemos nossa guarda por um momento; simplesmente
tomamos as precauções normais. Oração diária, freqüência de reuniões e a escolha de não
comprometer princípios espirituais em troca do caminho mais fácil são atos de vigilância.
Usamos o inventário quando necessário, compartilhamos com outros sempre que somos
chamados e, cuidadosamente, nutrimos nossa recuperação. E, sobretudo, permanecemos
atentos! Conseguimos um alívio diário de nossa adicção, desde que permaneçamos vigilantes.
A cada dia aplicamos os princípios da recuperação em tudo que fazemos e, a cada noite,
agradecemos a nosso Poder Superior por mais um dia limpo.

Só por hoje: Eu serei vigilante, fazendo tudo que for necessário para preservar minha
recuperação.
2 de janeiro Respire fundo e fale com Deus

“Às vezes, quando rezamos, acontece uma coisa interessante:


encontramos os meios, maneiras e energias para realizarmos
tarefas que estão muito além das nossas capacidades”.

Texto Básico, p. 49

Algumas vezes, a tarefa mais difícil que temos que aprender em recuperação é a de enfrentar
com êxito os menores aborrecimentos e frustrações da vida. Todos os dias deparamos com
pequenos inconvenientes. De desamarrar os nós dos cordões dos sapatos de nossos filhos a ficar
na fila do supermercado, nossos dias são cheios de pequenas dificuldades com as quais, de
alguma forma, temos que lidar.
Se não formos cuidadosos nessas dificuldades, podemos nos encontrar forçando uma barra
a cada problema ou rangendo os dentes enquanto discursamos severamente para nós mesmos,
sobre como deveríamos lidar com elas. Esses são exemplos extremos de inabilidade, mas,
mesmo que não estejamos tão mal assim, provavelmente existe espaço para melhorarmos.
Cada vez que a vida nos apresentar outro pequeno obstáculo em nossos planos diários,
podemos simplesmente respirar fundo e falar com o Deus de nossa compreensão. Sabendo que
podemos obter paciência, tolerância ou tudo mais que precisamos desse Poder Superior,
conseguimos enfrentar melhor a vida e sorrir com mais freqüência.

Só por hoje: Eu respirarei fundo e falarei com meu Deus sempre que me sentir frustrado.
Nossa maior necessidade 3 de janeiro

“Acabamos redefinindo as nossas crenças e nossa compreensão até o


ponto de enxergar que a nossa maior necessidade é o conhecimento
da vontade de Deus em relação a nós e a força para realizá-la”.

Texto Básico, p. 51

Logo que chegamos em NA, tínhamos todos os tipos de idéias sobre o que
necessitávamos. Alguns de nós tínhamos em vista acumular bens pessoais. Pensávamos que
recuperação equivaleria a sucesso material. Mas a recuperação não equivale ao sucesso. Hoje
acreditamos que nossa maior necessidade é de orientação espiritual.
O maior dano causado pela nossa adicção foi o dano à nossa espiritualidade. Nossa
motivação primordial foi imposta por nossa doença: obter, usar e encontrar maneiras e meios de
conseguir mais. Escravizado por nossa sufocante necessidade de drogas, faltavam às nossas
vidas propósito e integração. Estávamos espiritualmente falidos.
Mais cedo ou mais tarde, percebemos que nossa maior necessidade em recuperação é “o
conhecimento da vontade de Deus em relação a nós e a força para realizá-la”. Encontramos aí a
direção e o sentido de propósito ocultos por nossa adicção. Através da vontade de nosso Deus,
nos libertamos da nossa própria teimosia. Não mais guiados somente por nossas próprias
necessidades, estamos livres para viver com os outros em pé de igualdade.
Não há nada de errado com sucesso material. Porém, sem a integração espiritual oferecida
pelo Programa de NA, nossa maior necessidade em recuperação não é satisfeita, independente
de quão “bem sucedidos” posamos ser.

Só por hoje: Eu procurarei a satisfação de minha maior necessidade: uma integração vital e
orientadora com o Deus de minha compreensão.
4 de janeiro O amor da Irmandade

“Hoje, seguros no amor da irmandade, podemos facilmente olhar


outro ser humano nos olhos e sermos gratos pelo que somos”.

Texto Básico, p. 100

Quando estávamos usando, poucos de nós toleravam olhar alguém nos olhos – tínhamos
vergonha de quem éramos. Nossas mentes não estavam ocupadas com nada saudável ou decente,
e sabíamos disso. Nosso tempo, dinheiro e energia não eram gastos construindo relações
afetivas, compartilhando com outros ou procurando melhorar nossas comunidades. Estávamos
presos a uma espiral de obsessão e compulsão que seguia em uma única direção: para baixo.
Em recuperação, nossa jornada espiral abaixo foi interrompida. Mas o que é que nos fez
retornar, nos puxando para cima, para espaços abertos do mundo amplo e livre? O amor da
irmandade fez isso.
Na companhia de outros adictos, sabíamos que não seríamos rejeitados. Pelo exemplo de
outros adictos foi-nos mostrado como começar a participar positivamente na vida à nossa volta.
Quando estávamos incertos do rumo à tomar, quando tropeçávamos, quando tínhamos que
corrigir algo errado que havíamos feito, sabíamos que nossos companheiros estavam lá para nos
encorajar.
Lentamente adquirimos a sensação de nossa liberdade. Não mais nos encontramos trancados
em nosa doença; estamos livres para construir, crescer e compartilhar com os outros. E quando
necessitamos de apoio para darmos nosso próximo passo, nós o recebemos. A segurança que
encontramos no amor da irmandade tornou nossas novas vidas possíveis.

Só por hoje: Eu posso olhar qualquer um nos olhos sem me envergonhar. Estou grato pelo apoio
amoroso que tornou tudo possível.
Recuperação em casa 5 de janeiro

“Conseguimos apreciar nossas famílias de uma nova maneira


e ser valiosos para eles, não mais um fardo ou embaraço”.

Texto Básico, p. 113

Estamos indo bem em nossa recuperação, não estamos? Freqüentamos uma reunião todos
os dias, passamos nossas noites com nossos companheiros e, todo fim de semana, prestamos
serviço à irmandade. Mas, se em casa as coisas estão desmoronando, não estamos indo tão bem
assim, afinal.
Esperávamos que nossas famílias compreendessem. Afinal, não estamos mais usando
drogas. Por que eles não reconhecem nosso progresso? Será que não entendem como são
importantes nossas reuniões, nosso serviço e nosso envolvimento com a irmandade?
Nossas famílias não irão apreciar a mudança que NA está fazendo em nossas vidas, a não
ser que mostremos a elas. Se sairmos correndo para uma reunião do mesmo modo que corríamos
para usar drogas, o que mudou? Se continuarmos a ignorar as necessidades e desejos de nossos
parceiros e filhos, deixando de aceitar nossas responsabilidades em casa, não estamos
“praticando esses princípios em todas as nossas atividades”.
Devemos viver o programa em todos os lugares a que vamos, em tudo que fazemos. Se
quisermos que a vida espiritual seja mais que uma teoria, temos que vivê-la em casa. Quando
fazemos isso, as pessoas com quem partilhamos nossas vidas certamente notarão a mudança e
ficarão gratas por termos encontrados NA.

Só por hoje: Eu levarei minha recuperação para casa comigo.


6 de janeiro “Como funciona?”

“Eu costumava pensar que tinha todas as respostas,


mas hoje estou contente por não tê-las”.

Basic Text, p. 272*

Quais são as duas palavras favoritas da maioria dos adictos? “Eu sei!” Infelizmente, muitos
de nós chegam a NA achando que temos todas as respostas. Sabemos muito bem o que está
errado conosco. Mas esse conhecimento, em si, ou por si só, nunca nos ajudou a permanecermos
limpos por qualquer período de tampo.
Os membros que conseguiram uma recuperação a longo prazo serão os primeiros a admitir
que quanto maior o tempo de recuperação mais eles têm a aprender. Porém, uma coisa eles
sabem: ao seguir este simples Programa de Doze Passos, eles têm conseguido ficar limpos. Eles
não mais perguntam “por quê”, eles perguntam “como”. Intermináveis especulações perdem seu
valor quando comparadas com a experiência dos adictos que encontraram uma maneira de
permanecer e viver limpos.
Isso não significa que não fazemos perguntas quando é apropriado. Nós não paramos de
pensar quando entramos em NA! Mas, em geral, no começo, é uma boa idéia reformular nossas
perguntas. Em vez de perguntarmos “por quê”, perguntamos “como”. Como trabalho esse passo?
Como que freqüência devo ir às reuniões? Como ficar limpo?

Só por hoje: Eu não tenho todas as respostas, mas sei onde encontrar aquelas que importam.
Hoje, perguntarei a outro adicto: “como funciona?”.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


“Recuperação” 7 de janeiro

“Narcóticos Anônimos oferece a adictos um programa de recuperação,


que é mais do que apenas uma vida sem drogas. Essa maneira de
viver não é só melhor do que o inferno em que vivíamos,
é melhor do que qualquer vida que tenhamos conhecido.”

Texto Básico, p. 117

Poucos de nós têm qualquer interesse em “recuperar” o que tínhamos antes de começar a
usar. Muitos de nós sofremos intensamente abusos físicos, sexuais e emocionais. Parecia que a
única maneira possível de suportar tais abusos era nos drogando e permanecendo drogados.
Outros sofreram de maneiras menos aparentes, mas igualmente dolorosas, antes da adicção
tomar conta. Faltavam-nos direção e propósito. Estávamos espiritualmente vazios. Sentíamo-
nos isolados, incapazes de ter empatia com os outros. Não tínhamos nenhuma das coisas que
dão sentido e valor à vida. Usávamos drogas numa inútil tentativa de preencher o vazio dentro
de nós. A maioria de nós sequer desejava “recuperar” o que costumava ter.
Finalmente, a recuperação que encontramos em NA é algo diferente: uma oportunidade
de uma nova vida. Foram-nos dadas as ferramentas para limpar os destroços de nossas vidas.
Foi-nos dado apoio para partirmos corajosamente em um novo caminho. E recebemos a dádiva
do contato consciente com um Poder maior do que nós, provendo a força interna e a direção
que lamentavelmente nos faltou no passado.
Recuperação? Sem, de todas as maneiras. Estamos recuperando toda uma nova vida,
melhor do que tudo que sonhamos possível. Estamos gratos.

Só por hoje: Eu recuperei alguma coisa que nunca tive, que nunca imaginei possível: a vida de
um adicto em recuperação. Obrigado, Poder Superior, mais do que palavras podem dizer.
8 de janeiro Crescendo

“Nosso estado espiritual é o alicerce de uma recuperação


bem sucedida, que oferece crescimento ilimitado”.

Texto Básico, p. 48

Quando nossos membros comemoram seus aniversários de recuperação, eles dizem,


freqüentemente, que “cresceram” em NA. Bom, pensamos, então o que isto quer dizer?
Começamos a nos questionar se já somos adultos. Examinamos nossas vidas e verificamos que
todas as armadilhas da vida adulta estão lá: talões de cheques, filhos, emprego,
responsabilidades. No entanto, internamente, quase sempre nos sentimos como crianças. Em
grande parte do tempo, a vida ainda nos deixa confusos. Nem sempre sabemos como agir.
Algumas vezes, ainda nos perguntamos se somos realmente adultos, ou se somos crianças que,
de alguma forma, foram colocadas em corpos adultos e a quem foram dadas responsabilidades
de adultos.
Crescimento não é mais bem avaliado por idade física ou níveis de responsabilidade. Nossa
melhor medida de crescimento é nosso estado espiritual, o alicerce de nossa recuperação. Se
ainda dependemos de pessoas, lugares e coisas para alcançar uma satisfação interna, como
crianças que dependem dos pais para tudo, nós, certamente, temos muito a crescer. Mas, se
estamos firmes no alicerce de nosso estado espiritual, considerando que sua manutenção é nossa
maior responsabilidade, podemos alegar maturidade. Sobre esta base, nossas oportunidades para
crescer são ilimitadas.

Só por hoje: A medida de minha maturidade é proporcional à responsabilidade que assumo pela
manutenção de meu estado de espírito. Hoje, esta será minha prioridade.
Retribuindo a amabilidade
de nosso padrinho 9 de janeiro

“Muitas vezes, nossos primeiros envolvimentos com


os outros começam com o nosso padrinho”.

Texto Básico, p. 62

Nosso padrinho pode ser uma grande fonte de informação sobre recuperação, de
sabedoria e palavras carinhosas. Eles fizeram tanto por nós. Desde os telefonemas, altas horas
da noite, às horas gastas ouvindo nossos inventários de recuperação, eles acreditaram em nós e
investiram seu tempo como prova disto. Carinhosamente e com firmeza, eles nos mostraram
como ser honesto. Sua compaixão sem limites, em horas tumultuadas, nos deu força para
continuar. Sua maneira de ajudar nos incentivou a buscar nossas respostas dentro de nós
mesmos, e, como resultado, nos tornamos pessoas maduras, responsáveis e confiantes.
Embora nosso padrinho tenha dado generosamente e nunca tenha exigido nada em troca,
existem coisas que podemos fazer para mostrar nosso reconhecimento. Tratamos nosso padrinho
com respeito. Eles não são uma lixeira onde despejamos nosso lixo. Eles, assim como nós,
também tem seu tempo de dificuldades e, algumas vezes, necessitam nosso apoio. Eles são
humanos, têm sentimentos e apreciam nosso interesse. Talvez gostassem de receber um cartão
postal ou um telefonema expressando nosso amor.
O que quer que façamos para retribuir a amabilidade de nosso padrinho irá acrescer em
nossa recuperação pessoal, sem mencionar a alegria que daremos a ele.

Só por hoje: Meu padrinho se importou comigo quando eu não podia cuidar de mim. Hoje farei
alguma coisa agradável para meu padrinho.
10 de janeiro Gratidão

“Sou muito grato por ter passado a acreditar”.

IP Nº 21, “O Solitário”

A crença em um Poder Superior pode fazer toda a diferença quando as coisas vão mal!
Quando as coisas não caminham à nossa maneira, em recuperação, nosso padrinho poderá nos
orientar a fazer uma “lista de gratidão”. Quando a fizermos, devemos incluir nessa lista nossa fé
em um Poder maior que nós Uma das maiores dádivas que recebemos dos Doze Passos é nossa
crença em um Deus de nossa própria compreensão.
Os Doze Passos nos guiam gentilmente em direção a um despertar espiritual. Assim como
nossa adicção progrediu, nossa vida espiritual também se desenvolve com o trabalho do
Programa de Narcóticos Anônimos. Os passos são nosso caminho para um relacionamento com
o Deus de nossa compreensão. Esse Poder Superior nos dá força quando nossa estrada se torna
árdua.
Sentimo-nos gratos pelo aprofundamento da relação com um Poder Superior? Lembramo-
nos de agradecer a Deus por cada dia limpo, não importando o que tenha acontecido nesse dia?
Lembramo-nos, mesmo no mais profundo desespero ou na maior alegria, que Deus de nossa
compreensão está conosco?
Nossa recuperação é uma dádiva. Uma dádiva que, algumas vezes, tornamos por certa, não
dando importância. Cada dia em que permanecemos limpos podemos nos alegrar sob a proteção
de nosso Poder Superior.

Só por hoje: Eu sou grato por meu relacionamento com o Poder Superior que cuida de mim.
Fé 11 de janeiro

“À medida que desenvolvemos a fé nas nossas vidas cotidianas, descobrimos


que o nosso Poder Superior nos dá a força e a orientação que precisamos”.

Texto Básico, p. 102

Alguns de nós chegam à recuperação muito assustados e inseguros. Sentíamo-nos fracos


e sozinhos. Não estávamos certos de nossa direção e não sabíamos onde procurar as respostas.
Diziam que, se encontrássemos alguma fé em um Poder maior do que nós encontraríamos
segurança e orientação. Queríamos aquele sentimento de proteção e a força. Mas a fé não vem
da noite para o dia. É preciso tempo e esforço para ela crescer.
A semente é plantada quando pedimos ajuda ao nosso Poder Superior, e, então,
reconhecemos a fonte dessa ajuda quando ela chega. Nutrimos, a cada dia, a sementinha da fé
com a luz solar de nossas preces. Nossa fé cresce: uma recompensa por viver a vida como ela é.
Um dia, percebemos que nossa fé veio a ser como uma enorme árvore que se expande. Ela não
impede as tempestades da vida, mas sabemos que estaremos a salvo em seu abrigo.

Só por hoje: Eu sei que a fé em meu Poder Superior não acalmará as tempestades da vida, mas
aclamará meu coração. Deixarei que minha fé me abrigue em tempos difíceis.
12 de janeiro Despertar espiritual

“Tendo experimentado um despertar espiritual,


como resultado destes passos”.

Passo Doze

“Como saberei que tive um despertar espiritual?” Para muitos de nós o despertar espiritual
vem gradualmente. Talvez nossa primeira consciência espiritual seja tão simples quanto uma
nova valorização da vida. Um dia, de repente, podemos perceber o som de pássaros cantando de
manhã cedo. A simples beleza de uma flor pode nos lembrar que há um Poder maior do que nós
trabalhando à nossa volta.
Freqüentemente, nosso despertar espiritual é algo que se fortalece com o tempo. Podemos
procurar obter mais consciência espiritual, simplesmente vivendo nossas vidas. Podemos
persistir em esforços para melhorar nosso contato consciente através da oração e meditação
diárias. Podemos escutar nosso interior para obtermos a orientação de que precisamos. Podemos
perguntar a outros adictos sobre suas experiências com espiritualidade. Podemos nos dar tempo
para apreciar o mundo à nossa volta.

Só por hoje: Eu vou refletir sobre cada despertar espiritual que experimentei. Buscarei estar
consciente de Deus. Dedicarei algum tempo do dia para apreciar o trabalho de meu Poder
Superior.
Render-se para vencer 13 de janeiro

“A ajuda só começa quando somos


capazes de admitir a completa derrota”.

Texto Básico, p. 23

Completa derrota, que idéia! Isto deve significar rendição. Render-se – desistir
completamente. Abandonar sem nenhuma restrição. Mãos ao alto e abandonar a luta. Talvez,
levantar a mão em nossa primeira reunião e admitir que somos adictos.
Como saber que demos um Primeiro Passo que nos permitirá viver livre das drogas?
Sabemos porque, uma vez dado esse passo gigantesco, não temos que usar nunca mais – só por
hoje. É isso aí. Não é fácil, mas é muito simples.
Nós trabalhamos o Primeiro Passo. Aceitamos, sim, que somos adictos. “Uma é demais
e mil não bastam”. Já provamos isso a nós mesmos o suficiente. Admitimos que não
conseguimos lidar com drogas de nenhuma maneira. Admitimos isso; proclamamos em voz alta,
se necessário.
Damos o Primeiro Passo ao começar nosso dia. Por um dia. Esta admissão nos liberta,
só por hoje, da necessidade de reviver nossa adicção ativa novamente. Nós nos rendemos a esta
doença. Desistimos. Abandonamos. Renunciamos. Mas, renunciando, vencemos. E este é o
paradoxo do Primeiro Passo: nós nos rendemos para vencer e, em nossa rendição, adquirimos
um poder muito maior do que jamais poderíamos imaginar.

Só por hoje: Eu admito que sou impotente perante minha adicção. Vou me render para vencer.
14 de janeiro Um Deus amoroso

“A nossa compreensão de um Poder Superior fica a


nosso critério... A única diretriz sugerida é que este
Poder seja amoroso, cuidadoso e maior do que nós”.

Texto Básico, p. 26

Disseram-nos que podíamos acreditar em qualquer tipo de Poder Superior que quiséssemos,
contanto que ele fosse amoroso e, é claro, maior do que nós. Alguns de nós, no entanto, têm
dificuldades com estes requisitos. Ou não acreditamos em nada exceto em nós mesmos, ou
acreditamos que qualquer coisa que possa ser chamada de “Deus” só poderia ter o coração frio
e injusto, trazendo-nos infortúnio por mero capricho.
Acreditar em um Poder amoroso é um grande salto para alguns de nós, por muitas razões.
Pensar em entregar nossas vontades e nossas vidas aos cuidados de alguma coisa que pensamos
poder nos machucar, certamente nos deixa relutantes. Se chegamos ao programa acreditando
que Deus julga e não perdoa, precisamos superar estas crenças, para ficar realmente à vontade
com o Terceiro Passo.
Nossas experiências positivas em recuperação podem nos ajudar a vir a acreditar em um
Deus amoroso, de nossa própria compreensão. Recebemos alívio de uma doença que nos afligiu
por muito tempo. Encontramos a orientação e o apoio que precisamos para desenvolver uma
nova maneira de viver. Começamos a experimentar uma plenitude de espírito, onde antes só
havia vazio. Estes aspectos de nossa recuperação têm sua origem num Deus amoroso, e na num
Deus severo e odioso. E quanto mais vivenciamos a recuperação, mais confiaremos neste Poder
Superior amoroso.

Só por hoje: Eu abrirei meu coração e minha mente para acreditar que Deus é amoroso, e
confiarei em que meu Poder Superior pode fazer por mim o que não consigo fazer por mim
mesmo.
Medo 15 de janeiro

“Crescemos a ponto de nos sentirmos à vontade com o nosso


Poder Superior como fonte de força. À medida que aprendemos a
confiar neste Poder, começamos a superar nosso meda da vida “.

Texto Básico, p. 26

Impotentes como somos, viver de teimosia é uma experiência assustadora e difícil. Em


recuperação, entregamos nossa vontade e nossas vidas, em segurança, aos cuidados do Deus de
nossa compreensão. Quando descuidamos de nosso programa, quando perdemos o contato
consciente com nosso Poder Superior, começamos a assumir o controle de nossas vidas
novamente, recusando os cuidados do Deus de nossa compreensão. Se não tomamos uma
decisão diária de render nossas vidas aos cuidados de nosso Poder Superior, poderemos ser
completamente dominados pelo nosso medo da vida.
Trabalhando os Doze Passos, descobrimos que a fé num Poder maior do que nós ajuda a
aliviar o nosso medo. À medida que nos aproximamos de um deus amoroso, nos tornamos mais
conscientes de nosso Poder Superior. E quanto mais conscientes estivermos dos cuidados de
Deus para conosco, menores nossos medos.
Quando sentimos medo, nos perguntamos: “Este medo é uma indicação de falta de fé em
minha vida? Assumi o controle, novamente, só para descobrir que minha vida ainda é
incontrolável?” Se respondemos sim a estas perguntas, podemos superar nosso medo,
entregando nossa vontade e nossas vidas de volta aos cuidados do Deus de nossa compreensão.

Só por hoje: Eu confiarei nos cuidados de meu Poder Superior para aliviar meu temor da vida.
16 de janeiro Faça aquela chamada

“Temíamos que, se alguma vez revelássemos como éramos de fato, certamente seríamos
rejeitados... [Mas] nossos companheiros nos compreendem”.

Texto Básico, p. 34

Precisamos de nossos companheiros de NA – sua experiência, sua amizade, seu riso, sua
orientação e muito, muito mais. Mesmo assim muitos de nós hesitam em chamar nossos
padrinhos ou visitar nossos amigos de NA. Não queremos nos impor a eles. Pensamos em
telefonar para alguém, mas não nos sentimos merecedores de seu tempo. Tememos que, caso
venham a nos conhecer – realmente nos conhecer – certamente nos rejeitarão.
Esquecemos que nossos companheiros de NA são exatamente iguais a nós. Não há nada que
tenhamos feito, nenhum lugar a que tenhamos ido ou sentimentos que tenhamos sentido, com
que outros adictos em recuperação não sejam capazes de se identificar. Quanto mais deixarmos
que os outros nos conheçam, mais iremos ouvir: “Você está no lugar certo. Você está entre
amigos. Você faz parte. Bem-vindo!”
Também esquecemos que, do mesmo modo que precisamos dos outros, eles precisam de
nós. Não somos os únicos que queremos sentir que fazemos parte, que queremos experimentar
o calor da amizade, que queremos alguém para compartilhar. Se nos isolamos de nossos
companheiros, nós os privamos de algo que eles precisam, algo que só nós podemos dar a eles:
nosso tempo, nossa companhia, nosso verdadeiro eu.
Em Narcóticos Anônimos, adictos em recuperação se importam uns com os outros. O que
esperam do outro lado do telefone não é rejeição, mas amor, calor e identificação da Irmandade
de NA. Faça aquela chamada!

Só por hoje: Em NA, eu estou entre amigos. Entrarei em contato com os outros, dando e
recebendo em irmandade.
Perdão 17 de janeiro

“Quando percebemos a nossa necessidade de sermos perdoados,


temos a tendência de perdoar mais. Pelo menos sabemos que
não estamos mais magoando os outros intencionalmente “.

Texto Básico, p. 43

Em nossa adicção, freqüentemente tratávamos mal os outros. Algumas vezes,


deliberadamente, encontrávamos meios de magoá-los. Em nossa recuperação, podemos ainda
ter a tendência de julgar as ações dos outros porque pensamos saber como essa pessoa deveria
se comportar. Mas, ao progredir em nossa recuperação, freqüentemente descobrimos que, para
nos aceitarmos, teremos que aceitar os outros à nossa volta.
Pode ser difícil assistir a insanidade de alguém se manifestando. Mas, se nos desligarmos
do problema, podemos começar a viver a solução. E, se nos sentirmos afetados pelas ações de
alguém, podemos aplicar o princípio do perdão.

Só por hoje: Eu vou me empenhar para perdoar mais do que ser perdoado. Tentarei agir de tal
maneira que me sinta merecedor de meu próprio amor.
18 de janeiro O simples inventário

“Continuar fazendo o inventário pessoal significa que


criamos o hábito de olhar regularmente para nós
mesmos, nossas ações, atitudes e relacionamentos”.

Texto Básico, p. 45

O inventário diário é uma ferramenta que podemos usar para simplificar nossas vidas.
O mais complicado em fazer um inventário regularmente é decidir como começar. Deveríamos
escrevê-lo? O que deveríamos examinar? Em que nível de detalhes? E como sabemos que
terminamos? Num instante, transformamos um exercício simples num projeto grandioso.
Aqui está uma simples abordagem para o inventário diário; reservamos alguns minutos no
fim de cada dia, sentamos calmamente e examinamos nossos sentimentos. Existe um nó,
pequeno ou grande dentro de nós? Sentimo-nos desconfortáveis com o dia que acabou de
terminar? O que aconteceu? Qual foi nossa participação no que aconteceu? Devemos alguma
reparação? Se pudéssemos fazer tudo de novo, o que faríamos diferente?
Também queremos observar os aspectos positivos de nossas vidas em nosso inventário
diário. O que nos deu satisfação hoje? Fomos produtivos? Responsáveis? Gentis? Amoroso?
Demos de nós desinteressadamente? Experimentamos plenamente o amor e a beleza que o dia
nos ofereceu? O que fizemos hoje que gostaríamos de fazer novamente?
Nosso inventário diário não precisa ser complicado para ser eficiente. É uma ferramenta
muito simples que usamos para permanecer em contato diário conosco.

Só por hoje: Eu quero permanecer em contato com a maneira como me sinto vivendo esta vida
que me foi concedida. No final deste dia, farei um breve e simples inventário.
Fazer da tempestade um copo d’água 19 de janeiro

“Quando paramos de viver aqui e agora, nossos


problemas são aumentados exageradamente“.

Texto Básico, p. 108

Alguns de nós parecem fazer tempestade de um copo d’água com nossos problemas.
Mesmo aqueles de que encontram alguma serenidade, provavelmente, em algum momento de
nossa recuperação, colocam algum problema totalmente fora de proporção – e, se ainda não o
fizemos, provavelmente logo o faremos!
Quando nos vemos obcecados com alguma complicação em nossas vidas, é bom lembrar-
nos precisamente de tudo o que está indo bem. Em vez de ficarmos sentados com a calculadora
conferindo-as repetidamente, podemos concentrar nossos esforços em reduzir despesas.
Seguindo este mini-inventário, continuamos com a tarefa à mão e nos lembramos que, desde
que façamos o trabalho de base, u, \poder Superior tomará conta de nossas vidas.
Problemas tempestuosos acontecem algumas vezes, mas não precisamos criá-los. A
confiança num Deus amoroso de nossa compreensão colocará a maior parte de nossos problemas
em sua perspectiva certa. Não precisamos mais criar um caos para nos sentirmos estimulados
com nossas vidas. Nossa recuperação nos oferece, na vida real, incontáveis oportunidades de
estímulo e drama.

Só por hoje: Eu terei uma visão realista de meus problemas e verei que em sua maioria são
pequenos. Eu os deixarei assim e apreciarei minha recuperação.
20 de janeiro Uma promessa, muitas dádivas

“Narcóticos Anônimos nos promete apenas uma


coisa: a libertação da adicção ativa...”

Texto Básico, p. 116

Imaginem o que seria se chegássemos em NA desesperados, querendo para de usar drogas,


e encontrássemos somente uma conversa fiada do tipo: “Se trabalhar os passos e não usar drogas,
você se casará, irá morar em algum lugar melhor, terá filhos e passará a se vestir bem. Você se
tornará responsável, um membro produtivo da sociedade e será a companhia ideal de reis e
presidentes. Você ficará rico e terá uma carreira dinâmica.” Muitos de nós, recebidos com um
papo tão pesado, teriam gritado e saído fora.
Em vez de precisões assustadoras e pressões sem sentido, somos recebidos com uma
promessa de esperança: libertação da adicção ativa. Sentimos um alívio abençoado sobre nós,
quando ouvimos que nunca teremos de usar novamente. Não seremos forçados a nos tornar coisa
alguma!
Claro que, depois de algum tempo em recuperação, começam a acontecer coisas boas em
nossas vidas. Dádivas nos são oferecidas – dádivas espirituais, dádivas materiais, dádivas com
que sempre sonhávamos, mas que sequer ousávamos esperar conseguir. No entanto, estas são
dádivas de verdade – não são prometidas apenas porque nos tornamos membros de NA. Tudo
que NA nos promete é a libertação da adicção ativa – e isto é mais do que suficiente!

Só por hoje: Foi-me prometida a libertação da adicção ativa. As dádivas que recebo são
benefícios da recuperação.
Unidade e uniformidade 21 de janeiro

“A unidade é imperativa em Narcóticos Anônimos“.

Texto Básico, p. 68

Unidade não é uniformidade. A unidade vem do fato de que temos unidade de propósito
– recuperar-nos e ajudar outros a se manterem limpos. Mesmo assim, freqüentemente, achamos
que, enquanto nos empenhamos em realizar o mesmo propósito, nossos meios e métodos podem
ser radicalmente diferentes.
Não podemos impor nossas idéias de unidade aos outros ou confundir unidade com
uniformidade. Na realidade, a grande atração do Programa de NA é a ausência de uniformidade.
A unidade vem de nosso propósito comum, não de padrões impostos no grupo por alguns
membros bem intencionados. Um grupo em que a unidade vem dos corações amorosos de seus
membros permite a cada adicto levar a mensagem de um modo pessoal.
Lidando uns com os outros em NA, algumas vezes discordamos verbalmente. Precisamos
lembrar que os detalhes de como conseguimos que as coisas sejam feitas não são sempre
importantes, contanto que o foco seja sempre mantido no propósito primordial do grupo.
Podemos observar membros que discordam enfaticamente sobre assuntos triviais se unirem
quando um recém-chegado procura ajuda. Alguém estava lá para nos receber quando chegamos
às salas de NA. Agora, é a nossa vez de estar lá para receber os outros. Precisamos de unidade
para mostrar ao recém-chegado que esta maneira de viver funciona.

Só por hoje: Eu vou me empenhar para ser uma parte da unidade. Sei que unidade não é o
mesmo que uniformidade.
22 de janeiro O aprendizado da recuperação

“Este é um programa para aprender”.

Texto Básico, p. 17

Aprender em recuperação é trabalho árduo. As coisas que mais precisamos saber são muitas
vezes as mais difíceis de aprender. Estudamos recuperação para nos preparar para as
experiências que a vida nos oferecerá. Enquanto escutamos os outros compartilhando nas
reuniões, fazemos anotações mentalmente, para mais tarde poder aplicá-las. Para nos preparar,
estudamos nossas anotações e a literatura entre as lições. Assim como estudantes têm a chance
de aplicar seus conhecimentos durante as provas, temos a oportunidade de aplicar nossa
recuperação em tempos de crise.
Como sempre, temos a opção de como iremos encarar os desafios da vida. Podemos ter
horror a eles e evitá-los como se fossem ameaças à nossa serenidade ou podemos, gratos, aceitá-
los como oportunidade de crescimento. Confirmando os princípios que aprendemos na
recuperação, os desafios da vida nos aumentam a força. No entanto, sem esses desafios,
poderíamos esquecer o que aprendemos e começar a estagnar. Essas são as oportunidades que
estimulam novos despertares espirituais.
Veremos que, muitas vezes, existe um período de calmaria após cada crise, dando tempo
para nos acostumarmos às nossas novas habilidades. Logo que tenhamos refletido sobre nossa
experiência, somos chamados para partilhar nosso conhecimento com alguém que está
estudando o que acabamos de aprender. No aprendizado da recuperação, todos somos tanto
professores quanto estudantes.

Só por hoje: Eu serei um estudante de recuperação. Os desafios serão bem vindos, estarei
confiante com o que aprendi e desejoso de compartilhar com os outros.
Exame de serenidade 23 de janeiro

“A falta de manutenção diária pode


aparecer de várias maneiras “.

Texto Básico, p. 103

Já aconteceu algum desconhecido comentar que o tempo estava lindo e você retrucar: “Ta
um nojo?” Quando isto acontece, provavelmente estamos sofrendo de falta da manutenção diária
em nossa programação.
Em recuperação, a vida pode se tornar bastante agitada. Talvez aquelas responsabilidades
a mais no trabalho o deixaram inquieto. Talvez não venha freqüentando as reuniões há algum
tempo. Talvez esteja muito ocupado para meditar ou não esteja se alimentando regularmente
nem dormindo bem. Qualquer que seja a razão, sua serenidade está escapulindo.
Quando isto acontece, é crucial que tomemos uma atitude. Não podemos permitir que um
“dia ruim” aliado a uma atitude negativa se estenda por dois dias, quatro dias, ou uma semana.
Nossa recuperação depende de nosso programa de manutenção diária. Não importa o que esteja
acontecendo em nossas vidas, não podemos nos dar ao luxo de negligenciar os princípios que as
salvaram.
Existem muitos meios de recuperar nossa serenidade. Podemos ir a uma reunião, telefonar
para nosso padrinho, almoçar com outro adicto em recuperação, ou então tentar levar a
mensagem a um recém-chegado. Podemos rezar. Podemos dar um tempo e nos perguntar quais
as cosias simples que não temos feito. Quando nossas atitudes estão nos levando ladeira abaixo,
podemos evitar um desastre com soluções simples.

Só por hoje: Eu vou examinar a manutenção de meu programa de recuperação.


24 de janeiro Do isolamento à conexão

“Nossa doença nos isolava... Hostis, ressentidos, egocêntricos


e egoístas, nos isolávamos do mundo exterior ”.

Texto Básico, p. 4

A adicção é uma doença que leva ao isolamento, deixando-nos fora da sociedade, família e
do eu. Escondemo-nos. Mentimos. Caçoávamos das vidas que víamos os outros viverem,
certamente fora de nosso alcance. Pior de tudo, dizíamos a nós mesmos que não havia nada de
errado conosco, mesmo sabendo do que estávamos desesperadamente doentes. Nossa conexão
com o mundo e com a própria realidade ficou difícil. Nossas vidas perderam o significado, e nos
afastamos cada vez mais da realidade.
O Programa de NA foi projetado especialmente para pessoas como nós. Ele nos ajuda a
reconectar com a vida que nos era destinada, tirando-nos de nosso isolamento. Paramos de
mentir a nós mesmos a respeito de nossa condição; admitimos nossa impotência e descontrole
de nossas vidas. Desenvolvemos fé em que nossas vidas podem melhorar, a recuperação é
possível e a felicidade não está permanentemente além de nosso alcance. Tornamo-nos honestos;
paramos de nos esconder; “mostramos nossa cara e dizemos a verdade”, seja ela qual for. E,
enquanto fazemos isso, estabelecemos os laços que conectam nossas vidas individuais à vida
maior a nosso redor.
Nós, adictos, não precisamos viver isolados. Os Doze Passos podem restaurar nossa conexão
com a vida e com o viver – se os praticarmos.

Só por hoje: Eu sou parte da vida a meu redor. Praticarei meu programa para reforçar minha
conexão com meu mundo.
Um presente a mais 25 de janeiro

“Vemos isso acontecer, entre nós, todos os dias. Esta virada


milagrosa é a evidência de um despertar espiritual“.

Texto Básico, p. 55

Nós os observamos quando chegam para sua primeira reunião, derrotados, seus espíritos
partidos. É evidente seu sofrimento e, ainda mais aparente, seu desejo de ser ajudado. Recebem
uma ficha de boas-vindas e voltam a seus lugares, estremecidos pelo esforço.
Nós os vemos novamente e eles parecem um pouco mais à vontade. Encontraram um
padrinho e freqüentam as reuniões todas as noites. Ainda não encontram nosso olhar, mas
balançam suas cabeças em sinal de reconhecimento, enquanto partilhamos. Notamos uma
centelha de esperança em seus olhos, e eles sorriem sem muita certeza quando os encorajamos
a continuar voltando.
Alguns meses mais tarde, eles se ergueram. Aprenderam a fazer contato com os olhos.
Estão trabalhando os passos com seus padrinhos e, como resultado, estão se restabelecendo. Nós
os ouvimos partilhando nas reuniões. Depois, arrumamos as cadeiras com eles.
Alguns anos mais tarde, estão falando numa oficina de convenção. Eles têm uma
personalidade maravilhosa e bem humorada. Sorriem quando nos vêem, nos abraçam e nos
dizem que jamais teriam conseguido sem nós. E entendem quando dizemos: “Também não
conseguiríamos sem você”.

Só por hoje: Eu encontrarei alegria ao testemunhar a recuperação do outro.


26 de janeiro Egocentrismo

“A parte espiritual da nossa doença é o total egocentrismo”.

Texto Básico, p. 22

O que é egocentrismo? É a crença de que o mundo gira a nosso redor. Nossos desejos,
nossas exigências são as únicas que merecem consideração. Nossas mentes egocêntricas
acreditam ser capazes de conseguir tudo o que querem, simplesmente lançando mão de seus
próprios truques. O egocentrismo presume total auto-suficiência.
Dizemos que o egocentrismo é a parte espiritual de nossa doença, porque uma mente
egocêntrica não pode conceber nada maior ou mais importante do que ela própria. Mas existe
uma solução espiritual para nossa doença espiritual: os Doze Passos de Narcóticos Anônimos.
Os passos nos afastam do egocentrismo, centrando-nos em Deus.
Despimos nossa ilusão de auto-suficiência, admitindo nossa impotência e buscando a ajuda
de um Poder maior do que nós mesmos. Reconhecemos a falência de nossa hipocrisia no admitir
que erramos, fazendo reparações e buscando, no Deus de nossa compreensão, o conhecimento
do que é certo. Esvaziamos nosso exacerbado senso de importância própria procurando servir
aos outros, não apenas a nós mesmos.
O egocentrismo que aflige o espírito pose ser tratado com uma solução espiritual: os Doze
Passos.

Só por hoje: Minha orientação e minha força vêm de um Poder Superior, não de mim mesmo.
Praticarei os Doze Passos para me tornar mais centrado em Deus e menos egocêntrico.
Aprendendo a viver de novo 27 de janeiro

“Aprendemos novas maneiras de viver. Não


estamos mais limitados às nossas velhas idéias”.

Texto Básico, p. 61

Talvez tenham nos ensinado, quando éramos crianças, a diferenciar o certo do errado e
outras coisas básicas da vida; talvez não. Não importa, quando entramos em recuperação, a
maioria de nós tinha apenas uma vaga idéia de como viver. Nosso isolamento do resto da
sociedade nos fez ignorar responsabilidades humanas básicas e desenvolver aptidões bizarras de
sobrevivência para lidar com o mundo em que vivíamos.
Alguns de nós não sabíamos dizer a verdade; outros eram tão francos que feriam a todos
com quem falavam. Alguns de nós não conseguíamos lidar com o mais simples dos problemas
pessoais, enquanto outros tentavam resolver os problemas do mundo inteiro. Alguns de nós
nunca ficávamos zangados, mesmo recebendo tratamento injusto; outros se dedicavam a
elaborar reclamações contra tudo e contra todos.
Quaisquer que sejam nossos problemas, não importa quão graves, todos temos uma
chance de aprender a viver de novo em Narcóticos Anônimos. Talvez precisemos aprender a ser
gentis e atenciosos com os outros. Talvez precisemos aceitar as responsabilidades pessoais. Ou
talvez precisemos superar o medo e nos arriscarmos. Podemos estar certos de uma coisa: a cada
dia, pelo simples fato de viver a vida, aprenderemos algo novo.

Só por hoje: Eu sei mais sobre como viver do que sabia ontem, mas não tanto quanto saberei
amanhã. Hoje, aprenderei algo novo.
28 de janeiro Um adicto todos os dias

“Nunca poderemos nos recuperar completamente, não


importa há quanto tempo estejamos limpos”.

Texto Básico, p. 91

Após um pequeno tempo de permanência no programa, alguns de nós começam a pensar


que estão curados. Aprendemos tudo que NA tem a nos ensinar; ficamos entediados com as
reuniões; e o nosso padrinho continua a nos repetir o mesmo e velho refrão: “Os passos – os
passos – os passos!” Decidimos que é tempo de dar continuidade a nossas vidas, parar com as
reuniões e tentar recuperar os anos perdidos com a adicção ativa.Fazemos isto, no entanto,
colocando em perigo nossa recuperação.
Aqueles de nós que recaem, depois de tal episódio, quase sempre tentam comparecer ao
maior número de reuniões que puderem – alguns de nós vão a uma reunião todos os dias, durante
anos. Pode levar bastante tempo para compreender que sempre seremos adictos. Podemos nos
sentir bem por alguns dias e doentes em outros, mas somos adictos todos os dias. A qualquer
hora, estamos sujeitos à ilusão, negação, racionalização, justificação, insanidade – todas as
características típicas da maneira de pensar do adicto. Se queremos continuar vivendo e
desfrutando a vida sem drogas, temos que praticar um programa ativo de recuperação a cada
dia.

Só por hoje: Eu sou um adicto todos os dias, mas hoje posso escolher ser um adicto em
recuperação. Farei esta escolha, colocando em prática meu programa.
O Primeiro Passo – um passo de ação 29 de janeiro

“Compreendemos que não temos


nenhum controle sobre as drogas?“

Texto Básico, p. 20

A princípio muitos de nós pensaram que o Primeiro Passo não requeria ação – bastava
nos rendermos e ir para o Segundo Passo. Mas o Passo Um requer ação, sim!
A ação que tomamos no Primeiro Passo ficará evidente na maneira como vivemos, desde
nosso primeiro dia limpo. Se acreditarmos sinceramente que somos impotentes perante nossa
adicção, não escolheremos ficar perto de drogas. Continuar a viver ou nos associarmos com
adictos na ativa pode indicar uma restrição a nosso programa. Uma crença absoluta em que o
Primeiro Passo diz respeito a nós irá assegurar que limpamos nossa casa de todas as drogas e
objetos relacionados ao uso delas.
Com o passar do tempo, não somente continuaremos com as ações básicas, mas
acrescentaremos novas ações a nosso repertório do Primeiro Passo. Aprenderemos a sentir
nossos sentimentos em vez de controlá-los. Deixaremos de tentar ser nossos próprios e únicos
guias em nossa jornada de recuperação; o apadrinhamento de si mesmo cessará. Começaremos
a procurar mais e mais satisfação espiritual em um Poder maior do que nós em vez de tentar
preencher aquele vazio com outra coisa qualquer. Rendição é apenas o começo. Uma vez
rendidos, precisaremos aprender a viver na paz que encontramos.

Só por hoje: Eu realizarei todas as ações necessárias à prática do Primeiro Passo. Acredito,
sinceramente, que isso diz respeito a mim.
30 de janeiro Doando

“Temos que dar livremente e com gratidão o


que nos foi dado livremente e com gratidão”.

Texto Básico, p. 53

Em recuperação, recebemos muitas dádivas. Talvez uma das maiores dádivas seja o
despertar espiritual que começa quando paramos de usar, intensificando-se a cada dia que
aplicamos os passos em nossas vidas. A nova centelha de vida interior é o resultado direto de
nossa relação com um Poder Superior, uma relação começada e desenvolvida com a vivencia
dos Doze Passos. Lentamente, enquanto prosseguimos com nosso programa, a luz da
recuperação dissipa a escuridão de nossa doença.
Um dos meios de expressar nossa gratidão pelas dádivas da recuperação é ajudar os outros
a descobrirem o que nós achamos. Podemos fazer isso de inúmeras maneiras: partilhando nas
reuniões, respondendo a chamadas para o Décimo-Segundo Passo, aceitando o compromisso de
um apadrinhamento, ou sendo voluntário para H&I ou serviços telefônico. A vida espiritual que
nos é dada em recuperação, requer expressão, porque “só dando podemos conservar o que
temos”.

Só por hoje: A dádiva da recuperação cresce quando compartilho. Eu procurarei alguém com
quem partilhar.
Confiança 31 de janeiro

“Só por hoje terei fé em alguém de NA, que acredita


em mim e quer ajudar na minha recuperação“.

Texto Básico, p. 101


Aprender a confiar é uma proposta arriscada. Nossa experiência no passado como adictos
na ativa nos ensinou que nossas companhias não eram confiáveis. Acima de tudo não podíamos
confiar em nós mesmos. Agora que estamos em recuperação é essencial. Precisamos de algo a
que nos apegar, em que acreditar e que nos dê esperança em nossa recuperação. Para alguns de
nós a primeira coisa em que podemos confiar são as palavras de outros membros partilhando
nas reuniões; sentimos a verdade de suas palavras.

Quando encontramos alguém em quem podemos confiar, fica mais fácil pedir ajuda.
Quando passamos a confiar em sua recuperação, aprendemos a confiar na nossa.

Só por hoje: Eu decidirei confiar em alguém. Agirei nesta confiança.


Fevereiro
Meditação
Diária
Adversidades 1º de fevereiro

“Nós nos sentíamos diferentes (...) Somente após a rendição,


começamos a superar a alienação da adicção”.

Texto Básico, p. 23

“Mas vocês não entendem!” – explodimos, tentando nos justificar. “Sou diferente! É
realmente muito difícil pra mim!” Usávamos estas frases repetidamente em nossa adicção ativa,
tentando fugir das conseqüências de nossas ações ou evitando seguir as regras que valiam para
todos os outros. Podemos ter gritado coisas desse tipo em nossa primeira reunião. Podemos ter
nos percebido choramingando essas frases recentemente.
Tantos de nós se sentem diferentes ou únicos. Como adictos, podemos usar praticamente
qualquer coisa para nos alienar. Mas não há desculpa para deixar de aproveitar a recuperação,
nada pode nos tornar inadequados para o programa – nem doença fatal nem pobreza, nada. Há
milhares de adictos que encontram a recuperação apesar das adversidades reais que enfrentaram.
Através da prática do programa, sua consciência espiritual cresceu, apesar ou talvez em função
dessas adversidades.
Nossas particularidades e diferenças são irrelevantes quando se trata de recuperação.
Abrindo mão de nossas particularidades e nos rendendo a esta maneira simples de viver,
certamente percebemos que nos sentimos parte de alguma coisa. E nos sentir parte de alguma
coisa nos dá a força para caminhar pela vida, com adversidades e tudo mais.

Só por hoje: Eu abrirei mão de minhas particularidades e seguirei os princípios de recuperação


que tenho em comum com tantos outros. Minhas adversidades não me excluem da recuperação;
elas me conduzem a ela.
2 de fevereiro Boa vontade

“A Boa Vontade é melhor exemplificada no serviço;


serviço é ‘Fazer a coisa certa pelo motivo certo’”.

Texto Básico, p. vii

A essência espiritual de nossa doença é o egocentrismo. Para lidar com outras pessoas, nossa
adicção só nos ensinou o egoísmo – queríamos o que queríamos e quando queríamos. A obsessão
por nós mesmos estava profundamente enraizada em nossas vidas. Em recuperação, como
desenraizamos a auto-obsessão?
Revertemos os efeitos de nossa doença aplicando alguns princípios espirituais muito
simples. Para agir contra o egocentrismo de nossa adicção, aprendemos a aplicar o princípio da
boa vontade. Em vez de procurar servir apenas a nós mesmos, começamos a servir os outros.
Em vez de pensar somente sobre o que podemos tirar de uma situação, aprendemos a pensar
primeiro no bem-estar dos outros. Quando nos deparamos com uma escolha moral, aprendemos
a parar, nos lembrar de princípios espirituais e agir apropriadamente.
Ao começar a “fazer a coisa certa pelo motivo certo”, podemos detectar mudanças em nós
mesmos. Onde antes éramos regidos pela vontade própria, agora somos guiados por nossa boa
vontade para com os outros. O egocentrismo crônico da adicção está perdendo seu poder sobre
nós. Estamos aprendendo a “praticar estes princípios em todas as nossas atividades”; estamos
vivendo nossa recuperação, não nossa doença.

Só por hoje: Onde quer que eu esteja, o que quer que eu faça, vou procurar servir os outros, não
apenas a mim mesmo. Quando me deparar com um dilema, tentarei fazer a coisa certa pelo
motivo certo.
Nós precisamos uns dos outros 3 de fevereiro

“Qualquer pessoa pode juntar-se a nós, independente da idade,


raça, identidade sexual, crença, religião ou falta de religião”.

Texto Básico, p. 10

A adicção fechou nossas mentes para qualquer coisa nova ou diferente. Pensávamos não
precisar de qualquer pessoa ou de qualquer coisa. Nenhuma pessoa de um grupo diferente, com
origem racial ou étnica diferente, de classe social ou econômica diferente, despertava nosso
interesse. Podemos até ter pensado que, se fosse diferente, era ruim.
Em recuperação não podemos manter tais atitudes. Viemos para NA porque nossas
melhores idéias não nos levaram a lugar algum. Se esperamos crescer em nossa recuperação,
devemos abrir nossas mentes para experiências que funcionam, não importa de onde venham.
Independente de nossas origens, em NA todos temos duas coisas em comum que não
compartilhamos com mais ninguém: nossa doença e nossa recuperação. Dependemos uns dos
outros para compartilhar nossas experiências – e quando mais ampla essa experiência, melhor.
Precisamos de cada detalhe de experiência, de cada ângulo diferente do nosso programa que
possamos encontrar para enfrentar os desafios de viver limpos.
Recuperação geralmente não é fácil. A força que precisamos para nos recuperar é obtida
com os nossos companheiros de NA. Hoje somos gratos pela variedade dos membros de nossos
grupos, e é nessa variedade que encontramos nossa força.

Só por hoje: Eu sei que, quanto mais variada for a experiência de meu grupo, melhores
condições terá meu grupo de oferecer-me apoio nas diferentes circunstâncias com as quais me
deparo. Hoje darei boas-vindas a adictos de todas as origens em meu grupo de escolha.
4 de fevereiro Sentir-se bem não é a questão

“Para nós, a recuperação é mais do que apenas prazer”.

Texto Básico, p. 47

Em nossa adicção ativa, a maioria de nós sabia exatamente como iríamos nos sentir de um
dia para o outro. Tudo o que tínhamos que fazer era ler o rótulo de uma garrafa ou saber o que
havia na bolsa. Planejávamos nossos sentimentos e nossa meta para nos sentir bem em cada dia.
Em recuperação estamos sujeitos a sentir qualquer coisa de um dia para o outro, ou mesmo
e um minuto para o outro. Podemos nos sentir energizados e felizes pela manhã, então
estranhamente nos desapontamos e ficamos tristes à tarde. Porque a cada manhã nós não mais
planejamos nossos sentimentos para o dia, podemos terminar tendo sentimentos que são de certa
forma inconvenientes, como sentirmo-nos cansados pela manhã e bem despertos na hora de
dormir.
É claro que há sempre a possibilidade de nos sentirmos bem, mas essa não é a questão. Hoje,
nossa maior preocupação não é nos sentirmos bem, mas aprender a compreender e lidar com
nossos sentimentos, não importando quais sejam. Fazemos isso trabalhando os passos e
compartilhando nossos sentimentos com outros.

Só por hoje: Eu aceitarei meus sentimentos, sejam eles quais forem, exatamente como são.
Praticarei o programa e aprenderei a viver com meus sentimentos.
Continue voltando! 5 de fevereiro

“Somos gratos por termos sido tão bem recebidos nas


reuniões, a ponto de nos sentirmos à vontade”.

Texto Básico, p. 90

Lembra como tínhamos medo quando entramos pela primeira vez numa reunião de NA?
Mesmo que tenhamos ido com um amigo, a maioria de nós se lembra como foi difícil assistir
àquela reunião. O que foi que nos levou a voltar? A maioria de nós recorda com gratidão as
boas-vindas que recebemos e como isto nos deixou à vontade. Quando levantamos a mão como
recém-chegados, abrimos a porta para outros membros se aproximarem e nos receberem.
Às vezes, a diferença entre aqueles adictos que saem de sua primeira reunião para nunca
mais voltar a NA e os adictos que ficam para procurar recuperação, é um simples abraço de um
membro de NA. Quando já estamos limpos a algum tempo, é fácil nos afastarmos daquela
procissão de recém-chegados... Afinal de contas, já vimos tantas pessoas indo e vindo. Mas
membros limpos há algum tempo podem fazer a diferença entre o adicto que não volta e o adicto
que continua voltando. Ao oferecer nosso número de telefone, um abraço ou simplesmente um
“bem-vindo” caloroso, estendemos a mão de NA ao adicto que ainda sofre.

Só por hoje: Eu me lembro das boas-vindas que recebi quando cheguei pela primeira vez a NA.
Hoje expressarei minha gratidão oferecendo um abraço para um recém-chegado.
6 de fevereiro Eu não posso – nós podemos

“Tínhamos nos convencidos de que podíamos resolver tudo sozinhos e


continuamos vivendo desse jeito. Os resultados foram desastrosos e, por fim,
cada um de nós teve que admitir que a auto-suficiência era uma mentira”.

Texto Básico, p. 68

“Eu não posso, mas nós podemos”. Esta simples mas profunda verdade aplica-se
inicialmente para nossa primeira necessidade como membros de NA: juntos, podemos ficar
limpos, mas quando nos isolamos, estamos em má companhia. Para nos recuperarmos
precisamos do apoio de outros adictos.
A auto-suficiência não dificulta apenas nossa habilidade em ficar limpo. Com ou sem
drogas, viver com vontade egocêntrica inevitavelmente conduz ao desastre. Dependemos de
outras pessoas para tudo, desde bens e serviços até amor e companheirismo, e a vontade
egocêntrica nos coloca em constante conflito com essas mesmas pessoas. Para viver uma vida
plena, precisamos de harmonia com os outros.
Não dependemos apenas de adictos e de outras pessoas de nossa comunidade. Poder não é
um atributo humano, contudo precisamos dele para viver. Encontramos isto em um Poder maior
do que nós mesmos, o qual nos proporciona a orientação e a força que nos falta. Quando temos
a pretensão de ser auto-suficiente, nos isolamos de uma fonte de poder que é suficiente para
guiar-nos efetivamente através da vida: nosso Poder Superior.
Auto-suficiência não funciona. Precisamos de outros adictos, precisamos de outras pessoas
e, para viver plenamente, precisamos de um Poder maior que nós mesmos.

Só por hoje: Eu procurarei o apoio de outros adictos em recuperação, harmonia com os outros
na minha comunidade e a proteção de meu Poder Superior. Eu não posso, mas nós podemos.
Isto não é um teste 7 de fevereiro

“(...) e encontramos um Deus amoroso e


pessoal a quem podemos recorrer”.

Texto Básico, p. 29

Alguns de nós vêm para a recuperação com a impressão de que as dificuldades da vida
são uma série de testes cósmicos designados a nos ensinar alguma coisa. Essa crença é
prontamente evidenciada quando alguma coisa traumática acontece e nós lamentamos: “Meu
Poder Superior está me testando!” Estamos convencidos de que é u teste para nossa recuperação
quando alguém nos oferece drogas, ou um teste para nosso caráter quando confrontados com
uma situação onde poderíamos fazer algo inescrupuloso sem sermos apanhados. Podemos
também pensar que é um teste para nossa fé quando vivemos uma grande dor durante uma
tragédia em nossas vidas.
Mas um Poder Superior amoroso não testa nossa recuperação, nosso caráter ou nossa fé.
A vida apenas acontece e algumas vezes machuca. Muitos de nós perdemos amor sem ter culpa.
Alguns de nós perdemos todos os nossos bens materiais. Outros até mesmo sofreram a perda de
seus próprios filhos. Às vezes, a vida pode ser terrivelmente dolorosa, mas a dor não é imposta
por nosso Poder Superior. Ao contrário, esse Poder está constantemente a nosso lado, pronto
para amparar-nos se não pudermos caminhar por nós mesmos. Não há mal que a vida possa nos
fazer que o Deus de nossa compreensão não possa sanar.

Só por hoje: Eu terei fé em que à vontade de meu Poder Superior para mim é boa, e que sou
amado. Eu procurarei a ajuda de meu Poder Superior nos momentos de necessidade.
8 de fevereiro O que é um padrinho?

“(...) sabemos que podemos contar com nosso padrinho nesses momentos,
mas é nossa a responsabilidade de entrar em contato com ele”.

IP Nº 11, “Apadrinhamento”

O que é um padrinho? Você sabe: aquela pessoa agradável com quem você tomou café
depois da primeira reunião. Aquela alma generosa que fica compartilhando a experiência de
recuperação sem cobrar nada. Aquele que fica surpreendendo você com a chocante intuição a
respeito de seus defeitos de caráter. Aquele que fica lembrando você de acabar seu Quarto Passo
e ouve o seu Quinto Passo e não conta pra ninguém como você é esquisito.
É bastante fácil contar com tudo isso, uma vez que estamos acostumados com alguém
disponível para nós. Podemos nos descontrolar por um tempo e dizer a nós mesmos: “Mais tarde
eu procuro meu padrinho/madrinha, mas agora eu tenho que limpar minha casa, ir às compras,
perseguir aquilo que me atrai...” E assim, acabamos com problemas, imaginando onde foi que
erramos.
Nosso padrinho/madrinha não pode ler pensamentos. Depende de nós ir atrás e pedir ajuda.
Se precisarmos de ajuda com os passos, de uma checagem da realidade para ajudar-nos a colocar
em ordem nosso pensamento oprimido, ou de um simples amigo, é nossa a responsabilidade de
fazer o pedido. Padrinhos são calorosos, sábios, pessoas maravilhosas, e suas experiências com
recuperação são nossas – tudo o que temos a fazer é pedir.

Só por hoje: Eu sou grato pelo tempo, pelo amor e pela experiência que meu padrinho tem
compartilhado comigo. Hoje, eu procurarei meu padrinho.
Auto-aceitação 9 de fevereiro

“Quando nos aceitamos, podemos aceitar os outros em nossas vidas,


incondicionalmente, provavelmente pela primeira vez”.

IP Nº 19 “Auto-aceitação”

Desde nossas primeiras recordações, muito de nós nunca se sentiram pertencendo. Não
importava o tamanho da aglomeração, sempre nos sentíamos à parte da multidão. Para nós era
difícil “encaixar-nos”. No fundo, acreditávamos que, se realmente deixássemos os outros
conhecer-nos, eles nos rejeitariam. Talvez nossa adicção tenha começado a germinar nesse clima
de egocentrismo.
Muitos de nós esconderam a dor de nossa alienação com uma atitude de desafio. De fato,
dissemos para o mundo: “Vocês não precisam de mim? Bem, eu também não preciso de vocês.
Eu tenho minhas drogas e posso tomar conta de mim mesmo!” Quanto mais nossa adicção
progredia, mais altas eram as paredes que construímos a nosso redor.
Essas paredes começam a cair à medida que encontramos aceitação dos outros adictos
em recuperação. Com esta aceitação dos outros começamos a aprender o importante princípio
da Auto-aceitação. E quando começamos a aceitar a nós mesmos, podemos permitir que outros
tomem parte de nossas vidas sem medo da rejeição.

Só por hoje: Eu sou aceito em NA; eu me “encaixo”. Hoje, é seguro começar a deixar que os
outros entrem em minha vida.
10 de fevereiro Diversão!

“Em recuperação, nossas noções de diversão se modificam”.

Texto Básico, p. 116

Fazendo uma retrospectiva, muitos de nós percebemos que, quando usávamos, nossas idéias
de diversão eram bastante extravagantes. Algum de nós podia se vestir e ir para um clube local.
Podíamos dançar, beber e usar outras drogas até o dia amanhecer. Em mais de uma ocasião,
ocorreram tiroteios. O que então chamávamos de diversão agora chamamos de insanidade.
Hoje nossa noção de diversão mudou. Diversão para nós hoje é caminhar à beira do mar,
observando a brincadeira dos golfinhos enquanto o sol se põe atrás deles. Diversão é ir a algum
piquenique do NA ou assistir a uma comédia em uma convenção do NA. Diversão é se vestir
bem para ir a uma festa e não se preocupar com nenhum tiroteio, nem com quem fez o quê para
quem.
Através da benção do Poder Superior e da Irmandade de Narcóticos Anônimos, nossas idéias
de diversão mudaram radicalmente. Hoje quando estamos acordados para ver o nascer do sol é
freqüentemente porque fomos cedo para cama na noite anterior, não porque saímos do baile às
6 da manhã, com os olhos turvos de uma noite de uso de drogas. E se isso fosse tudo que
recebemos de Narcóticos Anônimos, já seria o suficiente.

Só por hoje: Eu terei diversão em minha recuperação!


De uma maldição a uma bênção 11 de fevereiro

“Nós nos tornamos muito gratos ao longo de


nossa recuperação... Temos uma doença,
mas nós nos recuperamos”.

Texto Básico, p. 8

A adicção ativa não foi um piquenique; muitos de nós raramente saímos dela vivos. Mas
vociferando contra a doença, lamentando o que ela nos fez, tendo pena de nós mesmos pela
condição em que ela nos deixou – essas coisas só podem nos manter presos ao estado de espírito
de amargura e ressentimento. O caminho para a liberdade e o crescimento espiritual começa
quando a amargura acaba, com aceitação.
Não há como negar o sofrimento trazido pela adicção. Entretanto, foi a adicção que nos
trouxe para Narcóticos Anônimos; sem ela, nós nem ao menos teríamos procurado e encontrado
a bênção da recuperação. O isolamento nos forçou a procurar o companheirismo. Ao nos causar
sofrimento, adquirimos a experiência necessária para ajudar os outros, e ajudar o outro era nossa
única possibilidade. Ao quebrar nosso orgulho, a adicção nos deu a oportunidade de nos
rendermos aos cuidados de um Poder Superior amoroso.
Não desejaríamos a doença da adicção para ninguém. Mas o que permanece é que nós,
adictos, continuamos com essa doença – e, além disso, sem essa doença talvez nunca tivéssemos
embarcado nessa nossa jornada espiritual. Milhares de pessoas procuram a vida toda pelo que
achamos em Narcóticos Anônimos: companheirismo, propósito de vida e contato consciente
com o Poder Superior. Hoje somos gratos por tudo que nos trouxe essa bênção.

Só por hoje: Eu aceitarei minha doença como um fato e procurarei a bênção de minha
recuperação.
12 de fevereiro Vivendo o momento

“Lamentávamos o passado, temíamos o futuro e não


sentíamos grande entusiasmo pelo presente”.

Texto Básico, p. 8

Até experimentarmos a melhora que acontece quando trabalhamos os Doze Passos, sem
dúvida não poderíamos encontrar uma situação tão verdadeira quanto a citada acima. A maioria
de nós chegou a NA de cabeça baixa, com vergonha, pensando no passado e desejando voltar
atrás e mudá-lo. Nossas fantasias e expectativas sobre o futuro podem ser tão extremas que, em
nosso primeiro encontro amoroso com alguém, já estamos pensando no advogado que vamos
contratar para o divórcio. Quase todas as nossas experiências nos levam a lembrar o passado ou
começam a projetar o futuro.
No começo é difícil viver o momento. Parece impossível que nossas mentes possam parar.
Temos dificuldade em divertir-n. A cada momento percebemos que nossos pensamentos não
estão focalizados no que está acontecendo agora. Podemos orar e pedir a um Deus amoroso que
nos ajude a sair de nós mesmos. Se lamentamos o passado, fazemos reparações vivendo
diferentemente hoje: se tememos o futuro, trabalhamos para viver responsavelmente hoje.
Quando trabalhamos os passos e rezamos cada vez que descobrimos que não estamos
vivendo o presente, vamos notar que esses momentos não estão ocorrendo tão freqüentemente
como costumavam acontecer. Nossa fé vai nos ajudar a viver só por hoje. Teremos horas, até
mesmo dias, quando nossa total atenção estará focalizada no momento presente, não no passado
que lamentávamos ou no futuro que temíamos.

Só por hoje: Quando eu vivo plenamente cada momento, eu me abro para as alegrias que, de
outra maneira, poderiam me escapar. Se eu estou tendo problemas, eu vou pedir ajuda a um
Deus amoroso.
Os laços que nos unem 13 de fevereiro

“Tudo estará bem enquanto os laços que nos unem


forem mais fortes do que os que nos afastariam”.

Texto Básico, p. 65

Muitos de nós sentiram que sem NA certamente teríamos morrido de nossa doença. Por
isso sua existência é nossa única salvação. Entretanto, a desunião é um fato comum da vida em
Narcóticos Anônimos; devemos aprender a responder de uma maneira construtiva às influências
destrutivas que ocasionalmente surgem em nossa irmandade. Se decidirmos ser partes da
solução em vez do problema, estaremos indo na direção certa.
Nossa recuperação individual e o crescimento de NA estão condicionados à manutenção
de uma atmosfera de recuperação em nossas reuniões. Estamos dispostos a ajudar nosso grupo
a lidar construtivamente com o conflito? Enquanto membros nos esforçamos para trabalhar
nossas dificuldades abertamente, honestamente e com justiça? Colocamos o bem-estar comum
de todos os nossos membros acima de nossos próprios interesses? E, enquanto servidores de
confiança, consideramos o efeito que nossas ações podem causar aos recém-chegados?
O serviço pode trazer a tona o melhor e o pior de nós. Mas, durante o serviço, é freqüente
começarmos a entrar em contato com alguns de nossos mais prementes defeitos de caráter.
Recuamos diante dos compromissos de serviço antes de encarar o que poderíamos descobrir
sobre nós mesmos? Se temos em mente a força dos laços que nos mantém juntos – nossa
recuperação da adicção ativa – tudo irá bem.

Só por hoje: Eu vou me esforçar para ser útil para nossa irmandade. Serei destemido para
descobrir que eu sou.
14 de fevereiro Honestidade e espiritualidade

“O direito a um Deus, da maneira que você compreende, é total e


irrestrito. Por termos este direito, precisamos ser honestos a respeito
da nossa crença, se quisermos crescer espiritualmente”.

Texto Básico, p. 27

Nas reuniões, tomando um cafezinho, em conversa com nossos padrinhos/madrinhas,


ouvimos nossos amigos de NA falando sobre a maneira como eles compreendem o Poder
Superior. Seria mais fácil “ir com a maré”, adotando a crença de alguém. Da mesma forma que
ninguém mais pode se recuperar por nós, a espiritualidade de alguém também não pode
substituir nossa própria. Devemos honestamente procurar uma compreensão de Deus que
realmente funcione para nós.
Muitos de nós começam essa busca com prece e meditação. E continuam com suas
experiências em recuperação. Houve momentos em que nos foi dada uma força além da nossa
para encarar os desafios da vida? Quando procuramos silenciosamente por orientação nos
momentos problemáticos, nós a encontramos? Que tipo de Poder acreditamos que nos guia e
nos dá força? Que tipo de Poder procuramos? Com as respostas a estas perguntas, vamos
compreender suficientemente bem nosso Poder Superior para nos sentirmos seguros e
confiantes, ao pedir-Lhe que cuide de nossas vontades e de nossas vidas.
Uma compreensão emprestada de Deus pode dar um empurrãozinho. Com o decorrer do
tempo, precisamos chegar a nossa própria compreensão de um Poder Superior, porque é esse
Poder que cuidará de nós através da recuperação.

Só por hoje: Eu procuro um Poder superior a mim mesmo que possa me ajudar a crescer
espiritualmente. Hoje vou examinar minhas crenças com honestidade e chegar a minha própria
compreensão de Deus.
Um despertar espiritual 15 de fevereiro

“A última coisa que esperávamos era um despertar espiritual”.

Texto Básico, p. 53

Poucos de nós vieram à primeira reunião de Narcóticos Anônimos ansiosos por fazer um
inventário pessoal ou acreditando que existia um vazio espiritual em suas almas. Não
suspeitávamos que estávamos prestes a embarcar numa viagem que iria desertar nossos espíritos
adormecidos.
Como um despertador barulhento, o Primeiro Passo nos traz para a semiconsciência –
embora neste ponto possamos não ter certeza se queremos levantar da cama ou dormir por mais
cinco minutos. Uma sacudida carinhosa em nossos ombros, ao aplicar o Segundo Passo e o
Terceiro Passos, nos faz levantar, espreguiçar e bocejar. Precisamos limpar o sono de nossos
olhos para escrever o /quarto Passo e partilhar o Quinto. Mas, ao trabalhar o Sexto, Sétimo,
Oitavo e Nono Passos, começamos a notar um impulso em nosso andar e um sorriso em nossos
lábios. Nossas almas cantam np chuveiro ao fazermos o Décimo e Décimo-Primeiro Passos. E
então praticamos o Décimo-Segundo, saindo de casa em busca de outros para despertar.
Não temos que passar o resto de nossas vidas em um coma espiritual. Podemos não gostar
de levantar pela manhã, mas, uma vez fora da cama, quase sempre estamos felizes por tê-lo feito.

Só por hoje: Para despertar minha alma adormecida, eu usarei os Doze Passos.
16 de fevereiro Sentimento de fé

“Quando nos recusamos a aceitar a realidade do hoje, estamos negando


nossa fé em nosso Poder Superior. Isto só pode trazer mais sofrimento”.

IP Nº 8, “Só por hoje”

Alguns dias simplesmente não são de maneira que desejávamos que fossem. Nossos
problemas podem ser tão simples quanto um cordão de sapato arrebentado ou uma fila de
supermercado. Ou podermos vivenciar algo muito mais sério. Como a perda de um emprego, de
um lar ou de uma pessoa amada. De qualquer forma, freqüentemente acabamos procurando uma
maneira de evitar nossos sentimentos, em vez de simplesmente admitir que aqueles sentimentos
são dolorosos.
Ninguém nos promete que tudo será de nossa maneira quando paramos de usar. O fato é que
podemos ter certeza de que a vida vai seguir seu curso, estejamos usando ou não. Vamos encarar
dias bons e dias ruins, sentimentos confortáveis e sentimentos dolorosos. Mas não precisamos
mais fugir de nenhum deles.
Podemos sentir dor, mágoa, tristeza, raiva, frustração – todos esses sentimentos que
evitávamos com drogas. Descobrimos que podemos passar por essas emoções limpos. Não
vamos morrer e o mundo não vai acabar só porque temos sentimentos desagradáveis.
Aprendemos a confiar que podemos sobreviver ao que cada dia nos traz.

Só por hoje: Eu demonstrarei minha confiança em Deus vivenciando este dia exatamente como
ele é.
Levando a mensagem, não o adicto 17 de fevereiro

“Pode ser analisado, aconselhado, persuadido, pode se rezar por ele, pode ser
amarrado, surrado ou trancado, mas não irá parar até que queira parar “.

Texto Básico, p. 70

Talvez uma das verdades mais difíceis de encarar em nossa recuperação seja: somos tão
impotentes perante a adicção do outro, quanto somo em relação à nossa. Podemos pensar que
por termos tido um despertar espiritual em nossas vidas, deveríamos ser capazes de persuadir o
outro adicto a encontrar recuperação. Mas há limites Mas há limites no que podemos fazer para
ajudar outro adicto.
Não podemos forçá-lo a parar de usar. Não podemos dar-lhe o resultado dos passos ou
crescer por ele. Não podemos tirar-lhe sua solidão nem sua dor. Não há nada que possamos dizer
para convencer um adito amedontrado a trocar a miséria conhecida da adicção pela assustadora
incerteza da recuperação. Não podemos entrar na pele de outra pessoa, mudar seus objetivos ou
decidir o que é melhor para ela.
Entretanto, se nos recusamos a exercer este poder sobre a adicção dos outros, podemos
ajudá-los. Eles podem crescer se permitirmos que encarem a realidade, não importa quanto ela
possa ser dolorosa. Eles podem se tornar mais produtivos, à sua própria maneira, desde que não
tentemos fazer por eles. Eles podem se tornar autoridades em suas próprias vidas, já que somos
autoridades apenas em nossas próprias. Se aceitarmos tudo isso, poderemos fazer o que se deve
– levar a mensagem, não o adicto.

Só por hoje: Eu aceitarei que sou impotente não somente perante minha própria adicção, mas
também perante a de qualquer outra pessoa. Levarei a mensagem, não o adicto.
18 de fevereiro A parceria da recuperação

“Desde que eu vá com calma e tenha um compromisso com meu


Poder Superior de fazer o melhor que posso, sei que hoje serei cuidado”.

Basic Text, p. 120*

Muitos de nós sentiram que nosso compromisso fundamental em recuperação é com nosso
Poder Superior. Sabendo que nos falta o poder para ficar limpo e encontrar a recuperação por
nós mesmos, entramos numa parceria com um Poder maior do que nós, assumimos um
compromisso de viver aos cuidados de nosso Poder Superior e, em troca, nosso Poder Superior
nos guia.
Esta parceira é vital para ficarmos limpos. Conseguir atravessar os primeiros dias de
recuperação freqüentemente parece ser a coisa mais difícil que jamais fizemos. Mas a força de
nosso compromisso com a recuperação e do poder de proteção de Deus é suficiente para nos
conduzir, só por hoje.
Nossa parte nesta parceira é fazer o melhor que pudermos a cada dia, revelando-nos para a
vida e fazendo o que é posto à nossa frente, aplicando os princípios de recuperação de acordo
com nossa capacidade. Prometemos dar o melhor de nós – sem falsidade, sem fingirmos ser
super-humanos, mas simplesmente fazendo o trabalho básico da recuperação. Cumprindo nossa
parte nesta parceria de recuperação, experimentamos a proteção que nosso Poder Superior nos
tem dado.

Só por hoje: Eu honrarei meu compromisso de parceria com meu Poder Superior.

*N.T.: Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


Reservas 19 de fevereiro

“A recaída nunca é acidental. A recaída é um sinal de


que temos reservas para com o nosso programa“.

Texto Básico, p. 68

Uma reserva é algo que colocamos de lado para uso futuro. Em nosso caso, uma reserva
é a expectativa que, se isso ou aquilo acontecer, certamente recairemos. Que acontecimento
esperamos que seja doloroso demais para suportar? Talvez pensemos que se, um esposo ou
amante nos deixar, teremos que ficar alterados. Se perdermos nosso emprego, pensamos que
certamente vamos usar. Ou talvez a morte de uma pessoa amada seja insuportável. Em qualquer
caso, as reservas em que nos refugiamos nos dão permissão para usar quando se efetivam – o
que freqüentemente acontece.
Podemos estar preparados para o êxito em vez de recaída, examinando nossas
expectativas e alterando-as quando pudermos. A maioria de nós carrega consigo um catálogo de
sofrimentos antecipados intimamente relacionados a nossos medos. Podemos aprender a como
sobreviver à dor observando como outros membros superam dores semelhantes. Podemos
aplicar suas lições para nossas próprias expectativas. Em vez de ficar dizendo a nós mesmos que
teremos que ficar alterados se aquilo acontecer, calmamente reafirmaremos que também
podemos ficar limpos, não importando o que a vida possa nos trazer hoje.

Só por hoje: Eu verificarei se tenho alguma reserva que possa colocar em risco minha
recuperação e vou compartilhá-la com outro adicto.
Impotência e
20 de fevereiro responsabilidade pessoal

“Através da nossa inabilidade de aceitar responsabilidades pessoais,


estávamos realmente criando nossos próprios problemas”

Texto Básico, p. 14

Quando recusamos assumir responsabilidades em nossas vidas, abrimos mão de todo o


nosso poder pessoal. Precisamos lembrar que somos impotentes perante nossa adicção, não
sobre nosso comportamento pessoal.
Muitos de nós temos usado erroneamente o conceito de impotência para evitar tomar
decisões ou para se apegar às coisas do passado. Alegamos impotência perante nossas próprias
ações. Culpamos os outros pelas circunstâncias em vez de tomar atitudes positivas para mudar
tais circunstâncias. Se continuarmos a evitar responsabilidades alegando que somos
“impotentes”, estabeleceremos para nós o mesmo desespero e miséria que experimentamos em
nossa adicção ativa. Realmente, temos o potencial de passar vários anos de nossa recuperação
nos sentindo como vítimas.
Em vez de viver nos omitindo, podemos aprender a fazer escolhas responsáveis e a correr
riscos. Podemos cometer erros, ma podemos aprender com nossos erros. Um elevado
conhecimento de nós mesmos e uma crescente boa vontade para aceitar responsabilidades
próprias nos dão liberdade para mudar, fazer escolhas e crescer.

Só por hoje: Meus sentimentos, ações e escolhas são meus. Eu vou aceitar responsabilidades
por eles.
Autopiedade ou recuperação –
a escolha é nossa 21 de fevereiro

“A autopiedade é um dos defeitos mais destrutivos;


ela nos esgotará toda a energia positiva”.

Texto Básico, p. 88

Na adicção ativa, muitos de nós usávamos a autopiedade como um mecanismo de


autosobrevivência. Não acreditávamos que havia uma alternativa para viver nossa doença – ou
talvez não quiséssemos acreditar. À medida que podíamos sentir pena de nós mesmos e culpar
mais alguém por nossos problemas, não tínhamos que aceitar as conseqüências de nossas ações;
acreditando que éramos impotentes para mudar, não tínhamos que aceitar a necessidade de
mudanças. Usando esse “mecanismo de sobrevivência”, nos mantínhamos afastados da
recuperação e nos entregávamos, dia a dia, à autodestruição. Autopiedade é uma ferramenta de
nossa doença; precisamos parar de usar e aprender a usar outras ferramentas que encontramos
no Programa de NA.
Viemos a acreditar que a ajuda efetiva está disponível para nós, quando procuramos ajuda
e encontramos no Programa de NA; então a autopiedade é substituída pela gratidão. Muitas
ferramentas estão à nossa disposição: os Doze Passos, o apoio de nosso padrinho, o
companheirismo de outros adictos em recuperação e a proteção de nosso Poder Superior. A
disponibilidade dessas ferramentas é razão mais do que suficiente para sermos gratos. Não
vivemos mais isolados, sem esperança; temos alguma ajuda a mão para podermos enfrentar
qualquer coisa. A forma mais segura de estar agradecido é aproveitar a ajuda disponível para
nós no Programa de NA e experimentar a melhora que a programação trará pára nossas vidas.

Só por hoje: Eu serie grato pela esperança que NA me deu. Eu vou cultivar minha recuperação
e parar de cultivar minha autopiedade.
22 de fevereiro A vontade de Deus não a minha

“Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando


estávamos errados, nós o admitíamos prontamente”.

Passo Dez

Em Narcóticos Anônimos, descobrimos que, quanto mais vivemos em harmonia com a


vontade do Poder Superior em relação a nós, maior a harmonia em nossas vidas. Utilizamos o
Décimo Passo para nos ajudar a manter essa harmonia. Diariamente dedicamos um tempo para
observar nosso comportamento. Alguns de nós avaliam cada ação com uma pergunta muito
simples: “vontade de Deus ou a minha?”
Em muitos casos, descobrimos que nossas ações têm estado em sintonia com a vontade de
nosso Poder Superior em relação a nós, e por nossa vez temos estado em sintonia com o mundo
à nossa volta. Em alguns casos, entretanto, vamos descobrir inconsistências entre nosso
comportamento e nossos valores. Estivemos agindo de acordo com nossa própria vontade, não
com a de Deus, e o resultado tem sido dissonância em nossas vidas.
Quando descobrimos tais inconsistências, admitimos que estávamos errados e tomamos
atitudes para corrigi-las. Com maior consciência daquilo que acreditamos ser a vontade de Deus
em relação a nós em tais situações, estamos menos propensos a repetir essas ações. E estaremos
mais aptos a viver em consonância com a vontade de nosso Poder Superior em relação a nós e
em relação ao mundo à nossa volta.

Só por hoje: Eu desejo viver em harmonia com meu mundo; Hoje, eu vou examinar minhas
ações, perguntando: “Vontade de Deus ou a minha?”
Mensagens e mensageiros 23 de fevereiro

“O anonimato é o alicerce espiritual de todas as nossas Tradições,


lembrando-nos sempre de colocar princípios acima de personalidades“.

Tradição Doze

A Décima-Segunda Tradição nos lembra da importância de colocar “princípios acima de


personalidades”. Nas reuniões de recuperação, isto pode ser parafraseado: “Não atire no
mensageiro”. Freqüentemente confundimos a mensagem com o mensageiro e negamos o que
alguém partilha numa reunião porque temos conflitos pessoais com a pessoa que está falando.
Se estamos tendo problemas com o que determinada pessoa está compartilhando nas
reuniões, podemos procurar a orientação de nosso padrinho/madrinha. Nosso padrinho pode
ajudar a nos concentrarmos no que está sendo dito em vez de em quem está dizendo. Nosso
padrinho também pode ajudar-nos a falar dos ressentimentos que talvez estejam nos impedindo
de conhecer o valor da experiência de recuperação de uma determinada pessoa. É surpreendente
o que podemos tirar das reuniões, quando aceitamos o que a Décima-Segunda Tradição sugere,
focalizando os princípios da recuperação, não as personalidades.

Só por hoje: Eu vou praticar o princípio do anonimato na reunião de NA de hoje. Eu vou


focalizar a mensagem de recuperação, não a personalidade do mensageiro.
24 de fevereiro Uma nova influência

“Na realidade precisávamos de uma mudança de


personalidade. Tornou-se necessária uma mudança
nos padrões de vida autodestrutivo”.

Texto Básico, p. 16

No começo da vida, a maioria de nós era capaz de ter alegria e contentamento, de dar e
receber amor incondicional. Quando começamos a usar, introduzimos uma influência em nossas
vidas que gradualmente nos afastou dessas coisas. Quanto mais fundo no caminho da adicção
ativa, mais nos afastamos da alegria, do contentamento e do amor.
Aquela viagem não foi feita da noite para o dia. Por mais que tenha demorado, chegamos às
portas de NA com mais do que só um problema com drogas. A influência da adicção ativa
perverteu todo nosso padrão de vida além do reconhecível.
Os Doze Passos operam milagres, é verdade, mas poucos deles acontecem da noite para o
dia. Nossa doença lentamente influenciou nosso desenvolvimento espiritual para o pior. A
recuperação introduz uma nova influência em nossas vidas, uma fonte de irmandade e uma força
espiritual que lentamente nos impele para novos e saudáveis padrões de vida.
Essa mudança é claro, não “acontece” simplesmente. Mas, se cooperarmos com a nova
influência que NA traz para nossas vidas, ao longo do tempo iremos experimentar a mudança
de personalidade que chamamos de recuperação. Os Doze Passos nos proporcionam um
programa com um certo tipo de cooperação necessária para devolver alegria, contentamento e
amor a nossas vidas.

Só por hoje: Eu cooperar com a nova influência da irmandade e força espiritual que Na tem
introduzido na minha vida. Eu vou trabalhar o próximo passo em minha programação.
Doente como nossos segredos - 25 de Fevereiro

“Seria trágico escrever tudo e depois jogar numa gaveta.


Estes defeitos crescem no escuro e morrem à luz da exposição”.

Texto Básico, p. 34

Quantas vezes ouvimos dizer que estamos tão doentes quanto nossos segredos? Enquanto
muitos membros preferem não usar as reuniões parra compartilhar detalhes íntimos de suas
vidas, é importante que cada um descubra o que funciona melhor para si mesmo. E aqueles
comportamentos que trouxemos para a recuperação que, se descobertos, nos causariam
vergonha? Ao nos revelarmos, sentimo-nos confortáveis? E revelarmo-nos para quem? Se
ficarmos desconfortáveis compartilhando alguns detalhes de nossas vidas em reuniões, para
quem nos voltamos?
Descobrimos a resposta a essas perguntas no apadrinhamento. Embora uma relação com
o padrinho/madrinha leve tempo para ser construída, é importante que venhamos a confiar em
nosso padrinho/madrinha a ponto de sermos completamente honestos. Nossos defeitos só têm
poder enquanto estiverem escondidos. Se quisermos ficar livres desses defeitos, precisamos
revelá-los. Segredos só são até que os compartilhemos com outro ser humano.

Só por hoje: Eu vou revelar meus segredos. Eu vou praticar a honestidade com meu padrinho.
26 de Fevereiro -Remorso

“O Oitavo Passo oferece uma grande mudança numa


vida dominada pela culpa e pelo remorso”.

Texto Básico, p. 42

Remorso era um dos sentimentos que nos mantinha usando. Tropeçamos no caminho
durante a adicçao ativa, deixando um rastro de desgosto e devastação dolorosa de imaginar.
Nosso remorso era freqüentemente intensificado por nossa percepção de que não poderíamos
fazer nada sobre o prejuízo que causávamos; não tinha jeito.
Removemos parte da força do remorso quando o encaramos de frente. Começamos o Oitavo
Passo fazendo realmente uma lista de todas as pessoas que prejudicamos. Admitimos
participação em nosso doloroso passado.
Mas o Oitavo Passo não nos pede a correção de todos os nossos enganos; meramente pede
que nos tornemos dispostos a fazer reparações a todas essas pessoas. À medida que nos dispomos
a reparar o prejuízo que causamos, reconhecemos nossa disposição para mudar. Afirmamos o
processo da recuperação.
Remorso não é mais instrumento que usamos para torturar-nos. Remorso tornou-se
ferramenta que podemos usar para nos perdoar.

Só por hoje: Eu vou usar quaisquer sentimentos de remorso que possa ter como um trampolim
para a recuperação através dos Doze Passos.
“Genuínos” motivos - 27 de fevereiro

“Examinamos as nossas ações, reações e motivos. Muitas vezes,


descobrimos que estamos nos saindo melhor do que temos sentido”.

Texto Básico, p. 46

Imagine um livro de meditação diária com esse tipo de mensagem: “Quando você acorda
pela manhã, antes de levantar-se da cama, tenha um momento de reflexão. Deite-se de novo,
reúna seus pensamentos e considere seus planos para hoje. Um por um, reveja os motivos por
trás desses planos. Se seus motivos não forem inteiramente genuínos, vire-se e volte a dormir”.
Absurdo não é?
Não importa quanto tempo temos estado limpos, quase todos nós temos motivos confusos
por trás de quase tudo que fazemos. Entretanto, isto não é um razão para paralisar nossas vidas.
Não temos que esperar que nossos motivos se tornem perfeitamente genuínos antes de começar
a vivê-los em recuperação.
À medida que a programação entra em nossas vidas, começamos a agir menos
freqüentemente baseado em nossos motivos questionáveis. Regularmente nos examinamos e
falamos com os nossos padrinhos/madrinhas sobre o que descobrimos. Rogamos pelo
conhecimento da vontade de nosso Poder Superior em relação a nós e buscamos o poder de agir
baseado no conhecimento que nos foi dado. O resultado? Não nos tornamos perfeitos, mas nos
tornamos melhores.
Começamos trabalhando um programa espiritual. Jamais nos tornaremos gigantes
espirituais. Mas, se olharmos realisticamente para nós mesmos, provavelmente nos daremos
conta de que estamos nos saindo melhor do que temos sentido.

Só por hoje: Eu vou examinar-me realisticamente. Vou procurar o poder para agir segundo
meus melhores motivos, e não os piores.
28 de fevereiro - A maior dádiva

“A nossa fé recem-descoberta funciona como um


alicerce firme para termos coragem no futuro”.

Texto Básico, p. 104

Quando começamos a vir às reuniões, ouvimos outros adictos falando sobre as dádivas que
têm recebido como resultado da programação, coisas que antes nunca consideramos como
“dádivas”. Uma dessas “dádivas” é a renovada habilidade de sentir emoções que estiveram
amortecidas tanto tempo pelas drogas. Não é difícil pensar em amor, alegria, e felicidade como
“dádivas”, mesmo que há muito tempo não os sentíssemos. Mas, e sentimentos “ruins” como
raiva, tristeza, medo e solidão? Tais emoções não podem ser vistas como “dádivas”, dizemos a
nós mesmos. Afinal, como podemos ser gratos por coisas das quais queremos fugir?
Podemos nos tornar gratos por essas emoções em nossas vidas se as colocamos na
perspectiva correta. Devemos nos lembrar que viemos a acreditar num Poder Superior amoroso
e que pedimos que esse Poder cuidasse de nós – e nosso Poder Superior não comete erros.
Nossos sentimentos “bons” ou “ruins” são dados por alguma razão. Com isso em mente, viemos
a compreender que não há sentimentos “ruins”, somente lições a serem aprendida. Nossa fé e a
proteção de nosso Poder Superior nos dão a coragem que precisamos para encarar quaisquer
sentimentos que possa surgir em nossas vidas.
Como ouvimos no começo da recuperação: “Seu Poder Superior não dará a você mais do
que possa lidar em um só dia”. E a capacidade para sentir nossas emoções é uma das maiores
dádivas da recuperação.

Só por hoje: Eu tentarei ser receptivo a meus sentimentos, firme na crença de que tenho a
coragem para encarar quaisquer emoções que surgir em minha vida.
Tudo - 29 de fevereiro

“A nossa doença foi detida e, agora, tudo é possível. As


nossas mentes vão se abrindo, cada vez mais, a novas
idéias em todas as áreas de nossas vidas”.

Texto Básico, p. 116

Para muitos de nós, nossos primeiros meses ou anos em NA são um tempo maravilhoso.
Estamos desejando experimentar qualquer coisa, e nossos olhos estão constantemente abertos
para novas alegrias e novos horizontes. Finalmente libertos da adicção ativa, com nossa
recuperação recente e fresca, tudo parece possível.
Limpos há algum tempo, entretanto, pode haver menos urgência para nosso programa.
Podemos não estar tão desejosos como antes, quando nos dispusemos a utilizar as experiências
de outros. Podemos ter encontrado alguns defeitos aparentemente intratáveis em nosso caráter,
cortando o ilimitado otimismo de nossa recente recuperação. Sabemos demais para acreditar que
tudo é possível.
Como restaurar o entusiasmo em nossa recuperação? Rezamos, compartilhamos isso, e
procuramos o entusiasmo que está faltando. Há membros – alguns há mais tempo limpos que
nós, alguns menos – que têm o entusiasmo que buscamos, e que ficarão felizes em compartilhá-
lo conosco se pedirmos. Para ganhar o benefício de suas experiências, entretanto, devemos ter a
mente aberta e nos tornarmos educáveis novamente. Quando nos tornamos abertos para novas
idéias e quisermos experimentá-las, vamos descobrir que, mais uma vez, tudo parece possível.

Só por hoje: Há sempre mais a aprender e alguém de quem aprender em minha recuperação.
Hoje, eu estarei aberto para as novas idéias e desejoso de experimentá-las. Enquanto estiver
assim, eu sei que tudo é possível.
Março
Meditação
Diária
Ataque de ansiedade! - 1º de março

“(...) o Poder que nos trouxe para este programa ainda está
conosco, e continuará nos guiando se O deixarmos”.

Texto Básico, p. 29

Você já teve um ataque de pânico? De todos os lados, as exigências da vida nos oprimem.
Ficamos paralisados e não sabemos o que fazer. Como interrompemos um ataque de ansiedade?
Primeiro nós paramos. Não podemos lidar com tudo de uma só vez, então paramos por um
momento para deixar as coisas se assentarem. Fazemos um “pronto inventário” das coisas que
estão nos incomodando. Examinamos cada item, nos fazendo essa pergunta: “Qual a importância
disso realmente?” Na maioria dos casos, descobrimos que a maior parte de nossos medos e
preocupações não precisam de nossa atenção imediata. Podemos colocá-los de lado, focalizando
as questões que realmente precisam ser resolvidas imediatamente.
Então paramos novamente e nos perguntamos: “Quem está no controle aqui, afinal?” Isso
nos ajuda a lembrar que nosso Poder Superior está no controle. Procuramos a vontade de nosso
Poder Superior a respeito dessa situação, seja ela qual for. Podemos fazer isso de inúmeras
maneiras: através da prece, conversando com nossos padrinhos ou amigos de NA, assistindo a
uma reunião e pedindo aos outros para compartilhar suas experiências. Quando à vontade de
nosso Poder Superior tornar-se clara para nós, rezamos pela habilidade de realizá-la. Finalmente,
tomamos uma atitude.
Ataques de ansiedade não precisam nos paralisar. Podemos utilizar os recursos da
Programação de NA para lidar com qualquer coisa que surja em nosso caminho.

Só por hoje: Meu Poder Superior não me trouxe até este ponto da recuperação somente para
me abandonar! Quando a ansiedade atacar, darei os passos específicos para procurar o cuidado
e a orientação contínuos de Deus.
2 de março - Sucesso

“Qualquer forma de sucesso era estranha e assustadora”.

Texto Básico, p. 16

Antes de chegar em NA, poucos de nós tiveram muita experiência com o sucesso. Cada
tentativa de parar de usar por nós mesmos acabou em fracasso. Tínhamos começado a abrir mão
da esperança de encontrar qualquer alívio da adicção ativa. Estávamos acostumados ao fracasso,
esperando por ele, aceitando-o e pensando que ele fazia parte de nossa estrutura.
Quando ficamos limpos, começamos a experimentar o sucesso em nossas vidas.
Começamos a nos orgulhar de nossas realizações. Começamos a correr riscos saudáveis.
Podemos ter alguns contratempos neste processo, mas mesmo estes podem ser considerados
como sucessos, se aprendemos com eles.
Algumas vezes, quando cumprimos uma meta, hesitamos em nos congratular, com medo de
parecer arrogantes. Mas nosso Poder Superior quer que tenhamos êxito e que compartilhemos
com os que amamos a alegria que temos de nossas realizações. Quando compartilhamos nossos
sucessos com os outros, em NA, freqüentemente eles também começam a acreditar que podem
alcançar suas metas. Quando temos sucesso, ajudamos a colocar uma base para os outros que
seguem no mesmo caminho.

Só por hoje: Eu vou me dar um tempo para saborear meus sucessos. Eu vou compartilhar
minhas vitórias com uma “atitude de gratidão”.
Recaída - 3 de março

“Haverá momentos, no entanto, em que sentiremos realmente


vontade de usar. Queremos correr e nos sentimos péssimos.
Precisamos lembrar de onde viemos e que, desta vez, será pior.
É neste momento que mais precisamos do programa”.

Texto Básico, p. 88

Se estivermos considerando uma recaída, devemos pensar até nas conseqüências mais
amargas de nosso uso. Para muitos de nós, estes finais poderiam incluir sérios problemas
médicos, prisão, até mesmo a morte. Quantos de nós conheceram pessoas que recaíram depois
de muitos anos limpas, somente para morrer de suas doenças?
Há, porém, uma morte que acompanha um retorno a adicção ativa que pode ser pior que
a morte física. É a morte espiritual que vivenciamos quando estamos separados de nosso Poder
Superior. Se usarmos, o relacionamento espiritual que nutrimos durante anos vai enfraquecer e
talvez desaparecer. Vamos nos sentir verdadeiramente só.
Não há dúvidas que temos períodos de escuridão em nossa recuperação. Só existe uma
maneira de superar esses momentos difíceis: a fé. Se acreditarmos que nosso Poder Superior
está conosco, então sabemos que tudo estará bem.
Não importa quanto possamos nos sentir mal em nossa recuperação. Se ficarmos limpos,
a escuridão vai desaparecer e encontraremos uma conexão mais profunda com nosso Poder
Superior.

Só por hoje: Eu agradeço a meu Poder Superior pela dádiva de NA. Eu sei que recair não é a
saída. Quaisquer desafios que enfrente, os enfrentarei com o Deus de minha compreensão.
4 de março - O processo

“Este programa se tornou uma parte de mim... Eu


compreendo mais claramente coisas que estão acontecendo
hoje em minha vida. Não luto mais contra o passado”.

Basic Text, p. 162*

Na adicção ativa, as coisas aconteciam aparentemente sem pé nem cabeça. Nós


simplesmente “fazíamos coisas”, freqüentemente sem saber nem as razões nem os resultados. A
vida tinha pouco valor ou significado.
O processo dos Doze Passos dá sentido às nossas vidas; ao trabalhar os passos, viemos a
aceitar os lados escuros e claros de nós mesmos. Nos despimos da negação que nos impediu de
compreender o efeito da adicção em nós. Honestamente examinamos a nós mesmos,
selecionando os padrões em nossos pensamentos, nossos sentimentos e nosso comportamento.
Adquirimos humildade perspectiva pela completa revelação de nós mesmos para o outro ser
humano. Na busca de que nossas falhas sejam removidas, desenvolvemos uma avaliação
adequada de nossa impotência e a força concedida por um Poder maior do que nós mesmos.
Com um crescimento do entendimento de nós mesmos, adquirimos maior compreensão interior
e aceitação dos outros.
Os Doze Passos são a chave de um processo que chamamos “vida”. Ao trabalhar os passos,
eles se tornam uma parte de nós – e nos tornamos uma parte da vida ao nosso redor. Nosso
mundo não é mais sem sentido; hoje compreendemos mais sobre o que acontece em nossas
vidas. Não combatemos mais o processo. Hoje, ao trabalhar os passos, vivemos o processo.

Só por hoje: A vida é um processo; os Doze Passos são a chave. Hoje, eu usarei os passos para
participar desse processo, compreendendo e apreciando a mim mesmo e a minha recuperação.

*N.T. Essa página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


Do despertar primário ao
despertar espiritual - 5 de março

“Quando surge necessidade de admitirmos nossa


impotência, podemos primeiro procurar maneiras de
exercer poder sobre ela. Após esgotarmos estas
maneiras, começamos a partilhar com os outros
e encontramos esperança”.

Texto Básico, p. 89

Temos ouvido algumas vezes em nossas reuniões que “o despertar primário conduz ao
despertar espiritual”. Que tipos de despertar primário temos em recuperação? Tal despertar pode
ocorrer quando uma parte indesejável de nosso comportamento, que pensávamos ter
seguramente escondido, é repentinamente revelada para todo mundo ver. Ou nosso
padrinho/madrinha pode provocar tal despertar nos informando que, como qualquer outra
pessoa, temos que trabalhar os passos se esperamos ficar limpos e nos recuperar.
A maioria de nós detesta ter as máscaras removidas; não gostamos de ser expostos. A
experiência liberta uma grande dose de humildade. Nossa primeira reação para tal revelação é
usualmente o choque e a raiva, ainda que reconheçamos a verdade quando a ouvimos. O que
nós estamos tendo é um despertar primitivo.
Tal despertar freqüentemente revela bloqueios que nos impediam de progredir
espiritualmente em nossa recuperação. Uma vez que esses bloqueios são expostos, podemos
trabalhar os passos para começar a removê-los de nossa vida. Podemos começar a experimentar
o restabelecimento e a serenidade que são o prelúdio de um despertar renovado do espírito.

Só por hoje: Eu reconhecerei no despertar primário oportunidades para crescer em direção ao


despertar espiritual.
6 de março Racionalizando nossa recuperação

"Como resultado dos Doze Passos, não sou capaz de me agarrar


às velhas maneiras de enganar a mim mesmo.”

Basic Text, p. 176*

Todos nós racionalizamos. Algumas vezes sabemos que estamos racionalizando, admitimos
que estamos racionalizando; entretanto, continuamos a nos comportar de acordo com nossas
racionalizações! A recuperação pode se tornar muito dolorosa quando decidimos que=, por uma
razão ou outra, os princípios simples do programa não se aplicam a nós.

Com a ajuda de nosso padrinho e de outros em NA, podemos começar a olhar as desculpas
que usamos para nosso comportamento. Achamos que alguns princípios não se aplicam a nós?
Acreditamos que sabemos mais do que todo mundo em Narcóticos Anônimos, mesmo aqueles
que tem estado limpos por muitos anos? O que nos faz pensar que somos tão especiais?

Não há dúvida que podemos racionalizar com êxito nosso caminho por algum tempo em
nossa recuperação. Porém, mais cedo ou mais tarde, temos que honestamente encarar a verdade
e começar a agir de acordo. Os princípios dos Doze Passos nos guiam para uma vida nova em
recuperação. Nela, há pouco espaço para a racionalização.

Só por hoje: Eu não posso trabalhar os passos e também continuar enganando a mim mesmo.
Eu vou examinar minhas racionalizações, revelá-las a meu padrinho/madrinha e me livrar delas.

*N. T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


Prioridades - 7 de março

“Os bons momentos também podem ser uma armadilha;


corremos o perigo de esquecer que a nossa primeira
prioridade é nos mantermos limpos.”

Texto Básico, p. 47

As coisas podem se tornar realmente boas em nossa recuperação. Talvez tenhamos
encontrado nossa “alma gêmea”, construído uma carreira gratificante, iniciado uma família.
Talvez os relacionamentos com os membros de nossas famílias tenham-se restabelecidos. As
coisas estão indo tão bem que nós raramente temos tempo para freqüentar as reuniões. Talvez
comecemos a nos reintegrar na sociedade com tanto êxito que esquecemos que nem sempre
reagimos às situações como os outros.
Talvez, só talvez, tenhamos esquecidos algumas prioridades. A freqüência às reuniões ainda
é uma prioridade para nós? Ainda apadrinhamos? Telefonamos para nosso padrinho/madrinha?
Que passo estamos trabalhando? Ainda temos boa vontade para sair da cama e atender, em
alguma hora indesejável da noite, uma chamada do Décimo-Segundo Passo? Lembramo-nos de
praticar os princípios em todos os nosso afazeres? Se outros em NA nos procuram, estamos
disponíveis? Lembramo-nos de onde viemos, ou os “bons momentos” têm nos permitido
esquecer?
Para permanecer limpos, devemos nos lembrar de nosso passado. Estamos gratos pelos bons
momentos, mas não deixamos que eles nos desviem de nossa contínua recuperação em
Narcóticos Anônimos.

Só por hoje: Eu sou grato pelos bons momentos, mas não me esqueci de onde vim. Hoje, minha
primeira prioridade é ficar limpo e crescer em minha recuperação.
8 de março - Aprendendo a amar a nós mesmos

"O que mais queremos é sentirmos bem conosco.”

Texto Básico, p. 110

“Nós amaremos você até que você aprenda a amar a si mesmo”. Estas palavras,
freqüentemente ouvidas em nossas reuniões, prometem a chegada desse dia que tanto esperamos
– o dia em que saberemos como amar a nós mesmos.
Auto-estima – todos nós queremos essa qualidade impalpável, assim que ouvimos falar
sobre ela. Alguns de nós parecem deparar com ela acidentalmente, enquanto outros embarcam
num plano de ação completo que incluem dizer coisas positivas na frente do espelho. Mas
técnicas de faça-você-mesmo e outras curas psicológicas tendenciosas podem somente nos levar
até certo ponto.
Existem alguns passos práticos decisivos que podemos dar para demonstrar amor por nós
mesmos, quer “sintamos” esse amor ou não. Podemos cuidar de nossas responsabilidades
pessoais. Podemos fazer coisas boas para nós mesmos, como faríamos para um amante ou
amigo. Podemos começar a prestar atenção nas qualidades que apreciamos em nossos amigos –
qualidades como inteligência e humor – e procurar por essas mesmas qualidades em nós
mesmos. Com certeza descobriremos que somos realmente pessoas dignas de amor e, uma vez
que o fizermos, estaremos bem em nosso caminho.

Só por hoje: Eu vou fazer algo que me ajude a reconhecer e sentir amor por mim mesmo, hoje.
Pequenas coisas 9 de março

“No passado, transformávamos as situações simples em problemas;


fazíamos uma tempestade de um copo d´água.”

Texto Básico, p. 99

Fazer tempestade em um copo d´água parece ser nossa especialidade. Você já ouviu falar
que, para um adicto, um pneu furado é um acontecimento traumático? E aqueles que esquecem
todas as regras de conduta quando confrontados com um mau motorista? O abridor de latas que
não funciona – você sabe, aquele que acabou de jogar pela janela? Podemos nos identificar
quando ouvimos outros partilharem: “Deus, dê-me paciência imediatamente!”
Não, não são os maiores contratempos que nos levam à confusão. As grandes coisas –
divórcio, morte, doenças graves, a perda de um emprego – nos desequilibram, mas sobrevivemos
a elas. Temos aprendido pela experiência que devemos procurar nosso Poder Superior, e os
outros, para ultrapassar as maiores crises da vida. São as pequenas coisas, os constantes desafios
cotidianos de viver a vida sem usar drogas, que parecem afetar fortemente a maioria dos adictos
em recuperação.
Quando as pequenas coisas nos atingem, a Oração da Serenidade pode nos ajudar a vê-las
em sua justa medida. Podemos lembrar que “entregar” estes pequenos assuntos aos cuidados de
nosso Poder Superior resulta em paz de espírito e uma renovada perspectiva de vida.

Só por hoje: Eu vou trabalhar minha paciência. Vou tentar não aumentar a dimensão das coisas
e caminhar com meu Poder Superior através de meu dia.
10 de março - Nossa própria recuperação

"Os passos são a nossa solução. São a garantia de nossa sobrevivência.


São a nossa defesa da adicção, uma doença mortal. Nossos passos
são os princípios que possibilitam a nossa recuperação.”

Texto Básico, p. 20

Existe muita coisa boa em Narcóticos Anônimos. As reuniões, por exemplo, são ótimas.
Vemos nossos amigos, ouvimos histórias inspiradoras, compartilhamos algumas experiências
práticas, talvez até mesmo entremos em sintonia com nosso padrinho/madrinha. Os
acampamentos, as convenções, as festas são todas maravilhosas, diversão limpa em companhia
de outros adictos em recuperação. Mas o coração de nosso programa de recuperação são os Doze
Passos – de fato, são o programa!
Ouvimos dizer que não podemos ficar limpos por osmose – em outras palavras, não
podemos só freqüentar as reuniões, não importam quantas vezes, e esperar respirar recuperação
através dos poros de nossas peles. Recuperação, como diz o ditado, é um trabalho interior. E as
ferramentas que usamos para realizar este “trabalho interior” são os Doze Passos. Ouvir
interminavelmente sobre aceitação é uma coisa; trabalharmos o Primeiro Passo, nós mesmos, é
algo diferente. Histórias sobre fazer reparações podem ser inspiradoras, ainda que nada vá nos
libertar tanto do remorso quanto fazer o Nono Passo. O mesmo se aplica a todos os Doze Passos.
Há muito o que apreciar em NA, mas para conseguir o máximo de nossa recuperação
devemos trabalhar os Doze Passos nós mesmos.

Só por hoje: Eu quero tudo o que meu programa pessoal tem para me oferecer. Vou trabalhar
os passos por mim mesmo.
Aliviando a carga 11 de março

“Não nos tornamos pessoas melhores, julgando os erros dos outros.


O que nos fará sentir melhor é limpar nossas vidas.”

Texto Básico, p. 41

Algumas vezes precisamos de algo para nos ajudar a compreender o quanto guardar um
ressentimento está nos fazendo mal. Podemos não estar atento a como os ressentimentos são
destrutivos. Pensamos: “E daí, eu tenho direito de estar com raiva”. Ou: “Eu posso estar nutrindo
um rancor ou dois, mas não vejo nenhum mal”.
Para ver mais claramente o efeito que guardar ressentimentos tem em nossas vidas,
poderíamos tentar imaginar que estamos carregando uma pedra por cada ressentimento. Um
pequeno rancor, tal como a raiva por alguém dirigir mal, poderia ser representada por uma
pedrinha. Nutrir má vontade em relação a um grupo inteiro de pessoas poderia ser representado
por um enorme pedregulho. Se, de fato, verdadeiramente tivéssemos que carregar pedras por
cada ressentimento, seguramente nos esgotaríamos com o peso. Na verdade, quanto mais
incômoda nossa carga, mais sinceros nossos esforços para descarregá-la.
O peso de nossos ressentimentos impede nosso desenvolvimento espiritual. Se
verdadeiramente desejamos liberdade, vamos procurar nos livrar do máximo de peso extra que
for possível. À medida que nos aliviamos, vamos notar uma maior habilidade para perdoar
nossos companheiros seres humanos pelos seus erros, e nos perdoarmos pelos nossos. Vamos
alimentar nossos espíritos com bons pensamentos, palavras gentis e ajuda aos outros.

Só por hoje: Eu vou procurar remover a carga de ressentimentos de meu espírito


12 de março Saindo da rotina

"Muitas vezes, em nossa recuperação, os velhos fantasmas ainda nos


perseguem. A vida ode voltar a ser monótona, aborrecida e sem sentido.”

Texto Básico, p. 85

Às vezes parece que nada muda. Levantamo-nos e vamos para o mesmo emprego todos os
dias. Jantamos à mesma hora todas as noites. Assistimos às mesmas reuniões toda semana. Os
rituais da manhã são idênticos aos que desempenhamos ontem, na véspera e na antevéspera.
Depois do inferno de nossa adicção e da loucura da montanha russa do princípio da recuperação,
a vida estável pode ser atraente – por um tempo. Mas, eventualmente, compreendemos que
queremos algo mais. Mais cedo ou mais tarde, nos deixamos abater pelo tédio e pela monotonia
progressiva em nossas vidas.
Com certeza, há tempos em que nos sentimos vagamente insatisfeitos com nossa
recuperação. Nos sentimos como se estivéssemos, por alguma razão, perdendo alguma coisa,
mas não sabemos o quê ou porquê. Escrevemos nossa lista de gratidão e achamos literalmente
centenas de coisas pelas quais somos gratos. Todas as nossas necessidades têm sido atendidas;
nossas vidas estão mais preenchidas do que jamais esperamos que pudessem estar. Então o que
está acontecendo?
Talvez seja a hora de desenvolver nosso potencial até sua plenitude. Nossas possibilidades
são somente determinadas pelo que podemos sonhar. Podemos aprender algo novo, traçar uma
nova meta, ajudar outro recém-chegado ou fazer um novo amigo. Com certeza, encontramos
estímulo se procurarmos atentamente, e a vida novamente se tornará cheia de significado,
variada e plena.

Só por hoje: Eu vou quebrar a rotina e desenvolver meu potencial até sua plenitude.
Aquela pessoa especial -13 de março

“Com um padrinho, podemos aprender a construir uma relação


baseada em confiança e honestidade. Compartilhando experiências,
o padrinho pode influir no crescimento pessoal“.

IP Nº 11, “Apadrinhamento”

Pedimos a alguém que nos apadrinhasse e as razões que tivemos para pedir àquela pessoa em
particular são tantas quantos os grãos de areia numa praia. Talvez tenhamos escutado suas
partilhas numa reunião e pensamos que eles eram divertidos ou inspiradores. Talvez
pensássemos que tinham ótimos carros e que conseguiríamos um, trabalhando o mesmo
programa que eles. Ou talvez vivêssemos numa pequena cidade e eles eram as únicas pessoas
que tinha tempo disponível para ajudar.
Quaisquer que sejam as nossas razões iniciais para conseguir o padrinho que temos,
certamente nossas razões para mantê-lo são bastante diferentes. De repente, eles nos
surpreenderão com alguma perspicácia espantosa, fazendo-nos imaginar se andaram espionando
nosso Quarto Passo. Talvez estejamos atravessando alguma espécie de crise de vida, e suas
experiências com o mesmo problema nos ajudaram como jamais sonhamos. Quando estamos
sofrendo e os chamamos, eles surgem com uma combinação especial de palavras carinhosas que
fornecem conforto genuíno.
Nenhuma dessas façanhas marcantes por parte de nossos padrinhos/madrinhas é mera
coincidência. Eles simplesmente fizeram o mesmo caminho antes de nós. Um Poder Superior
colocou esta pessoa especial em nossas vidas, e somos gratos por sua presença.

Só por hoje: Eu vou apreciar esta pessoa especial em minha vida – meu padrinho/madrinha.
14 de março - Relacionamentos

"Nossos inventários geralmente incluem os relacionamentos.”

Texto Básico, p. 31

Esta afirmação não diz tudo! Especialmente, com algum tempo em recuperação, nossos
inventários inteiros podem se focalizar em nossos relacionamentos com os outros. Nossas vidas
têm sido preenchidas com relacionamentos com amantes, amigos, pais, colaboradores, filhos e
outros com quem entramos em contato. Uma olhada nessas associações pode nos dizer muito
sobre nosso caráter essencial.
Freqüentemente nossos inventários catalogam os ressentimentos que surgem de nossa
interação com os outros no dia-a-dia. Esforçamo-nos para ver nossa parte nesses atritos. Estamos
colocando expectativas fantasiosas nessas pessoas? Impomos nossos padrões sobre os outros?
Somo às vezes absolutamente intolerantes?
Freqüentemente só o fato de escrever nosso inventário vai alivias parte da pressão que um
relacionamento problemático pode produzir. Mas devemos também compartilhar esse inventário
com outro ser humano. Dessa maneira, conseguimos alguma perspectiva necessária de nossa
participação no problema e da possibilidade de trabalhar em direção a uma solução.
O inventário é uma ferramenta que nos permite começar a sanar nossos relacionamentos.
Aprendemos que hoje, com a ajuda de um inventário, podemos começar a apreciar nossos
relacionamentos com os outros.

Só por hoje: Eu vou inventariar minha participação em meus relacionamentos. Vou procurar
ter uma participação mais rica, mais responsável nesses relacionamentos.
Sentindo-se “parte de” - 15 de março

“Os momentos em que estamos juntos, depois das reuniões,


são boas oportunidades para partilharmos coisas que
não chegamos a falar durante a reunião.”

Texto Básico, p. 107



A adicção ativa nos coloca à parte da sociedade, nos isolando. O medo estava no âmago dessa
alienação. Acreditávamos que, se deixássemos que os outros nos conhecessem, eles somente
descobririam nossa terrível imperfeição. A rejeição estaria somente um passo adiante.
Quando vamos a nossa primeira reunião de NA, normalmente ficamos impressionados com
a familiaridade e amizade compartilhadas com outros adictos em recuperação. Se nos
permitirmos, também podemos rapidamente nos tornar parte dessa Irmandade. Uma maneira de
começar é ir junto com os companheiros para a lanchonete local, depois da reunião.
Nesses encontros podemos derrubar as paredes que nos separam dos outros e descobrir
coisas sobre nós mesmos e outros membros de NA. Uma a uma, podemos às vezes revelar coisas
que talvez estejamos relutantes em compartilhar no grupo. Aprendemos, nestes encontros, a ter
conversas triviais até tarde da noite e também a formar profundas e fortes amizades.
Com nossos recém-descobertos amigos de NA, não temos mais que viver em isolamento.
Podemos nos tornar parte de um todo maior, a Irmandade de Narcóticos Anônimos.

Só por hoje: Eu me libertarei do isolamento. Lutarei para me sentir parte da Irmandade de NA.
16 de março Inventário

"O propósito de um profundo e destemido inventário moral


é arrumar a confusão e a contradição de nossas vidas,
para que posamos descobrir quem realmente somos.”

Texto Básico, p. 29

Adictos na ativa é um confuso e desconcertante grupo de pessoas. É difícil dizer de um


minuto para o outro o que eles vão fazer ou quem vão ser. Geralmente o adicto fica tão surpreso
como qualquer um.
Quando usávamos, nosso comportamento era ditado pelas necessidades de nossa adicção.
Muitos de nós ainda identificamos nossas personalidades muito próximas ao comportamento
que tínhamos ao usar, nos levando a sentir vergonha e desespero. Hoje não temos que ser as
pessoas que fomos em tempos passados, moldadas por nossa adicção; a recuperação tem-nos
permitido mudar.
Podemos usar o inventário do Quarto Passo para ultrapassar as necessidades da antiga vida
de ativa e descobrir quem queremos ser hoje. Escrever sobre nosso comportamento e perceber
como nos sentimos em relação a ele nos ajudam a compreender que m queremos ser. Nosso
inventário nos ajuda a ver além das exigências da adicção ativa, além de nossos desejos de
sermos amados e aceitos – descobrimos quem somos na origem. Começamos a compreender o
que é apropriado para nós e como queremos que sejam nossas vidas.Assim começamos a nos
transformar em quem realmente somos.

Só por hoje: Se eu quero descobrir quem sou, olharei para quem tenho sido e quem quero ser.
Verdadeira coragem 17 de março

“Aqueles que conseguem atravessar estes momentos


demonstram uma coragem que não é deles.”

Texto Básico, p. 93

Antes de chegar em NA, muitos de nós pensavam que eram valentes simplesmente porque
nunca tinham experimentado o medo. Tínhamos drogado todos os nossos sentimentos, entre eles
o medo, até nos convencermos de que éramos fortes, pessoas corajosas que não se abateriam em
nenhuma circunstância.
Mas encontrar coragem nas drogas não tem nada a ver com a maneira como vivemos hoje.
Limpos e em recuperação, estamos sujeitos a sentir, às vezes, amedrontados. Quando, pela
primeira vez, compreendemos que estamos nos sentindo amedrontados, podemos pensar que
somos covardes. Temos medo de pegar o telefone, porque a pessoa do outro lado poderia não
compreender. Temos medo de pedir a alguém para nos apadrinhar porque poderíamos receber
um não. Temos medo de procurar um emprego. Temos medo de ser honesto com nossos amigos.
Mas todos esses medos são naturais, até mesmo saudáveis. O que não é saudável é permitir que
o medo nos paralise.
Quando permitirmos que o medo impeça nosso crescimento, seremos derrotados. A
verdadeira coragem não é a ausência de medo, mas, pelo contrário, a boa vontade para caminhar
apesar dele.

Só por hoje: Eu serei corajoso hoje. Quando estiver com medo, farei o que for preciso para
crescer em recuperação.
18 de março - A mensagem plena

"É um sentimento especial quando os adictos descobrem que existem outras


pessoas que compartilham das suas dificuldades passadas e presentes.”

Texto Básico, p. 60

A riqueza de nossa recuperação é boa demais para conservar só para nós. Alguns de nós
acreditam que, quando falam nas reuniões, devem “levar em consideração o recém-chegado” e
sempre tentar levar uma mensagem positiva. Mas algumas vezes a mensagem mais positiva que
podemos levar é que estamos atravessando tempos difíceis em nossa recuperação e, apesar disto,
estamos ficando limpos!
Sim, é gratificante levar uma mensagem forte de esperança para nossos membros mais
novos. Afinal, ninguém gosta de um chorão. Mas as coisas penosas acontecem, e a vida como
ela é pode gerar crises mesmo na recuperação de membros mais antigos de Narcóticos
Anônimos. Se estamos equipados com as ferramentas do programa, podemos atravessar tal
tumulto e permanecer limpos para contar a história.
A recuperação não acontece toda de uma vez; é um processo contínuo, algumas vezes uma
luta. Quando diluímos a plenitude de nossa mensagem, ao nos descuidarmos de compartilhar os
tempos difíceis que possamos ter atravessado durante nossa jornada, falhamos em permitir aos
recém-chegados a chance de ver que eles, também, podem permanecer limpos, não importa o
que aconteça. Se compartilhamos a plena mensagem de nossa recuperação, podemos não saber
quem será beneficiado, mas podemos estar certos de que alguém será.

Só por hoje: Eu vou honestamente compartilhar tanto os bons tempos como os tempos difíceis
de minha recuperação. Eu vou lembrar que minha experiência em atravessar adversidades pode
beneficiar outro membro.
Algo valioso para compartilhar - 19 de março

“A mensagem simples e honesta de recuperação da adição soa verdadeira.”

Texto Básico, p. 55

Você está numa reunião. A partilha está sendo feita há algum tempo. Um ou dois membros
descrevem suas experiências espirituais de uma maneira especialmente significativa. Outro
membro nos envolveu a todos com suas histórias divertidas E então o coordenador chama você...
ai! Você timidamente se apresenta, em tom de desculpa balbucia algumas frases, agradece a
todos por ouvirem, e fica sentado o resto da reunião em silêncio, embaraçado. Soa familiar?
Bem, você não está sozinho.
Nós todos tivemos momentos em que sentimos que nossa partilha não era suficientemente
espiritual, não era suficientemente divertida, não era algo suficiente. Mas compartilhar não é um
esporte competitivo. O alimento de nossas reuniões é a identificação e a experiência, algo que
todos temos em abundância. Quando compartilhamos com nossos corações a verdade de nossas
experiências, outros adictos sentem que podem confiar em nós, porque eles sabem que somos
como eles. Quando simplesmente compartilhamos o que tem sido eficaz em nossas vidas,
podemos estar certos de que nossa mensagem será de grande auxílio para os outros.
Nossa partilha não tem que ser elegante ou engraçada para soar verdadeira. Cada adicto
trabalhando um programa honesto que traz recuperação significativa tem alguma coisa de
imenso valor para compartilhar, algo que ninguém mais pode dar: sua própria experiência.

Só por hoje: Eu tenho algo valioso para compartilhar. Vou assistir a uma reunião hoje e partilhar
minha experiência em recuperação da adicção.
20 de março - Poder Superior

"A maioria de nós não tem dificuldade de admitir que a adicção havia
Se tornado uma força destrutiva em nossas vidas. Nossos melhores
esforços resultavam em destruição e desespero cada vez maiores.
Chegamos a um ponto em que percebemos que precisávamos
da ajuda de um Poder maior do que a nossa adicção.”

Texto Básico, p. 25

A maioria de nós não tem dúvidas de que nossas vidas foram preenchidas com destruição.
Aprender que temos uma doença chamada adicção nos ajuda a compreender a fonte ou a causa
dessa destruição. Podemos reconhecer na adicção um poder que devastou nossas vidas. Quando
fazemos o Primeiro Passo, admitimos que a força destrutiva da adicção é maior do que nós.
Somos impotentes perante ela.
Nessa altura, nossa única esperança é encontrar um Poder maior do que a força de nossa
adicção – um Poder empenhado na preservação da vida, não em eliminá-la. Não temos que
compreendê-lo ou mesmo dar-lhe um nome; somente temos que acreditar que pode existir este
Poder Superior. A crença de que um Poder benevolente maior que nossa adicção possa existir
nos dá a esperança suficiente para permanecermos limpos, um dia de cada vez.

Só por hoje: Eu acredito na possibilidade de algum Poder que seja maior que minha adicção.
Uma doença tratável - 21 de março

“A adicção e uma doença que envolve mais do que o uso de drogas.”

Texto Básico, p. 3

Em nossa primeira reunião podemos ter ficado surpresos quando os membros partilharam
como a doença da adicção tinha afetado suas vidas. Pensamos: “Doença? Eu só tenho um
problema com drogas! O que afinal eles estão falando?”
Depois de algum tempo no programa, começamos a perceber que a nossa adição era mais
profunda do que nosso obsessivo e compulsivo uso de drogas. Vimos que sofríamos de uma
doença crônica que afetava várias áreas de nossas vidas. Não sabíamos como tínhamos “pego”
esta doença, mas ao nos examinar percebemos que ela tem estado presente em nós por muitos
anos.
Assim como a doença da adicção afeta todas as áreas de nossas vidas, o mesmo acontece
com o Programa de NA. Assistimos à nossa primeira reunião com todos os sintomas presentes:
o vazio espiritual, a agonia emocional, a impotência, o descontrole.
Tratar nossa doença envolve muito mais do que mera abstinência. Usamos os Doze Passos
e, embora não “curem” nossa doença, eles começam a nos fortalecer. À medida que nos
recuperamos, experimentamos a dádiva da vida.

Só por hoje: Eu vou tratar de minha doença com os Doze Passos.


22 de março - O princípio do auto-sustento

"Na nossa adicção, éramos dependentes de pessoas, lugares e coisas.


Procurávamos neles um apoio e achávamos que poderiam nos fornecer
aquilo que não encontrávamos em nós mesmos.”

Texto Básico, p. 77

No reino animal há uma criatura que suga as outras. Ela é chamada de sanguessuga. Gruda
nas pessoas e tira o que precisa. Quando uma vítima se livra da sanguessuga, esta simplesmente
vai para a próxima vítima.
Em nossa adicção ativa, nos comportávamos similarmente. Exaurimos nossas famílias,
nossos amigos e nossas comunidades. Consciente ou inconscientemente, procurávamos
conseguir alguma coisa de graça de todos que encontrássemos.
Quando vimos a sacola passada em nossa primeira reunião, podemos ter pensado: “Auto-
sustento! Que idéia esquisita é essa agora?” À medida que assistimos à reunião, notamos alguma
coisa. Estes adictos, auto-sustentados, estavam livres. Sustentando-se por seus próprios meios,
eles tinham adquirido o privilégio de tomar suas próprias decisões.
Pela aplicação do princípio do auto-sustento em nossas vidas pessoais, ganhamos para nós
a mesma espécie de liberdade. Ninguém mais tem o direito de nos dizer onde morar, porque
pagamos nosso próprio aluguel. Podemos comer, vestir ou dirigir tudo o que escolhemos, porque
nós mesmos nos suprimos.
Ao contrário da sanguessuga, não temos que depender dos outros para nossa manutenção.
Quanto mais responsabilidade assumirmos, maior liberdade ganharemos.

Só por hoje: Não há limites para a liberdade que eu possa adquirir ao me auto-sustentar. Eu vou
aceitar responsabilidade pessoal e me sustentar por meus próprios meios hoje.
Presente de Deus 23 de março

“Fazemos o trabalho de base e aceitamos o que nos


tem sido dado livremente a cada dia.”

Texto Básico, p. 51

Nosso relacionamento com nosso Poder Superior é uma rua de mão dupla. Ao rezar, falamos
e Deus escuta. Quando meditamos, fazemos o melhor que podemos para escutar o desejo de
nosso Poder Superior. Sabemos que somos responsáveis por nossa parte deste relacionamento.
Se não rezarmos e escutarmos, excluiremos nosso Poder Superior de nossas vidas.
Quando pensamos sobre nosso relacionamento com nosso Poder Superior, é importante
lembrar que somos a parte impotente. Podemos pedir orientação; podemos pedir boa vontade ou
força; podemos pedir conhecimento do desejo de nosso Poder Superior – mas não podemos fazer
exigências. O Deus de nossa compreensão – aquele com poder – vai preencher a metade desse
relacionamento dando-nos exatamente o que precisamos, quando precisamos.
Precisamos agir a cada dia para manter vivo nosso relacionamento com o Poder Superior.
Uma maneira de fazer isso é aplicando o Décimo Primeiro Passo. Então nos lembramos de nossa
própria impotência e aceitamos a vontade de um Poder maior do que nós mesmos.

Só por hoje: Em meu relacionamento com meu Poder Superior, eu sou o impotente. Recordando
quem eu sou, hoje eu vou humildemente aceitar os presentes do Deus que compreendo.
24 de março - Desprendendo-se do passado

"Não é onde estávamos que conta, mas para onde estamos indo”.

Texto Básico, p. 24

Quando pela primeira vez encontramos recuperação, alguns de nós sentiram vergonha ou
desespero em chamar a si mesmo de “adictos”. Nos primeiros momentos podíamos estar cheios
de medo e esperança, enquanto lutávamos para achar um novo significado em nossas vidas.O
passado pode parecer inevitável e irresistível. Pode ser difícil pensar em nossas vidas de forma
diferente daquela que sempre pensamos.
Enquanto as memórias do passado podem servir para lembrar o que nos espera se usarmos
novamente, elas também podem nos manter paralisados num pesadelo de vergonha e medo.
Embora possa ser difícil se desprender dessas memórias, cada dia em recuperação pode nos
afastar mais um dia de nossa adicção ativa. Cada dia, podemos encontrar mais perspectivas de
vida e menos motivos para nos punirmos.
Em recuperação, todas as portas estão abertas para nós. Temos muitas escolhas. Nossa nova
vida é rica e cheia de promessas. Ao mesmo tempo em que não podemos esquecer o passado,
não precisamos viver nele. Podemos prosseguir.

Só por hoje: Eu vou fazer as malas e me afastar de meu passado para um presente cheio de
esperança.
Eu não posso, mas nós podemos - 25 de março

“Saímos do isolamento da nossa adicção e encontramos uma irmandade de pessoas com


o laço comum... Nossa fé, força e esperança vêm de pessoas partilhando a sua
recuperação...”.

Texto Básico, p. 106


Não admitir fraqueza, esconder todos os defeitos, negar cada falha, seguir só – este era o
credo que muitos de nós seguiam. Negávamos que éramos impotentes perante nossa adicção,
que nossas vidas tinham-se tornado incontroláveis, apesar de todas as evidências em contrário.
Muito de nós não se renderiam sem a certeza de que haveria alguma coisa que valesse a pena a
que se render. Muitos de nós fizeram o Primeiro Passo somente quando tiveram a evidência de
que adictos poderiam se recuperar em Narcóticos Anônimos.
Em NA, encontramos outros que passaram pelas mesmas dificuldades, com as mesmas
necessidades, que acharam ferramentas que funcionam para eles. Estes adictos estão querendo
compartilhar estas ferramentas conosco e nos dar o apoio emocional de que precisamos para
aprender a usá-las. Adictos em recuperação sabem quanto é importante à ajuda de outros, porque
eles próprios têm recebido esta ajuda. Quando nos tornamos parte de Narcóticos Anônimos,
participamos de uma sociedade de adictos como nós mesmos, um grupo de pessoas que sabe
que nos ajudamos mutuamente a nos recuperar.

Só por hoje: Eu vou participar da corrente da recuperação. Eu vou encontrar a experiência, a


força e a esperança de que preciso na Irmandade de Narcóticos Anônimos.
26 de março - Confiar no padrinho – vale o risco

"O padrinho é (...) alguém a quem confiamos nossas experiências boas e ruins.”

IP Nº 11, “Apadrinhamento”

A idéia de apadrinhamento pode ser nova para nós. Passamos muitos anos sem orientação,
confiando somente no interesse pessoal, suspeitando de todo mundo, não confiando em
ninguém. Agora que estamos aprendendo a viver em recuperação, descobrimos que precisamos
de ajuda. Não podemos mais fazê-los sozinhos; temos que correr o risco de confiar em outro ser
humano. Freqüentemente, a primeira pessoa com quem corremos esse risco é o nosso
padrinho/madrinha – alguém a quem respeitamos, com quem nos identificamos, em quem temos
razão de confiar.
À medida que nos abrimos com nosso padrinho, um laço se envolve entre nós. Revelamos
nossos segredos e desenvolvemos confiança na discrição de nosso padrinho. Compartilhamos
nossa dor e somos recebidos com empatia. Conseguimos conhecer um ao ouro, respeitar um ao
outro, amar um ao outro. Quanto mais nós confiamos em nosso padrinho, mais aprendemos a
confiar em nós mesmos.
A confiança ajuda a nos afastar de uma vida de medo, confusão, desconfiança e
desonestidade. No começo, parece arriscado em confiar em outro adicto. Mas esta confiança é
o mesmo princípio que aplicamos em nosso relacionamento com o Poder Superior – arriscada
ou não, nossa experiência nos diz que não podemos viver sem ela. E quanto mais corremos o
risco de confiar em nosso padrinho, mais aberto estaremos para experimentar nossas vidas.

Só por hoje: Eu quero crescer e mudar. Eu vou me arriscar a confiar em meu padrinho/madrinha
e descobrir as recompensas de compartilhar.
Procurando as qualidades - 27 de março

“De acordo com os princípios de recuperação, tentamos


não julgar, estereotipar ou moralizar. ”

Texto Básico, p. 12

Quantas vezes em nossa recuperação temos interpretado mal o comportamento do outro,


imediatamente formando um julgamento, aplicando um rótulo e caprichosamente colocando o
indivíduo num escaninho? Talvez tenham desenvolvido uma compreensão diferente de um
Poder maior do que eles mesmos, por isso concluímos que suas crenças não eram espirituais.
Ou talvez tenhamos visto um casal tendo uma discussão presumimos que seu relacionamento
era doente, somente para descobrir mais tarde que seu casamento havia prosperado por muitos
anos.
Classificar impensadamente nossos companheiros em categorias nos poupa do esforço de
descobrir alguma coisa sobre eles. Todas as vezes que julgamos o comportamento do outro,
deixamos de vê-lo como amigo em potencial e como companheiro viajante da estrada da
recuperação.
Se nos ocorrer perguntar àqueles que estamos julgando se eles apreciam serem
estereotipados, receberemos um ressoante “não” como resposta. Nos sentiríamos desprezados
se eles o fizessem conosco? Sim, certamente. Nossas melhores qualidades são as que queremos
que os adictos notem. Da mesma maneira, nossos companheiros adictos em recuperação querem
ser bem considerados. Nosso programa nos pede para olhar positivamente a vida. Quanto mais
nos concentramos nas qualidades positivas do outro, mais vamos percebê-las em nós mesmos.

Só por hoje: Eu vou deixar de lado meus julgamentos negativos dos outros e, em vez disso, vou
me concentrar em apreciar as qualidades favoráveis de todos.
28 de março - Encarando os sentimentos

"Podemos temer que o contato com os nossos sentimentos vá detonar


uma insuportável reação em cadeia de dor e pânico.”

Texto Básico, p. 32

Enquanto estávamos usando, muito de nós eram incapazes ou relutantes em sentir muitas
emoções. Se estávamos alegres, usávamos para ficarmos mais alegres; se estávamos irritados ou
deprimidos, usávamos para mascarar estes sentimentos. Ao continuar estes padrões através de
nossa adicção ativa, nos tornamos tão emocionalmente confusos que não estávamos mais certos
de quais eram as emoções normais.
Depois de estar em recuperação por algum tempo, descobrimos que as emoções que
tínhamos reprimido repentinamente começaram a vir à tona. Podemos descobrir que não
sabemos como identificar nossos sentimentos. O que podemos estar sentindo como raiva pode
ser simplesmente frustração. O que percebemos como depressão suicida pode ser simplesmente
tristeza. Estes são momentos em que precisamos procurar a assistência de nosso
padrinho/madrinha ou outros membros de NA. Ir à reunião e falar sobre o que está acontecendo
em nossas vidas pode nos ajudar a encarar nossos sentimentos, em vez de fugir deles, com medo.

Só por hoje: Eu não vou fugir das emoções desconfortáveis que eu possa experimentar. Vou
usar o apoio de meus amigos em recuperação para ajudar a encarar minhas emoções
Nossa verdadeira vontade 29 de março

“(...) a vontade de Deus em relação a nós consiste nas coisas que mais valorizamos.
A vontade de Deus para nós torna-se nossa própria verdadeira vontade. ”

Texto Básico, p. 52

É da natureza humana querer as coisas de graça. Ficamos estáticos quando um caixa de


loja nos dá um troco para dez quando pagamos com uma nota de cinco. Tendemos a pensar que,
se ninguém souber, uma pequena trapaça não vai fazer nenhuma diferença. Mas alguém sabe –
nós sabemos. E isso faz toda a diferença.
O que funcionava para nós, quando usávamos, freqüentemente não funciona mais em
recuperação. À medida que progredimos espiritualmente ao trabalhar os Doze Passos,
começamos a desenvolver valores e padrões novos. Começamos a nos sentir desconfortáveis se
tirarmos vantagem de situações das quais, quando usávamos, teríamos nos vangloriado.
No passado, podemos ter vitimado outros. Entretanto, à medida que nos aproximamos de
nosso Poder Superior, nossos valores mudam. A vontade de Deus torna-se mais importante do
que a de tirar vantagem.
Quando nossos valores mudam, nossas vidas mudam também. Guiados por um
conhecimento interior dado a nós por nosso Poder Superior, queremos viver o resto de nossos
dias com os recém-descobertos valores. Temos interiorizado a vontade de nosso Poder Superior
para conosco – de fato, a vontade de Deus tem-se tornado nossa verdadeira vontade.

Só por hoje: Pelo aperfeiçoamento de meu contato consciente com Deus, meus valores têm
mudado. Hoje, eu vou praticar a vontade de Deus, minha própria e verdadeira vontade.
30 de março Centrado em Deus

"Gradualmente, à medida que nos centramos mais em Deus do que em


nós mesmos, o nosso desespero se transforma em esperança“.

Texto Básico, p. 103


Que coisa gloriosa é ter esperança! Antes de chegar a Narcóticos Anônimos, muitos de nós
viveram vidas de absoluta falta de esperança. Acreditávamos que estávamos destinados a morrer
de nossa doença.
Muitos membros falam de estar em uma “nuvem cor-de-rosa” em seus primeiros meses de
programa. As coisas vão muito bem. Então a realidade se apresenta. Vida ainda é vida – ainda
perdemos nossos empregos, nossos parceiros ainda nos abandonam, os amigos ainda morrem,
ainda ficamos doentes. Abstinência não é uma garantia de que a vida vá ser sempre de nosso
jeito.
Quando a realidade da vida em seus próprios termos se estabelece, nos viramos para nosso
Poder Superior e lembramos que a vida acontece do jeito que acontece. Mas não importa o que
ocorra em nossa recuperação, não precisamos nos desesperar, sempre há esperança. Esta
esperança repousa em nosso relacionamento com nosso Poder Superior.
Este relacionamento, como é expresso pelo pensamento em nosso texto, se desenvolve ao
longo do tempo: “Gradualmente nos tornamos mais centrados em Deus”. À medida que
confiamos mais e mais na força de nosso Poder Superior, os conflitos da vida não têm que nos
afastar para um mar de desespero. À medida que nos focalizamos mais em Deus, focalizamo-
nos menos em nós mesmos.

Só por hoje: Eu vou confiar em meu Poder Superior. Eu vou aceitar que, independentemente
do que aconteça, meu Poder Superior vai me prover de recursos para viver.
Interior e exterior - 31 de março

“Nosso verdadeiro valor reside em nós mesmos”.

Texto Básico, p. 115


À medida que trabalhamos os passos, estamos no caminho da descoberta de algumas


verdades básicas sobre nós mesmos. O processo de investigar nosso caráter, revelar e expor
nossos segredos, mostra nossa verdadeira natureza. À medida que nos familiarizamos conosco,
vamos precisar decidir ser exatamente o que somos.
Podemos querer dar uma olhada no que apresentamos para nossos companheiros adictos e
para o mundo, e ver se corresponde ao que descobrimos em nosso interior. Fingimos que nada
nos aborrece quando, na verdade, estamos muito sentidos? Encobrimos nossas inseguranças com
piadas infames ou compartilhamos nossos medos com alguém? Vestimo-nos como um
adolescente quando estamos nos aproximando dos 40 e somos basicamente conservadores?
Podemos querer dar uma olhada naquelas coisas que pensávamos “não sermos nós”.
Talvez tenhamos evitado as atividades de NA porque “não gostamos de multidão”. Ou talvez
tenhamos um sonho secreto de mudar de carreira, mas adiamos a ação porque nosso sonho “não
era realmente correto” para nós. À medida que conseguimos uma nova compreensão de nós
mesmos, vamos querer ajustar nosso comportamento de acordo. Queremos ser exemplos
genuínos de quem somos.

Só por hoje: Eu vou checar meu exterior para ter certeza de que ele combina com meu interior.
Vou tentar agir no crescimento que tenho experimentado na recuperação.
Abril
Meditação
Diária
Amor e adicção 1º de abril

“Alguns de nós começaram a ver os efeitos da adicção nas


pessoas mais próximas. Dependíamos muito delas para nos
arrastarem pela vida. Sentíamos raiva, frustração e dor
quando elas encontravam outros interesses, amigos e
pessoas queridas”.

Texto Básico, p. 7

A adicção afetou todas as áreas de nossas vidas. Da mesma maneira que procurávamos a
droga que iria fazer tudo ficar bem, também procurávamos as pessoas para nos aliviar. Fizemos
exigências impossíveis, afastando aqueles que tinham qualquer coisa de valor para nos oferecer.
Freqüentemente, as únicas pessoas que restaram foram aquelas que eram carentes demais para
serem capazes de negar nossas expectativas irreais. Não admira que fôssemos incapazes de
começar e manter relacionamentos íntimos e saudáveis em nossa adicção.
Hoje, em recuperação, paramos de esperar que as drogas nos aliviem. Se ainda esperamos
que pessoas nos aliviem, talvez seja hora de estender nosso programa de recuperação a nossos
relacionamentos. Começamos por admitir que temos um problema – que não sabemos o básico
sobre como ter relacionamentos íntimos e saudáveis. Procuramos companheiros que tiveram
problemas similares e que acharam alívio. Falamos com eles e escutamos o que têm para
partilhar sobre este aspecto de sua recuperação. Aplicamos o programa em todas as nossas
questões, procurando o mesmo tipo de liberdade em nossos relacionamentos que encontramos
em nossa recuperação.

Só por hoje: Relacionamentos amorosos estão a meu alcance. Hoje, eu examinarei os efeitos da
adicção em meus relacionamentos, de modo que eu possa começar a procurar a recuperação.
2 de abril - Atração

"A nossa imagem pública consiste naquilo que temos a oferecer, uma maneira bem sucedida e
comprovada de manter um estilo de vida sem drogas.”

Texto Básico, p. 02

Sim, estamos atraindo novos membros. Mais e mais adictos estão encontrando Narcóticos
Anônimos. Mas como tratamos nossos mais novos membros quando eles chegam, exausto de
suas lutas com a adicção? Entramos em contato com os recém-chegados que estão sozinhos em
nossas reuniões, confusos e inseguros? Estamos dispostos a dar-lhes uma carona para as
reuniões? Damos atenção ao adicto que ainda sofre? Damos o número de nossos telefones?
Estamos dispostos a atender a um chamado de Décimo Segundo Passo, mesmo que isto
signifique levantar de nossas camas confortáveis no meio da noite? Trabalharíamos com alguém
que tem uma orientação sexual diferente ou é de outra cultura? Somos generosos para doar o
nosso tempo?
Não há dúvida de que fomos recebidos com amor e aceitação por nossos companheiros
adictos. O que atraiu muitos de nós para Narcóticos Anônimos foi o sentimento de que
finalmente havíamos encontrado um lugar ao qual pertencíamos. Estamos oferecendo a nossos
novos membros aquele mesmo sentido de pertencer? Não podemos promover Narcóticos
Anônimos, mas, quando colocamos princípios em ação em nossas vidas, atraímos os mais novos
membros para o caminho de NA, da mesma forma que fomos atraídos para a recuperação.

Só por hoje: Eu vou trabalhar com um recém-chegado. Vou lembrar que uma vez fui um recém-
chegado. Vou procurar atrair outros com o mesmo sentimento de pertencer que descobri em NA.
Só para você - 3 de abril

“A idéia de um despertar espiritual toma muitas formas diferentes nas


diferentes personalidades que encontramos na Irmandade”.

Texto Básico, p. 54

Embora todos trabalhamos os mesmos passos, cada um de nós vivencia o conseqüente


despertar espiritual de uma maneira própria. A forma que o despertar espiritual toma em nossas
vidas varia, dependendo de quem nós somos.
Para alguns de nós, o despertar espiritual prometido no Décimo Segundo Passo resultará
em um renovado interesse em religião ou misticismo. Outros irão despertar para um
entendimento da vida daqueles à sua volta, experimentando empatia, talvez, pela primeira vez.
Outros ainda irão reconhecer que os passos os têm despertado para seus próprios princípios
morais e éticos. Muitos de nós vivenciamos o despertar espiritual como uma combinação destas
coisas: cada combinação é tão única quanto o indivíduo que a experimenta.
Se há tantas e diferentes variedades de despertar espiritual, como saberemos se realmente
tivemos um? Os Doze Passos nos fornecem dois sinais: encontramos os princípios capazes de
nos guiar bem, o tipo de princípios que queremos praticar em todas as nossas questões. E
começamos a nos importar suficientemente com outros adictos para partilhar livremente com
eles nossa experiência. Não importa os detalhes de nosso despertar espiritual: nós todos
recebemos a orientação e o amor de que precisamos para ter vidas plenas, espiritualmente
orientadas.

Só por hoje: Não importa a forma particular, meu despertar espiritual tem me ajudado a ocupar
meu lugar no mundo com amor e vida. Por isto, eu sou grato.
4 de abril - Protegendo nossa recuperação

"Lembre-se de que somos nós, e não os médicos, os maiores responsáveis


pela nossa recuperação e pelas nossas decisões .”

Texto Básico, p. 112

Muitos de nós irão deparar com escolhas que desafiam nossa recuperação. Se nos
encontramos em extrema dor física, por exemplo, teremos que decidir se tomaremos ou não
medicamentos. Teremos que ser muito honestos com nós mesmos sobre a gravidade de nossa
dor, honestos com nosso médico sobre nossa adicção e nossa recuperação, e honestos com
nossos padrinhos/madrinhas. No final, entretanto, a decisão é nossa, pois somos nós que
devemos viver as conseqüências.
Um outro desafio comum é a escolha de ir a uma festa na qual o álcool será servido.
Novamente, devemos considerar nosso próprio estado espiritual. Se alguém que apóia nossa
recuperação pode ir ao evento conosco, melhor ainda. Entretanto, se não nos sentimos
preparados para tamanho desafio, devemos provavelmente recusar o convite. Hoje, sabemos que
manter nossa recuperação é mais importante do que preservar a imagem.
Tais decisões são duras, requerem não somente nossa consideração cuidadosa, mas a
orientação de nosso padrinho/madrinha e a entrega completa a um Poder Superior. Usando todos
esses recursos, tomamos a melhor decisão que podemos. No final, entretanto, a decisão é nossa.
Hoje, somos responsáveis por nossa própria recuperação.

Só por hoje: Diante de uma decisão que possa desafiar minha recuperação, eu consultarei todos
os recursos à disposição antes de tomar minha decisão.
Identificação - 5 de abril

“Finalmente, alguém entende as idéias loucas que


eu tinha e todas as loucuras que tinha feito”.

Basic Text, p. 175*


Adictos freqüentemente se sentem eternamente originais. Temos a certeza de que ninguém


usou drogas como usamos ou teve que fazer as coisas que fizemos para conseguí-las. Sentindo
realmente que ninguém nos entende, podemos nos manter afastados da recuperação por muitos
anos.
Mas, uma vez nas salas de Narcóticos Anônimos, começamos a perder aquele sentimento
de ser “o pior” ou “o mais louco”. Ouvimos os companheiros partilharem suas experiências.
Descobrimos que outros andaram o mesmo caminho tortuoso que andamos e ainda foram
capazes de achar a recuperação. Começamos a acreditar que a recuperação é possível para nós
também.
Ao progredir em nossa própria recuperação, algumas vezes nosso pensamento ainda é
insano. Entretanto, percebemos que, quando partilhamos o momento difícil por que possamos
estar passando, outros se identificam e partilham como têm lidado com tais particularidades.
Não importa quão tumultuado nosso pensamento parece ser, encontramos esperança quando
outros se identificam conosco, passando adiante as soluções que encontraram. Começamos a
acreditar que podemos sobreviver ao que quer que seja que estivermos passando e, assim
mesmo, continuar em nossa recuperação.
A dádiva de Narcóticos Anônimos é aprender que não estamos sozinhos. Podemos ficar
limpos e permanecer limpos partilhando nossa experiência, nossa força e até mesmo nosso
pensamento insano com outros companheiros. Quando o fazemos, abrimos nossas vidas às
soluções que outros têm encontrado para os desafios que encaramos.

Só por hoje: Eu estou agradecido por poder me identificar com outros. Hoje, ao partilharem
suas experiências, eu ouvirei e partilharei as minhas com eles.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


6 de abril - Honestidade progressiva

"A nível prático, as mudanças ocorrem porque o que é apropriado


para uma fase da recuperação pode não ser em outra”.

Texto Básico, p. 114

Quando chegamos a Narcóticos Anônimos pela primeira vez, muito de nós não tinha
ocupação legítima. Nem todos decidem de repente que se tornarão modelos de cidadãos,
honestos e produtivos, no momento que chegamos em Narcóticos Anônimos. Mas logo
percebemos, em recuperação, que não nos sentimos tão confortáveis fazendo muitas das coisas
que fizemos, sem pensar duas vezes, quando estávamos usando.
Ao progredir em nossa recuperação, começamos a ser honestos em questões que
provavelmente não tinham nos preocupado quando usávamos. Começamos a devolver um troco
que o caixa possa ter dado a mais por engano, ou a admitir quando batemos em um carro
estacionado. Percebemos que, se podemos começar a ser honestos nestas pequenas coisas, testes
maiores de nossa honestidade tornam-se muito fáceis de superar.
Muitos de nós chegaram aqui com pouca capacidade de ser honesto. Mas percebemos que,
ao trabalharmos os Doze Passos, nossas vidas começaram a mudar. Não nos sentimos mais
confortáveis quando nos beneficiamos às custas dos outros. E podemos nos sentir bem com
nossa recém-descoberta honestidade.

Só por hoje: Eu examinarei o grau de honestidade em minha vida e verei se eu estou confortável
com isso.
O valor do passado - 7 de abril

“Esta experiência direta em todas as fases da doença e da recuperação é de


um valor terapêutico sem paralelo. Estamos aqui para compartilhar
livremente com qualquer adicto que queira se recuperar”.

Texto Básico, p. 11

A maioria de nós chegou no programa de recuperação com sérios arrependimentos. Não


tínhamos terminado o segundo grau ou tínhamos perdido a oportunidade de freqüentar uma
universidade. Tínhamos destruído amizades e casamentos. Tínhamos perdido empregos. E
sabíamos que não podíamos mudar nada disso. Talvez tenhamos pensado que ficaríamos para
sempre arrependidos e que deveríamos simplesmente encontrar um jeito de conviver com nossos
arrependimentos.
Muito pelo contrário, descobrimos que nosso passado representa uma mina de ouro
inexplorada, assim que somos chamados para partilhar com um recém-chegado ainda em
conflito. À medida que ouvimos alguém partilhar seu Quinto Passo, podemos dar uma forma
especial de conforto, que ninguém poderia proporcionar – nossa própria experiência. Fizemos
as mesmas coisas. Tivemos os mesmos sentimentos de vergonha e remorso. Podemos nos
identificar – e eles também.
Nosso passado é precioso – de fato, é inestimável – porque podemos vir a usá-lo em sua
íntegra para ajudar um adicto que ainda sofre. Nosso Poder Superior pode atuar através de nós
quando compartilhamos nosso passado. Esta possibilidade é o porquê de estarmos aqui, e sua
realização é a meta mais importante que temos a alcançar.

Só por hoje: Eu não vou ter mais arrependimento por meu passado, porque com ele, posso
compartilhar com outros adictos, talvez evitando a dor ou mesmo a morte de alguém.
8 de abril - Felicidade

"Passamos a conhecer felicidade, alegria e liberdade”.

Texto Básico, p. 100


Se alguém parasse você hoje na rua e perguntasse se você está feliz, o que você diria? “Bom,
huumm..., deixe-me ver..., tenho um lugar para morar, comida na geladeira, um emprego, meu
carro está funcionando... Bom, sim, acha que estou feliz”, seria sua resposta. Estes são exemplos
aparentes das coisas que muitos de nós associam tradicionalmente à felicidade. Contudo,
freqüentemente, esquecemos que felicidade é uma escolha; ninguém pode nos fazer felizes.
Felicidade é o que encontramos em nosso envolvimento com Narcóticos Anônimos. A
felicidade que recebemos de uma vida centrada em servir ao adicto que ainda sofre é realmente
grandiosa. Quando colocamos o serviço a outros acima de nossos próprios desejos, descobrimos
que tiramos o foco de nós mesmos. Como resultado, vivemos uma vida plena e harmoniosa.
Estando a serviço de outros, descobrimos que nossas necessidades estão sendo mais que
preenchidas.
Felicidade, o que é isso, realmente? Podemos pensar na felicidade como contentamento e
satisfação. Estes estados de espírito parecem chegar a nós quando menos lutamos para obtê-los.
Quando vivemos só por hoje, levando a mensagem ao adicto que ainda sofre, encontramos
contentamento, felicidade e uma vida profundamente significativa.

Só por hoje: Eu vou ser feliz. Encontrarei minha felicidade servindo os outros.
Deixando-se levar - 9 de abril

“Aprendemos a experimentar sentimentos e compreendemos que não


nos podem prejudicar, se não agirmos em função deles”.

IP Nº 16, “Para o recém-chegado”


Muitos de nós chegamos a Narcóticos Anônimos com algo menos do que um esmagador
desejo de para de usar. Claro, as drogas estavam causando problemas e queríamos nos ver livres
dos problemas, mas também queríamos ficar alterados. Finalmente, entretanto, vimos que não
poderíamos ter uma coisa sem a outra. Embora quiséssemos realmente ficar com o humor
alterado, não usávamos; não estávamos dispostos a pagar este preço nunca mais. Quanto mais
tempo ficávamos limpos e trabalhávamos o programa, mais liberdade experimentávamos. Mais
cedo ou mais tarde, a compulsão de usar foi retirada de nós completamente, e ficamos limpos
porque queríamos viver limpos.
Os mesmos princípios aplicam-se para outros impulsos negativos que possam nos
contaminar. Podemos sentir vontade de fazer alguma coisa destrutiva, somente porque queremos
fazer. Já fizemos isto antes, e algumas vezes pensamos que nos saímos bem, mas nem sempre
isso aconteceu. Se não tivermos dispostos a pagar o preço por agir em função destes sentimentos,
não temos porque fazê-lo.
Isso pode ser difícil, talvez tão difícil quanto for ficar limpo no começo. Mas outros
sentiram do mesmo jeito e encontraram a liberdade de não agir em função de seus impulsos
negativos. Partilhando sobre isso e procurando a ajuda de outras pessoas em recuperação e um
Poder maior do que nós podemos nos abster de qualquer compulsão destrutiva.

Só por hoje: Posso viver meus sentimentos. Com a ajuda de meu padrinho/madrinha, meus
amigos de NA e meu Poder Superior, eu estou livre para não me deixar levar por meus
sentimentos negativos.
10 de abril Muito ocupado

"Temos que usar o que aprendemos ou perderemos não importa


há quanto tempo estejamos limpos”.

Texto Básico, p. 92

Depois de algum tempo limpos, alguns de nós temos a tendência de esquecer qual é nossa
prioridade mais importante. Uma vez por semana, ou menos dizemos: “Eu tenho que ir a uma
reunião hoje. Já faz...”. Estamos ocupados em outras coisas, importantes com certeza, mas não
mais importante do que nossa participação contínua em Narcóticos Anônimos.
Isso acontece gradualmente. Encontramos trabalho. Nos reunimos com nossas famílias.
Estamos criando crianças, o cachorro está doente ou estamos indo a escola à noite.A casa precisa
ser limpa. A grama precisa ser aparada. Temos que trabalhar até tarde. Estamos cansados. Tem
um bom show no teatro hoje à noite. E, de repente, percebemos que não telefonamos mais para
o nosso padrinho/madrinha, não fomos a uma reunião, não falamos com um recém-chegado, ou
até mesmo não falamos com Deus há bastante tempo.
O que fazemos nesta circunstância? Bem, ou renovamos nosso compromisso com nossa
recuperação, ou continuamos ocupados demais para nos recuperar, até que alguma coisa
acontece e nossas vidas tornem incontroláveis. Que escolha! Nossa melhor opção é colocar mais
energia na manutenção dos alicerces sobre os quais nossas vidas estão construídas. Esses
alicerces fazem com que todas as outras coisas sejam possíveis e certamente irão ruir, se
ficarmos muito ocupados com elas.

Só por hoje: Eu não posso me dar ao luxo de estar ocupado demais para me recuperar. Eu irei
fazer alguma coisa hoje que sustente minha recuperação.
Uma mente fechada 11 de abril

“Uma idéia nova não pode ser enxertada numa mente fechada... A mente aberta nos conduz
ao próprio discernimento, o qual nos escapou a vida todo”.

Texto Básico, p. 104


Chegamos a NA no ponto mais baixo de nossas vidas. Tínhamos quase esgotado nossas
idéias. O que mais precisávamos quando chegamos aqui eram novas idéias, novas maneiras de
viver, compartilhadas pela experiência de pessoas que viram estas idéias funcionarem. Porém,
nossas mentes fechadas nos impediam de assimilar aquelas idéias de que precisávamos para
viver.
A negação nos impede de avaliar quanto precisamos realmente de novas odeias e uma nova
direção. Admitindo nossa impotência e reconhecendo que nossas vidas se tornarem
verdadeiramente ingovernáveis, nos permitimos ver quanto precisamos daquilo que NA tem
para oferecer.
A auto-suficiência e a teimosia podem nos impedir de admitir até mesmo a possibilidade
da existência de um Poder Superior a nós mesmos. Contudo, quando admitimos o estado
lamentável ao qual a teimosia nos fez chegar, abrimos nossos olhos e nossas mentes para novas
possibilidades. Quando outros nos falam de um Poder que trouxe a sanidade a suas vidas,
começamos a acreditar que tal Poder poderá fazer o mesmo por nós.
Uma arvore podada morrerá, a menos que novos galhos possam ser enxertados a sue
tronco. Da mesma forma, a adicção nos podou de qualquer rumo que pudéssemos ter. Para
crescer ou até mesmo sobreviver, temos que abrir nossas mentes e permitir que novas idéias
sejam enxertadas em nossas vidas.

Só por hoje: Eu pedirei ao meu Poder Superior que abra minha mente às novas idéias de
recuperação.
12 de abril - O grande quadro

"... todo despertar espiritual tem alguma coisa em comum. Os elementos comuns
incluem o fim da solidão e um sentido de direção nas nossas vidas”.

Texto Básico, p. 54

Alguns tipos de experiência espiritual acontecem quando deparamos com algo maior do que
nós. Suspeitamos que forças além de nossa compreensão estão atuando. Vemos em um relance
o grande quadro e nesse momento encontramos humildade.
Nossa jornada através dos Doze Passos propiciará uma experiência espiritual da mesma
natureza, só que mais profunda e duradoura. Passamos por um processo contínuo de desinflamar
o ego, enquanto, ao mesmo tempo, nos tornamos mais conscientes desta perspectiva mais ampla.
Nossa visão do mundo se amplia a ponto de não termos mais um sentido exagerado de nossa
própria importância.
Através desta nova conscientização, não nos sentimos mais isolados do resto da raça
humana. De vez em quando, podemos até não entender por que o mundo é assim ou mesmo por
que as pessoas se tratam de forma tão selvagem. Porém, compreendemos o que é sofrimento e,
na recuperação, podemos fazer o máximo para aliviá-lo. Quando nossa contribuição individual
se alia à de outros, passamos a fazer parte essencial de um grande desenho. Estamos enfim
conectados.

Só por hoje: Eu sou apenas uma pessoa num esquema integral das coisas. Humildemente aceito
meu lugar no grande quadro.
Agradando pessoas 13 de abril

“(...) comportamento em busca de aprovação nos levou


mais longe na nossa adicção”.

Texto Básico, p. 15

Quando outras pessoas aprovam o que fazemos ou dizemos, nos sentimos bem; quando
elas desaprovam, nos sentimos mal. Suas opiniões sobre nós, e como estas opiniões nos fazem
sentir, podem ter um valor positivo. Por nos trazerem a confiança de estarmos traçando o rumo
certo, elas nos encorajam a continuar nossa jornada. “Agradar pessoas” é algo totalmente
distinto. Nós “agradamos pessoas” quando fazemos coisas, certas ou erradas, expressamente
para conseguir a aprovação de outra pessoa.
Baixa auto-estima pode nos fazer pensar que precisamos da aprovação de outra pessoa para
nos sentirmos bem a nosso respeito. Fazemos tudo aquilo que achamos que será necessário para
que nos digam que somos legais. Sentimo-nos bem por um momento. E aí começamos a passar
mal. Tenteando agradar a outra pessoa, diminuímos a nós mesmos e a nossos valores. Nós nos
damos conta de que a aprovação de outra pessoa não irá preencher o vazio dentro de nós.
A satisfação interior que procuramos pode ser encontrada fazendo as coisas certas pelos
motivos certos. Quebramos o ciclo do agrado de pessoas quando paramos de agir somente para
conseguir o reconhecimento de outros e começamos a agir de acordo com a vontade de nosso
Poder Superior para conosco. Quando o fazemos, podemos ser agradavelmente surpreendidos
ao descobrir que as pessoas que realmente contam em nossas vidas vão aprovar ainda mais nosso
comportamento. Acima de tudo, porém, nós nos aceitamos.

Só por hoje: Poder Superior ajude-me a viver de acordo com os princípios espirituais. Somente
assim poderei me aceitar.
14 de abril Uma nova visão

"Queremos realmente nos livrar dos nossos ressentimentos,


da nossa raiva e do nosso medo?”.

Texto Básico, p. 36

Porque nós os chamamos de “defeitos”? Talvez devessem ser chamados de “efeitos


retardados”, em razão do tempo que eles levam para sair de nossas vidas. Alguns de nós acham
que nossos defeitos são as mesmas característica que salvaram nossas vidas quando usávamos.
Se isso é verdade, então não é de surpreender que muitas vezes nos apegamos a eles como se
fossem velhos e queridos amigos.
Se estamos tendo dificuldades com ressentimentos, raiva e medo, podemos visualizar o que
seriam nossas vidas sem esses defeitos problemáticos. Se nos questionamos por que reagimos
de um certo modo, podemos às vezes eliminar o medo na origem de nossa conduta. “Porque
estou com medo de ir além destes aspectos de minha personalidade?”, nós nos perguntamos.
“Será que estou com medo de quem eu serei sem essas características?”.
Uma vez que identificamos nosso medo, podemos ultrapassá-lo. Tentamos imaginar como
seriam nossas vidas sem alguns de nossos mais notáveis defeitos. Isto nos dá um sentimento do
que está do outro lado de nosso medo, nos proporcionando a motivação necessária para superá-
lo. Nosso Poder Superior nos oferece uma nova visão para nossas vidas, livre de nossos defeitos.
Esta visão é a essência de nossos melhores e mais iluminados sonhos para nós mesmos. Não
precisamos ter medo desta visão.

Só por hoje: Eu imaginarei como seria minha vida sem meus defeitos de caráter. Vou pedir para
ter boa vontade de deixar que Deus remova meus defeitos.
Continue voltando - 15 de abril

“Passamos a apreciar a vida limpa e queremos mais das


boas coisas que a irmandade de NA tem para nós”.

Texto Básico, p. 29

Você se lembra de alguma vez ter olhado para adictos em recuperação em NA e pensado:
“Se eles não estão usando drogas em seu meio, estão rindo do quê?” Você acreditava que a
diversão acabaria quando parasse de usar? Muitos de nós pensávamos assim, tínhamos certeza
de que estávamos deixando a “vida boa” para trás. Hoje em dia, muitos de nós podemos rir dessa
concepção errada porque sabemos o quanto nossa vida em recuperação pode vir a ser rica.
Muitas das coisas que tanto apreciamos em recuperação são conquistadas participando
ativamente na Irmandade de NA. Começamos a descobrir o verdadeiro companheirismo, amigos
que entendem e se importam conosco apenas pelo que somos. Encontramos um lugar onde
podemos ser úteis a outros. Existem reuniões de recuperação, prestação de serviço e encontros
da Irmandade para preencher nosso tempo e satisfazer nossos interesses. A Irmandade pode ser
um espelho que reflete uma imagem mais nítida de quem somos. Encontramos exemplos,
amigos, ajuda, amor, carinho e apoio. A Irmandade sempre tem mais a nos oferecer, enquanto
continuamos voltando.

Só por hoje: Eu sei onde está “a vida boa”. Continuarei voltando.


16 de abril - “Agindo como se”

"Hoje, buscamos soluções e não problemas. Tentamos


aplicar o que aprendemos de forma experimental”.

Texto Básico, p. 62

A primeira vez que escutamos que deveríamos “agir como se”, muitos de nós protestaram:
“Mas isto não é honesto! Pensei que deveríamos sempre ser honestos sobre nossos sentimentos
em Narcóticos Anônimos”.
Talvez possamos refletir sobre como chegamos ao programa. Pode ser que não
acreditássemos em Deus, mas rezávamos mesmo assim. Ou que não estivéssemos certos de que
o programa funcionaria para nós, mas continuamos voltando às reuniões apesar de nossos
sentimentos. O mesmo se aplica à medida que progredimos em nossa recuperação. Podemos ter
pavor de aglomerações, mas se agirmos confiantes e estendermos nossa mão, não apenas nos
sentiremos melhor a nosso respeito, como também descobriremos que não mais tememos grupos
grandes.
Cada ação tomada nesta direção nos aproxima mais da pessoa que deveríamos ser. Cada
mudança positiva que fazemos constrói nossa auto-estima. Agindo diferente, descobrimos que
estamos começando a pensar diferente. Estamos formando um pensamento apropriado “agindo
como se”.

Só por hoje: Eu vou aproveitar a oportunidade de agir como se fosse capaz de aceitar uma
situação da qual eu costumava fugir.
Prioridade: reuniões - 17 de abril

“No começo senti que seria impossível freqüentar mais de uma ou duas reuniões
por semana, simplesmente porque minha agenda estava sobrecarregada.
Mais tarde percebi que minhas prioridades estavam invertidas. Tudo
o mais é que deveria se adequar a minha agenda de reuniões”.

Basic Text, p. 204*


Quando chegamos em Narcóticos Anônimos, alguns de nós não freqüentávamos reuniões


regularmente e, depois, ficávamos pensando por que não conseguíamos permanecer limpo. Logo
aprendemos que, se queríamos permanecer limpos, tínhamos que fazer da freqüência às reuniões
nossa prioridade.
Então recomeçamos. Seguindo a sugestão de nosso padrinho ou madrinha, firmamos um
compromisso com nós mesmos de ir a noventa reuniões em noventa dias. Durante os primeiros
trinta dias nos identificamos como recém-chegados para que outros pudessem nos conhecer.
Orientados por nossos padrinhos ou madrinhas, paramos de falar o tempo suficiente para
aprender a ouvir. Logo começamos a sentir vontade de ir às reuniões. Começamos a ficar limpo.
Hoje, freqüentamos as reuniões por uma variedade de motivos. Algumas vezes, vamos às
reuniões para compartilhar nossa experiência, força e esperança com novos amigos. Outras
vezes, vamos pra ver nossos amigos. E outras vezes ainda, vamos porque simplesmente
precisamos de um abraço. De vez em quando, saímos de uma reunião e percebemos que não
ouvimos quase nenhuma palavra que foi dita – mesmo assim nos sentimos melhor. A atmosfera
de amor e alegria que toma conta de nossas reuniões nos fez permanecer limpo por mais um dia.
Não importa se nossa agenda está cheia, fazemos da freqüência às reuniões nossa prioridade.

Só por hoje: Em meu coração, eu sei que as reuniões me ajudam de todas as maneiras. Hoje, eu
quero o que é bom para mim. Eu irei a uma reunião.

*NB.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do texto Básico em inglês.


18 de abril - “Eu compreendo”

"Humildemente pedimos a Ele que removesse nossos defeitos”.

Passo Sete

Uma vez que estejamos inteiramente prontos para que nossos defeitos de caráter sejam
removidos, muitos de nós estaremos inteiramente prontos! Ironicamente é quando a maior parte
das confusões realmente começam. Quanto mais lutamos para nos livrar de um defeito
específico, mais forte ele se torna. É verdadeiramente uma atitude de humildade perceber que
não apenas somos impotentes perante nossa adicção, mas também perante nossos próprios
defeitos de caráter.
Finalmente, deslancha. O Sétimo Passo não sugere que nos livremos de nossos defeitos de
caráter e sim que peçamos a nosso Poder Superior que nos livre deles. O foco de nossas orações
diárias começa a mudar. Admitindo nossa inabilidade em nos aperfeiçoarmos, rogamos a nosso
Poder Superior que faço por nós o que não podemos fazer por nós mesmos. E esperamos.
Por muitos dias, nosso programa pode ficar no Sétimos Passo. Podemos não experimentar
qualquer alívio imediato e total de nossos defeitos, mas muitas vezes experimentamos uma
mudança sutil em nossa percepção de nós mesmos e de outros. Através dos olhos do Sétimo
Passo, começamos a ver quem está à nossa volta de uma maneira menos crítica. Sabemos que,
assim como nós, muitos estão lutando com defeitos dos quais adorariam se livrar. Sabemos que,
assim como nós, eles são impotentes perante seus próprios defeitos. Pensamos se eles também
rezam humildemente para que seus defeitos sejam removidos.
Começamos a avaliar outras pessoas da mesma forma que aprendemos a avaliar a nós
mesmos, com uma empatia nascida da humildade. Enquanto observamos os outros e mantemos
vigilância sobre nós mesmos, podemos finalmente dizer: “Eu compreendo”.

Só por hoje: Deus me ajude a ver através dos olhos do Sétimo Passo. Ajude-me a compreender.
Mexa-se - 19 de abril

“Quantas vezes os adictos buscaram as recompensas


de um trabalho árduo, sem fazerem esforço”.

Texto Básico, p. 36

Quando chegamos em NA pela primeira vez, alguns de nós queríamos tudo e


imediatamente. Queríamos a serenidade, os carros, os relacionamentos felizes, os amigos, a
proximidade com nosso padrinho ou madrinha – todas as coisas que outras pessoas tinham
conseguido após meses e anos trabalhando os passos e vivendo a vida como ela é.
Aprendemos da maneira mais dura que a serenidade chega somente trabalhando os passos.
Trabalhando todos os dias e tentando “praticar esses princípios em todas as áreas de nossas
vidas”, inclusive em nossos empregos, poderemos conseguir um carro novo. Relacionamentos
saudáveis resultam de muito trabalho e uma nova vontade de se comunicar. A amizade com
nosso padrinho ou madrinha é o resultado de pedir ajuda durante os maus e bons momentos.
Em Narcóticos Anônimos, encontramos o caminho para uma melhor maneira de viver.
Para alcançar nossas metas, no entanto, temos que nos mexer.

Só por hoje: Eu quero uma vida melhor. Farei um inventário do que quero, descobrirei como
conseguí-lo, falarei com meu padrinho ou madrinha sobre isto. Vou me mexer para isso.
20 de abril Desligamento

"A adicção é uma doença da família, mas só


conseguimos modificar a nós mesmos”.

IP Nº 13, “Juventude e recuperação”

Muito de nós vêm de famílias gravemente conturbadas. Às vezes, a insanidade que reina
entre nossos familiares parece esmagadora. Às vezes, sentimos vontade de fazer as malas e
mudar para longe.
Rezamos para que nossa família se una a nós na recuperação, mas, para nossa grande
tristeza, isto nem sempre acontece. Às vezes, apesar de nossos grandes esforços para levar a
mensagem, descobrimos que não podemos ajudar aqueles por quem temos a maior estima. Nossa
experiência em grupo tem nos ensinado que, freqüentemente, estamos tão próximos de nossos
parentes que não podemos ajudá-los. Aprendemos que é melhor deixá-los aos cuidados de nosso
Poder Superior.
Descobrimos que, quando paramos de tentar apaziguar os problemas de nossos familiares,
damos o espaço necessário para que eles possam resolver suas próprias vidas. Ao relembrá-los
de que não somos capazes de resolver seus problemas por eles, nos damos à liberdade de viver
nossas próprias vidas. Temos fé que Deus ajudará nossos familiares. Muitas vezes, a coisa mais
importante que podemos dar às pessoas que amamos é o exemplo contínuo de nossa
recuperação. Pela sanidade de nossa família e por nossa própria sanidade, devemos deixar
nossos familiares encontrarem seus próprios caminhos de recuperação.

Só por hoje: Eu vou procurar fazer minha programação e deixar minha família aos cuidados do
Poder Superior.
Medo - 21 de abril

“Descobrimos que não tínhamos escolha: ou mudávamos completamente


nossa antiga maneira de pensar, ou então voltávamos a usar”.

Texto Básico, p. 23

Muitos de nós descobrem que nossa antiga maneira de pensar era dominada pelo medo.
Tínhamos medo de não conseguir nossas drogas ou de não conseguir o bastante. Tínhamos medo
de ser descobertos, presos e encarcerados. Além disto, existiam os medos de problemas
financeiros, perda do lar, overdose e doença. E nosso medo controlava nossas ações.
Os primeiros dias de recuperação não foram diferentes para muitos de nós; naqueles dias,
o medo também dominava nossos pensamentos. “E se ficar limpo doer demais?” – nós nos
questionávamos. “E se não conseguirmos? E se as pessoas em NA não gostarem de mim? E se
NA não funcionar?” O medo por trás destes pensamentos pode ainda controlar nosso
comportamento, nos impedindo decorrer os riscos necessários para ficar limpos e crescer. Pode
parecer mais fácil nos resignar a algum fracasso, desistindo antes de começar. Mas este tipo de
pensamento só nos leva à recaída.
Para ficar limpo, devemos encontrar a boa vontade para mudar nossa antiga maneira de
pensar. O que já funcionou para outros adictos pode funcionar para nós – mas devemos estar
dispostos a tentar. Devemos trocar nossas antigas dúvidas cínicas pelas novas afirmações de
esperança. Quando fizermos isso, veremos que o risco vale a pena.

Só por hoje: Eu rezo pela boa vontade para mudar minha antiga maneira de pensar e pela
capacidade de superar meus medos.
22 de abril - Viajando pela estrada aberta

"Esta é a nossa estrada para o crescimento espiritual.”

Texto Básico, p. 40

Quando chegamos à nossa primeira reunião de NA, parecia que era o fim da linha para nós.
Não poderíamos mais usar. Estávamos espiritualmente falidos. A maioria de nós estava
totalmente isolada e não achava que teria mais razão de viver. Quando começamos nosso
programa de recuperação, quase não nos demos conta de que estávamos ingressamos em um
caminho de possibilidades ilimitadas.
No início, só o fato de não usar já era bastante durão. Porém, à medida que observávamos
outros adictos praticando os passos e aplicando estes princípios em suas vidas, começamos a ver
que a recuperação ia além do simples fato de não usar. As vidas de nossos amigos de NA tinham
mudado. Tinham um relacionamento com o Deus da sua compreensão. Eram membros
responsáveis da Irmandade e da sociedade. Tinham uma razão para viver. Começamos, então, a
acreditar que estas coisas também seriam possíveis para nós.
À medida que continuamos em nossa jornada de recuperação, podemos ser afastados de
nosso caminho pela complacência, intolerância ou desonestidade. Quando isto acontecer,
precisamos reconhecer estes sinais rapidamente e voltar para nosso caminho – a estrada aberta
da liberdade e do crescimento.

Só por hoje: Eu continuo a desenvolver minhas habilidades espirituais, sociais e de convívio


em geral, pela aplicação dos princípios de meu programa. Posso viajar tão longe quanto desejar
na estrada aberta da recuperação.
Deus de nossa própria compreensão 23 de abril

“Muitos de nós compreendem Deus, simplesmente, como


sendo aquela força que nos mantém limpos.”

Texto Básico, p. 27

Alguns de nós entram em recuperação com uma compreensão prática de um Poder


Superior. Para muitos de nós, entretanto, “Deus” é uma palavra problemática. Podemos duvidar
da existência de qualquer tipo de Poder maior do que nós mesmos. Ou podemos relembrar
experiências desconfortáveis com religião e nos afastarmos das “histórias de Deus”.
Em recuperação, recomeçar significa também que podemos recomeçar nossa vida
espiritual. Se não estamos confortáveis com o que aprendemos, quando estávamos crescendo,
podemos tentar uma abordagem diferente em relação a nossa espiritualidade. Não temos que
entender tudo de uma vez ou achar as respostas para todas as nossas questões de uma só vez. Às
vezes, basta saber somente que outros membros de NA acreditam e que suas crenças ajudam a
mantê-los limpos.

Só por hoje: Tudo que tenho que saber sobre meu Poder Superior, agora, é que este é um Poder
que me ajuda a me manter limpo.
24 de abril Os Doze Passos da vida

"Através da abstinência e da prática dos Doze Passos de


Narcóticos Anônimos, nossas vidas tornaram-se úteis.”

Texto Básico, p. 8

Antes de chegar a Narcóticos Anônimos, nossas vidas giravam em torno do uso. Pa ra a


maioria de nós, sobrava muito pouca energia para o trabalho, relacionamentos ou outras
atividades. Éramos escravos de nossa adicção.
Os Doze Passos de Narcóticos Anônimos nos proporcionam uma maneira simples de dar
uma virada em nossas vidas. Começamos por ficar limpo, um dia de cada vez. Quando nossas
energias não estão mais canalizadas para nossa adicção, descobrimos que possuímos energia
para perseguir outros objetivos. À medida que crescemos em recuperação, nos tornamos capazes
de manter relacionamentos saudáveis. Passamos a ser empregados confiáveis. O lazer e a
diversão ficam mais convidativos. Através de nossa participação em Narcóticos Anônimos,
ajudamos os outros.
Narcóticos Anônimos não é a garantia de que iremos conseguir bons trabalhos,
relacionamentos amorosos ou uma vida plena. Mas, quando trabalharmos os Doze Passos com
nosso melhor desempenho, descobrimos que podemos nos tornar o tipo de pessoa que é capaz
de encontrar emprego, manter relacionamentos amorosos e ajudar os outros. Paramos de servir
à nossa doença e começamos a servir a Deus e aos outros. Os Doze Passos são a chave para a
transformação de nossas vidas.

Só por hoje: Eu vou ter a sabedoria de usar os Doze Passos em minha vida e a coragem para
crescer em minha recuperação. Eu vou praticar meu programa par me tornar um membro
produtivo e responsável da sociedade.
Abraçando a realidade 25 de abril

“Hoje, a recuperação é uma realidade para nós.”

Texto Básico, p. 110


A dor e a miséria eram realidades em nossas vidas de ativa. Não queríamos aceitar nossa
situação de vida ou mudar aquilo que era inaceitável. Tentávamos escapar das dores da vida pelo
uso de drogas, mas o uso somente agravava nossos problemas. Nossa percepção alterada da vida
tornou-se um pesadelo.
Através da vivência do Programa de Narcóticos Anônimos, aprendemos que nossos sonhos
podem substituir nossos pesadelos. Crescemos e mudamos. Adquirimos a liberdade de escolha.
Somos capazes de dar e receber amor. Podemos compartilhar honestamente sobre nós mesmos,
não mais aumentando ou minimizando a verdade. Aceitamos os desafios que a vida real nos
oferece, encarando-os de uma maneira responsável e madura.
Mesmo que a recuperação não nos dê imunidade para as realidades da vida, na Irmandade
de NA podemos encontrar apoio, atenção verdadeira e o interesse de que precisamos para
enfrentar essas realidades. Não precisamos nunca mais nos esconder da realidade pelo uso de
drogas, pois nossa unidade com os outros adictos em recuperação nos dá força. Hoje, o apoio, a
atenção e a empatia da recuperação nos dão uma janela limpa e clara através da qual enxergamos,
vivenciamos e apreciamos a realidade como ela é.

Só por hoje: Um dos presentes de minha recuperação é viver e aproveitar a vida como ela é
efetivamente. Hoje, eu abraçarei a realidade.
26 de abril Auto-aceitação

"A aplicação dos Doze Passos da recuperação é o meio


mais eficaz para alcançar a auto-aceitação.”

IP Nº 19, “Auto-aceitação”

A maioria de nós chegou a Narcóticos Anônimos sem muita auto-aceitação. Olhávamos


para os danos que causamos em nossa adicção ativa e nos rejeitávamos. Tínhamos dificuldade
em aceitar nossa auto-imagem produzida pelo passado.
A auto-aceitação chega mais depressa quando, primeiro, aceitamos que somos portadores
de uma doença chamada adicção, porque é mais fácil nos aceitar como pessoas doentes do que
como pessoas ruins. E, quanto mais fácil nos aceitamos, mais facilmente aceitamos a
responsabilidade sobre nós mesmos.
Alcançamos a auto-aceitação através de um processo de recuperação contínuo. Trabalhar os
Doze Passos de Narcóticos Anônimos nos ensina a aceitar a nós mesmos e a nossas vidas.
Princípios espirituais como entrega, honestidade, fé e humildade ajudam a aliviar o peso de
nossos erros do passado. Nossa atitude muda com a aplicação destes princípios em nossas vidas
diárias. A auto-aceitação cresce na medida em que progredimos na recuperação.

Só por hoje: A auto-aceitação é um processo motivado pelos Doze Passos. Hoje, eu irei confiar
neste processo, praticando os passos e aprendendo a me aceitar melhor.
Reconhecendo e abrindo mão
dos ressentimentos 27 de abril

“Queremos encarar nosso passado de frente, vê-lo como ele


realmente foi e libertá-lo para podermos viver o hoje.”

Texto Básico, p. 31

Muitos de nós tínhamos problemas em identificar nossos ressentimentos no início da


recuperação. Lá estávamos sentados com nosso Quarto Passo diante de nós, pensando e
pensando, e finalmente concluindo que nós não tínhamos nenhum ressentimento. Talvez nos
manipulássemos para acreditar, afinal, que não estávamos tão doentes assim.
Tal negação inconsciente de nossos ressentimentos vem do condicionamento de nossa
adicção. A maioria de nossos ressentimentos estava enterrado, profundamente enterrado. Depois
de algum tempo de recuperação, um novo senso de compreensão se desenvolve. Esses
sentimentos começam a aparecer e emergem aqueles ressentimentos que achávamos não ter.
Enquanto examinamos esses ressentimentos, podemos nos sentir tentados a nos agarrar a
algum deles, especialmente se achamos que são “justificados”. Mas o que precisamos lembrar é
que ressentimentos “justificados” são tão incômodos quanto qualquer outro.
À medida que a conscientização de nossas cargas aumentam, aumenta também o
compromisso de soltá-las. Não precisamos mais nos apegar a nossos ressentimentos. Queremos
nos livrar do que é indesejável, nos tornando livres para a recuperação.

Só por hoje: Quando descobrir um ressentimento, eu o verei como ele é e abrirei mão dele.
28 de abril Quem realmente melhora

"Podemos também usar os passos para melhorar as nossas atitudes. Nosso melhor raciocínio
meteu-nos em encrencas. Reconhecemos a necessidade de mudar.”

Texto Básico, p. 59

No início da recuperação, a maioria de nós tinha pelo menos uma pessoa que não podia
suportar. Pensávamos que aquela pessoa era a mais grosseira, a mais detestável de todo o
programa. Sabíamos que existia alguma coisa que podíamos fazer, algum princípio de
recuperação que podíamos praticar para superar a maneira como nos sentíamos em relação a ela
– mas qual? Pedíamos orientação a nosso padrinho ou madrinha. Provavelmente nos
asseguravam com um sorriso divertido que, se continuássemos voltando, veríamos a pessoa
melhorar. Isto nos pareceu sensato. Pensávamos que os passos de NA funcionavam na vida de
todo mundo. Funcionando para nós, poderiam funcionar também para esta pessoa horrível.
O tempo passou, e em algum momento, percebemos que aquela pessoa não parecia mais tão
grosseira e detestável como antes, De fato, ele ou ela tinha se tornado uma pessoa tolerável,
talvez até agradável. Tivemos uma boa surpresa ao perceber quem, na verdade, tinha melhorado.
Por continuar voltando e trabalhar os passos, nossa percepção dessa pessoa tinha mudado.
Aquela “praga” tornou-se tolerável. Porque desenvolvemos alguma tolerância; ele ou ela tornou-
se agradável porque desenvolvemos a capacidade de amar.
Então, quem realmente melhora? Nós! À medida que praticamos o programa, adquirimos
uma visão totalmente nova daqueles que nos cercam por obter uma nova visão de nós mesmos.

Só por hoje: À medida que eu melhoro, outros melhoram. Hoje, eu praticarei a tolerância e
tentarei amar aqueles que eu encontrar.
”E se...” 29 de abril

“Viver só por hoje alivia a carga do passado e o medo


do futuro. Aprendemos a tomar as atitudes necessárias,
e a deixar os resultados nas mãos do nosso Poder Superior.”

Texto Básico, p. 102


Durante nossa adicção ativa, o medo do futuro e do que podia acontecer era uma realidade
para muitos de nós. E se fôssemos presos? Perdêssemos nosso emprego? Nosso cônjuge
morresse? Fôssemos à falência? E isso, e aquilo, e aquilo outro. Não era incomum para nós
passar horas, até dias inteiros, pensando no que “poderia” acontecer. Encenávamos enredos e
conversas inteiras antes que acontecessem e traçávamos nosso curso na base do “e se...”. Ao
fazer isso nos preparávamos para um desapontamento após o outro.
De ficar ouvindo nas reuniões, aprendemos que viver no presente, e não no mundo do “e
se”, é a única forma de eliminar nossas profecias auto-realizadoras de escuridão e derrota. Só
podemos lidar com o que é verdadeiro hoje e não com nossas temerosas fantasias do futuro.
Vir a acreditar que nosso Poder Superior tem somente o melhor reservado para nós é uma
maneira de combater esse medo. Ouvimos nas reuniões que nosso Poder Superior não vai nos
dar mais do que podemos suportar em um dia. E sabemos Por experiência que, se pedirmos, o
Deus que compreendemos vai certamente cuidar de nós. Permanecemos limpos através de
situações adversas pela prática da fé nos cuidados de um Poder Superior maior do que nós. Cada
vez que o fizemos, nos tornaremos menos temerosos do “e se” e mais confortáveis com o que é.

Só por hoje: Eu aguardarei o futuro com fé em meu Pode Superior.


30 de abril Deus faz por nós

"A recuperação contínua depende de nossa relação com


um Deus amoroso,que se importa conosco e que fará
por nós o que achamos impossível fazermos sozinho”.

Texto Básico, p. 108

Quantas vezes ouvimos dizer nas reuniões que “Deus faz por nós o que não podemos fazer
por nós mesmos?”. Às vezes podemos empacar em nossa recuperação, incapazes, temerosos ou
com má vontade para tomar as decisões que sabemos dever tomar para ir adiante. Talvez sejamos
incapazes de acabar com um relacionamento que simplesmente não está dando certo. Talvez
nosso emprego esteja gerando sucessivos conflitos. Ou talvez achemos que devemos encontrar
um novo padrinho ou madrinha, mas estamos com medo de começar a procurar. Pela graça de
nosso Poder Superior, mudanças inesperadas podem acontecer precisamente na área que nos
sentimos incapazes de modificar.
Às vezes nos permitimos empacar num problema em vez de ir adiante no rumo de uma
solução. Nestes momentos, seguidamente descobrimos que nosso Poder Superior faz por nós o
que não podemos fazer por nós mesmos. Talvez nossa companheira ou companheiro decida
terminar nosso relacionamento. Podemos ser despedidos ou afastados. Ou nosso padrinho ou
madrinha nos diz que não poderá mais trabalhar conosco, obrigando-nos a procurar um novo.
Às vezes o que acontece em nossas vidas pode ser assustador, como as mudanças costumam
ser. Mas também ouvimos que “Deus nunca fecha uma porta sem abrir outra”. Enquanto vamos
adiante com fé, a força de nosso Poder Superior nunca está longe de nós. Nossa recuperação fica
fortalecida com estas mudanças.

Só por hoje: Confio em que o Deus de minha compreensão fará por mim o que eu não posso
fazer por mim mesmo.
Maio
Meditação
Diária
Auto-estima 1º de maio

“Estar envolvido com o serviço me faz sentir útil”.

Basic Text, p. 212*


Quando a maioria de nós chegou a Narcóticos Anônimos, restava-nos muito pouca auto-
estima para salvar. Muitos membros dizem que começaram a desenvolver a auto-estima
prestando serviço desde cedo em sua recuperação. Algo que é quase um milagre ocorre quando,
começamos a ter um impacto positivo na vida dos outros através de nossos esforços no serviço.
Com trinta dias limpos, a maioria de nós não tem muitas experiência, força ou esperança
para partilhar. De fato, alguns membros nos dirão, sem meias palavras, que o melhor que
podemos fazer é escutar. Mas com trinta dias temos algo a oferecer para aquele adicto que acaba
de entrar nas salas de NA, se esforçando para ficar vinte e quatro horas limpo. O mais novo
membro de NA, aquele que tem apenas o desejo de parar de usar, e nenhuma das ferramentas,
mal pode imaginar alguém ficando limpo por um ano ou dois anos ou dez. Mas ele ou ela pode
se identificar com aquelas pessoas que estão trinta dias limpos, pegando uma ficha com um olhar
de orgulho e surpresa estampado em seus rostos.
O serviço é uma dádiva única – algo que ninguém pode tirar de nós. Damos e recebemos.
Através do serviço, muitos de nós começamos a quase sempre longa caminhada para nos
tornarmos membros produtivos na sociedade.

Só por hoje: Eu serei grato pela oportunidade de prestar serviço.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


2 de maio “Talvez...”

"Mais do que qualquer outra coisa, uma atitude de indiferença ou intolerância


com os princípios espirituais irá detonar nossa recuperação”.

Texto Básico, p. 19

Quando viemos pela primeira vez a NA, muitos de nós tivemos grande dificuldade em
aceitar os princípios espirituais que são à base deste programa – e por boas razões. Não importa
quanto tentamos controlar nossa adicção, nos encontramos impotentes. Ficávamos com raiva e
frustrados com qualquer um que sugerisse haver esperança para nós, porque sabíamos mais.
Idéias espirituais podem ter feito sentido na vida de outras pessoas, mas não nas nossas.
Independente de nossas indiferença ou intolerância para com os princípios espirituais fomos
atraídos para Narcóticos Anônimos. Lá, encontramos outros adictos. Eles estiveram onde
estivemos, impotentes e sem esperança, e ainda assim encontraram não só uma maneira de parar
de usar, mas de viver e desfrutar a vida limpos. Eles falaram dos princípios espirituais que
indicaram o caminho desta nova vida de recuperação. Para eles, estes princípios não eram apenas
teorias, mas uma parte de sua experiência prática.
Sim, tínhamos boas razões para sermos céticos, mas estes princípios espirituais dos quais
outros membros de NA falavam parecia mesmo funcionar.
Uma vez admitindo isto, não aceitamos necessariamente cada uma das idéias espirituais que
ouvimos. Mas começamos a pensar que, se estes princípios funcionaram para outros, talvez
funcionassem para nós também. Para começar, esta boa vontade foi o bastante.

Só por hoje: Talvez os princípios espirituais que ouço em NA possam funcionar para mim. Eu
quero, pelo menos, abrir minha mente para a possibilidade.
Partilhando nossa gratidão 3 de maio

“Minha gratidão fala quando eu me importo e quando


compartilho com os outros o caminho de NA”.

Prece da Gratidão

Quanto mais tempo ficarmos limpos, mais experimentamos sentimentos de gratidão por
nossa recuperação. Estes sentimentos de gratidão não estão limitados a certas dádivas em
particular, como novos amigos ou a capacidade de conseguir emprego. Mais freqüentemente,
eles vêm do sentimento geral de alegria que sentimos em nossas novas vidas. Estes sentimentos
são realçados pela certeza do curso que nossas vidas tomariam se não fosse o milagre que
experimentamos em Narcóticos Anônimos.
Estes sentimentos são tão envolventes, tão maravilhosos e às vezes tão avassaladores que,
freqüentemente, não encontramos palavras para expressá-los. Às vezes choramos de alegria
abertamente ao partilhar em uma reunião, ainda tateando por palavras para expressar o que
estamos sentindo. Queremos tanto passar para os recém-chegados a gratidão que sentimos, mas
parece que nossa linguagem carece dos superlativos para descrevê-la.
Quando compartilhamos com lágrimas nos olhos, quando ficamos engasgados sem
conseguir falar – estes são os momentos em que nossa gratidão fala mais claramente.
Compartilhamos nossa gratidão diretamente de nossos corações; e com seus corações os outros
escutam e compreendem. Nossas palavras podem não falar com eloqüência, mas nossa gratidão
sim.

Só por hoje: Minha gratidão tem uma voz própria; quando fala, o coração compreende. Hoje,
eu vou compartilhar minha gratidão com os outros, encontrando ou não palavras.
4 de maio “E o recém-chegado”

"Cada grupo tem apenas um único propósito primordial –


levar a mensagem ao adicto que ainda sofre ”.

Tradição Cinco

Nosso grupo de escolha significa muito para nós. Afinal de contas, onde estaríamos sem
nossa reunião predileta de NA? Nosso grupo às vezes patrocina piqueniques e outras atividades.
Freqüentemente, os membros de nosso grupo de escolha se juntam para ver um filme ou jogar
boliche. Todos nós fizemos boas amizades através de nosso grupo de escolha e não trocaríamos
aquele calor por nada no mundo.
Mas, de vez em quando, temos que fazer um inventário sobre o que nosso grupo está fazendo
para realizar seu propósito primordial – levar a mensagem ao adicto que ainda sofre. Às vezes,
quando vamos a nossas reuniões, conhecemos quase todo mundo e nos contagiamos pelo riso e
divertimento. Mas, e o recém-chegado? Lembramos de dar boas-vindas para aqueles que visitam
nosso grupo?
O amor encontrado nas salas de Narcóticos Anônimos nos ajuda a nos recuperar da adicção.
Mas, uma vez que tenhamos ficado limpos, temos que nos lembrar de dar a outros o que nos foi
dado livremente. Precisamos nos aproximar do adicto que ainda sofre. Afinal, “o recém-chegado
é a pessoa mais importante em qualquer reunião”.

Só por hoje: Eu sou grato pela irmandade calorosa que encontrei em meu grupo de escolha.
Vou estender minha mão para o adicto que ainda sofre, oferecendo a mesma irmandade para
outros.
Qualquer distância 5 de maio

“(...) eu estava pronto para percorrer qualquer distância para me manter limpo”.

Basic Text, p 127*


“Qualquer distância?” – perguntavam os recém-chegados. “O que você quer dizer com


qualquer distância?” Olhar para nosso passado de adicção ativa e as distâncias que estávamos
dispostos a percorrer para ficarmos drogados pode ajudar a explicar. Estávamos dispostos a
viajar muitos quilômetros para buscar drogas? Sim, geralmente estávamos. Então, faz sentido
que, se nós estivermos tão interessados em nos manter limpos quanto estávamos em usar, vamos
tentar qualquer coisa para arranjar um transporte para uma reunião.
Em nossa adicção, quantas vezes fizemos loucuras, insanidades ou usamos substâncias que
não conhecíamos por sugestão dos outros? Então, por que freqüentemente achamos tão difícil
aceitar sugestões em recuperação, especialmente quando esta sugestão é indicada para nos
ajudar a crescer? E, quando usávamos, não pedimos em desespero, muitas vezes, a nosso Poder
Superior: “Me tira dessa, por favor!” Então, por que achamos tão difícil pedir a ajuda de um
Deus em nossa recuperação?
Quando usávamos, tínhamos, geralmente, uma mente aberta quando se tratava de encontrar
maneiras e meios de conseguir mais drogas. Se pudermos aplicar este mesmo princípio de mente
aberta em nossa recuperação, podemos nos surpreender com a facilidade com que começamos
a compreender o Programa de NA. Foi nossa melhor maneira de pensar, como se diz, que nos
trouxe para as salas de Narcóticos Anônimos. Se estivermos dispostos a percorrer qualquer
distância, aceitar sugestões e manter a mente aberta podemos ficar limpos.

Só por hoje: Eu estou disposto a percorrer qualquer distância para me manter limpo. Manterei
a mente aberta e aceitarei sugestões quando precisar.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto básico em inglês.


6 de maio Já estamos nos divertindo?

"Com o tempo, conseguimos relaxar e apreciar


a atmosfera de recuperação”.

Texto Básico, p. 60

Imagine o que aconteceria se um recém-chegado entrasse em uma de nossas reuniões e


encontrasse um grupo de gente carrancuda, se agarrando às cadeiras, com os dedos crispados.
Este recém-chegado provavelmente sairia correndo, talvez murmurando: “Pensei que pudesse
largar as drogas e ser feliz”.
Felizmente nossos recém-chegados geralmente encontram um grupo de rostos amigáveis e
sorridentes, que obviamente estão bastante contentes com a vida que encontraram em Narcóticos
Anônimos. Isto traz muita esperança! Um recém-chegado, cuja vida tem sido mortalmente séria,
se sente fortemente atraído por uma atmosfera de riso e relaxamento. Vindo de um lugar onde
tudo é levado exageradamente a sério, onde o desastre espera a cada esquina, é bem-vindo o
alívio de entrar em uma sala e encontrar pessoas que geralmente não levam a si mesmas tão a
sério e que estão prontas para algo maravilhoso.
Aprendemos a ficar mais leve em recuperação. Rimos do absurdo que é nossa adicção.
Nossas reuniões – aquelas cheias de ruídos vivos e alegres de café coando, cadeiras arrastando
e adicto rindo – são os locais de encontro onde nós damos as primeiras boas-vindas a nossos
recém-chegados e fazemos com que saibam que agora, sim, estamos nos divertindo.

Só por hoje: Eu posso rir de mim mesmo. Posso receber uma piada. Vou ficar leve e me divertir
hoje.
Transformar tumulto em paz 7 de maio

“Com o mundo em tamanho tumulto, sinto que fui abençoado por estar onde estou”.

Basic Text, p 155*


Alguns dias nem precisamos assistir às notícias, tantas são as histórias de violência e
barbaridades que escutamos. Quando usávamos, muitos de nós nos acostumamos com a
violência. Através da neblina de nossa adicção, raramente nos incomodamos muito com o estado
do mundo. Agora que estamos limpos, porém, muitos de nós descobrimos que somos
particularmente sensíveis ao mundo a nosso redor. Como pessoas em recuperação, o que
podemos fazer para torná-lo um mundo melhor?
Quando estamos transtornados pelo tumulto de nosso mundo, podemos encontrar conforto
na oração e meditação. Quando parece que tudo está de cabeça para baixo, o contato com nosso
Poder Superior pode ser nossa calmaria no meio de qualquer tempestade. Quando estamos
concentrados em nosso caminho espiritual, podemos responder a nossos medos com paz. E ao
viver pacificamente, convidamos um espírito de paz a entrar em nosso mundo. Como pessoas
em recuperação, podemos contribuir para uma mudança positiva ao dar o melhor de nós para
praticar os princípios de nosso programa.

Só por hoje: Eu vou aumentar a paz no mundo ao viver, falar e agir de modo pacífico em minha
própria vida.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


8 de maio Ensinável

"Aprendemos que é normal não termos todas as respostas, pois, assim,


podemos ser ensinados e aprender a viver a nossa nova vida com sucesso.”

Texto Básico, p. 104

De certo modo, a adicção é uma grande mestra. E, se não ensinar mais nada, ao menos nos
ensinará humildade. Dizem que a melhor idéia que já tivemos foi chegar em NA. Agora que
chegamos, estamos aqui para aprender.
A Irmandade de NA é um ambiente de aprendizagem maravilhoso para o adicto em
recuperação. Não precisamos nos sentir idiotas nas reuniões. Em vez disso, encontramos outros
que estiveram exatamente onde estivemos e que encontraram uma saída. Tudo que temos que
fazer é admitir que não temos todas as respostas e, então, escutar quando outros compartilham
o que mais funcionou para eles.
Como adictos em recuperação e como seres humanos, temos muito que aprender. Outros
adictos – e outros seres humanos – têm muito o que nos ensinar sobre o que funciona e o que
não. Enquanto pudermos ser ensinados, tiraremos proveito da experiência de outros.

Só por hoje: Eu vou admitir que não tenho todas as respostas. Vou ver e escutar as experiências
de outros para obter as respostas de que preciso.
Escreva! 9 de maio

“Nós nos sentamos com um bloco, pedimos orientação,


pegamos a caneta e começamos a escrever”.

Texto Básico, p. 32

Quando estamos confusos ou com dor, nosso padrinho ou madrinha, às vezes, nos diz para
“escrever sobre isso”. Embora possamos resmungar enquanto procuramos o caderno, sabemos
que irá ajudar. Ao colocar tudo no papel, nos damos à oportunidade de procurar o que está nos
incomodando. Sabemos que o podemos chegar ao fundo de nossa confusão e descobrir o que
está realmente causando dor quando começamos a escrever.
Escrever pode ser recompensador, especialmente quando trabalhamos através dos passos.
Muitos membros mantêm um diário. Apenas pensar sobre os passos, ponderando seu significado
e analisando seu efeito, não é suficiente para muitos de nós. Há alguma coisa sobre o ato físico
que ajuda a fixar os princípios da recuperação em nossas mentes e corações.
As recompensas que encontramos através do simples ato de escrever são muitas. Clareza
de pensamento, chaves para lugares trancados dentro de nós e voz da consciência é apenas
algumas. Escrever nos ajuda a sermos honestos conosco. Nos sentamos, acalmamos nossos
pensamentos e escutamos nossos corações. O que ouvimos na quietude são as verdades que
colocamos no papel.

Só por hoje: Uma das maneiras pela qual eu posso buscar a verdade em recuperação é
escrevendo. Vou escrever sobre minha recuperação hoje.
10 de maio Prontificando-se inteiramente

"(...) e olhamos bem o que estes defeitos estão fazendo nas nossas vidas.
Começamos a ansiar pela nossa libertação desses defeitos”.

Texto Básico, p. 37

Prontificar-se inteiramente a ter nossos defeitos de caráter removidos pode ser um longo
processo, muitas vezes acontecendo durante o curso de uma vida inteira. Nosso estado de
prontidão cresce em proporção direta a nossa consciência destes defeitos e da destruição que
causam.
Podemos ter dificuldades em ver a devastação que nossos defeitos estão infligindo em
nossas vidas e nas vidas daqueles que estão à nossa volta. Se este é o caso, faremos bem em
pedir que nosso Poder Superior revele estas falhas que se colocam no caminho do nosso
progresso.
Ao abrir mão de nossas imperfeições e perceber a diminuição de sua influência, vamos notar
que um Deus amoroso substitui estes defeitos com características positivas. Onde tínhamos
medo, encontramos coragem. Onde éramos egoístas, encontramos generosidade. Nossas ilusões
a nosso respeito deram lugar à honestidade e auto-aceitação.
Sim, prontificar-se inteiramente significa que vamos mudar. Cada nível novo de prontidão
traz novas dádivas. Nosso modo de ser se transforma e logo descobrimos que nossa prontidão
não é mais impulsionada somente pela dor, mas também por um desejo de crescer
espiritualmente.

Só por hoje: Eu vou aumentar meu estado de prontidão, ficando mais consciente de minhas
imperfeições.
Equilibrando a balança 11 de maio

“Muitas das nossas principais preocupações e dificuldades maiores vêm


da nossa inexperiência de viver sem drogas. Muitas vezes, quando
perguntamos a alguém com mais tempo de programa o que devemos
fazer, ficamos surpresos com a simplicidade da resposta”.

Texto Básico, p. 46

Encontrar equilíbrio em recuperação é como pesar areia em uma balança. O objetivo é ter
a mesma quantidade de areia nos dois pratos da balança, alcançando um equilíbrio de peso.
Fazemos a mesma coisa em recuperação. Apoiados na estrutura de nosso tempo limpo e
nos Doze Passos, tentamos distribuir emprego, responsabilidades domésticas, amigos, afilhados,
relacionamentos, reuniões e serviço em pesos iguais para que a balança se equilibre. Nossa
primeira tentativa poderá desestabilizar nosso equilíbrio pessoal. Podemos descobrir que, por
causa de nosso envolvimento demasiado no serviço, perturbamos nosso empregador ou nossa
família. Mas, quando tentamos corrigir este problema ao abrir mão de todo o serviço em NA de
uma vez, o outro lado da balança fica desequilibrado.
Podemos pedir ajuda de membros que estabilizam suas balanças. Estas pessoas são fáceis
de reconhecer. Elas se revelam serenas, compostas e seguras. Ao reconhecer nosso dilema, elas
irão sorrir e partilhar como ficaram mais calmas, acrescentando apenas alguns grãos de areia por
vez a cada lado da balança, sendo recompensadas com o equilíbrio da recuperação.

Só por hoje: Eu busco equilíbrio em minha vida. Hoje pedirei que outros partilhem sua
experiência em encontrar este equilíbrio.
12 de maio Vivendo com experiências espirituais

"...para a meditação ter algum valor, os resultados


deverão ser sentidos nas nossas vidas cotidianas.”

Texto Básico, p. 51

Trabalhando nosso programa, temos recebido muitas indicações indiretas da presença de


um Poder Superior em nossas vidas: o sentimento de limpeza que muitos de nós experimentaram
ao praticar o Quinto Passo; o sentimento que estamos finalmente no caminho certo, quando
fazemos reparações; a satisfação que encontramos de ajudar um outro adicto. A meditação,
porém, às vezes nos traz indicações extraordinárias da presença de Deus em nossas vidas. Estas
experiências não significam que nos tornamos perfeitos ou que estamos “curados”. São amostras
que nos são dadas da própria fonte de nossa recuperação, nos lembrando da verdadeira natureza
do que estamos procurando em Narcóticos Anônimos e nos encorajando a continuar em nosso
caminho espiritual.
Experiências assim nos demonstram, sem dúvida, que encontramos um Poder muito maior
que o nosso. Mas como incorporaremos este Poder extraordinário em nossas vidas comuns?
Nossos amigos de NA, nosso padrinho ou madrinha e outros em nossas comunidades podem ser
mais experientes em questões espirituais do que nós. Se pedirmos, eles podem nos ajudar a
ajustar nossas experiências espirituais ao padrão normal da recuperação e do crescimento
espiritual.

Só por hoje: Eu vou procurar quaisquer respostas de que posso precisar para entender minhas
experiências espirituais e incorporá-las em minha vida diária.
Continuando na jornada 13 de maio

“A progressão da recuperação é uma jornada contínua e ascendente”.

Texto Básico, p. 90

Quanto mais nos mantemos limpos, tanto mais nosso caminho parece tornar-se íngreme
e estreito. Mas Deus não nos dá mais do que podemos suportar. Não importa quão difícil e
estreita fica a estrada, quão tortuosas são as curvas, há esperança. Esta esperança está em nosso
crescimento espiritual.
Se continuarmos a aparecer nas reuniões e a nos mantermos limpos, a vida se torna...
bem... diferente. A busca contínua por respostas aos altos e baixos da vida pode nos levar a
questionar todos os aspectos de nossas vidas. A vida não é sempre agradável. É neste momento
que temos que nos dirigir a nosso Poder Superior com mais fé ainda. Às vezes, tudo que podemos
fazer é nos segurar firmemente, acreditando que as coisas vão melhorar.
Em tempo, nossa fé produzirá compreensão. Começaremos a ter uma “visão maior” de
nossas vidas. Quando nosso relacionamento com nosso Poder Superior se desenvolve e
aprofunda, a aceitação se torna quase instintiva. Não importa o que aconteça, à medida que
caminhamos através da recuperação, nós confiamos em nossa fé em um Poder Superior amoroso
e continuamos em frente.

Só por hoje: Eu aceito que não tenho todas as respostas para as questões da vida. Portanto, terei
fé no Deus de minha compreensão e continuarei na jornada da recuperação.
14 de maio Opa!

“Insanidade é repetir os mesmos erros, esperando resultados diferentes”.

Texto Básico, p. 25

Erros! Todos nós sabemos como nos sentimos ao cometê-los. Muitos de nós sentimos que
nossas vidas inteiras têm sido um erro. Freqüentemente consideramos nossos erros com
vergonha ou culpa – no mínimo, frustração e impaciência. Temos a tendência de ver os erros
como uma prova de que ainda somos doentes, loucos, estúpidos ou danificados demais para nos
recuperar.
Na verdade, os erros são uma parte bastante vital e importante do fato de sermos humanos.
Para pessoas particularmente teimosas, (como os adictos), os erros são muitas vezes nossos
melhores professores. Não há vergonha em cometer erros. De fato, cometer novos erros
freqüentemente mostra nossa vontade de nos arriscar e crescer.
Porém, aprender com nossos erros nos ajuda; repetir os mesmos pode ser um sinal de que
estamos parados. E esperar resultados diferentes dos mesmos velhos erros, bem, isto é o que
chamamos “insanidade”. Simplesmente não funciona.

Só por hoje: Erros não são tragédias. Mas por favor, Poder Superior, me ajude a aprender com
eles!
Medo do Quarto Passo 15 de maio

“À medida que nos aproximamos deste passo, a maioria de nós teme que
haja um monstro dentro de nós que, se for libertado, irá nos destruir”.

Texto Básico, p. 29

A maioria de nós fica apavorada de olhar para nós mesmos, de sondar nosso interior.
Temos medo de que, se examinarmos nossas ações e motivos, encontraremos um poço escuro e
sem fundo, cheio de egoísmo e ódio. Mas, ao praticar o Quarto Passo, descobrimos que esses
medos eram infundados. Somos humanos, como todo mundo – nem mais nem menos.
Todos nós temos traços de personalidade dos quais não somos especialmente orgulhosos.
Num dia ruim, podemos pensar que nossas falhas são piores do que as de qualquer um. Teremos
momentos em que duvidaremos de nós mesmos. Questionaremos nossos motivos. Podemos até
questionar nossa própria existência. Mas, se pudéssemos ler as mentes de nossos companheiros,
encontraríamos os mesmos conflitos. Não somos melhores nem piores do que ninguém.
Nós só podemos mudar o que reconhecemos e entendemos. Em vez de continuar a temer
o que está enterrado dentro de nós, podemos colocar isto pra fora. Não estaremos mais
amedrontados e nossa recuperação florescerá à plena luz da autoconsciência.

Só por hoje: Eu tenho medo do que não conheço. Vou expor meus medos e deixá-los
desaparecer.
16 de maio A vontade de Deus nosso Poder Superior

"A vontade de Deus para nós torna-se a nossa a própria verdadeira vontade.”

Texto Básico, p. 52

Os Doze Passos são uma passagem para nosso despertar espiritual. Este despertar toma a
forma de um relacionamento que se desenvolve com um Poder Superior amoroso. A cada passo,
fortalecemos este relacionamento. Ao continuar a trabalhar os passos, o relacionamento cresce,
tornado-se cada vez mais importante em nossas vidas.
No decorrer do trabalho dos passos, tomamos a decisão pessoal de deixar que um Poder
Superior amoroso nos oriente. Esta orientação está sempre disponível; precisamos apenas de
paciência para buscá-la. Freqüentemente, esta orientação se manifesta na sabedoria interior que
chamamos de nossa consciência.
Quando abrimos nosso coração a ponto de sentir a orientação de nosso Poder Superior,
experimentamos uma tranqüila serenidade. Esta paz é o farol que nos guia através de nossos
sentimentos tumultuados, oferecendo uma direção clara quando nossas mentes estão inquietas e
confusas. Ao buscar e seguir a vontade de Deus em nossas vidas, encontramos o contentamento
e a alegria que, freqüentemente, se afasta de nós quando atuamos só por nossa conta. O medo
ou a dúvida pode nos contaminar quando tentamos levar adiante a vontade de nosso Poder
Superior, mas aprendemos a confiar no momento de clareza. Nossa maior alegria consiste em
seguir a vontade de nosso Deus amoroso.

Só por hoje: Eu vou procurar fortalecer meu relacionamento com meu Poder Superior. Sei por
experiência que o conhecimento da vontade de meu Poder Superior me oferecerá um sentido de
clareza, orientação e paz.
Defeitos 17 de maio

“Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus


removesse todos estes defeitos de caráter ”.

Passo Seis

Depois do Quinto Passo, muitos de nós gastam algum tempo considerando “a natureza
exata de nossas falhas” e seu papel em nos fazer quem éramos. Por exemplo, como seria nossa
vida sem arrogância?
Certamente a arrogância nos afastou de nossos companheiros, evitando que gostássemos
e aprendêssemos com eles. Mas a arrogância também serviu para levantar nosso ego, quando
nossa auto-estima estava criticamente baixa. Que vantagem poderíamos obter se nossa
arrogância fosse removida e que apoio nos restaria?
Sem a arrogância, estaríamos um passo mais perto de ser devolvidos a nosso devido lugar
entre os outros. Seríamos capazes de apreciá-los como iguais, sua companhia, sua sabedoria e
seus desafios. Se quiséssemos, o apoio e a orientação poderiam vir do cuidado oferecido a nós
por nosso Podre Superior; “a baixa auto-estima” deixaria de ser um problema.
Um a um, examinamos nossos defeitos de caráter e descobrimos que todos eles eram
imperfeições – e por isso eram chamados defeitos. Estamos inteiramente prontos a deixar que
Deus remova todos eles? Sim.

Só por hoje: Eu vou examinar minuciosamente todos os meus defeitos de caráter para descobrir
se estou pronto a deixar que o Deus de minha compreensão os remova.
Amigos e reparações –
18 de maio mantendo a simplicidade

"Fizemos reparações diretas a tais pessoas, sempre que possível,


exceto quando fazê-lo pudesse prejudicá-las ou a outras”.

Passo Nove

Em todo relacionamento nem sempre lidamos com as coisas da maneira que esperávamos.
Mas as amizades não têm que terminar quando cometemos erros; pelo contrário, podemos fazer
reparações. Se estivermos sinceramente dispostos a aceitar as responsabilidades envolvidas na
amizade e fizermos as reparações que devemos, estas amizades podem sempre se tornar mais
fortes e ricas do que nunca.
Fazer reparações é simples. Nos aproximamos da pessoa que prejudicamos e dizemos: “Eu
estava errado”. Algumas vezes evitamos chegar a este ponto, nos esquivando de admitir nossa
própria responsabilidade no assunto. Mas isto frustra a intenção do Nono Passo. Para fazer
reparações efetivas, temos que ser simples: admitimos nossa parte e deixamos acontecer.
Vai haver momentos em que nossos amigos não aceitarão nossas reparações. Talvez
precisem de tempo para pensar no que ocorreu. Se for este o caso, temos que lhes dar este tempo.
Na realidade, nós é que estávamos no erro, não eles. Fizemos nossa parte; o resto está fora de
nosso alcance.

Só por hoje: Eu quero ser um amigo responsável. Eu vou lutar para manter a simplicidade
quando fizer reparações.
Um inventário de crescimento 19 de maio

“Examinamos nossa atuação passada e nosso comportamento presente,


para ver o que queremos manter e o que queremos descartar”.

Texto Básico, p. 31

Quando o dia está chegando ao fim, muitos de nós refletimos sobre as 24 horas passadas
e consideramos como podemos viver de outra maneira no futuro. É fácil para nossos
pensamentos permanecerem ligados ao prático: trocar o óleo do carro, limpar a sala ou esvaziar
o cesto de lixo. Algumas vezes é preciso um esforço especial para nos libertar dos pensamentos
do dia-a-dia e entrar em um pensamento mais elevado.
Uma simples pergunta pode nos colocar neste caminho mais elevado: o que pensamos
que nosso Poder Superior quer para nós amanhã? Talvez precisemos melhorar nosso contato
com o Deus de nossa compreensão. Talvez estejamos desconfortáveis em nosso trabalho ou
relacionamento, permanecendo apenas por medo. Podemos estar escondendo algum defeito de
caráter problemático, receosos de partilhá-lo com nosso padrinho/madrinha. A pergunta é: em
que partes de nossas vidas queremos realmente crescer?
No fim de cada dia, descobrimos o benefício de dedicar alguns momentos a nosso Poder
Superior. Podemos começar a refletir no que mais irá beneficiar nosso programa de crescimento
espiritual no dia seguinte. Pensamos sobre áreas nas quais recentemente crescemos e sobre áreas
que ainda requerem trabalho. Existe maneira mais adequada para terminar o dia?

Só por hoje: Eu vou dedicar algum tempo no final do dia para me comunicar com meu Poder
Superior. Vou rever o dia que passou e meditar sobre o que está entre mim e a vontade de meu
Poder Superior para minha vida.
20 de maio Saindo do isolamento

"Damos por nós fazendo coisas que nunca pensamos fazer,


e gostando de fazê-las”.

Texto Básico, p. 111

A adicção ativa nos manteve isolados pro muitos motivos. No início, evitamos família e
amigos para que eles não percebessem que estávamos usando. Alguns de nós evitamos todos os
não adictos, temendo lições de moral e repercussões legais. Depreciamos as pessoas que tinham
vidas “normais” com família e passatempos; nós os chamávamos de “caretas”, acreditando que
nunca poderíamos gostar dos prazeres simples da vida. Chegamos até evitar outros adictos, pois
não queríamos dividir nossas drogas. Nossas vidas se limitaram e nossas idéias se restringiram
à manutenção diária de nossa doença.
Hoje, nossas vidas são muito mais plenas. Apreciamos atividades com outros adictos em
recuperação. Temos tempo para nossas famílias. E descobrimos muitas outras buscas que nos
dão prazer. Que diferença do passado! Podemos viver a vida em plenitude, como aquelas pessoas
“normais” que depreciávamos. O prazer voltou a nossas vidas, um presente da recuperação.

Só por hoje: Eu posso descobrir prazer nas coisas simples de minha vida diária.
Continue voltando! 21 de maio

“As reuniões não só nos mantém em contato com o que passamos, como também
nos aproxima de onde podemos chegar na nossa recuperação, principalmente”.

Texto Básico, p. 60

De várias maneiras, adictos são diferentes. Quando nós viemos para Narcóticos
Anônimos, descobrimos outros como nós mesmos, pessoas que nos entenderam e que podíamos
entender. Não precisávamos mais nos sentir como extraterrestres, estranhos onde quer que
fôssemos. Nós nos sentíamos em casa nas reuniões de NA, entre amigos.
Não deixamos de ser adictos depois que ficamos limpos durante algum tempo. Ainda
precisamos nos identificar com os outros adictos. Continuamos vindo às reuniões de NA para
não esquecer quem somos, de onde viemos e para onde estamos indo. Cada reunião nos lembra
que nunca seremos bem-sucedidos em usar drogas. Cada reunião nos lembra que nunca
estaremos curados, mas que, praticando os princípios do programa, poderemos nos recuperar. E
cada reunião nos oferece a experiência e o exemplo de outros adictos em recuperação.
Nas reuniões, vemos como pessoas diferentes trabalham seu programa e como os
resultados são aparentes em suas vidas. Se quisermos as vidas que vemos os outros vivendo,
podemos descobrir o que eles têm feito para chegar onde estão. As reuniões de Narcóticos
Anônimos nos oferecem identificação com o lugar de onde viemos e o lugar aonde podemos
chegar – identificação sem a qual não podemos continuar e que não encontramos em nenhum
outro lugar. Isto nos faz continuar voltando.

Só por hoje: Eu vou freqüentar uma reunião de NA para me lembrar de quem sou, de onde vim
e aonde posso chegar em minha recuperação.
22 de maio Sintomas de um despertar espiritual

"Os passos conduzem a um despertar de natureza espiritual


Este despertar é demonstrado pelas mudanças nas nossas vidas”.

Texto Básico, p. 53

Sabemos como reconhecer a doença da adicção. Seus sintomas são inconfundíveis. Além
de um incontrolável apetite por drogas, aqueles que sofrem exibem um comportamento
egocêntrico e egoísta. Quando nossa adicção estava no auge de sua atividade, obviamente
estávamos sofrendo muito. Inexoravelmente, nos julgávamos e julgávamos os outros, e
gastávamos a maior parte de nosso tempo nos preocupando ou tentando controlar os resultados.
Assim como a doença da adicção se evidencia através de sintomas específicos, também o
despertar espiritual se manifesta através de certos sinais óbvios em um adicto em recuperação.
Podemos observar a tendência para pensar e agir espontaneamente, uma perda de interesse em
julgar e interpretar as ações dos outros, uma inconfundível capacidade de aproveitar cada
momento, freqüentemente sorrindo.
Se virmos alguém exibindo sintomas de um despertar espiritual, devemos estar cientes de
que este despertar é contagiante. Nossa melhor atitude é ficar perto destas pessoas. Quando
começarmos a ter episódios freqüentes e irresistíveis de gratidão, uma receptividade maior ao
amor oferecido por nossos companheiros e um desejo incontrolável de retribuir este amor iremos
perceber que nós, também, tivemos um despertar espiritual.

Só por hoje: Meu desejo mais forte é ter um despertar espiritual. Eu vou prestar atenção a seus
sintomas e me regozijar quando os descobrir.
Padrinhos e reparações 23 de maio

“Queremos nos livrar da nossa culpa, mas não


queremos fazê-lo à custa de outra pessoa”.

Texto Básico, p. 43

Vamos admitir: a maioria de nós deixou um rastro de destruição e prejudicou qualquer


um que tenha passado em seu caminho. Algumas pessoas que mais machucamos em nossa
adicção foram às pessoas que mais amamos. Em um esforço para nos livrar da culpa que
sentimos pelo que fizemos, podemos ser tentados a partilhar com essas pessoas amadas detalhes
horríveis, coisas que seria melhor não dizer. Estas revelações podem trazer muitos danos e fazer
pouco bem.
O Nono Passo não consiste em aliviar nossas consciências culpadas e, sim, em assumir a
responsabilidade pelos erros que cometemos. Trabalhando nosso Oitavo e Nono Passos,
devemos procurar a orientação de nosso padrinho/madrinha e reparar nossos erros de modo que
isto não nos leve a mais reparações. Não estamos apenas procurando libertação do remorso –
estamos procurando libertação de nossos defeitos. Não queremos nunca mais causar danos a
nossas pessoas amadas. Uma maneira de nos assegurar que não vamos fazê-lo é trabalhar a
responsabilidade do Nono Passo, verificando nossos motivos e discutindo com nosso
padrinho/madrinha as reparações que planejamos, antes de fazê-las.

Só por hoje: Eu desejo aceitar a responsabilidade por meus atos. Antes de fazer qualquer
reparação, eu vou falar com meu padrinho.
24 de maio Correndo o risco de ser vulnerável

"Enquanto crescemos, aprendemos a superar a tendência de fugir


e nos esconder de nós mesmos e dos nossos sentimentos”.

Texto Básico, p. 92

Para não ficar vulneráveis, muitos de nós desenvolveram hábitos que mantinham os outros
a uma distância segura. Estes padrões de isolamento emocional podem nos dar a sensação de
que estamos irremediavelmente presos atrás de nossas máscaras. Costumávamos assumir riscos
em nossas vidas, agora podemos assumir riscos com nossos sentimentos. Através da partilha
com outros adictos, aprendemos que não somos os únicos. Como estamos em boa companhia,
não nos tornamos excessivamente vulneráveis simplesmente por deixar que os outros nos
conheçam. Trabalhando os Doze Passos do Programa de NA, crescemos e mudamos. Não mais
queremos ou precisamos nos esconder. Nos foi oferecida à oportunidade de largar a camuflagem
emocional que desenvolvemos para sobreviver a nossa adicção ativa.
Revelando-nos para os outros, corremos o risco de nos tornar vulneráveis, mas a recompensa
vale o risco. Com a ajuda de nosso padrinho e outros adictos em recuperação, aprendemos a
expressar nossos sentimentos honesta e abertamente. Em troca, nos tornamos preenchidos e
encorajados pelo amor incondicional de nossas companhias. À medida que praticamos os
princípios espirituais, achamos força e liberdade em nós mesmos e naqueles que nos cercam.
Somos libertados para ser nós mesmos e desfrutar a companhia de nossos companheiros adictos.

Só por hoje: Eu vou partilhar franca e honestamente com outros adictos em recuperação. Vou
correr o risco de me tornar vulnerável, celebrarei ser eu mesmo e minha amizade com outros
membros de NA. Eu vou crescer.
“Bons” e “maus” sentimentos 25 de maio

“Muitas coisas acontecem em um dia, tanto negativas quanto


positivas. Se não nos damos tempo para apreciar ambas,
podemos estar perdendo o que nos ajudaria a crescer”.

IP Nº 8, “Só por hoje”

A maioria de nós parece inconscientemente julgar o que acontece a cada dia em nossas
vidas como bom ou ruim, sucesso ou fracasso. Tendemos a nos sentir felizes com as coisas
“boas” e aborrecidos, frustrados ou culpados com as “ruins”. Sentimentos bons e ruins, na
verdade, pouco têm a ver com o que é bom ou ruim para nós. Podemos aprender mais com o
fracasso do que com o sucesso, especialmente se o fracasso vem de termos assumido um risco.
Associar juízo de valor a nossas reações emocionais nos prende a nossa antiga maneira
de pensar. Podemos mudar nossa maneira de pensar sobre os incidentes do cotidiano, vendo-os
com oportunidade de crescimento, não como bons ou ruins. Nosso Décimo Passo diário é uma
excelente ferramenta para aliviar os eventos do dia e aprender tanto com sucessos quanto com
fracassos.

Só por hoje: Foi-me oferecida uma oportunidade para aplicar os princípios de recuperação e
para aprender a crescer. Quando aprendo com os eventos da vida, sou bem sucedido.
26 de maio O poder do grupo

"A nossa compreensão de um Poder Superior fica a nosso critério. (...)


Podemos [chamá-lo de grupo, programa] ou podemos chamá-lo de Deus ”.

Texto Básico, p. 26

Muitos de nós tivemos dificuldade com a idéia de um Poder Superior até que aceitamos
completamente a profundidade de nossa impotência perante a adicção. Uma vez que aceitamos,
muitos de nós estão no mínimo dispostos a considerar a procura de ajuda de algum Poder maior
que nossa doença. A primeira mostra prática que muitos de nós tivemos deste tipo de Poder é
no grupo de NA. Talvez seja onde devemos começar a desenvolver nossa própria compreensão
de Deus.
Uma evidência do Poder no grupo é o amor incondicional mostrado quando membros de
NA ajudam uns aos outros sem expectativas de recompensa. A experiência coletiva do grupo
em recuperação, por si só, é um Poder maior que nós mesmos, porque o grupo tem um
conhecimento prático do que funciona e não funciona. E o fato dos adictos continuar voltando
às reuniões de NA, dia após dia, é a demonstração da presença de um Poder Superior, de uma
força atrativa e protetora que ajuda o adicto ficar limpo e crescer.
Todas estas coisas são evidências de um Poder que pode ser encontrado nos grupos de NA,.
Quando olhamos ao redor com mente aberta, cada um de nós estará apto a identificar outros
sinais deste Poder. Não importa se o chamarmos de Deus, Poder Superior ou qualquer outra
coisa – desde que descubramos a maneira de incorporá-lo em nossas vidas diárias.

Só por hoje: Eu vou abrir meus olhos e minha mente para os sinais do Poder que existe em meu
grupo de NA. Eu vou evocar este Poder para me ajudar a ficar limpo.
Enfrentado o desafio do dia 27 de maio

“(...) a decisão de pedir ajuda a Deus é a nossa


maior fonte de força e coragem” .

Texto Básico, p. 28

O desafio é algo que nos impulsiona para o sucesso. Coisas novas e desconhecidas servem
como desafios, tanto as que nos parecem boas quanto as ruins. Somos desafiados por obstáculos
e oposições internos e externos. Coisas novas e difíceis, obstáculos e oposições, são todos parte
da “vida como ela é”. Viver limpo significa aprender a lidar com desafios.
Muitos de nós, consciente ou inconscientemente, tomamos drogas para evitar lidar com
desafios. Muitos de nós temíamos tanto o fracasso quanto o sucesso. Cada vez que abrimos mão
do desafio do dia, sofremos uma perda de auto-estima. Alguns de nós usamos drogas para
mascarar a vergonha que sentíamos. Cada vez que fizemos isto, nos tornamos menos capazes de
lidar com nossos desafios e mais propensos ao uso.
Trabalhando o Programa de NA, descobrimos as ferramentas de que precisávamos para
enfrentar com sucesso qualquer desafio. Viemos a acreditar em um Poder maior que nós
mesmos, um Poder que cuida de nossa vontade e de nossas vidas. Pedimos a este Poder para
remover nossos defeitos de caráter, aquelas coisas que fizeram nossas vidas incontroláveis.
Tomamos medidas para melhorar nosso contato consciente com este Poder Superior. Através
dos passos nos foi dada a capacidade de parar de usar drogas e começar a viver.
Cada dia, nos defrontamos com novos desafios. E cada dia, através do trabalho de nosso
programa de recuperação, estamos recebendo a graça de enfrentar estes desafios.

Só por hoje: Eu vou pedir ajuda a meu Poder Superior para ajudar-me a enfrentar cara a cara o
desafio de hoje.
28 de maio Como nós O compreendemos

“Examinamos nossas vidas e descobrimos quem somos


realmente. Somos verdadeiramente humildes quando
aceitamos e tentamos, honestamente, ser quem somos”.

Texto Básico, p. 38

Quando adictos na ativa, as experiências de nossa doença determinavam nossa


personalidade. Poderíamos ser quem fosse ou o que fosse que precisássemos ser, para obter
nossa “dose”. Éramos máquinas de sobrevivência, adaptando-nos facilmente a cada
circunstância da vida de ativa, como usuários de drogas.
Uma vez iniciada nossa recuperação, entramos em uma nova e diferente vida. Muitos de nós
não tínhamos idéia de qual era o comportamento apropriado para determinada situação. Muitos
de nós não sabíamos como falar com pessoas, como nos vestir, ou como nos comportar em
público. Não podíamos ser nós mesmos, porque não sabíamos mais quem éramos.
Os Doze Passos nos oferecem um método simples para descobrir que realmente somos.
Revelamos nossas qualidades e nossos defeitos, as coisas de que gostamos sobre nós mesmos e
as coisas que não nos entusiasmam. Através da força de recuperação dos Doze Passos,
começamos a entender que somos indivíduos, criados para ser quem somos por um Poder
Superior assim como nós O compreendemos. A verdadeira recuperação começa quando
entendemos que, se nosso Poder Superior nos criou desta maneira, é porque deve ser bom ser
quem realmente somos.

Só por hoje: Trabalhando os passos, posso experimentar a liberdade de ser eu mesmo, a pessoa
que meu Poder Superior quer que eu seja.
Guia-me 29 de maio

“Acreditamos que o nosso Poder Superior cuidará de nós” .

Texto Básico, p. 62

Todos temos momentos em que nossas vidas parecem estar desmoronando. Existem dias,
ou até mesmo semanas, em que tudo que pode dar errado está dando errado. Na perda de um
emprego, na morte de uma pessoa querida ou no fim de um relacionamento, duvidamos que
iremos sobreviver às mudanças que estão acontecendo em nossas vidas.
É durante os momentos em que o mundo está caindo a nosso redor que encontramos
nossa fé maior em um Poder Superior amantíssimo. Nenhum ser humano poderia aliviar nosso
sofrimento; sabemos que somente a proteção de Deus pode oferecer o conforto que procuramos.
Sentimo-nos quebrados, mas continuamos, sabendo que nossas vidas serão recuperadas.
À medida que progredimos em recuperação e cresce nossa fé em nosso Poder Superior,
temos a certeza de receber os momentos dificuldade com esperança, apesar da dor que podemos
estar sentindo. Não precisamos nos desesperar, pois sabemos que a proteção de nosso Poder
Superior nos guiará quando não pudermos caminhar sozinhos.

Só por hoje: Eu confiarei nos cuidados de Deus durante os momentos dolorosos, sabendo que
meu Poder Superior estará sempre presente.
30 de maio Solidão versus ser só

“Partilhando com os outros, não nos sentimos isolados e sozinhos”.

Texto Básico, p. 92

Há uma diferença entre estar sozinho e estar só. Estar só é um estado do coração, um vazio
que nos faz sentir tristes e algumas vezes sem esperança. A solidão nem sempre é aliviada
quando estamos em relacionamentos ou nos cercando de outros. Alguns de nós estão sós, mesmo
estando em uma sala cheia de pessoas.
Muitos de nós chegaram a Narcóticos Anônimos através de desesperada solidão de nossa
adicção ativa. Depois de freqüentar as reuniões, começamos a fazer novos amigos e,
freqüentemente, nossos sentimentos de solidão diminuem. Mas muitos de nós devem lutar com
a solidão através de nossa recuperação.
Qual é a cura para solidão? A melhor cura é começar um relacionamento com o Poder
Superior que pode ajudar a preencher o vazio de nossos corações. Achamos que,
quando temos uma crença em um Poder Superior, nunca precisamos nos sentir sós,. Podemos
estar sozinhos mais confortavelmente quando temos um contato consciente com um Deus de
nossa compreensão.
Freqüentemente encontramos profunda satisfação em nossas interações com os outros,
conforme progredimos em nossa recuperação. Percebemos também que, quanto mais perto
chegamos de nosso Poder Superior, menos precisamos de nos cercar dos outros. Começamos a
descobrir dentro de nós um espírito que é nossa companhia constante, ao continuar a explorar e
a aprofundar nosso contato com um Poder maior do que nós mesmos. Entendemos nossa ligação
espiritual com algo maior do que nós mesmos.

Só por hoje: Eu encontrarei bem estar em meu contato consciente com um Poder Superior. Eu
nunca estou sozinho.
Mantendo a simplicidade 31 de maio

“Não só vivemos um dia de cada vez, como também de


momento em momento. Quando paramos de viver aqui e
agora, nossos problemas são aumentados exageradamente”.

Texto Básico, p. 108

A vida quase sempre parece complicada de entender, especialmente para aqueles de nós
que nos esquivamos por tanto tempo. Quando paramos de usar drogas, muitos de nós ficamos
cara a cara com um mundo que era confuso, até mesmo aterrador. Olhar a vida e todos os seus
detalhes, tudo de uma vez, pode ser arrasador. Finalmente, pensamos que talvez não possamos
lidar com nossas vidas e que é inútil tentar. Estes pensamentos alimentam a si próprios e em
pouco tempo estamos paralisados diante da imagem complexa da vida.
Felizmente, não temos que resolver tudo ao mesmo tempo. Solucionar um problema
simples parece possível; então, enfrentamos um de cada vez. Nos ocupamos de cada momento
quando ele acontece e nos ocupamos do próximo momento quando ele chega. Aprendemos a
ficar limpo só por hoje, e cuidamos de nossos problemas da mesma maneira. Quando vivemos
a vida a cada momento, ela não parece tão terrível. Entre um momento e outro, podemos ficar
limpos e aprender a viver.

Só por hoje: Eu vou manter a simplicidade vivendo apenas este momento. Hoje, vou me ocupar
apenas com os problemas de hoje; vou deixar os problemas de amanhã para amanhã.
Junho
Meditação
Diária
Continue voltando 1º de junho

“Não temos que estar limpos quando chegamos aqui, mas, depois
da primeira reunião, sugerimos que os recém-chegados continuem
voltando e que voltem limpos. Não temos que esperar uma overdose
ou prisão para receber ajuda de Narcóticos Anônimos”.

Texto Básico, p. 11

Muitos poucos de nós chegaram a NA cheios de boa vontade. Alguns de nós estão aqui
porque foram obrigados a freqüentar as reuniões por ordem judicial. Alguns vieram para salvar
suas famílias. Alguns de nós fazem um esforço para salvar uma carreira que está à beira da ruína.
Não importa por que estamos aqui. Só importa que estamos.
Já ouvimos dizer que, “se trazemos o corpo, a mente acompanha”. Podemos vir para as
reuniões com má vontade. Podemos ser um desses que sentam no fundo da sala com os braços
cruzados, olhando fixa e ameaçadoramente para qualquer um que se aproxime. Talvez deixemos
a sala antes da oração final.
Mas, se continuarmos voltando, descobriremos que nossas mentes começaram a se abrir.
Começamos a baixar a guarda e a ouvir realmente quando os outros partilham. Começamos até
mesmo a ouvir alguém com quem podemos nos identificar. Começamos o processo de mudança.
Depois de algum tempo em NA, descobrimos que algo muito maior que nossas mentes
chegou nas salas de NA. Nossos corações também chegaram, o que é o mais importante. Depois
disso acontecer, o milagre realmente começa.

Só por hoje: Eu vou fazer um esforço para ouvir com a mente aberta o que escuto ser partilhado.
2 de junho Doente e cansado

“Queríamos uma saída fácil... Quando procurávamos


ajuda, queríamos apenas a ausência de dor”.

Texto Básico, p. 5

Alguma coisa não está funcionando. De fato, alguma coisa está errada há muito tempo, nos
causando sofrimento e complicando nossas vidas. O problema é que, num dado momento, nos
parece mais fácil continuar suportando o sofrimento de nossos defeitos do que nos submeter a
uma transformação de nosso modo de vida. Podemos querer nos livrar do sofrimento, mas
raramente estamos dispostos a fazer o que é necessário para remover a fonte de sofrimento de
nossas vidas.
Muito de nós procuramos a recuperação da adicção quando já estávamos “doentes e
cansados de estar cansados e doentes”. O mesmo é verdadeiro em relação à procrastinação dos
defeitos de caráter que carregamos ao longo de nossas vidas. Somente quando não podemos
continuar suportando nossos defeitos de caráter é que sabemos que o sofrimento da mudança
não pode ser tão ruim como o sofrimento em que estamos hoje, é que a maioria de nós estará
disposta a experimentar algo diferente.
Afortunadamente, os passos estão sempre aí, não importa o quanto estamos doentes e
cansados. A ironia disso é que , assim que tomamos a decisão de começar o processo dos Doze
Passos, percebemos que nossos temores não tinham fundamento. Os passos nos oferecem um
programa suave de mudanças, um passo de cada vez. Nenhum passo por si mesmo é tão
apavorante que não possamos trabalhá-lo. À medida que aplicamos os passos em nossas vidas,
vivenciamos uma mudança que nos liberta.

Só por hoje: Não importa o que me impeça de viver uma vida plena, feliz, sei que o programa
pode me ajudar a mudar, um passo de cada vez. Não preciso temer os Doze Passos.
Reparações diretas e indiretas 3 de junho

“Fazemos as nossas reparações o melhor que podemos”.

Texto Básico, p. 44

O Nono Passo nos diz para fazer reparações diretas sempre que possível. Nossa
experiência nos diz para acompanhar estas reparações diretas com mudanças duradouras em
nossas atitudes e nosso comportamento – isto é, com reparações indiretas.
Por exemplo, digamos que quebramos a janela de alguém porque estávamos com raiva.
Olhar comovedoramente nos olhos da pessoa cuja janela quebramos e nos desculpar não seria o
suficiente. Reparamos diretamente o erro que cometemos, admitindo-o e substituindo a janela –
consertamos o que estragamos.
Depois seguimos nossas reparações diretas com reparações indiretas. Se agimos com
raiva, quebrando a janela , examinamos os padrões de nosso comportamento e nossas atitudes.
Depois de consertar a janela quebrada, procuramos remediar nossas atitudes descontroladas
também –tratamos de “consertar nossos modos”. Modificamos nosso comportamento e fazemos
um esforço diário para não agirmos movidos pela raiva.
Fazemos reparações diretas consertando o estrago que causamos. Fazemos reparações
indiretas corrigindo as atitudes que nos levam a fazer o estrago, ajudando a assegurar que não
faremos mais estragos no futuro.

Só por hoje: Eu farei reparações diretas quando for possível. Também farei reparações indiretas,
“consertando meus modos”, mudando minhas atitudes e modificando meu comportamento.
4 de junho Construir e não destruir

“Nosso sentido negativo do eu tem sido substituído


por um interesse positivo nos outros”.

Texto Básico, p. 17

Espalhar fofocas alimenta uma fome obscura dentro de nós. Às vezes pensamos que a única
maneira de poder nos sentir bem é fazer alguém parecer pior através de uma comparação. Mas
o tipo de auto-estima que pode ser obtido do outro é vazio e não vale a pena.
Como, então, podemos lidar com nossa auto-estima negativa? Simples. Nós a substituímos
por um interesse positivo para com outros. Em vez de nos debater com nossa baixa auto-estima,
nos voltamos para aqueles a nosso redor e procuramos ser úteis a eles.
Esta pode parecer uma maneira de evitar o assunto, mas não é. Não há nada que possamos
fazer nos debatendo com nosso baixo conceito do eu, a não ser nos conduzirmos à aflição da
autopiedade. Mas, substituindo nossa autopiedade por um interesse ativo e amoroso pelos
outros, nos tornamos o tipo de pessoa que podemos respeitar.
A maneira de fortalecer nossa auto-estima não é destruindo os outros, mas ajudando-os a
crescer através do amor e de um interesse positivo. Para nos ajudar, podemos nos perguntar se
estamos contribuindo para o problema ou para a solução. Hoje, podemos optar por construir em
vez de destruir.

Só por hoje: Mesmo que esteja me sentindo por baixo, não preciso fazer alguém sofrer para me
fortalecer. Hoje, vou substituir meu lado negativo por um interesse positivo pelos outros. Eu
construirei, não destruirei.
Orações honestas 5 de junho

“Embora seja difícil de praticar, a honestidade é


extremamente recompensadora”.

Texto Básico, p. 104

Como achamos difícil ser honesto! Muitos de nós chegamos em NA tão confusos sobre
o que realmente aconteceu em suas vidas que, às vezes, demoram meses ou anos para pôr tudo
em ordem. A verdade sobre nossa história não é sempre como contávamos. Como podemos
começar a ser mais verdadeiro?
Muitos de nós acham mais fácil ser honestos nas orações. Com nossos companheiros de
adicção, às vezes parece que temos dificuldade em contar toda a verdade. Temos a nítida
impressão de que não seremos aceitos se deixarmos que os outros nos conheçam como realmente
somos. É difícil manter as imagens “mascaradas de indiferença e superioridade” que muitos de
nós apresentam. Na oração, encontramos uma aceitação de nosso Poder Superior que nos
permite abrir nossos corações com honestidade.
À medida que praticamos esta honestidade com o Deus de nossa compreensão,
freqüentemente notamos que gera um efeito em cadeia em nossos relacionamentos. Adotamos
o hábito de ser honesto. Começamos a exercer a honestidade quando compartilhamos nas
reuniões e trabalhamos com outros. Em troca, percebemos nossas vidas enriquecidas por
amizades cada vez mais profundas. Descobrimos até que podemos ser mais honestos com nós
mesmos; cada um de nós é a pessoa mais importante com quem devemos ser honestos.
A honestidade é uma qualidade que se desenvolve através da prática. Nem sempre é fácil
ser totalmente honesto, mas, quando começamos por nosso Poder Superior, descobrimos que é
mais fácil ser honesto com os outros.

Só por hoje: Eu serei honesto com Deus, comigo e com os outros.


A recuperação não acontece
6 de junho de um dia para o outro

“Os Doze Passos de Narcóticos Anônimos são um processo de


recuperação progressivo, implantado nas nossas vidas diárias”.

Texto Básico, p. 108

Depois de algum tempo em recuperação, deparamos com problemas pessoais, sentimentos


de raiva e desamparo que parecem insuportáveis.Quando percebemos o que está acontecendo,
podemos nos lamentar: “Mas eu estava me esforçando tanto. Pensei que estava...” Recuperado,
talvez? Dificilmente. Várias vezes ouvimos que a recuperação é um processo contínuo e que
jamais nos curamos. Porém, algumas vezes acreditamos que, se trabalharmos os passos e,
orarmos suficientemente, ou formos a muitas reuniões, possivelmente estaremos... B em, talvez
não curados, mas estamos alguma coisa!
E nós já estamos “alguma coisa”. Estamos nos recuperando – recuperando da adicção ativa.
Não importa com o que lidamos durante o processo dos passos, sempre haverá mais. O que nós
não lembrávamos ou o que não achávamos importante em nosso primeiro inventário, certamente
virá à tona mais tarde. Repetidas vezes voltaremos para o processo dos passos para lidar com o
que está incomodando. Quanto mais usarmos este processo, mais confiaremos nele, pois
veremos os resultados. Iremos da raiva e do ressentimento ao perdão, da negação à honestidade
e à aceitação, e da dor à serenidade.
A recuperação não acontece de um dia para o outro, e a nossa jamais estará completa. Mas
cada dia nos traz novas melhoras e a esperança de mais amanhãs.

Só por hoje: Eu farei o que puder para minha recuperação hoje e manterei a esperança no
processo contínuo da recuperação.
Alguém que acredita em mim 7 de junho

“Só por hoje terei fé em alguém de NA, que acredita em


mim e quer ajudar na minha recuperação”.

Texto Básico, p. 109

Nem todos chegaram em NA e ficam automaticamente limpos. Mas, se continuarmos


voltando, encontraremos em Narcóticos Anônimos o apoio de que precisamos para nossa
recuperação.Permanecer limpo fica mais fácil quando temos alguém que acredita em nós,
mesmo quando não acreditamos em nós mesmos.
Em NA, até aquele que mais recai normalmente tem alguém que apóia firmemente e está
sempre por perto, aconteça o que acontecer. É imprescindível que encontremos aquela pessoa
ou grupo de pessoas que acredita em nós. E, quando perguntarmos se algum dia ficaremos
limpos, eles responderão sempre: “Sim, você pode e você vai conseguir, se continuar voltando”!
Nós todos precisamos de alguém que acredite em nós, principalmente quando não
conseguimos acreditar em nós mesmos. Quando recaímos, comprometemos ainda mais nossa
autoconfiança já estraçalhada, e às vezes de tal forma que começamos a nos sentir
completamente desesperados. Em tais momentos, precisamos do apoio de nossos amigos leais
de NA. Eles nos dizem que esta pode ser nossa última recaída. Eles sabem por experiência que,
se continuarmos voltando às reuniões, nós possivelmente ficaremos limpos e permaneceremos
limpos.
É difícil para muitos de nós acreditar em nós mesmos. Mas, quando alguém nos ama
incondicionalmente, oferecendo apoio não importa quantas vezes tenhamos recaído, a
recuperação em NA se torna um pouco mais real para nós.

Só por hoje: Eu encontrarei alguém que acredita em mim. Acreditarei nele.


8 de junho O único requisito

“Este programa oferece esperança. Tudo o que você


precisa trazer consigo é o desejo de parar de usar e a
disposição de experimentar esta nova maneira de viver ”.

IP Nº 16, “Para o recém chegado”

De vez em quando imaginamos se estamos “fazendo a coisa certa” em Narcóticos


Anônimos. Estamos indo às reuniões o suficiente? Estamos usando nosso padrinho/madrinha,
ou trabalhando os passos, ou partilhando, ou lendo, ou vivendo da forma “correta”? Valorizamos
a Irmandade de adictos em recuperação – não saberíamos o que fazer sem ela. E se a forma em
que estamos praticando nosso programa estiver “errada”? Isso nos torna membros “ruins” de
NA?
Podemos diminuir nossas inseguranças revendo nossa Terceira Tradição, a qual nos
assegura que “o único requisito para ser membro é o desejo de parar de usar”. Não existe
nenhuma regra que diga que temos que freqüentar tantas reuniões ou essas reuniões em
particular, ou trabalhar “os passos” dessa forma, nessa velocidade, ou viver nossas vidas para
agradar a tais pessoas, com o objetivo de manter uma boa posição como membros de NA.
Mas também é verdade que, se desejamos o tipo de recuperação que vemos nos membros
que respeitamos, praticaremos o tipo de programa que tornou sua recuperação possível. Mas o
NA é uma Irmandade de liberdade; trabalhamos o programa da melhor maneira para nós e não
para os outros. O único requisito para ser membro é o desejo de parar de usar.

Só por hoje: Eu vou olhar o programa que estou praticando em favor de minha própria
recuperação. Vou praticar este programa da melhor forma que puder.
Os velhos sonhos não precisam morrer 9 de junho

“Sonhos perdidos despertam e surgem novas possibilidades”.

Texto Básico, p. 100

A maioria de nós teve sonhos quando era jovem. Quer tenhamos sonhado com carreiras
dinâmicas, uma enorme e amorosa família, ou viagens ao exterior, nossos sonhos terminaram
quando nossa adicção se instalou. Qualquer coisa que quiséssemos para nós foi jogada fora em
nossa procura pelas drogas. Nossos sonhos nunca foram além da próxima dose e da euforia que
esperávamos que ela trouxesse.
Agora em recuperação, descobrimos uma razão para ter esperança e que nossos sonhos
perdidos ainda possam vir a se realizar. Não importa quanto sejamos velhos, quanto nossa
adicção tenha nos prejudicado ou quão improvável isso possa parecer: liberta-nos da adicção
ativa nos dá a liberdade para buscar nossas ambições. Podemos descobrir que somos muito
talentosos para alguma coisa, ou achar um hobby que amamos, ou aprender que a continuação
de nossos estudos pode nos trazer extraordinárias recompensas.
Costumávamos usar a maior parte de nossa energia inventando desculpas e
racionalizações para nossas falhas. Hoje em dia, vamos em frente e fazemos uso das muitas
oportunidades que a vida nos apresenta. Podemos ficar impressionados com o que somos
capazes. O sucesso, a realização e a satisfação estão finalmente a nosso alcance graças aos
alicerces de nossa recuperação.

Só por hoje: Começando por hoje, eu farei o que puder para realizar meus sonhos.
10 de junho Mudando motivos

“Quando, finalmente, tiramos nossos motivos egoístas do caminho,


começamos a descobrir uma paz que nunca imaginávamos ser possível ”.

Texto Básico, p.49

À medida que examinamos nossas crenças, nossas ações e nossos motivos em recuperação,
descobrimos que algumas vezes fazemos coisas pelas razões erradas. No começo de nossa
recuperação, podemos ter gastado uma grande quantidade de dinheiro e de tempo com as
pessoas, querendo simplesmente que elas gostassem de nós. Mais tarde, podemos descobrir que
ainda gastamos dinheiro com as pessoas, mas nossos motivos mudaram. Fazemos isso porque
nós gostamos delas. Talvez costumássemos nos envolver romanticamente porque sentíamos um
vazio por dentro e procurávamos preenchê-lo com outra pessoa. Agora, as razões para
envolvimentos românticos estão baseadas em um desejo de partilhar nossas vidas já gratificantes
com um companheiro ou companheira de igual para igual. Talvez praticássemos os passos
porque tínhamos medo de recair se não o fizéssemos. Hoje em dia praticamos esses mesmos
passos porque queremos crescer espiritualmente.
Hoje temos um novo propósito em nossas vidas e a mudança de nossos motivos reflete isso.
Temos muito mais para oferecer do que nossas misérias e inseguranças. Desenvolvemos uma
integridade de espírito e uma mente em paz que coloca a nossa recuperação em um novo
universo. Oferecemos o nosso amor e partilhamos nossa recuperação com completa
generosidade. O que faz a diferença é o legado que deixamos para aqueles que ainda irão se
juntar a nós.

Só por hoje: Em recuperação, os meus motivos mudaram. Quero fazer as coisas pelas razões
certas e não somente para meu benefício pessoal. Hoje, vou examinar meus motivos.
Viver limpo 11 de junho

“À medida que nos recuperamos, ganhamos uma nova perspectiva de


estarmos limpos. (...) A vida pode se tornar uma nova aventura para nós”.

Texto Básico, p. 99

A vida na ativa não é uma vida limpa – ninguém conhece isso melhor do que nós. Alguns
de nós viveram em completa miséria física, não se importando nem com os que nos cercavam
nem tampouco com nós mesmos. Porém, a maneira como nos sentimos por dentro era pior do
que qualquer sujeira externa. As coisas que fazíamos para conseguir drogas, a forma como
tratávamos os outros e como tratávamos nós mesmos, faziam-nos sentir sujos. Muitos de nós
lembram ter acordado várias manhãs somente desejando que, pelo menos uma vez, pudéssemos
nos sentir limpos em relação a nós mesmos e à nossas vidas.
Hoje, temos a chance de nos sentirmos limpos ao vivermos limpos. Para nós, adictos,
viver limpo começa por não usar – no final das contas, este é o principal significado para a
palavra “limpo” em Narcóticos Anônimos. Mas ao ficarmos e ao trabalharmos os Doze Passos,
descobrimos um outro tipo de limpeza. É a limpeza que vem de admitirmos a verdade sobre
nossa adicção em vez de esconder ou negar nossa doença. É a tranqüilidade que vem de
admitirmos os nossos erros e repará-los É a vitalidade que vem de novos valores que
desenvolvemos quando procuramos a vontade de um Poder Superior para nós. Quando
praticamos os princípios do nosso programa em todas as situações, não temos nenhuma razão
para nos sentirmos sujos em relação a nossas vidas – estamos vivendo limpos e gratos por
estarmos assim finalmente.
“Viver limpo” costumava ser só para “caretas”. Hoje, viver limpo é a nossa única opção.

Só por hoje: Me sinto limpo porque estou vivendo limpo – e é assim que quero continuar.
12 de junho Uma visão de esperança

“Sim, somos uma visão de esperança”.

Texto Básico, p. 57

Quando chegamos ao final de nossa estrada, muitos de nós havíamos perdido toda a
esperança em uma vida sem o uso de drogas. Acreditávamos estar destinados a morrer da nossa
doença. Que surpresa foi chegar em nossa primeira reunião e ver a sala cheia de adictos que
estavam ficando limpos! Um adicto limpo é, com certeza, uma visão de esperança.
Hoje, passamos a mesma esperança para outros. Os recém-chegados vêem a luz da
felicidade em nossos olhos, observam nosso comportamento, escutam nossas partilhas nas
reuniões e normalmente querem o que já encontramos. Eles acreditam em nós até que possa
acreditar neles próprios.
Os recém-chegados nos escutam quando levamos a mensagem de esperança para eles. Eles
tendem a nos ver através de “uma nuvem cor de rosa”. Nem sempre conseguem perceber a nossa
luta com um determinado defeito de caráter ou nossa dificuldade em melhorar o nosso contato
consciente com o Poder Superior. Leva tempo para que eles percebam que nós, os “mais
antigos”, com três, seis ou dez anos limpos, freqüentemente colocamos personalidades acima de
princípios, ou sofremos de algum desagradável defeito de caráter.
Sim, o recém-chegado algumas vezes nos coloca em um pedestal. É bom, entretanto, admitir
abertamente a natureza das nossas dificuldades em recuperação porque, com o tempo, o recém-
chegado vai passar pelas mesmas provas e vai se lembrar de que outros passaram pelo mesmo e
continuaram limpos.

Só por hoje: Eu vou me lembrar de que sou um sinal de luz para todos que seguirem meu
percurso; uma visão de esperança.
Uma vida plena 13 de junho

“O programa opera um milagre em nossas vidas.


(...) Nós nos tornamos livres para viver “.

Texto Básico, p. 12

A maioria de nós – tendo estado em recuperação por um período de tempo razoável – já


ouviu algum membro reclamando em uma reunião de estar terrivelmente sobrecarregado, muito
ocupado para reuniões ou apadrinhamentos ou outras atividades. Na verdade, este membro pode
ser um de nós. Os dias parecem tão preenchidos: trabalho, família e amigos, reuniões, atividades,
apadrinhamento, trabalho de passos. “O dia não tem horas suficientes para fazer tudo e atender
as exigências de todos”, se queixa algum membro.
Quando isso acontece, normalmente alguns dão uma pequena risada – provavelmente
membros que pretendiam reclamar das mesmas coisas. A risada vem do reconhecimento de que
estamos reclamando do milagre que é a vida para nós hoje em dia. Nenhum desses “problemas”
existia para alguns de nós há pouco tempo atrás. Dedicávamos todas as nossas energias à
manutenção da nossa adicção ativa. Hoje temos nossas vidas plenas, acrescidas de todos os
sentimentos e problemas que decorrem de viver a realidade.

Só por hoje: Eu vou me lembrar de que a vida é um milagre. Em vez de ressentir com quanto
eu estou ocupado, ficarei grato por ter uma vida tão plena.
14 de junho Mantendo a nossa fé

“Se mantivermos diariamente a nossa condição espiritual,


será mais fácil lidarmos com a dor e com a confusão”.

Texto Básico, p. 103

Quando começamos a procurar um Poder maior do que nós, muito de nós ficam presos em
velhas crenças e idéias, indo desde o medo de um Deus punitivo ou vingativo até a descrença
total. Alguns de nós pensavam que fizeram coisas tão terríveis que um Poder amoroso nunca
poderia fazer nada por nós. Outros estavam convencidos de que se um Poder amoroso tivesse
existido, as coisas “ruins” que aconteceram conosco jamais teriam acontecido. Levou algum
tempo, esforço, mente aberta e fé para adquirir uma crença eficiente em um Poder Superior
amoroso que poderia nos guiar através dos desafios da vida.
Até mesmo depois de vir a acreditar em um Poder maior do que nós mesmos, nossas velhas
idéias podem voltar a nos perseguir. Grandes contrariedades em nossas vidas e inseguranças que
estes eventos podem detonar possibilitam o reaparecimento de nossas velhas e inadequadas
idéias sobre Deus. Quando isso acontece, precisamos nos assegurar de que nosso Poder Superior
não nos abandonou, mas está esperando para nos ajudar a atravessar os momentos difíceis da
nossa recuperação. Não importa quão dolorosa tenham sido nossas perdas, sobreviveremos a
nossas contrariedades e continuaremos a crescer e a manter a fé que o programa nos deu.

Só por hoje: Eu tenho me esforçado para construir minha fé em um Poder Superior cuidadoso
e amoroso, que me guiará através dos desafios da vida. Hoje, vou acreditar neste Poder.
Resistindo às mudanças 15 de junho

“Muitos de nós se apegam aos seus medos, dúvidas, auto-aversão


ou ódio, pois há uma certa segurança distorcida na dor que nos é
familiar. Parece mais seguro abraçar o que conhecemos do que
abrir mão pelo desconhecido “.

Texto Básico, p. 36

Sempre ouvimos dizer que, “quando a dor de permanecer os mesmos fica maior que a
dor da mudança, nós mudamos”. Nossos medos podem nos afastar do nosso crescimento,
temendo acabar com relacionamentos, mudar de carreira, freqüentar novas reuniões, começar
novas amizades ou tentar qualquer coisa fora do comum. Mantemos situações que não
funcionam mais, principalmente porque o que é familiar nos faz sentir mais segurança do que
tentar o desconhecido.
Qualquer mudança requer que superemos o medo. “E se eu ficar sozinho para sempre?”
– podemos pensar se considerarmos deixar nosso (a) companheiro (a). “E se eu descobrir que
sou impotente?” – podemos imaginar se considerarmos mudar de carreira. Podemos evitar
freqüentar novas reuniões porque teremos que nos desdobrar. Nossas mentes criam centenas de
dificuldades para continuar exatamente onde estamos, com medo de tentar algo novo.
Descobrimos que grande parte de nossa dor não vem da mudança, mas da nossa
resistência à mudança. Em NA, aprendemos que mudar é o que nos faz avançar em nossas vidas.
Novos amigos, novos relacionamentos, novos interesses e desafios vão substituir os velhos. Com
essas coisas novas em nossas vidas, encontramos novos prazeres e amores.

Só por hoje: Eu vou abandonar o velho, abraçarei o novo e crescerei.


16 de junho Aceitando a vida

“Algumas coisas temos que aceitar, outras podemos modificar. A sabedoria


para perceber a diferença vem com o crescimento no nosso programa espiritual”.

Texto Básico, p. 103

É relativamente fácil aceitar as coisas de que gostamos – as coisas de que não gostamos é
que são difíceis de aceitar. Mas mudar tudo e a todos para combinar com nossos gostos não
resolveria o problema. Afinal, a idéia de que o mundo é culpado por todos os nossos problemas
foi o que nos fez continuar a usar – e esta atitude quase nos matou.
À medida que vamos trabalhando os passos, começamos a nos fazer perguntas difíceis sobre
nossa responsabilidade em criar as vidas inaceitáveis que estávamos vivendo. Na maioria dos
casos, descobrimos que o que precisava mudar era nossa própria atitude e nossas ações, não as
pessoas, os lugares e as coisas a nosso redor.
Em recuperação, oramos pela sabedoria de reconhecer a diferença entre o que pode e não
pode ser mudado. Então, uma vez que vemos a verdade da nossa situação, oramos pela boa
vontade para nos modificarmos.

Só por hoje: Poder Superior, conceda-me serenidade para reconhecer a diferença entre as coisas
que podem ser mudadas e as coisas que devo aceitar. Por favor, me ajude a aceitar com gratidão
a vida que me foi dada.
Muros 17 de junho

“O esforço para receber ajuda é o começo de uma luta que nos


libertará. Demolirá os muros que nos aprisionam“.

Texto Básico, p. 90

Muitos de nós chegaram a NA emocionalmente destroçados. Anos usando as pessoas e


deixando que elas nos usassem abalaram nossa habilidade de acreditar em alguém, incluindo
nós mesmos. Mas o amor e a aceitação que encontramos em Narcóticos Anônimos nos
encorajaram a estender a mão e a nos aproximar das pessoas.
Quanto mais tempo ficávamos limpos, mais desejávamos intimidade com aqueles que
amávamos. Começamos a nos aproximar de forma mais profunda e significativa, mesmo que
pudéssemos nos machucar. Apesar do nosso medo de rejeição, decidimos nos arriscar, revelando
a nós mesmos nossas crenças e nossas necessidades. Decidimos derrubar nossos muros
defensivos.
A liberdade que encontramos valeu o risco que corremos. Sabemos que ainda temos
muito trabalho pela frente, antes de nos libertar completamente das barreiras erguidas durante
anos de adicção ativa. Mas, ao nos aproximar de outros adictos, permitindo que eles se
aproximem de nós, mesmo com as deficiências humanas, descobrimos que temos uma grande
capacidade para o amor e a intimidade. Quando libertados dos muros que nos aprisionam, nossos
corações adquirem um grande poder.

Só por hoje: Eu vou derrubar meus muros pessoais e me aproximar dos outros. Vou permitir a
meu coração a liberdade de amar e ser amado.
18 de junho Reparações indiretas

“Pode ser necessário fazer reparações indiretas, quando as reparações


diretas não forem seguras ou puderem ameaçar outras pessoas ”.

Texto Básico, p. 44

Quando usávamos, não deixávamos que nada impedisse o nosso uso. Como resultado, muito
de nós não sabiam precisamente a quem tinham prejudicado, financeiramente ou
emocionalmente. Quando começou a hora de fazer reparações, através do nosso Nono Passo,
descobrimos que havia tanta gente que tínhamos prejudicado que talvez não conseguiríamos
nunca lembrar-nos de todos.
Com a ajuda de nosso padrinho/madrinha e de outros companheiros de NA em recuperação,
descobrimos uma solução para este obstáculo. Prometemos completar estas reparações
anônimas fazendo contribuições para nossa comunidade. Focamos nosso esforço de serviço para
ajudar o adicto que ainda sofre. Dessa forma, fazemos as reparações, achando uma maneira de
contribuir com a sociedade.
Hoje, com o amor e a orientação dos membros de NA, estamos contribuindo com o mundo
a nosso redor, em vez de o prejudicarmos. Estamos fazendo de nossa comunidade um lugar
melhor para viver, ao levar a mensagem de recuperação para aquele que encontramos em nossa
vida cotidiana.

Só por hoje: Eu farei reparações indiretas ao me aproximar de um adicto que possa precisar de
ajuda. Vou me esforçar de algum modo para fazer da minha comunidade um lugar melhor para
viver.
Senso de humor 19 de junho

“Descobrimos que, quando perdemos a auto-estima, somos capazes


de compreender o que significa ser feliz, alegre e livre“.

Texto Básico, p. 117

As risadas em nossas reuniões geralmente surpreendem o recém-chegado. Em grupo,


apreciamos o alívio que o riso saudável traz, mesmo quando estamos com graves problemas. A
alegria que está presente nas salas de reunião nos permite, por alguns momentos, nos divertirmos
um pouco, em recuperação. Através do humor nos livramos temporariamente de nossa auto-
obsessão.
A vida em seus próprios termos não é diversão. Mas, se pudermos nos ver com um certo
censo de humor, as coisas pequenas podem se tornar suportáveis. Quantas vezes nos permitimos
perder a serenidade por incidentes que, se levados com um pouco de humor, não seriam tão
toleráveis? Quando ficamos aborrecidos com pessoas ou acontecimentos, buscar o humor da
situação pode colocar as coisas em uma perspectiva mais clara. A habilidade de encontrar humor
em situações difíceis é uma dádiva a desenvolver.

Só por hoje: Eu vou procurar encontrar o humor na adversidade. Quando cometer erros, vou
encontrar uma maneira de rir das minhas imperfeições.
20 de junho Meditação para principiantes

“Para alguns, a oração é pedir ajuda de Deus; meditação é escutar a


resposta de Deus. (...) Acalmar a mente, através da meditação, traz
uma paz interior que nos põe em contato com o Deus dentro de nós ”.

Texto Básico, p. 49

“Seja paciente quando estiver aprendendo a meditar”, disseram a muitos de nós. “É preciso
prática para saber o que ‘ouvir’”.
Felizmente nos disseram isso, senão muitos de nós desistiríamos de meditar em uma semana
ou duas. Nas primeiras semanas, podemos ter parado cada manhã, aquietado nossos
pensamentos e “ouvido”, exatamente como diz o Texto Básico – mas não “escutamos” nada.
Pode ter passado mais algumas semanas até que alguma coisa realmente acontece. Até aí, o que
acontecia quase não dava para perceber. Levantávamo-nos de nossas meditações matinais,
sentindo-nos um pouco melhor quanto a nossas vidas, sentindo um pouco mais de empatia por
aqueles que encontrávamos e um pouco mais em contato com nosso Poder Superior.
Para a maioria de nós, não havia nada de dramático nesta consciência – nem relâmpagos
nem trovoadas. Ao contrário, era algo suavemente poderoso. Necessitamos de tempo para deixar
nosso ego e nossas idéias de lado. Neste espaço vazio, melhoramos nosso contato consciente
com a fonte de nossa recuperação cotidiana, o Deus de nossa compreensão. Meditar era novidade
e exigiu tempo e prática. Mas, como todos os passos, funciona se fizermos funcionar.

Só por hoje: Eu praticarei “escutar” para conhecer a vontade de Deus a meu respeito, mesmo
que ainda não saiba o que escutar.
Novos níveis de honestidade 21 de junho

“Fomos mestres em auto-engano e racionalizações“.

Texto Básico, p. 29

Quando vamos a nossa primeira reunião e ouvimos que devemos ser honestos, podemos
pensar: “Bem, isso não deve ser tão difícil. Tudo o que tenho que fazer é parar de mentir”. Para
alguns de nós, isso acontece com facilidade. Não precisamos mais mentir para os nossos
empregadores sobre a falta ao trabalho. Não precisamos mais mentir para os nossos familiares
sobre onde estávamos na noite anterior. Quando não usamos mais drogas descobrimos que temos
muito menos motivo para mentir. Alguns de nós podemos ter dificuldade até com esse tipo de
honestidade, mas pelo menos aprender a não mentir é simples – você simplesmente não faz, não
importa o quê. Com coragem, determinação e ajuda de nossos companheiros de NA e de um
Poder Superior, a maioria de nós, afinal de contas, tem sucesso com esse tipo de honestidade.
Honestidade, no entanto, significa mais do que simplesmente não mentir. O tipo de
honestidade que é verdadeiramente indispensável em recuperação é a consigo mesmo, que não
é fácil nem simples de alcançar. Em nossa adicção, criávamos uma tempestade de auto-engano
e racionalização, um furacão de mentiras no qual a pequena e quieta voz da honestidade não
poderia ser ouvida. Para alcançar este tipo de honestidade, em primeiro lugar, precisamos parar
de mentir para nós mesmos. Em nossas meditações de Décimo-Primeiro Passo, precisamos ficar
calmos. Então, nesta tranqüilidade, buscamos escutar a verdade. Quando ficarmos calmos, a
honestidade pessoal estará ao nosso alcance.

Só por hoje: Eu ficarei calmo e tranqüilo, escutando a verdade dentro de mim. Honrarei a
verdade que encontrar.
22 de junho Aceitando a vida como ela é

“Na nossa recuperação, consideramos essencial aceitar a


realidade. Quando conseguimos, não sentimos necessidade
de usar drogas Na tentativa de mudar a nossa percepção ”.

Texto Básico, p. 98

As drogas costumavam servir para amortecer em nós a força da vida. Quando paramos de
usar drogas e começamos a recuperação, nós nos confrontamos diretamente com a vida.
Podemos experimentar os sentimentos de decepção, frustração ou raiva. As coisas podem não
acontecer da forma que gostaríamos que acontecessem. O egocentrismo que cultivávamos em
nossa adicção distorceu nossa percepção da vida; é difícil abrir mão de nossas expectativas e
aceitar a vida como ela é.
Aprendemos a aceitar nossas vidas trabalhando os Doze Passos de Narcóticos Anônimos.
Descobrimos uma forma de mudar nossas atitudes e abrir mão de nossos defeitos de caráter.
Não precisamos mais distorcer a verdade ou fugir de situações. Quanto mais praticamos os
princípios espirituais contidos nos passos, mais fácil se torna aceitar a vida exatamente como se
apresenta.

Só por hoje: Eu vou praticar a auto-aceitação trabalhando os Doze Passos.


Rendição 23 de junho

“Não chegamos a NA transbordantes de amor, honestidade, boa vontade


e mente aberta. (...) Ao nos sentirmos derrotados, ficamos prontos“.

Texto Básico, p. 21

A rendição pode ser o alicerce necessário para a recuperação, mas algumas vezes nos
debatemos com isso. A maioria de nós olha para trás depois de algum tempo limpo e imagina
por que lutamos tão duramente para negar nossa impotência, quando a rendição foi o que
finalmente salvou nossas vidas.
Durante a recuperação, novas oportunidades de rendição se apresentam. Podemos brigar
com tudo e com todos que encontrarmos ou podemos nos lembrar dos benefícios de nossa
primeira rendição e parar de lutar.
Grande parte da dor que experimentamos vem desta luta, não da rendição. De fato,
quando nos rendemos, a dor termina e a esperança toma seu lugar. Começamos a acreditar que
tudo estará bem e, depois de algum tempo, chegamos à conclusão de que, como resultado, nossas
vidas estarão muito melhores. Nós nos sentimos do mesmo jeito quando desistimos da ilusão de
que podíamos controlar nosso uso – aliviados, livres e plenos de uma nova esperança.

Só por hoje: Existe alguma rendição que eu preciso fazer hoje? Irei recordar minha primeira
rendição e me lembrar de que não preciso mais lutar.
24 de junho Tolerância

“(...) lembrando-nos sempre de colocar os princípios


acima de personalidades ”.

Tradição Doze

Algumas vezes é difícil aceitar os defeitos de caráter dos outros. Ao nos recuperar juntos,
não só ouvimos os outros falarem nas reuniões, como também vemos o progresso em
recuperação. Quanto mais temos chance de conhecer outros membros, mais nos conscientizamos
de como eles levam suas vidas. Podemos formar opiniões de como eles “trabalham seus
programas”. Podemos pensar que certos membros nos incomodam ou podemos até dizer: “Se
eu praticasse o programa como eles, com certeza usaria”.
No entanto, a tolerância é um princípio que fortalece nossa própria recuperação e nossos
relacionamentos com pessoas irritantes para nós. Torna-se mais fácil aceitar a fragilidade de
outros membros quando lembramos de que nós mesmos raramente superamos nossos defeitos
de caráter, enquanto não ficamos dolorosamente conscientes deles.

Só por hoje: Eu vou tentar aceitar os outros como são. Tentarei não julgar os outros. Focalizarei
os princípios de amor e aceitação.
Não é apenas sorte 25 de junho

“O processo de vir a acreditar devolve-nos à sanidade.


A força para agir vem desta crença“.

Texto Básico, p. 26

Vir a acreditar é um processo que brota da experiência pessoal. Cada um de nós tem essa
experiência. Todos os adictos que encontram a recuperação em NA têm provas concretas de um
Poder benevolente agindo para o bem em suas vidas. Aqueles de nós que estão em recuperação
hoje, afinal, são os afortunados. Milhares de adictos morrem de nossa doença, sem nunca ter
experimentado o que encontramos em Narcóticos Anônimos.
O processo de vir a acreditar envolve boa vontade para reconhecer os milagres.
Partilhamos o milagre de estar aqui, limpos, e cada um de nós tem outros milagres que somente
esperam nosso reconhecimento. A quantos acidentes de carro, overdose ou outras quase
catástrofes já sobrevivemos? Será que podemos olhar para trás e enxergar que não tivemos
apenas “sorte”? Nossa experiência em recuperação também nos dá exemplos de um Poder
Superior trabalhando para o nosso bem.
Quando podemos enxergar as evidências de um Poder Superior agindo a nosso favor, se
torna possível acreditar que esse Poder Superior continuará a nos ajudar no futuro.E acreditar
nos dá forças para ir adiante.

Só por hoje: Minha recuperação é mais do que uma coincidência. Minha força vem do
reconhecimento de que meu Poder Superior nunca me abandonou e continuará me guiando.
26 de junho Renunciando à teimosia

“Nossos medos são diminuídos e a fé começa a crescer,


à medida que aprendemos o verdadeiro significado da
rendição. Não estamos mais lutando contra o medo,
a raiva , a culpa, autopiedade ou depressão”.

Texto Básico, p. 29

Rendição é o começo de uma nova maneira de viver. Quando éramos controlados pela nossa
teimosia, ficávamos constantemente imaginando como poderíamos cobrir todos os lances, como
poderíamos manipular determinadas pessoas, de forma a alcançar nossos objetivos, ou se
havíamos deixado escapar algum detalhe essencial em nossa tentativa de controlar e dominar o
mundo. Também sentíamos medo, temendo o fracasso de nossos planos; raiva ou autopiedade,
quando fracassavam; ou nos sentíamos culpados quando éramos bem-sucedidos. Era duro viver
com nossa teimosia, mas não sabíamos viver de outra maneira.
Nem sempre a rendição é fácil. Ao contrário, rendição pode ser difícil, especialmente no
começo. Entretanto, é mais fácil confiar em Deus, um Poder capaz de controlar nossas vidas, do
que somente em nós mesmos, cujas vidas soa incontroláveis. Quanto mais nos rendemos, mais
fácil fica.
Quando entregamos nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de um Poder Superior, o que
temos a fazer é nossa parte, o mais responsável e conscientemente que pudermos. Então,
podemos deixar os resultados aos cuidados do nosso Poder Superior. Através da rendição,
agindo com fé e vivendo nossas vidas de acordo com os princípios espirituais deste programa,
podemos parar de temer e começar a viver.

Só por hoje: Eu vou renunciar à minha teimosia. Vou procurar conhecer a vontade de Deus para
mim e o poder para continuar. Irei deixar os resultados aos cuidados do meu Poder Superior.
Mudança e crescimento 27 de junho

“Quando alguém nos aponta um defeito de caráter, a nossa primeira reação


poderá ser defensiva. (...) Sempre haverá espaço para o crescimento“.

Texto Básico, p. 39

Recuperação é um processo que muda nossas vidas. Precisamos mudar se queremos


continuar nosso crescimento em direção à liberdade. É importante que tenhamos a mente aberta
quando apontam nossos defeitos, porque estão nos dando a oportunidade de mudar e crescer.
Reagir defensivamente limita nossa capacidade de receber a ajuda que estão nos oferecendo.
Renunciando a nossas defesas, podemos abrir a porta para mudança, crescimento e uma nova
liberdade.
Cada dia no processo de recuperação traz a oportunidade para maiores mudanças e
crescimento. Quanto mais aprendemos a saudar a mudança com o coração e a mente abertos,
mais iremos crescer e mais confortáveis se tornará nossa recuperação.

Só por hoje: Eu irei saudar cada oportunidade de crescimento com a mente aberta.

28 de junho Consciência de grupo

“Trabalhar com os outros é apenas o começo do serviço”.

Texto Básico, p. 64


O serviço requer uma dedicação desinteressada para que a mensagem possa ser levada ao
adicto que ainda sofre. Mas nossa atitude de serviço não pode parar por aí. O serviço também
nos leva a olhar nossas vidas e motivações. Nossa decisão de prestar serviço nos deixa em
evidência na irmandade. Em NA é muito fácil tornarmos “um peixão em um laguinho”. Nossa
atitude controladora pode facilmente afastar o recém-chegado.
A consciência de grupo é um dos princípios mais importantes do serviço. É vital que nos
lembremos de que a consciência de grupo é o que conta, e não nossos desejos e crenças
individuais. Emprestamos nossas reflexões e crenças para o desenvolvimento da consciência do
grupo. Quando essa consciência surge, aceitamos sua orientação. O segredo é trabalhar com os
outros e não contra eles. Se nos lembramos de que lutamos juntos para desenvolver uma
consciência coletiva, veremos que todos os lados têm o mesmo mérito. Quando todas as
discussões estiverem encerradas, todos os lados estarão juntos para levar a mensagem unificada.
Geralmente é tentador achar que sabemos o que é melhor para o grupo. Se nos lembrarmos
de que o importante não é fazer prevalecer nossa própria opinião, então é fácil permitir que o
serviço seja o veículo que deve ser – um caminho para levar a mensagem ao adicto que ainda
sofre.

Só por hoje: Eu vou fazer parte do desenvolvimento da consciência de grupo. Vou me lembrar
de que o mundo não acaba só porque as coisas não são do jeito que quero. Vou pensar sobre
nosso propósito primordial em todos os meus esforços de serviço. Vou me aproximar do recém-
chegado.
Mantendo o vigor da recuperação 29 de junho

“A complacência é o inimigo de membros com


substancial tempo limpo. Se permanecemos
complacentes por muito tempo, o processo de
recuperação cessa“.

Texto Básico, p. 91

Após alguns anos em recuperação, a maioria e nós começa a sentir que não há maiores
desafios. Se fomos dedicados no trabalho dos passos, o passado está amplamente resolvido e
temos alicerces sólidos para construir nosso futuro. Aprendemos a aceitar a vida quase que
exatamente como ela é. A familiaridade com os passos nos permite resolver os problemas quase
tão rapidamente quanto se apresentam.
Quando descobrimos este grau de conforto, tendemos a tratá-lo como uma “parada para
descansar” no caminho da recuperação. Fazendo isso, no entanto, subestimamos a natureza de
nossa doença. A adicção é paciente, sutil, progressiva e incurável. É também fatal – podemos
morrer desta doença, a não ser que continuemos a tratá-la. O tratamento para a adicção é um
programa vital e contínuo de recuperação.
Os Doze Passos são um processo, uma maneira de estar um passo à frente de nossa
doença. Reuniões, apadrinhamento, serviço e os passos serão sempre essenciais à continuidade
da recuperação. Embora, com 5 anos limpos, possamos praticar nosso programa um pouco
diferente do que aos 5 meses, isto não significa que o programa mudou ou se tornou menos
importante; apenas a nossa compreensão prática mudou e cresceu. Para manter nossa
recuperação vigorosa e vital, devemos permanecer alerta para oportunidades de praticar o nosso
programa.

Só por hoje: Enquanto continuar crescendo em minha recuperação, eu vou procurar novas
maneiras de praticar o programa.
30 de junho Mantendo os alicerces

“A nossa fé recém-descoberta funciona como um


alicerce firme para termos coragem no futuro”.

Texto Básico, p. 104

Construímos nossas vidas sobre alguns alicerces. Quando usávamos, era este o alicerce que
afetava tudo que fazíamos. Quando decidimos que a recuperação era importante, começamos a
empenhar nossa energia nela. Conseqüentemente, toda a nossa vida mudou. Para manter esta
nova vida, devemos manter o seu alicerce: nosso programa de recuperação.
Quando permanecemos limpos e mudamos nosso estilo de vida, nossa nossas prioridades
também mudam. Trabalho e estudo podem se tornar importantes porque melhoram nossa
qualidade de vida. E nossos relacionamentos podem trazer estímulo e apoio mútuo. Mas
precisamos lembrar que nosso programa de recuperação é o alicerce sobre o qual construímos
nossa nova vida. Cada dia devemos renovar nosso compromisso com a recuperação, mantendo-
a como nossa principal prioridade.

Só por hoje: Eu quero continuar aproveitando a vida que encontrei em recuperação. Hoje,
seguirei os passos que mantêm este alicerce.
Julho
Meditação
Diária
Um programa simples 1º de julho

“O programa é simplesmente partilhar, trabalhar os Doze Passos,


ir às reuniões e praticar os princípios da programação“.

Texto Básico, p. 188

Nossas vidas complicadas podem se tornar muito menos complicadas se nós nos
concentrarmos em algumas coisas simples – partilhar nossa experiência, força e esperança com
os outros; ir às reuniões com regularidade e praticar os princípios do programa diariamente em
nossas vidas.
Partilhando nossa experiência, força e esperança com outros adictos, nós transmitimos
aos recém-chegados um exemplo forte a ser seguido. O esforço que nós fazemos para ajudar os
outros também ajuda a encurralar o egocentrismo, núcleo de nossa doença.
Muitos de nós escolhem um grupo – um grupo de escolha – no qual assistimos às reuniões
religiosamente. Essa regularidade dá uma rotina para nossas vidas e permite que outros
companheiros saibam onde podem nos encontrar se precisarem de ajuda.
Praticar os Doze Passos em nossa vida diária faz a diferença entre uma recuperação
equilibrada e simplesmente não usar. Os passos nos dão um encaminhamento necessário no
gerenciamento de nossas tarefas do dia a dia.
Sim, nós somos pessoas complicadas. Mas o Programa de NA simplifica nossas vidas,
nos capacitando a viver uma vida livre da adicção ativa. Nossas vidas podem ser preenchidas
com serenidade e esperança quando vivemos de acordo com os princípios simples de nosso
programa.

Só por hoje: Eu me lembrarei de que, sendo uma pessoa complicada, o NA é a maneira mais
simples de tornar minha vida menos complicada.
2 de julho Comparando

“Nossas histórias pessoais podem variar no padrão individual,


mas no fundo todos temos a mesma coisa em comum”.

Texto Básico, p. 95

Nós adictos somos bastante diversos, vimos de diferentes origens, usamos drogas diferentes
e lembramo-nos de experiências diferentes. Nossas diferenças não desaparecem na recuperação;
para alguns, essas diferenças são ainda mais notadas. A liberdade em face de nossa adicção ativa
nos dá liberdade para ser nós mesmos, como verdadeiramente somos. O fato de estarmos todos
em recuperação não quer dizer que tenhamos as mesmas necessidades ou objetivos. Cada um de
nós tem suas próprias lições para aprender em recuperação.
Com tantas diferenças de um adicto para outro, como é que nós ajudamos uns aos outros em
recuperação e como é que nós usamos nossas experiências mútuas? Nós nos unimos para
partilhar nossas vidas à luz dos princípios da recuperação. Apesar de nossas vidas serem
diferentes, os princípios espirituais que praticamos são os mesmos. É pela luz desses princípios,
brilhando através de nossas diferenças, que nos iluminamos uns aos outros, na direção de nossos
caminhos individuais.
Todos temos duas coisas em comum: adicção e recuperação. Quando escutamos com
cuidado, ouvimos outros companheiros falarem do sofrimento da mesma doença que nós
sofremos, indiferentemente das origens de cada um. Quando abrimos nossas mentes, ouvimos
outros adictos falarem sobre princípios espirituais que prometem esperança para nós,
independente de nossos objetivos pessoais.

Só por hoje: Eu tenho meu próprio caminho a seguir, ainda que esteja grato pelo
companheirismo de outros adictos que sofreram da adicção e estão aprendendo os princípios da
recuperação, exatamente como eu.
Momentos de silêncio 3 de julho

“Muitos de nós descobriram que momentos de silêncio,


reservado para nós mesmos, ajudam-nos a entrar em
contato consciente com o nosso Poder Superior“.

Texto Básico, p. 103

A maioria de nós não dá o devido valor ao contato consciente com um Poder Superior.
Quantos de nós dedicamos tempo, consistentemente, para progredir nesse contato consciente?
Se ainda não estabelecemos um regime regular de oração e meditação, hoje é o dia para começar.
“Um momento de silêncio” não precisa ser longo. Muitos de nós achamos que vinte a
trinta minutos é o suficiente para nos acalmar, focalizar nossa atenção em uma leitura espiritual,
partilhar nossos pensamentos e preocupações na oração e dedicar alguma tempo para ouvir uma
resposta da meditação. Nosso “momento de silêncio” não precisa ser prolongado para ser
eficiente, desde que seja consciente. Se dedicarmos vinte minutos uma vez por mês para orar,
irá adiantar muito pouco, além de nos frustramos com a pouca qualidade do nosso contato
consciente. Entretanto, se tirarmos vinte minutos todo dia, renovaremos e reforçaremos um
contato vivo já existente com nosso Poder Superior.
Com as idas i vindas de um dia de recuperação de um adicto, muitos de nós passam o dia
inteiro sem tirar um tempo para melhorar nosso contato consciente com o Deus de nossa
compreensão. Entretanto, se dispusermos de um tempo em particular todo o dia e fizermos um
“momento de silêncio”, poderemos ter certeza de que nosso contato consciente vai melhorar.

Só por hoje: Eu reservarei alguns momentos, depois de terminar a leitura de hoje, para orar e
meditar. Esse será o começo de um novo modelo para minha recuperação.
4 de julho Conflito

“Aprendemos que os conflitos são parte da realidade e aprendemos


novas maneiras de resolvê-los, em vez de fugir deles”.

Texto Básico, p. 99

De tempos em tempos, nós todos experimentamos conflitos. Pode ser que não consigamos
nos ajudar com aquele novo colaborador. Talvez nossos amigos estejam nos deixando loucos.
Ou talvez nosso parceiro não esteja correspondendo a nossas expectativas. Lidar com qualquer
conflito é difícil para adictos em recuperação.
Quando os ânimos se exaltam, geralmente é uma boa idéia se afastar da situação até que as
cabeças esfriem. Podemos sempre dar continuidade a uma discussão quando estivermos mais
calmos. Não podemos evitar situações problemáticas, mas podemos usar o tempo e a distância
para achar uma perspectiva melhor.
Conflito é parte da vida. Não podemos passar nossa recuperação inteira sem encontrar
discórdia e diferenças de opinião. Algumas vezes podemos nos afastar dessas situações,
ganhando tempo para refletir sobre elas, mas sempre chega uma hora em que os conflitos
precisam ser resolvidos. Quando chega essa hora, respiramos fundo, fazemos uma oração e
aplicamos os princípios que o nosso programa nos tem dado: honestidade, mente aberta,
responsabilidade, perdão, confiança e todo o resto. Nós não ficamos limpos para continuar
fugindo da vida – e em recuperação, não precisamos mais fugir.

Só por hoje: Os princípios que o programa têm me dado são suficientes para me guiar em
qualquer situação. Eu vou tentar enfrentar seriamente os conflitos de uma forma saudável.
Explorando opções espirituais 5 de julho

“A natureza de nossa doença irá determinar a


maneira como oramos ou meditamos“.

Texto Básico, p. 48

Como oramos? Para cada membro de NA, esse é um profundo problema pessoal. Muitos
de nós descobriram que, com o tempo, desenvolvemos uma maneira de orar e meditar baseando-
nos no que aprendemos com os outros e no modo como nos sentimos confortáveis.
Alguns de nós chegam ao NA com a mente fechada em relação a um Poder maior do que
nós mesmos. Mas, quando nos sentamos com nosso padrinho/madrinha e discutimos as nossas
dificuldades, olhando o segundo passo com profundidade, ficamos satisfeitos em descobrir que
podemos escolher qualquer conceito que nos atraia de um Poder Superior.
Assim como a definição de um Poder maior do que nós difere de adicto para adicto, nossa
maneira de alcançar um “contato consciente” também difere. Alguns freqüentam religiões;
outros celebram cantando; uns sentam calmamente ou falam qualquer coisa; alguns encontram
uma conexão espiritual conversando com a natureza. A “forma certa” de orar é qualquer forma
que nos ajude a melhorar o contato consciente com nosso Poder Superior.
Perguntar aos outros como eles encontraram uma orientação espiritual é um bom começo.
Ler a literatura antes de entrar em períodos de meditação também pode nos ajudar. Muitos já
entraram antes de nós nessa procura. Ao procurar crescimento espiritual, podemos nos beneficiar
grandemente da experiência deles.

Só por hoje: Eu vou explorar minhas opções para melhorar o contato consciente com o Deus
de minha compreensão.
6 de julho “Sinto muito”

“O mais importante é que [o Oitavo Passo] nos ajuda a criar uma


consciência de que estamos, aos poucos, ganhando novas
atitudes em relação a nós mesmos e no trato com outras pessoas”.

Texto Básico, p. 42

Dizer “sinto muito” provavelmente não é uma idéia estranha para a maioria de nós. Em
nossa adicção ativa, essa pode ter sido uma frase bastante familiar. Estávamos sempre dizendo
às pessoas o quanto estávamos arrependidos, e provavelmente ficamos profundamente surpresos
quando alguém, cansado de nossas desculpas sem fundamento, respondeu: “Você com certeza
está sentido. De fato, você é que é lastimável...” Essa pode ter sido nossa primeira pista de que
um “sinto muito” não fez realmente nenhuma diferença para aquelas pessoas que machucamos,
especialmente quando ambos sabíamos que faríamos a mesma coisa de novo.
Muitos de nós pensaram que fazer reparações seria um outro “sinto muito”. Entretanto, as
atitudes que tomamos nesses passos é inteiramente diferente. Fazer reparações significa fazer
mudanças e, sobretudo, corrigir a situação. Se roubamos dinheiro, não dizemos simplesmente:
“Sinto muito. Eu nunca mais vou fazer isso de novo, agora que estou limpo”. Devolvemos o
dinheiro. Se fomos negligentes ou maltratamos nossos familiares, não nos desculpamos.
Começamos a tratá-los com respeito.
Reparar nosso comportamento e a forma como tratamos os outros é todo o propósito do
trabalho dos passos. Não podemos mais, simplesmente, dizer “estamos arrependidos”; somos
responsáveis.

Só por hoje: Eu aceito a responsabilidade por mim e por minha recuperação. Hoje, vou reparar
alguma coisa sobre a qual eu sinta muito.
Deus, uns nos outros 7 de julho

“Um aspecto de nosso despertar espiritual surge através da nossa


compreensão de nosso Poder Superior que desenvolvemos,
compartilhando a recuperação de outro adicto“.

Texto Básico, p. 57

Ouvimos dizer que geralmente vemos Deus mais claramente uns nos outros. Vemos a
verdade disso quando praticamos o Décimo Segundo Passo. Quando levamos a mensagem de
recuperação para outro adicto, percebemos a presença de um Poder maior do que nós mesmos.
À medida que vemos a mensagem se manifestando, percebemos algo singular: a mensagem é
que traz a recuperação e não o mensageiro dela. Um Poder Superior, e não nosso próprio poder,
é a fonte de mudanças que começa quando levamos a mensagem para o adicto que ainda sofre.
Enquanto a mensagem faz seu trabalho, transformando a vida de outro adicto, vemos o
Poder Superior em ação. Observamos como aceitação e esperança substituem negação e
desespero. Diante de nossos olhos os primeiros traços de honestidade, mente aberta e boa
vontade começam a aparecer. Alguma coisa está acontecendo interiormente nesta pessoa, algo
maior e mais poderoso que qualquer um de nós. Estamos vendo o Deus que viemos a
compreender funcionando na vida de outra pessoa. Vemos o Poder Superior neles. E sabemos
mais do que nunca que esse Poder Superior está em nós também, como a força que dirige nossa
recuperação.

Só por hoje: Enquanto eu levo a mensagem de recuperação para outros adictos, vou tentar
prestar atenção no Poder por trás dessa mensagem. Hoje, enquanto observo outros adictos em
recuperação, vou tentar reconhecer Deus neles para que possa reconhecer melhor Deus em mim.
8 de julho A palavra “Deus”

“É importante você saber que vai ouvir falar em Deus nas reuniões
de NA. Nós nos referimos a um Poder maior do que nós,
que torna possível o que parece impossível”.

IP Nº 22, “Bem-vindo a NA”

A maioria de nós chega a NA com uma variedade de preconceitos sobre o significado da


palavra “Deus”, muitos deles negativos. Contudo a palavra ”D” é usada com muita regularidade
em NA, se não constantemente. Isso ocorre 92 vezes nas primeiras 103 páginas de nosso Texto
Básico, e aparece notavelmente em um terço de nossos Doze Passos. Em vez de fugir da
sensação que muitos de nós sentimos em relação à palavra, vamos em frente.
É verdade que o Programa de Narcóticos Anônimos é espiritual. Nossos Doze Passos
oferecem uma maneira de nos libertar da adicção através da ajuda de um Poder espiritual maior
do que nós.O programa, entretanto, não nos diz nada sobre o que devemos pensar a respeito
desse Poder. De fato, repetidas vezes em nossa literatura, em nossos passos e em nossas
reuniões, ouvimos dizer “o Deus de nossa compreensão” – qualquer que seja essa compreensão.
Usamos a palavra “Deus” porque é usada em nosso Texto Básico e porque comunica mais
efetivamente para a maioria das pessoas um entendimento básico de um Poder intrínseco à nossa
recuperação. A palavra, usamos por motivo de conveniência. O Poder por trás da palavra,
entretanto, usamos por algo mais que conveniência. Usamos esse Poder para nos manter livres
da adicção e para assegurar nossa recuperação contínua.

Só por hoje: Acreditando em “Deus” ou não, eu vou usar esse Poder que me mantém limpo e
livre.
Nós realmente nos recuperamos! 9 de julho

“Agora, sabemos que a velha mentira ‘Uma vez adicto,


sempre adicto’ não será mais tolerada, nem pela
sociedade nem pelo adicto. Nós nos recuperamos’”.

Texto Básico, p. 97

De tempos em tempos, ouvimos oradores partilharem que ainda não entendem realmente
princípios espirituais. Eles nos dizem que, se soubéssemos o que estava passando em suas
mentes, nos surpreenderia o quanto eles ainda são insanos. Eles nos dizem que, quanto mais
tempo estão limpos, menos eles sabem sobre qualquer coisa. Logo em seguida, os mesmos
oradores nos falam sobre as profundas mudanças que a recuperação fez em suas vidas. Eles
mudaram de um completo desespero para uma fé inabalável, do uso de drogas incontrolável para
a completa abstinência, da ingovernabilidade crônica para a responsabilidade através do trabalho
dos Doze Passos de Narcóticos Anônimos. Qual é a verdadeira história? Nós nos recuperamos
ou não?
Podemos pensar que demonstramos humildade ou gratidão ao minimizar as mudanças
que a recuperação trouxe a nossas vidas. Verdade, cometemos uma injustiça com o programa
quando creditamos esse milagre a nós mesmos. Mas cometemos injustiça igual – com nós
mesmos e com aqueles com quem partilhamos – quando não reconhecemos a grandeza desse
milagre.
Nós realmente nos recuperamos. Se nós temos dificuldade em enxergar o milagre da
recuperação, melhor olhar novamente. A recuperação está viva e em pleno trabalho em
Narcóticos Anônimos – nos mais antigos, nos recém-chegados que lotam nossas reuniões e
acima de tudo, em nós mesmos. Tudo que temos que fazer é abrir nossos olhos.

Só por hoje: Eu vou reconhecer o milagre de minha recuperação e ser grato por tê-la encontrado.
10 de julho Uma atitude positiva

“Aquele velho ninho de negatividade me seguiu


por todos os lugares em que eu andei”.

Basic Text, p. 135*

O comportamento negativo é a marca registrada da adicção ativa. Tudo que aconteceu em


nossa vida foi por causa de alguém ou de alguma coisa. Fizemos de culpar os outros por nossos
defeitos uma ciência exata. Em recuperação, uma das primeiras coisas que lutamos para
desenvolver é uma nova atitude. Descobrimos que a vida fica bem mais fácil quando
substituímos pensamentos negativos por princípios positivos.
A atitude negativa, que nos dominava na adicção ativa, freqüentemente pode nas
acompanhar nas salas de Narcóticos Anônimos. Como podemos começar a corrigir nossas
atitudes? Mudando nossas ações. Não é fácil, mas pode ser feito.
Podemos começar prestando atenção ao modo como falamos. Antes de abrir nossas bocas,
fazemos algumas perguntas simples: o que eu vou falar diz respeito ao problema ou à solução?
O que vou falar está estruturado de forma gentil? O que eu tenho a dizer é importante ou não
faria a menor diferença se eu mantivesse a boca fechada? Eu estou falando só para me ouvir
falar ou existe algum propósito em minhas “palavras sábias”?
Nossas atitudes se expressam em nossas ações. Geralmente, não é o que dizemos, mas como
falamos que realmente importa. Ao aprender a falar de maneira mais positiva, percebemos uma
melhora em nossas atitudes.

Só por hoje: Eu quero ficar livre da negatividade. Hoje, vou falar e agir positivamente.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


Encorajamento 11 de julho

“Partilhamos com os outros bem-estar e encorajamento“.

Texto Básico, p. 107

Muito de nós já observaram como os bebês dão o primeiro passo. A mãe segura a criança
em pé. O pai se ajoelha perto com os braços estendidos, encorajando a criança com seu rosto
transbordando de afeto. O bebê dá alguns passos em direção a seu pai, um irmão mais velho e
uma irmã batem palmas para a façanha. O bebê cai. A mãe dele, murmurando palavras de
conforto, levanta a criança e começa tudo de novo. Dessa vez, o bebê fica de pé até estar bastante
perto para cair na segurança dos braços do pai.
Como recém-chegados, ingressamos nas salas de NA de forma muito parecida com essa
criança. Acostumados a viver uma vida distorcida pela adicção, cheios de medo e incerteza,
precisamos de ajuda para ficar em pé. Exatamente como uma criança começando sua marcha
para a fase adulta, damos nossos primeiros passos hesitantes em direção à recuperação.
Aprendemos essa nova maneira de viver porque outros que passaram por isso e nos encorajam
dizendo o que funcionou – e o que não funcionou – para eles. Nosso padrinho/madrinha está
presente quando precisamos de um empurrão na direção certa.
Muitas vezes nos sentimos incapazes de dar mais um passo em recuperação. Exatamente
como uma criança aprendendo a andar, às vezes tropeçamos ou caímos. Mas nosso Poder
Superior sempre nos espera de braços abertos. Como os irmãos da criança que a encorajam,
também somos ajudados por outros membros de NA enquanto caminhamos em direção a uma
vida plena em recuperação.

Só por hoje: Eu vou procurar o encorajamento dos outros. Vou encorajar outros que podem
precisar de minha força.
12 de julho Paciência

“Fomos capturados pela necessidade de satisfação


imediata que as drogas nos davam ”.

Texto Básico, p. 27

“Eu quero porque quero e tem que ser agora!” Foi o máximo de paciência que a maioria
de nós conseguiu ter durante nossa adicção ativa. A obsessão e a compulsão de nossa doença só
nos deram uma alternativa de pensamento; quando queríamos alguma coisa, só pensávamos
nisso. Aprendemos com o uso que bastava uma dose para ter satisfação imediata. Não é surpresa
que a maioria de nós chegou a Narcóticos Anônimos sem a menor paciência.
O problema é que não podemos ter sempre o que queremos, na hora em que queremos.
Alguns de nossos desejos são pura fantasia; se pararmos para pensar, chegaremos à conclusão
de que não temos nenhum motivo pra acreditar que esses desejos serão realizados durante o
período em que vivermos. Provavelmente não podemos realizá-los de uma só vez. Para adquirir
ou alcançar algumas coisas, teremos que sacrificar outras.
Em nossa adicção procurávamos satisfação imediata, esgotando nossos recursos. Em
recuperação, precisamos aprender a priorizar, algumas vezes abrindo mão da satisfação de
alguns desejos para alcançar objetivos mais importantes a longo prazo. Fazer isso requer
paciência. Para encontrar essa paciência, praticamos nosso programa de recuperação,
procurando o modo abrangente de despertar espiritual que nos permitirá viver e desfrutar a vida
como ela é.

Só por hoje: Poder Superior, me ajude a descobrir o que é mais importante em minha vida. Me
ajude a aprender a ser paciente, para que eu possa empregar meus recursos nas coisas mais
importantes.
Humildade em ação 13 de julho

“Aprendemos a pedir ajuda quando estamos magoados, e a


maioria de nós se sente assim de tempos em tempos“.

Texto Básico, p. 91

Algumas vezes a recuperação fica difícil demais. Pode ser ainda mais difícil ser
suficientemente humilde para pedir ajuda. Pensamos: “Eu tenho todo esse tempo limpo. Eu
deveria estar melhor do que estou!” Mas a realidade da recuperação é simples: quer tenhamos
trinta dias ou trinta anos limpos, devemos ter boa vontade para pedir ajuda quando precisarmos.
Humildade é um tema comum em nossos Doze Passos. O Programa de Narcóticos
Anônimos não tem nada a ver com manter aparências. Em vez disso, o programa nos ensina a
aproveitar o máximo nossa recuperação. Precisamos ter boa vontade para expor nossas
dificuldades se esperamos buscar solução para os problemas que apareçam em nossas vidas.
Existe uma expressão antiga que às vezes é ouvida em Narcóticos Anônimos: não
podemos livrar nossa cara e salvar nossa pele ao mesmo tempo. Não é fácil partilhar em uma
reunião, quando temos muito tempo limpos, e desmanchar em lágrimas, porque a vida sendo
como ela é, nos fez reconhecer nossa impotência. Mas, quando a reunião termina e um outro
membro chega perto e diz: “Sabe, eu precisava ouvir o que você disse”, sabemos que existe um
Deus trabalhando em nossas vidas.
O gosto da humildade nunca é amargo. As recompensas por sermos humildes, pedindo
ajuda, adoçam nossa recuperação.

Só por hoje: Se eu precisar de ajuda, vou pedir. Vou colocar humildade em ação em minha
vida.
14 de julho Um “trabalho interior”

“Aceitação social não é recuperação ”.

Texto Básico, p. 23

Uma das primeiras coisas que acontecem com muitos de nós, em recuperação, é começamos
a ter uma aparência melhor. Ficamos mais saudáveis; tomamos banho; nos vestimos
adequadamente. Sem o fardo da adicção ativa, muitos de nós param de roubar, mentir e
vagabundear. Começamos a ter uma aparência normal – só por ter retirado as drogas.
Ter uma aparência normal é bem diferente de ser normal. Aceitação aos olhos da sociedade
é um benefício da recuperação; não é a mesma coisa que recuperação. Podemos desfrutar os
benefícios da recuperação, mas devemos cuidar de nutrir sua verdadeira fonte. Recuperação
duradoura não é encontrada na aceitação dos outros, mas no crescimento interior posto em ação
pelos Doze Passos.

Só por hoje: Eu sei que uma boa aparência não é o suficiente. Recuperação duradoura é um
trabalho interior.
Relações com os outros 15 de julho

“Fizemos uma lista de todas as pessoas que tínhamos prejudicado


e dispusemo-nos a fazer reparações a todas elas“.

Passo Oito

Todos os seres humanos se debatem com o egocentrismo. O egocentrismo crônico, que


reside na essência da adicção, torna esse esforço duplamente difícil para pessoas como nós.
Muitos de nós temos vivido como se fôssemos às últimas pessoas na terra, completamente cegos
para o efeito que nosso comportamento tem para aqueles a nosso redor. O Oitavo Passo é o
processo que nosso programa tem nos dado para examinar honestamente nossas relações
passadas. Damos uma olhada no que escrevemos em nosso Quarto Passo, para identificar os
efeitos que nossas ações tiveram nas pessoas em nossas vidas. Quando reconhecemos o prejuízo
que causamos a essas pessoas, nos prontificamos a nos responsabilizar por nossas ações, fazendo
reparações a elas. A variedade de pessoas que encontramos em nosso dia a dia, bem como a
qualidade de nossas relações com elas determinam de muitas maneiras a qualidade de nossas
vidas. Amor, humor, entusiasmo, interesse – as coisas que fazem a vida valer a pena decorrem
do fato de ser partilhadas com os outros. Entendendo isso, queremos descobrir a natureza exata
de nossas relações com outras pessoas e corrigir qualquer falha que possamos vir a encontrar
nessas relações. Queremos trabalhar o Oitavo Passo.

Só por hoje: Eu quero aproveitar completamente o companheirismo de meus amigos. Vou


examinar meus relacionamentos com as pessoas em minha vida. Quando perceber que
prejudiquei outras pessoas, vou procurar boa vontade para fazer reparações a elas.
16 de julho Auto-estima

“Lá no fundo, eu guardava sentimentos de inadequação e inferioridade ”.

Basic Text, p. 112*

Em algum lugar, ao longo de nossa caminhada, muitos de nós desenvolveram fortes


sentimentos de inadequação e inferioridade. Lá no fundo havia uma voz que gritava
continuamente: “Você não vale nada!” Muitos de nós aprenderam a reconhecer esta
característica de baixa auto-estima bem no início de nossa recuperação. Alguns de nós podem
achar que nossos sentimentos de inferioridade foram o início de todos os nossos problemas.
Quer tenhamos aprendido esta baixa auto-estima em nossas famílias, quer através de nossas
interações com outros, em NA nós aprendemos a utilizar as ferramentas para nos recuperar.
Reconstruir nossa auto-estima despedaçada, às vezes começa por simplesmente aceitar um
encargo no serviço. Talvez nosso telefone comece a tocar e, pela primeira vez, as pessoas
estejam ligando para saber como estamos. Elas não querem nada de nós, a não ser estender a
mão e ajudar.
Em seguida conseguimos um padrinho/madrinha que nos ensina que somos dignos e
acredita em nós até que possamos acreditar em nós mesmos. Nosso padrinho/madrinha nos guia
através dos Doze Passos, onde aprendemos quem realmente somos e não o que construímos ou
destruímos a respeito de nós mesmos.
Baixa auto-estima não desaparece do dia para a noite. Às vezes, leva anos para que nós
realmente entremos em contato conosco. Mas, com a ajuda de outros membros de NA que
partilham nossos sentimentos e com a prática do Doze Passos, nos tornamos indivíduos que os
outros e, o mais importante, nós mesmos respeitamos.

Só por hoje: Eu me lembrarei que sou merecedor do amor de meu Poder Superior. Sei que sou
um ser humano de valor.

* N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


A utilidade de “sonhar que
estamos usando” 17 de julho

“Aceitamos completamente o fracasso em todas as tentativas


de parar de usar ou de usar controladamente“.

Texto Básico, p. 20

O quarto está escuro. Sua testa está banhada em suor frio. Seu coração está acelerado.
Você abre os olhos, certo de que acabou de perder seu tempo limpo. Você sonhou “que estava
usando” e foi como se realmente tivesse acontecido – as pessoas, os lugares, a rotina, a sensação
horrível no estômago, tudo. Leva alguns momentos para perceber que foi apenas um pesadelo,
que não aconteceu de verdade. Devagar você se acalma e volta a dormir.
Na manhã seguinte é o momento de examinar o que realmente ocorreu na noite anterior.
Você não usou a noite passada – mas quão perto você está de usar hoje? Você tem alguma ilusão
sobre sua capacidade de controlar o uso? Você sabe, sem dúvida, o que aconteceria se você
tomasse aquela primeira droga? O que o impede de recair? Seu programa está forte? E os
relacionamentos com seu padrinho/madrinha, seu grupo de escolha e seu Poder Superior?
Sonhar que estamos usando não significa necessariamente uma falha em nosso programa;
para um adicto, não há nada mais natural do que sonhar em usar drogas. Alguns de nós acreditam
que sonhar que estamos usando é um presente de nosso Poder Superior, intensamente nos
lembrando o quanto é insana nossa adicção ativa e nos encorajando a fortalecer nossa
recuperação. Visto por este ângulo, podemos nos sentir gratos por nossos sonhos em que estamos
usando. Aterrorizantes como são, podem provar serem uma grande bênção – se os usarmos para
fortalecer nossa recuperação.

Só por hoje: Eu examinarei meu programa pessoal. Falarei com meu padrinho/madrinha sobre
o que percebo e procurarei maneiras de fortalecer minha recuperação.
18 de julho A dádiva do desespero

“Nossa doença sempre ressurgia ou continuava progredindo até que,


em desespero, buscamos ajuda entre nós em Narcóticos Anônimos ”.

Texto Básico, p. 14

Quando pensamos em desespero, visualizamos um estado indesejável: uma pobre alma em


frangalhos, que se agarra freneticamente a algo de que necessita de modo excessivo, com um
olhar de desespero. Pensamos em animais sendo caçados, crianças famintas e em nós mesmos
antes de encontrar NA.
Foi o desespero que sentimos antes de vir para NA que nos levou a aceitar o Primeiro Passo.
Por haver esgotado nossas idéias, nos tornamos abertos para novas. Nossa insanidade havia
crescido mais que as paredes de nossa negação, nos forçando a ser honesto sobre nossa doença.
Nossos melhores esforços para estar no controle só nos levou à derrota, foi quando nos
prontificamos para nos render. Havíamos recebido a dádiva do desespero e, como resultado, nos
tornamos capazes de aceitar os princípios espirituais que tornaram possível nossa recuperação.
Desespero é o que finalmente leva muitos de nós a pedir ajuda. Uma vez que alcançamos
este estado, podemos dar a volta e começar tudo de novo. Tal como o desespero do animal que
está sendo caçado o leva a procurar um refúgio seguro, assim nós o fizemos: em Narcóticos
Anônimos.

Só por hoje: A dádiva do desespero me ajudou a ser honesto, a ter a mente aberta e disposta.
Sou grato por esta dádiva porque tornou minha recuperação possível.
Realizando nossos sonhos 19 de julho

“Os sonhos há muito tempo, podem agora, tornar-se realidade“.

Texto Básico, p. 77

Todas as coisas começam com um sonho. Mas quantos de nós concretizaram seus sonhos
quando usavam? Mesmo que tenhamos encontrado meios de completar algo que havíamos
começado, nossa adicção normalmente nos roubou qualquer sentimento de prazer por nossa
realização. Talvez, quando usávamos, sonhávamos com o dia em que ficaríamos limpos. Este
dia chegou. Podemos utilizar esse dia para fazer nossos sonhos se tornarem realidade.
Para realizar nossos sonhos, precisamos entrar em ação, mas nossa falta de autoconfiança
pode nos paralisar. Podemos começar por traçar metas realistas. O sucesso que experimentamos
ao realizar nossos objetivos nos permite ter sonhos maiores da próxima vez.
Alguns membros partilham que, quando eles comparam as ambições que tinham quando
ficaram limpos, com as que eles efetivamente alcançaram em recuperação, ficam assustados.
Em recuperação, freqüentemente vemos mais sonhos se tornarem realidade do que jamais
poderíamos imaginar.

Só por hoje: Eu me lembrarei de que todas as coisas começam com um sonho. Hoje irei permitir
a mim mesmo fazer com que meus sonhos se tornem realidade.
20 de julho Passo Um

“Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção,


que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis ”.

Passo Um

O Primeiro Passo começa com “admitimos”, e há uma razão para isso. Existe uma grande
força em admitir nossa impotência verbalmente. E quando vamos a uma reunião e fazemos esta
admissão, ganhamos mais do que apenas força pessoal. Tornamo-nos membros, parte de um
“nós” coletivo que nos permite, juntos, nos recuperar de nossa adicção. Ao nos tornarmos
membros de NA, recebemos uma fonte de experiência: a experiência de outros adictos que
encontraram um caminho para a recuperação de sua doença.
Não precisamos mais tentar resolver o enigma de nossa adicção sozinhos. Quando
honestamente admitimos nossa impotência perante a adicção, podemos iniciar a procura de uma
maneira melhor de viver. Não estaremos buscando sozinhos – estamos em boa companhia.

Só por hoje: Eu iniciarei o dia admitindo minha impotência perante a adicção. Vou lembrar-me
de que o Primeiro Passo começa com “admitimos”, e saber que nunca vou precisar estar sozinho
com minha doença outra vez.
Rendição é para todos 21 de julho

“Se, após algum tempo, sentimos dificuldades com a nossa recuperação,


é porque, provavelmente, paramos de fazer alguma das coisas
que nos ajudaram nas fases iniciais da recuperação“.

Texto Básico, p. 104


Rendição é só para os recém-chegados, certo? Errado!


Depois de estar aqui há algum tempo, alguns cedem a um estado muito próprio dos
membros antigos. Pensamos que sabemos alguma coisa sobre recuperação, sobre Deus, sobre
NA, sobre nós mesmos – e sabemos. O problema é que pensamos saber bastante e pensamos
que simplesmente saber já é o bastante. Mas o que faz a diferença é o que aprendemos e o que
fazemos depois que achamos saber tudo.
A presunção e a complacência podem nos levar a ter sérios problemas. Quando
descobrimos que “aplicar os princípios” com nossa própria força simplesmente não funciona,
podemos praticar o que funcionou para nós no começo: a rendição. Quando descobrimos que
ainda somos impotentes, com nossas vidas novamente incontroláveis, precisamos buscar o
cuidado de um Poder maior do que nós mesmos. E, quando descobrimos que a autoterapia, no
final das contas, não é tão terapêutica assim, precisamos tirar vantagem “do valor terapêutico da
ajuda de um adicto a outro”.

Só por hoje: Eu preciso de orientação, apoio bem como de um Poder além de meu próprio. Irei
a uma reunião, me aproximarei do recém-chegado, ligarei para meu padrinho/madrinha e farei
preces para meu Poder Superior – enfim, farei algo que diga: “eu me rendi”.
22 de julho Morte espiritual

“Para nós, usar é morrer em todos os sentidos ”.

Texto Básico, p. 89

Como recém-chegados muitos de nós vieram à sua primeira reunião com apenas uma
pequena centelha de vida. Esta centelha, nosso espírito, quer sobreviver. Narcóticos Anônimos
nutre este espírito. O amor da irmandade rapidamente sopra esta centelha até que ela se torne
uma chama. Com os Doze Passos e o amor dos outros adictos em recuperação, começamos a
florescer como aquele ser humano inteiro, vital, que nosso Poder Superior planejou. Começamos
a apreciar a vida, encontrando um propósito para nossa existência. Cada dia que escolhemos nos
manter limpos, nosso espírito é revitalizado e cresce o relacionamento com nosso Deus. Cada
dia que escolhemos a vida, nos mantendo limpos, nosso espírito fica mais forte.
Apesar do fato de que nossa vida em recuperação é recompensadora, a ânsia de usar pode
ser, às vezes, esmagadora. Quando tudo em nossas vidas parece dar errado, uma volta ao uso
pode parecer à única saída. Mas sabemos qual será a conseqüência se usarmos: a perda de nossa
espiritualidade cuidadosamente nutrida. Já fomos muito longe em nosso caminho espiritual para
desonrar nosso espírito com o uso. Apagar uma chama espiritual que, em nossa recuperação,
nos esforçamos tanto para restaurar, é pagar um preço muito alto para ficar drogado.

Só por hoje: Eu estou grato por meu espírito estar forte e vivo. Hoje, honrarei este espírito
permanecendo limpo.
Abrindo mão da vontade egocêntrica 23 de julho

“Queremos e exigimos que as coisas corram sempre à nossa maneira. Deveríamos


saber, pela nossa experiência passada, que a nossa
maneira de fazer as coisas não funcionou“.

Texto Básico, p. 101

Todos nós temos idéias, planos e objetivos para nossas vidas. Não há nada no Programa
de NA que diga que não deveríamos pensar por nós mesmos, tomar iniciativa e colocar planos
responsáveis em ação. Mas, quando nossas vidas são movidas pela vontade egocêntrica, nós nos
envolvemos em problemas.
Quando estamos vivendo movidos por nossa vontade egocêntrica, vamos além de pensar
por nós mesmos, pensamos somente em nós mesmos. Esquecemos que somos apenas uma parte
do mundo e que, seja qual for a força pessoal que tivermos, ela provém de um Poder Superior.
Podemos chegar ao ponto de imaginar que as outras pessoas existem somente para cumprir
nossas ordens. Rapidamente, nos encontramos disputando tudo e com todos à nossa volta.
Nessa altura, temos duas escolhas: ou continuar escravizados à nossa vontade
egocêntrica, fazendo exigências sem sentido e ficando frustrados porque o mundo não gira à
nossa volta; ou nos render, relaxar, buscar o conhecimento da vontade de Deus e o poder de
realizar esta vontade, encontrando o caminho de volta para uma condição de paz com o mundo.
Pensar, tomar iniciativa, fazer planos responsáveis; não há nada de errado com estas coisas,
contanto que elas sirvam à vontade de Deus, não meramente a nossa.

Só por hoje: Eu planejarei fazer a vontade de Deus e não a minha. Se me descobrir disputando
tudo à minha volta, vou abrir mão de minha vontade egocêntrica.
24 de julho “Temos que abandonar as máscaras”

“... encobrimos a nossa pouca auto-estima, esperando


enganar as pessoas com imagens falsas.(...)
Temos que abandonar as máscaras ”.

Texto Básico, p. 35

Hiper-sensibilidade, insegurança e falta de identidade são, freqüentemente, associadas a


adicção ativa. Muitos de nós levamos estas características para a recuperação; nossos medos de
inadequação, rejeição e falta de orientação não desaparecem da noite para o dia. Muitos de nós
temos imagens, personalidades falsas que construímos, seja para nos proteger, seja para agradar
a outros. Às vezes, pensamos que estas imagens, construídas para nos proteger enquanto
usávamos, podem também nos proteger em recuperação.
Utilizamos caras falsas para esconder nossa verdadeira personalidade, para disfarçar nossa
falta de auto-estima. Estas máscaras nos escondem de outros, e também, de nosso verdadeiro
ser. Vivendo uma mentira, estamos dizendo que não podemos conviver com a verdade sobre
nós mesmos. Quanto mais escondemos nosso verdadeiro ser, mais danificamos nossa auto-
estima.
Um dos milagres da recuperação é o reconhecimento de nós mesmos, por inteiro, com
nossas qualidades e limitações. A auto-estima começa com este reconhecimento. Apesar de
nosso medo de nos tornar vulneráveis, precisamos estar dispostos a abrir mão de nossos
disfarces. Precisamos nos libertar de nossas máscaras e nos torna livres para confiar em nós
mesmos.

Só por hoje: Eu vou abrir mão de minhas máscaras e permitir que minha auto-estima cresça.
“Fracasso” do Décimo-Segundo Passo? 25 de julho

“Tendo um despertar espiritual, como resultado destes passos,


procuramos levar esta mensagem a outros adcitos e
praticar estes princípios em todas as nossas atividades“.

Passo Doze

Não existe “fracasso” do Décimo-Segundo Passo. Mesmo se a pessoa que abordamos não
ficar limpa, já atingimos dois objetivos: plantamos a semente da recuperação na mente do adicto
com quem partilhamos nossa experiência, força e esperança; e nós mesmos nos mantivemos
limpos por mais um dia. Raramente um adicto em recuperação sai de um Décimo-Segundo Passo
com algo a menos do que uma profunda dose de gratidão.
Às vezes, estamos praticando o Décimo-Segundo Passo sem perceber. Quando nossos
colegas de trabalho ou conhecidos conhecem nossa história e vêem o tipo de pessoa que somos
hoje, saberão por quem procurar quando tiverem um amigo ou pessoa amada precisando de
nossa ajuda. Muitas vezes, somos a melhor atração que NA tem para oferecer.
Para muitos adictos, o Décimo-Segundo Passo é o alicerce da recuperação. Nós realmente
acreditamos que “somente podemos manter o que temos quando partilhamos”. O paradoxo do
Décimo-Segundo Passo é evidente: quando damos, recebemos.

Só por hoje: Eu vou lembrar de que sou um exemplo vivo do Décimo-Segundo Passo. Quando
tentar levar a mensagem para outro adicto, não poderei fracassar.
26 de julho Rendição incondicional

“A ajuda aos adictos só começa quando somos capazes


de admitir a completa derrota. Pode ser assustador, mas
é o alicerce sobre o qual construímos nossas vidas ”.

Texto Básico, p. 23

A maioria de nós tentou tudo o que podia imaginar e esgotou até as últimas forças para
preencher o vazio espiritual dentro de nós. Nada – drogas, controle e administração, sexo,
dinheiro, propriedade, poder ou prestígio – nada preenchia o vazio. Somos impotentes; nossas
vidas, pelo menos por nossos próprios esforços, são incontroláveis. Nossa negação não vai
modificar este fato.
Então nos rendemos. Pedimos a um Poder Superior que cuide de nossas vontades e nossas
vidas. Às vezes, ao nos render, não sabemos que um Poder maior do que nós existe e pode nos
devolver a plenitude. À vezes, não temos certeza se o Deus de nossa compreensão irá cuidar de
nossas vidas incontroláveis. Nossa falta de certeza, entretanto, não afeta a verdade essencial:
somos impotentes. Somente assim, podemos nos abrir o bastante para que nossas velhas idéias
e os destroços do passado possam ser amplamente removidos e um Poder Superior posso entrar.

Só por hoje: Eu vou me render incondicionalmente. Posso escolher fazê-lo tão fácil ou tão
difícil quanto quiser. De qualquer forma, vou me render.
Nós nos recuperamos 27 de julho

“Depois de chegarmos a NA, nós nos encontramos entre um grupo muito


especial de pessoas que haviam sofrido como nós e encontrado recuperação.
Encontramos esperança através das experiências compartilhadas livremente.
Se o programa funcionava para elas, funcionaria para nós“.

Texto Básico, p. 11

Um recém-chegado entra em sua primeira reunião tremendo e confuso. As pessoas estão


agitadas. O lanche e a literatura estão sendo preparados. A reunião começa depois que todos
escolheram suas cadeiras e se ajeitaram nelas. Depois de lançar um olhar confuso para a estranha
aglomeração de pessoas na sala, o recém-chegado pergunta: “Por que é que eu confiaria minha
vida a este grupo? No final das contas, é só um bando de adictos como eu”.
Mesmo que possa ser verdade que muitos dos membros não tinham muita coisa para nos
passar quando chegamos aqui, o recém-chegado logo aprende que o que conta é a maneira como
vivemos hoje. Nossas reuniões estão cheias de adictos cujas vidas se modificaram
completamente. Contradizendo todas as probabilidades, estamos nos recuperando. O recém-
chegado pode se identificar com nosso passado e extrair esperança de nosso presente. Hoje,
todos nós temos a oportunidade de nos recuperar.
Sim, podemos confiar com segurança nossas vidas a um Poder Superior e a Narcóticos
Anônimos. Enquanto estivermos praticando o programa, o resultado é certo: a libertação da
adicção ativa e uma melhor maneira de viver.

Só por hoje: A recuperação que encontrei em Narcóticos Anônimos é uma coisa certa. Sei que
vou crescer se basear minha vida nela.
28 de julho Segredo e intimidade

“Temíamos que, se alguma vez revelássemos como


éramos de fato, certamente seríamos rejeitados ”.

Texto Básico, p. 34

Ter relacionamentos sem barreiras, em que podemos ser totalmente abertos sobre nossos
sentimentos, é algo que muitos de nós desejam. Ao mesmo tempo, a possibilidade de uma
intimidade assim nos causa mais medo do que qualquer outra situação na vida.
Se examinarmos o que nos amedronta, geralmente descobrimos que estamos tentando
esconder algum aspecto de nossas personalidades do qual nos envergonhamos, um aspecto que,
às vezes, ainda não admitimos nem a nós mesmos. Não queremos que os outros saibam de nossas
inseguranças, de nossa dor ou de nossas necessidades; então, simplesmente nos recusamos a
mostrá-las. Podemos achar que, se ninguém souber a respeito de nossas imperfeições, elas
deixam de existir.
Este é o ponto até onde vão nossos relacionamentos. Qualquer um que entrar em nossa vida
não ultrapassará o ponto onde começam nossos segredos. Para manter a intimidade em um
relacionamento, é essencial que tomemos conhecimento de nossos defeitos e que os aceitemos.
Quando fazemos isto, a fortaleza da negação, erguida para manter estas coisas escondidas,
desmoronará, nos permitindo construir relacionamentos com outras pessoas.

Só por hoje: Eu tenho oportunidades de partilhar meu eu interior. Vou aproveitar estas
oportunidades e me aproximar daqueles que amos.
Expectativas 29 de julho

“Quando percebemos a nossa necessidade de sermos


perdoados, temos a tendência a perdoar mais“.

Texto Básico, p. 43

Nosso relacionamento com relação a outras pessoas é o espelho de nosso comportamento


com relação a nós mesmos. Quando exigimos perfeição de nós mesmos, acabamos também
exigindo perfeição daqueles à nossa volta. Ao nos esforça para consertar e melhorar nossas vidas
através da recuperação podemos ter a expectativa de que os outros irão trabalhar tão
intensamente e se recuperarão no mesmo ritmo que nós. E, da mesma maneira com que
freqüentemente somos intransigentes para com nossos próprios erros, podemos excluir amigos
ou membros da família quando eles não preenchem nossas expectativas.
Trabalhar os passos nos ajuda a compreender nossas próprias limitações e nossa
humanidade. Passamos a ver nossas falhas como seres humanos. Percebemos que nunca seremos
perfeitos e que haverá momentos em que desapontaremos a nós mesmos e a outros. Temos a
esperança do perdão.
Ao aprender como nos aceitar gentilmente podemos começar a olhar para os outros com
a mesma atitude de aceitação e tolerância. Estas pessoas também são apenas humanas, tentando
fazer o melhor de si e, às vezes, falhando.

Só por hoje: Eu vou tratar os outros com a tolerância e o perdão que busco para mim mesmo.
30 de julho Inventário habitual

“Continuar fazendo o inventário pessoal significa que


criamos o hábito de olhar regularmente para nós
mesmos, nossas ações, atitudes e relacionamentos ”.

Texto Básico, p. 45

Fazer um inventário habitual é um elemento chave em nosso novo padrão de vida. Em nossa
adicção ativa, nós nos examinávamos o mínimo possível. Não estávamos contentes com a
maneira pela qual vivíamos nossas vidas, mas não sentíamos que podíamos modificar nossa
maneira de viver. Sentíamos que o auto-exame seria um exercício doloroso e fútil.
Hoje, tudo isso está mudando. Impotentes perante nossa adicção encontramos um Poder
maior do que nós mesmos que nos ajudou a parar de usar. Onde antes nos sentíamos perdidos
na confusão da vida, encontramos direção na experiência de nossos companheiros em
recuperação e em nosso contato cada vez melhor com nosso Poder Superior. Não precisamos
nos sentir presos por nossos antigos padrões destrutivos. Podemos escolher viver de forma
diferente.
Ao estabelecer um padrão regular de fazer um inventário pessoal, nos damos à oportunidade
de modificar qualquer coisa em nossas vidas que não esteja funcionando. Se tivermos começado
a fazer alguma coisa que nos traz problemas, podemos começar a mudar nosso comportamento
antes que ele se torne algo fora de nosso controle. E se estivermos fazendo coisas que evitem
problemas, podemos anotar isto também e nos encorajar a continuar fazendo aquilo que
funciona.

Só por hoje: Eu vou me comprometer a incluir um inventário habitual em meu novo padrão de
vida.
Libertar-se da adicção ativa 31 de julho

“Narcóticos Anônimos promete apenas uma coisa: a libertação da


adicção ativa, a solução que nos escapou por tanto tempo“.

Texto Básico, p. 116


NA não promete nada além de nos libertar da adicção ativa. É verdade que alguns de
nossos membros atingem, em recuperação, um sucesso financeiro. Compram casas bonitas,
andam em carros novos, vestem roupas finas e formam famílias lindas. Estes sinais externos de
prosperidade, entretanto, não são a coisa mais comum entre nossos membros. Muitos de nós
nunca encontram sucesso financeiro. Isto não é, necessariamente, um reflexo da qualidade de
nossa recuperação.
Quando nos sentimos tentados a nos comparar a estes membros aparentemente mais ricos,
é bom lembrar por que viemos para as salas de Narcóticos Anônimos. Viemos porque nossas
vidas estavam desmoronando. Estávamos emocional, física e espiritualmente derrotados. Nosso
Texto Básico nos lembra que “em desespero, buscamos ajuda entre nós em Narcóticos
Anônimos”. Viemos porque estávamos vencidos.
Para adictos, mesmo um só dia limpo é um milagre. Quando nos lembramos por que
viemos para Narcóticos Anônimos e em que condições chegamos, percebemos que o bem-estar
material fica ofuscado em comparação às riquezas espirituais que ganhamos em recuperação.

Só por hoje: Eu recebi uma dádiva espiritual muito maior do que o bem-estar material: minha
recuperação. Vou agradecer ao Deus de minha compreensão por libertar-me da adicção ativa.
Agosto
Meditação
Diária
Libertação da culpa 1 de agosto

“Nossa adicção nos escravizara. Éramos prisioneiro da nossa


própria mente e condenados pela nossa própria culpa“.

Texto Básico, p. 8

A culpa é um dos obstáculos mais comuns que encontramos em nossa recuperação. Uma
das formas de culpa mais evidentes é a auto-aversão que surge quando tentamos nos perdoar,
mas não nos sentimos perdoados.
Como podemos nos perdoar de forma a sentir o perdão? Primeiro nos lembramos que
culpa e erro não são elos de uma corrente inquebrável. Partilhar honestamente com um padrinho,
ou madrinha, e com outros adictos, nos mostra como isso é verdadeiro. Muitas vezes, quando
partilhamos, o resultado é uma consciência maior de nossa participação em nossas questões. Às
vezes, percebemos que nossas expectativas estavam muito altas. Aumentamos nossa disposição
de participar das soluções em vez de empacar nos problemas.
Em algum lugar ao longo do caminho, encontramos quem realmente somos. Geralmente,
descobrimos que não somos aqueles seres totalmente perfeitos, nem totalmente imperfeitos, que
tínhamos imaginado ser. Não precisamos corresponder a nossas ilusões, sejam elas de grandeza
ou de inferioridade; precisamos somente viver na realidade.

Só por hoje: Eu estou grato por minhas qualidades e aceito minhas imperfeições. Através da
boa vontade e da humildade, sou libertado para poder progredir em minha recuperação e
encontrar a libertação da culpa.
2 de agosto Praticando a honestidade

“Quando nos sentimos amarrados ou pressionados, precisamos


de grande força emocional e espiritual para sermos honestos”.

Texto Básico, p. 92

Muitos de nós tentamos esquivar-nos de uma dificuldade sendo desonestos, somente para
depois termos que nos tornar humildes e dizer a verdade. Alguns de nós modificamos nossas
histórias só por modificar, quando poderíamos com a mesma facilidade, contar a verdade. Toda
vez que tentamos evitar ser honestos, isto se volta contra nós. A honestidade pode ser
desagradável, mas os problemas que temos que encarar quando somos desonestos são,
geralmente, muito piores do que o desconforto de dizer a verdade.
A honestidade é um dos princípios fundamentais da recuperação. Aplicando este princípio
desde o início de nossa recuperação, quando finalmente admitimos nossa impotência e
descontrole. Continuamos a aplicar o princípio da honestidade cada vez que nos deparamos com
a opção entre viver na fantasia ou viver a vida como ela é. Aprender a ser honesto não é sempre
fácil, especialmente depois do disfarce e fraude que tantos praticam em sua adicção. Nossas
vozes podem tremer ao testarmos nossa recém-encontrada honestidade. Mas, em pouco tempo,
o som da verdade vindo de nossas próprias bocas acalma qualquer dúvida: a honestidade nos faz
sentir bem! É mais fácil viver a verdade do viver a mentira.

Só por hoje: Eu vou abraçar a vida honestamente, com todas as suas pressões e exigências. Vou
praticar a honestidade, mesmo quando for embaraçoso. A honestidade vai ajudar, e não
prejudicar, meus esforços de viver limpo e de me recuperar.
Confiando nas pessoas 3 de agosto

“Muitos de nós não teriam tido para onde ir se não


tivessem confiado nos grupos e membros de NA“.

Texto Básico, p. 92

Confiar nas pessoas é um risco. Seres humanos são notadamente esquecidos, pouco
dignos de confianças e imperfeitos. Muitos de nós viemos de passados onde a traição e a
insensibilidade entre amigos era ocorrências comuns. Mesmo os nossos amigos mais confiáveis
não eram muito confiáveis. Quando chegamos às salas de NA muitos de nós tinham centenas de
experiências que sustentavam a nossa convicção de que as pessoas não são dignas de confiança.
Mas a nossa recuperação requer que confiemos nas pessoas. Encaramos o seguinte dilema: as
pessoas não são sempre dignas de confiança, mas precisamos confiar nelas. Como podemos
fazer isto, dadas as evidências de nossos passados?
Em primeiro lugar, nos lembramos que as regras da adicção ativa não se aplicam à
recuperação. Muitos de nossos companheiros estão dando o melhor de si para viver de acordo
com os princípios que aprendemos no programas. Em segundo, nos lembramos de que nós
também não somos 100% confiáveis. Certamente iremos desapontar alguém em nossas vidas,
não importa o quanto tentemos não fazê-lo. Em terceiro, o mais importante, percebemos que
precisamos confiar nos nossos companheiros de NA. As nossas vidas estão em jogo e a única
maneira de nos manter limpos é confiar neste pessoal bem intencionado que, admitimos, não é
perfeito.

Só por hoje: Eu vou confiar em meus companheiros. Mesmo não sendo perfeitos, eles são
minha melhor esperança.
4 de agosto Quando um segredo não é um segredo?

“Os adictos tendem a levar vidas secretas(...) É um alívio nos livrarmos


de todos os segredos e partilharmos a carga do nosso passado”.

Texto Básico, p. 35

Ouvimos dizer que “a nossa doença é do tamanho dos nossos segredos”. O que mantemos
em segredo, e por que?
Mantemos em segredo aquelas coisas que nos causam vergonha. Podemos nos agarrar a tais
coisas porque não queremos abrir mão delas. Mas, se nos causam vergonha, será que não
viveríamos com mais tranqüilidade se nos livrássemos delas?
Alguns de nós se agarram às coisas que nos causam vergonha por outra razão. Não é que
não queremos nos livrar delas; simplesmente não acreditamos que podemos nos livrar delas.
Elas nos atormentam por tanto tempo, e tentamos tantas vezes nos livrar delas, que perdemos a
esperança de alívio. Mas continuam a nos envergonhar e continuamos a mantê-las em segredo.
Precisamos nos lembrar quem somos: adictos em recuperação. Nós, que por tanto tempo
tentamos manter o nosso uso de drogas em segredo, libertamo-nos da obsessão e da compulsão
de usar. Apesar de muitos de nós gostarem do uso até o final, de qualquer maneira buscamos
recuperação. Simplesmente não podíamos agüentar o tributo que o nosso uso estava nos
cobrando. Quando admitimos nossa impotência, e procuramos ajuda de outros, o peso de nosso
segredo foi retirado de nós.
O mesmo princípio se aplica a quaisquer outros segredos que possam estar pesando sobre
nós. Sim, a nossa doença é do tamanho de nossos segredos. É somente quando nossos segredos
deixam de ser segredos que podemos começar a encontrar alívio daquelas coisas que nos causam
vergonha.

Só por hoje: Meus segredos podem em adoecer se permanecerem como segredos. Hoje, eu vou
conversar com meu padrinho, ou minha madrinha, sobre os meus segredos.
A forma de nossos pensamentos 5 de agosto

“Moldando nossos pensamentos com ideais espirituais,


somos libertados para sermos quem nós queremos ser “.

Texto Básico, p. 115


A adicção moldou os nossos pensamentos de sua própria forma. Qualquer forma que os
pensamentos já tenham tido, eles se tornaram disformes quando a nossa doença tomou
completamente as rédeas de nossas vidas.
Cada um dos ideais espirituais de nosso programa serve para endireitar algumas das
distorções em nossa maneira de pensar que se formaram durante a adicção ativa. A negação é
contrabalançada com a admissão, os segredos pela honestidade, o isolamento pelo
companheirismo e o desespero pela fé em um Poder Superior amoroso. Os ideais espirituais que
encontramos em recuperação, estão devolvendo à sua condição natural a forma de nossos
pensamentos e a nossa vida.
E qual é esta “condição natural”? É a condição que realmente buscamos para nós, uma
imagem de nossos sonhos mais elevados. E como sabemos disto? Por nossos pensamentos
estarem sendo reformulados em nossa recuperação, pelos ideais espirituais que encontramos em
nosso crescente relacionamento com o Deus que viemos a compreender em NA.
A adicção não molda mais os nossos pensamentos. Hoje, as nossas vidas estão sendo
formuladas pela nossa recuperação e por nosso Poder Superior.

Só por hoje: Eu vou permitir que os ideais espirituais orientem os meus pensamentos. Nessa
orientação, eu encontrarei a forma de meu próprio Poder Superior.
6 de agosto Alegria interior

“Desde o começo da nossa recuperação, descobrimos que a


alegria não vem das coisas materiais, vem de dentro de nós”.

Texto Básico, p. 117

Alguns de nós viemos a Narcóticos Anônimos empobrecidos por nossa doença. Tudo o que
tínhamos foi perdido para a nossa adicção. Ao ficarmos limpos, colocamos toda a nossa energia
no esforço de recuperar nossas posses materiais, somente para nos sentirmos ainda mais
insatisfeitos com as nossas vidas do que antes.
Outros membros buscaram alívio para sua dor emocional em coisas materiais. Uma pessoa
que paquerávamos nos rejeitou? Vamos comprar alguma coisa. O cachorro morreu? Vamos ao
shopping center. O problema é que a plenitude emocional não pode ser comprada, nem mesmo
a prestações.
Não há nada de errado com as coisas materiais em si. Elas podem tornar a vida mais
conveniente e mais luxuosa, mas elas não podem nos consertar. Aonde, então a verdadeira
alegria pode ser encontrada? Sabemos: a resposta está dentro de nós.
Quando é que já encontramos alegria? Quando nos colocamos a serviço de outros, sem
expectativas de recompensa. Encontramos um calor humano verdadeiro no companheirismo de
outros, não apenas em NA, mas em nossas famílias, em nossos relacionamentos e em nossas
comunidades.
E encontramos a fonte mais certa de satisfação em nosso contato consciente com Deus. Paz
interior, um sentido de orientação confiança e segurança emocional que não vêm de coisas
materiais. Vêm de dentro.

Só por hoje: A verdadeira alegria não pode ser comprada. Eu vou buscar minha alegria no
serviço, no companheirismo e em meu Poder Superior. Vou buscá-la dentro de mim.
Uma lista de gratidão 7 de agosto

“Focalizamos qualquer coisa que não está indo da nossa


maneira e ignoramos toda a beleza em nossas vidas “.

Texto Básico, p. 88

É fácil sentir gratidão quando tudo está correndo bem. Se recebemos um aumento em
nosso emprego, sentimos gratidão, sentimos gratidão. Se nos casamos, sentimos gratidão. Se
alguém nos surpreende com um presente bonito ou com um favor pelo qual não pedimos, somos
gratos. Mas se somos despedidos, se nos divorciamos ou se nos desapontamos, a gratidão voa
pela janela. Nos descobrimos obcecados pelas coisas que estão dando errado, mesmo se todo o
resto estiver maravilhoso.
É aqui que podemos utilizar uma lista de gratidão. Nós nos sentamos e, com papel e
caneta, fazemos uma lista das pessoas pelas quais somos gratos. Tosos nós temos pessoas que
nos apoiaram nos transtornos da vida. Fazemos uma lista das qualidades espirituais que
alcançamos, porque sabemos que não poderíamos ter conseguido atravessar as circunstâncias
atuais sem elas. Finalmente, mas não menos importante, colocamos na lista nossa própria
recuperação. Colocamos na lista tudo que inspira nossa gratidão.
Certamente, podemos encontrar centenas de coisas que inspiram nossa gratidão. Mesmo
aqueles de nós que estão sofrendo de alguma doença, ou que perderam todo o bem-estar material,
encontrarão dádivas de natureza espiritual pelas quais podem ser gratos. Um despertar espiritual
é a dádiva mais valiosa que um adicto pode receber.

Só por hoje: Eu vou escrever uma lista de coisas, tanto materiais quanto espirituais, pelas quais
sinto gratidão.
8 de agosto Recuperação responsável

“(...) Hoje, aceitamos a responsabilidade pelos nossos problemas,


e vemos que somos igualmente responsáveis pelas nossas soluções”.

Texto Básico, p. 105

Alguns de nós, bastante acostumados a deixar nossas responsabilidades nas mãos de outros,
podemos tentar manter o mesmo comportamento em recuperação. Rapidamente descobrimos
que não funciona.
Por exemplo, se estamos considerando fazer uma mudança em nossas vidas,. Ligamos para
o nosso padrinho, ou madrinha, e perguntamos o que deveríamos fazer. Sob o pretexto de buscar
orientação, estamos, na verdade, pedindo ao nosso padrinho/madrinha, que assuma a
responsabilidade de tomar as decisões sobre nossas vidas. Ou, talvez, tenhamos sido grosseiros
com alguém numa reunião, e então, pedimos ao melhor amigo daquela pessoa que se desculpe
por nós. Talvez tenhamos exigido de um amigo, várias vezes no último mês, que cobrisse um
compromisso nosso de serviço. Será que pedimos a um amigo que analisasse o nosso
comportamento e identificasse as nossas imperfeições, em vez de fazermos o nosso próprio
inventário pessoal?
A recuperação é algo que só conseguimos com trabalho. Não vai ser oferecida para nós uma
bandeja de prata, e nem podemos esperar que nossos amigos ou o nosso padrinho/madrinha,
sejam responsáveis pelo trabalho que precisamos fazer. Nos recuperamos tomando as nossas
próprias decisões, fazendo o nosso serviço e praticando os passos. Ao fazermos, nós mesmos
estas coisas, recebemos as recompensas.

Só por hoje: Eu aceito a responsabilidade por minha vida e por minha recuperação.
O poder do amor 9 de agosto

“Começamos a ver que o amor de Deus esteve sempre


presente, apenas esperando que nós o aceitássemos“.

Texto Básico, p. 51

O amor de Deus é o poder transformador que impulsiona a nossa recuperação. Com este
amor, encontramos a liberdade do ciclo sem esperança e desesperado do uso, ódio de si mesmo
e mais uso. Com este amor, nossas vidas, antes sem objetivo, adquirem sentido e propósito. Com
este amor, nos são dadas a direção interna e a força que precisamos para iniciar a nossa nova
maneira de viver: o caminho de NA. Com este amor, começamos a ver as coisas de modo
diferente, como se tivéssemos novos olhos.
Ao examinar as nossas vidas com os olhos do amor, fazemos uma descoberta que pode
ser surpreendente: o Deus amoroso que viemos recentemente a compreender sempre esteve
conosco e sempre nos amou. Lembramos de momentos em que havíamos pedido pela ajuda de
um Poder Superior e que esta nos foi dada. Lembramos, inclusive, de momentos em que não
havíamos pedido tal ajuda, mas que nos foi dada assim mesmo. Descobrimos que um Poder
Superior amoroso tomou conta de nós o tempo todo, preservando as nossas vidas até o dia em
que podíamos aceitar este amor por nós mesmos.
O Poder do amor sempre esteve conosco. Hoje, sentimos gratidão por ter sobrevivido
tempo suficiente para nos tornarmos conscientes da presença deste amor em nosso mundo e em
nossas vidas. Sua vitalidade inunda nosso ser, guiando nossa recuperação e nos mostrando como
viver.

Só por hoje: Eu aceito o amor de um Poder Superior em minha vida. Estou consciente da
orientação e da força deste Poder dentro de mim. Hoje, eu peço isto para mim.
10 de agosto Prece e meditação regulares

“A maioria de nós reza, quando está com dor. Aprendemos que, se rezarmos com
regularidade, não sentiremos dor com tanta freqüência ou tanta intensidade”.

Texto Básico, p. 49

Prece e meditação regulares são mais dois elementos-chave em nosso padrão de vida. A
nossa adicção ativa foi mais do que um mal esperando ser quebrado pela força de vontade. A
nossa adicção ativa era uma dependência negativa e exigente que nos roubou toda a energia
positiva. Esta dependência era tão completa que nos impedia de desenvolver qualquer tipo de
confiança num Poder Superior.
Desde o início de nossa recuperação, nosso Poder Superior tem sido a força que nos trouxe
liberdade. Primeiro, nos aliviou da nossa compulsão de continuar usando drogas, mesmo quando
sabíamos que elas estavam nos matando. Depois, nos libertou dos aspectos mais arraigados de
nossa doença. Nosso Poder Superior nos deu orientação, força e coragem de nos inventariar; de
admitir em voz alta para uma outra pessoa, talvez pela primeira vez, como eram nossas vidas;
de começar a buscar a libertação dos defeitos de caráter crônicos que eram a base de nossos
problemas; e finalmente, de começar a fazer reparação dos erros que cometemos.
Este primeiro contato com um Poder Superior e esta primeira liberdade cresceram, formando
uma vida cheia de liberdade. Mantemos esta liberdade ao mantermos e melhorarmos nosso
contato consciente com o nosso Poder Superior através da prece e meditação regulares.

Só por hoje: Eu vou me comprometer a incluir prece e meditação regulares em meu novo padrão
de vida.
Escutando atentamente 11 de agosto

“Escutando atentamente, ouvimos coisas que funcionam para nós“.

Texto Básico, p. 116


A maioria de nós chegou a Narcóticos Anônimos com uma habilidade de ouvir muito
pequena. Mas para poder receber plenamente as vantagens “do valor terapêutico da ajuda de um
adicto a outro”, precisamos escutar atentamente.
O que é, para nós, escutar atentamente? Nas reuniões, significa que nos concentramos no
que o orador está partilhando, no momento em que ele está partilhando. Deixamos de lado nossos
próprios pensamentos e opiniões até que a reunião acabe. Só então, revisamos o que ouvimos
para decidir que idéias queremos utilizar e quais ainda queremos examinar melhor.
Também podemos aplicar as nossas habilidades de escutar atentamente no
apadrinhamento. Os recém-chegados freqüentemente nos contam algum “acontecimento
importante” em suas vidas. Embora esses acontecimentos possam não parecer tão significativos
para nós, eles o são para o recém-chegado que tem pouca experiência em viver a vida como ela
é. Escutar atentamente nos ajuda a sentir afinidade com os sentimentos que aqueles
acontecimentos representam na vida de nosso afilhado(a). Com esta compreensão, temos uma
idéia melhor a respeito do que partilhar com eles.
No isolamento de nossa adicção ativa, a habilidade de escutar atentamente era
desconhecida por nós. Hoje, esta habilidade ajuda a nos engajar ativamente em nossa
recuperação. Escutando atentamente, recebemos tudo o que está sendo oferecido para nós em
NA e partilhamos com outros, plenamente, o amor e o carinho que nos foi dado.

Só por hoje: Eu vou me esforçar para ser ouvinte atento. Vou praticar minhas habilidades de
escutar atentamente quando outros estiverem partilhando e quando eu estiver partilhando com
outros
12 de agosto Chega

“Alguma coisa grita lá dentro: ‘chega, chega, para mim já chega’,


e, então eles estão prontos para dar aquele primeiro e, muitas vezes,
mais difícil passo em direção ao tratamento de sua doença”.

Básic Text, p. 203*

Será que para nós já chega? Esta é a pergunta crucial que precisamos fazer a nós mesmos
ao nos preparar para trabalhar o Primeiro Passo em Narcóticos Anônimos. Não importa se
quando chegamos a NA as nossas famílias estavam intactas ou não, ou se profissionalmente
nossas vidas estavam funcionando ou se todas as aparências externas fossem de plenitude. O
que importa é que chegamos a um fundo de poço emocional e espiritual que nos impede de
voltarmos para a adicção ativa. Se chegamos, estaremos prontos a percorrer qualquer distância
para parar de usar.
Quando fazemos um inventário de nossa impotência, nos fazemos algumas perguntas
simples. Posso controlar, de alguma maneira, o meu uso de drogas? Que incidentes aconteceram
como resultado de meu uso de drogas e que eu não queria que acontecesse? De que forma minha
vida está incontrolável? Acredito, de coração, que sou um adicto?
As respostas para estas perguntas nos trazem para as salas de Narcóticos Anônimos, e, então,
estamos prontos a seguir para o próximo passo em direção a uma vida livre da adicção ativa. Se,
para nós, realmente já chega, estaremos prontos para percorrer qualquer distância para encontrar
a recuperação.

Só por hoje: Eu admito que para mim já chega. Estou pronto para trabalhar o meu Primeiro
Passo.

*N.T. Está página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em Inglês.


Pessoas difíceis 13 de agosto

“Quando damos amor incondicional (...) nós nos


tornamos mais amorosos e, partilhando o crescimento
espiritual, nós nos tornamos mais espiritualizados“.

Texto Básico, p. 113


A maioria de nós tem uma ou duas pessoas em suas vidas que são excepcionalmente
difíceis. Como é que,em nossa recuperação, lidamos com uma pessoa difícil?
Em primeiro lugar, fazemos o nosso próprio inventário. Erramos com esta pessoa?
Alguma atitude ou ação de nossa parte serviu como um convite para o tipo de tratamento que
estão nos dando? Se for o caso, vamos querer melhorar a situação, admitir que erramos e pedir
ao nosso Poder Superior que remova qualquer defeito que possa impedir de ser úteis e
construtivos.
Depois, como pessoas que buscam viver vidas orientadas espiritualmente, lidamos com
o problema do ponto de vista da outra pessoa. Ela pode estar encarando um ou vários desafios
que deixamos de considerar ou que nem sabemos a respeito. Estes desafios podem estar
tornando-a desagradável. Como freqüentemente é dito, buscamos em recuperação “perdoar mais
do que ser perdoado; compreender mais do que ser compreendido”.
Finalmente, se estiver ao nosso alcance, buscamos maneiras de ajudar os outros a superar
seus desafios sem ferir sua dignidade. Oramos pelo seu bem-estar, crescimento espiritual e pela
habilidade de lhe oferecer o amor incondicional que tanto significou para nós em nossa
recuperação.
Não podemos modificar as pessoas difíceis em nossa vida, tampouco podemos agradar a
todos. Mas, podemos aplicar os princípios espirituais que aprendemos em NA. Podemos
aprender a amá-las

Só por hoje: Poder Superior ajude-me a servir a outras pessoas e não exigir que elas me sirvam.
14 de agosto Abrindo mão de nossas limitações

“Não temos que nos acomodar às nossas limitações do passado.


Podemos examinar e reexaminar as nossas velhas idéias”.

Texto Básico, p. 12

A maioria de nós chega ao programa com uma enorme quantidade de limitações impostas
por nós mesmos, que nos impedem de realizar o nosso potencial plenamente, limitações que
inibem as nossas tentativas de encontrar os valores que estão bem no âmago de nosso ser.
Colocamos limitações em nossa habilidade de sermos verdadeiros conosco, limitações para a
nossa habilidade de funcionar em nosso trabalho, limitações para os riscos que estamos prontos
a correr – a lista parece interminável. Se os nossos pais ou professores nos disseram que nós
nunca iríamos dar certo, e se nós acreditamos neles, é bastante provável que não tenhamos
conseguido alguma coisa. Se a nossa socialização nos ensinou que não deveríamos lutar por
nossos próprios direitos, nós não lutamos, mesmo se tudo dentro de nós gritava para o que o
fizéssemos.
Em Narcóticos Anônimos, nos é dado um processo pelo qual podemos reconhecer estas
falsas limitações como elas soa na realidade. Através de nosso Quarto Passo, descobriremos que
não queremos manter todas as regras que nos foram ensinadas. Não precisamos ser vítimas de
nossas experiências passadas pelo resto de nossas vidas. Estamos livres para descartar as idéias
que inibem o nosso crescimento. Somos capazes de aumentar as nossas fronteiras para incluir
novas idéias e novas experiências. Estamos livres para rir, chorar e, acima de tudo, desfrutar da
nossa recuperação.

Só por hoje: Eu vou abrir mão das limitações que eu mesmo me impus e vou abrir minha mente
para novas idéias.
Com o tempo 15 de agosto

“Descobrimos que não nos recuperamos física,


mental e espiritualmente da noite para o dia“.

Texto Básico, p. 30

Você já chegou a um aniversário de recuperação com o sentimento de que você devia


estar mais adiantado na sua recuperação?
Talvez você tenha escutado recém-chegados partilhando em reuniões, membros com muito
menos tempo limpo, e pensou: “Mas só agora eu estou começando a entender alguma coisa
sobre o que eles estão falando!”
É estranho termos que chegar à recuperação achando que iremos nos sentir bem
imediatamente e que não teremos mais nenhuma dificuldades ao lidar com as reviravoltas da
vida. Esperamos que os nossos problemas físicos vão se corrigir por si próprios, que a nossa
maneira de pensar vai se tornar racional e que uma vida espiritual plenamente desenvolvida irá
se manifestar da noite para o dia. Esquecemos que passamos anos abusando de nossos corpos,
entorpecendo nossas mentes e suprimindo nossa consciência de um Poder Superior. Não
podemos desfazer o estrago em um só dia. Podemos, no entanto, aplicar o próximo passo, ir à
próxima reunião, ajudar o próximo recém-chegado. Melhoramos e nos recuperamos pouco a
pouco, não da noite para o dia, mas com o tempo.

Só por hoje: O meu corpo vai melhorar um pouco, minha mente vai clarear um pouco mais e o
meu relacionamento com meu Poder Superior vai se fortalecer.
16 de agosto Para cima ou para baixo

“Esta á nossa estrada para o crescimento espiritual.


Mudamos todos os dias (...). Este crescimento não é o
resultado de um desejo, é resultado de ação e oração”.

Texto Básico, p. 39

A nossa condição espiritual nunca é estática; se não está crescendo, está decaindo. Se
focarmos parados, o nosso progresso espiritual perderá seu impulso para cima. Gradualmente, a
velocidade de nosso crescimento irá diminuir, depois parar e então, irá se reverter. A nossa
tolerância ficará pequena, nossa boa vontade de servir a outros desaparecerá e as nossas mente
irão se estreitando até fechar. Em pouco tempo, estaremos de volta ao ponto onde começamos:
em conflito com tudo e com todos ao nosso redor, não agüentando nem a nós mesmos.
A nossa única opção é a de participar ativamente de nosso programa de crescimento
espiritual. Oramos, buscando uma sabedoria maior do que a nossa, vinda de um Poder maior do
que nós mesmos. Abrimos as nossas mentes e as mantemos abertas, nos tornando capazes de
aprender e aproveitar o que os outros tenham para partilhar conosco. Demonstramos a nossa boa
vontade para tentar praticar novas idéias e novas maneiras de fazer as coisas, experimentando a
vida de modo totalmente novo. O nosso progresso espiritual ganha velocidade e impulso,
guiados por um Poder Superior que estamos compreendendo melhor a cada dia.
No que diz respeito ao crescimento espiritual, é para cima ou para baixo que variamos, sem
meio termo. Descobrimos que o combustível da recuperação não são as vontades e os sonhos,
mas a oração e a ação.

Só por hoje: A única coisa constante em minha condição espiritual é a mudança. Não posso me
garantir no meu programa de ontem. Hoje, buscarei um novo crescimento espiritual através da
oração e da ação.
Diga a verdade 17 de agosto

“Um sintoma de nossa doença é a alienação, e a


partilha honesta nos libertará para a recuperação“.

Texto Básico, p. 90

A verdade nos conecta com a vida, enquanto o medo, o isolamento e a desonestidade nos
alienam. Como adictos na ativa, escondíamos da maior parte do mundo o máximo que podíamos
da verdade sobre nós mesmos. O nosso medo nos impedia de nos abrir para aqueles à nossa
volta, nos dando proteção contra o que poderiam fazer se aparentássemos vulnerabilidade. Mas
o nosso medo também nos impedia de nos conectar com o nosso mundo. Vivíamos como
alienígenas em nosso próprio planeta, sempre bonzinhos e ficando, a cada minuto, mais solitário.
Os Doze Passos e o companheirismo de adictos em recuperação proporcionam, para
pessoas como nós, um espaço onde podemos nos sentir seguros para dizer a verdade sobre nós
mesmos. Podemos admitir honestamente nossa frustrante e humilde impotência perante a
adicção porque encontramos muitos outros que já passaram pela situação – estamos a salvo junto
com eles. E continuamos a contar mais verdade sobre nós à medida que continuamos a trabalhar
os passos. Quanto mais fazemos, mais nos sentimos verdadeiramente conectados com o mundo
à nossa volta.
Hoje, não precisamos nos esconder da realidade de nossos relacionamentos com as
pessoas, lugares e coisas em nossas vidas. Aceitamos estes relacionamentos do jeito que são,
sabendo que temos a nossa parte neles. Todos os dias dedicamos um tempo para nos perguntar:
“Tenho dito a verdade sobre mim mesmo?” Cada vez que fazemos isto, nos afastamos mais da
alienação que caracteriza a nossa adicção e nos aproximamos da liberdade que a recuperação
pode nos trazer.

Só por hoje: A verdade é a minha conexão com a realidade. Hoje, vou dedicar um tempo para
me perguntar: “Estou dizendo a verdade sobre mim mesmo?”
18 de agosto “Por quanto tempo devo continuar?”

“(...) a maneira de continuar a ser membros produtivos e responsáveis


da sociedade é colocarmos a nossa recuperação em primeiro lugar”.

Texto Básico, p. 116

As reuniões têm sido ótimas! A cada noite que vamos para a reunião, nos encontramos com
outros adictos para partilhar experiência, força e esperança. E a cada dia, utilizamos o que
aprendemos nas reuniões para continuar nossa recuperação.
No meio tempo, a vida continua. Trabalho, família, amigos, escola, esportes, diversão,
atividades comunitárias, obrigações civis – tudo requer nosso tempo. As exigências da vida
diária às vezes nos fazem perguntar: “Por quanto tempo será que eu terei que continuar inda a
essas reuniões?”
Vamos pensar sobre isso. Antes de chegar a Narcóticos Anônimos, conseguíamos ficar
limpos sozinhos? O que nos faz pensar que conseguiríamos agora? Depois, temos que considerar
a doença em si – o egocentrismo crônico, a obsessão e os padrões de comportamento
compulsivos que se expressam em tantas áreas de nossas vidas. Podemos viver e apreciar a vida
sem um tratamento efetivo para nossa doença? Não.
Pessoas “normais” não precisam se preocupar com coisas deste tipo, mas nós não somos
pessoas “normais”. Somos adictos. Não podemos fingir que não temos uma doença fatal e
progressiva, porque nós temos. Sem nosso programa, podemos não sobreviver para nos
preocuparmos com o trabalho, a escola, a família ou qualquer outra coisa. As reuniões de NA
nos dão o apoio e o direcionamento que precisamos para nos recuperar de nossa adicção,
permitindo-nos viver a vida o mais plenamente possível.

Só por hoje: Eu quero viver e apreciar a vida. Para fazer isto, colocarei minha recuperação em
primeiro lugar.
Primeiro as primeiras coisas 19 de agosto

“Esforçamo-nos nos nossos problemas mais óbvios e abrimos mão do resto.


Fazemos o que está ao nosso alcance e, à medida que progredimos,
apresentam-se novas oportunidades de melhorar“.

Texto Básico, p. 60

Dizem que a recuperação é simples – só precisamos mudar tudo! Esta parece ser uma
ordem um pouco exagerada, especialmente quando chegamos em Narcóticos Anônimos pela
primeira vez. Afinal de contas, poucos chegaram para a sua primeira reunião porque suas vidas
estavam muito bem. Ao contrário, a maioria de nós chegou a NA no meio de uma das piores
crises de sua vida. Precisávamos de recuperação, e rápido!
A grandiosidade da mudança necessária em nossas vidas pode ser paralisante. Sabemos
que não podemos cuidar de todas as coisas que precisam ser feitas, não de uma só vez. Como
começar? Provavelmente já começamos. Fizemos as primeiras coisas, as mais óbvias, que
precisava se feitas: paramos de usar drogas e começamos a ir às reuniões.
E o que fazemos depois disto? Mais ou menos a mesma coisa, só que um pouco mais: de
onde estamos, fazemos o que podemos. Nos movemos no caminho da recuperação levantando
um pé e dando o passo que está bem à nossa frente. E só quando isto tiver sido concluído, é que
nos preocupamos com o que vem em seguida. Devagar, mas com segurança, nos percebemos
progredindo ao longo do caminho, a cada dia, visivelmente nos aproximando do tipo de pessoa
que gostaríamos de ser.

Só por hoje: Eu vou andar pelo caminho de minha recuperação praticando o passo que está à
minha frente.
20 de agosto Encarando a morte

“Muitas vezes, temos que encarar algum tipo de crise na


nossa recuperação, como a morte de um ente querido”.

Texto Básico, p. 111

Toda vida tem um início e um fim. Entretanto, quando alguém que amávamos muito chega
ao final de sua vida, podemos ter dificuldades em aceitar a sua ausência repentina e definitiva.
Nossa mágoa pode ser tão poderosa que temos medo que ela possa nos engolir por inteiros, mas
isso não vai acontecer. Nossa tristeza pode doer mais do que qualquer coisa que possamos nos
lembrar, mas vai passar.
Não precisamos fugir das emoções que podem surgir com a morte de um ente querido. Morte
e tristeza são partes do todo que é viver “a vida como ela é”. Ao nos permitir a liberdade de
experimentar estes sentimentos, vivenciamos mais profundamente nossa recuperação e nossa
natureza humana.
Às vezes, a realidade da morte de uma outra pessoa faz a nossa própria mortalidade ficar
muito mais aparente. Reavaliamos as nossas prioridades e apreciamos ainda mais as pessoas que
amamos e que continuam conosco. Nossa vida, e nossa vida com elas, não continuarão para
sempre. Queremos fazer o máximo do que é mais importante enquanto ela durar.
Podemos descobrir que a morte de alguém que amamos nos ajuda a fortalecer o nosso
contato consciente com o nosso Poder Superior. Se nos lembrarmos que podemos sempre
retornar a esta fonte de força quando estivermos em dificuldades, poderemos nos manter focados
nela, não importando o que possa estar acontecendo à nossa volta.

Só por hoje: Eu vou aceitar a perda de alguém que amo e me voltar para o meu Poder Superior
para obter a força e poder aceitar meus sentimentos. Vou dar o máximo de meu amor para
aqueles em minha vida hoje.
Amizades 21 de agosto

“Nossas amizades tornam-se profundas e sentimos o calor e o


carinho de adictos partilhando a recuperação e uma nova vida“.

IP Nº 19, “Auto-aceitação”

A maioria de nós veio a Narcóticos Anônimos tendo poucos amigos verdadeiros. E a


maioria de nós chega sem a menor compreensão do que é necessário para se construir amizades
duradouras. Ao longo do tempo, entretanto, aprendemos que amizade requer trabalho. Mais cedo
ou mais tarde, todas as amizades apresentam desafios. Como qualquer outro relacionamento, a
amizade é um processo de aprendizado.
Nossos amigos nos amam o bastante para nos dizer a verdade a respeito de nós mesmos.
Como diz o velho ditado: “A verdade te libertará, mas primeiro, vai te deixar furioso”, e isso
parece especialmente verdadeiro no que diz respeito à amizade. É o que pode tornar as amizades
complicadas. Podemos nos perceber evitando certos encontros em vez de encarar nossos amigos.
Descobrimos, entretanto, que os amigos nos dizem o que dizem porque se importam conosco.
Querem o melhor para nós. Nossos amigos nos aceitam apesar das nossas imperfeições. Eles
compreendem que ainda estamos em um processo de crescimento.
Podemos contar com os amigos naquelas horas em que não podemos contar com nós
mesmos. Os amigos nos ajudam a ter uma perspectiva valiosa sobre os acontecimentos de nossas
vidas e de nossa recuperação. É importante cultivarmos ativamente as amizades, pois
aprendemos que não podemos nos recuperar sozinhos.

Só por hoje: Eu vou sentir gratidão pelos amigos que tenho. Vou ter uma participação ativa em
minhas amizades.
22 de agosto Contribuição

“Reconhecemos o nosso crescimento espiritual quando


somos capazes de estender a mão e ajudar os outros”.

Texto Básico, p. 63

Fazer uma diferença no mundo, contribuir com algo especial, talvez seja a mais alta
aspiração do coração humano. Cada um de nós, não importando como somos, tem uma
qualidade única para oferecer.
Pode ser que em algum momento de nossa recuperação, tenhamos encontrado alguém que
nos tocou quando ninguém mais podia. Se foi alguém que nos fez rir em nossa primeira reunião,
ou um padrinho/madrinha caloroso e cheio de compaixão, ou um amigo compreensivo que nos
apoiou durante uma tempestade emocional, e esta pessoa fez toda a diferença do mundo.
Todos nós tivemos a dádiva da recuperação partilhada conosco por outro adicto em
recuperação. Por isto, somos gratos. Expressamos nossa gratidão partilhando livremente com
outros o que nos foi dado. A mensagem individual que levamos pode ajudar um recém-chegado
que somente nós podemos tocar.
Existem muitas maneiras de servir a nossa irmandade. Cada um de nós descobrirá que faz
certas coisas melhor do que outros, mas todo serviço é igualmente importante. Se temos o desejo
de servir, com certeza vamos encontrar aquela maneira especial de contribuir que é adequada a
nós.

Só por hoje: Minha contribuição faz diferença. Hoje, vou oferecer minha ajuda.
Tomando decisões 23 de agosto

“Antes de ficarmos limpos, a maior parte de nossas ações eram guiadas


por impulsos. Hoje, não estamos presos a este tipo de pensamento“.

Texto Básico, p. 98

A vida é feita de uma série de decisões, ações e conseqüências. Quando estávamos


usando, nossas decisões eram, geralmente, guiadas por nossa doença, resultando em ações
autodestrutivas e conseqüências terríveis. Acabamos encarando as tomadas de decisão como um
jogo de manipulação, que deveríamos jogar o mínimo possível.
Sendo assim, muitos de nós temos grande dificuldade em aprender a tomar decisões em
recuperação. Aos poucos, trabalhando os Doze Passos, adquirimos experiência em tomar
decisões saudáveis, que levam a resultados positivos. Pedimos ao Poder Superior que cuide de
nós onde a doença um dia afetou nossa vontade e nossas vidas. Inventariamos os nossos valores
e as nossas ações, checamos as nossas descobertas com alguém que confiamos e pedimos ao
Deus de nossa compreensão para que remova os nossos defeitos. Ao trabalharmos os passos,
nos libertamos da influência de nossa doença e aprendemos princípios de tomada de decisão que
podem nos guiar em todas as nossas atividades.
Hoje, nossas decisões e suas conseqüências não precisam ser influenciadas por nossa
doença. A nossa fé dá a coragem e a orientação para tomarmos boas decisões e a força para
realizá-las. O resultado deste tipo de tomada de decisão é uma vida que vale a pena viver.

Só por hoje: Eu vou utilizar os princípios dos Doze Passos para tomar decisões saudáveis. Vou
pedir ao meu Poder Superior a força para agir em direção a estas decisões.
24 de agosto Buscando a vontade de Deus

“Aprendemos a ser cuidadosos ao rezar por coisas específicas”.

Texto Básico, p. 49

Em nossa adicção ativa, geralmente não rezávamos pelo conhecimento da vontade de Deus
para nós e pelo poder de realizar esta vontade. Ao contrário, a maioria de nossas orações era
para que Deus nos tirasse da confusão que tínhamos criado para nós mesmos. Esperávamos
milagres assim que o exigíssemos.
Este tipo de pensamento e oração se modifica quando começamos a praticar o Décimo
Primeiro Passo. A única maneira de sair dos problemas que criamos para nós mesmos é através
da rendição a um Poder maior do que nós mesmos.
Em recuperação, aprendemos aceitação. Buscamos em nossas orações e meditações, o
conhecimento de como devemos encarar as circunstâncias que aparecem em nosso caminho.
Paramos de lutar, abrimos mão de nossas próprias idéias sobre como as coisas deveriam ser,
pedimos por sabedoria e ouvimos as respostas. As respostas geralmente não chegam com um
lampejo de luz e um rufar de tambor. Geralmente, as respostas virão apenas com uma serena
sensação de confiança de que nossas vidas estão fluindo e que um Poder maior que nós mesmos
está guiando nossos caminhos.
Temos uma escolha. Podemos passar todo o nosso tempo lutando para que as coisas saiam
do jeito que queremos, ou podemos nos render à vontade de Deus. A paz pode ser encontrada
quando aceitamos o fluxo e refluxo da vida.

Só por hoje: Eu vou abrir mão de minhas expectativas, buscar a orientação de meu Poder
Superior e aceitar a vida.
Nono Passo – retomando a vida 25 de agosto

“Estamos nos libertando dos destroços do nosso passado“.

Texto Básico, p. 45

Quando iniciamos o Nono Passo, chegamos a um estágio emocional em nossa


recuperação. O dano causado em nossas vidas foi o que, antes de tudo, levou muitos de nós a
buscar ajuda. Agora temos uma chance de limpas esses destroços, consertar o nosso passado e
retomar nossas vidas.
Gastamos um bom tempo e muito esforço na preparação para este passo. Quando
chegamos a NA, encarar os escombros de nosso passado era provavelmente a última coisa que
queríamos fazer. Começamos a fazer isso em particular, com um inventário pessoal. Depois,
abrimos o nosso passado para um grupo selecionado e confiável: nós mesmos, nosso Poder
Superior e uma outra pessoa. Demos uma olhada em nossas imperfeições, a fonte de maior parte
do caos em nossas vidas e pedimos para que esses defeitos de caráter fossem removidos.
Finalmente, fizemos uma lista de reparações necessárias para acertar nossos erros – todos eles
– e nos prontificamos a realizá-las.
Agora, temos a oportunidade de fazer reparações – de alcançar a libertação dos destroços
de nosso passado. Tudo que fizemos até agora em NA nos conduziu até aqui. Neste ponto do
processo de nossa recuperação, o Nono Passo é exatamente o que queremos fazer. Com os Doze
Passos e a ajuda de um Poder Superior, estamos limpando o entulho que por tanto tempo ficou
no caminho de nosso progresso: estamos alcançando a liberdade para viver.

Só por hoje: Eu vou tirar vantagem da oportunidade de retomar a minha vida. Vou experimentar
a libertação dos destroços de meu passado.
26 de agosto Inventário do Décimo Passo

“Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando


estávamos errados, nós o admitíamos prontamente”.

Passo Dez

Um Décimo Passo diário nos mantém em constante base espiritual. Embora cada membro
faça perguntas diferentes, descobriu-se que algumas perguntas são úteis para quase todos. Duas
perguntas-chave do Décimo Passo são: “Estou em honesto contato comigo mesmo, com minhas
ações e meus motivos? E rezei pela vontade de Deus para mim e pelo poder de realizá-las?”
Estas duas perguntas, respondidas honestamente, nos tornarão mais atentos ao nosso dia.
Quando focalizamos os nossos relacionamentos, podemos perguntas: “Machuquei alguém
hoje, direta ou indiretamente? Preciso fazer reparações a alguém como resultado de minhas
ações, hoje?” Mantemos nosso inventário simples se nos lembrarmos de nos perguntar: “Onde
foi que eu errei? Como posso agir melhor da próxima vez?”
Membros de NA muitas vezes descobrem que seus inventários incluem outras perguntas
importantes. “Fui bom para mim, hoje? Fiz algo para alguém sem esperar nada em troca?
Reafirmei minha fé em um Poder Superior amoroso?”
O Passo Dez é um passo de manutenção do Programa de NA. O Décimo Passo nos ajuda a
continuar a viver confortavelmente em recuperação.

Só por hoje: Eu vou me lembrar de rever meu dia. Se machuquei alguém, farei reparações.
Pensarei sobre como posso agir de maneira diferente.
Escolhendo a vida 27 de agosto

“Tornou-se necessário uma mudança nos padrões


de vida autodestrutivos“.

Texto Básico, p. 16

A adicção ativa é um desejo de morte latente. Cada um de nós corteja a morte cada vez
que usávamos. Os nossos estilos de vida também nos colocavam em risco. A cada dia, e a cada
dose, a vida de um adicto é vendida barata.
Em recuperação, o primeiro padrão que modificamos é o padrão de usar. Manter-se limpo
é início de uma jornada para a vida. Mas o nosso comportamento autodestrutivo geralmente ia
muito mais fundo do que só o uso em si. Mesmo me recuperação, podemos ainda nos tratar
como se não tivéssemos valor. Quando nos tratamos mal, nos sentimos mal. E quando nos
sentimos mal, buscamos alívio, talvez até na nossa velha solução, as drogas.
Escolher a recuperação significa escolher a vida. Decidimos, a cada dia, que queremos
viver e ser livres. A cada dia que evitamos o comportamento autodestrutivo, escolhemos a
recuperação.

Só por hoje: Eu vou escolher a vida escolhendo a recuperação. Cuidarei de mim.


28 de agosto À luz da exposição

“Esses defeitos crescem no escuro e morrem à luz da exposição”.

Texto Básico, p. 34

O Quinto Passo nos pede para partilhar a nossa verdadeira natureza com Deus, com nós
mesmos e com um outro ser humano. Não nos encoraja a contar para todo mundo cada um dos
nossos pequenos segredos sobre nós mesmos. Não nos pede para abrir para o mundo inteiro cada
pensamento vergonhoso ou amedrontado que já tivemos. O Quinto Passo simplesmente nos
sugere que os nossos segredos nos causam mais mal do que bem quando os mantemos
totalmente para nós mesmos.
Se cedemos à nossa relutância de revelar a nossa verdadeira natureza para um só ser
humano, o lado secreto de nossas vidas se torna mais poderoso.. E quando os segredos estão no
controle, encravam uma barreira entre nós, nosso Poder Superior e as coisas a que mais damos
valor em nossa recuperação.
Quando partilhamos nosso ser secreto em confidência com, pelo menos, um ser humano,
talvez nosso padrinho/madrinha, ou um amigo próximo, esta pessoa geralmente não nos rejeita.
Nós nos abrimos para outra pessoa e somos recompensados com a sua aceitação. Quando isto
acontece, descobrimos que a partilha honesta não ameaça a vida; os segredos perderam o seu
poder sobre nós.

Só por hoje: Eu vou desarmar os segredos em minha vida partilhando-os com outro ser humano.
Não olhe para trás 29 de agosto

“Os passos oferecem uma grande mudança numa vida dominada pela
culpa e pelo remorso. Nosso futuro é modificado, porque não temos
que evitar as pessoas que prejudicamos. Como resultado (...)
recebemos uma nova liberdade que pode pôr fim ao isolamento“.

Texto Básico, p. 42

Muitos de nós chegamos em Narcóticos Anônimos cheios de arrependimentos de nossos


passados. Os nossos passos nos ajudam a começar a resolver estes arrependimentos.
Examinamos nossas vidas, admitimos nossos erros, fazemos reparações dos mesmos e tentamos
sinceramente modificar o nosso comportamento. Fazendo assim, encontramos um alegre
sentimento de liberdade.
Não precisamos mais negar ou lamentar o nosso passado. Depois que fazemos nossas
reparações, o que foi feito realmente acabou e se foi. Feitas as reparações, de onde viemos deixa
de ser a coisa mais importante para nós. É para onde vamos que conta.
Em NA, começamos a olhar para frente. É verdade, vivemos e nos mantemos limpos só
por hoje. Mas descobrimos que podemos começar a estabelecer metas, sonhar sonhos e
visualizar as alegrias que a vida em recuperação tem para oferecer. Olhar para frente nos mantêm
centrados em para onde estamos indo, e não cheios de remorso e arrependimento sobre nosso
passado. Afinal, é difícil ir para frente se estamos olhando para trás.

Só por hoje: Os passos me libertaram dos arrependimentos sobre meu passado. Hoje, eu vou
olhar para frente, para minha nova vida em recuperação.
30 de agosto Indo bem, sentindo-se bem

“Esses Examinamos as nossas ações, reações e motivos. Muitas vezes,


descobrimos que estamos nos saindo melhor do que temos sentido”.

Texto Básico, p. 49

A maneira como tratamos os outros, freqüentemente, revela o nosso próprio estado. Quando
estamos em paz, nos inclinamos mais a tratar os outros com respeito e compaixão. Entretanto,
quando nos sentimos fora de equilíbrio, tendemos a responder os outros com intolerância e
impaciência. Quando fazemos um inventário regular, provavelmente notamos um padrão:
tratamos os outros mal quando nos sentimos mal conosco.
O que talvez não seja revelado em um inventário, contudo, é o outro lado da moeda. Quando
tratamos o outro bem, nos sentimos bem com nós mesmos. Quando somamos esta verdade
positiva aos fatos negativos que encontramos em nosso inventário, começamos a nos comportar
de modo diferente.
Quando nos sentimos mal, podemos fazer uma pausa para rezar pedindo orientação e força.
Tomamos, então, uma decisão de tratar as pessoas à nossa volta com gentileza, com amabilidade
e com a mesma consideração que gostaríamos que nos fossem demonstradas. Uma decisão de
ser gentil pode nutrir e sustentar a felicidade e a paz interior que todos desejamos. E a alegria
que inspiramos pode levantar o espírito daqueles à nossa volta, alimentando, em troca, o nosso
próprio bem estar espiritual.

Só por hoje: Eu vou me lembrar que se eu modifico as minhas ações, meus pensamentos se
modificarão também.
Gratidão 31 de agosto

“Problemas de vida desesperadores tiveram um desfecho alegre.


A nossa doença foi detida e, agora, tudo é possível“.

Texto Básico, p. 116


O programa de NA nos deu mais liberdade do que jamais havíamos sonhado ser possível.
Às vezes, contudo, na rotina diária, perdemos de vista o quanto nos foi dado. Como, exatamente,
as nossas vidas modificaram em Narcóticos Anônimos?
A linha de partida, a recuperação, é claro, é a liberdade da compulsão de usar. Não
precisamos mais devotar todos os nossos recursos para alimentar nossa adicção. Não precisamos
mais nos colocar em perigo, nos humilhar e nem abusar de nós mesmos ou de outros somente
para conseguir a próxima “droga”. A abstinência, por si só, trouxe uma grande liberdade para
nossas vidas.
Narcóticos Anônimos nos tem dado muito mais do que a simples abstinência: foi-nos
dada uma vida completamente nova. Fizemos o nosso inventário e identificamos os defeitos de
caráter que nos limitaram por tanto tempo, nos impedindo de viver e apreciar a vida.
Renunciamos a estes defeitos, nos responsabilizamos por eles e buscamos o direcionamento e a
força que precisamos para viver de maneira diferente. O nosso grupo de escolha nos deu o calor
humano e o apoio que nos ajuda a continuar a viver em recuperação. E, acima de tudo, temos o
amor, o cuidado e o direcionamento do Deus que viemos a compreender em NA.
No curso do cotidiano da recuperação, às vezes, nos esquecemos o quanto as nossas vidas
se modificaram em Narcóticos Anônimos. Será que apreciamos plenamente o que nosso
programa nos deu?

Só por hoje: A recuperação me deu liberdade. Eu vou saudar o dia com esperança, grato por
tudo ser possível hoje.
Setembro
Meditação
Diária
Valores verdadeiros 1º de setembro

“Somos capazes de tomar decisões acertadas e com amor, baseadas


em princípios e ideais que têm real valor em nossas vidas“.

Texto Básico, p. 115


A adicção ativa nos deu um determinado conjunto de valores e princípios que aplicamos
em nossas vidas. “Você me empurrou”, um destes valores nos dizia, “então, eu ter empurro
também, e com força”. “É meu”, era outro valor gerado por nossa doença. “Certo, tudo bem,
talvez não fosse meu no começo, mas eu gostei disso, então eu fiz ser meu”. Estes valores
praticamente não eram valores verdadeiros, mas sim racionalizações e, com certeza, não nos
ajudaram a tomar decisões sábias e amorosas. De fato, serviram, basicamente, para nos afundar
ainda mais na cova que já tínhamos cavado para nós mesmos.
Os Doze Passos nos dão uma forte dose de valores verdadeiros, do tipo que nos ajuda a
viver em harmonia conosco e com aqueles à nossa volta. Depositamos nossa fé em um Poder
Superior e não em nós mesmos, nossas famílias ou nossas comunidades – fazendo assim, nos
tornamos seguros a ponto de sermos capazes de confiar em nossas comunidades, nossas famílias
e até em nós mesmos. Aprendemos a ser honestos em qualquer circunstância e parar de fazer
coisas que podemos querer esconder. Aprendemos a aceitar a responsabilidade por nossas ações.
“É meu” é substituído por um espírito de abnegação. Este é o tipo de valor que nos ajuda a nos
tornar uma parte responsável e produtiva da vida à nossa volta. Em vez de nos enterrar mais
fundo em uma cova, estes valores nos devolvem para o mundo dos vivos.

Só por hoje: Eu estou grato pelos valores que desenvolvi. Tenho gratidão pela capacidade que
me deram de tomar decisões sábias e amorosas como um membro responsável e produtivo de
minha comunidade.
2 de setembro Fortalecido pelo Poder Superior

“A prática diária de nosso Programa de Doze Passos nos permite mudar


daquilo que éramos para pessoas guiadas por um Poder Superior”.

Texto Básico, p. 94

Quem fomos, e o que nos tornamos? Existem algumas maneiras de responder a esta
pergunta. Uma é bem simples: chegamos a Narcóticos Anônimos como adictos, nossa adicção
nos matando. Em NA, fomos libertados de nossa obsessão por drogas e de nossa compulsão por
usar. E nossas vidas se transformaram.
Mas esta é apenas a ponta do iceberg. Quem realmente fomos?
No passado, fomos pessoas sem força ou direção. Nos sentíamos como se não tivéssemos
propósito ou razão de viver. Nossas vidas não faziam sentido para nós, nem para nossas famílias,
amigos ou nossos vizinhos.
Quem é que estamos nos tornando realmente?
Hoje, não somos somente adictos limpos, somos pessoas com um senso de direção, com um
propósito e um Poder maior do que nós mesmos. Através da prática diária dos doze Passos,
começamos a compreender como nossa adicção desvirtuou nossos sentimentos, motivações e
comportamentos. Gradualmente, a força destrutiva de nossa doença foi substituída pela força
vital de nosso Poder Superior.
Recuperação significa mais do que ficar limpo – significa fortalecer-se. Fizemos mais do
que largar alguns maus hábitos; estamos nos tornando novas pessoas, guiadas por um Poder
Superior.

Só por hoje: A orientação de que eu necessito para me tornar uma nova pessoa já está a meu
alcance. Hoje, vou afastar mais de minha antiga falta de direção e me aproximar mais de meu
Poder Superior.
A humildade expressada
pelo anonimato 3 de setembro

“A humildade é um subproduto que nos permite crescer e desenvolver numa atmosfera


de liberdade, e remove o medo de virmos a ser conhecidos como adictos pelos nossos
empregadores, pelas nossas famílias ou nossos amigos“.

Texto Básico, p. 83

Muitos de nós podem não ter compreendido a idéia de que “o anonimato é o alicerce
espiritual de todas as tradições”. Pensávamos como isto seria. O que é que o anonimato tem a
ver com nossa vida espiritual?
A resposta é: muito! Ao guardar e cuidar de nosso anonimato recebemos recompensas
espirituais além da compreensão. É uma grande virtude fazer algo de bom para alguém e não
contar a ninguém a respeito. Portanto, valorizamos ainda mais nossa recuperação quando
resistimos ao impulso de anunciar orgulhosamente para o mundo nossa participação em NA –
fazendo questão , na verdade, de que todos saibam o quanto somos maravilhosos.
A recuperação é uma dádiva que recebemos de um Poder maior do que nós mesmos.
Vangloriar-se da própria recuperação, como se fosse algo que fizemos conduz a sentimentos de
orgulho e grandiosidade. Manter nosso anonimato conduz à humildade e sentimentos de
gratidão. A recuperação é a recompensa em si mesma; a aclamação pública não pode torná-la
mais valiosa do que ela é.

Só por hoje: A recompensa da recuperação é a própria recuperação. Eu não preciso que a minha
seja aprovada publicamente. Manterei e cuidarei de meu anonimato.
4 de setembro Espíritos tumultuados

“Tentamos lembrar que fazemos as


reparações por nós mesmos”.

Texto Básico, p. 44

Enquanto ainda tivermos reparações a fazer, nossos espíritos estarão tumultuados com
coisas das quais não precisamos. Carregamos o peso extra de uma desculpa a fazer, de um
ressentimento mantido ou de um remorso não expresso. É como ter uma casa desarrumada.
Podíamos sair para que não precisássemos ver a bagunça ou, talvez, simplesmente pular por
cima das pilhas de entulho fingindo que não estavam lá. Mas ignorar a desordem não vai fazê-
la desaparecer. No final das contas, as louças sujas, o tapete cheio de migalhas e as cestas de
lixo transbordantes ainda estão lá, esperando para serem limpos.
É tão difícil de conviver com um espírito tumultuado quando com uma casa bagunçada.
Parece que estamos que estamos sempre tropeçando nos restos de ontem. Toda vez que nos
viramos e tentamos ir para algum lugar, há alguma coisa bloqueando nossa passagem. Quanto
mais negligenciamos nossa responsabilidade de fazer reparações, mais tumultuados ficam
nossos espíritos. E não podemos nem mesmo contratar alguém para fazer a limpeza. Temos que
fazer o trabalho nós mesmos.
Ganhamos um profundo senso de satisfação quando fazemos nossas próprias reparações. Da
mesma maneira que nos sentimos quando acabamos de limpar nossa casa e temos tempo para
desfrutar um pouco de sol através de janelas brilhantes, nossos espíritos vão deleitar-se com
nossa liberdade de poder desfrutar verdadeiramente nossa recuperação. E, uma vez que a grande
bagunça tenha sido limpa, tudo o que precisamos fazer é nos recompor a cada dia que se segue.

Só por hoje: Eu limparei o que está tumultuando meu espírito, fazendo as reparações que devo.
Não irremediavelmente maus 5 de setembro

“Descobrimos que sofremos de uma doença, não de um dilema moral.


Estávamos criticamente doentes, não éramos irremediavelmente maus“.

Texto Básico, p. 17

Para muitos de nós, Narcóticos Anônimos foi a resposta para um quebra-cabeças pessoal
bastante antigo. Por que é que nos sentíamos sempre sós, mesmo no meio de uma multidão?
Por que fizemos tantas loucuras e coisas autodestrutivas? Por que nos sentíamos tão mal a
respeito de nós mesmo, a maior parte do tempo? E como foi que nossas vidas ficaram tão
desordenadas? Pensávamos ser irremediavelmente maus ou, talvez, irremediavelmente insanos.
Sendo assim, foi um grande alívio aprender que sofremos de uma doença. Adicção, era
esta a fonte de nossos problemas. Nos demos conta de que por ser uma doença, podia ser tratada.
E quando tratamos nossa doença, podemos começar a nos recuperar.
Hoje, quando vemos sintomas de nossa doença reaparecendo em nossas vidas, não
precisamos nos desesperar. Afinal, é uma doença tratável, não um dilema moral. Podemos ser
gratos por nos recuperar da doença da adicção através da aplicação dos Doze Passos de NA.

Só por hoje: Eu estou grato por ter uma doença tratável e não um dilema moral. Continuarei o
tratamento para a doença da adicção ao praticar o Programa de NA.
6 de setembro Freqüência regular de reuniões

“Aprendemos com nossa experiência coletiva que aqueles que


continuam vindo regularmente às reuniões mantêm-se limpos”.

Texto Básico, p. 10

O Programa de NA nos dá um novo modo de viver. Um dos elementos básicos deste novo
modo é a freqüência regular às reuniões. Para o recém-chegado, viver limpo é uma experiência
completamente nova. Tudo o que nos era familiar foi mudado. As pessoas, lugares e coisas que
serviam de apoio no palco de nossas vidas se foram. Novas tensões aparecem, não mais
mascaradas ou amortecidas pelas drogas. É por isso que sempre sugerimos que recém-chegados
freqüentem reunião diariamente. Não importa o que aconteça, não importa que o dia seja
enlouquecedor, sabemos que nossa reunião diária nos espera. Lá podemos renovar o contato
com outros adictos em recuperação, pessoas que sabem o que estamos passando, porque elas
mesmas já passaram por isso. Não precisamos passar nenhum dia sem alívio que obtemos apenas
deste companheirismo.
À medida que amadurecemos na recuperação, obtemos os mesmos tipos de benefícios que
recebemos com a freqüência regular às reuniões. Não importa a quanto tempo estamos limpos,
nunca deixamos de ser adictos. Provavelmente não começaremos imediatamente a usar uma
grande quantidade de drogas, se perdermos nossas reuniões por poucos dias. Porém, quanto mais
regularmente freqüentarmos as reuniões de NA, mais reforçamos nossa identidade como adictos
em recuperação. E cada reunião nos ajuda a nos afastar cada vez mais de voltar a ser adictos na
ativa.

Só por hoje: Eu vou me comprometer a incluir a freqüência regular às reuniões como parte de
meu novo modo de vida.
Ressentimento e perdão 7 de setembro

“Onde tem havido erro, o programa nos ensina o espírito do perdão“.

Texto Básico, p. 13

Em NA, começamos a interagir com o mundo à nossa volta. Não vivemos mais no
isolamento. Mas, nos libertando do isolamento, pagamos seu preço: quanto mais interagimos
com as pessoas, mais freqüentemente vamos encontrar alguém pisando em nossos calos. E
freqüentemente estas são as circunstâncias nas quais surgem os ressentimentos.
Ressentimentos, justificados ou não, são perigosos para o andamento de nossa
recuperação. Quanto mais guardamos ressentimentos, mais amargos eles se tornam, finalmente
nos envenenando. Para ficarmos limpos, precisamos encontrara a capacidade de abrir mão de
nossos ressentimentos e perdoar. Primeiro, desenvolvemos esta capacidade trabalhando o
Oitavo e Nono Passos e a mantemos viva praticando regularmente o Décimo Passo.
Algumas vezes, quando estamos relutantes em perdoar, é útil lembrar que nós, também,
podemos algum dia precisar do perdão de outra pessoa. Todos nós não fizemos, uma vez ou
outra, algo que lamentamos profundamente? E não nos sentimos bem novamente quando os
outros aceitaram nossa sincera reparação?
Uma atitude de perdão é um pouco mais fácil de desenvolver quando nos lembramos que
todos nós estamos fazendo o melhor que podemos. E algum dia nós, também, vamos precisar de
perdão.

Só por hoje: Eu vou abrir mão de meus ressentimentos. Hoje, se eu for prejudicado, vou praticar
o perdão, sabendo que eu preciso de perdão para mim mesmo.
8 de setembro Rebeldia

“Não precisamos perder a fé quando ficamos rebeldes”.

Texto Básico, p. 37

Muitos de nós vivemos revoltados a vida inteira. Nossa resposta inicial para qualquer tipo
de orientação é freqüentemente negativa. Rejeição automática à autoridade parece ser um defeito
de caráter problemático para muitos adictos.
Um auto-exame minucioso pode nos mostrar como reagimos ao mundo à nossa volta.
Podemos nos perguntar se nossa rebeldia contra pessoas, lugares e instituições é justificada. Se
continuarmos escrevendo tempo suficiente, geralmente podemos deixar para trás o que os outros
fizeram e descobrir nossa própria responsabilidade em nossos assuntos. Descobrimos que o que
os outros fizeram não é tão importante quanto nossa maneira de reagir às situações nas quais
nos envolvemos.
O inventário regular nos permite examinar os padrões em nossas reações à vida e ver se
estamos predispostos à rebeldia crônica. Algumas vezes iremos achar que, apesar de geralmente
continuar acatando o que nos é sugerido, por medo de rejeição, secretamente abrigamos
ressentimentos contra a autoridade. Se deixarmos, estes ressentimentos podem nos desviar de
nosso programa de recuperação.
O processo do inventário nos permite descobrir, avaliar e alterar nossos padrões de rebeldia.
Não podemos mudar o mundo fazendo inventário, mas podemos mudar a maneira de reagir a
ele.

Só por hoje: Eu quero libertar-me do tumulto da rebeldia. Antes de agir, vou me inventariar e
pensar sobre meus verdadeiros valores.
Pés de barro 9 de setembro

“Uma das maiores barreiras em que tropeçamos em recuperação


parece ser a colocação de expectativas não realistas (...) nos outros“.

Texto Básico, p. 89

Muitos de nós chegamos a Narcóticos Anônimos nos sentindo muito mal em relação a
nós mesmos. Por comparação, os adictos em recuperação que encontramos nas reuniões
pareciam ter uma serenidade quase sobre-humana. Estas pessoas sábias e amorosas estão lá há
muitos meses, até anos, vivendo de acordo com princípios espirituais, dando de si para os outros
sem esperar nada em troca. Confiamos neles, deixamos que eles nos amem até que possamos
amar a nós mesmos. Esperamos que eles façam sempre tudo certo.
Então, o brilho da recuperação inicial começa a apagar-se e começamos a ver o lado
humano de nosso padrinho/madrinha e de nossos amigos de NA. Talvez um membro de nosso
grupo de escolha marque um café e nos deixe esperando, ou vemos dois companheiros com mais
tempo discutindo em uma reunião administrativa, ou percebemos que nosso padrinho/madrinha
tem um ou dois defeitos de caráter. Ficamos arrasados, desiludidos – afinal estes adictos em
recuperação não são perfeitos. Como podemos continuar confiando neles?
A verdade está em algum lugar entre “os heróis da recuperação” e “os desprezíveis
vagabundos de NA”. Nossos companheiros adictos não são completamente maus nem
completamente bons. Afinal, se eles fossem perfeitos não precisariam deste programa. Nosso
padrinho/madrinha e nossos amigos de NA são apenas adictos em recuperação como nós.
Podemos nos identificar com suas experiências em recuperação e usá-las em nosso próprio
programa.

Só por hoje: Meus amigos e meu padrinhomadrinha são humanos, assim como eu, e por isso
confio em suas experiências.
10 de setembro Mais poderoso que palavras

“Aprendemos que um simples abraço amigo pode


fazer toda a diferença do mundo...”

Texto Básico, p. 100

Talvez tenham existido momentos em nossa recuperação em que estivemos próximos de


alguma pessoa que passava por uma grande dor. Lutamos com a pergunta: “O que eu posso fazer
para que ela se sinta melhor?” Sentimo-nos ansiosos e impotentes para aliviar seu sofrimento.
Desejávamos ter mais experiência para partilhar. Não sabíamos o que dizer.
Mas algumas vezes a vida traz feridas que não podem ser aliviadas mesmo pelas palavras
com mais sentimento. Palavras nunca podem expressar tudo o que queremos dizer, quando
nossos mais profundos sentimentos de compaixão estão envolvidos. A linguagem falada é
insuficiente para alcançar uma alma ferida, apenas o toque de um Poder Superior pode curar
uma ferida do espírito.
Quando aqueles que amamos estão sofrendo, simplesmente estar presentes talvez seja a
maior contribuição de compaixão que possamos oferecer. Podemos estar seguros de que um
Poder Superior amoroso está trabalhando duro na cura do espírito; nossa única responsabilidade
é estar lá. Nossa presença, um abraço amoroso, um ouvido solidário irão certamente expressar
a profundidade de nossos sentimentos e alcançarão melhor o coração de um ser humano que
sofre do que meras palavras.

Só por hoje: Eu oferecer minha presença, um abraço e um ouvido solidário para alguém que
amo.
Dobrando-se com o vento 11 de setembro

“Aprendemos a ser flexíveis... À medida que coisas novas


vão sendo reveladas, nós nos sentimos renovados“.

Texto Básico, p. 111

“Flexibilidade” não fazia parte do vocabulário quando usávamos em nossos dias de ativa.
Nós nos tornamos obcecados com o prazer bruto de nossas drogas e endurecidos a toda
suavidade e sutileza dos prazeres infinitamente variados do mundo à nossa volta. Nossa doença
tinha transformado nossa própria vida em uma constante ameaça de prisões, instituições e morte,
uma ameaça que nos endureceu ainda mais. Por fim nos tornamos quebradiços. Com o mais
simples sopro de vida nós finalmente desmoronamos, quebramos, fomos derrotados, sem
escolha a não ser a rendição.
Mas a bela ironia da recuperação é que, em nossa rendição, achamos a flexibilidade que
havíamos perdido em nossa adicção, cuja grande ausência nos derrotou. Recuperamos a
capacidade de nos dobrar ante a brisa da vida sem nos quebrar. Quando o vento sopra, sentimos
seu toque amoroso conta nossa pele, ao passo que antes havíamos nos endurecido como se
estivéssemos contra o vendaval de uma tempestade.
Os ventos da vida sopram novos ares em nosso caminho a cada momento, com suas
fragrâncias e prazeres novos, variados, sutilmente diferentes. À medida que dobramos com o
vento da vida, sentimos, ouvimos, tocamos, cheiramos e saboreamos tudo que nos é oferecido.
E à medida que os novos ventos sopram, nos sentimos renovados.

Só por hoje: Poder Superior ajuda-me a dobrar com os ventos da vida e sentir a alegria de suas
passagens. Liberte-me da rigidez.
12 de setembro Novos horizontes

“Minha gratidão está fluindo bem e eu estou me tornando


uma versão mais confortável de mim mesmo, não a pessoa
neurótica e aborrecida que eu pensei que seria sem drogas. “

Basic Text, p. 262*


Existe realmente vida sem drogas? Recém-chegados estão certos de que estão destinados a
levar uma existência enfadonha uma vez que pararam de usar. Este medo está longe da realidade.
Narcóticos Anônimos abre a porta de uma nova maneira de viver para nossos membros. A
única coisa que perdemos em NA é nossa escravidão às drogas. Ganhamos uma porção de novos
amigos, tempo para nos dedicar ao lazer, a capacidade de ficar estável no emprego, até mesmo
a capacidade de nos dedicar aos estudos se assim o desejarmos. Estamos capacitados a iniciar e
desenvolver projetos até o final. Podemos ir a um baile e nos sentir confortáveis, mesmo que
não saibamos dançar. Começamos a guardar dinheiro para viajar, mesmo que seja só uma
viagem a um acampamento próximo. Em recuperação, descobrimos o que nos interessa e nos
dedicamos a novas atividades. Ousamos sonhar.
A vida certamente é diferente quando temos as salas de Narcóticos Anônimos para voltar.
Através do amor que achamos em NA, começamos a acreditar em nós mesmos. Munidos desta
convicção, nos aventuramos no mundo para descobrir novos horizontes. Muitas vezes, o mundo
é um lugar melhor porque um membro de NA esteve nele.

Só por hoje: Eu posso viver uma vida confortável e que flui – uma vida que nunca sonhei existir.
A recuperação tem aberto novos horizontes e me equipado para explorá-los.

* N.T. Está página refere-se ao Livre 2 do Texto Básico em inglês.


Algo diferente 13 de setembro

“Tínhamos que ter algo diferente e pensamos


que havíamos encontrado isso nas drogas“.

Texto Básico, p. 14

Muitos de nós nos sentimos diferentes das outras pessoas. Sabemos que não somos os
únicos a sentir desta maneira; ouvimos muitos adictos partilharem a mesma coisa. Procuramos
toda a vida por algo que nos fizesse sentir bem, encontrar este lugar “diferente” dentro de nós
para nos fazer inteiros e aceitáveis. As drogas pareceram preencher esta necessidade. Quando
estávamos drogados, pelo menos não sentíamos mais o vazio ou a necessidade. Mas havia um
inconveniente: as drogas, que eram nossa solução, rapidamente se tornaram nosso problema.
Uma vez que deixamos as drogas, a sensação de vazio voltou. A princípio, sentimos
desespero porque não tínhamos nenhuma solução dentro de nos mesmo para este anseio
miserável. Mas estávamos dispostos a continuar e começamos a trabalhar os passos. À medida
que o fazíamos, achamos o que estávamos procurando, aquele “algo diferente”. Hoje
acreditamos que o anseio de toda a nossa vida era principalmente pelo conhecimento de um
Poder Superior; “algo Diferente” do que precisávamos era um relacionamento com um Deus
amoroso. Os passos nos mostram como começar este relacionamento.

Só por hoje: Meu Poder Superior é o “algo diferente” que sempre esteve faltando em minha
vida. Eu vou usar os passos para restaurar este ingrediente que faltava a meu espírito.
14 de setembro Segredos reservas

“É-nos mostrado que temos que ser honestos, ou usaremos novamente“.

Texto Básico, p. 93

Tosos têm segredos, certo? Alguns de nós têm pequenos segredos que causariam apenas
pequenos embaraços, se descobertos. Alguns de nós têm grandes segredos, áreas inteiras de
nossas vidas encobertas por espessa e densa escuridão. Grandes segredos podem representar um
perigo mais óbvio e imediato em nossa recuperação. Mas os pequenos segredos têm seu próprio
tipo de dano, talvez mais insidiosos porque pensamos que eles são “inofensivos”.
Pequenos ou grandes, nossos segredos representam o território espiritual que não estamos
dispostos a render aos princípios da recuperação. Quanto mais reservamos pedaços de nossas
vidas para serem norteados pela vontade egocêntrica, mais vigorosamente defendemos nosso
“direito” de mantê-los dentro de nós, mais danos fazemos. Gradualmente, os territórios não
rendidos de nossas vidas tendem a se expandir, tomando mais e mais espaço.
Enquanto existirem segredos em nossas vidas, grandes ou pequenos, mais cedo ou mais
tarde irão nos conduzir para o mesmo lugar. Temos que escolher – ou rendemos tudo a nosso
programa, ou vamos perder nossa recuperação.

Só por hoje: Eu quero o tipo de recuperação que vem da total rendição ao programa. Hoje, eu
vou falar com meu padrinho/madrinha e revelar meus segredos, grandes ou pequenos.
Preenchendo o vazio 15 de setembro

“(...) e achamos que, apenas conseguindo comida suficiente, sexo suficiente


ou dinheiro suficiente, estaremos satisfeitos, e tudo estará bem“.

Texto Básico, p. 87

Em nossa adicção ativa, nunca conseguimos ter droga o suficiente, ou dinheiro, ou sexo,
ou quaisquer outra coisa. Mesmo demais nunca era suficiente! Havia um vazio espiritual dentro
de nós. Apesar de tentarmos de todas as formas preencher este vazio, nunca conseguimos. No
final, percebemos que faltava poder para preenchê-lo; seria preciso um Poder maior do que nós
para fazê-lo.
Foi desse modo que paramos de usar e paramos de tentar preencher o vazio em nossas
vísceras com coisas. Voltamo-nos para nosso Poder Superior, pedindo seu cuidado, força e
direção. Nós nos rendemos e preparamos o caminho para que este Poder começasse o processo
de preencher nosso vazio interior. Paramos de nos agarrar a coisas e começamos a receber de
graça a dádiva do amor que nosso Poder Superior tem para nós. Devagar nosso vazio interior
foi sendo preenchido.
Agora que recebemos a dádiva do amor de nosso Poder Superior, o que fazemos com ela?
Se agarrarmos esta dádiva para nós mesmos, iremos sufocá-la. Temos que relembrar que o amor
cresce apenas quando é partilhado. Só podemos manter esta dádiva dando-a de graça. O mundo
da adicção ativa é um mundo de tomar e ser tomado; o mundo da recuperação é um mundo de
dar e receber. Em qual mundo escolhemos viver?

Só por hoje: Eu escolho viver na plenitude da recuperação. Eu vou celebrar meu contato
consciente com o Deus de minha compreensão, partilhando de graça com os outros o que foi
partilhado de graça comigo.
16 de setembro Equilíbrio emocional

“O equilíbrio emocional é um dos primeiros resultados


da meditação, e a nossa experiência confirma isso“.

Texto Básico, p. 51

Embora cada um de nós tenha uma definição de “equilíbrio emocional” um pouco diferente,
todos temos que encontrá-lo. Equilíbrio emocional pode significar achar e manter uma
perspectiva positiva na vida, apesar do que possa estar acontecendo a nosso redor. Para alguns,
pode significar a compreensão de nossas emoções, o que nos permite responder em lugar de
reagir a nossos sentimentos. Isso significa que experimentamos nossos sentimentos tão
intensamente quanto podemos e que suavizamos seu ímpeto.
Equilíbrio emocional vem com a prática da oração e da meditação. Ficamos tranqüilos e
partilhamos nossos pensamentos, esperanças e preocupações com o Deus de nossa compreensão.
Ouvimos esta orientação e esperamos forças para segui-la.
Com o tempo, nossa capacidade para manter um certo equilíbrio melhora e os turbulentos
altos e baixos a que estávamos acostumados começam a se estabilizar. Desenvolvemos a
capacidade de deixar os outros sentirem seus próprios sentimentos; não precisamos julgá-los. E
abraçamos completamente nossa própria variedade de emoções.

Só por hoje: Através da oração e meditação regular, eu vou descobrir o que o equilíbrio
emocional significa para mim.
Indo além do Passo Cinco 17 de setembro

“Podemos achar que já fizemos muito escrevendo sobre


o nosso passado. É um erro que não podemos permitir”.

Texto Básico, p. 35

Alguns de nós se dedicam muito ao escrever o Quarto Passo; outros o fazem com
obsessão extrema. Para crescente desânimo de nosso padrinho/madrinha, nós nos inventariamos
repetidas vezes. Descobrimos tudo o que podíamos saber porque éramos como éramos. Temos
a idéia de que pensar, escrever e falar sobre nosso passado é suficiente. Não ouvimos nenhuma
sugestão de nosso padrinho/madrinha para nos prontificar a deixar remover imediatamente
nossos defeitos ou fazer reparações pelo mal que causamos. Simplesmente escrevemos mais
sobre nosso defeitos de caráter e partilhamos com prazer nossas descobertas mais recentes.
Finalmente, nosso exausto padrinho/madrinha se retira em defesa própria.
Por mais exagerado que este cenário pareça ser, muitos de nós já nos vimos em uma
situação como esta. Pensar, escrever e falar sobre o que estava errado conosco nos faz sentir
como se tivéssemos tudo sobre controle. Mais cedo ou mais tarde, entretanto, percebemos que
estávamos afundados em nossos problemas, sem nenhuma solução à vista. Sabíamos que, se
quiséssemos viver de uma maneira diferente, teríamos que ir além do Quinto Passo em nosso
programa. Começamos a procurar boa vontade para deixar o Poder Superior remover os defeitos
de caratê dos quais nos tornamos tão conscientes. Fizemos reparações pela destruição que
tínhamos causado a outros quando agimos levados por estes defeitos. Só então começamos a
experimentar a liberdade de um despertar espiritual. Hoje, não somos mais vítimas; somos livres
para ir adiante em nossa recuperação.

Só por hoje: Embora necessários, os Passos Quatro e Cinco sozinhos não vão trazer recuperação
emocional e espiritual. Eu irei trabalhá-los para agir baseado neles.
18 de setembro Relacionamentos honestos

“Uma das mudanças mais profundas as nossa vidas


acontece n campo dos relacionamentos pessoais“.

Texto Básico, p. 62

A recuperação dá a muitos de nós relacionamentos que são mais próximos e mais íntimos
do que qualquer um que tivemos antes. Com o passar do tempo, nos achamos atraídos por
aqueles que eventualmente se tornam nossos amigos, nosso padrinho/madrinha e nossos
parceiros da vida. Risos, lágrimas e esforços partilhados trazem respeito mútuo e empatia
duradoura.
O que, então, fazemos quando descobrimos que não concordamos inteiramente com nossos
amigos? Podemos descobrir que não partilhamos o mesmo gosto musical que nosso mais
querido amigo ou não concordamos com nossa esposa/esposo sobre como os móveis devem ser
arrumados, ou que votamos diferente de nosso padrinho/madrinha em uma reunião de comitês
de serviço. Um conflito significa que a amizade, o casamento ou o apadrinhamento está
terminado? Não!
Estes tipos de conflito não são apenas previsíveis em qualquer relacionamento longo, mas
são na realidade uma indicação de que ambas as pessoas são emocionalmente saudáveis e
honestas. Em qualquer relacionamento onde ambas as pessoas concordam absolutamente em
tudo, é provável que apenas uma das pessoas esteja pensando. Se sacrificarmos nossa
honestidade e integridade para evitar conflitos ou discordâncias, abrimos mão do melhor que
podemos trazer para nossos relacionamentos. Vivenciamos a plena medida do companheirismo
com outro ser humano quando somos completamente honestos.

Só por hoje: Eu vou receber com alegria as diferenças que fazem cada um de nós especial. Hoje,
eu vou trabalhar para ser eu mesmo.
Irmandade 19 de setembro

“Em NA as nossas alegrias se multiplicam ao compartilharmos os bons dias; aliviamos


as nossas tristezas ao compartilharmos os maus dias. Pela primeira vez nas nossas vidas
não precisamos vivenciar nada sozinhos”.

IP Nº 16, “Para o recém-chegado”

Quando usamos os passos e as outras ferramentas de nosso programa para trabalhar


nossas dificuldades, nos tornamos preparados para apreciar as alegrias de viver limpo. Mas
nossas alegrias passam rapidamente se na as partilharmos com os outros, enquanto dificuldades
não partilharmos podem custar a passar. Na Irmandade de Narcóticos Anônimos freqüentemente
multiplicamos as alegrias e dividimos nossos fardos, partilhando uns com os outros.
Nós adictos experimentamos prazeres em recuperação que, algumas vezes, só outro
adicto pode apreciar. Companheiros entendem quando falamos a eles da satisfação que sentimos
ao restabelecer relacionamentos abalados, do alívio que experimentamos por não ter que usar
drogas para passar este dia. Quando partilhamos estas experiências com adictos em recuperação
e eles nos respondem com histórias semelhantes, nossa alegria é multiplicada. O mesmo
princípio se aplica aos desafios que encontramos como adictos em recuperação. Partilhando
nossos desafios e permitindo que outros membros de NA partilhem sua força conosco, nosso
fardo é aliviado.
A irmandade que temos em Narcóticos Anônimos é preciosa. Partilhando juntos,
aumentamos as alegrias e diminuímos os fardos da vida em recuperação.

Só por hoje: Eu vou partilhar minhas alegrias e meus fardos com outros adictos me recuperação.
Eu também vou partilhar os deles. Eu sou grato pelos laços fortes da irmandade em Narcóticos
Anônimos.
20 de setembro Coragem para modificar

“Deus, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que não posso


modificar, coragem para modificar aquelas que posso e
sabedoria para reconhecer a diferença“.

Oração da Serenidade

Recuperação envolve mudança e mudança significa fazer as coisas de outra maneira. O


problema é que muitos de nós resistimos a fazer as coisas de outra maneira; o que estamos
fazendo pode não estar funcionando, mas pelo menos estamos familiarizados com isso. É preciso
coragem para dar um passo em direção ao desconhecido. Como conseguimos esta coragem?
Podemos olhar à nossa volta nas reuniões de NA. Vemos outros que descobriram que
precisavam mudar o que fizeram com sucesso. Isso ajuda a aquietar nosso medo de que qualquer
mudança seja um desastre. Também temos o benefício da experiência deles com o que
“funciona”, experiência que podemos usar para mudar, e com o que “não funciona”.
Podemos também olhar para nossa própria experiência de recuperação. Se esta experiência,
até aqui, está limitada a parar de usar drogas, mesmo assim “nós fizemos” muitas mudanças em
nossas vidas – mudanças para melhor. Em qualquer aspecto de nossas vidas em que tenhamos
aplicado os passos sempre temos achado a rendição melhor que a negação, a recuperação
superior a adicção.
Nossa própria experiência e a experiência de outros em NA nos diz que “mudar as coisa que
posso” é uma grande parte do que significa recuperação. Os passos e a capacidade de praticá-
los nos dão a orientação e a coragem de que precisamos para mudar. Não temos nada a temer.

Só por hoje: Eu vou receber bem as mudanças. Com a ajuda de meu Poder Superior, eu vou
encontrar coragem para mudar as coisas que posso.
Prece 21 de setembro

“A prece exige prática, e devemos nos lembrara que as


pessoas habilidosas não nascem com as suas habilidades”.

Texto Básico, p. 50

Muitos de nós entraram em recuperação sem experiência em orar e preocupado por não
saber as “palavras certas”. Alguns de nós recordamos as palavras que aprendemos na infância,
mas não tínhamos certeza se ainda acreditávamos nelas. Qualquer que seja nossa origem, em
recuperação lutamos para achar palavras que expressem verdadeiramente nossos sentimentos.
Freqüentemente a primeira prece que tentamos é um simples pedido de ajuda a nosso
Poder Superior para ficarmos limpos a cada dia. Podemos pedir por orientação e coragem ou
simplesmente orar pelo conhecimento da vontade de Deus para nós e o poder para realizá-la. Se
nos achamos tropeçando em nossa em nossas preces, podemos pedir a outros membros para
partilhar conosco como eles aprenderam a orar. Não importa se oramos na necessidade ou na
alegria, o importante é continuar nos esforçando.
Nossas preces serão formadas pela nossa experiência com os Doze Passos e nosso
entendimento pessoal de um Poder Superior. À medida que nosso relacionamento com o Poder
Superior se desenvolve, nos sentimos mais à vontade ao orar. Com o tempo, orar se torna uma
fonte de força e conforto. Procuramos esta fonte freqüentemente e com boa vontade.

Só por hoje: Eu sei que orar pode ser simples. Eu vou começar de onde estou e praticar.
22 de setembro Mantendo a dádiva

“A vida assume um novo significado quando nos abrimos a esta dádiva“.

Texto Básico, p. 116


Descuidar de nossa recuperação é como descuidar de qualquer outra dádiva que tenhamos
recebido. Suponha que alguém lhe deu um carro novo. Você o deixaria na estrada até que os
pneus se estragassem? Você apenas o dirigiria ignorando a manutenção rotineira, até que ele se
acabasse na estrada? E claro que não! Você faria todo o possível para manter em boas condições
uma dádiva tão valiosa.
Recuperação também é uma dádiva e temos que cuidar dela se queremos mantê-la. Como
nossa recuperação não vem com uma longa garantia, existe um programa rotineiro de
manutenção. Esta manutenção inclui freqüência regular às reuniões e várias formas de serviço.
Teremos que fazer alguma limpeza diária – nosso Décimo Passo – e, de vez em quando, uma
revisão geral do Quarto Passo será necessária. Mas, se mantivermos a dádiva da recuperação,
agradecendo ao Doador cada dia, ela continuará.
A dádiva da recuperação cresce sendo doada. A não ser que seja dada, não podemos mantê-
la. Mas, partilhando nossa recuperação com os outros, nós a valorizamos mais ainda.

Só por hoje: Minha recuperação é uma dádiva e eu quero mantê-la. Eu vou fazer a manutenção
necessária e vou partilhar minha recuperação com os outros.
Lidando com a fofoca 23 de setembro

“De acordo com os princípios de recuperação, tentamos


não nos julgar, estereotipar ou moralizar”.

Texto Básico, p. 12

Vamos encarar: em Narcóticos Anônimos vivemos em uma estufa de espécies diferentes.


Nossos companheiros sabem mais sobre nossa vida pessoal que qualquer um já soube antes.
Eles sabem com quem passamos nosso tempo, onde trabalhamos, que passo estamos praticando,
quantos filhos temos e assim por diante. E o que nossos companheiros não sabem, eles
provavelmente irão imaginar.
Podemos nos sentir infelizes quando fazem fofocas de nós. Mas, se nos afastarmos da
irmandade e nos isolarmos pra evitar fofocas, também nos privaremos do amor, da amizade e
da experiência sem paralelo da recuperação que nossos companheiros têm a oferecer. A melhor
maneira de lidar coma a fofoca é simplesmente aceitar as coisas como são, aceitar-nos como nós
somos e viver nossas vidas de acordo com os princípios. Quanto mais seguros nos tornamos
com nosso programa pessoal, com as decisões que tomamos e com a orientação que recebemos
de um Deus amoroso, menos as opiniões dos outros vão nos interessar.

Só por hoje: Eu estou comprometido em participar da Irmandade de NA. As opiniões dos outros
não vão afetar meu compromisso de recuperação.
24 de setembro Um conceito de Deus em evolução

“A única diretriz sugerida é que este Poder seja amoroso, cuidadoso


e maior do que nós. Não precisamos ser religiosos para aceitarmos
esta idéia. O importante é abrirmos nossa mente para acreditar”.

Texto Básico, p. 26

Vir a acreditar é um processo para toda vida, nossa compreensão de Deus irá mudar. A
compreensão que temos no início da recuperação não será a mesma quando estivermos alguns
meses limpos, assim como esta compreensão não será a mesma quando estivermos limpos a
alguns anos.
Nossa compreensão inicial de um Poder maior do que nós mesmos sempre parecerá
limitada. Podemos hesitar em orar porque pensamos nas condições do que vamos pedir que
nosso Poder Superior faça por nós. Poderíamos dizer: “Puxa, isto está tão horrível que nem
mesmo Deus poderia fazer algo”; ou então: “Deus já tem gente demais para cuidar. Não há
tempo para mim”.
Mas, à medida que crescemos em recuperação, cresce nossa compreensão. Começamos a
ver que os únicos limites para o amor e a graça de Deus são os que impomos quando nos
recusamos a sair do caminho. O Deus amoroso no qual viemos a acreditar é infinito, e a força e
o amor que achamos em nossa crença são partilhados por quase todos os adictos em recuperação
ao redor do mundo.

Só por hoje: O Deus que estou vindo a compreender tem uma capacidade ilimitada pra amar e
cuidar. Eu vou confiar que meu Deus é maior que qualquer problema que eu possa ter.
O Quarto Passo –
temendo nossos sentimentos 25 de setembro

“Podemos temer que o contato com os nossos sentimentos vá detonar


uma insuportável rendição em cadeia de dor e pânico”.

Texto Básico, p. 32

Uma queixa comum sobre o Quarto Passo é que ele nos faz dolorosamente conscientes
de nossos defeitos de caráter. Podemos ser tentados a hesitar em nosso programa de recuperação.
Através da rendição e aceitação, podemos achar os recursos de que precisamos para continuar
trabalhando os passos.
Não é tomar consciência de nossos defeitos de caráter que causa a maior agonia – são os
próprios defeitos. Quando estávamos usando, tudo o que sentíamos eram as drogas; podíamos
ignorar o sofrimento que nossos defeitos estavam nos causando. Agora que as drogas se foram,
sentimos esta dor. A recusa em tomar conhecimento da fonte de nossa angústia não a faz ir
embora; a negação protege a dor e a faz mais forte. Os Doze Passos nos ajudam a lidar com a
miséria causada por nossos defeitos, lidando diretamente com eles.
Se nossos defeitos nos causam dor, podemos nos relembrar do pesadelo da adicção,
pesadelo do qual agora despertamos. Podemos nos recordar da esperança de libertação que o
Segundo Passo nos deu. Podemos novamente entregar nossas vontades e nossas vidas, através
do Terceiro Passo, aos cuidados do Deus de nossa compreensão. Nosso Poder Superior cuida de
nós nos dando a ajuda de que precisamos para trabalhar o restante dos doze Passos. Não temos
que temer nossos sentimentos. Só por hoje, podemos continuar nossa recuperação.

Só por hoje: Eu não vou ter medo de meus sentimentos. Com a ajuda de meu Poder Superior,
eu vou continuar minha recuperação.
26 de setembro Vendo-nos nos outros

“Não nos tornaremos pessoas melhores, julgando os erros dos outros”.

Texto Básico, p. 41

Como é fácil apontar defeitos nos outros! Existe uma razão para isto: os defeitos que
identificamos mais facilmente nos outros são freqüentemente aqueles com os quais temos mais
familiaridade em nosso próprio caráter. Podemos notar a tendência de nosso melhor amigo em
gastar muito dinheiro, mas, se examinarmos nossos próprios hábitos de gastar, provavelmente
descobriremos a mesma compulsividade. Podemos julgar que nosso padrinho/madrinha está
muito envolvido em serviço, mas descobrimos que não passamos um simples final de semana
com nossas famílias nos últimos três meses devido a um ou outro compromisso de serviço.
O que menos gostamos em nossos companheiros é freqüentemente o que menos gostamos
em nós mesmos. Podemos aproveitar esta observação em nosso benefício espiritual. Quando
somos tomados pelo impulso de julgar outra pessoa, podemos redirecionar o impulso de maneira
a reconhecer nossos próprios defeitos mais claramente. O que vemos irá guiar nossas ações para
recuperação e nos ajudar a nos tornar indivíduos felizes e emocionalmente saudáveis.

Só por hoje: Eu vou olhar além dos defeitos de caráter dos outros e reconhecer os meus próprios.
O apoio correto 27 de setembro

“Existe algo em nossas personalidades auto destrutivas que grita pelo fracasso”.

Texto Básico, p. 88

“Pobre de mim, coitado de mim, olhe para mim, minha vida é uma confusão! Eu fracassei
e, não importa quanto eu tente, continuo a fracassar”. Muitos de nós chegamos a NA cantando
este triste refrão.
A vida não é mais assim. É verdade, algumas vezes ainda vamos tropeçar; às vezes iremos
mesmo cair. Algumas vezes, sentimos como se não pudéssemos avançar em nossas vidas, não
importando quanto tentemos. Mas a verdade é que, com a ajuda de outros adictos em
recuperação em NA, encontramos a mão que nos levanta, sacode a poeira e nos ajuda a começar
tudo de novo. Este é o novo refrão em nossas vidas hoje.
Não dizemos mais: “Eu sou um fracasso e não estou indo a lugar nenhum”. Dizemos:
“Caramba! Eu tropecei na mesma pedra da estrada da vida. Breve, aprenderei a ir com calma ou
evitar o tropeço”. Até lá, podemos continuar a tropeçar de vez em quando, mas já aprendemos
que há sempre uma mão nos ajudando e nos colocando em pé novamente.

Só por hoje: Se eu começar a lamentar o fracasso, eu relembrarei que há uma forma de seguir
adiante. Vou aceitar o encorajamento e apoio de NA.
28 de setembro Esperança

“Gradualmente, à medida que nos centramos mais em Deus do que


em nós mesmos, o nosso desespero se transforma em esperança”.

Texto Básico, p. 103


Como adictos na ativa, o desespero era a nossa companhia indesejável. Ele coloria nossas
manhãs. O desespero nasceu de nossa experiência na adicção ativa: não importa quanto
tentássemos melhorar nossas vidas, afundamos cada vez mais na miséria. Tentativas para
controlar nossas vidas freqüentemente encontravam o fracasso. De um certo modo, a admissão
de impotência em nosso Primeiro Passo era um reconhecimento do desespero.
Os Passos Dois e Três nos guiaram gradualmente para fora do desespero e em direção a uma
nova esperança, companheira do adicto em recuperação.Tendo aceitado que muitos de nossos
esforços para mudar fracassaram, viemos a acreditar que existe um Poder maior que nós
mesmos. Acreditamos que este Poder tem condições e irá nos ajudar. Praticamos o Segundo e o
Terceiro Passos como uma afirmação de nossa esperança numa vida melhor, recorrendo a este
Poder para nos orientar. Vindo a confiar mais e mais em um Poder Superior para a administração
cotidiana de nossa vida, o desespero nascido de nossa longa experiência com auto-suficiência
desaparece.

Só por hoje: Eu vou reafirmar minha decisão do Terceiro Passo. Eu sei que com um Poder
Superior em minha vida existe esperança.
Só por hoje 29 de setembro

“Existe Quando paramos de viver aqui e agora, nossos


problemas são aumentados exageradamente”.

Texto Básico, p. 108

“Só por hoje” – é um pensamento reconfortante. Se tentarmos viver no passado,


poderemos nos achar despedaçados por recordações dolorosas e inquietantes. As lições de nosso
uso não são professores que buscamos para recuperação. Viver no amanhã significar nos mover
com medo. Não podemos ver a forma secreta do futuro e a incerteza traz preocupação. Nossas
vidas parecem oprimidas quando desfocadas do hoje.
Viver o momento oferece liberdade. Neste momento, sabemos que estamos a salvo. Não
estamos usando e temos tudo de que precisamos. Além do mais, a vida está acontecendo no aqui
e agora. O passado se foi e o futuro ainda não chegou; nossas preocupações não irão mudar nada.
Hoje, podemos desfrutar de nossa recuperação neste momento.

Só por hoje: Eu vou estar no aqui e agora. Hoje, neste momento, estou livre.
30 de setembro Sendo nós mesmos

“Nosso verdadeiro valor reside em sermos nós mesmos”.

Texto Básico, p. 115


Repetidamente temos tentado corresponder às expectativas daqueles à nossa volta. Podemos


ter sido criados acreditando que estaríamos bem se tirássemos boas notas na escola,
arrumássemos nossos quartos ou nos vestíssemos de determinada maneira.
Agora, em recuperação, somos Aceitos como somos. Nosso verdadeiro valor para os outros
é sermos nós mesmos.À medida que trabalhamos os passos, aprendemos a nos aceitar
simplesmente como somos. Quando isto acontece, ganhamos a liberdade para nos tornar quem
queremos ser.
Cada um de nós tem boas qualidades que pode partilhar com os outros. Nossas experiências,
honestamente partilhadas, ajudam outros a achar o nível de identificação de que precisam para
começar sua recuperação. Descobrimos que todos temos dádivas especiais para oferecer àqueles
à nossa volta.

Só por hoje: Minha experiência em recuperação é a maior dádiva que posso dar a outro adicto.
Eu vou compartilhar honestamente com os outros.
Outubro
Meditação
Diária
Mais do que uma
motivação para crescer 1º de outubro

“Aprendemos que a dor pode ser um fator que motiva a recuperação“.

Texto Básico, p. 32

Sempre que sentimos dor, pensamos: “Dor – quem precisa dela!” Não vemos nenhum
bom propósito para a dor. Parece ser um exercício de sofrimento sem sentido. Se alguém nos
menciona crescimento espiritual quando sentimos dor, provavelmente reagimos desgostosos e
nos afastamos, pensando que nunca havíamos encontrado uma pessoa tão indesejável.
Ma, e se os seres humanos não sentissem dor – nem física nem emocional? Parece um
mundo ideal? Não é bem assim. Se não fôssemos capazes de sentir dor física, não saberíamos
quando piscar para expulsar um cisco do olho; não saberíamos quando nem mesmo quando nos
virar dormindo. Simplesmente abusaríamos de nós mesmos por falta de um sistema natural de
alerta.
O mesmo é verdade para a dor emocional. Como saberíamos que nossas vidas se tornaram
incontroláveis, se não tivéssemos sentido dor? Da mesma maneira que a dor física, a dor
emocional nos indica quando parar de fazer algo que machuca.
Mas a dor não é apenas um fator de motivação. A dor emocional proporciona uma base
de comparação quando estamos felizes. Não poderíamos apreciar a alegria sem conhecer a dor.

Só por hoje: Eu aceitarei a dor como uma pedra necessária da vida. Sei que, no mesmo nível
em que posso sentir dor, também posso sentir alegria.
2 de outubro Mantendo a fé

“Alcançamos a força ilimitada que nos proporcionam a oração


diária e a rendição, enquanto mantivermos a fé e a renovarmos ”.

Texto Básico, p. 49

A recuperação compõe-se de duas partes: ficar limpo e se manter limpo. Ficar limpo é
relativamente fácil, porque só temos de fazer uma vez. Manter-se limpo é mais difícil, exigindo
atenção todos os dias de nossas vidas. Entretanto, ambas extraem seu poder da fé.
Ficamos limpos pela fé. Admitimos que a adicção era mais poderosa do que nós e paramos
de tentar lutar contra ela sozinhos. Entregamos a batalha a um Poder maior do que nós, e esse
Poder Superior fez com que ficássemos limpos.
Ficamos limpos, a cada dia, da mesma maneira: pela fé. Só por hoje, nos rendemos. A vida
pode ser grande demais para tentarmos resolver com nosso próprio poder. Quando é assim,
buscamos um Poder maior do que nós. Oramos, pedindo orientação a nosso Poder Superior e
força para seguí-la. Exercitando e renovando nossa fé diariamente, nos conectamos com os
recursos de que precisamos para viver vidas limpas e plenas.
Existe uma força ilimitada disponível para nós, sempre que precisamos dela. Para alcançá-
la, tudo o que temos de fazer é manter a fé no Poder Superior que nos fez ficar limpos e nos
mantém limpo.

Só por hoje: A fé fez com que eu ficasse limpo, e a fé me manterá limpo. Hoje, eu manterei a
fé em meu Poder Superior. Renovarei minha rendição e pedirei sabedoria e força.
Perdendo a teimosia 3 de outubro

“Nossos egos, antes tão grandes e dominadores, agora ficam em segundo


plano, pois estamos em harmonia com um Deus amoroso. Descobrimos
que vivemos vidas mais ricas, felizes e plenas, quando perdemos a teimosia “.

Texto Básico, p. 115


A adicção e a teimosia andam de mãos dadas. A perda de controle que admitimos no


Primeiro Passo era um produto tanto de nossa teimosia quanto de nosso crônico abuso de drogas.
E, hoje, viver na teimosia poderá tornar nossas vidas tão incontrolável quanto eram quando
estávamos usando. Quando nossas idéias, nossos desejos e nossas exigências assumem um lugar
principal em nossas vidas, nos descobrimos em constante conflito com todos e tudo à nossa
volta.
A teimosia reflete nossa dependência do ego. A única coisa que nos livrará da teimosia e
do conflito que ela gera em nossas vidas é quebrar nossa dependência do ego,e, em vez disso,
vir a depender da orientação e poder que nos são oferecidos por um Deus amoroso.
Ao tomar nossas decisões, aprendemos a consultar princípios espirituais, não nossos
desejos egoístas. Aprendemos a buscar orientação de um Poder Superior, um Poder com uma
visão mais ampla que a nossa. Ao fazer isso, descobrimos nossas vidas se mesclando cada vez
mais facilmente com a ordem das coisas à nossa volta. Não mais nos excluímos do fluxo da
vida: nos tornamos uma parte dela e descobrimos a plenitude que a recuperação tem a oferecer.

Só por hoje: Eu busco libertação do ego e dos conflitos gerados pela teimosia. Tentarei melhorar
meu contato consciente com o Deus da minha compreensão, buscando a orientação e o poder de
que preciso para viver em harmonia com meu mundo.
4 de outubro A maravilha dos trinta dias

“Quando começamos a apreciar o alívio de nossa adicção,


corremos o risco de assumir novamente o controle das nossa
vidas. Esquecemos a agonia e a dor que conhecemos”.

Texto Básico, p. 54

Muitos de nós viveram “a maravilha dos trinta dias”. Estávamos desesperados e morrendo
quando chegamos em nossa primeira reunião de NA. Nos identificamos com os adictos que
encontramos e com a mensagem que eles partilharam. Com o apoio deles, finalmente fomos
capazes de parar de usar e respirar aliviados. Pela primeira vez, depois de muito tempo, nos
sentimos em casa. Da noite para o dia, nossas vidas se transformaram: andamos, falamos,
comemos, bebemos, dormimos e sonhamos Narcóticos Anônimos.
Depois, Narcóticos Anônimos deixou de ser novidade. As reuniões que tinham sido uma
sensação se tornaram monótonas.Nossos amigos maravilhosos de NA se tornaram chatos; suas
palavras construtivas de NA, uma bobagem. Quando nossas antigas companhias nos ligaram
para nos convidar de volta para um pouco da velha diversão, demos adeus à nossa recuperação.
Mais cedo ou mais tarde, retornamos às salas de Narcóticos Anônimos. Descobrimos que
nada tinha mudado lá fora – nem nós, nem nossas companhias, nem as drogas, nem coisa
alguma. Se algo mudou, foi para pior.
É verdade, as reuniões podem não ser um mar de diversões, e nossos amigos de NA podem
não ser gigantes espirituais. Mas existe um poder nas reuniões, um vínculo comum entre os
membros, uma vida no programa, sem a qual não podemos passar. Hoje, nossa recuperação é
mais do que apenas uma moda passageira – é uma maneira de viver. Vamos viver o programa
como se nossas vidas dependessem disso, porque dependem.

Só por hoje: Eu não sou nenhuma “maravilha dos trinta dias”.O caminho de NA é minha
maneira de viver, e estou aqui para continuar.
Peça por misericórdia, não justiça 5 de outubro

“Muitos de nós têm dificuldade de admitir que prejudicaram


outras pessoas, pois julgavam-se vítimas da sua adicção “.

Texto Básico, p. 41

Nossas vidas estão progredindo muito bem. As coisas vão indo bem, e cada ano em
recuperação nos traz mais dádivas materiais e espirituais. Podemos ter algum dinheiro no banco,
um carro novo ou um relacionamento assumido. Temos alguma autoconfiança e nossa fé num
Poder Superior está crescendo.
Então, algo acontece. Alguém arromba nosso carro e furta o som, ou a pessoa com quem
estamos nos relacionando se torna infiel. Imediatamente nos sentimos vítimas e lamentamos:
“Onde está a justiça?” Mas, se fizermos uma retrospectiva de nosso próprio comportamento,
poderemos descobrir que já fomos culpados de fazer o que acaba de ser feito conosco.
Compreendemos que não iríamos realmente quere justiça – nem para nós nem para os outros. O
que queremos é misericórdia.
Agradecemos a um Deus amoroso pela compaixão que nos foi mostrada e aproveitamos
o momento para apreciar todas as dádivas preciosas que a recuperação traz.

Só por hoje: Eu pedirei misericórdia, não justiça. Sou grato pela compaixão que me foi
mostrada e oferecerei misericórdia aos outros.
6 de outubro Reparações sem expectativas

“Projetar as reparações propriamente ditas pode ser um obstáculo maior,


tanto para se fazer à lista, como para se dispor a fazer reparações”.

Texto Básico, p. 42

O oitavo Passo nos pede que nos tornemos dispostos a fazer reparações a todas as pessoas
que prejudicamos. À medida que nos aproximamos deste passo, podemos ficar imaginando qual
será o resultado de nossas reparações. Seremos perdoados? Aliviados de quaisquer sentimentos
de culpa pendentes? Ou seremos condenados e repreendidos pelas pessoas que prejudicamos?
Se esperamos receber os benefícios espirituais do Oitavo e Nono Passos, devemos renunciar
à nossa tendência de buscar o perdão. Se abordamos esses passos esperando alguma coisa, é
provável que fiquemos bem desapontados com os resultados. Devemos perguntar a nós mesmos
se estamos depositando nossas esperanças em obter o perdão da pessoa a quem estamos fazendo
reparação. Ou talvez esperemos ser perdoados de nossa dívida por algum credor simpatizante,
levado às lágrimas por nossa história de má sorte.
Precisamos estar dispostos a fazer nossas reparações sem levar em conta a conseqüência.
Podemos planejar as reparações, mas não podemos planejar os resultados. Embora seja possível
que todas as pessoas a quem devemos reparações não nos concedam um pleno perdão,
aprendemos a perdoar a nós mesmos. No processo, descobriremos que não temos mais que
carregar o peso do passado.

Só por hoje: Eu abrirei mão de quaisquer expectativas que tenho em relação às pessoas a quem
devo reparações.
Dependendo de nosso Poder Superior 7 de outubro

“Como adictos em recuperação, descobrimos que ainda somos dependentes, mas


transferimos a nossa dependência das coisas à nossa volta para um Deus amoroso e a
força interior que conseguimos no nosso relacionamento com Ele “.

Texto Básico, p. 77

Para muitos adictos, a rebeldia é uma segunda natureza. Não queríamos depender de
Deus. A beleza de usar, pensávamos, era que isso nos dava o poder para ser e sentir qualquer
coisa que queríamos, tudo sozinhos. Mas o preço que pagamos por essa liberdade ilusória foi
uma dependência além de nossos piores pesadelos. Em vez de nos libertar, usar nos escravizou.
Quando chegamos a Narcóticos Anônimos, aprendemos que depender de Deus não
precisava significar o que podíamos ter pensado que significava. Sim, se queríamos ser
devolvidos à sanidade, precisaríamos entrar em contato com um “Poder maior do que nós”. No
entanto, podíamos até mesmo criar um. Descobrimos que a dependência de um Poder Superior
não nos limitaria; nos libertaria.
O Poder que encontramos na recuperação é o poder que faltava em nós mesmos. É o amor
dos outros, do qual tanto tínhamos medo de depender. É o senso de direção pessoal que nunca
tivemos, a orientação que nunca pedimos por falta de humildade ou de confiança para receber
dos outros. São todas estas coisas e são nossas. Hoje somos gratos por ter um Poder Superior do
qual dependemos.

Só por hoje: Eu dependerei do amor e da força interior que retiro do Deus de minha
compreensão.
8 de outubro Um novo padrão de viver

“Se não usarmos o que temos, provavelmente perderemos”.

Texto Básico, p. 85

A adicção deu um padrão a nossas vidas e, com isso, um significado – escuro e doentio,
com certeza, mas apesar disso, um significado. O programa de recuperação de Narcóticos
Anônimos nos dá um novo padrão de viver para substituir nossas velhas rotinas. E junto com
esse novo padrão vem um novo significado para nossas vidas, um significado de luz e de
esperança.
O que é esse novo padrão de viver? Em vez de isolamento, encontramos irmandade. Em vez
de viver cegamente, repetindo sempre os mesmos erros, examinamos a nós mesmos
regularmente, livres para manter o que nos ajuda a crescer e jogar fora o que nos atrapalha. Em
vez de tentar constantemente levar a vida com nosso próprio poder limitado, desenvolvemos um
contato consciente com um Poder amoroso maior do que nós.
Nossa vida deve ter um padrão. Para manter nossa recuperação, devemos manter os novos
padrões que nosso programa tem nos ensinado. Dando atenção regular a esses padrões,
manteremos a liberdade que temos encontrado em face da doença mortal da adicção e
conservamos o significado que a recuperação tem trazido a nossas vidas.

Só por hoje: Eu começarei um novo padrão em minha vida: a manutenção regular de minha
recuperação.
Ordem 9 de outubro

“Salientamos a importância de arrumarmos a casa, pois isto nos traz alívio”.

Texto Básico, p. 105


Focalizar o que os outros estão fazendo pode nos proporcionar alívio momentâneo de não
ter que olhar para nós mesmos. Mas um dos segredos de sucesso em Narcóticos Anônimos é
certificar-se de que nossa própria casa está em ordem. Então, de qualquer modo, o que significa
“colocar nossa casa em ordem”?
Significa que trabalhamos os passos, nos permitindo olhar para o papel que
desempenhamos em nossos relacionamentos. Quando temos um problema com alguém,
podemos fazer nosso próprio inventário para descobrir qual tem sido nossa participação no
problema. Com ajuda de nosso padrinho/madrinha, nos empenhamos para resolvê-lo. Então, a
cada dia, continuamos a fazer nosso inventário para evitar repetir os mesmos erros no futuro.
É bastante simples. Tratamos os outros como gostaríamos que os outros nos tratassem.
Prontamente fazemos reparações, quando as devemos. E quando, diariamente, entregamos
nossas vidas aos cuidados de nosso Poder Superior, podemos começar a evitar a atuação da
vontade egocêntrica tão característica de nossa adicção ativa. Guiados por um Poder que busca
o melhor para todos, nosso relacionamento com os outros certamente irá melhorar.

Só por hoje: Eu colocarei minha casa em ordem. Hoje, examinarei minha participação nos
problemas de minha vida. Se devo reparações, eu as farei.
10 de outubro Conseqüências

“Antes de ficarmos limpos, a maior parte das nossas ações eram guiadas
por impulsos. Hoje não estamos presos a este tipo de pensamentos”.

Texto Básico, p. 98

Já se sentiu tentado a fazer alguma coisa, mesmo quando sabia que os resultados seriam
desastrosos? Já pensou sobre quanto doeria fazer o que estava tentado a fazer, seguir em frente
e fazê-lo assim mesmo?
Dizem que existem conseqüências para cada ação. Antes de ficar limpos, muitos de nós
simplesmente não acreditavam nisso. Mas hoje sabemos exatamente o que isso significa.
Quando agimos, sabemos que haverá conseqüências a pagar. Não podemos mais decidir fazer
algo na ignorância, quando sabemos muito bem que não gostaremos do preço que teremos de
pagar.
Existe um prêmio e um preço. Se estivermos dispostos a pagar o preço, não há nada de
errado em agir, apesar das conseqüências, mas sempre existe um preço a pagar.

Só por hoje: Anates de agir, eu pensarei sobre as conseqüências de minha ações.


Lentes e atitudes 11de outubro

“Nosso melhor raciocínio meteu-nos em encrencas (...) Recuperação


é uma mudança ativa nos nossas idéias e atitudes”.

Texto Básico, p. 59

Durante a adicção ativa, o mundo provavelmente parecia um lugar horrível. Usar nos
ajudava a tolerar o mundo que víamos. Hoje, entretanto, compreendemos que as condições do
mundo não eram realmente o problema. Eram nossas idéias e atitudes sobre o mundo que tornava
impossível, para nós, encontrar nele um lugar confortável.
Nossas atitudes e idéias são as lentes através das quais vemos nossas vidas. Se nossas
“lentes” estão manchadas ou sujas, nossas vidas parecem embaçadas. Se nossas atitudes não
estão bem focalizadas, o mundo todo aparece distorcido. Para ver o mundo claramente,
precisamos manter nossas atitudes e idéias limpas, livres de coisas como ressentimentos,
negação, autopiedade e mente fechada. Para garantir que nossa visão de vida está em foco, temos
de nivelar nossas idéias com a realidade.
Na adicção, nosso melhor raciocínio nos impedia de ver claramente o mundo ou nosso
papel nele. A recuperação serve para corrigir a graduação da lente de nossa atitude. Despindo-
nos de nossa negação e a substituindo pela fé, honestidade consigo mesmo, humildade e
responsabilidade, os passos nos ajudam a ver a vida de uma maneira inteiramente nova. Depois
os passos nos ajudam a manter limpas as nossas lentes espirituais, nos encorajando a examinar
regularmente nossas idéias, atitudes e ações.
Hoje, visto através das lentes limpas da fé e da recuperação, o mundo parece um lugar
quente e convidativo para viver.

Só por hoje: Eu verei o mundo e minha vida através das lentes limpas e espirituais de meu
programa.
12 de outubro Estar certo

“Quando admitimos que nossas vidas se tornaram incontroláveis, não temos que discutir o
nosso ponto de vista (...) Já não temos que estar sempre com a razão”.

Texto Básico, p. 63

Nada nos isola mais rapidamente do calor e da camaradagem dos companheiros membros
de NA do que ter que estar “certo”. Inseguros, fingimos ser uma espécie de figura autoritária.
Sofrendo de baixa auto-estima, tentamos nos erguer colocando os outros para baixo. Na melhor
das hipóteses, essas táticas afastam os outros de nós; na pior das hipóteses, provocam ataques.
Quanto mais tentamos impressionar os outros mostrando como estamos “certos”, mais errado
nos tornamos.
Não precisamos estar “certos” para sermos seguros; não precisamos fingir que temos todas
as respostas para os outros nos amarem ou respeitarem. De fato, somente o oposto é verdade.
Nenhum de nós tem todas as respostas. Dependemos uns dos outros para ajudar a preencher os
vazios de nossa compreensão das coisas e dependemos de um Poder maior do que o nosso para
compensar nossa impotência pessoal. Vivemos mais facilmente com os outros quando
oferecemos o que sabemos, admitimos o que não sabemos e buscamos aprender com nossos
semelhantes. Vivemos seguros de nós mesmos quando deixamos de contar com o nosso próprio
poder e começamos a contar com o Deus que viemos a compreender em recuperação.
Não precisamos estar “certos” o tempo todo, precisamos apenas estar em recuperação.

Só por hoje: Deus, eu admito minha impotência e a falta de controle da minha vida. Ajude-me
a viver com os outros como um igual, dependente de Você para direção e força.
Fazer uma diferença 13de outubro

“Não existem palavras para descrever o sentimento de consciência espiritual que


recebemos quando damos algo, por menor que seja, a outra pessoa”.

Texto Básico, p. 114


Às vezes, parece que existe tanta coisa errada com o mundo, que poderíamos também
nos esquecer de tentar mudar algo. “Afinal de contas”, pensamos, “o que posso fazer no mundo?
Sou apenas uma pessoa”. Se nossas preocupações são tão amplas que desejamos a paz mundial
ou tão pessoais que simplesmente queremos que a recuperação esteja disponível para todo adicto
que a deseje, a tarefa parece dominadora. “Tanto trabalho para fazer, tão pouco tempo”,
suspiramos, às vezes, pensando se jamais faremos algo de bom.
Surpreendentemente, a menor das contribuições pode fazer a maior diferença. Ganhar
mais da vida do que uma existência ordinária e penosa requer muito pouco esforço de nossa
parte. Somos transformados pela profunda satisfação que experimentamos quando elevamos o
estado de espírito de apenas uma pessoa. Quando sorrimos para alguém que está carrancudo,
quando deixamos alguém ir na nossa frente na rodovia, quando ligamos para um recém chegado
apenas para dizer que nos importamos, entramos no reino do extraordinário.
Quer mudar o mundo? Comece hoje à noite com o adicto que está sentado a seu lado e
depois imagine seu ato de bondade multiplicado. Uma pessoa de cada vez, cada um de nós faz
uma diferença.

Só por hoje: Um ato de bondade não me custa nada, mas é inestimável para quem o recebe.
Hoje, eu serei gentil com alguém.
14 de outubro O fim da solidão

“Com o amor que me mostram em Narcóticos


Anônimos, não tenho desculpas para a solidão”.

Basic Text, p. 262*

A adicção é uma doença solitária. Podemos estar cercados de gente, porém, mais cedo ou
mais tarde, nossa adicção cria um fosso entre nós e as pessoas de quem mais gostamos. Muitos
de nós somos impulsionados a procurar Narcóticos Anônimos por uma solidão desesperadora.
Embora possamos nos aproximar das salas de NA com cautela e desconfiança, somos bem
recebidos com um abraço, um sorriso e um caloroso “continue voltando”. Este poderá ser o
primeiro lugar em que nos sentimos bem-vindos, há muito, muito tempo. Observamos os outros
membros conversando e rindo, saindo da reunião em grupo para conversar mais na lanchonete
local. Ficamos imaginando se nós também poderíamos fazer parte dessa turma amorosa.
Nosso padrão de isolamento pode tornar difícil para nós nos unirmos a eles. Com o tempo,
entretanto, começamos a nos sentir “parte de”, em vez de “à parte de”. Logo, quando entramos
nas salas, nos sentimos em casa. Começamos a fazer amigos e nossas vidas começam a mudar.
NA nos ensina como superar nosso isolamento. Através de nossas primeiras tentativas de
amizades formadas em nosso grupo de escolha, começamos a descobrir que fazer amigos não é
difícil. Uma sensação de fazer parte surge quando partilhamos com os outros.

Só por hoje: Eu sou grato peças amizades que meu Poder Superior me deu em NA. Graças a
elas, não estou mais sozinho.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto básico em inglês.


Escolhas 15 de outubro

“Não escolhemos nos tornar adicto”.

Texto Básico, p. 3

Quando estávamos crescendo, todos nós tínhamos sonhos. Toda criança ouviu um parente
ou um vizinho perguntar: “O que você quer ser quando crescer?” Mesmo se alguns de nós não
tinham elaborado sonhos de sucesso, a maioria de nós sonhava com trabalho, família e um futuro
de dignidade e respeito. Mas ninguém perguntou: “Você quer ser um drogadicto quando
crescer?”
Não escolhemos nos tornar adictos e não podemos escolher deixar de ser adictos. Temos
a doença da adicção. Não somos responsáveis por tê-la, mas somos responsáveis por nossa
recuperação. Tendo aprendido que somos pessoas doentes e que existe um caminho de
recuperação, podemos parar de ficar culpando as circunstâncias – ou a nós mesmos – e começar
a viver a solução. Não escolhemos a adicção, mas podemos escolher a recuperação.

Só por hoje: Eu escolho a recuperação.


16 de outubro A mais simples oração

“(...) rogando apenas o conhecimento de Sua vontade


em relação a nós e o poder de realizar esta vontade”.

Passo Onze

Como oramos? Com pouca experiência, muito de nós não sabem nem como começar. O
processo, entretanto, não é nem difícil nem complicado.
Chegamos a Narcóticos Anônimos por causa de nossa adicção às drogas. Mas, por trás disso,
muitos de nós sentíamos uma profunda sensação de espanto com a própria vida. Parecíamos
perdidos, vagando por um deserto sem rumo, sem ninguém para nos guiar. A oração é um meio
para obter uma direção na vida e o poder para seguir essa direção.
Como a oração desempenha um papel tão importante na recuperação de NA, muitos de nós
reservam um tempo específico todos os dias para orar, estabelecendo um padrão. Neste tempo
sossegado, “conversamos” com nosso Poder Superior, silenciosamente ou em voz alta.
Perguntamos: “O que Você quer que eu faça?” Ao mesmo tempo, pedimos: “Por favor, conceda-
me o poder de realizar Sua vontade”.
Aprender a orar é simples. Pedimos o “conhecimento de Sua vontade em relação a nós e o
poder para realizar esta vontade”. Fazendo isso, encontramos a direção que nos faltava e a força
que precisamos para realizar a vontade de nosso Deus.

Só por hoje: Eu reservarei um tempo sossegado para “conversar” com meu Poder Superior.
Pedirei direção desse Poder e capacidade para agir de acordo com ela.
”A Verdade” 17 de outubro

“Tudo o que conhecemos está sujeito à revisão,


especialmente o que sabemos sobre a verdade”.

Texto Básico, p. 102


Muitos de nós pensávamos que podíamos reconhecer “A Verdade”. Acreditávamos que


a verdade era algo certo e imutável, que podíamos compreender facilmente e sem
questionamentos. A verdade autêntica, no entanto, era que freqüentemente não podíamos
enxergar a verdade – de fato, o que “sabíamos” a respeito da verdade quase nos matou. Antes
de poder começar a reconhecer a verdade, tivemos que mudar nossa fidelidade a adicção por
nossa fidelidade a um Poder Superior, fonte de tudo que é bom e verdadeiro.
A verdade mudou, à medida que nossa fé num Poder Superior cresceu. Ao trabalhar os
passos, nossas vidas por inteiro começaram a mudar, através do poder da cura dos princípios da
recuperação. Para abrir a porta a essa mudança, tivemos de abrir mão de nosso apego a uma
verdade rígida e imutável.
A verdade se torna mais pura e mais simples cada vez que a encontramos. E assim como
os passos funcionam em nossas vidas todo dia – se nós o permitimos –, nossa compreensão da
verdade poderá mudar a cada dia, à medida que crescemos.

Só por hoje: Eu abrirei meus olhos e meu coração às mudanças causadas pelos passos. Hoje,
com uma mente aberta, posso entender a verdade em minha vida.
18 de outubro Todos pertencemos

“Embora ‘dois bicudos não se beijem’, como diz


o ditado, foi a adicção que nos uniu”.

Texto Básico, p. 95

Que mistura de gente em Narcóticos Anônimos! Em qualquer reunião, seja a noite que for,
encontraremos uma variedade de pessoas que provavelmente nunca teriam se reunido numa
mesma sala, se não fosse pela doença da adicção.
Certo companheiro, que é médico, descreveu sua falta de vontade em se identificar em sua
primeira reunião, recusando-se a entrar “naquela sala cheia de viciados”. E uma companheira,
com uma extensa experiência em cadeias e instituições, partilhou uma história semelhante,
apenas que seu choque e surpresa derivavam da constatação de que “havia gente legal por lá –
até mesmo vestindo ternos!” Estes dois amigos recentemente celebraram seu sétimo aniversário
de casamento.

As pessoas mais diferentes formam amizades, apadrinham umas às outras e prestam serviço
juntas. Nos encontramos juntos nas salas de recuperação, partilhando os laços do sofrimento
passado e a esperança pelo futuro. Nos encontramos numa base mútua, com nosso foco nas duas
coisas que todos temos em comum – adicção e recuperação.

Só por hoje: Não importam quais sejam minhas características pessoais, eu pertenço.
Ter objetivos 19 de outubro

“(...) podíamos sentir o tempo, tocar a realidade e reconhecer os


valores espirituais, há muito, perdidos para a maioria de nós”.

Texto Básico, p. 96

Em nossa adicção ativa, éramos capazes de comprometer tudo em que acreditávamos só


para conseguir mais drogas. Quando roubávamos de nossas famílias, nos vendíamos ou
mentíamos para nossos patrões, estávamos ignorando valores muito importantes para nós. Cada
vez que comprometíamos outra das queridas crenças que conservávamos, mais um pedaço da
argamassa que mantinha unido nosso caráter vinha abaixo. Na hora em que muitos de nós
chegaram a nossa primeira reunião, nada restava a não ser a ruína do que havíamos sido.
Quando realizarmos honestamente um primeiro exame de nós mesmos, localizaremos
nossos valores perdidos. Mas, para reconstruirmos nossos caracteres, acharemos necessário
manter esses valores, não importa quão grande seja a tentação de colocá-los de lado.
Necessitaremos ser honestos, mesmo quando pensamos que podemos mentir para enganar todos
à nossa volta. Se ignorarmos nossos valores, descobriremos que as maiores mentiras que
contamos foram aquelas que contamos para nós mesmos.
Não queremos começar a demolir nossos espíritos novamente, depois de todo o trabalho
que tivemos em sua restauração. É essencial que tenhamos objetivos, ou correremos o risco de
ficar a ver navios. Respeitamos tudo aquilo que achamos importantes para nós.

Só por hoje: Eu tenho objetivos. Minha força é o resultado de viver meus valores.
20 de outubro Liberdade para escolher

“A moralidade forçada não tem o poder que vem a


nós quando escolhemos uma vida espiritual”.

Texto Básico, p. 49

Em nossa adicção ativa, muitos de nós vivíamos nossas vidas por omissão. Não estávamos
dispostos ou éramos incapazes de fazer escolhas sobre como queríamos agir, o que preferíamos
fazer ou mesmo sobre onde iríamos viver. Permitíamos às drogas ou às outras pessoas que
tomassem as mais básicas decisões por nós. Estar livres da adicção ativa significa, entre outras
coisas, a liberdade de fazer essas escolhas por nós mesmos.
Liberdade de escolha é uma dádiva maravilhosa, mas também é uma grande
responsabilidade. A escolha nos permite descobrir quem somos e em que acreditamos. No
entanto, ao exercê-la, somos requisitados a medir nossas próprias escolhas e a aceitar as
conseqüências. Isto leva alguns de nós a buscar alguém que fará nossas escolhas – padrinho ou
madrinha, grupo de escolha, amigos de NA –, da mesma maneira que quando estávamos usando,
nossa doença fazia escolhas por nós. Isto não é recuperação.
Buscar a experiência dos outros é uma coisa; abdicar de responsabilidade pessoa é outra
coisa. Se não utilizamos a dádiva da liberdade que nos foi dada e se nos recusamos a aceitar a
responsabilidade decorrente dela, perderemos essa dádiva e nossas vidas ficarão diminuídas.
Somos responsáveis por nossa própria recuperação e nossas próprias escolhas. Por mais difícil
que possa parecer, temos que fazer essas escolhas por conta própria e estarmos dispostos a
aceitar as conseqüências.

Só por hoje: Eu sou grata pela liberdade de viver como escolhi. Hoje, aceitarei a
responsabilidade por minha recuperação, farei minhas próprias escolhas e aceitarei as
conseqüências.
A vontade de Deus hoje 21 de outubro

“Esta decisão exige uma aceitação contínua, fé sempre


crescente e um comportamento diário com a recuperação”.

IP Nº 14, “A experiência de adicto...”

Algumas vezes vivemos realmente o Terceiro Passo – e é ótimo! Não nos arrependemos
do passado, não temos medo do futuro e, em geral, estamos satisfeitos com o presente. Outras
vezes, no entanto, perdemos nossa visão da vontade de Deus em nossas vidas.
Muitos de nós sonhamos em apagar os erros de nosso passado, mas o passado não pode
ser apagado. Muitos de nós agradecemos por ser assim, pois nossas experiências do passado nos
trouxeram à recuperação que desfrutamos hoje. Com a prática do programa, podemos aprender
a aceitar o passado e nos reconciliar com ele, reparando nossos erros. Os mesmos Doze Passos
podem ajudar a eliminar nossas preocupações com o futuro. Quando praticamos diariamente os
princípios de NA em todos os nossos afazeres, podemos deixar os resultados nas mãos do nosso
Poder Superior.
Aparentemente nossos membros que têm mais fé são aqueles que estão mais bem
preparados para viver no momento presente. Alegria, valorização e gratidão pela qualidade de
vida – estes são o resultado de ter fé na vida. Quando praticamos os princípios de nosso
programa, hoje é o único dia que precisamos.

Só por hoje: Eu farei o máximo, hoje, e confiarei que o ontem e o amanhã estão sob os cuidados
de Deus.
22 de outubro Olhe quem está falando

“Nossa doença é tão traiçoeira que pode


nos meter em situações impossíveis”.

Texto Básico, p. 91

Alguns de nós dizem: “Minha doença está falando comigo”. Outros dizem: “Minha cabeça
não pára”. Ainda há outros que se referem ao “barulho em minha mente” ou “o macaco em
minhas costas”. Vamos encarar isso. Sofremos de uma doença incurável que continua a nos
afetar, mesmo em recuperação. Nossa doença nos fornece informação distorcida sobre o que
está acontecendo em nossas vidas. Ela nos diz para não olhar para nós mesmos, porque o que
veremos é muito assustador. Às vezes, ela nos diz que não somos responsáveis por nós mesmos
e nossas ações; outras vezes nos diz que tudo que há de errado com o mundo é culpa nossa.
Nossa doença nos engana e nos leva a acreditar nisso.
O Programa de NA nos proporciona muitas vozes que contrabalançam nossa dicção, vozes
em que podemos confiar. Podemos ligar para nosso padrinho ou madrinha para um teste de
realidade. Podemos escutar a voz de um adicto tentando ficar limpo. A solução derradeira é
trabalhar os passos e recorrer à força de um Poder Superior. Isto fará com que atravessemos
aqueles tempos em que “nossa doença está falando”.

Só por hoje: Eu ignorarei a “voz” de minha adicção. Escutarei a voz de meu programa e de um
Poder maior do que eu.
Rendição 23 de outubro

“Deixando de controlar, ganhamos um poder


muitíssimo maior através da rendição”.

Texto Básico, p. 48

Quando estávamos usando, fazíamos tudo que podíamos para que as coisas corressem de
nosso modo. Utilizávamos todos os esquemas imagináveis para controlar nosso mundo. Quando
conseguíamos o que queríamos, nos sentíamos poderosos, invencíveis; quando não, nos
sentíamos vulneráveis, derrotados. Mas isso não nos deteve – apenas levou a mais esforços para
controlar e manipular nossas vidas, tornando-as administráveis.
Tramar era nossa maneira de negar nossa impotência. Enquanto pudéssemos nos distrair
com nossos planos, podíamos adiar a aceitação de que estávamos fora de controle. Apenas
gradualmente percebemos que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis e que todas as
tramóias e manipulações do mundo não iriam colocá-las novamente em ordem.
Quando admitimos nossa impotência, paramos de tentar controlar e administrar nosso
caminho para uma vida melhor – nós nos rendemos. Carentes de um poder próprio suficiente,
buscamos um Poder maior do que nós; precisamos de apoio e orientação, pedimos a esse Poder
que cuide de nossa vontade e de nossas vidas. Pedimos a outros em recuperação que partilhem
sua experiência de viver o Programa de NA, em vez de tentar programar nossas próprias vidas.
O poder e a orientação que buscamos estão à nossa volta; precisamos apenas nos afastar do eu
para encontrá-los.

Só por hoje: Eu não tentarei tramar e manipular meu caminho para uma vida administrável.
Através do Programa de NA, me renderei aos cuidados de meu Poder Superior.
24 de outubro Responsabilidade

“Não somos responsáveis pela nossa doença, apenas pela nossa


recuperação. À medida que começamos a aplicar o que
aprendemos, nossas vidas começam a mudar para melhor”.

Texto Básico, p. 99

Quando mais avançamos em recuperação, menos evitamos a responsabilidade por nós


mesmos e nossas ações. Aplicando os princípios do Programa de Narcóticos Anônimos, somos
capazes de mudar nossas vidas. Nossa existência adquire novo significado quando aceitamos a
responsabilidade e a liberdade de escolha que a responsabilidade implica. Não tomamos a
recuperação como garantida.
Assumimos a responsabilidade por nossa recuperação trabalhando os Doze Passos com um
padrinho/madrinha. Vamos às reuniões regularmente e partilhamos com o recém chegado o que
nos foi dado livremente: a dádiva da recuperação. Nos envolvemos com nosso grupo de escolha
e aceitamos a responsabilidade de nossa parte em partilhar a recuperação com o adicto que ainda
sofre. À medida que aprendemos como partilhar efetivamente os princípios espirituais em todas
as áreas de nossas vidas, a qualidade de nossas vidas melhora.

Só por hoje: Utilizando as ferramentas espirituais que tenho ganho em recuperação, tenho
vontade e sou capaz de fazer escolhas responsáveis.
Princípios acima de personalidades 25 de outubro

“O anonimato é o alicerce espiritual de todas as nossas Tradições,


lembrando-nos sempre de colocar princípios acima de personalidades”.

Tradição Doze

“Princípios acima de personalidades”; Muitos de nós entoam estas palavras junto com
quem está lendo, sempre que as Doze Tradições são lidas. O fato de que estas palavras se
tornaram um tipo de clichê não faz com que sejam nem um pouco menos importantes, quer no
serviço, quer em nossas vidas. Estas palavras são uma afirmação: “Escutamos nossa consciência
e fazemos o que é certo, não importa de quem esteja envolvido”.E este princípio serve como
uma das pedras fundamentais da recuperação tanto quanto nossas tradições.
O que é que “princípios acima de personalidades” realmente quer dizer? Significa que
praticamos honestidade, humildade, compaixão, tolerância e paciência com todos, quer
gostemos deles ou não. Colocar princípios acima de personalidades nos ensina a tratar todos
igualmente. O Décimo-Segundo Passo nos sugere praticar os princípios em todas as nossas
atividades; a Décima-Segunda Tradição sugere que os apliquemos em nossos relacionamentos
com todos.
Praticar os princípios não se limita a nossos amigos ou à saída de uma reunião. É para
todo dia, para todos... em todas as áreas das nossas vidas.

Só por hoje: Eu escutarei minha consciência e farei o que é certo. Meu foco será em princípios,
não na personalidade das pessoas.
26 de outubro O caminho para a auto-aceitação

“A aplicação dos Doze Passos da recuperação é o meio


mais eficaz para alcançar a auto-aceitação”.

IP Nº 19, “Auto-aceitação”

Nossa adicção em sido uma fonte de vergonha para muitos de nós. Nos escondemos dos
outros, certos de que, se alguém viesse a conhecer quem realmente éramos, essa pessoa nos
rejeitaria. NA nos ajuda a aprender a auto-aceitação.
Muitos de nós encontram uma grande dose de alívio apenas comparecendo às reuniões,
ouvindo os companheiros adictos partilhando suas histórias e descobrindo que outros têm
sentido o mesmo que sentimos em relação a nós mesmos. Quando os outros partilham
honestamente conosco quem eles são, sentimos-nos livres para fazer o mesmo. À medida que
aprendemos a contar a verdade a nosso respeito, aprendemos a nos aceitar.
No entanto, revelar-se é apenas o começo. Uma vez que partilhamos as coisas que nos
deixam incomodados em relação a nossas vidas, precisamos encontrar uma nova maneira de
viver – e é aí que entram os passos. Desenvolvemos o conceito de um Poder Superior. Fazemos
um inventário detalhado de nossas vidas e discutimos com nosso padrinho/madrinha. Pedimos
ao Deus de nossa compreensão que remova nossos defeitos de caráter e imperfeições que são a
fonte de nossos problemas. Assumimos a responsabilidade pelas coisas que fizemos e fazemos
reparações por elas. E incorporamos todas estas disciplinas em nossas vidas diárias, “praticando
estes princípios em todas as nossas atividades”.
Trabalhando os passos, podemos nos tornar pessoas que estimamos ser. Podemos contar
livremente a verdade a respeito de nós mesmos, pois não temos nada a esconder.

Só por hoje: Eu trilharei o caminho da auto-aceitação. Eu me mostrarei, contarei a verdade e


trabalharei os passos.
Vivendo o presente 27 de outubro

“Queremos encarar nosso passado de frente, vê-lo como ele


realmente foi e libertá-lo para se podermos viver o hoje”.

Texto Básico, p. 31

Para muitos de nós, o passado é como um sonho ruim. Nossas vidas já não são mais as
mesmas, mas ainda temos memórias emocionais, ocasionais e altamente carregadas de um
passado realmente desconfortável. A culpa, o medo e a raiva que uma vez nos dominaram podem
se derramar em nossas vidas, complicando nossos esforços para mudar e crescer.
Os Doze Passos são a fórmula que nos ajuda a aprender a colocar o passado em seu lugar.
Através do Quarto e Quinto Passos, nos conscientizamos de que nosso velho comportamento
não funcionava. Pedimos a um Poder Superior que nos livre de nossas imperfeições, no Sexto e
no Sétimo Passos e começamos a ficar livre da culpa e do medo que nos assolaram por tantos
anos. No Oitavo e no Nono Passos, fazendo reparações demonstramos aos outros que nossas
vidas estão mudando. Não somos mais controlados pelo passado. Uma vez que o passado perdeu
seu controle sobre nós, estamos livres para descobrir novas maneiras de viver, maneiras que
refletem quem verdadeiramente somos.

Só por hoje: Eu não tenho que ser controlado por meu passado. Viverei este novo dia como a
nova pessoa em que estou me transformando.
28 de outubro Atitudes

“Podemos também usar os passos para melhorar as nossas atitudes”.

Texto Básico, p. 59

Não existem dias em que tudo parece conspirar contra você? Você não passa por épocas em
que está tão ocupado, ouvindo o inventário dos outros, que mal se agüenta em pé? E quando
você se pega estourando com seu companheiro de trabalho ou com a pessoa amada sem nenhuma
razão? Quando nos encontramos nesse estado de espírito desolador, precisamos agir.
A qualquer momento do dia, podemos reservar alguns minutos e fazer um “inventário
localizado”. Examinamos como estamos reagindo às situações exteriores e às outras pessoas.
Ao fazer isto, poderemos descobrir que obviamente estamos sofrendo de uma antiga “atitude
negativa”. Um ponto de vista negativo pode prejudicar nossa relação com nosso Poder Superior
e com as pessoas em nossas vidas. Quando somos honestos conosco, freqüentemente
descobrimos que o problema se encontra em nós mesmos e em nossas atitudes.
Não temos controle sobre os desafios que a vida nos apresenta. O que podemos controlar é
como reagimos a esses desafios. A qualquer momento, podemos mudar nossa atitude. A única
coisa que realmente muda em Narcóticos Anônimos somos nós. Os Doze Passos nos fornecem
as ferramentas para sais do problema e encontrar a solução.

Só por hoje: Durante o dia todo, eu vou verificar minhas atitudes. Aplicarei os passos para
melhorá-las.
Viver no agora 29 de outubro

“Viver só por hoje alivia a carga do passado e o medo do futuro”.

Texto Básico, p. 102

Pensamentos sobre como era ruim – ou podia ser – podem desgastar nossas esperanças
de recuperação. Fantasias de como era maravilhoso – ou podia ser – podem nos desviar de
agirmos no mundo real. É por isso que, Narcóticos Anônimos, falamos de viver e nos recuperar
“só por hoje”.
Em NA, sabemos que podemos mudar. Viemos a acreditar que nosso Poder Superior
pode devolver a integridade de nossas mentes e corações. Podemos lidar com os destroços de
nosso passado através dos passos. Mantendo nossa recuperação, só por hoje, podemos evitar
criar problemas no futuro.
A vida em recuperação não é fantasia. Divagações sobre como era bom usar ou sobre
como podemos ser bem sucedidos ao usar no futuro, ilusões sobre como as coisas podiam ser
ótimas, expectativas exageradas que nos preparam para desapontamentos e recaídas – tudo isso
perde o poder diante do programa. Buscamos a vontade de Deus, não a nossa. Buscamos servir
aos outros, não a nós. Nosso egocentrismo e a importância de como as coisas poderiam ou
deveriam ser ótimas desaparecem para nós. À luz da recuperação, percebemos a diferença entre
fantasia e realidade.

Só por hoje: Eu sou grato pelos princípios da recuperação e pela nova realidade que eles me
deram.
30 de outubro Coragem

“A nossa fé recém-descoberta funciona como um


alicerce para termos coragem no futuro”.

Texto Básico, p. 104


Narcóticos Anônimos não é lugar para medrosos! Encarar a vida em seus termos, sem uso
de drogas, nem sempre é fácil. A recuperação requer mais do que trabalho duro; ela requer uma
dose gêneros de coragem.
De qualquer modo, o que é coragem? Uma rápida olhada no dicionário nos trará a resposta.
Temos coragem quando encaramos e lidamos com qualquer coisa que pensamos ser difícil,
perigosa e dolorosa, em vez de fugir dela. Coragem significa ser valente; ter um propósito; ter
força interior. Então, o que realmente é coragem? Coragem é uma atitude, uma atitude de
perseverança.
É disso que um adicto em recuperação realmente precisa – perseverança. Assumimos esse
compromisso de permanecer com nosso programa, de evitar usar, não importa o que aconteça.
Um adicto corajoso é aquele que não usa, um dia de cada vez, aconteça o que acontecer.
E o que nos dá coragem? Um relacionamento com um Poder Superior nos dá a força e a
coragem para permanecermos limpos. Sabemos que, contanto que estejamos sob os cuidados de
nosso Deus, teremos o poder de que precisamos para lidar com a vida nos seus próprios termos.

Só por hoje: Eu tenho um Poder Superior que cuida de mim, aconteça o que acontecer. Sabendo
disso, hoje me esforçarei para ter uma atitude corajosa.
Nosso relacionamento
com um Poder Superior 31 de outubro

“A recuperação contínua depende da nossa relação com um


Deus amoroso, que se importa conosco e que fará por
nós o que achamos impossível fazermos sozinhos”.

Texto Básico, p. 108

Trabalhar os Doze Passos de Narcóticos Anônimos nos oferece um novo começo na vida
e alguma orientação para viver no mundo. Mas os passos são mais do que um novo começo.
Quando damos o máximo de nós para trabalhar os passos desenvolvemos um relacionamento
com nosso Poder Superior pessoal.
No Terceiro Passo, decidimos permitir que um Deus amoroso influencie nossas vidas.
Muito da coragem, confiança e disposição de que precisamos para continuar através dos passos
seguintes deriva desta decisão. No Sétimo Passo, vamos ainda mais longe, pedindo a este Poder
Superior que mude nossas vidas. O Décimo Primeiro Passo é um meio de melhorar o
relacionamento.
A recuperação é um processo de crescimento e mudança no qual nossas vidas são
renovadas. Os Doze Passos são o mapa da estreada, as direções específicas que tomamos para
continuar em recuperação. Mas o apoio de que precisamos para proceder com cada passo vem
da nossa fé num Poder Superior, a crença de que tudo ficará bem. A fé nos fornece a coragem
para agir. Cada passo que trabalhamos é apoiado por nosso relacionamento com um Deus
amoroso.

Só por hoje: Eu lembrarei que a fonte de minha coragem e disposição é meu relacionamento
com meu Poder Superior.
Novembro
Meditação
Diária
Despertar 1º de novembro

“Deus nos ajuda, quando ajudamos uns aos outros“.

Texto Básico, p. 57

Nossa adicção nos levou a pensar quase exclusivamente em nós mesmos. Mesmo nossas
orações – se é que orávamos – eram centradas em nós mesmos. Pedíamos a Deus que consertasse
as coisas por nós ou nos tirasse de apuros. Por que? Porque não queríamos viver com os
problemas que criávamos para nós mesmos. Éramos inseguros. Pensávamos que a vida consistia
em conseguir drogas e sempre queríamos mais.
Em recuperação obtemos mais do que simplesmente não usar. O despertar espiritual que
experimentamos trabalhando os Doze Passos nos revela a vida que nunca sonhamos que fosse
possível. Não precisamos mais nos preocupar se haverá o “suficiente”, porque viemos a confiar
em um Poder Superior amoroso que preenche todas as nossas necessidades diárias. Aliviados de
nossa insegurança sem fim, não mais vemos o mundo como um lugar no qual competimos com
os outros para a satisfação de nossos desejos. Ao contrário, vemos o mundo como um lugar para
viver no amor que nosso Poder Superior nos mostrou. Nossas orações não são para obter
gratificações instantâneas; e sim para ajudar a nos ajudar mutuamente.
A recuperação nos desperta do pesadelo de egocentrismo, da luta e da insegurança que
residia no centro de nossa doença. Acordamos para uma nova realidade: tudo que vale a pena só
pode ser mantido dando de graça.

Só por hoje: Meu Deus, me ajude quando eu ajudo os outros. Hoje, vou procurar ajudar, dando
de graça o amor que o Poder Superior me deu, sabendo que este é o caminho para mantê-lo.
2 de novembro Viver com problemas não resolvidos

“Faz uma grande diferença ter amigo que se


importam quando estamos com dor ”.

Texto Básico, p. 61

A solução é simples para a maior parte de nossos problemas. Chamamos nosso


padrinho/madrinha, oramos, trabalhamos os passos ou vamos a uma reunião. Mas e aquelas
situações em que nosso fardo está aumentando e não há solução à vista?
Muitos de nós sabemos o que é viver uma situação dolorosa – um problema que
simplesmente não vai desaparecer. Para alguns de nós, o problema é uma doença incurável que
ameaça a vida. Alguns de nós temos filhos incorrigíveis. Alguns de nós sabemos que o salário
não cobre as despesas. Alguns de nós cuidamos de um amigo ou familiar portador de uma
doença crônica.
Aqueles de nós que, em algum momento, têm que viver com um problema não resolvido
sabem o alívio que vem simplesmente de falar do problema com outros amigos em recuperação.
Podemos encontrar alívio no humor. Nossos amigos podem apiedar-se ou expressar
solidariedade. Qualquer coisa que façam alivia nosso fardo. Eles podem não ser capaz de
solucionar nosso problema ou remover nossos sentimentos dolorosos, mas o simples fato de
saber que somos amados e que os outros se importam conosco torna nossos problemas
toleráveis. Nunca mais precisamos estar sozinhos com nossa dor novamente.

Só por hoje: Aqueles problemas que não posso resolver podem se tornar toleráveis, partilhando-
os com um amigo. Hoje, eu vou conversar com alguém que se importa.
Aconteça o que acontecer 3 de novembro

“Mais cedo ou mais tarde, teremos que caminhar com as nossas próprias pernas e
encarar a vida como ela é. Por que não fazê-lo então desde o início?“.

Texto Básico, p. 97

Alguns de nós sentimos que deveríamos proteger o recém-chegado dizendo que,


enquanto antes de tudo costumava ser horrível, agora que estamos em recuperação tudo é
maravilhoso. Sentimos que poderíamos espantar alguém falando de dou ou dificuldades,
casamentos terminados, ser roubado e fatos parecidos. Em um sincero e bem intencionado
desejo de levar a mensagem, tendemos a falar enfaticamente apenas no que vai bem em nossas
vidas.
Mas a maior parte dos recém-chegados já suspeita da verdade, mesmo que estejam limpos
a poucos dias. É possível que “a vida em seus próprios termos”, para o recém-chegado comum,
seja um pouco mais estressante do que a maneira como o companheiro mais antigo lida com seu
dia-a-dia. Se conseguirmos convencer o recém-chegado de que a vida em recuperação se torna
cor-de-rosa, será melhor ter certeza de estar presente para apoiá-lo quando algo der errado em
sua vida.
Talvez apenas precisemos partilhar realisticamente o modo como usamos as ferramentas
de Narcóticos Anônimos para aceitar “a vida em seus próprios termos”, quaisquer que possam
ser estes termos. Recuperação e vida por si mesma contêm partes iguais de dor e alegria. É
importante partilhar ambas, para o recém-chegado então saber que nós ficamos limpos, aconteça
o que acontecer.

Só por hoje: Eu vou ser honesto com os recém-chegados com quem eu partilhar e vou deixá-
los saber que, aconteça o que acontecer, não precisamos mais usar drogas.
4 de novembro Troca de amor

“(...) damos amor porque ele também nos foi dado tão livremente. Novas
fronteiras se abrem para nós à medida que aprendemos a amar. O
amor pode ser o fluxo de energia vital de uma pessoa para outra.”

Texto Básico, p. 114

Amor dado e amor recebido é a própria essência da vida. É o denominador comum


universal, nos ligando àqueles que estão às nossa volta. A adicção nos privou desta ligação, nos
trancando dentro de nós mesmos.
O amor que descobrimos no Programa de NA reabriu o mundo para nós. Ele destrancou a
cela da adicção onde estávamos aprisionados. Recebemos amor de outros membros de NA,
descobrimos – talvez pela primeira vez – o que é o amor e o que ele pode fazer. Ouvimos
companheiros falando sobre partilhar amor e percebemos como isto preenche suas vidas.
Começamos a suspeitar que, se dar e receber amor significam tanto para os outros, talvez
possam dar significado a nossas vidas também. Sentimos que estamos a ponto de fazer uma
grande descoberta, porém também sentimos que não entenderemos completamente o significado
do amor até que compartilhemos o nosso. Ao fazer isso, descobrimos a ligação perdida entre
nós mesmos e o mundo.
Hoje, percebemos que o que eles disseram era verdade: “Só podemos manter o que temos
se o compartilharmos”.

Só por hoje: A vida é uma fronteira para mim e o veículo que vou usar para explorá-la é o amor.
Eu vou dar de graça o amor que recebi.
Orientação de Deus 5 de novembro

“Nosso Poder Superior está acessível a todo o momento. Recebemos orientação,


quando pedimos o conhecimento da vontade de Deus em relação a nós“.

Texto Básico, p. 103


Não é sempre fácil tomar uma decisão certa. Isto é verdadeiramente especial para adictos
aprendendo a viver através de princípios espirituais pela primeira vez. Na adicção,
desenvolvemos impulsos autodestrutivos e anti-sociais. Nossa doença não nos preparou pára
tomar decisões sensatas.
Hoje, para achar a direção de que precisamos, pedimos a nosso Poder Superior. Paramos;
oramos; e, em silêncio, ouvimos a orientação interior. Viemos a acreditar que podemos confiar
que podemos confiar em um Poder Superior maior do que nós mesmos. Este Poder está acessível
sempre que precisamos dele. Tudo que precisamos fazer é orar pedindo o conhecimento da
vontade de nosso Deus e forças para realizá-la.
Cada vez que fazemos isto e cada vez que descobrimos direção no meio de nossa
confusão, nossa fé cresce. Quanto mais confiamos em nosso Poder Superior, mais fácil se torna
pedir esta direção. Descobrimos o Poder que estava faltando em nossa adicção, um Poder que
está disponível para nós em todos os momentos. Para descobrir a direção de que precisamos
plenamente e crescer espiritualmente, tudo o que temos que fazer é manter contato com o Deus
de nossa compreensão.

Só por hoje: Meu Poder Superior é a fonte de orientação espiritual dentro de mim que eu sempre
posso buscar. Hoje, quando eu perder a direção, vou pedir o conhecimento da vontade de meu
Poder Superior.
6 de novembro Entendendo a humanidade

“A humildade resulta de sermos mais honesto conosco.”

Texto Básico, p. 38

Humildade era uma idéia tão estranha para a maioria de nós que a ignoramos enquanto
podíamos. Quando pela primeira vez vimos a palavra “humildemente” no Sétimo Passo,
podemos ter imaginado que ela significava que tínhamos bastante humilhação guardada. Talvez
tenhamos ido ao dicionário, apenas par nos tornar ainda mais confusos com sua definição. Não
entendíamos como modéstia e subordinação se aplicavam à recuperação.
Ser humilde não significa que somos a mais baixa forma de vida. Pelo contrário, tornar-se
humilde significa atingir uma visão realista de nós mesmos e de onde nos situamos no mundo.
Alcançamos um estado de consciência baseado na aceitação de todos os aspectos de nós
mesmos. Não recusamos nossas boas qualidades nem exageramos nossos defeitos.
Honestamente aceitamos quem somos.
Nenhum de nós irá atingir um estado de humildade perfeita. Mas certamente podemos nos
esforçar para honestamente admitir nossas imperfeições, aceirar nossas qualidades e confiar em
nosso Poder Superior como fonte de força. Humildade não significa rastejar pelos caminhos da
vida, significa apenas admitir que não podemos nos recuperar sozinhos. Precisamos uns dos
outros e, acima de tudo, precisamos do poder de um Deus amoroso.

Só por hoje: Para ser humilde, eu vou aceitar honestamente todas as minhas facetas, vendo meu
verdadeiro lugar no mundo. Para obter a força de que preciso para ocupar este lugar, eu vou
confiar no Deus de minha compreensão.
Sentindo a vontade de Deus 7 de novembro

“Eu sinceramente acreditava que um Poder Superior


poderia devolver a minha sanidade e eu iria parar de
tentar adivinhar qual seria a vontade de Deus, apenas
aceitando as coisas como elas eram, sendo grato“.

Basic Text, p. 198*


Quanto mais tempo ficamos limpos, menor é a certeza de “saber” qual é a vontade de
nosso Poder Superior para nós – e cada dia isso importa menos. O conhecimento da vontade de
nosso Poder Superior se torna uma questão menos de “entender” e mais de “sentir”. Ainda
praticamos o Décimo-Primeiro Passo fielmente. Mas em vez de procurar por “sinais” de nosso
Poder Superior, começamos a acreditar mais em nossa intuição, confiando em nossos
sentimentos sobre o que nos fará sentir bem.
Depois de estar limpo por alguns anos, tudo o que parecemos saber é quando estamos
agindo contra a vontade de nosso Poder Superior para nós. Quando estamos indo contra a
vontade de Deus, encontramos aquele velho e desconfortável sentimento em nossas entranhas.
Esta náusea é um aviso de que, se continuamos nesta direção, muitas noites sem dormir nos
aguardam. Precisamos prestar atenção nestes sentimentos que são quase sempre sinais de que
estamos agindo contra a vontade de nosso Poder Superior.
Nosso Décimo-Primeiro Passo estabelece claramente o verdadeiro objetivo da oração e
da meditação: melhorar nosso contato consciente com o Deus de nossa compreensão, trazendo
o conhecimento mais claro da vontade de nosso Poder Superior para nós e força para realizá-la.
Sabemos mais claramente a vontade de Deus pelo que sentimos, não por “sinais” ou palavras –
mas pelo que nos faz sentir bem.

Só por hoje: Eu vou orar pelo conhecimento da vontade de meu Poder Superior para mim e
força para realizá-la. Vou prestar atenção a meus sentimentos e agir quando eles me fizerem
bem.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


8 de novembro Livre da insanidade

“Acredito que seria insano pedir a alguém: Por favor,


me dê um ataque do coração ou um acidente fatal”

Texto Básico, p. 25

Ouvimos dizer, que a menos que estejamos amando, não podemos lembrar como é o
sentimento de estar apaixonado. O mesmo ocorre com a insanidade: uma vez que estamos livres
dela, esquecemos como podem ser verdadeiramente estranho nossos pensamentos insanos. Mas,
para ser gratos pelo grau de sanidade que recuperamos em Narcóticos Anônimos, precisamos
lembrar quanto estávamos mergulhados na insanidade.
Hoje, pode ser ridículo imaginar um pensamento do tipo: “Por favor, me dê um ataque do
coração ou um acidente fatal?” Ninguém em seu juízo perfeito pediria algo assim. Essa é a
questão. Em nossa adicção ativa, nós cortejávamos doenças fatais, degradações, desonestidade,
desfalques, destruições, morte violenta e até mesmo morte por completa estupidez. Neste
contexto, a idéia de pedir por um ataque do coração ou acidente fatal não soa tão estranha assim.
Isso demonstra quanto estávamos insanos.
A programação. O companheirismo e nosso Poder Superior – juntos – operam milagres. O
Segundo Passo não é uma esperança infrutífera – é realidade. Reconhecendo o grau de
insanidade a que chegamos, podemos desfrutar cada vez mais deste Poder milagroso que nos
resgata para a sanidade. Por isso, somos verdadeiramente gratos.

Só por hoje: Eu terei algum tempo para lembrar quão insano eu estava durante minha adicção
ativa. Então agradecerei a meu Poder Superior a sanidade que venho resgatando em minha vida.
Os melhores planos 9 de novembro

“Nossas ações é que são importantes. Deixemos


os resultados com nosso Poder Superior“.

Texto Básico, p. 100


Existe um velho ditado que algumas vezes ouvimos em nossas reuniões: “Se você quer
que Deus ria, faça planos”. Normalmente, quando ouvimos isto, também rimos, mas com uma
ponta de nervosismo em nosso riso. Imaginamos se todos os nossos cuidadosos planos estão
condenados ao fracasso. Se estamos planejando um grande evento – um casamento, um retorno
aos estudos ou, talvez, uma mudança de carreira –, começamos a imaginar se nossos planos são
os mesmos de nosso Poder Superior. Somos capazes de nos preocupar tão obsessivamente com
esta questão que nos recusamos a fazer mais planos.
Mas o certo é que realmente não sabemos se os planos que o Poder Superior traçou para
nós são ou não definitivos. A maior parte de nós tem opiniões sobre fatalidade e destino, mas,
acreditando ou não nestas teorias, ainda temos a responsabilidade de viver nossas vidas e fazer
planos para o futuro. Se nos recusarmos a aceitar responsabilidade sobre nossas vidas, mesmo
assim estaremos fazendo planos – planos para uma existência maçante e superficial.
O que fazemos em recuperação são planos, não resultados. Nunca saberemos quando o
casamento, a educação ou o novo emprego irá funcionar, antes de tentar. Simplesmente, usamos
bom senso, consultamos nossos padrinhos/madrinhas, oramos, usamos toda informação
disponível e fazemos os planos mais razoáveis que podemos. No mais, acreditamos no cuidado
amoroso do Deus de nossa compreensão, sabendo que agimos responsavelmente.

Só por hoje: Eu vou fazer planos, mas eu não vou planejar os resultados. Eu vou acreditar no
cuidado amoroso de meu Poder Superior.
10 de novembro Medo ou fé

“Mas não importa o quanto corrêssemos”,


sempre levávamos o medo conosco”

Texto Básico, p. 16

Para muitos de nós, o medo era um fator constante em nossas vidas, antes de chegar a
Narcóticos Anônimos. Nós usávamos porque tínhamos medo de sentir a dor física ou emocional.
Nosso medo de pessoas e situações nos deu uma desculpa conveniente para usar drogas. Alguns
de nós tínhamos tanto medo de tudo que éramos incapazes mesmo de sair de casa sem antes
usar.
Ao ficar limpo, substituímos nosso medo pela crença na irmandade, nos passos e no Poder
Superior. À medida que esta crença cresce, nossa fé no milagre da recuperação começa a colorir
todos os aspectos de nossa vida. Começamos a nos ver com outros olhos, percebemos que somos
seres espirituais e nos esforçamos para viver de acordo com os princípios espirituais.
A aplicação destes princípios espirituais ajuda a eliminar o medo de nossas vidas. Abstendo-
nos de tratar os outros de maneira prejudicial ou fora da lei, descobrimos que não precisamos
ter medo de como seremos tratados. À medida que praticamos amor, compaixão, compreensão
e paciência em nossos relacionamentos com os outros, somos tratados com respeito e
consideração. Percebemos que estas mudanças positivas são o resultado de deixar nosso Poder
Superior trabalhar em nós. Viemos a acreditar – não a pensar, mas a acreditar – que nosso Poder
Superior quer apenas o melhor para nós. Não importam quais as circunstâncias, descobrimos
que podemos caminhar dom fé e não com medo.

Só por hoje: Eu não preciso mais seguir com medo, mas poso caminhar acreditando que meu
Poder Superior tem apenas o melhor guardado para mim.
Da rendição à aceitação 11 de novembro

“Nós nos rendemos calmamente, e deixamos o que”.


Deus, da maneira que compreendemos, cuide de nós“.

Texto Básico, p. 28

Rendição e aceitação são parecidas com paixão e amor. A paixão começa quando
encontramos alguém especial. A paixão requer apenas o reconhecimento do objeto de nossa
paixão. Para a paixão se tornar amor, entretanto, é preciso um grande esforço. A ligação inicial
deve ser lenta, pacientemente nutrida para se tornar um laço sólido e duradouro.
Acontece o mesmo com a rendição e a aceitação. Nos rendemos quando reconhecemos
nossa impotência. Lentamente, viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos pode
nos dar o cuidado de que precisamos. A rendição se transforma em aceitação quando deixamos
este Poder entrar em nossas vidas. Examinamos nossas vidas e deixamos nosso Deus nos ver
como somos. Tendo permitido que o Deus de nossa compreensão conhecesse nosso interior,
aceitamos mais seus cuidados. Pedimos a este Poder para nos aliviar de nossos defeitos e nos
ajudar a reparar o mal que fizemos. Então, iniciamos uma nova maneira de viver, aumentando
nosso contato e aceitando a orientação, o cuidado e a força contínuos de nosso Poder Superior.
A rendição, assim como a paixão, pode ser o início de um longo relacionamento. Para
transformar rendição em aceitação, entretanto, temos que deixar Deus de nossa compreensão
cuida de nós a cada dia.

Só por hoje: Minha recuperação é mais paixão. Eu me rendi. Hoje, eu vou nutrir meu contato
consciente com meu Poder Superior e aceitar seu cuidado contínuo por mim.
12 de novembro Nossa própria história

“Quando contamos nossa própria história com


honestidade, alguém poderá se identificar conosco.”

Texto Básico, p. 107

Muitos de nós temos ouvido oradores verdadeiramente cativantes em convenções de


Narcóticos Anônimos. Lembramos a platéia se alternando entre lágrimas de identificação e
brincadeiras hilariantes, “Algum dia”, podemos pensar, “eu também vou ser orador principal de
uma convenção.”
Para muitos de nós este dia ainda está para chegar. Vez ou outra podemos ser chamados
para ser orador em uma reunião perto de onde moramos. Podemos falar em uma oficina de uma
pequena convenção. Mas depois de todo este tempo, nós ainda não somos “exímios” oradores,
tudo bem. Aprendemos que também temos uma mensagem especial para partilhar, mesmo que
seja uma reunião local com quinze ou vinte adictos nos ouvindo.
Cada um de nós tem apenas sua própria história para contar. Não podemos contar a história
de mais ninguém. Toda vez que vamos partilhar, muitos de nós descobrimos que todas as frases
inteligentes e histórias engraçadas parecem desaparecer de nossas mentes. Mas temos algo a
oferecer. Levamos a mensagem de esperança – podemos e nos recuperamos de nossa adicção.
E isto basta.

Só por hoje: Eu vou lembrar que minha história honesta é o que partilho melhor. Hoje, isto
basta.
Imperfeitos 13 de novembro

“Não vamos ser perfeitos. Se fôssemos


perfeitos, não seríamos humanos“.

Texto Básico, p. 33

Todos nós tínhamos expectativas sobre nossas vidas em recuperação. Alguns de nós
pensávamos que a recuperação de repente nos daria empregos ou nos tornaria capazes de fazer
qualquer coisa que quiséssemos. OU talvez imaginássemos uma perfeita adequação e facilidade
em nossa interação com os outros. Quando paramos para pensar, percebemos que esperávamos
que a recuperação nos tornasse perfeitos. Esperamos não continuar a cometer Eros. Mas
cometemos. Não é nosso lado adicto se mostrando; é nosso lado humano.
Em Narcóticos Anônimos nos esforçamos por recuperação, não por perfeição. A única
promessa que é feita é nos libertar da adicção ativa. Perfeição não é um estágio atingível da
natureza humana; não é um objetivo realista. O que muitas vezes procuramos na perfeição é nos
libertando do desconforto de cometer erros. Em troca desta libertação do desconforto, perdemos
nossa curiosidade, nossa flexibilidade e o espaço para nosso crescimento.
Podemos considerar esta troca: queremos viver o resto de nossas vidas em um pequeno
mundo bem definido; salvos, mas talvez sufocados? Ou queremos nos aventurar no
desconhecido, assumir o risco e alcançar o que a vida tem a nos oferecer?

Só por hoje: Eu quero tudo que a vida tem a me oferecer e tudo que a recuperação tem para me
dar. Hoje, eu vou assumir o risco, tentar algo novo e crescer.
14 de novembro Não apenas sobrevivendo

“Quando usávamos, nossas vidas tornaram-se um exercício de sobrevivência.


Agora, estamos vivendo muito mais do que sobrevivendo.”

Texto Básico, p. 56

“Seria melhor morrer!” Um refrão familiar para um adicto na ativa, e com boas razões. Tudo
que podíamos esperar era continuar na existência miserável. Nosso apego à vida era o mais frágil
possível. Nossa decadência emocional, nossa morte espiritual e o esmagador conhecimento de
que nada mudaria eram constantes. Tínhamos pouca esperança e nenhuma idéia da vida que
estávamos jogando fora.
A restauração de nossas emoções, nossos espíritos e nossa saúde física leva tempo. Quanto
mais experiência adquirimos de viver, em vez de simplesmente existir, mais compreendemos
quão preciosa e encantadora pode ser a vida. Viajar, brincar com uma criança, amar, expandir
nossos horizontes intelectuais e nos relacionar estão entre as inúmeras atividades que dizem:
“Estou vivo”. Descobrimos muito mais para apreciar e sentimos gratidão por ter uma segunda
chance.
Se tivéssemos morrido durante nossa adicção ativa, nos privaríamos de muitas belezas da
vida. Toso dia agradecemos a um Poder maior que nós mesmos outro dia limpo e outro dia de
vida.

Só por hoje: Eu estou grato por estar vivo. Eu vou fazer algo hoje para celebrar.
Abrir mão 15 de novembro

“Tome minha vontade e minha vida. Oriente-me


na minha recuperação. Mostre-me como viver“.

Texto Básico, p. 28

Como iniciamos o processo de deixar que nosso Poder Superior oriente nossas vidas?
Quando procuramos conselho sobre situações que nos perturbam, freqüentemente descobrimos
que nosso Poder Superior trabalha através dos outros. Quando aceitamos que não temos todas
as respostas, nos abrimos para novas e diferentes opções. A boa vontade para abrir mão de
nossas opiniões e idéias preconcebidas abre o canal para que uma orientação espiritual ilumine
nosso caminho.
Às vezes temos que ser levados até nosso limite, antes de estar prontos para entregar
situações difíceis a nosso Poder Superior. Tramar ansiosamente, lutar, planejar, preocupar-se,
nada disso basta. Podemos estar certos de que, se entregarmos nossos problemas a nosso Poder
Superior, ouvindo os outros partilharem sua experiência ou na quietude da meditação, as
respostas virão.
Não há razão em viver uma existência frenética. Lutar com a vida como se a casa estivesse
pegando fogo nos exaure e não leva a lugar nenhum. A longo prazo, por mais que manipulemos,
nossa situação não mudará. Quando abrimos mão disto e nos permitirmos ter acesso a um Poder
Superior, descobriremos o melhor caminho a seguir. Com certeza, as respostas vindas de uma
base espiritual serão muito superiores a quaisquer respostas que possamos inventar por nós
mesmos.

Só por hoje: Eu vou entregar e deixar que meu Poder Superior orientar minha vida.
16 de novembro = Sozinho nunca mais

“Aos poucos e com cuidado, saímos do isolamento e da


solidão da adicção e entramos na corrente da vida.”

Texto Básico, p. 39

Muitos de nós passaram muito tempo de sua adicção ativa sozinhos, evitando outras pessoas
– especialmente pessoas que não estavam usando – a todo custo. Depois de anos de isolamento,
tentar achar um lugar em uma animada e às vezes agitada irmandade nem sempre é fácil.
Podemos continuar nos sentindo isolados, focalizando nossas diferenças em vez de nossas
semelhanças. Os sentimentos esmagadores que freqüentemente surgem no início da recuperação
– sentimentos de medo, raiva e desconfiança – também podem nos manter isolados. Podemos
nos sentir como estranhos, mas devemos relembrar que a alienação é nossa, não de NA.
Em Narcóticos Anônimos, nos é oferecida uma oportunidade muito especial de amizade.
Somos colocados junto com pessoas que nos entendem como ninguém. Somos encorajados a
partilhar nossos sentimentos, nossos problemas, nossos triunfos e nossas falhas com essas
pessoas. Aos poucos, o reconhecimento e a identificação que descobrimos em NA preenchem o
vazio da alienação em nossos corações. Como temos ouvido falar – o programa funciona, se
deixarmos.

Só por hoje: A amizade de outros membros da Irmandade é uma dádiva que sustenta a vida. Eu
vou buscar a amizade que é oferecida em NA e aceitá-la.
Passando pela dor 17 de novembro

“Não temos que usar nunca mais,


independente de como nos sentimos.
Todos os sentimentos acabarão passando.”

Texto Básico, p. 90

Dói como nunca doeu antes. Você sai da cama depois de uma noite de insônia, fala com
Deus e, mesmo assim, não se sente melhor. “Vai passar”, uma pequena voz fala. “Quando?” –
você se pergunta à medida que anda de um lado para o outro resmungando e prossegue com seu
dia.
Você chora em seu carro e liga o rádio a todo volume, para nem ouvir seus próprios
pensamentos. Mas você vai direto para o trabalho e nem pensa em usar drogas.
Você está queimado por dentro. Justamente quando a dor se torna insuportável, você fica
insensível e entorpecido. Vai a uma reunião e deseja estar tão contente como os outros membros
parecem estar. Mas você não recai.
Chora mais um pouco e fala com seu padrinho/madrinha. Dirige-se para a casa de um
amigo e nem percebe a bela paisagem, pois sua paisagem interior está desolada. Você pode não
se sentir melhor depois da visita a seu amigo – mas, pelo menos, você não foi procurar um
traficante.
Você ouve um Quinto Passo. Partilha em uma reunião. Você olha o calendário e vê que
conseguiu ficar mais um dia limpo.
Então, um dia você acorda, olha para fora e se dá conta de que o dia está lindo. O sol
brilha. O céu está azul. Você respira fundo, sorri novamente e sabe que realmente a dor passa.

Só por hoje: Não interessa como me sinto hoje, eu vou continuar em recuperação.
18 de novembro Autoconhecimento

“O Décimo Passo pode nos ajudar a corrigir nossos


problemas com a vida, e evitar que se repitam.”

Texto Básico, p. 46

Nossas identidades, o modo como pensamos e sentimos, foram moldados por nossas
experiências. Algumas destas nos fizeram pessoas melhores; outras nos causaram vergonha e
embaraço; todas elas influenciaram que somos hoje. Podemos tirar vantagem do conhecimento
adquirido, examinando nossos erros e usando esta sabedoria para orientar as decisões que
tomaremos hoje.
Aceitar a nós mesmos significa aceitar todos os aspectos de nossas vidas – nossas
qualidades, nossos defeitos, nossos sucessos e nossas falhas. Vergonha e culpa não trabalhadas
podem nos paralisar, impedindo-nos de progredir em nossas vidas. Algumas das mais
significativas reparações que podemos fazer pelos erros de nosso passado são feitas
simplesmente agindo diferente hoje. Nos esforçamos para melhorar e avaliamos nosso sucesso
comparando quem costumávamos ser com quem somos agora.
Sendo humanos, continuamos cometendo erros. Olhando para nosso passado e percebendo
que temos mudado e crescido, iremos encontrar esperança para o futuro. O melhor está por vir.

Só por hoje: Eu vou fazer o melhor que posso com o que tenho hoje. Cada dia vou aprender
alguma coisa nova que vai me ajudar amanhã.
A linguagem da empatia 19 de novembro

“(...) o adicto encontraria desde o início toda a identificação necessária


para se convencer de que podia ficar limpo, através do exemplo de
outros adictos que vinham se recuperando há vários anos...”

Texto Básico, p. 96

Muitos de nós assistimos a nossa primeira reunião e, não estando completamente certos
de que NA era para nós, encontramos muito para criticar. Sentíamos como se ninguém tivesse
sofrido como nós ou como se não tivéssemos sofrido o bastante. Mas escutamos e começamos
a ouvir algo novo, uma linguagem sem palavras, com suas raízes no reconhecimento, crença e
fé: a linguagem da empatia. Desejando fazer parte, continuamos ouvindo.
Descobrimos toda a identificação de que necessitamos à medida que aprendemos a
entender e a falar a linguagem da empatia. Para entender esta linguagem especial, ouvimos com
nossos corações. A linguagem da empatia usa poucas palavras; é mais sentida do que falada.
Não dá qualquer sermão ou aula – ela escuta. Ela pode alcançar e tocar o espírito de outro adicto
sem falar uma simples palavra.
A fluência na linguagem da empatia vem através da prática. Quanto mais a usamos com
outros adictos e com nosso Poder Superior, mais entendemos esta linguagem. Ela nos mantém
voltando.

Só por hoje: Eu vou ouvir com meu coração. A cada dia, vou me tornar mais fluente na
linguagem da empatia.
20 de novembro Encontrando a realização

“Não estávamos orientados para a realização pessoal;


focalizávamos o vazio e a falta de sentido em tudo.”

Texto Básico, p. 97

Em nossa adicção ativa, provavelmente centenas de vezes quisemos nos tornar outra pessoa.
Podemos ter desejado trocar de lugar com alguém que tivesse um belo carro ou uma casa maior,
um emprego melhor, uma companheira mais atraente – qualquer coisa diferente do que
tínhamos. Tão forte era nosso desespero que dificilmente podíamos imaginar alguém em pior
situação que nós mesmos.
Em recuperação, podemos descobrir que estamos experimentando um outro tipo de inveja.
Podemos continuar a comparar nosso interior com o exterior dos outros e ainda sentir como se
não tivéssemos o suficiente. Podemos pensar que cada um, do mais novo ao mais antigo
membro, fala melhor do que nós nas reuniões. Podemos pensar que cada um está trabalhando
melhor o programa porque tem um carro melhor, uma casa maior, mais dinheiro e assim por
diante.
O processo de recuperação experimentado através dos Doze Passos vai nos tirar da atitude
de inveja e baixa auto-estima para um lugar de realização espiritual e profunda gratidão pelo
que realmente temos. Percebemos que nunca quisemos trocar de lugar com os outros, pois o que
encontramos dentro de nós mesmos não tem preço.

Só por hoje: Tenho muito para agradecer em minha vida. Eu vou apreciar a realização espiritual
que encontrei em recuperação.
Abrindo mão de nossos defeitos 21 de novembro

“Se [defeitos de caráter] contribuíssem para a nossa saúde e


felicidade, não teríamos chegado a um tal estado de desespero.”

Texto Básico, p. 38

Iniciar o Sexto e Sétimo Passos não é sempre fácil. Podemos nos sentir como se
tivéssemos tantos erros que somos totalmente defeituosos. Podemos nos sentir como se nos
escondêssemos embaixo de uma pedra. Em nenhuma hipótese iríamos querer que nossos
companheiros adictos soubessem de nossas imperfeições.
Provavelmente iremos passar um tempo examinando tudo o que dizemos e fazemos para
identificar nossos defeitos de caráter e estarmos certos de suprimi-los. Podemos olhar um
determinado dia de nosso passado, nos sentindo humilhados por ter a certeza de haver dito a
coisa mais embaraçosa do mundo. Decidimos nos livrar a todo custo destes traços horríveis.
Mas em lugar nenhum do Sexto e Sétimo Passos eles nos dizem que podemos aprender a
controlar nossos defeitos de caráter. De fato, quanto mais atenção dermos a eles, mais
firmemente enraizados eles se tornarão em nossas vidas. É preciso humildade para reconhecer
que não podemos controlar nossos defeitos, assim como não podemos controlar nossa adicção.
Não podemos remover nossos próprios defeitos; apenas podemos pedir a um Deus amoroso que
os remova.
Abrir mão de alguma coisa dolorosa pode ser tão difícil quanto abrir mão de algo
prazeroso. Mas vamos reconhecer – agarrar-se a ela dá muito trabalho. Quando realmente
pensamos sobre aquilo a que estamos nos agarrando, vemos que o esforço não vale a pena. É
tempo de abrir mão de nossos defeitos de caráter e pedir que Deus os remova.

Só por hoje: Estou pronto para ter meus defeitos removidos Eu vou abrir mão e permitir que
um Poder Superior amoroso cuide de mim.
22 de novembro Primeiro os alicerces

“Quando começamos a funcionar em sociedade, a


nossa liberdade criativa nos ajuda a ordenar nossas
prioridades e fazer as coisas básicas primeiro.”

Texto Básico, p. 94

Logo depois que ficamos limpos, alguns de nós começam a colocar outras prioridades à
frente de nossa recuperação. Trabalho, família, relacionamento – tudo isso é parte da vida que
descobrimos quando estabelecemos os alicerces de nossa recuperação. Mas não podemos
construir uma vida estável, antes de fazer o duro serviço básico de estabelecer os alicerces de
nossa recuperação. Assim como uma casa construída na areia, esse tipo de vida seria, na melhor
das hipóteses, instável.
Antes de começar a colocar toda a nossa atenção em reconstruir a estrutura de nossas vidas,
precisamos estabelecer nossos alicerces. Reconhecemos, primeiro, que ainda temos alicerce, que
nossa adicção tornou nossas vidas completamente incontroláveis. Então, com a ajuda de nosso
padrinho/madrinha e nosso grupo de escolha, encontramos fé num Poder suficientemente forte
que nos ajude a preparar o terreno para nossas novas vidas. Limpamos os escombros do lugar
sobre o qual iremos reconstruir nosso futuro. Finalmente, desenvolvemos uma profunda
familiaridade com os princípios que iremos praticar em todas as atividades: auto-exame honesto,
confiança na orientação e na força de nosso Poder Superior e prestação de serviços aos outros.
Uma vez preparados nossos alicerces, então podemos colocar com plena capacidade nossas
vidas em ordem. Mas primeiro temos que perguntar a nós mesmos se nossos alicerces são
seguros, pois sem eles nada que construímos pode durar muito.

Só por hoje: Eu vou cuidar de estabelecer os alicerces seguros para minha recuperação. Sobre
estes alicerces, eu posso construir uma vida inteira em recuperação.
Vontade de Deus 23 de novembro

“O alívio de ‘abrir mão e entregar a Deus’ ajuda-nos


a desenvolver uma vida que vale a pena viver.”

Texto Básico, p. 28

Em nossa adicção, tínhamos medo do que pudesse acontecer se não controlássemos tudo
à nossa volta. Muitos de nós criamos elaboradas mentiras para proteger nosso uso de drogas.
Alguns de nós manipulamos todos à nossa volta, numa tentativa de frenética de conseguir deles
alguma coisa para poder usar mais drogas. Outros percorrem grandes distâncias para impedir
duas pessoas de se falarem, descobrindo talvez nossa trilha de mentiras. Nos empenhamos
arduamente em manter uma ilusão de controle sobre nossa adicção e nossas vidas. Neste
processo, nos privamos de experimentar a serenidade que vem da rendição à vontade de um
Poder Superior.
Em nossa recuperação, é importante abrir mão de nossa ilusão de controle e nos render a
um Poder Superior, cuja vontade para nós é melhor que qualquer coisa que possamos conseguir,
controlar, manipular ou inventar para nós mesmos. Se percebemos que estamos tentando
controlar resultados e sentindo medo do futuro, existe uma atitude que podemos tomar para
reverter essa tendência. Vamos para nosso Segundo e Terceiro Passos e procuramos aquilo em
que viemos a acreditar sobre um Poder Superior. Realmente acreditamos que este Poder pode
cuidar de nós e nos devolver à sanidade? Se sim, podemos viver com todos os altos e baixos da
vida – suas decepções, suas tristezas, suas maravilhas e suas alegrias.

Só por hoje: Eu vou me render e deixar que à vontade de meu Poder Superior aconteça em
minha vida. Eu vou aceitar a dádiva da serenidade que esta rendição traz.
24 de novembro Recuperar-se com gratidão

“Alimentamos o pensamento de que não estava valendo


a pena ficarmos limpos e os velhos pensamentos
incitam a autopiedade, o ressentimento e a raiva.”

Texto Básico, p. 111

Existem dias em que alguns de nós chafurdam em autopiedade. Isto é, fácil de ocorrer.
Podemos ter expectativas sobre como nossas vidas deveriam estar em recuperação, expectativas
que nem sempre são alcançadas. Talvez tenhamos tentado controlar alguém sem sucesso, ou
pensamos que nossa situação deveria ser diferente. Talvez tenhamos nos comparado com outros
adictos em recuperação, sentindo-nos inferiores. Quanto mais tentarmos fazer nossa vida de
acordo com nossas expectativas, mais desconfortáveis nos sentiremos. A autopiedade pode ser
o resultado de viver em nossas expectativas e não no mundo como ele é realmente.
Quando o mundo não atende nossas expectativas, são geralmente nossas expectativas que
precisam ser ajustadas, não o mundo. Podemos começar desenvolvendo gratidão por nossa
recuperação, comparando nossas vidas, hoje, com a maneira de viver a que estávamos
acostumados. Podemos estender este exercício de gratidão contando as coisas boas em nossas
vidas, nos tornando agradecidos pelo fato de o mundo não ser conforme nossas expectativas,
porém melhor. E, se continuarmos trabalhando os Doze Passos e, além disso, cultivando gratidão
e aceitação, o que podemos esperar do futuro é mais crescimento, mais felicidade e mais paz de
espírito.
Muito nos tem sido dado em recuperação; estar limpo tem valido a pena. A aceitação de
nossas vidas, só por hoje, nos liberta da autopiedade.

Só por hoje: Eu vou aceitar minha vida, com gratidão, assim como ela é.
Meditação 25 de novembro

“Acalmar a mente, através da meditação, traz uma paz


interior que nos põe em contato com o Deus dentro de nós.”

Texto Básico, p. 50

À medida que nossa recuperação progride, freqüentemente refletimos sobre o que nos
trouxe para Narcóticos Anônimos, em primeiro lugar, e se estamos prontos para apreciar quanto
à qualidade de nossas vidas melhorou. Não precisamos mais temer nossos próprios pensamentos.
E quanto mais oramos e meditamos, mais experimentamos uma tranqüila sensação de bem-estar.
A paz e tranqüilidade que experimentamos durante nossos momentos de quietude confirmam se
nossas necessidades mais importantes – nossas necessidades espirituais – estão sendo
alcançadas.
Estamos prontos para nos identificar com outros adictos e reforçar nossa conscientização
neste processo. Aprendemos a evitar julgar os outros e experimentamos a liberdade de sermos
nós mesmos.Em nossa reflexão espiritual, intuitivamente descobrimos “O Deus dentro de nós”
e percebemos que estamos em harmonia com um Poder maior do que nós.

Só por hoje: Eu vou refletir sobre a dádiva da recuperação e ouvir tranqüilamente a orientação
de meu Poder Superior.
26 de novembro Responsabilidade

“Muitas coisas acontecem em um dia, tanto negativas quanto


positivas. Se não nos damos tempo para apreciar ambas, podemos
estar perdendo o que nos ajudaria a crescer.”

IP Nº 8, “Só por hoje”

As responsabilidades da vida estão em todo lugar. “Devemos” usar cintos de segurança.


“Devemos” limpar nossas casas. “Devemos” fazer algumas coisas para nossa esposa/esposo,
nossos filhos, as pessoas que apadrinhamos. Acima de tudo isto, “devemos” ir às reuniões e
praticar nosso programa o melhor que pudermos. Não é de admirar que, algumas vezes,
queiramos fugir de todas estas tarefas e ir par uma ilha isolada onde não haja nada que
“devamos” fazer.
Nestes momentos, quando nos sentimos esmagados por nossas responsabilidades, é porque
esquecemos que a responsabilidade não precisa ser um fardo. Quando temos o desejo de fugir
de nossas responsabilidades, precisamos nos acalmar, relembrar por que as escolhemos e prestar
atenção nas dádivas que elas nos trazem. Um trabalho que normalmente achamos desafiador e
interessante, um parceiro cuja personalidade normalmente nos entusiasma, ou uma criança com
a qual gostamos de brincar ou cuidar – existe uma alegria para ser descoberta em todas as
responsabilidades de nossas vidas.

Só por hoje: Cada momento é especial. Eu vou prestar atenção, ser grato por minhas
responsabilidades e pelas alegrias especiais que elas trazem.
Procurando ajuda de Deus 27 de novembro

“Há momentos em nossa recuperação em que a decisão de pedir


ajuda a Deus é a nossa maior fonte de força e coragem”

Texto Básico, p. 28

Quando praticamos o Terceiro Passo, decidimos permitir que um Poder Superior amoroso
nos oriente e cuide de nós em nossa vida diária. Tomamos a decisão de permitir esta orientação
e cuidado dentro de nossas vidas. Alguns de nós acreditam que, uma vez tomada à decisão do
Terceiro Passo, Deus nos conduzirá; daí em diante, é só uma questão de prestar atenção para
onde somos levados.
A decisão do Terceiro Passo é um ato de fé, e pedir a ajuda de Deus é uma maneira de
renovar este ato de fé. Fazer a fé funcionar em nossa vida diária nos dá toda a coragem e a força
de que precisamos, porque sabemos que temos a ajuda de um Poder amoroso. Confiamos que
nossas necessidades serão atendidas. Podemos conseguir esta fé e confiança apenas pedindo.

Só por hoje: Eu vou relembrar que não estou sozinho, pedindo a meu Poder Superior ajuda em
cada passo do caminho.
28 de novembro Sendo nós mesmos

“Somos verdadeiramente humildes quando aceitamos


e tentamos, honestamente, ser quem somos.”

Texto Básico, p. 38

Humildade é um conceito enigmático. Sabemos bastante sobre humilhação, mas humildade


é uma idéia nova. Ela parece ser, suspeitosamente, “submeter-se”, “dobrar-se”, “rastejar”. Mas
a humildade não é isto. A humildade é, simplesmente, aceitação de quem somos.
No momento em que chegamos a um passo que usa a palavra “humildemente”, já
começamos a colocar este princípio em prática. O Quarto Passo nos dá uma oportunidade de
examinar quem realmente somos, e o Quinto nos ajudará a aceitar este conhecimento.
A prática da humildade envolve aceitar nossa própria natureza, sendo honestamente nós
mesmos. Não temos que nos humilhar ou nos rebaixar, nem temos que tentar parecer mais
inteligente, rico ou feliz do que realmente somos. Humildade simplesmente significa abandonar
todas as pretensões e viver tão honestamente quanto pudermos.

Só por hoje: Eu vou permitir que o conhecimento de minha natureza guie minhas ações. Hoje,
eu vou encarar o mundo sendo eu mesmo.
O cuidado de nosso Poder Superior 29 de novembro

“Acreditamos que nosso Poder Superior cuidará de nós.”

Texto Básico, p. 62

Nosso programa é baseado na idéia de que a aplicação de princípios simples pode


produzir profundos efeitos em nossas vidas. Um destes princípios é que, se pedirmos, nosso
Poder Superior cuidará de nós. Este princípio é tão básico que podemos tender a ignorá-lo. A
não ser que aprendamos conscientemente a aplicar esta verdade espiritual, podemos omitir algo
tão essencial para nossa recuperação como respirar é para viver.
O que acontece quando nos descobrimos estressados ou em pânico? Se procuramos
coerentemente melhorar nosso relacionamento com nosso Poder Superior, não teremos
problemas. Em vez de agir precipitadamente, vamos parar um momento e recordar as situações
no passado em que nosso Poder Superior mostrou ser cuidadoso conosco. Isto irá nos assegurar
que nosso Poder Superior ainda está se encarregando de nossas vidas. Então, vamos procurar
orientação e força para a situação em questão, vamos prosseguir com acalma. Confiantes em
que nossa vida está nas mãos de Deus.
“Nosso programa é um conjunto de princípios”, diz nosso Livreto Branco. Quanto mais
coerentemente procuramos melhorar nossa apreciação consciente destes princípios, mais
prontamente estaremos aptos a aplicá-los.

Só por hoje: Eu vou procurar melhorar meu contato consciente com o Poder Superior que cuida
de mim. Quando a necessidade surgir, sei que estarei pronto para confiar neste cuidado.
30 de novembro Partilhando meu verdadeiro eu

“Partilhando com outros, não nos sentimos isolados e sozinhos.”

Texto Básico, p. 92

Intimidade é partilhar nossos mais profundos pensamentos e sentimentos com outro ser
humano. Muitos de nós ansiamos pelo calor e a companhia que a intimidade traz, mas estas
coisas não vêm sem esforço. Em nossa adicção, aprendemos a nos afastar dos outros para que
não ameaçassem nosso uso. Em recuperação, aprendemos como confiar nos outros. Intimidade
requer baixar nossas defesas. Para sentir a proximidade que a intimidade traz, devemos permitir
que os outros cheguem perto de nós – de nosso verdadeiro eu.
Se vamos partilhar nosso mais profundo interior com os outros, devemos primeiro ter uma
idéia de como é realmente nosso mais profundo interior. Regularmente examinamos nossa vida
para descobrir que realmente somos, o que realmente queremos e como realmente nos sentimos.
Então, com base em nossos próprios e regulares inventários, devemos ser tão completa e
coerentemente honestos com nossos amigos quanto pudermos.
Intimidade é uma palavra da vida e, portanto, uma parte da vida limpa. Como tudo em
recuperação, tem seu preço. O rigoroso auto-exame que a intimidade exige pode ser um trabalho
duro. A honestidade total da intimidade freqüentemente traz suas próprias complicações. Mas o
fato de libertar-nos do isolamento e da solidão compensa este esforço.

Só por hoje: Eu procuro libertar-me do isolamento e da solidão através da intimidade. Hoje,


vou conhecer “meu verdadeiro eu”, fazendo o inventário pessoal, e vou praticar a honestidade
completa com outra pessoa.
Dezembro
Meditação
Diária
Recompensas da vida 1º de Dezembro

“Começamos a rogar apenas a vontade de Deus em relação a nós. Desta


maneira, alcançamos apenas aquilo com que somos capazes de lidar.”

Texto Básico, p. 52

Imaginem o que aconteceria se Deus nos desse tudo o que desejássemos. Um carro novo
fabuloso, notas dez, um triplo aumento de salário – tudo ganho sem esforço, só por termos
pedido.
Agora imaginem os problemas que vêm junto com as fortunas não conquistadas, carros
novos luxuosos e notas escolares não merecidas. O que faríamos com um enorme aumento de
salário dado sem nenhuma razão? Como iríamos lidar com nossas novas responsabilidades
financeiras? Como iríamos viver de acordo com essa mudança? Poderíamos aparentar que
merecemos tal pagamento quando sabemos que não?
E sobre aquele carro fantástico? A maioria vem com apólices de seguros custosos e
pesados custos de manutenção. Estamos preparados para cuidar daquilo que pedimos?
Honras acadêmicas? Poderíamos nos apresentar com alunos do mais alto nível depois de
nos terem dado altas notas que não merecemos? O que faríamos se fôssemos expostos como
fraudes?
Quando falamos com Deus, precisamos nos lembrar de que vivemos no mundo real.
Ganhamos recompensas e vamos aprendendo a lidar com elas à medida que as vivenciamos.
Limitando nossas orações a pedir o conhecimento da vontade de Deus, o poder de realizá-la e a
habilidade de vivermos com as conseqüências, estaremos seguros de que não obteremos mais
do que podemos dar conta.

Só por hoje: Eu vou orar somente para conhecer a vontade de Deus e pelo poder de realizá-la
no mundo real.
2 de dezembro Recuperação: nossa primeira prioridade

“Temos que manter a nossa recuperação em primeiro


lugar e as nossas prioridades na sua ordem correta.”

Texto Básico, p. 89

Antes de chegarmos a NA, tínhamos várias desculpas para justificar o nosso uso de drogas:
“Ele gritou comigo.” “Ela disse isto.” “Meu companheiro me deixou.” “Fui despedido.”
Usávamos as mesmas desculpas para não procurar ajuda para nosso problema com drogas.
Tivemos que perceber que essas coisas aconteciam porque continuávamos a usar drogas.
Somente quando fizemos da recuperação nossa primeira prioridade, estas situações começaram
a mudar.
Podemos hoje estar sujeito a esta mesma tendência, usando desculpas para não assistir às
reuniões e não prestar serviço. Nossas desculpas atuais podem ser de natureza diferente: “Não
tenho com quem deixar as crianças.” “Minhas férias me exauriram.” “Tenho que terminar este
projeto para impressionar o meu patrão.” Mas, mesmo assim, temos de colocar a recuperação
como nossa primeira prioridade; caso contrário, não teremos de nos preocupar nem mesmo com
desculpas: crianças, férias e empregos provavelmente não estarão mais em nossas vidas, se
viermos a recair.
Nossa recuperação deve vir em primeiro lugar. Emprego ou desemprego, relacionamentos
ou não relacionamentos, temos que assistir às reuniões, trabalhar os passos, telefonar para nosso
padrinho, e estar a serviço de Deus e dos outros. Essas simples ações tornam possível termos
férias, famílias e patrões para nos preocuparmos. A recuperação é o alicerce de nossas vidas,
fazendo com que tudo o mais seja possível.

Só por hoje: Manterei minhas prioridades em ordem. Em primeiro lugar na lista está minha
recuperação.
Visão sem limites 3 de dezembro

“Talvez, pela primeira vez, tenhamos uma visão da nova vida.”

Texto Básico, p. 38

Em nossa adicção a visão que tínhamos de nós mesmos era muito limitada. Todos os dias
passávamos pela mesma rotina; obter, usar , descobrir meios e modos de obter mais. E isso era
tudo o que poderíamos razoavelmente esperar enquanto durassem nossas vidas. Nosso potencial
era limitado.
Hoje, nossos projetos são outros. A recuperação nos deu uma nova visão de nós mesmos
e de nossas vidas. Nós não mais nos encontramos presos em nossa interminável e cinza rotina
da adicção. Estamos livres para nos estender em novos caminhos, tentar novas idéias e
atividades. Fazendo isso, nos vemos de uma nova maneira. Nosso potencial é limitado somente
pela força do Poder Superior que cuida de nós – e esta força não tem limites.
Em recuperação, a vida e tudo o mais que existe nela parece aberto para nós. Guiados por
nossos princípios espirituais, movidos pelo poder dado a nós pelo Deus de nossa compreensão,
nossos horizontes são ilimitados.

Só por hoje: Eu vou abrir meus olhos às possibilidades diante de mim. Meu potencial é tão
ilimitado e tão poderoso quanto o Deus de minha compreensão. Agirei movido por este
potencial.
4 de dezembro A vontade de Deus, não a nossa

“Sabemos que, se rogarmos a vontade de Deus, receberemos


o que for melhor para nós, independente do que pensamos.”

Texto Básico, p. 49

Quando chegamos a NA, nossas vozes interiores tinham se tornado não confiável e
autodestrutivas. A adicção distorceu nossos desejos, nossos interesses, nosso senso do que era o
melhor para nós. Por isso tem sido tão importante, em recuperação, desenvolver nossa crença
num Poder maior do que nós mesmos, algo que pudesse prover um direcionamento mais
confiável e mais são do que o nosso. Começamos a aprender como contar com o cuidado desse
Poder e a confiar na direção interior que ele nos provê.
Como em todos os processos de aprendizagem, é preciso prática para “rogarmos apenas o
conhecimento da vontade de Deus para conosco e o poder de realizar essa vontade”.As atitudes
egoístas e egocêntricas que desenvolvemos em nossa adicção não são rejeitadas por nós da noite
para o dia. Essas atitudes poderão afetar o modo como oramos. Podemos até nos pegar fazendo
uma oração do tipo: “Livre-me deste defeito de caráter para que eu possa parecer melhor”.
Quanto mais objetivo formos sobre nossas próprias idéias e desejos, mais fácil será
distinguir entre a nossa vontade e a vontade de nosso Poder Superior. Poderemos orar: “Deus,
só para Sua informação, isto é o que eu desejo nesta situação. No entanto, peço que Sua vontade,
e não a minha, seja realizada”. Uma vez que façamos isto, estaremos preparados para reconhecer
e aceitar a orientação de nosso Poder Superior.

Só por hoje: Poder Superior aprendi a confiar em Sua orientação; no entanto, eu ainda tenho
minhas próprias idéias sobre como quero viver a minha vida. Deixe-me partilhar essas idéias
com Você e, então, entender claramente qual a Sua vontade em relação a mim. No fim, que Sua
vontade, e não a minha, seja realizada.
Aqueles que desejam se recuperar 5 de dezembro

“Temos visto o programa funcionar para qualquer adicto que,


honesta e sinceramente, queira parar (de usar drogas).”

Texto Básico, p. 11

Como reconhecemos quando alguém honesta e sinceramente deseja parar de usar drogas?
A verdade é que não sabemos! Já que não podemos ler mentes ou saber os motivos e desejos
dos outros, simplesmente temos que esperar pelo melhor.
Podemos conversar com um recém-chegado em uma reunião, achar que nunca mais
iremos vê-lo novamente, e encontrá-lo anos depois em recuperação. Talvez fiquemos tentados
a desistir de alguém que viva recaindo constantemente ou que não se mantenha limpo desde o
inicio, mas não devemos. Não importa o quão sem vontade essa pessoa possa parecer, mas um
simples fato permanece – o adicto está presente na reunião.
Talvez nunca venhamos, a saber os resultados da nossa prática do Décimo-Segundo
Passo; não cabe a nós avaliar a boa vontade de um recém-chegado. A mensagem que levamos é
uma parte de nós. Nós a levamos a toda parte e a partilhamos de graça, deixando os resultados
entregues a um Poder maior do que nós.

Só por hoje: Eu vou partilhar minha recuperação com qualquer adicto em qualquer lugar, a
qualquer hora e sob quaisquer circunstâncias. Entregarei os resultados para o meu Poder
Superior.
6 de dezembro Romance e recuperação

“Relacionamentos podem ser uma área terrivelmente dolorosa.”

Texto Básico, p. 89

Para alguns de nós o amor é como um elixir. A excitação de um novo relacionamento


amoroso, a curiosidade de explorar a intimidade, a sensação de liberdade que adquirimos por
permitir nos tornarmos vulneráveis – todas essas emoções são poderosas, mas não podemos
esquecer que temos apenas um alívio diário de nossa adicção. Apegarmo-nos a esse alívio diário
deve ser prioridade máxima na vida de qualquer adicto em recuperação.
Podemos nos envolver demais em nosso relacionamento. Podemos vir a negligenciar velhos
amigos e nosso padrinho, nesse processo. Então, quando as coisas ficam difíceis,
freqüentemente temos a sensação de que não conseguimos mais alcançar aquelas pessoas que
nos ajudaram antes de nosso envolvimento amoroso. Esta crença pode estabelecer a base para
uma recaída. Trabalhando nosso programa consistentemente e freqüentando reuniões,
asseguramos uma rede de recuperação, ainda que estejamos profundamente envolvidos.
Nosso desejo de estar envolvido romanticamente é natural. Não devemos esquecer que, sem
nossa programação, até mesmo a relação mais saudável não nos protege contra a força de nossa
adicção.

Só por hoje: Em meu desejo por romance, não vou ignorar minha recuperação.
Sobreviver às nossas emoções 7 de dezembro

“Usamos ferramentas à nossa disposição e desenvolvemos


a capacidade de sobreviver às nossas emoções.”

Texto Básico, p. 33

“Sobreviver às nossas emoções?” – alguns de nós perguntam, “Você deve estar


brincando!” Quando estávamos usando, nunca nos demos a chance de aprender como
sobreviver a elas. Você não sobrevive aos seus sentimentos, pensávamos... você os droga. O
problema era que aquela “cura” para nossas emoções estava nos matando. Então, chegamos a
Narcóticos Anônimos, começamos a trabalhar os Doze Passos e, como resultado, a amadurecer
emocionalmente.
Muitos de nós encontraram alívio emocional desde o início. Estávamos exaustos de fingir
que nossas vidas e nossa adicção estavam sob controle; na realidade nos sentimos melhor
admitindo finalmente que não estavam sob controle. Depois de partilhar nosso inventário com
nosso padrinho, começamos a sentir que não precisávamos negar quem éramos ou o que
sentíamos para sermos aceitos. Quando terminamos de fazer nossas reparações, descobrimos
que não precisávamos sofrer com a culpa. Poderíamos admiti-la e isso não nos mataria. Quanto
mais praticávamos o Programa de NS, melhor nos sentíamos em viver a vida como ela é.
O programa funciona hoje tão bem como sempre funcionou. Fazendo o inventário diário,
sendo honestos e rendendo-nos à realidade, podemos sobreviver aos sentimentos que a vida
coloca em nosso caminho. Usando as ferramentas disponíveis, desenvolvemos a habilidade de
sobreviver às nossas emoções.

Só por hoje: Eu não negarei meus sentimentos. Praticarei honestidade e me renderei à vida
como ela é. Usarei as ferramentas desse programa para sobreviver às minhas emoções.

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em inglês.


8 de dezembro Chamando um defeito de defeito

“Quando vemos como nossos defeitos existem nas nossas vidas e os


aceitamos, podemos abrir mão deles e prosseguir na nossa nova vida. ”

Texto Básico, p. 37

As vezes, nossa presteza em remover nossos defeitos de caráter depende de como os


denominamos. Se ao denominarmos nossos defeitos nós os “minimizamos”, talvez não sejamos
capazes de perceber o mal que eles causam. E, se parece que eles não causam mal nenhum,
porque haveríamos de pedir ao Poder Superior para removê-los de nossas vidas?
Tome por exemplo “o bonzinho”. Não parece que exista algo de errado, não é mesmo?
Significa que somos simpáticos com as pessoas, certo? Não muito. Falando sem rodeios, isto
quer dizer que somos desonestos e manipuladores. Mentimos sobre nossos sentimentos, nossas
crenças e nossas necessidades, bajulando os outros para que eles concordem com nossos desejos.
Ou talvez pensemos que somos pessoas “fáceis de lidar”. Mas “fácil de lidar” significa
ignorar nossos trabalhos domésticos, evitar confrontos ou ficar acomodados a uma rotina
confortável? Então, o melhor nome para isso seria “preguiça”, ou “procrastinação”. Ou “medo”.
Muitos de nós temos dificuldades de identificar nossos defeitos de caráter. Se esse é o nosso
caso, podemos falar com nosso padrinho ou companheiro de NA. Descrevemos nossos
comportamentos a eles clara e honestamente e pedimos ajuda a eles na identificação de nossos
defeitos. À medida que o tempo passa, progressivamente nos tornamos mais capazes de
identificar nossos próprios defeitos de caráter, chamando-os pelos seus nomes verdadeiros.

Só por hoje: Eu darei aos meus defeitos seus nomes verdadeiros. Se tiver dificuldades para
fazer isso, pedirei ajuda ao meu padrinho.
Ouvindo 9 de dezembro

“Esta capacidade de ouvir é uma dádiva, e cresce à medida


que crescemos espiritualmente. A vida assume um novo
significado quando nos abrimos a esta dádiva.”

Texto Básico, p. 116


Alguma vez você já observou duas criancinhas conversando? Uma fala sobre dragões
coloridos, enquanto a outra fala sobre como é desconfortável ter areia dentro dos sapatos. Às
vezes encontramos os mesmos problemas de comunicação, à medida que aprendemos a ouvir
os outros. Talvez nas reuniões nos debatamos tentando desesperadamente ouvir a pessoa
partilhando, enquanto nossas mentes estão ocupadas pensando no que iremos dizer quando for
nossa vez de falar. Quando conversamos, podemos de repente perceber que nossas respostas não
têm nada a ver com as perguntas que estão fazendo. Elas são na verdade discursos preparados
nas garras da nossa auto-obsessão.
Aprender a ouvir – realmente ouvir – é tarefa difícil, mas não está além do nosso alcance.
Podemos começar identificando em nossas respostas o que nosso companheiro está dizendo.
Podemos perguntar se há alguma coisa que possamos fazer para ajudar quando alguém expressa
um problema.
Com um pouco de prática, nos libertaremos mais da nossa auto-obsessão e faremos um
contato mais próximo com as pessoas em nossas vidas.

Só por hoje: Eu aquietarei meus próprios pensamentos e ouvirei o que o outro está dizendo.
10 dezembro Vencedores

“Comecei a imitar algumas coisas que os vencedores estavam


fazendo. Fui envolvido por NA. Me senti muito bem...”

Text Basic, p. 223*

Freqüentemente ouvimos dizer nas reuniões que deveríamos “colar com os vencedores”.
Quem são os vencedores em Narcóticos Anônimos? Os vencedores são facilmente identificados.
Eles têm um programa de recuperação ativo, vivendo na solução e ficando fora do problema.
Vencedores estão sempre prontos a estenderem as mãos para o recém-chegado. Eles têm
padrinhos e trabalham com esses padrinhos. Os vencedores se mantêm limpos só por hoje.
Os vencedores são adictos em recuperação que mantêm um estado mental positivo. Podem
estar passando por fases complicadas, mas assim mesmo vão às reuniões e compartilham
abertamente isso. Vencedores sabem em seus corações que, com a ajuda do Poder Superior,
nada acontecerá que não possa ser resolvido.
Vencedores lutam pela unidade em seus esforços de serviço. Vencedores praticam colocar
“princípios à frente de personalidades”. Vencedores lembram a importância do anonimato,
agindo de acordo com este princípio, independente de quem esteja envolvido.
Vencedores mantêm senso de humor. Vencedores têm a capacidade de rirem de si mesmos.
E quando vencedores riem, eles riem com vocês e não de vocês.
Quem são os vencedores em Narcóticos Anônimos? Qualquer um de nós pode ser
considerado um vencedor. Todos nós temos traços de vencedor, às vezes chegamos bem perto
do ideal, às vezes não. Se estamos limpos hoje e trabalhamos nosso programa o melhor que
podemos, somos vencedores!

Só por hoje: Eu lutarei para realizar meus ideais. Serei um vencedor.

_____________________

*N.T. Esta página refere-se ao Livro 2 do Texto Básico em Inglês.


Sofrimento é opcional 11 de dezembro

“Ninguém está nos forçando a desistir de nossa miséria.”

Texto Básico, p. 31

É engraçado lembrar como relutamos em nos render à recuperação. Parecíamos pensar


que tínhamos vidas maravilhosas como adictos na ativa e que abandonar as drogas seria pior do
que cumprir sentença de trabalhos forçados para o resto da vida. Na realidade, o oposto era
verdade: nossas vidas eram miseráveis, mas tínhamos medo de trocar aquele sofrimento que nos
era familiar pelas incertezas da recuperação.
É possível também sofrer em recuperação, embora não seja necessário. Ninguém nos
forçará a praticar os passos, ir às reuniões ou trabalhar com um padrinho. Não há patrulha em
NA que nos forçará a fazer as coisas que nos aliviarão a dor. Mas nós temos uma escolha. Já
escolhemos desistir da miséria da adicção ativa pela sanidade da recuperação. Agora, se nós
estivermos prontos para trocar o sofrimento de hoje por uma paz ainda maior, temos condições
de fazer exatamente isso. Basta realmente querer.

Só por hoje: Eu não preciso sofrer, a não ser que eu realmente queira. Hoje, trocarei meu
sofrimento pelos benefícios da recuperação.
12 de dezembro Medo de Mudança

“Trabalhando os passos, chegamos a aceitar a vontade de um Poder


Superior... Perdemos o nosso medo do desconhecido. Somos libertados.”

Texto Básico, p. 17

A vida é uma série de mudanças, pequenas e grandes. Embora possamos saber e aceitar esse
fato intelectualmente, é provável que nossa primeira reação emocional à mudança seja o medo.
Por alguma razão, presumimos que toda mudança machuca, nos fazendo sofrer.
Se pensarmos nas mudanças que aconteceram em nossas vidas no passado, veremos que a
maioria delas foi para melhor. Estávamos provavelmente muito amedrontados com a perspectiva
da vida sem drogas; no entanto, essa é a melhor coisa que já nos aconteceu. Talvez tenhamos
perdido um emprego que pensávamos ser vital para nós, porém, mais tarde encontramos um
desafio maior e maior satisfação pessoal em uma nova carreira. À medida que prosseguimos nos
aventurando em nossa recuperação, provavelmente experimentaremos mais mudanças.
Superaremos velhas situações e estaremos prontos para novas.
Com todos os tipos de mudança acontecendo, é natural nos agarrarmos a alguma coisa,
qualquer coisa conhecida, e tentar nos segurar a ela. Encontraremos conforto num Poder maior
que nós mesmos. Quanto mais permitirmos mudanças acontecerem sob orientação do nosso
Poder Superior, mais confiança teremos de que essas mudanças serão para melhor. A fé
substituirá o medo, e em nossos corações saberemos que tudo estará bem.

Só por hoje: Quando eu tiver medo de alguma mudança em minha vida, me confortarei por
saber que o desejo de Deus para mim pe bom.
Ser membro 13 de dezembro

“Há somente um requisito para ser membro,


o desejo de parar e usar.”

Texto Básico, p. 10

Todos nós conhecemos pessoas que poderiam se beneficiar de Narcóticos Anônimos.


Muitas pessoas que encontramos pela vida afora – membros de nossa família, velhos amigos,
colegas de trabalho – poderiam realmente usar o programa de recuperação em suas vidas.
Infelizmente, aqueles que precisam de nós nem sempre encontram seu caminho para nossas
salas.
NA é um programa de atração, não de promoção. Somente somos membros quando
dizemos que somos. Podemos trazer nossos amigos e pessoas queridas a uma reunião se elas
desejarem, mas não podemos forçá-las a abraçar o modo de vida que nos libertou da adicção
ativa.
Ser membro de Narcóticos Anônimos é uma decisão altamente pessoal. A escolha de
tornar-se membro é feita no coração de cada adicto individualmente. Ao longo do tempo, a
freqüência forçada de reuniões não mantém muitos adictos em nossas salas. Só os adictos que
ainda sofrem podem decidir se são impotentes perante sua adicção, se houver oportunidade.
Podemos levar a mensagem, mas não podemos levar o adicto.

Só por hoje: Sou agradecido pela minha decisão de me tornar membro de Narcóticos Anônimos.
14 de dezembro Adicção, drogas e recuperação

“Adicção é uma doença física, mental e espiritual que


afeta todas as áreas de nossas vidas.”

Texto Básico, p. 21

Antes de começar a usar, muitos de nós tinham um estereótipo, uma imagem mental de
como os adictos deveriam parecer. Alguns de nós imaginávamos um drogado roubando
armazéns para comprar droga. Outros imaginavam um recluso paranóico tentando enxergar a
vida por detrás de cortinas perpetuamente cerradas e portas trancada. Como não cabíamos em
nenhum desses estereótipos – pensávamos –, não poderíamos ser adictos.
Enquanto nosso uso progredia, descartávamos essas concepções errôneas sobre drogas.
Podemos ter pensado que adicção significava hábito físico, acreditando que qualquer droga que
não produzisse hábito físico não era adictiva. Ou pensávamos que as drogas que consumíamos
estavam causando todos os nossos problemas. Pensávamos que apenas nossa libertação das
drogas devolveria a sanidade às nossas vidas.
Uma das lições mais importantes que aprendemos em Narcóticos Anônimos é que adicção
é muito mais do que as drogas que usávamos. A adicção é uma parte de nós, é uma doença que
envolve cada área de nossas vidas, com ou sem drogas. Podemos ver seu efeito em nossos
pensamentos, nossos sentimentos, nosso comportamento, mesmo depois de pararmos de usar.
Por causa disso, precisamos de uma solução que funcione para cada área de nossas vidas: os
Doze Passos.

Só por hoje: Adicção não é uma doença simples, mas tem uma solução simples. Hoje, viverei
nesta solução: os Doze Passos da recuperação.
Alegria de partilhar 15 de dezembro

“Existe um princípio espiritual de dar aquilo que nos foi dado em Narcóticos Anônimos,
para podermos mantê-lo. Ao ajudarmos os outros a se manterem limpos, desfrutamos o
benefício da riqueza espiritual que encontramos.”

Texto Básico, p. 53

Repetidas vezes em nossa recuperação, os outros têm compartilhado livremente conosco


o que foi compartilhado livremente com eles. Talvez tenhamos sido os receptores de uma
chamada do Décimo –Segundo Passo. Talvez alguém nos tenha pego e trazido à nossa primeira
reunião. Talvez alguém nos tenha pago jantar quando éramos recém-chegados. A todos nós foi
dados tempo, atenção e amor pelos nossos companheiros. Talvez tenhamos perguntado a
alguém: “Que posso fazer para retribuir?” E a resposta que recebemos foi provavelmente uma
sugestão de que fizéssemos o mesmo por um membro mais novo, quando fôssemos capazes.
À medida que vamos mantendo nossa recuperação e tempo limpo, sentimos vontade de
fazer aos outros as coisas que alguém fez por nós, e ficamos felizes em poder. Se ouvimos a
mensagem enquanto estávamos hospitalizados ou em alguma instituição, podemos fazer parte
do nosso Sub-Comitê de H&I local. Talvez possamos nos tornar voluntários no serviço de ajuda
telefônica de NA, ou podemos dar nosso tempo, atenção e amor a um recém-chegado que
estejamos tentando ajudar.
Em nossa recuperação muito nos foi dado. Um dos maiores presentes é o privilégio de
partilhar com o outro o que foi partilhado conosco, sem nenhuma expectativa de recompensa. É
uma alegria descobrir que temos alguma coisa que pode ser útil a outros, e essa alegria é
multiplicada quando nós a partilhamos. Hoje podemos fazer isso, livre e agradecidamente.

Só por hoje: Muito me foi dado em minha recuperação, e sou profundamente agradecido por
isso. Terei alegria em poder dividir isto com os outros tão livremente quanto dói dividido
comigo.
16 de dezembro Onde há fumaça...

“A complacência é o inimigo de membros com substancial


tempo limpo. Se permanecermos complacentes por
muito tempo, o processo de recuperação cessa.”

Texto Básico, p. 91

Em nossa recuperação, reconhecer complacência é como ver fumaça num ambiente. A


“fumaça” fica mais espessa quando cai nossa freqüência de reunião, decresce nosso contato com
recém-chegados ou nossas relações com nosso padrinho não são mantidas. Com a continuidade
da complacência, não seremos capazes de enxergar através da fumaça para encontrar saída.
Somente uma atitude nossa imediata evitará um inferno.
Precisamos aprender a reconhecer a fumaça da complacência. Em NA temos toda a ajuda
necessária para fazer isso. Precisamos despender tempo com os outros adictos em recuperação,
porque eles podem detectar nossa complacência antes de nós. Recém-chegados nos lembrarão
como a adicção ativa pode ser dolorosa. Nosso padrinho nos ajudará a nos manter focados, e a
literatura de recuperação mantida ao alcance pode ser usada para extinguir as pequenas fagulhas
que acontecem de tempos em tempos. A participação regular em nossa recuperação certamente
nos capacitará a enxergar aquele vapor de fumaça muito antes que ele se transforme num inferno
maior.

Só por hoje: Eu participarei na extensão completa de minha recuperação. Meu compromisso


com NA é tão forte hoje como era no início de minha recuperação.
Motivos para o serviço 17 de dezembro

“Tudo o que acontece no decorrer do serviço de NA tem


que ser motivado pelo desejo de levar a mensagem de
recuperação com maior êxito ao adicto que ainda sofre.”

Texto Básico, p. xiv


Nossos motivos são freqüentemente uma surpresa para nós. Em nossos primeiros dias de
recuperação, eles eram quase sempre uma surpresa! Aprendemos a checar nossos motivos
através da oração, meditação, os passos e falando com nosso padrinho ou outros adictos. Quando
nos encontramos com uma ânsia especialmente forte para fazer ou ter alguma coisa, é
particularmente importante checar nossos motivos para descobrirmos o que realmente
queremos.
No início da recuperação, muitos de nós nos jogamos no serviço com grande fervor antes
de termos começado com a prática regular de checagem de motivos. Leva algum tempo antes
de nos tornarmos cientes das razões reais de nosso zelo. Podemos estar querendo impressionar
os outros, exibir nossos talentos, ou ser reconhecidos e importantes. Bem, esses desejos podem
não ser prejudiciais em outros cenários, expressos através de outros meios. No entanto, em
serviço de NA, eles podem causar sérios danos.
Quando decidimos servir NA, decidimos ajudar adictos a encontrar e manter a
recuperação. Temos que checar cuidadosamente nossos motivos em serviço, lembrando que é
mais fácil afugentar adictos que estão usando do que convencê-los a ficar. Quando mostramos
a eles leviandade, manipulação ou ostentação, apresentamos um quadro de recuperação não
atraente. No entanto, o desejo altruísta de servir aos outros cria uma atmosfera que é atraente ao
adicto que ainda sofre.

Só por hoje: Checarei meus motivos para um espírito verdadeiro de serviço.


18 de dezembro A mensagem de nossas reuniões

“O fato de nós, em todo e qualquer grupo, nos concentrarmos na


mensagem, proporciona consistência; os adictos podem contar conosco”.

Texto Básico, p. 73

Os casos de nossas maluquices na adicção ativa podem ser engraçados. As histórias de


nossas reações bizarras à vida, na época em que estávamos usando, podem ser interessantes.
Mas elas tendem a passar mais confusão do que mensagem. Discussões filosóficas sobre a
natureza de Deus são fascinantes. Argumentos sobre controvérsia correntes têm o seu lugar –
no entanto, não numa reunião de NA.
Àquelas horas em que ficamos desgostosos com reuniões e nos vemos reclamando que “eles
não sabem compartilhar” ou “foi outra sessão choramingante”, provavelmente são uma
indicação de que temos que dar uma boa e dura examinada em como nós compartilhamos.
A mensagem verdadeira de recuperação é compartilharmos como chegamos e como
permanecemos aqui através da prática dos Doze Passos. Isto é o que procuramos quando vamos
a uma reunião. Nosso propósito primordial é levar a mensagem ao adicto que ainda sofre, e o
que partilhamos nas reuniões pode tanto contribuir significativamente para este esforço como
desvalorizá-lo enormemente. A escolha e a responsabilidade são nossas.

Só por hoje: Eu compartilharei minha recuperação numa reunião de NA.


Fazendo o que falamos 19 de dezembro

“As palavras nada significam até que as coloquemos em ação”.

Texto Básico, p. 63

O Décimo-Segundo Passo nos lembra de “praticarmos esses princípios em todas as


nossas atividades”. Em NA temos exemplos vivos dessa sugestão à nossa volta. Os membros
mais experientes, aqueles que parecem ter uma aura de paz os rodeando, demonstram as
recompensas de terem aplicado este pouquinho de conhecimento em suas vidas.
Para receber as recompensas do Décimo-Segundo Passo, é vital que pratiquemos os
princípios espirituais de recuperação, mesmo quando ninguém estiver olhando. Se nas reuniões
falamos de recuperação, mas continuamos a viver como fazíamos na época da adicção ativa,
nossos companheiros pensarão que não estamos fazendo nada mais do que citar frases de pára-
choque de caminhão.
O que passamos para membros mais novos procede mais de como vivemos do que
daquilo que dizemos. Se aconselharmos alguém a “entregar-se” sem haver experimentado o
milagre do Terceiro Passo, provavelmente a mensagem não atingirá os ouvidos do recém-
chegado para quem ela foi dirigida. Por outro lado, se “fazemos o que falamos” e partilhamos
nossa experiência genuína de recuperação, a mensagem certamente será evidente a todos.

Só por hoje: Praticarei os princípios de recuperação, mesmo quando sou o único a saber.
20 dezembro Superando a auto-obsessão

“Ao vivermos os passos, começamos a abrir mão da auto-obsessão.”

Texto Básico, p. 105

Muito de nós viemos ao programa convencidos de que nossos sentimentos, nossas vontades
e necessidades eram da maior importância para todos. A vida toda tínhamos praticado um
comportamento de egoísmo e egocentrismo e acreditávamos que essa seRia a única maneira de
viver.
O egocentrismo não cessa só porque paramos de usar drogas. Talvez, ao assistirmos nossa
primeira reunião de NA, fiquemos certos de que todos na sala estão nos observando, nos
julgando e nos condenando. Podemos exigir que nosso padrinho esteja à mão para nos ouvir na
hora que quisermos... e ele, por sua vez, pode, gentilmente sugerir que o mundo não gira em
torno de nós. Quanto mais insistirmos em ser o centro do universo, menos satisfeitos estaremos
com nossos amigos, nosso padrinho e tudo o mais.
A liberdade da auto-obsessão pode ser encontrada através da concentração maior nas
necessidades dos outros do que nas nossas. Quando os outros tiverem problemas, podemos
oferecer ajuda. Quando recém-chegados necessitarem de carona para as reuniões, podemos levá-
los. Quando os amigos estiverem se sentindo sós, podemos passar um tempo com eles. Quando
nos sentirmos não amados, mas sim ignorados, podemos oferecer o amor e a atenção de que
necessitamos a outra pessoa. Doando, nós recebemos muito mais em retorno – e essa é uma
promessa em que podemos confiar.

Só por hoje: Partilharei o mundo com os outros, sabendo que eles são tão importantes como eu
sou. Fortificarei meu espírito me doando.
Aceitação e mudança 21 de dezembro

“A liberdade de mudar parece vir depois da aceitação de nós mesmos”.

Texto Básico, p. 63

Medo e negação são o contrário da aceitação. Nenhuma de nós é prefeito, nem a nossos
próprios olhos: todos nós temos certos traços que, dada a oportunidade, gostaríamos de mudar.
Algumas vezes ficamos espantados ao constatar como estamos longe de nossos ideais, tão
espantados que tememos não ter a chance de nos tornarmos quem gostaríamos de ser. Aí é que
entra nosso mecanismo de defesa da negação que nos leva ao extremo oposto: nada em nós
precisa ser mudado, nós nos dizemos, então para que se preocupar? Nenhum dos dois extremos
nos dá a liberdade de mudar.
Se somos um membro antigo de NA ou novo na recuperação, a liberdade da mudança só
é adquirida pela prática dos Doze Passos. Quando admitimos nossa impotência e falta de
controle de nossas vidas, desativamos a mentira que diz que não temos que mudar. Vindo a
acreditar que um Poder maior que nós pode nos ajudar, perdemos o medo de que temos males
irreparáveis, viemos a acreditar que podemos mudar. Nós nos entregamos aos cuidados de Deus
de nossa compreensão e obtemos a força que precisamos para fazer um exame cuidadoso e
honesto de nós mesmos. Admitimos a Deus, a nós mesmos e a outro ser humano o que
encontramos. Aceitamos o bom e o mau em nós mesmos: com esta aceitação, nós nos tornamos
livres para mudar.

Só por hoje: Eu quero mudar. Trabalhando os passos, anularei medo e negação e encontrarei a
aceitação necessária para mudar.
22 de dezembro Uma nova maneira de viver

“Todos nós enfrentamos o mesmo dilema quando chegamos no fim da linha e descobrimos
que não conseguimos mais funcionar como ser humano, com ou
sem drogas... ou continuar; da melhor maneira possível, até o amargo fim,
(prisão, instituição ou morte), ou encontrar uma nova maneira de viver.”

Texto Básico, p. 95

Qual foi o pior aspecto de nossa adicção ativa? Para muitos de nós não era a possibilidade
de que poderíamos morrer algum dia de nossa doença. A pior parte era a morte em vida que
experimentávamos todo dia, a interminável falta de sentido da vida. Nós nos sentíamos
fantasmas ambulantes, e não partes vivas e amorosas do mundo à nossa volta.
Em recuperação, viemos a acreditar que estamos aqui por uma razão: nos amarmos e
amarmos aos outros. Trabalhando os Doze Passos, aprendemos a nos aceitar. Com esta auto-
aceitação vem o respeito próprio. Vimos que tudo que fazemos tem um efeito nos outros, somos
parte das vidas daqueles à nossa volta, e eles da nossa. Começamos a confiar em outras pessoas
e tomar conhecimento de nossa responsabilidade para com elas.
Em recuperação, voltamos à vida. Mantemos nossas novas vidas contribuindo para o bem
estar dos outros e buscando cada dia fazer isso melhor... é aí que o Décimo, o Décimo-Primeiro
e o Décimo-Segundo Passos entram. Os dias de viver como um fantasma passaram, mas só
enquanto desejamos ativamente ser saudáveis, amorosos, partes contribuintes em nossas
próprias vidas e nas vidas dos outros à nossa volta.

Só por hoje: Descobri uma nova maneira de viver. Hoje, procurarei servir aos outros com amor
e amar a mim mesmo.
Novas idéias 23 de dezembro

“Reavaliamos as nossas velhas idéias, a fim de conhecermos


as novas idéias que levam uma nova maneira de viver.”

Texto Básico, p. 102


Aprender a viver um novo modo e vida pode ser difícil. Algumas vezes, quando a
caminhada fica especialmente dura, ficamos tentados a seguir o caminho mais fácil e viver
regido por nossas velhas idéias novamente. Esquecemos que nossas velhas idéias estavam nos
matando. Para seguir uma nova maneira de viver, precisamos abrir nossas mentes a novas idéias.
Trabalhar os passos, assistir às reuniões, partilhar com os outros, confiar em um padrinho,
essas sugestões podem encontrar nossa resistência e até mesmo nossa rebeldia. OP programa de
NA requer esforço, mas cada passo do programa nos traz mais perto de ser as pessoas que
verdadeiramente queremos ser. Queremos mudar, crescer e nos tornar alguma coisa a mais do
que somos hoje. Para fazer isso, abrimos nossas mentes, experimentamos as novas idéias que
encontramos em NA e aprendemos a viver um novo modo de vida.

Só por hoje: Eu abrirei minha mente para novas idéias e aprenderei a viver minha vida de uma
nova maneira.
24 de dezembro O grupo

“O Décimo-Segundo Passo do nosso programa pessoal diz


que levamos a mensagem ao adicto que ainda sofre... O grupo
é o veículo mais poderoso que temos para levar a mensagem.”

Texto Básico, p. 74

Quando chegamos pela primeira vez às reuniões de Narcóticos Anônimos, encontramos


adictos em recuperação. Sabemos que eles são adictos porque falam sobre as mesmas
experiências e sentimentos que tivemos. Sabemos que eles estão se recuperando por causa de
sua serenidade; eles têm algo que queremos. Sentimos esperança quando outros adictos
partilham sua experiência conosco nas reuniões de NA.
A atmosfera de recuperação nos atrai às reuniões. Esta atmosfera é criada quando os
membros do grupo assumem o compromisso de trabalharem juntos. Tentamos realçar esta
atmosfera de recuperação ajudando arrumar a sala para as reuniões, cumprimentando recém-
chegados e conversando com outros adictos depois da reunião. Essa demonstração de nosso
compromisso faz nossas reuniões atraentes e ajuda nossos grupos a partilharem sua recuperação.
Partilhar experiências em reuniões é um meio pelo qual ajudamos uns aos outros, e é
freqüentemente o alicerce para o nosso sentimento de pertencer. Nós nos identificamos com os
outros adictos, então confiamos em suas mensagens de esperança. Muitos de nós não teríamos
permanecido em Narcóticos Anônimos sem aquela sensação de pertencer e de esperança.
Quando partilhamos em reuniões de grupo, sustentamos nossa recuperação pessoal enquanto
ajudamos os outros.

Só por hoje: Eu estenderei a mão a outro adicto em meu grupo e partilharei minha recuperação.
Anonimato e Teimosia 25 de dezembro

“O impulso para ganho pessoal... que trouxe tanta dor no


passado, cai por terra se aderirmos ao princípio anonimato ”

Texto Básico, p. 83

A própria palavra anonimato significa falta de nome, mas há um princípio maior sendo
praticado no anonimato do Programa de NA: o princípio da abnegação. Quando admitimos nossa
impotência para controlar nossas próprias vidas, damos o primeiro passo para longe da teimosia
e o primeiro passo para nos aproximar da abnegação. Quanto menos tentarmos conduzir nossas
vidas de acordo com nossa própria vontade, mais encontraremos o poder e a orientação que um
dia tanto fizeram falta em nossas vidas.
Mas o princípio da abnegação nos dá muito mais do que a sensação de melhora... nos
ajuda a viver melhor. Nossas idéias de como o mundo deveria ser dirigido começaram a ser
menos importantes, e paramos de tentar impor nossa vontade a todos e a tudo à nossa volta. E
quando abandonamos nossa pretensão de “saber tudo” e começamos a reconhecer o valor da
experiência de outras pessoas, passamos a reconhecer o valor da experiência de outras pessoas,
passamos a tratá-las com respeito. Os interesses dos outros se tornam tão importantes para nós
como os do grupo, mais do que só o que é melhor para nós. Começamos a viver uma vida que é
maior do que nós, que é mais do que só nós, nosso nome, nosso ego... Começamos a viver o
princípio do anonimato.

Só por hoje: Deus, por favor, liberte-me da minha teimosia. Ajude-me a compreender o
princípio do anonimato; ajude-me a viver abnegadamente.
26 de dezembro Poder infalível

“À medida que aprendemos a confiar neste Poder,


começamos a superar o nosso medo da vida.”

Texto Básico, p. 26

Somos pessoas acostumadas a colocar todos os nossos ovos numa só cesta. Muitos de nós
tínhamos uma droga de escolha. Confiávamos nela para poder passar cada dia e tornar a vida
suportável. Éramos fiéis àquela droga; de fato nos submeteríamos a ela sem reservas. E aí ela se
virou contra nós. Fomos traídos pela única coisa da qual sempre dependemos, e essa traição nos
deixou desamparados.
Agora que encontramos as salas de recuperação, podemos ficar tentados a confiar em outro
ser humano para satisfazer nossas necessidades. Podemos esperar isto de nosso padrinho, nosso
namorado ou de nosso melhor amigo. Porém, depender de seres humanos é arriscado. Carecem
de perfeição. Podem estar de férias, dormindo ou de mau-humor quando precisamos deles.
Nossa dependência deve se apoiar em um Poder maior do que nós. Nenhuma força humana
pode restaurar nossa sanidade, cuidar de nossa vontade e nossas vidas, ou estar completamente
disponível e amorosa sempre que tivermos necessidade. Depositamos nossa confiança no Deus
de nossa compreensão, porque apenas esse Poder jamais nos faltará.

Só por hoje: Eu depositarei minha confiança em um Poder maior do que eu mesmo, pois só
esse Poder jamais me decepcionará.
Deus poderia nos
devolver à sanidade 27 de dezembro

“O processo de vir a acreditar devolver-no à sanidade.”

Texto Básico, p. 26

Agora que finalmente admitimos nossa insanidade e vimos seus exemplos em todas as
manifestações, podemos ficar tentados a acreditar que ficamos condenados a repetir este
comportamento para o resto dae nossas vidas. Pensávamos que nossa adicção ativa era sem
esperança para nosso tipo particular de insanidade.
Não é assim! Sabemos que devemos nossa liberdade da adicção ativa à graça de Deus
amoroso. Se nosso Poder Superior pode realizar tal milagre como nos livrar de nossa obsessão
de usar drogas, certamente esse Poder também pode remover nossa insanidade em todas as suas
formas.
Se duvidamos disso, tudo o que temos de fazer é pensar sobre a sanidade que já foi
restaurada em nossas vidas. Talvez tenhamos nos descontrolado com nossos cartões de crédito,
mas a sanidade volta quando admitimos a derrota e os cortamos. Talvez estejamos nos sentindo
sós e tenhamos vontade de visitar nossos velhos companheiros de ativa. Em vez disso, um ato
de sanidade é visitar nosso padrinho.
A insanidade de nossa adicção vai ficando para trás à medida que começamos a
experimentar momentos de sanidade em nossa recuperação. Nossa fé em um Poder maior do
que nós mesmos cresce quando começamos a compreender que até mesmo nosso tipo de
sanidade não é nada diante deste Poder.

Só por hoje: Eu agradeço ao Deus de minha compreensão por cada ato são em minha vida,
porque.sei que eles são indicações de minha volta à sanidade.
28 de dezembro Depressão

“Não estamos mais lutando contra o medo, a raiva,


a culpa, a autopiedade ou depressão.”

Texto Básico, p. 29

Muitos de nós como adictos ficamos deprimidos de vez em quando. Quando nos sentimos
deprimidos, podemos ficar tentados a nos isolar. No entanto, se fazemos isso, nossa depressão
pode se transformar em desespero. Não podemos nos dar ao luxo de deixar a depressão nos levar
a usar.
Em vez disso, tentamos manter a rotina de nossas vidas. Damos prioridade máxima à
freqüência de reuniões e ao contato com nosso padrinho. Partilhar com outros nossos
sentimentos nos ajuda a tomar conhecimento de que não somos os únicos que ficamos
deprimidos em recuperação. Trabalhar com recém-chegado pode fazer maravilhas para o nosso
estado mental. E o mais importante, oração e meditação nos ajudam a obter a força de que
necessitamos para sobreviver à depressão.
Praticamos a aceitação e lembramos que sentimentos como depressão passarão com o
tempo. Em vez de lutar com nossos sentimentos, nós os aceitamos e pedimos força para passar
por eles.

Só por hoje: Eu aceito que meus sentimentos de depressão não durarão para sempre. Falarei
abertamente sobre meus sentimentos com meu padrinho ou outra pessoa que compreenda.
Através dos olhos alheios 29 de dezembro

“Quando alguém nos aponta um defeito, a nossa


primeira reação poderá ser defensiva... [Mas] se
quisermos realmente se livres, ouviremos atentamente
o que os companheiros tiverem a nos dizer.”

Texto Básico, p. 39

Em algum ponto de nossa recuperação, chegamos à embaraçosa conclusão de que o modo


como nos vemos não é necessariamente o modo como os outros nos vêem. Provavelmente não
somos nem tão maus, tão bons, tão belos ou tão feios como pensamos ser – mas estamos muito
perto de nós mesmos para termos certeza. É aí que entram nossos amigos de programação, se
importando o bastante para partilhar conosco o que eles vêem quando olham para nós. Eles nos
dizem as coisas boas sobre nós que talvez não sejamos capazes de enxergar.
Podemos reagir defensivamente a tal “ajuda” e, em alguns casos, com razão. No entanto,
mesmo as observações maliciosas sobre nossas supostas falhas podem esclarecer aspectos de
nossa recuperação que nós mesmos não conseguimos ver. De onde quer que venha uma
percepção útil, oferecida por qualquer que seja a razão, não podemos nos dar ao luxo de ignorá-
la.
Não necessitamos aguardar os outros oferecerem espontaneamente suas percepções.
Quando passamos tempo com nosso padrinho ou com outros membros de NA em quem
confiamos, podemos tomar a iniciativa de pedir a eles que nos digam o que eles vêem sobre
estas áreas de nossas vidas para as quais somos cegos. Queremos uma visão mais ampla de nossa
vida; podemos ter essa visão vendo a nós mesmos através dos olhos dos outros.

Só por hoje: Eu procuro me ver como verdadeiramente sou. Escutarei o que os outros dizem
sobre mim e me verei através de seus olhos.
30 de dezembro Ação e oração

“(...) crescimento não é o resultado de um desejo,


é resultado de ação e oração.”

Texto Básico, p. 39

Algumas vezes parece que nossa recuperação cresce muito lentamente. Nos debatemos com
os passos; lutamos com os mesmos problemas; trabalhamos sob os mesmos sentimentos
desconfortáveis dia após dia. Desejamos que a recuperação se mova um pouquinho mais rápida
para que possamos sentir algum bem estar!
Sé desejar não funciona em recuperação; este não é um programa mágico. Se desejos
curassem adicção, nós todos estaríamos bem há muito tempo! O que realmente nos dá alívio em
recuperação é a ação e oração.
Narcóticos Anônimos tem funcionado para tantos adictos porque é um programa de ação e
oração cuidadosamente traçado. As ações que empreendemos em cada um dos passos nos trazem
mais e mais recuperação em cada área de nossas vidas. E a oração nos mantém em contato com
nosso Poder Superior. Juntas, ação e oração nos mantêm bem firmes na recuperação.

Só por hoje: Minha recuperação é muito preciosa para simplesmente desejá-la. Hoje é um bom
dia para ação e oração.
Servir 31 de dezembro

“Trabalhar com os outros é apenas o começo do serviço.”

Texto Básico, p. 64

Agora estamos em recuperação. Vivendo o programa, alcançamos alguma estabilidade


em nossas vidas. Nossa fé em um Poder Superior cresceu. Nosso despertar espiritual individual
esta progredindo confortavelmente. E agora?
Simplesmente paramos e apreciamos? Claro que não. Encontramos uma maneira de
viver.
Nossa tendência é pensar no serviço em termos de comitê ou de ocupar uma posição de
algum nível, porém servir ultrapassa essa interpretação. De fato, podemos encontrar
oportunidades para servir em quase todas as áreas de nossas vidas. Nossos empregos são uma
forma de servir à comunidade, não importa nossa atividade. O trabalho que fazemos em nossos
lares serve às nossas famílias. Talvez façamos trabalho voluntário em nossa comunidade.
Nossos esforços de servir realmente fazem uma diferença! Se duvidamos disso, podemos
imaginar como seria o mundo se ninguém desse o trabalho de servir aos outros. Nosso trabalho
serve à humanidade. A mensagem que levamos transcende as salas de recuperação, afetando
tudo o que fazemos.

Só por hoje: Eu vou procurar oportunidades para servir em tudo que eu faço.

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