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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
NITERÓI/RJ
2019
ANGELINA GABRIELLE MOREIRA ORNELAS PEREIRA
NITERÓI/RJ
2019
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ANGELINA GABRIELLE MOREIRA ORNELAS PEREIRA
BANCA EXAMINADORA
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Ao meu marido Joamilton Ornelas, ele
que é o meu maior incentivador e
apoiador, a ele a minha eterna gratidão e
amor, por ter sonhado comigo e não ter
medido esforços para que eu alcançasse
esse objetivo. Obrigada por estar ao meu
lado nessa conquista.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Waldir e Jocelma por terem me ensinado que é preciso lutar
para conquistar, por não medirem esforços para me dar a melhor educação possível,
por me amarem, cuidarem de mim, fazerem de mim quem hoje eu sou e sentirem
orgulho de quem eu me tornei. Por mais que eu agradeça nunca será o suficiente.
Obrigada por tudo.
A minha avó Arilda pelas palavras de incentivo, por sempre acreditar em mim,
por cuidar de mim e me ensinar a ser uma mulher forte como ela é. Nunca saberei
retribuir com palavras ou atitudes tudo que você já fez por mim.
Ao meu irmão Leonardo por ser meu amigo e meu companheiro durante uma
vida inteira, por me incentivar a sempre ser o melhor de mim, e também pelos
momentos de descontração, que você não tem noção do quanto eram preciosos
durante esses dois anos.
A toda a minha família, meus tios, primos, cunhadas e sogra por sempre
acreditarem em mim e estarem comigo nos momentos bons e nos mais difíceis,
vocês são essenciais na minha vida.
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RESUMO
PALAVRAS CHAVE
7
ABSTRACT
KEYWORDS
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................... 13
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5.3 ANÁLISE DE CONTEÚDOS ............................................................ 60
CONCLUSÃO ...................................................................................... 82
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LISTA DE ABREVIAÇÕES
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LISTA DE QUADROS
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INTRODUÇÃO
As discussões em torno do Autismo tem ganhado cada vez mais força nos
últimos anos, considerando os marcos legais que tem garantido acesso e
permanência de crianças com autismo nos espaços escolares e a crescente
demanda que tem se apresentado, faz-se necessário, desse modo, um maior
aprofundamento sobre o tema e ampliação de pesquisas sobre como a inclusão vem
efetivamente acontecendo nas escolas.
Sendo assim, surge uma questão: Como tem sido o processo de inclusão de
alunos com autismo nas classes de educação infantil? A construção das ações
educativas tem levado em consideração as individualidades desses alunos?
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que fossem alcançados os direitos relacionados a criança com autismo, ocorreu um
período de luta e combate ao preconceito e aceitação a diversidade.
Além da legislação voltada para a inclusão, em 2012 foi sancionada uma lei
específica que trata dos direitos da pessoa com autismo, resultado de uma
incansável busca por direitos e que leva o nome da mãe de um autista que lutou
para a sua aprovação. Discutirei também a importância da inclusão de alunos com
autismo, desde a educação infantil, descrevendo as principais características dessa
etapa da educação básica e como ela é definida pelos parâmetros legais.
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Ainda nesse capítulo, trarei a discussão sobre as fragilidades da formação
docente relacionadas a inclusão escolar e como o discurso docente é de despreparo
para lidar com essa diversidade no cotidiano escolar, mas também como os
professores podem romper com essas barreiras e através da prática diária,
juntamente com seus alunos, construir novas estratégias de ensino que atendam às
necessidades e especificidades de cada aluno.
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CAPÍTULO 1 - MOMENTOS DA CONSTRUÇÃO DE UMA HISTÓRIA
Sempre ouvi minha mãe dizer que nada vem fácil nessa vida, lembro que toda
vez que ela queria me incentivar a não desistir, ela contava a história do dia do meu
nascimento.
Ela dizia que naquele dia foi ao Hospital sentindo algumas dores, e que o
médico mandou que ela voltasse para casa, pois ainda não estaria na hora do bebê
nascer, mas que ela insistiu, brigou com o Doutor e que algumas horas depois a
bolsa estourou, a pressão dela subiu, o bebê estava entrando em sofrimento e em
meio a muita dor e desespero vim a este mundo. Ela me contava que não havia sido
nada fácil, mas que em nenhum momento ela havia pensado em desistir, e que
assim é a vida, que existem momentos em que para dar a luz a sonhos, projetos e
desejos seria necessário passar por momentos de dor, desespero e sofrimento, mas
que a recompensa valeria a pena.
O tempo foi passando e ao chegar ao Ensino Médio optei por fazer o Curso
Normal, no Instituto de Educação Roberto Silveira, uma escola de referência em
formação de Professores em Caxias, ali realizaria meu sonho, sairia Professora. Um
ano depois de formada estava ingressando na UERJ para cursar Pedagogia.
Em fevereiro deste mesmo ano (2011) fui aprovada em primeiro lugar em uma
das provas de concurso que havia prestado no término da faculdade, Prefeitura de
Mesquita, cargo: Professor de Educação Especial. Era o meu sonho sendo
realizado. Mas, infelizmente, não pude assumir, pois a Faculdade, ao contrário do
que tinha informado durante toda a minha formação, não me dava habilitação para
lecionar na Educação Especial. Confesso que fiquei muito frustrada.
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acadêmica construir novos conhecimentos e poder contribuir de alguma forma para
o avanço da educação inclusiva no Brasil, assim surgiu Inclusão Escolar e
Autismo na Educação Infantil.
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CAPÍTULO 2 - AUTISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS
Porém, foi Kanner, em meados do século XIX (1943), quem utilizou o termo
"autismo" para definir um grupo de indivíduos com uma grande dificuldade ou
impossibilidade de comunicação. Segundo ele, estes indivíduos eram acometidos
por um distúrbio do contato afetivo, isentos de linguagem e incapazes de efetuar
trocas sócioafetivas com o outro. As crianças autistas tentavam manter o mundo
externo distantes. Seu enfoque era na dificuldade de comunicação.
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Não obstante, em 1946 Kanner concluiu que apesar da dificuldade na
comunicação, não se poderia afirmar uma ausência de linguagem nos autistas,
tendo em vista a capacidade criadora desses indivíduos. Denominou-se então o
autismo infantil como um distúrbio que tem as alterações da linguagem como uma
das características mais importantes da patologia.
O reconhecimento do seu trabalho ocorreu por volta dos anos 70, quando
surgiu a nomenclatura Síndrome de Asperger, para diagnosticar crianças com esse
grupo de características específicas.
Bender (1947) que trabalhava com crianças autistas, com dificuldades na fala
e sem interação com as outras pessoas, entendia que esses sintomas eram
decorrentes da constituição da criança e não do ambiente e denominava esta
condição como "esquizofrenia da infância".
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Segundo Riviere (2004), os estudos acerca do autismo podem ser divididos
em três momentos, de 1940 a 1960 era visto como um transtorno emocional
influenciado por questões afetivas, principalmente ocasionados pela falta de emoção
e afeto no relacionamento com suas mães; de 1960 a 1980 abandonou-se a ideia de
que a "culpa" seria proveniente da mãe e começou-se a investigar cientificamente
hipóteses baseadas nas questões cognitivas. É nessa época que a educação passa
a ser vista como uma possibilidade de conduta terapêutica, uma vez que poderia
ajudar esses sujeitos a modificarem os seus comportamentos e se desenvolverem;
de 1980 até os dias atuais vê-se o autismo como um transtorno do desenvolvimento.
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considerada pessoa com Transtorno do Espectro Autista aquela com síndrome
caracterizada por alguns fatores clínicos, ainda, deixa explícito em seu texto que a
pessoa com Transtorno do Espectro Autista é considerada pessoa com deficiência,
para todos os efeitos legais. Isto, visando a garantia de todos os direitos já
conquistados para as pessoas com deficiência.
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Classificação Internacional de Doenças (CID-9). Ele também já foi apontado como
Esquizofrenia do Tipo Infantil, pelo Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais na
sua primeira edição (DMS-I), em 1952 e na segunda edição (DSM-II), em 1968.
Fonte: http://www.orlandopereira.com.br/clipping/Transtorno_do_Espectro_Autista_(DSM-
V)_Criterios_diagnosticos.pdf
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São muitos os nomes pelos quais o autismo é nomeado e citado. Apesar do
conhecimento da classificação nosológica e nomenclatura atual, reconhecida pelo
CID -10 e DSM - V, como Transtorno do Espectro Autista, e que rege as regras
sociais em torno do autismo. Farei em minha dissertação uma escolha política pela
utilização do termo autismo, por entender que em meu objeto de pesquisa há uma
preocupação maior na pessoa com autismo do que no transtorno, enquanto critério
diagnóstico e classificação médica. Assim, fugindo de uma generalização e
afirmando no autismo a dimensão do sujeito, para além de suas dificuldades,
valorizando suas potencialidades.
Para entender um pouco mais sobre estes pontos é preciso tratar sobre os
conceitos de comunicação e interação social.
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As crianças se comunicam através de várias formas de expressão, por meio do
construir e fazer consigo e com os outros.
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do Outro1. É um sujeito verboso, que utiliza a língua sem enunciação, sem
manifestação da expressividade do sujeito, que fala sem dizer.
Segundo Kupfer (2000), a criança com autismo não é deficiente, ela pode ter
um bom desenvolvimento cognitivo. Ela tem problemas relacionais e não afetivos,
sua dificuldade está no trânsito libidinal, que não permite trocas de prazer, o que
gera uma desorganização.
A criança autista tem dificuldade em fazer a leitura das pessoas ao seu redor,
do que desejam ou estão sentindo, ou seja, tem dificuldade de espelhamento, as
expressões e desejos dos outros são enigmas para ele. Os outros, por vezes,
parecem inquietantes e a realidade que transmitem é um caos incompreensível,
segundo Maleval (2012).
Nada é mais difícil para um sujeito autista do que uma expressão pessoal. A
compreensão de que a linguagem pode ser utilizada para a comunicação nem
sempre acontece e por vezes é tardia. Sendo assim, a utilização da fala do autista
não é determinante para a sua comunicação, pois este é verboso, evita a
enunciação, quando utiliza a linguagem através da fala, faz sem endereçamento e
fala com condição de não dizer. Porém, a dificuldade na capacidade de utilizar a
linguagem para se expressar, por vezes, é mal interpretada pelas pessoas ao seu
redor, como uma falha na compreensão dos acontecimentos, ou incapacidade de
comunicar seus desejos.
1
Outro: Termo utilizado pela psicanálise. Na concepção lacaniana, o Outro é a referência do simbólico ao qual
o paciente deve conseguir chegar e é concebido como um espaço aberto de significantes que o sujeito
encontra desde seu ingresso no mundo.
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Este retraimento autístico caracterizado pela solidão e imutabilidade, ou seja, o
mundo organizado por suas próprias regras, atrapalha a interação social da criança
autista, já que os outros lhe parecem imprevisíveis e incompreensíveis. Porém, não
se deve visar eliminar seus comportamentos, pois pode ser a partir de seus objetos
que algum laço social possa ser promovido.
"Se uma criança não consegue ascender a uma posição no discurso, como
irá ocupar um lugar de sujeito? O autismo escancara, a partir dos distúrbios
linguísticos, os entraves no processo de entrada e a assunção desse lugar,
tanto quanto mostra, na perspectiva abordada, que o sujeito com o qual
estamos lidando não é o mesmo concebido pela etiologia psiquiátrica, e sim
o sujeito da cadeia significante, efeito da linguagem." (Azevedo, Nicolau,
2017, p.21)
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anteriormente e que aparecem no presente de modo automático, pois não tem
noção da dimensão significativa da linguagem. "A criança pronuncia a palavra, mas
não as utiliza". (Maleval, 2017) Não obstante, o autista não é um sujeito fora da
linguagem.
Maleval (2017) em seu livro: "O autista e sua voz", cita Lacan quando diz que
linguagem e fala não devem ser confundidas, pois a criança autista apesar de não
falar é "mestra da linguagem" por ter sobre ela o controle por meio da sua recusa em
arriscar a fala, ele considera que o próprio termo "autismo" na sua conotação de
retraimento, implica que os autistas "ouvem a si próprios".
O bebê desde antes do seu nascimento está imerso na linguagem, mas isso
não significa que ele deva ser um ser falante, já que para isso ele precisa incorporar
a linguagem ao seu corpo.
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Para Lacan, a identificação primordial opera pela incorporação da voz do
Outro, o bebê escuta na voz do Outro aquilo que é a marca da sua falta, e essa falta
é o que organiza e dá movimento aos processos simbólicos. É na voz do Outro que
a criança primeiro se escuta e esta só se tornará falante se conseguir se ouvir
através da voz do Outro e é assim que o sujeito é chamado a ser.
Por sua vez, as condutas atípicas dos autistas, com movimentos bem
marcados e um jeito peculiar de lidar com o mundo ao seu redor, são reflexos de
desejos e angústias internas, sendo os movimentos repetitivos tranquilizantes,
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servindo de suporte e auxílio para o momento que eles estão vivendo. Sua posição
diante do espaço e sua relação com o corpo são individuais e únicas.
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Como se pôde observar, esta abordagem educacional reduz sua
funcionalidade ao treinamento de habilidades de comunicação e ignora a
constituição do aluno autista enquanto sujeito.
Sendo assim, o olhar de quem se relaciona com crianças com autismo precisa
estar voltado às suas potencialidades e sempre em busca de encontrar caminhos
para compartilhar e alcançar as diversas necessidades para o seu desenvolvimento.
Quando percebermos que dentre muitas coisas que precisam passar a ter
significado para o autista, muitas outras também precisam ser apropriadas e
compreendidas por nós, é que transformamos a condição de excluído em
seu mundo para incluído em nosso mundo. Deste modo, teremos
modificado as nossas próprias vidas, pois nos abrimos para uma nova
concepção de mundo. (Orrú, 2008, p.2)
Vivenciar a inclusão de fato nos espaços sociais, para além das legislações é
um desafio, mas os ganhos legais são muito importantes na garantia de direitos. No
caso das escolas, por exemplo, o acesso, permanência, suporte adequado e
formação adequada estão fixados em Leis que não deixam dúvidas da importância
da Inclusão escolar para o desenvolvimento desses alunos.
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CAPÍTULO 3 - INCLUSÃO E AUTISMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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Para tratar das políticas públicas de inclusão trago um breve histórico da
Educação Especial no Brasil até os dias atuais e as conquistas específicas para
pessoas com autismo, que tem ganhado cada vez mais espaço e autonomia
nesse quadro.
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O Título X, da LDB nº 4.024/61, expõe:
Da Educação de Excepcionais:
Este modelo foi utilizado durante muitos anos e até hoje tem seus
defensores, segundo Mantoan, os movimentos em favor dos modelos de
integração de crianças com deficiência surgiram nos países nórdicos em 1969,
quando foi questionada a segregação social e escolar dessas crianças. Esse
processo permite ao aluno estar inserido em uma estrutura educacional, porém
nem todos estarão aptos a freqüentar classes regulares, os que estiverem aptos
terão seus programas educacionais separados e reduzidos, por serem
incapazes de aprender como os outros.
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curriculares programadas do ensino comum , no mesmo ritmo que os estudantes
ditos normais" (p.19). Percebe-se neste contexto um processo de integração
destes alunos ao ambiente escolar, sendo mantida a responsabilidade e as
segregações na educação especial, denominando a Classe Especial como o
ambiente ideal para atender aos alunos com deficiência.
Através dela que a pessoa com autismo foi reconhecida como pessoa
com deficiência, para todos os efeitos legais, além de assegurar o direito ao
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acesso aos serviços de saúde, bem como, o acesso à educação.
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De acordo com as leis vigentes, a Educação Infantil deve promover o
desenvolvimento integral das crianças de zero a seis anos de idade garantindo o
acesso a processos de construção de conhecimentos e aprendizagem em
diferentes linguagens. Bem como, o direito à proteção, saúde, liberdade, ao
respeito, dignidade, brincadeira, convivência e interação com outras crianças.
(BRASIL,2013)
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salientar que a alteração feita na LDBEN 9394/96, através da Lei nº 12.796 de
2013, que trouxe significativas alterações relacionadas à educação infantil,
como a obrigatoriedade da matrícula a partir dos quatro anos, por parte dos
pais ou responsáveis.
Com o Parecer nº 20/2009 que fez uma revisão das DCNEI/09 o olhar
para as diversidades alcançam também um novo olhar específico para as
crianças com deficiência, como pode ser percebido em seu art. 8º, quando diz
que:
(...) as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil deverão
prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de materiais,
espaços e tempos que assegurem: [...] VII - a acessibilidade de espaços,
materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com
deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação. (BRASIL, 2009, p.20)
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alunos com autismo.
Desde a sua entrada na escola e/ou instituição até a sua saída, é visto
como um autista, segundo o quadro sintomático que apresenta, tendo como
base a incapacidade, o deficit, principalmente, no que se refere aos
problemas de linguagem e de interação social... Essa concepção provoca
certo distanciamento do autista das outras pessoas, gerando ainda uma
maior tendência de as pessoas com autismo evitarem o uso da linguagem,
o que vem a dificultar ainda mais o processo de interação social. (Orrú,
2007, p.167)
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CAPÍTULO 4 - O ALUNO COM AUTISMO NA CONSTRUÇÃO DAS AÇÕES
EDUCATIVAS
"A mais aberrante educação nunca teve outro motivo senão o bem do sujeito".
(LACAN, 1958, p.625) A escola se não é, deveria ser um lugar que abre caminhos
possíveis ao sujeito. Porém, a rotina escolar, muitas vezes cristalizada em práticas
pouco estimulantes, submete a educação individual à educação de massas,
esteriotipando os indivíduos como se todos aprendessem de igual modo. Não é
possível encontrar ou criar um método educativo uniforme que seja bom para
ensinar a todas as crianças, pois cada uma tem a sua singularidade.
Segundo Françoise Dolto, a educação não pode ser vista como um lugar de
imposição de uma série de comportamentos, ao contrário, deve ajudar à criança a
se construir, apostando nas possibilidades de se acreditar no sujeito, independente
de como ele se apresenta, diferente da lógica cultural que exige o cumprimento de
regras disciplinares, sem considerar o sujeito, seu desejo e as diferenças.
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consumidoras daquilo que se apresenta de forma pronta e prescrita, permitindo que
elas comuniquem suas ideias, seus sentimentos, seu entendimento e imaginação.
Posto isto, é possível perceber que não é uma imposição sobre eles, através
de um conhecimento pré-embalado, que serão construídos os saberes. Isso não
significa que a escola não deva planejar suas ações educativas, porém, ao fazê-lo
precisa levar em consideração que existe um sujeito que tem direito de ser
protagonista do seu processo de ensino aprendizagem e que pode ser copartícipe
da construção das ações educativas, junto ao professor, que reconhece e respeita o
seu potencial.
Podemos ter certeza de que as crianças estão prontas para nos ajudar,
oferecendo-nos ideias, sugestões, problemas, dúvidas, indicadores e trilhas
a seguir; e quanto mais confiam em nós e nos veem como fonte de
recursos, mais nos auxiliam. Todas essas ofertas, mescladas com o que
nós próprios trazemos à situação, formam um capital muito agradável de
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recursos. (Edwards, Gandini, Forman, 2016, p. 96)
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processo de ensino aprendizagem, que nortearão as ações educativas, a fim de
atender às demandas apresentadas pelos alunos.
Porém, como estabelecer dialogia entre professor e aluno autista, já que uma
das características do autismo é justamente a dificuldade na interação e
comunicação?
Viver com os outros é o que constitui e tece de modo estrutural a teia e o
tecido de um sujeito... A criação de laço social ou enlace como uma forma
de circulação social possível, contrapõe as possibilidades apontadas pelos
critérios diagnósticos. (Kupfer e Petri, 2000, p.113)
51
Além das individualidades e características pessoais de cada criança, existem
conhecimentos específicos a respeito do autismo que precisam ser estudados para
melhor compreensão e desenvolvimento de estratégias que auxiliem no processo de
aprendizagem. Quando o educador é conhecedor do transtorno e de suas
características facilita a elaboração de estratégias e auxilia no planejamento de suas
ações.
Entretanto, é preciso ter cuidado para que o olhar voltado ao aluno autista não
se restrinja as suas dificuldades, pois a criança autista tem muito a comunicar ao
outro e seu desenvolvimento tem grande potencial, que muitas vezes pode ser
abafado por características específicas de comportamento e não cumprimento de
regras socais pré-estabelecidas. "... a atenção dos adultos tende a ser incitada
quando algo entre as crianças vai mal ou perturba as atividades de rotina, em vez de
o ser quando a construção do conhecimento é o foco principal da atividade."
(Edwards, Gandini, Forman, 2016, p. 47)
Segundo Dolto (1991), para tratar com a criança autista é impossível não
haver uma comunicação do que se sente e pensa quando se está com ela. Isto
significa, que ela está sendo considerada como sujeito não só naquele momento,
mas que virá a ser, e esta é capaz de compreender o que está sendo dito.
Portanto, não se pode vivenciar uma educação plena sem a dialogia entre
professor e aluno, pois esta será capaz de transformar o ambiente educativo em um
ambiente de múltiplas e criativas possibilidades.
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CAPÍTULO 5 – METODOLOGIA E ANÁLISE DOS DADOS
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Jerusalinsky, Maleval, entre outros. Além da pesquisa de dissertações e teses
publicados nos últimos cinco anos sobre autismo que me possibilitaram o
conhecimento a respeito dos estudos mais recentes sobre o tema.
Os nomes das escolas, das Professoras e dos alunos foram substituídos por
pseudônimos a fim de preservar a identidade dos sujeitos participantes da pesquisa,
as professoras entrevistadas preencheram o Termo de livre consentimento para a
realização da pesquisa, constante no anexo 3.
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pretendidos. Primeiramente, busquei informações a respeito das Professoras, com
perguntas como:
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Escolhi a entrevista como uma das minhas estratégias de pesquisa, pois
concordo com Duarte (2004), quando diz que:
Para fazer a análise dos dados foi necessário fazer a transcrição das
entrevistas como forma de identificar e realçar as marcas do discurso.
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e experiências que o envolvem. Entretanto, há uma procura por temas em comum e
pelas funções destes temas, na perspectiva de uma análise temática com questões
acerca do objeto pesquisado.
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utilizados, por exemplo, na entrevista para direcionar a pesquisa, de acordo com o
que se deseja analisar.
Para tanto, defini meu objeto de pesquisa como: a inclusão de alunos autistas
em turmas de Educação Infantil de 4 e 5 anos, focando na participação dos alunos
autistas na construção do caminho pedagógico utilizado em seu cotidiano escolar, e
encontrei na entrevista uma boa opção metodológica para coletar os dados
necessários para fazer uma análise dos fatos e das vivências de professores da
Educação Infantil, na construção das ações educativas junto aos seus alunos com
autismo.
61
Para isso, busquei pontos de condensação do discurso, semelhanças,
experiências e pontos de interesse que respondessem as questões da minha
pesquisa. Foram assim estabelecidas:
Categoria Descrição
Na minha formação tinha uma disciplina mais pra tratar o histórico, como a
educação inclusiva foi pensada, uma questão mais histórica, não
propriamente nada que me preparasse em termos de uma técnica. Não que
eu ache também que isso exista de fato, mas assim, nessa formação a
gente não tinha nada assim que fosse muito importante, nenhuma instrução
de ordem mais prática. Professora Joice
A partir dos relatos apresentados pelas Professoras pôde-se notar que elas
não se sentem preparadas para trabalhar com alunos autistas em suas turmas, pois
não se acharam contempladas em suas formações com uma base que lhes dessem
sustentação para o desenvolvimento desse trabalho.
[...] é uma luta, um movimento que tem por essência estar presente em
todas as áreas da vida humana, inclusive a educacional. Inclusão se refere,
portanto, a todos os esforços no sentido da garantia da participação máxima
de qualquer cidadão em qualquer arena da sociedade em que viva, à qual
ele tem direito, e sobre a qual ele tem deveres (Santos,2003, p.81 grifo da
autora).
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A inclusão se apresenta como um desafio que precisa ser alcançado, pois
lidar com realidades distintas é fato comum aos humanos, visto que, somos todos
diferentes cada um com suas capacidades e limitações. Sendo assim, ao entender a
Inclusão enquanto inevitável por se tratar de uma realidade cotidiana vivenciada por
todos, práticas inclusivas passam a ser comum em todos os espaços, inclusive nos
de formação, que assim considerariam a diversidade e formariam para lidar com ela
nos espaços escolares.
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A professora Joice demonstra dúvidas em relação a forma como deveriam
acontecer esses processos formativos, pois ao mesmo tempo que fala da falta de
técnicas para o trabalho compreende que não existem mecanismos de instrução
prática para tal atividade.
Há de fato pra mim uma negligência muito grande da Rede, no que diz
respeito a oferta de cursos, de capacitação e formação. Por isso acho que a
negligência é ainda maior por não ter,pelo menos, um espaço de escuta, de
reunião desses professores que estão em sala de aula, para trocarem
experiências. Porque eu sei que nenhum curso de capacitação daria conta
do que é a experiência na prática, mas se tivessem esses encontros de
escuta pra troca de experiências entre professores da rede, eu acho que a
gente já estaria num caminho melhor, pelo menos nós iríamos compartilhar
nossas angústias. Professora Joice
Assim, tem algumas formações na Rede. Hoje eu vejo bem menos, já
participei de algumas nesse tempo que eu to aqui, mas assim eu sinto que
também há uma necessidade de você fazer uma pesquisa sobre qual é a
real necessidade do professor, porque muitas vezes são coisas que são
válidas mas, que talvez não é a necessidade desse professor naquele
momento. Professora Conceição
Esse ano não houve(....)tiveram alguns encontros, mas eu não posso dizer
que é educação continuada, eu na verdade acredito que é tampar o sol com
a peneira. Porque eles não procuram saber qual é a necessidade do
professor, por exemplo, a necessidade de um professor que trabalha sem
um estimulador dentro da sala ou mediador. Professora Monica
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Em relação as formações oferecidas pela Rede e apoio ao trabalho realizado,
as Professoras destacam que sentem falta de uma maior formação e interação com
demais colegas que também vivenciam a inclusão de alunos autistas.
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A legislação está posta para ser cumprida, os ganhos legais após um período
histórico de lutas, garantem políticas públicas para legitimarem os direitos de
crianças com autismo. Porém, infelizmente, muitas vezes ficam apenas como
registros e não tem uma efetividade nas Redes de Ensino, que sobrecarregam os
professores e prejudicam os alunos, por não ser realizado o trabalho da maneira
adequada.
O professor de Caxias está sem receber, você sabe como é que está esse
história, a gente ta há dois meses sem receber. Folhas também a gente tem
que comprar e assim contar com os pais, e essa semana a gente quase não
deu aula, por causa da greve, foi só um dia e hoje. (...) É uma coisa que eu
gosto de fazer, então eu acabo dando conta de uma coisa que eu não
deveria dar conta sozinha, porque teria que ter um mediador, então eu
acabo às vezes abrindo mão.... pra eu fazer uma atividade com o João eu
dou uma outra atividade recreativa e pego só o João. Professora Monica
Aqui a gente tem uma peculiaridade também, porque a gente não tinha uma
pessoa pra estar junto na sala de aula pra estar fazendo esse auxílio, hoje
essa menina que ta na sala agora, ela veio justamente pra tentar me dar
esse auxílio com o Felipe. Mas ela é uma estagiária, mas ainda assim ele é
prejudicado porque ele não fica o dia todo, ele faz um horário reduzido
porque a tarde a gente não tem esse profissional. Então ele estuda só de
manhã. Professora Conceição
Porque o autismo ele não é uma deficiência, ele tem um transtorno social
que precisa de uma adaptação e é essa consciência que a gente precisa
ter, que a inteligência dele realmente é muito grande, que ele tem potencial
e a gente precisa aprender como é que ele aprende, como é que ele capta
as coisas no meio em que vive. Ele só tem uma dificuldade, que é a de se
socializar. Professora Monica
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Ao ingressar no ambiente escolar, a criança com autismo irá transgredir com
os padrões e regras que estão previamente estabelecidos, e como a Professora
Monica traz em seu relato serão necessárias construções de estratégias para
desenvolver habilidades socais, respeitando os limites e as individualidades do
aluno. Ela demonstra sua sensibilidade ao trabalhar a musicalidade com os alunos,
ponto que merece destaque do ponto de vista da compreensão do que significa o
conceito "formação". A formação do indivíduo inclui sua condição socioeconômica,
social, cognitiva, intelectual, afetiva, política, dentre outros elementos que constituem
as realidades.
Sendo assim, a pessoa com autismo, deixado a seu critério, ou seja, longe
das técnicas adaptativas que o querem uma máquina de alto desempenho, tem a
possibilidade de desenvolver seu potencial e alcançar a subjetividade, se
constituindo enquanto sujeito.
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espaço totalmente desconhecido busca descobri-lo e que junto a Professora pode
buscar meios para se adaptar e se desenvolver naquele espaço.
Apesar dessa questão, dele ainda não falar, ele balbucia algumas coisas e
assim ele consegue se comunicar tanto comigo quanto com os amigos.
Agora um pouco antes de você chegar eles estavam brincando de
cachorrinho, aí pegaram ele, o chamaram e ele foi. Ele foi se adaptando no
espaço com o auxílio das outras crianças, e isso é muito legal. Professora
Conceição
O que ela não gosta, ela sai, não tá interessada e sai. Ou ela me puxa pra
dizer se eu to contando alguma história, ou estou falando alguma coisa que
ela não está ligando, ou ela pega na minha mão, como quem diz: não quero
assim, vamos fazer outra coisa. Tipo, se a gente tá no parquinho e ela não
quer retornar pra sala, ela começa um drama, chorar e espernear pra dizer
que ela não quer encerrar aquela atividade e passar pra outra.
Então assim, de forma geral ela sempre informa o que está ou não
gostando. Se ela não está muito satisfeita, ela balança as mãos, às vezes
leva na boca, mas não morde, morder é só bem expressivo de um estado
de raiva mesmo. Quando ela está feliz sacode as mãos e às vezes coloca a
mão na boca mas não morde.
E sorri e canta muito quando está feliz, então essas são as formas dela me
informar que ta satisfeita. Se alguma atividade é muito interessante ela pára
mais um tempo pra olhar e aí eu percebo que chamou sua atenção. Isso
acontece às vezes como é esse caso da música, ou seja, ela pede pra
repetir aquela parte da música, cantando bate palmas e pega nas minhas
mãos e também bate palma, pra eu repetir aquela parte da música.
Professora Joice
Por exemplo, hoje quando eu cheguei a mãe falou que ele não quer ir pra
escola, e entendo que tudo é uma questão de diálogo. Então eu fui lá e
disse: "João, vamos! Nós vamos brincar de massinha, fazer atividades na
sala, contar histórias.", aí o aluno foi comigo pra sala. A mãe ficou surpresa
afirmando que ele estava, antes da professora chegar, gritando com ela.
(...) Ele tem problema na fala, a maioria dos autista tem dificuldade na fala,
em relação até a tonalidade, ou melhor entonação. Por exemplo, ele vai
fazer uma pergunta, mas ele não faz uma pergunta, ele faz aquela pergunta
como se não fosse: "Professora posso ir ao banheiro." Não de entonação
de pergunta, então você tem que estar atento. O trabalho da fono também é
interessante por conta disso.
(...)E a gente tem a Sophia também, que tem uma voz mecânica, ela imita
vozes, ela fala, faz tudo, mas de forma mecânica e o andar é robotizado e
ela só interage com um aluno da sala, e assim mesmo eu fui incentivando
muito. Professora Monica
73
Um Professor com um olhar sensível ao seu aluno autista possibilitará, que
mesmo com suas individualidades e particularidades, as questões de interação e
comunicação não se tornem empecilho para um bom desenvolvimento e
reconhecimento deste enquanto sujeito. Como uma das características mais
marcantes do autista, as questões de fala, comunicação e interação foram muito
presentes nos relatos das professoras entrevistadas que mostraram não medir
esforços pra alcançar uma boa comunicação com seus alunos autistas.
A professora também fala sobre a atenção que é importante ser dada quando
o aluno com autismo utiliza da fala como recurso para a comunicação, questão essa,
como já discutida anteriormente, que não é comum em pessoas com autismo. Pois,
74
muitas vezes ao falarem não carregam suas frases de sentido e conotações que
retratem o verdadeiro objetivo do que se deseja transmitir, como nos exemplos
dados pela Professora.
Tem horas que ele não quer. E apesar de pequenos, a gente tenta passar
pra eles, o amigo não quer brincar agora, deixe ele, então assim tem horas
que ele fica assim, sabe, na dele, e assim é o momento de respeitá-lo por
isso. Professora Conceição
Elas se davam muito bem, uma que tinha dificuldade de interação com os
colegas porque eles estão muito na fase do egocentrismo ainda na
Educação Infantil, estão se desapegando das coisas,então ela tinha
dificuldade de emprestar as coisas, de socializar, então as vezes ela brigava
com os coleguinhas pra eles não pegarem as coisas dela. Professora Carla
Eu tento fazer uma coisa que contemple a todos, então assim se eu penso
numa atividade eu penso na atividade pra turma, mas também como o
Felipe vai conseguir desenvolver aquela atividade. Professora Conceição
Então, eu preparo a mesma atividade, eu faço uma rotina, todos os dias.
Não tem como trabalhar com Educação Infantil sem rotina (...) Então eu
faço o planejamento, faço um modelo de planejamento semanal com eles,
faço o mesmo pro João, porém, o João eu procuro trabalhar mais a parte
prática. Professora Monica
Então, eu sempre busquei fazer atividades para integrá-las porque como é
Educação Infantil a gente consegue mais, quando vai ficando mais velho
fica um pouco mais complicado fazer esse essa integração. Professora
Carolina
A professora Monica constrói a rotina com seus alunos todos os dias, uma
vez que, segundo ela, não é possível trabalhar com Educação Infantil sem uma
rotina predefinida. Ao mesmo tempo ela relata que busca trabalhar com João de
uma forma mais prática e lúdica, considerando assim sua particularidade, sendo
assim, apesar de trabalhar com uma rotina pré-estabelecida a professora se esforça
em trabalhar as particularidades dos seus alunos através das brincadeiras, das
vivências e atividades voltadas para a ludicidade.
78
alguma atividade, então eu acho que o que é interessante pra eles tá sendo
privilegiado no planejamento. Professora Joice
Isso porque considera que todos os alunos são iguais e aprendem da mesma
forma, ignorando a diversidade, reproduzindo mais uma vez a lógica de uma
sociedade excludente e homonegeizadora. Porém, contrapondo a lógica da própria
Rede de Ensino e buscando um melhor desenvolvimento dos seus alunos, a
Professora relata que constrói suas atividades com base na vivência diária com seus
alunos. Como, por exemplo, quando realiza seus trabalhos correlacionando os
interesses das crianças por florestas e animais, dentre outros temas de interesse,
como o desenvolvimento musical, a dança, entre outras estratégias que em muito
interagem com o desenvolvimento dos seus alunos continuamente.
5.5 Discussão
Maleval (2007) explica que, no autismo, não se trata de falar ou não falar,
mas do quanto o sujeito está implicado em sua fala, ou seja, o quanto seu
dizer fala sobre si. Logo, a verborragia autista é uma manifestação cheia de
palavras, na qual o sujeito está ausente. Azevedo e Nicolau (2017)
Diante das análise foi possível perceber que as Professoras se esforçam para
enxergar seus alunos enquanto sujeitos, e consideraram a diversidade das
realidades, pôde-se notar também que, elas não se prenderam as questões
curriculares e mesmo sem condições estão se dedicando e desenvolvendo um bom
trabalho, apesar de demonstrarem em alguns momentos a fragilidade das suas
formações e não se sentirem preparadas para essa inclusão.
80
sala de aula. Como consequência ficaram notáveis os avanços consideráveis dos
alunos, naquelas questões que inicialmente se apresentaram como obstáculos,
dificuldades e desafios e que ao longo do ano letivo se tornaram conquistas e
avanços que serviram novamente de base para a elaboração de novas estratégias.
81
CONCLUSÃO
82
que respeitá-la e enxergá-la dessa forma, no ambiente escolar, poderia ser benéfico
para todos, no processo de inclusão escolar.
Não obstante, a criança com autismo deve ser considerada e entendida como
sujeito capaz de comunicar seus desejos e sentimentos, que no ambiente escolar
tem capacidade de gerar um potencial criativo capaz de auxiliar os professores a
desenvolverem o trabalho pedagógico, através do respeito e compreensão das suas
individualidades.
83
Sendo assim, vem a tona a aceitação e respeito à diversidade e a preparação
do ambiente escolar para lidar com o diferente. A inclusão escolar não pode ser
entendida, apenas, como um movimento que se prepara para lidar com pessoas
com deficiências e transtornos variados, esta tem a possibilidade de transformar o
ambiente escolar em um lugar de mais amor ao próximo, de entendimento do
espaço das diferenças e apoio mútuo. Porém, para isso é necessária uma
transformação na educação como um todo, desde a formação docente até o
entendimento dos governantes e gestores das secretarias municipais de educação.
Como diz Paulo Freire: "Educação não transforma o mundo. Educação muda as
pessoas. Pessoas transformam o mundo."
84
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
85
M. C.. As múltiplas dimensões de inclusão e exclusão dos Laboratórios de
Aprendizagem. 1. ed. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2013b. v. 500. 200p .
86
ORRÚ, E. S. Autismo, linguagem e educação: interação social no cotidiano
escolar. Rio de Janeiro: Wak, 2012.
87
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 9 ed., Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra.
1981
MALEVEL, J.C. Escuchen a los autistas. Grama. Buenos Aires, 2012.
http://www.fe.ufrj.br/ppge/en/teses/Tese_Ana_Patricia.pdf
http://www.scielo.br/pdf/es/v21n73/4214.pdf
http://www.ama.org.br/site/diagnostico.html
https://www.redalyc.org/pdf/3131/313127401009.pdf
88
http://www.profala.com/artautismo11.htm
http://www.scielo.br/pdf/pcp/v29n1/v29n1a10
http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbp/v28s1/a07v28s1.pdf
http://www.scielo.br/pdf/rsbf/v13n3/a15v13n3
http://www.sedes.org.br/Departamentos/Psicanalise/arquivos_comunicacao/autismo
_cp.pdf
http://www.redalyc.org/pdf/3131/313127401009.pdf
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/391Orru.pdf
https://www.revistaacademicaonline.com/products/inclusao-da-crianca-com-
transtorno-espectro-autista-na-educacao-infantil-no-municipio-de-mogi-guacu-
sp%C2%B9/
http://www.eduinclusivapesq-uerj.pro.br/images/pdf/Braun&Marin.AEE.2011.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atencao_reabilitacao_pessoa_
autismo.pdf
http://sig.org.br/wp-content/uploads/2016/04/EmPauta2.pdf
89
ANEXO 1 – SOLICITAÇÃO DE AUTORIZAÇÃO PARA PESQUISA
90
ANEXO 2 - AUTORIZAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PARA
REALIZAÇÃO DA PESQUISA
91
ANEXO 3 - MODELO DO TERMO DE LIVRE CONSENTIMENTO
Dados de identificação
Nome do voluntário:
___________________________________________________________________
___________________________________________________
92
Os riscos apresentados para esse tipo de pesquisa são a exposição pessoal
tanto do Professor como do aluno. Porém, serão tomados todos os cuidados
possíveis para que não haja constrangimento durante a pesquisa e no tratamento
dos dados coletados.
93
ANEXO 4 - ROTEIRO PARA A REALIZAÇÃO DAS ENTREVISTAS
94
ANEXO 5 - FOTOS DE MATERIAIS PEDAGÓGICOS PREPARADOS PELA
PROFESSORA CAROLINA
95
96
ANEXO 6 - FOTOS DE MODELOS DE PLANEJAMENTO DE AULA UTILIZADOS
PELAS PROFESSORAS
97
ANEXO 7 - FOTO DA PRODUÇÃO DE UM ALUNO COM AUTISMO
98