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Quelimane
2023
NAFIÇA RICHATE NAFUCE
Quelimane
2023
Sumario Pág
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3
1.1.1. O divórcio...............................................................................................................................7
1.1.3. A pré-adolescência.................................................................................................................8
1.6. O papel do professor no processo de aprendizagem do aluno face ao divórcio dos seus pais.
........................................................................................................................................................13
Referências bibliográficas..............................................................................................................21
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INTRODUÇÃO
O divórcio é um fenómeno social complexo que, nas últimas décadas, tornou-se uma
realidade significativa em muitas comunidades, pese embora, este evento, embora afecte
directamente os adultos envolvidos, tem implicações profundas no desenvolvimento psicossocial
das crianças, especialmente na fase pré-adolescente. Essas mudanças não se limitam apenas ao
ambiente familiar, mas também se estendem ao círculo social e escolar, influenciando
directamente sua saúde mental e bem-estar emocional.
Nesta vertente, a transição de um núcleo familiar unido para a separação de pais tem criado
uma série de desafios emocionais e comportamentais em crianças nessa faixa etária demandando
uma análise mais aprofundada dos impactos específicos observados em um contexto cultural
como o de Quelimane, sendo que em muitos casos, as crianças pré-adolescentes enfrentam
mudanças significativas em suas vidas após o divórcio dos pais culminado assim com
comportamento e atitude fora do normal.
Delimitação do estudo
A delimitação do presente estudo se concentra no impacto do divórcio no desenvolvimento
psicossocial de crianças na fase pré-adolescente, especificamente no contexto da cidade de
Quelimane, em Moçambique. A pesquisa quanto ao escopo geográfico, a análise será restrita aos
moradores da cidade de Quelimane, permitindo uma investigação aprofundada e contextualizada
dos aspectos culturais, sociais e económicos específicos dessa localidade com intuito de capturar
tanto as experiências subjectivas das crianças quanto os impactos objectivos nas relações
familiares.
Problematização
A incidência do divórcio e dos potenciais efeitos negativos daquele sobre as crianças, têm
merecido atenção empírica e teórica desde há várias décadas. Portanto, na região africana, o
impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-adolescentes, reflecte
desafios enfrentados em um contexto mais amplo. A influência de factores socioeconómicos e
culturais pode acentuar o estresse emocional nas crianças, que muitas vezes enfrentam mudanças
abruptas na estrutura familiar, impactando sua estabilidade emocional e social e criando desse
modo comportamentos desastrosos nas crianças que passam por este problema social. (Mason,
1999 citados por Mitcham-Smith & Henry, 2007).
Justificativa
A escolha do tema é motivada pela crescente incidência de divórcios na sociedade
contemporânea e a necessidade de compreender as implicações específicas desse fenómeno nas
crianças pré-adolescentes. A complexidade desse período de transição na vida das crianças,
aliada à dinâmica única da cidade de Quelimane, sugere a importância de explorar como factores
culturais e sociais locais podem influenciar esse impacto.
Este estudo é fundamental do ponto de vista académico, pois preenche uma lacuna no
conhecimento científico sobre o desenvolvimento psicossocial de crianças pré-adolescentes em
contextos de divórcio, especificamente em Quelimane e deste modo contribuirá para o
enriquecimento da literatura existente a nível da arena académica, oferecendo informações
valiosos que podem informar teorias e práticas no campo da psicologia do desenvolvimento.
A relevância social deste estudo reside na capacidade de fornecer informações cruciais para
profissionais da saúde, assistentes sociais e educadores em Quelimane. Compreender os efeitos
do divórcio nessas crianças permitirá o desenvolvimento de intervenções e políticas mais
eficazes, adaptadas às necessidades específicas da comunidade. Além disso, a pesquisa pode
servir como base para campanhas de sensibilização, visando diminuir o estigma associado ao
divórcio e promover um ambiente de apoio para as famílias afectadas.
Por fim, a atenção às crianças directamente afectadas pela separação dos pais é uma
consideração ética e humana essencial e este estudo visa também compreender como o divórcio
influencia seu desenvolvimento psicossocial permitindo a implementação de estratégias de apoio
específicas, visando mitigar possíveis consequências negativas e promover um ambiente mais
saudável para o crescimento dessas crianças.
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Objectivos
Geral
Compreender o impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-
adolescentes na cidade de Quelimane.
Específicos
Identificar as manifestações emocionais e comportamentais em crianças pré-adolescentes
após o divórcio dos pais da cidade de Quelimane;
Descrever a influência do divórcio no desenvolvimento Psicossocial das crianças da
cidade de Quelimane;
Propor estratégias de suporte para o ajuste pós-divórcio nas crianças da cidade de
Quelimane.
Questões norteadoras
1. Quais são as manifestações emocionais mais frequentes em crianças pré-adolescentes
após o divórcio de seus pais?
2. Como o divórcio dos pais influencia o desenvolvimento psicossocial das crianças na
cidade de Quelimane?
3. Quais estratégias podem ser propostas para apoiar o ajuste emocional das crianças pré-
adolescentes após o divórcio em Quelimane?
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Para (Fowler, 2002, p.57), o divórcio é um processo legal que dissolve oficialmente o
vínculo matrimonial entre duas pessoas casadas, encerrando o casamento de forma legalmente
reconhecida. Em outras palavras, o divórcio põe fim ao estado civil de casados de um casal. Isso
envolve questões legais e financeiras, como a divisão de bens, a determinação da guarda dos
filhos (se houver) e o estabelecimento de pensão alimentícia ou apoio financeiro.
Nesta vertente, o divórcio pode ter impactos significativos não apenas nas vidas das
pessoas directamente envolvidas, mas também nas famílias, nas redes de apoio social e em outras
áreas da vida. Por esse motivo, é aconselhável buscar apoio emocional, jurídico e, se necessário,
terapia durante esse processo, para garantir que todas as partes envolvidas possam navegar de
maneira saudável e construtiva por essa transição.
psicossocial como um processo pelo qual as pessoas aprendem a partir das interacções sociais e
se envolvem em auto-regulação comportamental.
1.1.3. A pré-adolescência
Adolescente é uma fase de reestruturação afectiva e intelectual da personalidade, um
processo de individualização e de transformação fisiológicas a integração do corpo sexuado.
Fowler, (2002, p.77), afirma que a pré-adolescência “é a fase mais crítica para se lidar
com o divórcio. Isso ocorre, porque o pré-adolescente já entende o que está acontecer, mas ainda
não tem recursos emocionais para lidar com isso”.
Segundo o autor acima citado, a separação dos pais implica em uma mudança brusca no
quotidiano de todos, principalmente no dos filhos:
É importante reconhecer que esses sofrimentos são importantes para ele. Isso inclui ajudá-
lo a nomear os sentimentos, como tristeza e raiva, dar um rumo a ele, ajudá-lo a viver com mais
leveza e como pré-adolescente ou adolescente que é, pois não é seu papel resolver o conflito
entre os pais. Dar limites significa dizer não, sempre que necessário, e ajudá-lo a lidar com sua
agressividade, se for o caso. A orientação para os pais é fazer o mesmo. Muda somente a forma
de fazer, (Fowler, 2002, p.77).
O vínculo que uniu o casal, os sentimentos que nutriam ou ainda nutrem um pelo outro, a
forma como se deu a separação e a superação ou não das problemáticas emocionais conjugais,
mostram-se ligadas à forma como se dá a co-parentalidade. Se não houve um vínculo importante
entre o marido e a mulher, se os filhos não foram fruto de uma escolha mútua, se a separação foi
conflituosa ou não consensual e/ou se um dos ex-cônjuges ainda tem forte vínculo afectivo -
sexual pelo outro, é muito provável que haja um afastamento parental ou um exercício coparental
problemático.
Os elos de ligação entre pais e filhos, antes e depois do fim do casamento, parecem
também determinar a coparentalidade. Este aspecto mostrou-se relevante na relação do pai com
os filhos, parecendo que às mães esse vínculo é natural. A coabitação também mostrou estar
fortemente relacionada com a forma da coparentalidade. As mães têm mais práticas educativas
individuais do que os pais por morarem com os filhos, bem como mais envolvimento directo com
eles em função disso. Os pais evidenciam maior envolvimento indirecto com os filhos devido a
não coabitarem com eles.
sozinha, algumas atitudes em relação ao filho, que deixe de valorizar ou de exercer uma
coparentalidade com o ex-companheiro (Margolin et al. 2005, p.43).
Para Shapiro & Lambert (1999, p.55) citado por Dantas, Jablonski & Féres-Carneiro,
(2004, p.36) a guarda compartilhada dos filhos, após a separação dos pais parece ser a que
propicia uma maior qualidade na relação entre o pai e seus filhos. Tanto a co-residência quanto a
permanência do casamento é visto de forma benéfica e positiva, pois mantêm os pais biológicos
envolvidos em todos os aspectos da vida de seus filhos. Assim, não seria o divórcio que distancia
os pais de seus filhos, mas o facto de os filhos já não morarem com seus pais.
Os dados relativos a essa pesquisa apontaram para o papel limitado exercido pelos pais
que não moram com seus filhos. No entanto, em caso de separação recente, é mais provável que a
criança se encontre um número maior de vezes com o pai/mãe que não obtém a guarda Aqui,
vemos em relação ao progenitor não detentor da guarda, que a participação nos trabalhos
escolares ou em actividades diárias é praticamente inexistente, restringindo seu contacto ao
entretenimento, excluindo-se da rotina de cuidados e da educação dos filhos.
De acordo com um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, filhos que
passam por essa experiência quando são mais novos tendem a ter um relacionamento mais
instável com seus pais na vida adulta do que as crianças que enfrentam uma situação de divórcio
mais tarde. Ainda segundo a pesquisa, o impacto negativo de um divórcio pode ser menor na
relação do filho com quem ficou com a sua guarda.
Associado ao divórcio parental, está o conflito parental, como causador de aspectos que
influenciam o bem-estar da criança, incluindo transtornos na conduta, ansiedade e agressão
(Grych & Fincham, 1990, p.47).
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Aseltine (1996 citado por Houseknecht & Hango 2006, p.87) constatou que os adolescentes
cujos pais se tinham separado e/ou viviam apenas com um dos pais, eram ligeiramente mais
deprimidos do que os adolescentes de famílias intactas e reconstituídas. Salientou ainda que para
alguns jovens, o divórcio continua a ser uma problemática na adolescência.
Para o adulto, situações de conflito como consumos de drogas, álcool, depressões, violência
doméstica podem ser agravadas durante este processo provoca comportamento inadequados que
recaem sobre a criança, que é a mais afectada no meio deste conflito. A sua imaturidade
cognitiva não lhes permite compreender completamente a situação perante a súbita mudança que
opera na família, é normal que a criança se mostre apreensiva” (Idem, 2015, p.65).
Nesta fase, a criança transborda vários sentimentos, que podem ir desde a raiva, “que pode
estar direccionada para os objectos, o próprio, ou para os pais”, o ciúme que é bastante sentido
quando “o pai ou a mãe arranja um/uma namorado/a,” o medo principalmente da perda, “da
perda do amor dos pais, da exclusividade nos seus corações quando tem de dividir o espaço e
carinho por outros irmãos”, o silêncio que surge “porque a criança tem medo de ser magoada de
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novo, ou porque que evitar qualquer contacto com os pais, devido a um ressentimento face a
estes” (Fernandes & Maia, 2015, p.65).
Embora possam fazer esforços neste sentido, e os pais tentem ter uma atitude correcta, a
criança tem dificuldades em perceber o que sente, e muitas das vezes tem atitudes regressivas,
voltando a ter medos ou pesadelos. Estas consequências podem ser prevenidas, segundo a
Direcção Geral de Saúde, em situações de divórcio os pais devem estar atentos às diferenças dos
filhos, tentando diminuir a pressão que recai em cima deles.
A criança deve sentir que continua a ter um papel importante na vida dos pais. Para isso
nenhum dos dois deve pedir à criança que tome partido de algum dos lados, nem pedir
informações à criança acerca do seu ex-cônjuge e muito menos tornar a criança o mensageiro
entre eles, (Idem, 2015, p.65).
Nesta vertente, o divórcio trás consigo varias consequências desde desestruturação emocional,
rebaixamento na auto-estima, medo, angústia, tristeza, insegurança, insónia e
isolamento são alguns dos sentimentos e emoções que passam a povoar o universo de muitas
pessoas divorciadas, sobretudo nos dois primeiros anos após a separação.
A família tem sido compreendida como o principal espaço de socialização do ser humano.
Ela é o espaço onde a criança se desenvolve, cresce, e passa por um longo processo de
apropriação da cultura de um determinado povo, de uma dada sociedade. Nesse sentido, a relação
familiar garante à criança pequena a apropriação de hábitos, culturas e também faz com que a
criança consiga sobreviver por meio da atenção de suas necessidades básicas, mais emergentes
(Vygotski, 1994, p.79).
No entanto, sabemos que o conceito de família é algo que também está em constante
construção e reconstrução. Dessa maneira, é importante aqui salientar que o entendimento de
família é mutável. Hoje, vivenciamos nos novos arranjos familiares, o que resulta no fato de que
as famílias de composição heterossexual não sejam os únicos formatos presentes na sociedade
brasileira.
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Para tanto, o papel da família, guardadas as restrições nos contextos específicos, ainda deve
ser o de mediar o desenvolvimento infantil. Isso incluiu, a nosso ver, o subsídio na área
educacional, pedagógica, uma vez que o desenvolvimento da aprendizagem também é um
aspecto que demarca o desenvolvimento infantil, (Moreno, 2001).
1.6. O papel do professor no processo de aprendizagem do aluno face ao divórcio dos seus
pais.
Moreira (2010) declara que o professor tem um papel fundamental na vida do aluno um
desses papéis é o de ser mediador do conhecimento e incentivar a criticidade do aluno para que
ele possa desenvolver sua percepção e se insira melhor ao meio social em que vive.
Oliveira (2008 citado por Moreira 2010), afirma “se assim ocorrer, a família terá no
professor alguém que lhe ajude a pensar sobre seu próprio filho e a se fortalecer como recurso
privilegiado do desenvolvimento infantil” (p.40).
A forma com que as professoras intervêm na vida dos alunos quando estes apresentam
conflitos, é muito importante para que se sintam mais compreendidos em todos os aspectos que
constituem o processo do rendimento escolar. Para os pais, é de grande valia que o professor
estabeleça uma relação de compreensão e de afectividade sem deixar de lado o seu compromisso
com o desenvolvimento da criança, o que possibilitará um ambiente favorável para elas poderem
interagir de forma positiva perante aos problemas apresentados. (Moreira, 2010, p.41).
Ainda de acordo com a pesquisa feita por Moreira (2010), em relação à intervenção que
as professoras fazem mediante os conflitos emocionais vividos pelos alunos com pais separados,
a professora D diz que procura conversar com a criança, e que isso se torna melhor quando o
diálogo ocorre.
Souza (2015, p. 7) afirma que “muitas crianças em idade escolar começam a fracassar na
aprendizagem durante o período de separação dos pais e até mesmo por um longo tempo após o
divórcio. É o elo que se perde, o porto seguro que já não existe”.
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A autora afirma ainda que a escola tem um papel muito importante neste período, porque
ela precisa estar alerta aos sinais que o aluno dá, principalmente por meio de seu rendimento,
tornando-se de extrema importância que a escola alerte os pais para o que está acontecendo, e
posteriormente faça os encaminhamentos necessários. É importante também um profissional
psicopedagogo junto aos especialistas, pois este profissional ajudará a encontrar meios para
ajudar a criança.
Há crianças que no momento da separação dos pais se debatem sozinhas num impasse e são
essas as que mais sofrem com as consequências a vários níveis. (Berger, 1998, p.67).
Liberman (1979 citado em Berger 1998, p.87) divide os problemas mais comuns na prática
clínica de psicologia em três tipos de problemas: a identificação com o progenitor que se diz
lesado, a recusa da separação do casal e as perturbações de representação.
No que se refere ao primeiro, Frerenczy (1933, p.98) caracteriza-se por um dos progenitores
fazer do filho o receptor da sua infelicidade, transformando-o no seu terapeuta auxiliar, em
detrimento dos interesses da criança.
No que diz respeito à segunda problemática, a grande maioria dos filhos de pais separados
fica com saudades do período em que os pais viviam e tinham as rotinas juntas, mostrando
muitas vezes a sua angústia com uma má disposição com duração variável, recusando-se por
exemplo a obedecer. Esta é a forma que a criança tem para demonstrar a tensão causada pela
situação, sem contudo, isso manifestar necessariamente um carácter patológico (Berger, 1998,
p.65).
citado por Nunes-Costa, Lamela & Figueiredo, 2009:92). Estes por sua vez, estão associados ao
risco para o desenvolvimento de problemas de ajustamento das crianças à separação.
Uma trajectória desajustada após a separação dos pais, com variáveis mediadoras da própria
criança e aos recursos ambientais disponíveis para ela, poderá resultar num padrão
comportamental de interacções distinto do normativo com os progenitores e, posteriormente, com
outras pessoas. A literatura reporta para o facto de que indivíduos que experienciaram a
separação dos pais apresentam mais problemas de internalização e de externalização do que
aqueles que nunca vivenciaram.
Erikson, (1972) & Santrock (2001), defendem que os problemas mais comuns relatados em
consultório com as crianças nas situações de pais divorciados estão entre:
Uso de drogas: muitas regras sociais e culturais estão envolvidas nesse caso,
inclusive o próprio aprendizado através de modelos em casa, como quando um
parente sofre de algum tipo de dependência, e, também, das próprias sensações
fisiológicas causadas por determinada substância;
A Sexualidade: problemas de ordem sexual geralmente englobam uma gravidez que
não foi planejada ou a ocorrência de uma relação homossexual, por exemplo;
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A partir das conversas e análises dos episódios em sessão, estima-se que o paciente pratique
as atitudes discutidas fora do consultório e tenha mais controle sobre seus comportamentos
(atitudes, sentimentos, pensamentos, dentre outros), chegando à vida adulta de maneira mais
tranquila e sem tantas inseguranças e crenças que, geralmente, a adolescência acarreta.
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(1996, p.68), explicam que, a pesquisa bibliográfica tem como objectivo encontrar respostas aos
problemas formulados e o recurso é a consulta dos documentos bibliográficos.
Para a abordagem do tema do presente trabalho será necessário porque a autora recorrerá a
algumas referências bibliográficas em função a realidade da área de modo a espelhar com maior
precisão teoricamente ao impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-
adolescentes onde incluirá revisão de estudos académicos, livros, artigos e documentos
relacionados ao tema, proporcionando uma base sólida para a construção do referencial teórico..
Entrevista Semi-estruturada
A escolha da entrevista semi-estruturada como instrumento de recolha de dados se
justificará pela natureza complexa e subjectiva do impacto do divórcio no desenvolvimento
psicossocial de crianças pré-adolescentes. Este método oferecerá a flexibilidade necessária para
explorar a diversidade de experiências, percepções e emoções das crianças, pais e encarregados
de forma aprofundada em relação a temática, cujo serão elaborados guiões pré-elaborados de
questões de modo a garantir consistência nos tópicos abordados.
Consulta Bibliográfica
A consulta bibliográfica será uma etapa fundamental para fundamentar teoricamente o
estudo sobre o impacto do divórcio nas crianças pré-adolescentes. Através desta técnica, buscar-
se-á compreender as teorias existentes sobre os efeitos do divórcio nas crianças, identificar
factores de risco e protecção, bem como explorar intervenções e abordagens que tenham sido
previamente estudadas. Além disso, a consulta bibliográfica contribuirá para a contextualização
do estudo no panorama mais amplo da psicologia do desenvolvimento, auxiliando na formulação
de hipóteses e na identificação de lacunas de conhecimento que o presente estudo poderá
preencher.
Participantes da pesquisa
Como não será possível trabalhar com todos eles, o pesquisa será constituído com 15
participantes, dentre eles: 5 Pais e encarregados, 10 Adolescentes residentes na cidade de
Quelimane cujo mesmos serão escolhidos a partir de uma amostragem aleatória por
acessibilidade. A escolha de uma amostragem aleatória por acessibilidade na selecção dos
adolescentes proporcionará uma amostra diversificada, incluindo aqueles mais facilmente
acessíveis para participar do estudo
Apresentação
Fonte: Elaborada pela autora (2023)
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