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UNIVERSIDADE LICUNGO

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL

NAFIÇA RICHATE NAFUCE

IMPACTO DO DIVÓRCIO NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE


CRIANÇAS NA FASE PRÉ-ADOLESCENTE: CASO DA CIDADE DE
QUELIMANE (2022-2023)

Quelimane

2023
NAFIÇA RICHATE NAFUCE

IMPACTO DO DIVÓRCIO NO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DE


CRIANÇAS NA FASE PRÉ-ADOLESCENTE: CASO DA CIDADE DE
QUELIMANE

Projecto de pesquisa a ser apresentada ao Departamento


de Psicologia e Educação, como requisito para
elaboração de monografia para obtenção do grau
académico do curso Licenciatura em Psicologia
Educacional

Supervisor: Prof. Doutor Cremildo Jorge

Quelimane

2023
Sumario Pág
INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEORICA...........................................................................7

1.1. Conceitos básicos......................................................................................................................7

1.1.1. O divórcio...............................................................................................................................7

1.1.2. Desenvolvimento psicossocial...............................................................................................7

1.1.3. A pré-adolescência.................................................................................................................8

1.2. Relação pais filhos pré/pós divórcio.........................................................................................9

1.3. Impacto do divórcio no desenvolvimento psicológico da criança..........................................10

1.4. Consequências do divórcio.....................................................................................................11

1.5. Importância da família para o desenvolvimento psicológico da criança................................12

1.6. O papel do professor no processo de aprendizagem do aluno face ao divórcio dos seus pais.
........................................................................................................................................................13

1.7. Perspectiva clínica do divórcio nas crianças...........................................................................14

1.7.1. Psicoterapia para Adolescentes............................................................................................15

CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.........................................................17

2.1. Tipo de pesquisa......................................................................................................................17

2.2. Técnicas e instrumentos de recolha de dados.........................................................................18

2.3. População e participantes da pesquisa....................................................................................19

2.4. Proposta de Plano de Acção / Cronograma.............................................................................19

2.5. Pressupostos Orçamentais.......................................................................................................20

Referências bibliográficas..............................................................................................................21
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INTRODUÇÃO
O divórcio é um fenómeno social complexo que, nas últimas décadas, tornou-se uma
realidade significativa em muitas comunidades, pese embora, este evento, embora afecte
directamente os adultos envolvidos, tem implicações profundas no desenvolvimento psicossocial
das crianças, especialmente na fase pré-adolescente. Essas mudanças não se limitam apenas ao
ambiente familiar, mas também se estendem ao círculo social e escolar, influenciando
directamente sua saúde mental e bem-estar emocional.

Portanto, o divorcio em Moçambique tem um impacto significativo no desenvolvimento


psicossocial das crianças pré-adolescentes, sendo que nessa fase crucial de formação de
identidade, a reestruturação familiar decorrente do divórcio pode desencadear reacções
emocionais intensas culminando com comportamento desastrosos nos adolescentes devido a falta
de suporte psicossocial adequado e recursos que exacerbam os desafios emocionais enfrentados
por essas crianças.

Nesta vertente, a transição de um núcleo familiar unido para a separação de pais tem criado
uma série de desafios emocionais e comportamentais em crianças nessa faixa etária demandando
uma análise mais aprofundada dos impactos específicos observados em um contexto cultural
como o de Quelimane, sendo que em muitos casos, as crianças pré-adolescentes enfrentam
mudanças significativas em suas vidas após o divórcio dos pais culminado assim com
comportamento e atitude fora do normal.

Portanto, a pesquisa intitulado “Impacto do Divórcio no Desenvolvimento Psicossocial de


Crianças na fase Pré-Adolescente: Caso da Cidade de Quelimane” objectiva compreender
impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-adolescentes na cidade de
Quelimane com intuito de propor estratégias de suporte para o ajuste pós-divórcio nas crianças da
cidade de Quelimane.

A escolha do tema é fundamentada na relevância social e psicológica dessa temática, cujo


divórcio, actualmente tem sido visto como um fenómeno cada vez mais presente na sociedade
contemporânea e isto tem suscitado preocupações sobre seu impacto nas crianças em fase pré-
adolescente, sendo que este período crucial para o desenvolvimento psicossocial tem sido o alvo
de vária turbulência em termos geral, e esta pesquisa oferecerá informações contundentes no
apoio psicossocial voltadas para essa população vulnerável.
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Delimitação do estudo
A delimitação do presente estudo se concentra no impacto do divórcio no desenvolvimento
psicossocial de crianças na fase pré-adolescente, especificamente no contexto da cidade de
Quelimane, em Moçambique. A pesquisa quanto ao escopo geográfico, a análise será restrita aos
moradores da cidade de Quelimane, permitindo uma investigação aprofundada e contextualizada
dos aspectos culturais, sociais e económicos específicos dessa localidade com intuito de capturar
tanto as experiências subjectivas das crianças quanto os impactos objectivos nas relações
familiares.

Problematização
A incidência do divórcio e dos potenciais efeitos negativos daquele sobre as crianças, têm
merecido atenção empírica e teórica desde há várias décadas. Portanto, na região africana, o
impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-adolescentes, reflecte
desafios enfrentados em um contexto mais amplo. A influência de factores socioeconómicos e
culturais pode acentuar o estresse emocional nas crianças, que muitas vezes enfrentam mudanças
abruptas na estrutura familiar, impactando sua estabilidade emocional e social e criando desse
modo comportamentos desastrosos nas crianças que passam por este problema social. (Mason,
1999 citados por Mitcham-Smith & Henry, 2007).

Diversos estudos têm se dedicado a investigar a complexibilidade da relação entre o


divórcio e o desenvolvimento psicossocial de crianças na fase pré-adolescente. Em uma análise
conduzida por Amato (2001) no seu estudo intitulado divorcio e suas implicações no
desenvolvimento do adolescente revelaram que crianças provenientes de famílias divorciadas
apresentam, em média, o divorcio como a causa de desenvolvimento psicossocial pré-
adolescente, criando assim problemas comportamentais, psicológicos e sociais em comparação
com aquelas que vivem em famílias intactas.

Na actualidade, principalmente na cidade de Quelimane, verifica-se maior número de


divórcio, e isto nalgumas vezes tem gerado grandes mudanças na vida das crianças, sendo que a
separação dos pais é muitas vezes a primeira grande mudança na vida da criança, pese embora,
esse evento perturbador tem alterado drasticamente o futuro familiar, causando uma perda de
entendimento, como ansiedade, depressão, dificuldades na aprendizagem e também sofrimento
decorrente da ausência/perda de um dos progenitores, que poderá gerar inúmeros conflitos para
essa criança. Diante destes cenários mencionados, levantamos a seguinte questão:
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 Qual é o impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-


adolescentes na cidade de Quelimane?

Justificativa
A escolha do tema é motivada pela crescente incidência de divórcios na sociedade
contemporânea e a necessidade de compreender as implicações específicas desse fenómeno nas
crianças pré-adolescentes. A complexidade desse período de transição na vida das crianças,
aliada à dinâmica única da cidade de Quelimane, sugere a importância de explorar como factores
culturais e sociais locais podem influenciar esse impacto.

Este estudo é fundamental do ponto de vista académico, pois preenche uma lacuna no
conhecimento científico sobre o desenvolvimento psicossocial de crianças pré-adolescentes em
contextos de divórcio, especificamente em Quelimane e deste modo contribuirá para o
enriquecimento da literatura existente a nível da arena académica, oferecendo informações
valiosos que podem informar teorias e práticas no campo da psicologia do desenvolvimento.

A relevância social deste estudo reside na capacidade de fornecer informações cruciais para
profissionais da saúde, assistentes sociais e educadores em Quelimane. Compreender os efeitos
do divórcio nessas crianças permitirá o desenvolvimento de intervenções e políticas mais
eficazes, adaptadas às necessidades específicas da comunidade. Além disso, a pesquisa pode
servir como base para campanhas de sensibilização, visando diminuir o estigma associado ao
divórcio e promover um ambiente de apoio para as famílias afectadas.

No contexto do curso de Psicologia Educacional, este estudo é altamente relevante, pois


oferece aos estudantes a oportunidade de aplicar teorias e conceitos aprendidos em sala de aula a
um problema real e significativo. A investigação direccionada para o contexto de Quelimane
amplia a compreensão sobre como as dinâmicas locais influenciam a psicologia educacional,
enriquecendo a formação académica e prática dos futuros profissionais.

Por fim, a atenção às crianças directamente afectadas pela separação dos pais é uma
consideração ética e humana essencial e este estudo visa também compreender como o divórcio
influencia seu desenvolvimento psicossocial permitindo a implementação de estratégias de apoio
específicas, visando mitigar possíveis consequências negativas e promover um ambiente mais
saudável para o crescimento dessas crianças.
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Objectivos
Geral
 Compreender o impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-
adolescentes na cidade de Quelimane.

Específicos
 Identificar as manifestações emocionais e comportamentais em crianças pré-adolescentes
após o divórcio dos pais da cidade de Quelimane;
 Descrever a influência do divórcio no desenvolvimento Psicossocial das crianças da
cidade de Quelimane;
 Propor estratégias de suporte para o ajuste pós-divórcio nas crianças da cidade de
Quelimane.

Questões norteadoras
1. Quais são as manifestações emocionais mais frequentes em crianças pré-adolescentes
após o divórcio de seus pais?
2. Como o divórcio dos pais influencia o desenvolvimento psicossocial das crianças na
cidade de Quelimane?
3. Quais estratégias podem ser propostas para apoiar o ajuste emocional das crianças pré-
adolescentes após o divórcio em Quelimane?
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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEORICA


1.1. Conceitos básicos
1.1.1. O divórcio
Segundo Amaro e Fausto (2014), o divórcio é o "rompimento legal e definitivo do vínculo
de casamento civil. É uma das três maneiras de dissolver um casamento, além da morte de um
dos cônjuges" (p. 77).

Ainda Fausto (2014), considera que o divórcio é:


Válvula de escape para as tensões que surgem
inevitavelmente do facto de duas pessoas terem de viver
juntas.”O tema divórcio sugere mal-estar, sofrimento.
Significa o fim de uma promessa, de um projecto de vida.
Contudo, o divórcio não é necessariamente uma “coisa má”.

Para (Fowler, 2002, p.57), o divórcio é um processo legal que dissolve oficialmente o
vínculo matrimonial entre duas pessoas casadas, encerrando o casamento de forma legalmente
reconhecida. Em outras palavras, o divórcio põe fim ao estado civil de casados de um casal. Isso
envolve questões legais e financeiras, como a divisão de bens, a determinação da guarda dos
filhos (se houver) e o estabelecimento de pensão alimentícia ou apoio financeiro.

Nesta vertente, o divórcio pode ter impactos significativos não apenas nas vidas das
pessoas directamente envolvidas, mas também nas famílias, nas redes de apoio social e em outras
áreas da vida. Por esse motivo, é aconselhável buscar apoio emocional, jurídico e, se necessário,
terapia durante esse processo, para garantir que todas as partes envolvidas possam navegar de
maneira saudável e construtiva por essa transição.

1.1.2. Desenvolvimento psicossocial


Segundo Sarmento, (2004, p.38), O desenvolvimento psicossocial refere-se ao processo
pelo qual os indivíduos desenvolvem habilidades, atitudes, comportamentos e interacções sociais
ao longo de suas vidas. É uma abordagem que integra os aspectos psicológicos (mente, emoções,
cognição) e sociais (interacções com outras pessoas, relações, sociedade) do desenvolvimento
humano.

Na percepção de Albert Bandura: enfatizou a importância da aprendizagem social e da


observação de modelos para o desenvolvimento psicossocial. Ele definiu o desenvolvimento
8

psicossocial como um processo pelo qual as pessoas aprendem a partir das interacções sociais e
se envolvem em auto-regulação comportamental.

Pese embora James Marcia: desenvolveu a teoria da identidade de desenvolvimento,


focando no desenvolvimento da identidade durante a adolescência. Ele definiu o
desenvolvimento psicossocial como um processo de exploração e compromisso, no qual os
jovens passam por uma crise de identidade para encontrar um senso estável de quem são.

Essas definições ilustram a ideia geral de que o desenvolvimento psicossocial é um


processo complexo e interactivo que envolve tanto factores psicológicos quanto sociais,
influenciados por contextos familiares, culturais e sociais. Ele explora como os aspectos
emocionais, cognitivos e sociais interagem para moldar o crescimento e a adaptação dos
indivíduos ao longo da vida.

1.1.3. A pré-adolescência
Adolescente é uma fase de reestruturação afectiva e intelectual da personalidade, um
processo de individualização e de transformação fisiológicas a integração do corpo sexuado.

Segundo W. Stanley (1924) apud Griffa e Moreno (2001, p.12), a pré-adolescência “é o


período que compreende dos 12 ou 13anos ate os 22 ou 24 (adolescente, considerado o “segundo
nascimento” pois é nesses períodos que se manifestam os traços mais desenvolvidos e
essencialmente humanos”.

Fowler, (2002, p.77), afirma que a pré-adolescência “é a fase mais crítica para se lidar
com o divórcio. Isso ocorre, porque o pré-adolescente já entende o que está acontecer, mas ainda
não tem recursos emocionais para lidar com isso”.

Segundo o autor acima citado, a separação dos pais implica em uma mudança brusca no
quotidiano de todos, principalmente no dos filhos:

Ficam perdidas as regras de convivência e, muitas vezes,


demoram para conseguirem lidar com a situação. É difícil
até mesmo para os pais, principalmente se a separação não
ocorrer de forma amigável. É comum, durante esse
processo, os adolescentes chegarem ao consultório de
psicoterapia relatando que precisam falar com alguém. Eles
falam de suas tristezas, culpas, raivas, solidão como se
fossem adultos desamparados e angustiados. O trabalho do
psicólogo clínico é, acima de tudo, acolher as angústias e
9

dar limites. Acolher a angústia significa olhar e ouvir com


atenção os sofrimentos que o paciente traz.

É importante reconhecer que esses sofrimentos são importantes para ele. Isso inclui ajudá-
lo a nomear os sentimentos, como tristeza e raiva, dar um rumo a ele, ajudá-lo a viver com mais
leveza e como pré-adolescente ou adolescente que é, pois não é seu papel resolver o conflito
entre os pais. Dar limites significa dizer não, sempre que necessário, e ajudá-lo a lidar com sua
agressividade, se for o caso. A orientação para os pais é fazer o mesmo. Muda somente a forma
de fazer, (Fowler, 2002, p.77).

1.2. Relação pais filhos pré/pós divórcio


Lambert (1999, p.55), as mães demonstram maior sobre carga com a função parental pós-
divórcio, principalmente relacionada com a guarda e as inevitáveis responsabilidades associadas.
São muitas as relações que se estabelecem entre os factores envolvidos na coparentalidade, desde
questões individuais, relacionais, contextuais e processuais, que coexistem numa dinâmica de
interdependência. Porém, duas questões parecem marcar profundamente o exercício da
coparentalidade pós-divórcio: a conjugalidade e os vínculos emocionais pais-filhos.

O vínculo que uniu o casal, os sentimentos que nutriam ou ainda nutrem um pelo outro, a
forma como se deu a separação e a superação ou não das problemáticas emocionais conjugais,
mostram-se ligadas à forma como se dá a co-parentalidade. Se não houve um vínculo importante
entre o marido e a mulher, se os filhos não foram fruto de uma escolha mútua, se a separação foi
conflituosa ou não consensual e/ou se um dos ex-cônjuges ainda tem forte vínculo afectivo -
sexual pelo outro, é muito provável que haja um afastamento parental ou um exercício coparental
problemático.

Os elos de ligação entre pais e filhos, antes e depois do fim do casamento, parecem
também determinar a coparentalidade. Este aspecto mostrou-se relevante na relação do pai com
os filhos, parecendo que às mães esse vínculo é natural. A coabitação também mostrou estar
fortemente relacionada com a forma da coparentalidade. As mães têm mais práticas educativas
individuais do que os pais por morarem com os filhos, bem como mais envolvimento directo com
eles em função disso. Os pais evidenciam maior envolvimento indirecto com os filhos devido a
não coabitarem com eles.

A coabitação leva, invariavelmente, a maior envolvimento parental directo, embora não


exclua o desenvolvimento de uma coparentalidade saudável, ou seja, não é porque a mãe toma
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sozinha, algumas atitudes em relação ao filho, que deixe de valorizar ou de exercer uma
coparentalidade com o ex-companheiro (Margolin et al. 2005, p.43).

Para Shapiro & Lambert (1999, p.55) citado por Dantas, Jablonski & Féres-Carneiro,
(2004, p.36) a guarda compartilhada dos filhos, após a separação dos pais parece ser a que
propicia uma maior qualidade na relação entre o pai e seus filhos. Tanto a co-residência quanto a
permanência do casamento é visto de forma benéfica e positiva, pois mantêm os pais biológicos
envolvidos em todos os aspectos da vida de seus filhos. Assim, não seria o divórcio que distancia
os pais de seus filhos, mas o facto de os filhos já não morarem com seus pais.

Estudos empíricos mostram que a dissolução conjugal está associada a um conjunto de


problemas sociais como seja diminuição das redes sociais e consequentemente à falta de apoio
social. Numa pesquisa de Furstenberg & Nord (1985, p.69 citado por Dantas 2004, p.53)
concluíram que a maioria dos pais (sem a guarda), após a separação, não procurou manter
contacto regular com os filhos.

Os dados relativos a essa pesquisa apontaram para o papel limitado exercido pelos pais
que não moram com seus filhos. No entanto, em caso de separação recente, é mais provável que a
criança se encontre um número maior de vezes com o pai/mãe que não obtém a guarda Aqui,
vemos em relação ao progenitor não detentor da guarda, que a participação nos trabalhos
escolares ou em actividades diárias é praticamente inexistente, restringindo seu contacto ao
entretenimento, excluindo-se da rotina de cuidados e da educação dos filhos.

1.3. Impacto do divórcio no desenvolvimento psicológico da criança


Um divórcio pode afectar de forma mais negativa a relação entre pais e filhos caso ele
aconteça nos primeiros anos de vida da criança.

De acordo com um novo estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, filhos que
passam por essa experiência quando são mais novos tendem a ter um relacionamento mais
instável com seus pais na vida adulta do que as crianças que enfrentam uma situação de divórcio
mais tarde. Ainda segundo a pesquisa, o impacto negativo de um divórcio pode ser menor na
relação do filho com quem ficou com a sua guarda.

Associado ao divórcio parental, está o conflito parental, como causador de aspectos que
influenciam o bem-estar da criança, incluindo transtornos na conduta, ansiedade e agressão
(Grych & Fincham, 1990, p.47).
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O impacto da ruptura conjugal na criança, o ajustamento emocional, a auto-imagem, o


rendimento familiar, a delinquência juvenil, a monoparentalidade, o desempenho escolar e o
impacto do divórcio parental em futuras relações dos filhos, têm sido um tema de grande
interesse entre os estudiosos da família.

Aseltine (1996 citado por Houseknecht & Hango 2006, p.87) constatou que os adolescentes
cujos pais se tinham separado e/ou viviam apenas com um dos pais, eram ligeiramente mais
deprimidos do que os adolescentes de famílias intactas e reconstituídas. Salientou ainda que para
alguns jovens, o divórcio continua a ser uma problemática na adolescência.

No período subsequente ao divórcio dos pais, a maioria das crianças experimenta


problemas emocionais e de comportamento, incluindo raiva, ressentimento, exigência, ansiedade
e depressão, dificuldades em lidar com a confusão e apreensão, decorrentes da mudança nas
relações na família e mudanças na sua situação de vida.

O divórcio é um acontecimento complexo que pode ser visto a partir de múltiplas


perspectivas. A investigação sociológica tem-se concentrado principalmente nos preditores de
ruptura conjugal, como sendo a classe social, raça, e idade do primeiro casamento (Bumpass, &
Sweet, 1991:91).

1.4. Consequências do divórcio


O divórcio traz sempre consequências na vida dos adultos e das crianças, dependendo da
forma como os progenitores gerem a situação e da forma como a transmitem e explicam à criança
(Idem, 2015, p.65).

Para o adulto, situações de conflito como consumos de drogas, álcool, depressões, violência
doméstica podem ser agravadas durante este processo provoca comportamento inadequados que
recaem sobre a criança, que é a mais afectada no meio deste conflito. A sua imaturidade
cognitiva não lhes permite compreender completamente a situação perante a súbita mudança que
opera na família, é normal que a criança se mostre apreensiva” (Idem, 2015, p.65).

Nesta fase, a criança transborda vários sentimentos, que podem ir desde a raiva, “que pode
estar direccionada para os objectos, o próprio, ou para os pais”, o ciúme que é bastante sentido
quando “o pai ou a mãe arranja um/uma namorado/a,” o medo principalmente da perda, “da
perda do amor dos pais, da exclusividade nos seus corações quando tem de dividir o espaço e
carinho por outros irmãos”, o silêncio que surge “porque a criança tem medo de ser magoada de
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novo, ou porque que evitar qualquer contacto com os pais, devido a um ressentimento face a
estes” (Fernandes & Maia, 2015, p.65).

Embora possam fazer esforços neste sentido, e os pais tentem ter uma atitude correcta, a
criança tem dificuldades em perceber o que sente, e muitas das vezes tem atitudes regressivas,
voltando a ter medos ou pesadelos. Estas consequências podem ser prevenidas, segundo a
Direcção Geral de Saúde, em situações de divórcio os pais devem estar atentos às diferenças dos
filhos, tentando diminuir a pressão que recai em cima deles.

A criança deve sentir que continua a ter um papel importante na vida dos pais. Para isso
nenhum dos dois deve pedir à criança que tome partido de algum dos lados, nem pedir
informações à criança acerca do seu ex-cônjuge e muito menos tornar a criança o mensageiro
entre eles, (Idem, 2015, p.65).

Nesta vertente, o divórcio trás consigo varias consequências desde desestruturação emocional,
rebaixamento na auto-estima, medo, angústia, tristeza, insegurança, insónia e
isolamento são alguns dos sentimentos e emoções que passam a povoar o universo de muitas
pessoas divorciadas, sobretudo nos dois primeiros anos após a separação.

1.5. Importância da família para o desenvolvimento psicológico da criança


Na visão de Moreno (2001), a família tem um enorme papel na vida de uma criança, sendo
ela sua primeira base e influência. O meio onde ela vive é importante para a construção de sua
conduta. Ela é responsável por ensinar, educar e inserir a criança na sociedade, visto que seus
costumes e modo de vida influenciarão a criança.

A família tem sido compreendida como o principal espaço de socialização do ser humano.
Ela é o espaço onde a criança se desenvolve, cresce, e passa por um longo processo de
apropriação da cultura de um determinado povo, de uma dada sociedade. Nesse sentido, a relação
familiar garante à criança pequena a apropriação de hábitos, culturas e também faz com que a
criança consiga sobreviver por meio da atenção de suas necessidades básicas, mais emergentes
(Vygotski, 1994, p.79).

No entanto, sabemos que o conceito de família é algo que também está em constante
construção e reconstrução. Dessa maneira, é importante aqui salientar que o entendimento de
família é mutável. Hoje, vivenciamos nos novos arranjos familiares, o que resulta no fato de que
as famílias de composição heterossexual não sejam os únicos formatos presentes na sociedade
brasileira.
13

Para tanto, o papel da família, guardadas as restrições nos contextos específicos, ainda deve
ser o de mediar o desenvolvimento infantil. Isso incluiu, a nosso ver, o subsídio na área
educacional, pedagógica, uma vez que o desenvolvimento da aprendizagem também é um
aspecto que demarca o desenvolvimento infantil, (Moreno, 2001).

1.6. O papel do professor no processo de aprendizagem do aluno face ao divórcio dos seus
pais.
Moreira (2010) declara que o professor tem um papel fundamental na vida do aluno um
desses papéis é o de ser mediador do conhecimento e incentivar a criticidade do aluno para que
ele possa desenvolver sua percepção e se insira melhor ao meio social em que vive.

Nesses casos mais difíceis, é preciso que os professores tenham conhecimento e


discernimento para tentarem servir de mediação da aprendizagem. Os professores podem
conduzir, examinando formas de interpor aos problemas apresentados pelos alunos de pais
separados. “O diálogo, a aceitação e o acolhimento, na maioria das vezes, são aceitos pelas
crianças e trazem um retorno significativo para o rendimento na aprendizagem das mesmas”.
(Moreira, 2010, p.40).

Oliveira (2008 citado por Moreira 2010), afirma “se assim ocorrer, a família terá no
professor alguém que lhe ajude a pensar sobre seu próprio filho e a se fortalecer como recurso
privilegiado do desenvolvimento infantil” (p.40).

A forma com que as professoras intervêm na vida dos alunos quando estes apresentam
conflitos, é muito importante para que se sintam mais compreendidos em todos os aspectos que
constituem o processo do rendimento escolar. Para os pais, é de grande valia que o professor
estabeleça uma relação de compreensão e de afectividade sem deixar de lado o seu compromisso
com o desenvolvimento da criança, o que possibilitará um ambiente favorável para elas poderem
interagir de forma positiva perante aos problemas apresentados. (Moreira, 2010, p.41).

Ainda de acordo com a pesquisa feita por Moreira (2010), em relação à intervenção que
as professoras fazem mediante os conflitos emocionais vividos pelos alunos com pais separados,
a professora D diz que procura conversar com a criança, e que isso se torna melhor quando o
diálogo ocorre.

Souza (2015, p. 7) afirma que “muitas crianças em idade escolar começam a fracassar na
aprendizagem durante o período de separação dos pais e até mesmo por um longo tempo após o
divórcio. É o elo que se perde, o porto seguro que já não existe”.
14

A autora afirma ainda que a escola tem um papel muito importante neste período, porque
ela precisa estar alerta aos sinais que o aluno dá, principalmente por meio de seu rendimento,
tornando-se de extrema importância que a escola alerte os pais para o que está acontecendo, e
posteriormente faça os encaminhamentos necessários. É importante também um profissional
psicopedagogo junto aos especialistas, pois este profissional ajudará a encontrar meios para
ajudar a criança.

1.7. Perspectiva clínica do divórcio nas crianças


Vários modelos são utilizados em Psicologia e disciplinas similares numa tentativa de
explicar o divórcio e as mudanças nas taxas de divórcio, dando especial ênfase aos princípios das
mudanças sociais, aprendizagem social, transmissão intergeracional e diferenças pessoais de
personalidade (Bodenmann et al., 2007, p.76).

Há crianças que no momento da separação dos pais se debatem sozinhas num impasse e são
essas as que mais sofrem com as consequências a vários níveis. (Berger, 1998, p.67).

Liberman (1979 citado em Berger 1998, p.87) divide os problemas mais comuns na prática
clínica de psicologia em três tipos de problemas: a identificação com o progenitor que se diz
lesado, a recusa da separação do casal e as perturbações de representação.

No que se refere ao primeiro, Frerenczy (1933, p.98) caracteriza-se por um dos progenitores
fazer do filho o receptor da sua infelicidade, transformando-o no seu terapeuta auxiliar, em
detrimento dos interesses da criança.

No que diz respeito à segunda problemática, a grande maioria dos filhos de pais separados
fica com saudades do período em que os pais viviam e tinham as rotinas juntas, mostrando
muitas vezes a sua angústia com uma má disposição com duração variável, recusando-se por
exemplo a obedecer. Esta é a forma que a criança tem para demonstrar a tensão causada pela
situação, sem contudo, isso manifestar necessariamente um carácter patológico (Berger, 1998,
p.65).

No que se refere às perturbações de representação, são explicadas por várias hipóteses


teóricas como sendo a problemática edipiana.

As crianças expostas a episódios de conflito inter-parental exacerbado apresentam maior


reactividade psicofisiológica, comportamental, cognitiva e emocional (Buchanan & Heiges, 2001
15

citado por Nunes-Costa, Lamela & Figueiredo, 2009:92). Estes por sua vez, estão associados ao
risco para o desenvolvimento de problemas de ajustamento das crianças à separação.

Uma trajectória desajustada após a separação dos pais, com variáveis mediadoras da própria
criança e aos recursos ambientais disponíveis para ela, poderá resultar num padrão
comportamental de interacções distinto do normativo com os progenitores e, posteriormente, com
outras pessoas. A literatura reporta para o facto de que indivíduos que experienciaram a
separação dos pais apresentam mais problemas de internalização e de externalização do que
aqueles que nunca vivenciaram.

1.7.1. Psicoterapia para Adolescentes


Segundo Amato, (1999, p.23), A psicoterapia para adolescente parte do princípio de que o
paciente está inserido em um mundo, ao qual passou a pertencer e deseja ter seu espaço, e, então,
busca-se compreender as relações que foram estabelecidas ao longo de sua vida até chegar à fase
da adolescência.

Portanto, em crianças com pais divorciados, a relação terapeuta-adolescente começa a ser


estabelecida desde a primeira sessão, quando é esclarecido o contrato e, principalmente,
assegurada ao paciente a questão do sigilo absoluto sobre o que for discutido nos atendimentos.
A partir do momento em que o adolescente se sente seguro e passa a confiar no terapeuta, o
processo psicoterapêutico passa a acontecer fluidamente.

A participação de um dos pais/responsáveis é de grande importância para a melhora e/ou


mudanças do adolescente, inclusive, os encontros com o terapeuta têm o objectivo de orientá-los
em relação ao paciente, (Amaro, 2014).

Erikson, (1972) & Santrock (2001), defendem que os problemas mais comuns relatados em
consultório com as crianças nas situações de pais divorciados estão entre:

 Uso de drogas: muitas regras sociais e culturais estão envolvidas nesse caso,
inclusive o próprio aprendizado através de modelos em casa, como quando um
parente sofre de algum tipo de dependência, e, também, das próprias sensações
fisiológicas causadas por determinada substância;
 A Sexualidade: problemas de ordem sexual geralmente englobam uma gravidez que
não foi planejada ou a ocorrência de uma relação homossexual, por exemplo;
16

 A Falta de orientação vocacional: a formação no ensino médio se aproxima e a


dificuldade para descobrir a vocação no mercado de trabalho, aumentando também a
pressão para que uma escolha seja feita;
 Dificuldade para ter independência dos pais: até esta fase da vida (infância), fazia
parte ter os pais sempre por perto para resolver os problemas e lhe assegurar que
tudo seria solucionado, mas agora (adolescência), (Amaro, 2014).

Sendo assim, espera-se que a partir da terapia, o adolescente aprenda alguns


comportamentos que lhe ajudem a lidar com as situações que até então não tinham sido vividas
ainda, como por exemplo, o terapeuta poderá ensiná-lo a olhar o que acontece com ele e à sua
volta por uma óptica “diferente” da sua.

A partir das conversas e análises dos episódios em sessão, estima-se que o paciente pratique
as atitudes discutidas fora do consultório e tenha mais controle sobre seus comportamentos
(atitudes, sentimentos, pensamentos, dentre outros), chegando à vida adulta de maneira mais
tranquila e sem tantas inseguranças e crenças que, geralmente, a adolescência acarreta.
17

CAPÍTULO II: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS


O sucesso de uma pesquisa científica só se concretiza mediante a formulação de uma
metodologia coerente. Deste modo, o capítulo apresenta os aspectos metodológicos, abordando o
tipo de pesquisa onde foram focados quanto a abordagem, quanto aos objectivos e quanto aos
procedimentos metodológicos da pesquisa, técnicas e instrumentos de recolha de dados, universo
e participantes da pesquisa, cronograma de actividade e o orçamento da pesquisa.

2.1. Tipo de pesquisa


 Quanto à Abordagem
Quanto a abordagem a pesquisa será de carácter básico do tipo qualitativo, cujo Gerhardt e
Silveira (2009), considera a pesquisa qualitativa como aquela que não se preocupa com a
representatividade numérica, mas sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo
social, de uma organização, entre outros grupos. Nesta vertente, a pesquisa qualitativa permitirá
uma compreensão aprofundada das experiências, percepções e emoções das crianças diante desse
fenómeno. Portanto, será esta pesquisa oferecerá uma perspectiva rica e contextualizada,
essencial para abordar a natureza multifacetada do impacto do divórcio nas crianças.

 Quanto aos objectivos


Quanto aos objectivos da pesquisa, o estudo será naturalmente de carácter descritivo,
segundo Prodanov e Ernani (2013), este tipo de pesquisa visa descrever as características de uma
determinada população ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Nesta vertente, afirma
também Cervo e Bervian (1996, p.46) que a pesquisa descritiva, “busca conhecer as diversas
situações e relações que ocorrem na vida social, política, económica e demais aspectos do
comportamento humano…”.

Nesta vertente, a pesquisa descritiva permitirá a identificação de padrões, tendências e


relações entre variáveis, contribuindo para um entendimento mais profundo do fenómeno em seu
contexto local onde com o auxílio de ferramentas, o estudo visará mapear as diferentes
dimensões psicossociais do desenvolvimento das crianças após o divórcio. Este enfoque
descritivo permitirá uma análise holística das experiências das crianças e contribuirá para o
desenvolvimento de intervenções mais informadas e personalizadas.

 Quanto aos procedimentos técnicos


Tratando-se da maneira pela qual os dados serão obtidos para a elaboração desta pesquisa, o
presente estudo terá como base a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso, onde Cervo e Bervian
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(1996, p.68), explicam que, a pesquisa bibliográfica tem como objectivo encontrar respostas aos
problemas formulados e o recurso é a consulta dos documentos bibliográficos.

E o estudo de campo, na visão de Richardson (1999, p.35) “procede à observação de factos


e fenómenos exactamente como ocorrem no real, à colecta de dados referentes aos mesmos de
acordo com a realidade vivida no local da pesquisa, constatou-se o problema mediante o vivido
no terreno e que posteriormente foi realizada uma análise comparativa.

Para a abordagem do tema do presente trabalho será necessário porque a autora recorrerá a
algumas referências bibliográficas em função a realidade da área de modo a espelhar com maior
precisão teoricamente ao impacto do divórcio no desenvolvimento psicossocial de crianças pré-
adolescentes onde incluirá revisão de estudos académicos, livros, artigos e documentos
relacionados ao tema, proporcionando uma base sólida para a construção do referencial teórico..

2.2. Técnicas e instrumentos de recolha de dados


De acordo com Marconi & Lakatos, (1999), os instrumentos de colecta de dados foram
materiais produzidos pelo pesquisador, visando facilitar o processo de recolha de informação
necessária no local de pesquisa. Para o presente trabalho, serão privilegiadas as seguintes
técnicas: a entrevista semi-estruturado e a consulta bibliográfica.

 Entrevista Semi-estruturada
A escolha da entrevista semi-estruturada como instrumento de recolha de dados se
justificará pela natureza complexa e subjectiva do impacto do divórcio no desenvolvimento
psicossocial de crianças pré-adolescentes. Este método oferecerá a flexibilidade necessária para
explorar a diversidade de experiências, percepções e emoções das crianças, pais e encarregados
de forma aprofundada em relação a temática, cujo serão elaborados guiões pré-elaborados de
questões de modo a garantir consistência nos tópicos abordados.

Portanto, ao se adoptar estes instrumentos semi-estruturada, espera-se capturar uma gama


rica de informações qualitativas que contribuirão significativamente para a compreensão global
do impacto do divórcio nas vidas das crianças pré-adolescentes em Quelimane. A análise destas
entrevistas fornecerá informações valiosas sobre os mecanismos de adaptação, as necessidades
específicas dessas crianças e as possíveis áreas de intervenção para apoiar o desenvolvimento
psicossocial saudável.
19

 Consulta Bibliográfica
A consulta bibliográfica será uma etapa fundamental para fundamentar teoricamente o
estudo sobre o impacto do divórcio nas crianças pré-adolescentes. Através desta técnica, buscar-
se-á compreender as teorias existentes sobre os efeitos do divórcio nas crianças, identificar
factores de risco e protecção, bem como explorar intervenções e abordagens que tenham sido
previamente estudadas. Além disso, a consulta bibliográfica contribuirá para a contextualização
do estudo no panorama mais amplo da psicologia do desenvolvimento, auxiliando na formulação
de hipóteses e na identificação de lacunas de conhecimento que o presente estudo poderá
preencher.

2.3. População e participantes da pesquisa


 População
Considera-se população, todos os indivíduos ou elementos, com qualquer característica comum e
que estai sujeitos a uma análise estatística, por terem interesse para o estudo (Pocinho, 2009). A
população do presente trabalho será composta pelos jovens, pais e que se encontram na cidade de
Quelimane.

 Participantes da pesquisa
Como não será possível trabalhar com todos eles, o pesquisa será constituído com 15
participantes, dentre eles: 5 Pais e encarregados, 10 Adolescentes residentes na cidade de
Quelimane cujo mesmos serão escolhidos a partir de uma amostragem aleatória por
acessibilidade. A escolha de uma amostragem aleatória por acessibilidade na selecção dos
adolescentes proporcionará uma amostra diversificada, incluindo aqueles mais facilmente
acessíveis para participar do estudo

2.4. Proposta de Plano de Acção / Cronograma


Tempo/Período 2023
Acções a Realizar Fev. -Abril Maio- Julho Ago.- Set. Out. - Nov. Dezembro.
Revisão de literatura
Trabalho de Campo
Análise e Apuramento
Materialização do
Trabalho
Submissão
Avaliação
20

Apresentação
Fonte: Elaborada pela autora (2023)

2.5. Pressupostos Orçamentais


# Descrição do Material Qt. Preço/Unit. Preço Total

1 Resma de Papel 08 360,00 mts. 2.880,00 mts.


2 Esferográficas 30 15,00 mts. 450,00 mts.
3 Bloco de Notas 10 85,00 mts. 850,00 mts.
4 Bostits 15 35,00 mts. 525,00 mts.
5 Embalagens de Mascaras faciais 20 350,00 mts. 7.000,00 mts.
6 Frascos de Álcool em gel 50 95,00 mts. 4.750,00 mts.
7 Garrafas de Água Mineral 60 50,00 mts. 3.000,00 mts.
8 Lanches/Pequenas refeições diárias ------- ----------------- 7.000,00 mts.
9 Adicionais e Diversos ------- ---------------- 23.545,00 mts.
- ---------------------- ------- Total = 50.000,00 mts.
Fonte: elaborada pela autora (2023).
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22

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