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Divórcio
LIVRO PARA PAIS – DIVÓRCIO
INTRODUÇÃO
São muitos, os acontecimentos de vida que são significativos para as crianças. Alguns
Este manual pretende ser um instrumento de ajuda para os pais, que apesar de não
continuarem juntos, continuam a ser pais, e a desejar o melhor para as suas crianças.
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ETÁRIAS
estes são modelos de comportamento para elas. É preciso que os pais preparem a criança
para as mudanças que vão ocorrer e que as regras para as visitas estejam bem definidas
e claras. O principal objectivo neste momento, é deixar claro que o divórcio não tem nada
a ver com o comportamento da criança, que o pai e a mãe continuarão a cuidar dela e
quem se está a separar é o marido e a mulher e não os pais e os filhos. A capacidade que
as crianças pequenas têm de diferenciar a realidade da fantasia é pequena, pelo que podem
Idade Escolar: É importante esclarecer que a criança não tem responsabilidade pela
separação. Nesta fase, a criança tem a fantasia da reconciliação dos pais e pode pensar
que tem o poder de "reunir" o casal. É importante dar espaço para que a criança expresse
seus sentimentos e faça todas as perguntas que sinta serem importantes, pois isso a ajuda a
compreender a separação.
que vão ser processadas na rotina familiar, procurando garantir a continuidade dos vínculos
da custódia deve ser discutida, mas sem que se dispute a "lealdade" a um dos pais.
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A separação dos pais pode ser interpretada como sendo culpa ou responsabilidade da
criança e esta pode sentir-se igualmente responsável pela reconstrução da relação dos
* sentimento de culpa, misturado com o medo de ver os pais separados. Pode mesmo
perguntar-se com frequência “O que é que eu não soube fazer para os meus pais não ficarem
juntos?”, pois aparentemente, só continuam juntos por ele. Por isto, pode achar que não
merece ser amada. Assim, intimamente ligada a discussões dos pais, pode verificar-se uma
Nos adolescentes podem acontecer reacções de raiva, pois a separação dos pais pode
sentimento pode gerar conflito e hostilidade com o pai em algumas situações, como o início de
álcool e drogas.
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Preparem a conversa que irão ter com o vosso filho, no sentido de lhe comunicar o final da vossa
relação conjugal. Esta conversa deverá acontecer quando a decisão de se separarem estiver
devidamente consolidada e pouco tempo antes de um dos elementos do casal deixar o espaço
físico, que anteriormente era partilhado por todos.
O local escolhido para esta conversa deverá ser calmo e a vossa postura deverá permitir o contacto
físico. Um abraço no momento certo ajudará as palavras a "ganharem" mais sentido.
Nessa primeira conversa e em conversas posteriores, sublinhe sempre que, apesar da relação
conjugal ter terminado, o amor que sentem pela criança continuará sempre bem vivo e que
jamais terminará. Ela deverá sentir que é um tesouro na vossa vida e que a separação não altera este
facto.
As razões da separação devem ser explicadas de uma forma muito simples, não sendo necessário
nem aconselhável explicar razões concretas. Concretizar demasiado só servirá para magoar a criança
e para reduzir uma realidade muita vasta e profunda, que nem sempre é possível traduzir por
palavras.
Quando as crianças são pequenas, por vezes, julgam-se culpadas da separação dos pais. Converse
com o seu filho sobre este sentimento, e faça-o compreender que ele não é culpado da separação.
Sentimentos de perda, abandono, raiva, negação e dúvida são frequentes face a uma situação de
divórcio. Por esta razão, é fundamental criar situações em que todos estes sentimentos possam ser
expressos. Prepare-se para as lágrimas, para lhe responder a todas as suas questões de uma forma
verdadeira e clara e sobretudo para o ouvir.
O dia-a-dia da criança deve assemelhar-se, na medida do possível, àquele que ela tinha antes do
divórcio. Grandes alterações do estilo de vida da criança só contribuirão para que esta tenha de se
adaptar ainda a mais situações diferentes, o que só dificultará o processo . Por exemplo, se era o pai
que a levava à escola, isto deverá, se possível, continuar a acontecer.
Denegrir a imagem do outro é pôr à frente dos interesses da criança o seu desejo de retaliação e
vingança. Mantenha os seus conflitos afastados da criança e ajude-a a manter uma imagem positiva
do outro cônjuge. Ela tem o direito de viver com ambos, de ter uma imagem positiva dos dois e de
ser livre de amar todos: avós, tios e, eventualmente, novos companheiros da mãe ou do pai.
Não faça do seu filho um mensageiro entre si e o seu ex-cônjuge. Ele nunca deverá ser o
transmissor de mensagens, quer elas se tratem de dinheiro, férias ou problemas de outra ordem.
Todas as negociações deverão ser feitas directamente pelos pais, nunca envolvendo os filhos neste
tipo de situação.
Os amigos da escola, os primos, os avós, os professores e outras pessoas de quem a criança gosta
podem ser uma grande ajuda neste momento difícil. Os pais devem, por isso, rodear-se dos
familiares e amigos queridos dos filhos. O seu isolamento é a pior opção.
Ambos os pais devem passar o máximo de tempo possível com os filhos. Se tal não for possível a
um dos pais, é importante que o pouco tempo que passem juntos seja de qualidade. Se um pai não
puder estar com o seu filho no mínimo de 15 em 15 dias, é indispensável que fale com ele para lhe
explicar os motivos. Esta informação poderá ser dada via telefone, devendo ser transmitida à
própria criança, e não ao adulto com quem ela vive.
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consideração que não é tanto o divórcio em si que tem consequências negativas, mas sim a
O divórcio não deve ser tratado como um segredo e não se deve menosprezar a
• Tanto o pai, como a mãe são responsáveis pelos filhos. Saber separar os problemas conjugais
• Permita que todos expressem as suas emoções em relação à separação e dê tempo para
• Mantenha os vínculos dos seus filhos com os avós, tios e amigos. Isso é fundamental, para
• O processo de divórcio é muito mais tranquilo se os pais não esperarem que os seus filhos
mensagem que pode “passar” é que até os filhos fazem parte da herança negativa do
casamento.
amor pela criança, esta passará a compreender e acreditar que não é responsável pelo fim do
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• Durante o processo do divórcio toda a família está em crise. Todos se sentem responsáveis
criança ou adolescente.
• Os pais também se sentem culpados. São frequentes os sentimentos: "Se pudesse voltar no
tempo tentariam reconstruir a história de uma outra maneira, para que a família não
tivesse que passar por isto!”.
• Dizer: “Nós vamos ser sempre amigos” . Esta é uma frase muito importante e difícil de
pronunciar no meio de uma crise de separação. Mas é o ponto mais forte. Uma criança que se
vê com uns pais que não se dirigem a palavra, com um pai que o deposita junto ao prédio da
mãe, sem uma palavra ou uma mãe que telefona logo que ele chega a casa do pai e que nem quer
falar com o ex-marido, sentir-se-á dividida entre os ressentimentos dos pais, perguntando-
se qual partido deverá tomar. Será extremamente doloroso ter de se calar acerca de um dos
pais na presença do outro. Não podemos esquecer que no centro de milhares de células que
Ver que os pais são inimigos cria um grande conflito e um problema de integridade
física à criança. Pelo contrário, se a mãe, ao deixá-lo de manhã na escola lhe disser que vai
almoçar com o pai ou se o pai lhe disser: “Sabes, eu gosto muito da tua mãe e vou gostar
sempre, e se ela estiver doente ou precisar de alguma coisa, vai poder contar sempre
comigo.”, o seu filho poderá continuar a viver a sua infância descansado. Ele pensará que a
vida continua com os dois pais que, num dado momento, se amaram ao ponto de o trazerem ao
Há, sem dúvida, muitas formas de gostar: podemos gostar sexualmente, amar, sentir
carinho, afeição amizade… é necessário identificar a sua nova forma de gostar, e o seu filho
instabilidade da família. Não se prenda ao pensamento de que nada valeu a pena e que tudo
poderia ter sido diferente. É importante pensar nas coisas boas que a família viveu, nos filhos
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que essa união gerou e no que pode ser feito daqui para a frente para que as relações
Os nossos filhos precisam que gostemos deles incondicionalmente. Com os seus defeitos e
limitações. Com as suas qualidades e tudo o que têm de melhor.
A nós pais, cabe-nos a tarefa de acompanhá-los no processo de crescimento e
desenvolvimento, ampará-los quando caem e dar-lhes força para continuarem, mas, e
acima de tudo, investir emocionalmente nos nossos filhos tornando-os felizes. Os mais
felizes.
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