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CURSO: PSICOLOGIA

DISCIPLINA: PSICOTERAPIA COMPORTAMENTAL

1) O que é Análise Funcional? Defina.

A análise funcional é uma análise das contingências responsáveis por um comportamento ou por
mudanças neste comportamento, sejam eles comportamentos problemáticos ou aceitáveis. Ela envolve
a identificação das variáveis que evocam e mantêm o comportamento, antes de tratar o problema,
coletando informações sobre os antecedentes e as consequências relacionadas à ocorrência do
comportamento problema. A análise funcional permite ao terapeuta determinar as condições que se
relacionam com um comportamento, identificar a função do problema e prever a ocorrência deste
comportamento com uma certa probabilidade.
A análise funcional envolve a identificação de eventos comportamentais clinicamente relevantes, eventos
ambientais (antecedentes e consequentes), contingências tríplices e a natureza das contingências
envolvidas. Para conduzir uma avaliação funcional, é necessário seguir cinco passos básicos, que
incluem definir precisamente o comportamento de interesse, identificar e descrever o efeito
comportamental, identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e o comportamento de
interesse, identificar relações entre o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes,
e formular predições sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e desses outros
comportamentos sobre o comportamento de interesse.
A análise funcional pode ser conduzida por meio de métodos indiretos, como entrevistas e questionários,
ou por métodos de observação direta, como o registro dos antecedentes, comportamentos e
consequências pelo observador (observação ABC). Além disso, os métodos experimentais, como a
análise funcional exploratória e a análise funcional por teste de hipóteses, também são utilizados para
manipular antecedentes e consequências a fim de observar seu efeito sobre o problema de
comportamento.
Em resumo, a análise funcional é um processo essencial para compreender e abordar comportamentos
problemáticos, permitindo a identificação das variáveis que evocam e mantêm tais comportamentos,
antes de implementar estratégias de intervenção.

2) Como fazer uma Análise Funcional?


Para realizar uma Análise Funcional, é necessário seguir cinco passos básicos
Defina precisamente o comportamento de interesse.
identificar e descrever o efeito comportamental.
identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e comportamento de interesse. identificar
relações entre o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes.
Formular previsões sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e esses outros comportamentos
sobre o comportamento de interesse.
Testar essas predições.
Esses passos são essenciais para compreender e abordar comportamentos problemáticos, permitindo a
identificação das variáveis que evocam e mantêm tais comportamentos, antes de implementar estratégias
de intervenção

3) Qual a importância de fazer uma Análise Funcional?

A importância de fazer uma Análise Funcional está relacionada à compreensão das contingências
responsáveis por um comportamento ou por mudanças neste comportamento, sejam eles
comportamentos problemáticos ou aceitáveis
Uma análise funcional permite ao terapeuta determinar as condições que se relacionam com um
comportamento, identificar a função do problema e prever a ocorrência deste comportamento com uma
certa probabilidade
Além disso, uma análise funcional é essencial para identificar variáveis que evocam e mantêm
comportamentos problemáticos, antes de implementar estratégias de intervenção

4) Quais os métodos utilizados para fazer uma Análise Funcional? Cite-os e descreva-os.

Existem diferentes métodos utilizados para fazer uma Análise Funcional. Entre eles estão:
Métodos Indiretos: Incluem entrevistas e questionários, que são simples de dirigir e não demoram, mas
podem sofrer interferência da memória e da parcialidade.
Métodos de Observação Direta: Inclui o registro dos antecedentes, comportamentos e consequências
pelo observador (observação ABC). Esses métodos podem fornecer informações mais precisas, mas
exigem mais tempo e esforço
Métodos Experimentais: Inclui uma análise funcional exploratória e uma análise funcional por teste de
hipóteses, cujos antecedentes e consequências são manipulados para observar seu efeito sobre o
problema de comportamento
Esses métodos são usados para identificar variáveis que evocam e apresentam comportamentos
problemáticos, antes de implementar estratégias de intervenção

5) Explique como conduzir uma Avaliação Funcional?

Para conduzir uma Avaliação Funcional, é necessário seguir alguns passos. Inicialmente, é importante
realizar uma entrevista comportamental para muitas informações sobre o comportamento de interesse.
Em seguida, é necessário desenvolver hipóteses sobre os antecedentes, comportamentos e
consequências (ABC's) relacionados ao problema de comportamento. Posteriormente, é fundamental
realizar uma avaliação por observação direta para confirmar as hipóteses iniciais sobre os ABC's. Caso
necessário, avaliações adicionais podem ser realizadas para obter mais informações. Por fim, é essencial
realizar uma análise funcional, que envolva identificar as variáveis que evocam e manter o problema de
comportamento, antes de implementar estratégias de intervenção.
Esses passos são fundamentais para compreender e abordar comportamentos problemáticos, permitindo
a identificação das variáveis que evocam e mantêm tais comportamentos, antes de implementar
estratégias de intervenção.

6) De acordo com a Análise do Comportamento, o que é uma Emoção? Explique-a.

De acordo com a Análise do Comportamento, a emoção é definida como uma alteração na predisposição
para ação, ou seja, uma mudança na probabilidade de uma classe de respostas sob controle de uma
classe de estímulos.
As emoções não se referem apenas ao que a pessoa sente, mas sim a toda a alteração no repertório total
do indivíduo, ou seja, as mudanças em um amplo conjunto de comportamentos e operações ambientais.
Em resumo, a emoção, na perspectiva da Análise do Comportamento, é uma alteração na probabilidade
de respostas sob controle de estímulos, que envolve um amplo conjunto de comportamentos e operações
ambientais

7) O que são Episódios Emocionais? Explique-os.

Episódios emocionais, de acordo com a Análise do Comportamento, referem-se a alterações na


predisposição para ação, ou seja, mudanças na probabilidade de respostas sob controle de estímulos.
Essas alterações não se limitam ao que uma pessoa sente, mas abrangem um amplo conjunto de
comportamentos e operações ambientais. Os episódios emocionais são produtos de interação entre
comportamentos operantes e respondentes, e envolvimento tanto eventos públicos quanto privados. Eles
são concretos específicos que podem ser estudados com os conceitos da ciência do comportamento,
incluindo a interação entre comportamento respondente e operante.
8) De acordo com a Análise do Comportamento, quais são as 2 funções exercidas pelo ambiente? Cite
as e descreva-as.

De acordo com a Análise do Comportamento, o ambiente exerce duas funções: a função de estímulo, que
é a capacidade de alterar a probabilidade de ocorrência de respostas, e a função de reforço, que é a
capacidade de alterar a probabilidade de ocorrência de respostas futuras
Zanotelli (2016) discute a perspectiva da Análise do Comportamento sobre as emoções, destacando a
interação entre comportamento respondente e operante. Ela enfatiza que as emoções não são apenas
estados do organismo, mas sim alterações na predisposição para ação. Além disso, abordamos a inter-
relação entre processos operantes e respondentes, e a diferenciação entre eventos públicos e privados.
Ela também destaca a importância de compreender as emoções na clínica comportamental.

9) O que são Operações Motivadoras?

As operações motivadoras são eventos ambientais que afetam o comportamento de um organismo de


duas maneiras. Primeiramente, elas alteraram a efetividade dos estímulos consequentes, ou seja, dos
reforçadores ou punidores. Isso pode ocorrer de duas formas: as operações motivadas estabelecedoras
aumentam a efetividade reforçadora ou diminuem a efetividade punidora da consequência, enquanto as
operações motivadas abolidoras diminuem a efetividade reforçada ou aumentam a efetividade punidora
da consequência.
Além disso, as operações motivadas também modificaram a frequência da classe de respostas que
resultaram nessas consequências. Eles podem ser incondicionados, ou seja, eventos aos quais os
organismos nascem sensíveis, como a privação, a saciação e a estimulação aversiva, ou condicionadas,
eventos aos quais os organismos se tornam sensíveis ao longo de sua história, como o dinheiro.
Essas operações motivadoras exercem diferentes funções em relações comportamentais, evocando
respostas já aprendidas ou alterando o repertório do indivíduo, tornando-o diferente. É importante
ressaltar que a explicação para o comportamento humano está nas histórias de interação do indivíduo
com seu meio, e as operações motivadoras são eventos ambientais que desempenham um papel
fundamental nesse processo.
Em resumo, as operações motivadas são eventos ambientais que afetam o comportamento de um
organismo, alterando a efetividade dos estímulos consequentes e modificando a frequência das
respostas, e podem ser incondicionadas ou condicionadas, exercendo diferentes funções em relações
comportamentais.

10) Quais os tipos de Operações Motivadoras? Cite-as e descreva-as.

Existem dois tipos de Operações Motivadoras: as estabelecedoras e as abolidoras. As operações


motivadoras estabelecidas aumentam a efetividade reforçada ou diminuem a efetividade punidora da
consequência, tornando mais provável a ocorrência de uma classe de respostas. Por outro lado, as
operações motivadas abolidoras diminuem a efetividade reforçada ou aumentam a efetividade punidora
da consequência, tornando menos provável a ocorrência de uma classe de respostas.
As operações motivadoras referem-se a eventos ambientais que afetam o comportamento de duas
maneiras: evocando respostas já aprendidas ou alterando o repertório do indivíduo. Elas podem ser
estabelecidas, aumentando a probabilidade de uma resposta, ou abolidoras, causando essa
probabilidade. Essas transações serão incondicionais, herdadas geneticamente, ou podem condicionais,
adquiridas ao longo da vida. Elas são fundamentais para entender o comportamento humano.

11) De acordo com a Análise do Comportamento, os transtornos psiquiátricos podem ser compreendidos
como comportamentos multideterminados, podendo ter em sua origem e em sua manutenção causas
atribuídas à Filogênese, Ontogênese e Cultura. Explique-as.
Filogênese : Refere-se à história evolutiva da espécie. A análise do comportamento considera que os
seres humanos são "parecidos" com os animais, havendo uma continuidade entre as espécies. Portanto,
é válido estudar organismos mais simples em interações mais simples com o ambiente para ter maior
possibilidade de controle experimental. Além disso, uma observação de comportamentos
psicopatológicos em animais, como depressão, neurose, colite ulcerativa, entre outros, pode revelar
aspectos de controle da psicopatologia humana.

Ontogênese: Refere-se à história de vida do indivíduo. A análise do comportamento considera que o


comportamento psicopatológico, mesmo visto em apenas alguns casos, pode ser explicado pela história
de vida do indivíduo. Procure-se sempre uma ordenação para explicá-lo, e se permanecer é porque
"alguma operação" o mantém. Além disso, a baixa autoestima, por exemplo, pode ser compreendida a
partir da história de vida do indivíduo.

Cultura : Refere-se ao ambiente social e cultural em que o indivíduo está inserido. A análise do
comportamento considera que o comportamento é ordenado e obedece a critérios, e a explicação para o
comportamento psicopatológico pode ser encontrada na cultura e na história de vida do indivíduo. Além
disso, a sensibilidade ao pareamento entre estímulos, que é uma característica do comportamento
respondente condicionado, está relacionada à cultura e ao ambiente social.

12) Quais os principais pressupostos sobre os transtornos psiquiátricos e a análise do comportamento?


Cite-os e descreva-os.

Filogênese : Refere-se à história evolutiva da espécie. A análise do comportamento considera que os


seres humanos são "parecidos" com os animais, havendo uma continuidade entre as espécies. Portanto,
é válido estudar organismos mais simples em interações mais simples com o ambiente para ter maior
possibilidade de controle experimental.

Ontogênese : Refere-se à história de vida do indivíduo. A análise do comportamento considera que o


comportamento psicopatológico, mesmo visto em apenas alguns casos, pode ser explicado pela história
de vida do indivíduo. Procure-se sempre uma ordenação para explicá-lo, e se permanecer é porque
"alguma operação" o mantém.

Cultura : Refere-se ao ambiente social e cultural em que o indivíduo está inserido. A análise do
comportamento considera que o comportamento é ordenado e obedece a critérios, e a explicação para o
comportamento psicopatológico pode ser encontrada na cultura e na história de vida do indivíduo. Essas
premissas destacam a importância de considerar a evolução da espécie, a história de vida do indivíduo e
o ambiente cultural em que está inserido para compreender os transtornos psiquiátricos sob a
perspectiva da análise do comportamento

13) O que é comportamento cognitivo?

O comportamento cognitivo refere-se a comportamentos eliciados por estímulos do ambiente ou


operantes, que são interrompidos ou diminuídos por suas consequências. Na Análise do Comportamento,
toda resposta operante é funcional e está ocorrendo e sendo controlada por algum reforçador. Além
disso, no encadeamento comportamental, os pensamentos também podem gerar estímulos antecedentes
ou consequências para outras respostas. Comportamentos cognitivos são comportamentos privados, e
apenas o organismo que os emite tem acesso a eles.

14) Quais as funções de comportamentos cognitivos? Cite-as e descreva-as.

Estímulo Condicionado para respondentes: Os pensamentos eliciam respostas fisiológicas, como


taquicardia, tremores e tensão muscular, que podem ser nomeadas como ansiedade, medo, entre outras
emoções.
Estímulo discriminativo para comportamentos desejáveis: Os pensamentos podem funcionar como
autoinstruções ou autorregras, orientando o indivíduo a realizar comportamentos desejáveis, como
decidir lavar a louça rapidamente para chegar ao tempo para uma aula.
Consequência de outros comportamentos: Os pensamentos podem levar a autoelogios ou autocríticas
em relação aos comportamentos realizados, como pensar "Não acredito que falei isso para ela, eu quero
me bater!" ou "Ele mereceu ter ouvido o que eu falei".
Essas funções demonstram como os comportamentos cognitivos podem influenciar as respostas
fisiológicas, orientar ações e influenciar as consequências dos comportamentos realizados.
Modificação do comportamento cognitivo Funções do Comportamento Cognitivo.

15) Quais os procedimentos/técnicas utilizados para modificação do comportamento cognitivo?

Os procedimentos e técnicas utilizados para a alteração do comportamento cognitivo incluem:


Treino de Habilidades Cognitivas de Enfrentamento ou Treinamento Autoinstrucional: Consiste em três
etapas básicas. A primeira etapa é identificar a situação-problema e definir o comportamento mais
adequado para aquela situação. A segunda etapa é identificar as autoinstruções que serão mais úteis na
situação-problema. E a terceira etapa é usar o treinamento de habilidades no ensino da autoinstrução,
promovendo a generalização das respostas desejáveis.
Reestruturação Cognitiva: Consiste em três etapas básicas. A primeira etapa é ajudar o paciente a
identificar os pensamentos angustiantes e as situações em que ocorrem. A segunda etapa é ajudar o
paciente a identificar quais respostas são eliciadas pelos pensamentos. E a terceira etapa é ajudar o
paciente a cessar os pensamentos angustiantes fazendo-o apresentar pensamentos mais desejáveis.
Treino de Habilidades Cognitivas de Enfrentamento: Envolve o ensino de novos comportamentos
cognitivos que serão usados para promover comportamentos públicos desejáveis. O terapeuta irá ensinar
ao paciente autoafirmações específicas, como autorregras, para lidar com situações desafiadoras.
Essas técnicas visam ajudar o paciente a identificar, compreender e modificar os pensamentos
angustiantes, atualizando-os por pensamentos mais adaptativos e desejáveis, com o objetivo de
promover comportamentos mais saudáveis e adaptativos.

16) Quais as etapas básicas que consiste na Reestruturação Cognitiva? Cite-as e descreva-as.

A Reestruturação Cognitiva consiste em três etapas básicas:


Ajudar o paciente a identificar os pensamentos angustiantes e as situações em que ocorrem. Durante a
sessão, isso pode depender da memória e da atenção do paciente para saber o que pensou e em quais
situações. Outra forma é pedir que o paciente faça o automonitoramento, registrando as situações,
pensamentos e outras respostas e consequências.
Ajudar o paciente a identificar quais respostas são eliciadas pelos pensamentos. Quando o pensamento
é estímulo condicionado, o paciente terá que registrar também quais as respostas condicionadas
relacionadas (fisiológicas, emocionais e/ou públicas).
Ajudar o paciente a cessar os pensamentos angustiantes fazendo-o apresentar pensamentos mais
desejáveis. As intervenções de alteração de comportamentos (públicos ou privados) devem ter como
objetivo a diminuição do sofrimento e o aumento da qualidade de vida. É comum contestar o pensamento
angustiante do paciente questionando de forma mais lógica e racional. Isso pode incluir priorizar uma
interpretação mais realista e reforços a longo prazo em detrimento de reforços de curto prazo.

17) Quais as etapas básicas que consiste o Treino de Habilidades Cognitivas de Enfrentamento? Cite-as
e descreva-as.

As 5 etapas básicas que consistem no Treino de Habilidades Cognitivas de Enfrentamento são:

identificar a situação-problema e definir o comportamento indesejado mais adequado para aquela


situação. Em geral, o comportamento público deseja é o contrário daquilo que está tentando se modificar.
Por exemplo, no caso de João, o comportamento desejado era que ele se esquivasse da briga.
Identifique as autoinstruções que serão mais úteis na situação-problema. Isso envolve a definição do
pensamento (resposta verbal privada) que afeta os comportamentos públicos. Por exemplo, "Hoje vou
ficar olhando a aula cuidadosamente do início ao fim!"
Usar o treinamento de habilidades no ensino de autoinstrução. Isso inclui os mesmos procedimentos de
treinamento de habilidades públicas (instrução, modelagem, treino, feedback e dramatizações) para
promover a generalização. Depois de aprender a emitir as autoinstruções, o paciente é orientado a usar
as situações reais, juntamente com outras respostas públicas que aprendeu. Por exemplo, no caso de
João, ele aprendeu a pensar “Não vou me rebaixar ao nível dele” enquanto era xingado e ia embora.
Essas etapas visam ajudar o paciente a identificar, compreender e modificar os pensamentos
angustiantes, atualizar os pensamentos mais adaptativos e desejáveis, com o objetivo de promover
comportamentos mais saudáveis e adaptativos
.

18) Quais os 5 passos para realizar uma Análise Funcional?

Defina precisamente o comportamento de interesse.


identificar e descrever o efeito comportamental.
identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e comportamento de interesse.
identificar relações entre o comportamento de interesse e outros comportamentos existentes.
Formular previsões sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e esses outros comportamentos
sobre o comportamento de interesse
Bons estudos!

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