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FONTE: https://genialcare.com.

br/blog/reforcamento-
diferencial/

O reforçamento diferencial é uma estratégia da Análise


do Comportamento Aplicada (ABA) usada por terapeutas
para criar intervenções que focam nas necessidades de
cada criança com TEA, diminuindo comportamentos
prejudiciais e ensinando comportamentos importantes
em diversas situações, melhorando assim a qualidade
de vida e a interação social delas.
Nessa prática, os profissionais escolhem algumas
respostas para serem reforçadas enquanto outras são
colocadas em extinção. Assim, é possível modificar
alguns comportamentos desafiadores e potencializar
aquelas ações que precisam ganhar destaque no
repertório comportamental.
Essa é uma forma de ampliar os conhecimentos da
criança, além de desenvolver habilidades que ajudam
na independência e autonomia da rotina. Mas, quando
pensamos no reforçamento diferencial, existem alguns
tipos que podem ser usados durante as sessões.

Neste texto, você aprenderá mais sobre o que é esse


reforço e a diferença entre as siglas DRA, DRI, DRO
durante as estratégias das crianças no espectro.
O que caracteriza o
reforçamento diferencial?
Antes de entendermos o que é esse procedimento, é
muito importante que o conceito de reforço esteja bem
claro. Reforçar quer dizer administrar um estímulo
reforçador ou retirar um estímulo aversivo quando alguma
ação é realizada. Isso ajuda no aumento ou diminuição
da frequência de determinado comportamento.
Por exemplo, um reforço positivo pode um chocolate
(reforço primário), um toque ou elogio (reforço social)
etc. Dessa forma, o reforçamento diferencial é um tipo
de ensino.

Ele é caracterizado por esquemas nos quais algumas


respostas são reforçadas e outras são extintas durante
as intervenções. Quando falamos de resposta, estamos
falando do que a pessoa faz, já o comportamento é a
relação entre a resposta e suas consequências.

Esses esquemas são os principais responsáveis por


mudar a relação existente entre o comportamento e os
resultados dessa situação.
O que são as siglas DRA, DRI,
DRO?
Para entender melhor como o reforçamento diferencial
pode mudar o comportamento de um indivíduo,
precisamos entender que existem alguns tipos
diferentes dessa estratégia e cada um deles é usado
dependendo da demanda e necessidade da pessoa.

Ou seja, a equipe multidisciplinar responsável por uma


criança com TEA precisa fazer uma análise inicial para
entender quais são os comportamentos que serão
modificados e decidir com o melhor procedimento a
ser utilizado.

 DRO – Reforço Diferencial de


Outros Comportamentos
O DRO constitui a liberação do reforço após um
determinado intervalo de tempo, no qual o
comportamento inadequado não é feito, reforçando
qualquer outra conduta que não seja aquela que se
pretende diminuir a frequência ou extinguir.
Ou seja, durante essa estratégia escolhemos qualquer
outro comportamento diferente do que é considerado
inapropriado para realizarmos um reforçamento
durante um tempo.

Por exemplo, para criança que joga/lança objetos


contra parede ou pela janela, o reforço diferencial de
outros comportamentos se dará dentro de um
intervalo de tempo (10~15 minutos) onde a criança
esteja emitindo qualquer outro comportamento que
não seja jogar/lançar objetos, como brincar com
objetos/brinquedos, observar objetos, assistir TV, se
balançar, etc.

 DRA – Reforço Diferencial de


Comportamento Alternativo
No DRA temos a liberação do reforço depois de uma ou
mais ocorrências de um comportamento particular,
que seja treinado ou ensinado, e não necessariamente
seja incompatível com a conduta comportamental
indesejada.

Por exemplo, para uma criança que grita para pedir por
itens que gostaria de acessar, podemos reforçar
comportamentos alternativos que se aproximem de
uma resposta desejada em pequenas etapas, podemos
reforçá-la quando ele olhar o item desejado, esticar o
braço para o item, apontar ou verbalizar vocalmente o
que deseja diante de um treino estabelecido.

 DRI – Reforço Diferencial de


Comportamento Incompatível
Este tipo de reforçamento diferencial representa a
liberação do reforço depois de uma ou mais
ocorrências de um comportamento que seja
incompatível com o comportamento inadequado.

Para exemplificar o DRI, podemos pensar em um


exemplo de uma criança que arranca peles dos
próprios dedos em alta frequência e intensidade a
ponto de se machucar, podemos reforçá-la todas às
vezes que usar luvas, colocar as mãos nos bolsos, que
estiver usando ambas as mãos em uma brincadeira
montando um quebra-cabeça ou no celular.

É importante lembrar que esses procedimentos devem ser


programados por um profissional analista do
comportamento de maneira individual para cada caso, e que
os exemplos são meramente ilustrativos para compreensão
do conceito.

A importância do
reforçamento diferencial na
redução de comportamentos
O reforçamento diferencial é um método bastante
usado para reduzir comportamentos desafiadores,
incluindo atividades importantes para o
desenvolvimento da pessoa no espectro.

Além disso, esse procedimento é fundamental para


ajudar crianças no ambiente educacional. Isso significa
que não somente profissionais da psicologia,
psicopedagogia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, por
exemplo, podem usar as intervenções voltadas para o
reforçamento diferencial.
Professores e cuidadores exercem um papel
importante na redução dos comportamentos
desafiadores, e são peças essenciais para potencializar
as oportunidades de otimização das habilidades.
Para que o reforçamento diferencial funcione, é muito
importante que os terapeutas aplicadores
acompanhem o desenvolvimento da criança e
entendam quais comportamentos são mais
importantes focar na intervenção, além de, é claro,
manter o contato com a pessoa cuidadora para
compreender todas as singularidades da criança
com autismo.
Por isso, sempre entenda com a equipe responsável o
que pode ser feito em ambientes não clínicos e tire
todas as dúvidas. Assim é possível usar vários
momentos da rotina para potencializar o desempenho
e repertório da criança.

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