Você está na página 1de 6

1

CBI of Miami
DIREITOS AUTORAIS
Esse material está protegido por leis de direitos autorais. Todos os direitos
sobre o mesmo estão reservados.
Você não tem permissão para vender, distribuir gratuitamente, ou copiar
e reproduzir integral ou parcialmente esse conteúdo em sites, blogs, jornais ou
quaisquer veículos de distribuição e mídia.
Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeito a ações
legais.

2
CBI of Miami
Aquisição de Habilidades II
Aída Brito

• TENTATIVA DISCRETA.
• O USO DE DICAS.

TENTATIVA DISCRETA
A tentativa discreta.
Chamamos de tentativa discreta uma unidade de ensino estruturada em:
• Apresentação de um estímulo antecedente claro pelo instrutor.
• Emissão da resposta pela criança.
• Provimento de uma consequência.

Sua estrutura básica remete à tríplice contingência. Podemos também adicionar


mais três elementos de possível ocorrência na tentativa discreta:
• Obter a atenção do aluno.
• Apresentar um estímulo antecedente claro.
• Fornecer dica, caso o aluno necessite.
• Aguardar, no critério de ensino estabelecido, a emissão da resposta.
• Corrigir se houver erro.
• Reforçar se houver acerto.

Existe também o intervalo entre tentativas, um curto intervalo no qual o


professor registra o comportamento do aluno e esse consome o reforçador. Para
o aprendizado de pessoas com autismo, são recomendadas centenas de
tentativas de ensino por dia, as quais chamamos de oportunidades de ensino!
Antecedente é o estímulo ou conjunto de estímulos que estabelece a
resposta do aluno/cliente. Ele pode ser verbal, como uma instrução que é dada
para o aluno, ou não verbal (uma imagem ou um objeto, por exemplo). Pode ser
também uma ação ou parte de uma cadeia comportamental. Alguns exemplos
de antecedentes:

3
CBI of Miami
• “Faz igual”, para ensino de imitação motora.
• “Manda beijo”, para ensino de seguimento de instrução.
• Movimento motor ou com objeto, para ensino de imitação motora.
• Imagem de pato ou foto de pato, para o ensino de tato.
• Torneira, para o ensino do lavar as mãos.

Para que a instrução tenha um Sd efetivo, deve ser clara, consistente,


livre de estímulos estranhos e com um volume de voz um pouco acima do
normal, mas com tom adequado ao ensino.
Clara quer dizer que pode ser entendida facilmente pelo ouvinte. Ao invés
de dizer, por exemplo, toquionariz eu digo “toque o nariz”, em claro e bom tom.
Concisa quer dizer que utilizo uma quantidade de palavras suficientes para a
instrução (exemplo: toque o nariz, ao invés de “por favor, você pode achar o
nariz?).
A instrução deve ser emitida uma vez apenas, com exceção de
programações diferentes estabelecidas no planejamento. Por isso, é bem
importante garantir a atenção do aluno antes da apresentação da instrução.
A resposta, também chamada de “comportamento alvo”, somente “alvo”
ou somente “comportamento” é o emitido pelo aluno após a demanda. O
comportamento definido deve ser claro e conciso. Assim, ao invés de dizermos:
“Maria responderá corretamente” ou “Maria vai cumprimentar”, podemos dizer
“Maria apontará para o cartão correto” ou “Maria dirá ‘oi”. Uma definição clara do
comportamento alvo garante que qualquer pessoa poderá aplicar e que teremos
o mesmo critério para acompanharmos as evoluções.
Quando o aprendente acerta, é dispensada uma consequência
reforçadora. As consequências são estímulos reforçadores positivos, que podem
ser sociais, tangíveis, ou fichas em um sistema de economia de fichas. O reforço
deve ser imediato à resposta correta e, de preferência, deve ser pareado a
reforços sociais. O tipo e a quantidade dispensada de reforço dependerão de
planejamento. Usamos reforçamento contínuo para instalar respostas e
intermitentes para manter respostas, em regra.
É importante ressaltar que um estímulo só é reforçador se mantém o aluno
engajado na atividade. Sabemos que encontrar reforçadores efetivos pode ser
4
CBI of Miami
um grande desafio para quem trabalha com autismo. Para tanto, é importante
fazermos teste de preferência regularmente.

O Uso de Dicas
Sistemas de dicas, também chamados de procedimentos de dicas, são a
forma de apresentar ou esvanecer qualquer dica. Quando bem implementado, o
sistema de dicas favorece as condições de ensino, diminui a dependência de
dicas e aumenta a probabilidade de aprendizagem. Apresentamos na aula
alguns sistemas de dica mais utilizados, que serão especificados abaixo:
1. Apresentação simultânea da dica – Nesse sistema, o educador apresenta a
instrução ou demanda/ simultaneamente à apresentação da dica em algumas
sessões ou tentativas e depois faz algumas sessões/ tentativas de sonda, sem
apresentar a dica.
2. Atraso de tempo constante – Primeiramente, apresentamos imediatamente a
dica simultânea à instrução/demanda em algumas tentativas. Depois um número
x de tentativas dessa forma, o tempo entre a apresentação da
instrução/demanda e da dica é aumentado para um valor constante.
3. Atraso de tempo progressivo – Similar ao anterior, no entanto, o tempo de
atraso aumenta gradativamente.
4. Apresentação de dica da menos para a mais intrusiva – também conhecido
como sistema de dicas mínimas, consiste na apresentação da dica mais intrusiva
nas primeiras tentativas e, na medida em que o aluno atinge os critérios de
aprendizagem, as dicas vão esvanecendo para menos intrusivas.
Esse sistema de dica é bastante utilizado no ensino de habilidades funcionais.
5. Apresentação de dicas da mais para a menos intrusiva – funciona da forma
contrária a anterior. É bastante utilizado no treino de vários conjuntos de
habilidades, por ser bem efetivo. Pode ser combinado com o sistema de atraso
progressivo ou de atraso constante.

Para evitar a dependência de dicas, deve-se levar em consideração alguns


aspectos:
1. Quanto menos intrusiva, melhor;
2. Quanto mais rápido for a retirada da dica, melhor;
5
CBI of Miami
3. O terapeuta deve planejar blocos ou tentativas de sonda, a fim de testar o
desempenho sem a dica e;
4. A programação de esquema de reforçamento intermitente para um aluno que
já tem um com desempenho em esquema contínuo é fundamental!

Referência Bibliográfica

DA HORA. C. L. Procedimentos de dicas e correção de erros: para que servem


e como utilizar? In: Duarte, C.P. Silva, L. C. Velloso, R. L. Estratégias da
Análise do Comportamento Aplicada para pessoas com TEA. Memnon:
São Paulo, 2018.

6
CBI of Miami

Você também pode gostar