Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DIREITOS AUTORAIS
Esse material está protegido por leis de direitos autorais. Todos os
direitos sobre o mesmo estão reservados.
Você não tem permissão para vender, distribuir gratuitamente, ou copiar
e reproduzir integral ou parcialmente esse conteúdo em sites, blogs, jornais ou
quaisquer veículos de distribuição e mídia.
Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeito a ações
legais.
CBI of Miami 2
Equivalência de Estímulos e Pré-Requisitos
Kelvis Sampaio
CBI of Miami 3
De acordo com a Análise do Comportamento, durante o aprendizado da
leitura, são estabelecidos comportamentos verbais, que envolvem respostas
específicas, as quais ficam sob o controle de estímulos textuais que podem ser
visuais ou táteis. Tais respostas formam conjuntos de relações “equivalentes”
(falar, escrever, ler, entre outros) quando as mesmas aparecem diante de um
mesmo estímulo. Para se falar de equivalência de estímulos, um
comportamento operante comum deve ser controlado por estímulos diferente
Nesse sentido os analistas do comportamento fazem uma distinção
entre comportamento verbal textual e a Leitura com compreensão. O
comportamento verbal textual é aquele quando o aluno aprende diante de uma
palavra escrita a emitir uma resposta verbal específica, por exemplo, lê
SIBUFA, não lhe é ensinada nenhuma relação entre palavra e figura ou objeto
no mundo. Leitura com compreensão, no entanto é definida como um
comportamento mais complexo que demanda a aprendizagem de relações
entre os estímulos textuais e seus referentes (objetos e figuras, por exemplo).
Para ilustrar relações de equivalência, considere-se que três conjuntos
de estímulos (A, B e C) formam uma classe de equivalência, se as relações
entre eles apresentarem, simultaneamente, as propriedades de:
• Reflexividade (se A, então A), ou seja, relações de igualdade entre os
estímulos. Conceito de semelhança entre os estímulos.
CBI of Miami 4
Por exemplo: quando ensinamos a relação entre uma colher e outra colher
idêntica; quando fazemos ao aluno parear duas fotografias idênticas de um
copo; quando pedimos para o aluno colocar a imagem da vaca sobre a imagem
da vaca correspondente.
• Simetria (se AB, então BA / se AC, então CA), ou seja, relação arbitraria
entre estímulos. Conceito de classe e/ou categoria entre estímulos.
CBI of Miami 5
Por exemplo: após o ensino direto das relações entre PATO (palavra falada –
conjunto A) e a figura de pato (figura – conjunto B) e o ensino direto das
relações entre PATO (palavra falada – conjunto A) e a palavra impressa PATO
(palavra impressa – conjunto C, após o ensino direto das relações o aluno
fosse testado a parear figura com palavra impressa.
CBI of Miami 6
repertórios comportamentais, sem a necessidade de que situações de ensino
adicionais sejam estruturadas, logo o processo de ensino pode se tornar mais
rápido e eficaz.
Isso evidencia uma situação econômica para o processo de ensino, se o
professor conseguir avaliar e produzir um programa de ensino direto de
algumas relações entre estímulos e ao final deste bloco, o professor for capaz
de avaliar e identificar se o aluno apresenta comportamentos novos, teríamos
um sistema de ensino mais econômico e baseado nos progressos do próprio
aluno.
Os resultados de pesquisas sobre equivalência têm contribuído para a
compreensão de variáveis relevantes para a aquisição de leitura e escrita e
para a caracterização de um modelo comportamental da leitura com
compreensão. Esses resultados nos ajudam a identificar estratégias e
metodologias que apresentem de fato uma eficácia no ensino de leitura para
pessoas com TEA, tendo em vista a possibilidade de testabilidade desses
resultados.
CBI of Miami 7
No modelo acima temos uma possibilidade de rota de ensino onde o
professor pode realizar o ensino direto das relações AB (nomeação de figura),
AC (nomeação de palavra) e CD (copia com resposta construída). As demais
relações, como CB (pareamento palavra figura) e BD (construção de palavra
com figura) são apenas testadas a partir dos blocos de ensino já estabelecidos.
Os procedimentos de ensino baseados em equivalências de estímulos
propiciam ao professor uma ferramenta constante de coleta de dados sobre o
desempenho do seu aprendiz, seja antes da implementação do método, seja
no período posterior da implementação do método, o que torna o processo de
ensino baseado em evidências.
CBI of Miami 8
recursos diferentes, como material concreto (table top) ou computador.
Crianças com TEA tendem a responder a parte de um estímulo
complexo e podem não manter a atenção no estímulo como um todo, o que
possibilita que aprendam a olhar para uma parte muito pequena no estímulo ou
alguma outra propriedade do estímulo da qual o professor não pretenda
ensinar (textura, tamanho, cheiro). Também é observado na relação visual
auditivo – geralmente um dos elementos do estímulo comporto (estímulo visual
ou estímulo auditivo) exercia controle discriminativo, enquanto o outro era
aparentemente ignorado.
Alguns estudos empíricos apontam que pessoas com TEA podem
demonstrar maiores dificuldades para aprender relações auditivo-visuais se
comparado ao aprendizado de relações envolvendo apenas estímulos visuais.
Tais estudos sustentam a utilização de metodologias como a do TEACCH que
preconiza arranjos de ensinos visuais, com organizações físicas e pistas
visuais para o ensino de habilidades básicas.
CBI of Miami 9
Avaliação de Pré-requisitos para a Alfabetização
Algumas perguntas sempre ocorrem quando um professor está diante
de um planejamento de ensino:
• Com o saber o que o aluno já sabe?
• De onde começar o treino?
CBI of Miami 10
A avaliação dos pré-requisitos para a alfabetização, envolve métodos
como observação direta, entrevistas, checklists e testes para identificar e definir
os comportamentos que serão alvos da intervenção.
Antes de se selecionar um instrumento de avaliação deve-se buscar
informações sobre recursos comportamentais, habilidades do aluno, pessoas
significativas envolvidas no controle do comportamento da criança avaliada,
contingências competidoras, fatores de manutenção e de generalização do
comportamento e potenciais reforçadores ou punidores os quais podem ser
incluídos no plano de intervenção para modificar o comportamento-alvo.
Tais informações podem ser estabelecidas de forma conjunta
(interdisciplinar) – a partir de demandas identificadas pelos professore e ou
equipe terapêutica ao longo da avaliação comportamental realizada.
Alguns protocolos padronizados podem ser utilizados baseando-se em
aspectos importantes do desenvolvimento humano, desenvolvimento da
linguagem. Para os analistas do comportamento o desenvolvimento humano é
compreendido como um conjunto de aquisições de habilidades, sendo as
mesmas adquiridas pelo sujeito em interação com o ambiente ao longo da vida.
Segue abaixo alguns protocolos padronizados de avaliação do
desenvolvimento de linguagem para pessoas com TEA desenvolvidos e
aplicados por equipes de Analistas do Comportamento para programas de
ensino de linguagem e para ensino de comportamentos básicos para
alfabetização:
• PORTAGE Operacionalizado - Consiste em uma listagem de 580
comportamentos de crianças de 0 a 6 anos nas seguintes áreas: Estimulação
precoce 0-4 meses; Desenvolvimento Motor; Linguagem; Cognição;
Socialização; Autocuidados.
• Vb-mapp - Este protocolo avalia 170 Marcos de desenvolvimento e é dividido
em três níveis de desenvolvimento (0 a 18 meses, 18 a 30 meses e 30 a 48
meses). Avaliação de barreiras avalia a presença de 24 tipos de
comportamento que frequentemente atrapalham ou impedem o aprendizado,
como por exemplo, presença de comportamentos agressivos, auto
estimulatórios.
CBI of Miami 11
• Ablls-r - Este protocolo avalia cerca de 544 habilidades de 25 áreas de
habilidades, incluindo linguagem, interação social, auto-ajuda, habilidades
acadêmicas e motoras que geralmente desenvolvem crianças adquirem antes
de entrar no jardim de infância. Os itens da tarefa dentro de cada área de
habilidade são organizados de tarefas mais simples a mais complexas.
CBI of Miami 12
simples para tarefas acadêmicas (pintar, pegar, colocar, girar, cortar, colar,
parear); olhar para o professor em resposta de atenção quando chamado pelo
nome; esperar parado pelo comando do professor antes de uma tarefa, manter
engajado na tarefa com reforço atrasado
C. Controle instrucional:
No dia-a-dia e na condução de atividades para alfabetização, uma
habilidade importante para o engajamento do aluno nas atividades, envolve as
respostas relacionadas ao comportamento de ouvinte. Ao aluno será requerido
CBI of Miami 13
que se comporte diante de comandos e palavras do professor. O aluno deverá
apresentar comportamentos que lhes forem solicitados, se comportando dentro
do que denominamos de linguagem receptiva.
Seguir instruções envolve pelo menos dois componentes importantes:
compreender a instrução e realizar o que a instrução específica. É comum que
esses dois componentes sejam confundidos na hora de avaliarmos o
comportamento do nosso aluno, tendo em vista que a realização da instrução
no geral é a amostra de que o aluno compreendeu o que lhe foi solicitado.
No geral os protocolos de avaliação recomendam que o aluno: seja
capaz de seguir instruções simples e complexas; seguir algumas instruções
relativas à rotina diária; seguir algumas instruções e faz ações ou toca itens;
Déficits na atenção conjunta (AC), caracterizada como resposta de
atenção conjunta (RAC) e iniciação de atenção conjunta (IAC), têm sido
relacionados com os problemas de linguagem observados em pessoas com
autismo. O estabelecimento do comportamento de outras pessoas como
estímulos discriminativos/reforçadores condicionais pode ser importante para
AC.
D. Pareamentos auditivo-visuais:
Os procedimentos de ensino de alfabetização irão trabalhar rotas de
ensino de relações arbitrarias entre estímulos, ou seja, o aluno irá aprender
que diante de um som, ao ouvir a palavra BOLA, ele deve selecionar a figura
BOLA.
No dia-a-dia relações auditivo-visuais são corriqueiramente
apresentadas aos nossos alunos, como quando ele é chamado e atende pelo
nome, quando olha para itens ou objetos ao serem nomeados pelo professor,
quando nomeia objetos, figuras, animais, ou quando fazer sons de
onomatopeia conforme o que lhe é apresentado pelo professor.
Por se tratar de um aspecto importante da linguagem, a comunicação
expressiva passa a ser um elemento importante no processo de alfabetização.
Entretanto é possível que um aluno que não fale aprenda a ler, sendo assim
traçada outra rota de ensino para outras relações arbitrarias entre estímulos.
Ao longo de atividades de alfabetização o aluno deverá ser capaz de
CBI of Miami 14
estabelecer relações entre palavras ditadas, entre palavras ditadas e objetos, a
fim de se obter repertório verbal, que aqui chamaremos de leitura ou de
nomeação.
Quanto aos repertórios de linguagem expressiva deve-se observar se o
aluno é capaz de: vocalizar frequentemente e diz muitas palavras
compreensíveis; pedir por reforçadores utilizando palavras e ou sinais como
pedido; repetir com clareza muitas palavras ou frases simples; completar
algumas palavras ou fala sons de animais;
E. Habilidades Sociais:
Em termos cumulativos, as habilidades desenvolvidas em processo de
escolarização devem proporcionar ao aluno ganhos em habilidades sociais
mais sofisticadas.
A alfabetização corresponde a um conjunto de habilidades importantes
para a inclusão do ser humano em sociedade. Envolve se comportar
verbalmente de forma rescrita ou lida dentro de contexto de estímulos verbais.
O aluno deve manter interesse em relações sociais básicas onde deve
ser capaz de: brincar com outras pessoas, iniciar conversas, dialogar, trabalhar
em grupo e interagir com o mesmo.
CBI of Miami 15