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Comportamento Simbólico e Alfabetização II
Natalie Brito Araripe

Olá! Bem-vindos todos ao segundo módulo da disciplina de

comportamento simbólico e alfabetização para TEA. Na aula anterior, falamos
sobre classes de estímulos, pareamento ao modelo, pareamento ao modelo com
respostas construídas e discriminação condicional. Nesse módulo, falaremos
sobre leitura com compreensão.
Começaremos falando das propriedades da equivalência de estímulos.
Para compreender os conceitos, vamos partir do esquema abaixo, no qual o
estímulo A é o estímulo auditivo, o estímulo B é o estímulo visual, o estímulo C
é o estímulo escrito e o D é o falado.

A primeira propriedade é a reflexividade. Chamamos de reflexividade a

relação do estímulo com ele mesmo, ou seja, a relação A=A, B=B, C-C e D=D.
A reflexividade é a primeira relação de equivalência que testamos com o
aluno. Então, testam-se as relações BB (figura X figura) e CC (palavra
escrita X palavra escrita), ou seja, testamos relações de pareamento por
identidade. O educador mostra as 3 figuras ou palavras do grupo e em
seguida, entrega ou mostra uma figura ou palavra para o aluno dizendo
“Onde vai?”, para que o aluno pareie com a palavra ou figura idêntica.

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 A segunda propriedade é a de simetria. Ela ocorre através da
reversão funcional entre os estímulos comparação e estímulo modelo, ou
seja o inverso das relações já aprendidas. Por exemplo, se treinamos a
relação AB (palavra falada x figura), vamos testar a relação inversa BA
(figura X palavra falada).
A terceira propriedade, de transitividade, é a relação entre dois estímulos
que não foram diretamente relacionados um ao outro, mas foram relacionados a
um estímulo em comum. Se A=B e A=C, então B=C. Se eu ensino que a palavra
“tatu” falada é igual à imagem tatu e ensina que a palavra “tatu” é igual à palavra
escrita TATU, então, a relação entre palavra escrita TATU e a imagem tatu,
mesmo não sendo diretamente ensinada, emerge nessa relação de
transitividade.
Quando existem as relações de reflexividade, simetria e transitividade
entre estímulos, dizemos que são estímulos equivalentes.
Nas aulas, falamos acerca de uma rota possível para o ensino de leitura. Várias
rotas são possíveis: podemos partir do ensino de sílabas, de palavras, de sílabas
e palavras. A alfabetização, para a análise do comportamento, é o processo de
aprendizado de ler e escrever com compreensão. Para que alguém leia com
compreensão, necessita fazer a relação entre estímulos diferentes, mas
pertencentes à mesma classe funcional.
A literatura indica que o processo de alfabetização tenha início entre 04 e
05 anos com o ensino das primeiras habilidades, se o estudante possui os
repertórios pré-requisitos, ou repertórios de aluno. Outro dado indicado na
literatura é o de que não conseguimos alfabetizar todas as crianças com TEA e
que um dos aspectos distintivos nesse processo é a fala.
O processo de leitura é complexo que envolve o aprendizado de
discriminação condicional de ordem superior e para que ele aconteça necessita
de alguns pré-requisitos:
1. Realizar rastreio visual.
2. Sentar.
3. Esperar.
4. Realizar contato visual.
5. Escolher.

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 6. Executar e finalizar atividades simples.

Uma possível rota ocorre da seguinte forma:

1. Linha de base da reflexividade BB e CC.
2. Linha de base das relações simétricas AB/BA e AC/CA.
3. Ensino a relação BC (leitura com compreensão).
4. Teste da relação CB, BA e AB.
5. Ensino das relações CD e BD (CRMTS)
6. Testar novas palavras.

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