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Avaliação dos Componentes da Linguagem e Alterações do Desenvolvimento Infantil

Para abordar sobre a avaliação dos componentes da linguagem, é importante enfatizar que
a comunicação dos indivíduos entre si e com o mundo onde estão inseridos ocorre por
meio da linguagem. E a linguagem corresponde a um sistema complexo composto por:
semântica, sintaxe, morfologia, fonologia e pragmática e que, além disso, envolve
primariamente outras habilidades como a atenção e a memória, que são imprescindíveis
para a aquisição e fluência da mesma.

Neste sentido, a criança precisa ser estimulada desde cedo em vários aspectos que
contribuem para o desenvolvimento da atenção e da memória, daí o recurso lúdico ser
fundamental por sua capacidade de chamar a atenção e envolvê-la nesse processo,
estimulando, concomitantemente, outras habilidades – motora, sensorial, compreensão
das funções das coisas – que vão favorecendo a aquisição de novas palavras e uma
linguagem compreensiva e expressiva também. Para isso, o aprendizado precisa ser
contextualizado para ajudar a despertar na criança o interesse e a motivação para falar e
interagir com o mundo a sua volta.

A relevância dessas estimulações é imensurável para o desenvolvimento infantil, pois na


atual era das telas, a criança, desde muito cedo, recebe uma “enxurrada” de informações
dos meios eletrônicos (TV, tablet, notebook e, principalmente, do celular), o que vem
dificultando o contato dela com a realidade, a interação com as pessoas e,
consequentemente, dificultando, também, a pragmática da linguagem e a compreensão na
leitura de textos.

Na avaliação do desenvolvimento infantil existem alguns parâmetros e no que se refere à


linguagem, é esperado que, por exemplo, em torno de 2,5 anos, a criança comece a falar
frases curtas, caso contrário, pode se caracterizar um atraso na fala, o que torna viável a
busca por uma avaliação profissional para identificar se o atraso ocorre por falta de
estímulos ou se é decorrente de algum transtorno. Mas vale ressaltar que atraso na fala
não significa falar menos e, sim, se a criança apresenta uma fala funcional, ou seja, se ela
consegue se comunicar.

Desta forma, considerando que os componentes da linguagem estão intimamente ligados


ao desenvolvimento global da criança, é de suma importância avaliá-los mediante situações
de dificuldades na linguagem (falada, escrita ou gesticulada) a fim de diagnosticar possíveis
alterações no desenvolvimento infantil e, assim, proceder quanto aos encaminhamentos
e/ou tratamentos pertinentes visando à autonomia e inserção social da criança.

Vaneuza Marques Miranda

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