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Aula Gestalt

Congruência entre pensamento, sentimento e ação. A pessoa chega para o processo terapêutico
sem muita conscientização do que está acontecendo com ela.

PSICOLOGIA DA GESTAL (teoria) VS. GUESTALT TERAPIA (prática clínica).

Figura/ fundo: o paciente chega desconectado, e muitas vezes não consegue ter uma figura clara de
qual é a sua necessidade, pois temos necessidades diversas ao longo da vida, então precisamos
trazer isso para o primeiro plano – uma conscientização do que está acontecendo e do que precisa
para estar bem”. FIGURA = é o que vem para o primeiro plano: sintoma, dificuldade... FUNDO =
nossa história, experiencia... GESTALTS NÃO FECHADAS ESTÃO POR TRÁS DOS SINTOMAS E
CONFUSÕES. NOSSO ORGANISMO É INTELIGENTE, ELE VAI QUERER FECHAR A GESTALT, E AS VEZES
NÃO VAI SER DA MELHOR MANEIRA.

Trabalha com a percepção: a forma como percebemos o mundo depende de dois fatores: fatores
objetivos (como subjetivamente me relaciono com ela) e do pressuposto de que nos constituímos na
vida a partir da nossa história de vida. TRABALHAR COM O PACIENTE DE MANEIRA QUE ELE PERCEBA
A REALIDADE TAL QUAL ELA É. PARADOXO: percebo o mundo de uma maneira subjetiva e preciso
ver a realidade tal qual ela é. PERCEPÇÕES CRISTALIZADAS NÃO PERMITEM QUE A PESSOA
IDENTIFIQUE A FORMA, DEVIDO A CONFUSÃO NO FUNDO. Por conteúdos e mecanismos de defesa
vejo a realidade distorcida.

Observa-se o paciente na maneira como ele entra em contato com o mundo, o outro, ele mesmo. E
isso tem muito a ver com a maneira que percebo o mundo, se estou enredado em meus conteúdos
vejo o mundo distorcido.

O TODO É DIFERENTE DA SOMA DE SUAS PARTES – o sintoma é uma parte, diferente do todo que é o
paciente. À medida que vamos ampliando a percepção do paciente, ele consegue discriminar melhor
seus conteúdos.

GESTALT tem uma visão muito positiva do ser humano, pautada nas ideias humanistas, de que a
pessoa tem em si a capacidade de autorrealização. PERCEPÇÃO (a maneira como a pessoa
inicialmente se percebe a age é o melhor que ela está fazendo no momento, é tudo que ela sabe) –
APRENDIZAGEM (aprender coisas novas, novas maneiras de agir) – RESPONSABILIDADE – SOLUÇÃO
DE PROBLEMAS.

RESPONSABILIZAR-SE É DIFERENTE DE CULPAR-SE. Responsabilizar sobre o seu projeto existencial,


“okay, aconteceu isso, e o que posso fazer a partir de agora?”

AMPLIAR A AWERENESS – AQUI E AGORA (terapia muito vivencial).

A forma é mais importante que o conteúdo, ou seja, O QUE ESTA AQUI E AGORA É O MAIS
IMPORTANTE.

BASES FILOSÓFICAS: FENOMENOLOGIA, PSICOTERAPIAS HUMANISTAS, EXISTENCIALISMO,


OCIDENTAIS (opostos que se complementam, as vezes ficamos presos em uma polaridade).

EU IDEAL (como me mostro) VS. EU REAL (essência)

Neurótico é aquele que não vê o obvio.

Fazer perguntas mais interessantes no dia a dia. Perguntar o como ao invés do porquê!
APRESENTAÇÃO TRABALHO 02/09

SLIDE 1:

O trabalho vai dividir-se em: 1. uma caracterização da depressão num ponto de vista biomédico e
também para a Gestalt Terapia, 2. Apresentar a Gestalt de um modelo semiestruturado de
atendimento clínico junto a pessoas em que a depressão figura e 3. Descreve AS ETAPAS DESSE
MODELO.

SLIDE 2

O objetivo é propor uma estruturação de atendimento junto a pessoas com queixas


depressivas, em uma perspectiva existencial-fenomenológica da GT.

Existem poucas publicações sobre, porque: O gestaltista é um artista que lida com o Aqui e
Agora de forma poética. O contato terapêutico deve ser sentido, vivido. É uma poesia! O que é
escrito abarca, insuficientemente, partes de um todo, que na prática, é sentido.

350 milhões de pessoas no mundo são acometidas pela depressão.

Para a população brasileira indica-se a prevalência da Depressão em 15% da população geral

estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com ele. Especialmente quando
de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar
uma crítica condição de saúde. Ela pode causar à pessoa afetada um grande sofrimento
e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. Na pior das hipóteses, a
depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a
cada ano - sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade
entre 15 e 29 anos.

menos da metade das pessoas afetadas no mundo (em muitos países, menos de 10%)
recebe tais tratamentos. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem a falta de
recursos, a falta de profissionais treinados e o estigma social associado aos transtornos
mentais. Outra barreira ao atendimento é a avaliação imprecisa. Em países de todos os
níveis de renda, pessoas com depressão frequentemente não são diagnosticadas
corretamente.

SLIDE 3

Ligação com o filme:

As Vantagens de Ser Invisível, conta a história Charlie, um garoto de 15 anos que se recupera de
uma depressão, e tenta seguir sua vida depois de perder seu único amigo que se matou com um
tiro na cabeça. Na escola ele conhece Patrick e Sam que vão ajuda-lo na sua recuperação, no seu
crescimento e sua socialização com o mundo exterior. trata de depressão, abuso de crianças e
suicídio. O filme não apenas problematiza, mas mergulha nos motivos que levam uma pessoa
por esses caminhos.
Tanto que eu trouxe essa frase: A melhor forma de entender o suicídio não é estudando o
cérebro, e sim as emoções. As perguntas são:’onde dói?’ e ‘como posso ajudá-lo?'” – Dr. Edwin
Schneidman

Então vamos falar desses caminhos: a depressão.


SLIDE 4

Existem 6 subtipos de transtornos depressivos segundo o DSM-5: o transtorno disruptivo de


desregulação de humor, o transtorno depressivo maior, o transtorno depressivo persistente
(distimia), o transtorno disfórico pré-menstrual e o transtorno depressivo induzido por
substâncias. O FOCO NESTE TRABALHO É O TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR (DEPRESSÃO
UNIPOLAR).

Do ponto de vista biomédico: apresenta características físicas (alterações de sono e


apetite, fadiga e dores crônicas), cognitivas (autoestima rebaixada e dificuldades na
memória e concentração), emocionais (tristeza persistente e perda de sentido das
atividades prazerosas) e volitivas (os estados de apatia e passividade).

Do ponto de vista da psicologia existencial- fenomenológica: como ausência de


sensações ou entorpecimento, sendo o segundo mais evidente que a própria tristeza
persistente. O que explica atitudes autolesivas (bastante comuns nos adolescentes),
como uma necessidade de provocar a sensação, uma vez que a dor física, neste caso, é
menos desconfortável que o entorpecimento.

Do ponto de vista da GT: é compreendida como possuindo um sentido único para a


pessoa que o vivencia, sendo alimentada por suas projeções e introjeções. Ainda, a
emoção depressiva segundo o autor é a retroflexão. Consiste em voltar para si mesmo a
energia mobilizada A retroflexão atua tanto na produção da Depressão, uma vez que
esta possui características somatogênicas como em resposta aos estados depressivos. A
Depressão também pode ser considerada como um bloqueio de contato.

Ela fala da compreensão dos estados depressivos em dois níveis: uma como ajustamento
depressivo; a outra, como uma Gestalten fixa.

Ajustamento depressivo: relacionado a tristeza (estado emocional de infelicidade,


variando de intensidade, geralmente desencadeada pela perda de algo altamente
valorizado, sendo um dos sintomas definidores de um episódio depressivo maior. Esses
ajustamentos são criativos e não vistos como disfunções, mas como forma de ajuste às
situações da vida, uma maneira econômica de regulação, entristecendo ou se ajustando
depressivamente, movimento que possui benefícios para o sujeito. É uma necessidade
de “parar para não ser morto”, usando dessa maneira a retroflexão para evitar
externalizar algo com o qual não sabe lidar no momento, investindo a energia para si
mesmo.
Nesses casos, intervenções focando o otimismo são ineficazes e podem comprometer o
vínculo terapêutico, demostrando pobre qualidade de presença do terapeuta. NA GT A
TRISTEZA É VISTA COMO UMA OPORTUNIDADE A SER TRABALHADA, pois ela traz uma
importante mensagem. Estar aware do que se sente é uma das intervenções mais
estimuladas na GT. É um mecanismo de coping importante em situações de perdas.

Gestalt fixa: algo que antes atendeu a autorregulação organísmica, passa a ser fixo,
inflexível, provocando estados intrapunitivos (retroflexão) e interrompendo o
crescimento dos potenciais desse indivíduo.

Um outro trabalho que apoia a teoria psicossocial da GT sobre depressão é o da


formação dos esquemas emocionais depressogênicos relacionados ás perdas nos
primeiros estágios da vida. As introjeções construídas ao longo do desenvolvimento do
indivíduo interferem alimentando esses esquemas promovendo autoavaliações
negativas características dos estados depressivos.

IMPORTANTE LEMBRAR TAMBÉM QUE PARA A GT A DEPRESSÃO NÃO CONSISTE EM


RÓTULO, MAS EM UM AJUSTAMENTO CRIATIVO, EM QUE A PESSOA USOU DOS
RECURSOS DISPONÍVEIS NUM DADO MOMENTO PARA LIDAR COM SITUAÇÕES
ADVERSAS.

SLIDE 5

É uma necessidade de “parar para não ser morto”, usando dessa maneira a retroflexão para
evitar externalizar algo com o qual não sabe lidar no momento, investindo a energia para si
mesmo.

Percebo uma relação entre a fuga da Awareness da dessensibilização e a necessidade de


explicar as experiências em uma busca incessante por porquês e, na interrupção deflexiva um
caminho de evitação do contato com as sensações que, ao serem utilizadas excessivamente,
provocariam um estado de entorpecimento.

Mas Charlie é um garoto que tenta se enturmar, procura amizades, tenta não se isolar. Mas
parece que ninguém o entende, talvez por isso ele procure a turma dos desajustados.

E é aí que o filme mostra uma das maiores verdades, não sabemos o que se passa na cabeça de
uma pessoa, só conhecendo ela, vivendo juntos que iremos entender.

E quanto mais ele mergulha em seu estado depressivo, como quando ele termina com Mary
Elizabeth e é obrigado a se afastar de seus amigos, mais tememos por ele. Afinal como ele
mesmo diz: “Eu estou piorando.”

A carga de um abuso é grande demais para qualquer um aguentar, imagina pra uma criança. Ele
bloqueou, e quando a lembrança reapareceu, foi um apanhado de emoções. Um apanhado que
fez com que Charlie surtasse. Mas o que sabemos é que ele não aguentou. Tudo que aconteceu
com ele culminou em um surto psicótico que quase tirou lhe vida. Mas Charlie conseguiu se
recuperar, porque agora ele tinha apoio. Agora ele sabia que podia contar com sua família e
amigos. E o principal ele buscou ajuda médica. E conseguiu ser feliz novamente.

Slide 5

É uma necessidade de “parar para não ser morto”, usando dessa maneira a retroflexão para
evitar externalizar algo com o qual não sabe lidar no momento, investindo a energia para si
mesmo.

Percebo uma relação entre a fuga da Awareness da dessensibilização e a necessidade de


explicar as experiências em uma busca incessante por porquês e, na interrupção deflexiva um
caminho de evitação do contato com as sensações que, ao serem utilizadas excessivamente,
provocariam um estado de entorpecimento.

2- Importante mencionar que qualquer planejamento psicoterapêutico será


semiestruturado, pois a GT ocorre na relação entre terapeuta e cliente, possuindo uma
dinâmica relacional, enfatizando o EU-TU... A estruturação por sua vez ocorre no fundo,
o EU- ISSO.

Validação de conceitos GT na atualidade: importância

◦ Qualquer planejamento psicoterapêutico será semiestruturado e, portanto, não precisa


ser seguido na ordem apresentada, uma vez que trabalhamos em uma abordagem
processo-orientada;
o caráter dinâmico-processual é o fundamento base deste trabalho.

Atendimento organizado em sete etapas norteadoras:


Vinculação: cria-se a relação terapeuta- cliente, faz-se um contrato sobre as
possibilidades de apoio e a disponibilidade para o acompanhamento psicoterápico,
importante a qualidade de presença do terapeuta, uma postura que favoreça o diálogo
(desde a awareness do ambiente até as suas sensações). Acolhimento baseado em uma
indiferença criativa evitando outra Gestalt fixa: terapeuta diagnosticador vs. Cliente
depressivo.
Situações de risco e encaminhamentos: mensurar os riscos dos sinais e sintomas
apresentados. Narrativas autodestrutivas ou suicidas, com comprometimentos sociais
significativos apresentam risco elevado, o que sugere encaminhamento médico.
Integração das abordagens biomédicas e psicossociais. O dialogo autentico é também
interno, o terapeuta precisa estar aware de suas projeções.
Identificação do processo: acompanhar as respostas que o cliente está manifestando
em relação ao uso de medicações, jamais desmerecendo os efeitos que a medicação
pode provocar na dinâmica emocional, cognitiva e física do cliente. O terapeuta é um
cuidador da experiencia do cliente quanto ao uso dessas medicações.
Sobre o campo: 1. Experiencial = pessoal da awareness, como o individuo organiza sua
experiencia. 2. Relacional = entre cliente e terapeuta, influenciando -se mutualmente. 3.
Maior = onde o indivíduo existe, englobando o cultural, histórico, político e espiritual.
Interrupções de contato predominantes: retroflexão como emoção depressiva.
Observando o bloqueio de contato retroflexão: sugere-se estimular que essa energia
seja dirigida ao meio.
Apresenta duas características principais: tristeza (alimentado por introjeções e
projeções) e anedonia (dessensibilização alimentado por racionalização e deflexão).
Percebo uma relação entre a fuga da Awareness da dessensibilização e a necessidade
de explicar as experiências em uma busca incessante por porquês e, na interrupção
deflexiva um caminho de evitação do contato com as sensações que, ao serem
utilizadas excessivamente, provocariam um estado de entorpecimento.
Desenvolvimento de autoapoios: aspecto importante na cura, individuo desenvolve
recursos pessoais e busca meios autênticos e maduros para equilíbrio de sua
autorregulação organismica. Checar os hábitos não funcionais. Os autoapoios
esquecidos, referem-se a hobbies e outras atividades que o cliente costumava sentir-se
feliz ao realizá-los. Lembrar do desenvolvimento de autoapoios não funcionais, tais
como, trabalhar excessivamente para manter-se distraído do aqui e agora a
dessensibilização e a deflexão.
Dinâmica interpessoal: apresentam problemas interpessoais
Remissão dos sintomas à alta: Alta é discutida com o cliente, a finalização de um
atendimente equivale a uma perda, o que pode ser bastante difícil.

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