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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Instituto de Ciências Humanas


Curso de Psicologia

Disciplina: Atuação Psicológica em Contextos de Atenção à Saúde


Docente: Nathália Almeida
Discente: Rafaela Ferreira
Turma: PS9R07

ABORDAGEM PSICANALÍTICA DO SOFRIMENTO NAS INSTITUIÇÕES DE


SAÚDE

Chácara Santo Antônio – Campus II


São Paulo/SP
● O adoecimento é um episódio na vida da pessoa que pode trazer para ela vários
sentidos ou então parecer algo sem sentido algum. Esse adoecimento é entendido
pela pessoa como um marco, provocando um antes e um depois desse
acontecimento.
● Esse adoecimento pode trazer várias consequências, entre elas a experiência de
impotência, fazendo com que requeira um trabalho psíquico importante de
elaboração de lutos, logo o adoecimento é um acontecimento do corpo e não só do
organismo, fazendo com que haja um certo tipo de esforço psíquico por parte do
paciente no sentido de acomodá-lo na sua vida psíquica.
● O método clínico da psicanálise possibilita tratar o sofrimento psíquico de alguém, o
que não é a mesma coisa de tratar da doença de uma pessoa.
● O jeito como cada um irá lidar com o acontecimento não está só associado à
natureza dele em si mas também às condições subjetivas dessa pessoa. Junto com
o analista o paciente irá tratar sua doença como acontecimento de um corpo que é
dele, ou seja, só ele pode ser falado.
● O adoecimento então nada mais é que o acontecimento imprevisível que afasta o
paciente de suas ideias fazendo com que haja dele um esforço psíquico, desse
modo é normal esse esforço para lidar com que a doença aconteça através da
tentativa de conceder algum sentido aquilo que talvez seja sem sentido algum.
● A clínica psicanalítica ensina que o adoecimento é uma experiência onde a morte
passa para o campo do possível. A luta pela vida, pelo ponto de vista deles não
isenta o processo de elaboração do luto, na maioria das vezes é no ápice do
processo de elaboração de luto que alguém decide lutar para viver.
● Esse adoecimento pode obviamente se transformar numa experiência traumática na
vida de uma pessoa, toda situação que eventualmente irá traumatizar requer um
processo de elaboração.
● O psicanalista consegue fazer um mapeamento das queixas e das demandas a
partir da narrativa de sofrimento trazida pelo paciente. Todo sofrimento da pessoa
está ligado ao jeito que este sujeito se situa no laço social.
● A análise de narrativas de sofrimento são fundamentais por que esta dimensão
subjetiva não fica sem consequência, nem para o doente e nem para o tratamento.
Existem alguns tipos de narrativas de sofrimento.
● Narrativa de sofrimento informante: esse tipo traz pessoas que se mostram em
sofrimento por meio de uma narrativa focada na informação, por exemplo, alguém
que descreve acontecimentos do corpo de modo muito detalhado. Elas conseguem
contar uma história porém tem dificuldades de se incluírem na sua própria história.
● Narrativa de sofrimento do fracasso: é alguém que se mostra por meio de uma
narrativa focada no fracasso pessoal, são situações que o próprio sujeito quando
não consegue corresponder essas ideias acabam interpretando como um fracasso.
● Narrativa de sofrimento de ressentido: é alguém que atribui ao outro a
responsabilidade pelo seu sofrimento, o outro é aquele que decidiu por ele, com isso
ele acaba se ocupando de reflexões acusadoras com relação ao outro.
● Narrativa de sofrimento do adoecido: é o indivíduo que não deixa margem para
dúvida com relação a sua gravidade, são casos que nota-se o adoecimento e
produz o local de laços afetivos conferindo a pessoa uma existência que ela não
teria sem ele.
● O modo em que o paciente se relaciona com sua doença é o mesmo modo em que
ele irá se relacionar com a equipe de saúde.
● Para Freud o primeiro passo para o tratamento psicanalítico é o comprometimento
do sujeito naquilo que ele se queixa, já para Lacan é o analista que por meio de
suas ações dá as condições para que o alinhamento aconteça.
● Existem alguns indicadores de risco onde o psicanalista deve ser chamado caso
aconteça algumas situações, como quando a equipe de saúde perceber que o
paciente está se identificando com a doença, quando ainda há chance de cura
porém o paciente já está se colocando como vencido pela doença ou então quando
a equipe de saúde percebe um estranhamento do paciente em relação a sua
doença.

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