Este documento discute a abordagem psicanalítica do sofrimento nas instituições de saúde. Ele explica que o adoecimento traz consequências como impotência e requer elaboração psíquica, e que cada pessoa lida com isso de forma subjetiva. Também descreve diferentes tipos de narrativas de sofrimento e quando o psicanalista deve ser chamado para ajudar pacientes que se identificam demais com suas doenças.
Este documento discute a abordagem psicanalítica do sofrimento nas instituições de saúde. Ele explica que o adoecimento traz consequências como impotência e requer elaboração psíquica, e que cada pessoa lida com isso de forma subjetiva. Também descreve diferentes tipos de narrativas de sofrimento e quando o psicanalista deve ser chamado para ajudar pacientes que se identificam demais com suas doenças.
Este documento discute a abordagem psicanalítica do sofrimento nas instituições de saúde. Ele explica que o adoecimento traz consequências como impotência e requer elaboração psíquica, e que cada pessoa lida com isso de forma subjetiva. Também descreve diferentes tipos de narrativas de sofrimento e quando o psicanalista deve ser chamado para ajudar pacientes que se identificam demais com suas doenças.
ABORDAGEM PSICANALÍTICA DO SOFRIMENTO NAS INSTITUIÇÕES DE
SAÚDE
Chácara Santo Antônio – Campus II
São Paulo/SP ● O adoecimento é um episódio na vida da pessoa que pode trazer para ela vários sentidos ou então parecer algo sem sentido algum. Esse adoecimento é entendido pela pessoa como um marco, provocando um antes e um depois desse acontecimento. ● Esse adoecimento pode trazer várias consequências, entre elas a experiência de impotência, fazendo com que requeira um trabalho psíquico importante de elaboração de lutos, logo o adoecimento é um acontecimento do corpo e não só do organismo, fazendo com que haja um certo tipo de esforço psíquico por parte do paciente no sentido de acomodá-lo na sua vida psíquica. ● O método clínico da psicanálise possibilita tratar o sofrimento psíquico de alguém, o que não é a mesma coisa de tratar da doença de uma pessoa. ● O jeito como cada um irá lidar com o acontecimento não está só associado à natureza dele em si mas também às condições subjetivas dessa pessoa. Junto com o analista o paciente irá tratar sua doença como acontecimento de um corpo que é dele, ou seja, só ele pode ser falado. ● O adoecimento então nada mais é que o acontecimento imprevisível que afasta o paciente de suas ideias fazendo com que haja dele um esforço psíquico, desse modo é normal esse esforço para lidar com que a doença aconteça através da tentativa de conceder algum sentido aquilo que talvez seja sem sentido algum. ● A clínica psicanalítica ensina que o adoecimento é uma experiência onde a morte passa para o campo do possível. A luta pela vida, pelo ponto de vista deles não isenta o processo de elaboração do luto, na maioria das vezes é no ápice do processo de elaboração de luto que alguém decide lutar para viver. ● Esse adoecimento pode obviamente se transformar numa experiência traumática na vida de uma pessoa, toda situação que eventualmente irá traumatizar requer um processo de elaboração. ● O psicanalista consegue fazer um mapeamento das queixas e das demandas a partir da narrativa de sofrimento trazida pelo paciente. Todo sofrimento da pessoa está ligado ao jeito que este sujeito se situa no laço social. ● A análise de narrativas de sofrimento são fundamentais por que esta dimensão subjetiva não fica sem consequência, nem para o doente e nem para o tratamento. Existem alguns tipos de narrativas de sofrimento. ● Narrativa de sofrimento informante: esse tipo traz pessoas que se mostram em sofrimento por meio de uma narrativa focada na informação, por exemplo, alguém que descreve acontecimentos do corpo de modo muito detalhado. Elas conseguem contar uma história porém tem dificuldades de se incluírem na sua própria história. ● Narrativa de sofrimento do fracasso: é alguém que se mostra por meio de uma narrativa focada no fracasso pessoal, são situações que o próprio sujeito quando não consegue corresponder essas ideias acabam interpretando como um fracasso. ● Narrativa de sofrimento de ressentido: é alguém que atribui ao outro a responsabilidade pelo seu sofrimento, o outro é aquele que decidiu por ele, com isso ele acaba se ocupando de reflexões acusadoras com relação ao outro. ● Narrativa de sofrimento do adoecido: é o indivíduo que não deixa margem para dúvida com relação a sua gravidade, são casos que nota-se o adoecimento e produz o local de laços afetivos conferindo a pessoa uma existência que ela não teria sem ele. ● O modo em que o paciente se relaciona com sua doença é o mesmo modo em que ele irá se relacionar com a equipe de saúde. ● Para Freud o primeiro passo para o tratamento psicanalítico é o comprometimento do sujeito naquilo que ele se queixa, já para Lacan é o analista que por meio de suas ações dá as condições para que o alinhamento aconteça. ● Existem alguns indicadores de risco onde o psicanalista deve ser chamado caso aconteça algumas situações, como quando a equipe de saúde perceber que o paciente está se identificando com a doença, quando ainda há chance de cura porém o paciente já está se colocando como vencido pela doença ou então quando a equipe de saúde percebe um estranhamento do paciente em relação a sua doença.