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O que

SA B E R

TRIS T E Z A
E D E P R E S S Ã O
LARA TORCIANO
EPAC
PSICÓLOGA NO C ENDIMENTO COMUNITÁRIO
E S T U D O S E M P SICOLOGIA E AT
CENTRO DE
Em nossa sociedade
contemporânea vivemos uma
cobrança para estarmos sempre
ou, na maior parte do tempo,
felizes. Supervalorizamos a alegria
e, muitas vezes, nos esquecemos
que a tristeza está entre os
sentimentos inerentes aos seres
humanos.
Quer dizer que está tudo
bem se eu me sentir triste
as vezes?
Isso mesmo. É natural que nos
sintamos tristes e insatisfeitos em
vários momentos de nossa vida,
uma vez que, muitas situações
podem desencadear estes
sentimentos, tais como uma
desilusão amorosa, problemas
financeiros, descontentamento
profissional e conflitos em geral.
O luto vivenciado pela
perda de um ente querido
pode nos levar à uma
tristeza um pouco mais
profunda, mas que
também é vista como
natural e possível de ser
superada.
Neste contexto, é importante
lembrar que, sentir-se triste
geralmente não tem relação com
estar adoecido, precisamos nos
atentar a patologização e
medicalização desnecessárias de
um sentimento que, como dito
anteriormente, é absolutamente
natural.
Dito isso, ainda assim é muito
comum que algumas pessoas
confundam Tristeza e
Depressão e, neste sentido,
entendemos a importância de
apresentarmos e
diferenciarmos uma da outra.
Vamos lá!
O que é
Tristeza?
Trata-se de um sentimento
que, assim como a alegria, o
medo e a raiva, por exemplo,
faz parte das emoções
experimentadas pelos seres
humanos ao longo da vida e
geralmente é passageira, de
breve duração.
Então não
devo me
preocupar?
Não é bem assim. Precisamos
estar atentos caso a tristeza
se prolongue, intensifique e
impacte o dia a dia da pessoa,
provocando dificuldades na
realização de atividades
rotineiras.
Isto pode ser um sinal de que
este quadro esteja se
agravando, podendo culminar
em um transtorno depressivo.
E depressão,
o que é?
Segundo o Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais
- DSM-V, os transtornos
depressivos tem como
características a presença de
humor triste, vazio ou irritável,
acompanhado de alterações
somáticas e cognitivas que afetam
significativamente a capacidade de
funcionamento do indivíduo (DSM-
V, 2014).
Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), mais
de 300 milhões de pessoas de
todas as idades no mundo
sofrem com este transtorno
que será o mais incapacitante
do planeta nos próximos anos
(OPAS/OMS, 2018).
Quais são os
sinais e
sintomas mais
frequentes da
depressão?
Os sintomas podem causar
prejuízos no aspecto social,
familiar e profissional. Entre
eles estão:
Perda de prazer em fazer
coisas que gostava
Dificuldade de
concentração
Incapacidade de realizar
atividades diárias
Mudança no apetite e no
sono
Desesperança, baixa
autoestima e sentimento
de inutilidade
Irritabilidade, ansiedade ou
angústia
Diminuição do desejo e
desempenho sexual
E como é feito
o diagnóstico?
O diagnóstico dos transtornos
depressivos baseia-se na
identificação dos sinais e
sintomas. A gravidade é
determinada pelo grau de
sofrimento e incapacitação
(física, social e ocupacional) e
duração dos sintomas
(CORYELL, 2018).
Qual a causa
deste
transtorno?
Ainda segundo a OMS, a causa
exata é desconhecida, mas
provavelmente estão inclusos
aspectos como hereditariedade,
alterações nos níveis de
neurotransmissores e fatores
psicossociais. Trata-se de uma
complexa interação de fatores
sociais, psicológicos e biológicos.
E como devem
ser tratados os
transtornos
depressivos?
São tratáveis por meio de
psicoterapia, em alguns casos
faz-se necessário o uso de
medicamentos
antidepressivos e o ideal é
que haja uma combinação de
ambos (OPAS/OMS, 2017).
Embora existam tratamentos
eficazes, infelizmente muitas
pessoas acabam não
procurando ajuda por conta
do estigma associado aos
transtornos mentais.
Em casos mais graves, é
recomendável que uma rede de
cuidados integrais seja
estabelecida, contando com
familiares, amigos e profissionais
como o psicólogo e o psiquiatra.
Esta rede deve estar atenta e
disponível para momentos de
crise.
É importante lembrar
que a depressão pode
afetar qualquer pessoa
e jamais deve ser vista
como sinal de fraqueza.
E como o
psicólogo atua
diante deste
quadro?
Segundo a Fenomenologia (uma das
abordagens da Psicologia), a
depressão se constitui como uma
experiência de restrição das
possibilidades de ser, ou seja, o
adoecimento significa que a
liberdade de vir-a-ser da existência
encontra-se limitada, o que
caracteriza um grande sofrimento,
uma sensação de vazio e de não-
viver (BARBOSA, 2012).
Dentro desta perspectiva, o
profissional da psicologia que atue
enquanto fenomenólogo precisa
estar atento não apenas aos
sintomas relatados anteriormente,
(sem, no entanto, negar sua
importância), mas, principalmente,
ao que está por traz deles, ou seja,
às suas causas.
Desta forma, é possível
desvelar a essência do
sofrimento, do fenômeno em
si e ajudar o paciente/cliente a
elaborar e ressignificar suas
experiências vividas,
promovendo saúde mental e
qualidade de vida.
VALE DESTACAR QUE,
DIANTE DA PANDEMIA DE
COVID-19 E O ATUAL
MOMENTO DE ISOLAMENTO,
TODOS OS SINTOMAS
DESCRITOS PODEM ESTAR
INTENSIFICADOS, O QUE
REQUER MAIOR ATENÇÃO E
CUIDADOS COM ESTAS
PESSOAS.
onde buscar informações
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

BARBOSA, S. L. R. A experiência da depressão na


contemporaneidade: uma compreensão fenomenológico-
existencial. Tese (Mestrado em Psicologia) – Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2012. Disponível
em:https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/175
09/1/SynaraLRB_DISSERT.pdf. Acesso em: 03/04/2020.

CORYELL, William. Transtornos depressivos. Manual MSD,


2018. Disponível
em: https://www.msdmanuals.com/ptpt/profissional/transtorn
ospsiqui%C3%A1tricos/transtornos-do-humor/transtornos-
depressivos. Acesso em: 02/04/2020.
onde buscar informações

DEPRESSÃO: O QUE VOCÊ PRECISA SABER.


OPAS/OMS, 2017. Disponível
em: https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_content&view=article&id=5372:depressao-o-
que-voce-precisa-saber&Itemid=822.Acesso em:
02/04/2020.

FOLHA INFORMATIVA – DEPRESSÃO. OPAS/OMS


Brasil, 2018. Disponível
em: https://www.paho.org/bra/index.php?
option=com_content&view=article&id=5635:folha-
informativa-depressao&Itemid=1095. Acesso em:
03/04/2020.

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