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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE PSICOLOGIA
PROFESSOR: FELIPE PADILHA
DISCIPLINA: TEORIAS FENOMENOLÓGICAS DA PERSONALIDADE
ACADÊMICA: BEATRIZ BANDEIRA

PROCESSO, DIÁLOGO E AWARENESS: ENSAIO EM GESTALT-TERAPIA


(Gery, M. Yontef, 1998)

(Síntese – Capítulos 1 e 2)

Balneário Camboriú
Set/2023
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PROCESSO, DIÁLOGO E AWARENESS: ENSAIO EM GESTALT-TERAPIA


(Gery, M. Yontef, 1998)

SÍNTESE

Yonsef (1998) psicólogo clínico e Gestalt-terapêuta, apresenta na parte 1 de sua


obra, “Processo, diálogo e awareness: ensaio em Gestalt-Terapia”, temas sobre História
e Política em Gestalt-Terapia (GT). Nas subdivisões desta sessão, o autor expõe no
capítulo 1, uma visão geral da “Gestalt-Terapia”, seus conceitos, sua origem e status atual,
sobre a teoria da personalidade e a teoria de psicoterapia e seus mecanismos, aplicações
e tratamento. Reserva para o capítulo 2, “Uma revisão da prática Gestalt-Terapia”, com a
descrição dos modelos de psicoterapia, discute, historiciza e compara modelos.
O autor apresenta no capítulo 1, uma visão geral da Gestalt-terapia – uma terapia
existencial-fenomenológica – fundada por Frederick Salomon Perls (Fritz) e Laura Perls
(1940) que tem como método a awareness, -– a tomada de consciência do sujeito de
forma global no momento presente, como um conjunto da percepção pessoal, emocional,
interior e ambiental –.
Adicionalmente, aborda os conceitos básicos da GT, que se referem às
perspectivas: fenomenológica (exploração da a awareness ou o insight); da teoria de
campo (campo é um todo, as abordagens são descritivas, e ênfase está na observação, e
explicação da estrutura exata daquilo que está sendo estudado), e a perspectiva existencial
(focada na experiência da pessoa, em suas relações interpessoais,
alegrias e seus sofrimentos diretamente experienciados).
Toma o diálogo, que representa a relação entre paciente (experimentação de como
de como verdadeiramente ela é , seu verdadeiro self, e awareness fenomenológica) e
terapêuta como parte essencial da GT, e enfatiza suas quatro características: inclusão,
presença, compromisso e vividez.
Expõe como precursor principal da GT, Fritz Perls e do Zeitgeist (força do tempo)
em que ele Viveu; suas influencias direta (Karen Homey e Wilhelm Reich) e, indireta
(Otto Rank e outros), e ao discutir sobre a teoria da personalidade defende que uma pessoa
existe pela diferenciação entre o self e o outro, e por conectar o self e o outro (as duas
funções de uma fronteira). Usa o metabolismo como metáfora para tratar sobre o
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funcionamento psicológico, a regulação da fronteira entre o seif e o ambiente deve ser


mantida permeável para permitir trocas, porém, suficientemente firme para ter autonomia,
Yonsef (1998), menciona ainda, que dentro da teoria da personalidade existem os
distúrbios da fronteira de contato a perda da distinção entre o self e o outro, um distúrbio
tanto de contato quanto de awareness, a confluência (fusão), a distinção e separação entre
o self e o outro tanta nítidez que a fronteira é perdida, o isolamento, no qual a fronteira
torna-se tão impermeável que a união é perdida, a retroflexão (divisão dentro do self, uma
resistência a aspectos do seif pelo self, a introjeção (valores e comportamentos
introjetados são impostos ao self, a projeção (confusão de self e outro) e a deflexão (ato
de evitar o contato ou a awareness).
Salienta a auto-regulação organísmica, na qual a escolha e o aprendizado
acontecem de forma holística, com uma integração natural de corpo e mente, pensamento
e sentimento, espontaneidade e deliberação e a awareness que tem como ato o aqui-e-
agora.
Ressalta que a psicoterapia GT é mais adequada para pessoas que criam ansiedade,
depressão, e assim por diante, rejeitando-se, alienando aspectos de si mesmas e se
enganando. Não há "deveria(s)" em Gestalt-terapia, a autonomia e a autodeterminação do
paciente são consideradas os valores mais importantes, e que seu objetivo é o crescimento
e a autonomia, com um aumento de consciência (consciousness) com ênfase direta na
experiência do paciente e a observação do que não está na awareness ("o que" e do
"como").
Esta terapia por sua vez, pode ser aplicada de maneira eficaz com qualquer
população de pacientes sendo possível que, sejam feitas modificações de acordo com o
estilo terapêutico, a personalidade, e as considerações diagnósticas. Tem sido empregada
com sucesso numa grande variedade de desordens "psicossomáticas" (enxaqueca, colite
ulcerativa, coluna e pescoço espásticos), em trabalho com casais, com indivíduos com
dificuldades de lidar com figuras autoritárias e uma ampla variedade de conflito,
Intrapsíquicos, com pacientes que apresentam desordens de caráter severas, e com
psicóticos.
O tratamento na GTcomeça com o primeiro contato, a avaliação ( inicia-se com o
encontro terapêutico) da disposição e o suporte do paciente para trabalhar neste enfoque,
e a seleção do que é mais importante (problema). Pode ser trabalhado em grupo (idade
tipicamente variaria entre vinte e 65 anos, com uma média entre trinta e cinqüenta), estilo
workshop (tratamento auxiliar para problemas visuais, treinamento de awareness,
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crianças com problemas de comportamento, treinamento de funcionários de creches,


ensinar criatividade a professores e outros, com um paciente terminal, e em
desenvolvimento organizacional), com famílias, e por gerenciamento de caso (apoio ao
relacionamento pessoa-a-pessoa).
No capítulo 2 - Uma revisão da prática Gestalt-Terapia, Yonsef (1998), considera
o aqui e agora sem exclusão das variáveis de awareness, a aplicação da atitude existencial
e as três escolas de psicoterapia: os movimentos de terapia psicodinâmica,
comportamental e de potenciais humanos para revisar a prática da GT.
Defende como princípios da GT (Perls), trabalhar totalmente no aqui-e-agora; e
uma preocupação integral com o fenômeno da awareness. Considera o contato, o sentir o
ambiente e o movimento motor como funções ativas, de contato (formação de uma figura
de interesse contra um fundo ou contexto de organismo/ambiente).
Afirma, que somente uma gestalt consciente (awareness) leva à mudança, que a
cura não é um produto acabado, que o ego é o sistema de identificação e alienação do
organismo, que aliena alguns dos processos do self na neurose (sem percepção e se auto-
rejeitando), e perde (aliena alguns dos processos do self,) a awareness.
Mostra que, processo terapêutico de transformação na GT o terapêuta não é
passivo, pois auxilia o paciente a redescobrir o mecanismo que ele usa para controlar sua
awareness e, ao que corresponde ao modelo experimental de psicoterapia (, o ojetivo é o
paciente descobrir o mecanismo pelo qual ele aliena parte dos processos do seu self e,
assim, evita a awareness de si e
de seu ambiente.
Apresenta uma distinção teórica entre GT, terapia da terceira força (cura pela
autopercepção) , na qual o paciente aprende a usar integralmente seus sentidos internos e
externos para conseguir ser auto-responsável e auto-suportivo, a modificação
comportamental (controle de estímulos), onde o comportamento do paciente é modificado
diretamente pela manipulação de estímulos ambientais, a psicanálise (cura pela fala) o
comportamento é causado por motivação inconsciente, que se toma manifesta na relação
de transferência.
O autor apresenta suas discussões sobre a revisão da prática da GT, e justifica que
tal abordagem distingue-se cada vez mais das psicoterapias psicodinamicamente
orientadas, por considerar-se ser holística e multidimensionalidade, considerar o agora e
o mecanismo de mudança, a psicoterapia como experimentação, o lugar da escala de
valores do terapeuta, e a aceitação da agressão e o conflito como forças biopsicossociais
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Referências

YONTEF, Gary M. Processo, Diálogo e Awareness. In:_____. Gestalt-Terapia; Uma


revisão da prática da Gestalt-terapia, Tradução de Eli Stern. - São Paulo: Summus, 1998.
p. 7-115.

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