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Resumo
A esquizofrenia é considerada a doença mental que mais causa prejuízo para o indivíduo
acometido, família e amigos. Apesar de ser tratada como uma única doença, a esquizofrenia é
uma categoria diagnóstica diversificada, que inclui patologias com sintomas semelhantes,
dentre elas a esquizofrenia paranoide, caracterizada por estados de delírios primários que
compreende percepção repentina de uma persecutoriedade única e especial, característica em
uma situação. Método: Trata-se de um relato de caso de uma paciente portadora de
esquizofrenia paranoide assistida em um centro de referência a saúde mental (CERSAM) de
Belo Horizonte-MG. Descrição do caso: Trata-se de uma paciente do sexo feminino de 57
anos, internada pela primeira vez no CERSAM em 2012 com diagnóstico provável de
esquizofrenia paranoide, na ocasião, foi encontrada sozinha em condições precárias.
Conclusão: O acompanhamento do paciente de forma medicamentosa, psicoterápica e
socioterápica o leva à melhora dos sintomas, proporcionando melhor qualidade de vida para ele
e seus familiares.
______________________
¹Academica em Enfermagem Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. adelmamartins@ymail.com
2
Academica em Enfermagem Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. ludybribeiro@yahoo.com.br
3
Academica em Enfermagem Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. rosieneisrael@gmail.com
4
Enfermeiro. Especialista em Saúde Mental Coletiva. Residência em Saúde Coletiva com Ênfase em Saúde Mental
(ESP-RS). redua.pio@gmail.com
3
Enfermeira. Doutora em Ciências da Saúde (EPSC-BH). Especialista em Nefrologia (FCM-MG) e Oncologia
(EPSC-BH). Docente do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix. Coordenadora Curso Enfermagem
Izabela Hendrix. Coordenadora de Cursos de Aperfeiçoamento em Enfermagem.
gabriela.ferreira7@izabelahendrix.metodista.br
INTRODUÇÃO
A esquizofrenia é uma doença mental grave, caracterizada pela perda de energia, iniciativa e
interesse, com presença de estado depressivo, isolamento, comportamento inadequado,
negligência com a aparência pessoal e higiene, que podem surgir e permanecer por algumas
semanas ou até meses antes do aparecimento de sintomas mais característicos da doença, tais
como alucinações e delírios, transtornos de pensamento e fala, (SOUZA, 2015).
A esquizofrenia é considerada a doença mental que mais causa prejuízo para o indivíduo
acometido, sua família e amigos. Apesar de ser tratada como uma doença, a esquizofrenia é
uma categoria diagnóstica diversificada, que inclui sintomas semelhantes (FERREIRA, 2010).
As causas são desconhecidas, sendo melhor aceita a teoria da “vulnerabilidade versus estresse”,
propondo que a presença de vulnerabilidade aumenta o risco para o desenvolvimento de
sintomas na presença de estressores ambientais e na falha dos mecanismos para lidar com eles.
Os fatores de vulnerabilidade são baseados em componentes biológicos, que incluem
predisposição genética, que interage com fatores complexos físicos, ambientais e psicológicos
(BRASIL, 2013).
MATERIAL E MÉTODOS
Os sujeitos relatados neste artigo foram identificados por nome de pedras, objetivando preservar
o sigilo e anonimato. Desta forma, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix (CUMIH), sob o número de parecer
consubstanciado 32429620.5.0000.5096.
Para a análise dos dados, foi inicialmente consultado o prontuário da paciente em questão,
com transcrição de eventos marcantes na evolução da paciente e patologia, após foi realizado
levantamento bibliográfico, por meio dos descritores controlados combinados Esquizofrenia
Paranoide AND Saúde Mental e Esquizofrenia Paranoide AND Assistência à Saúde Mental,
com recorte temporal de2008 a 2016, que permitissem embasamento teórico para a discussão e
apresentação do caso clínico alvo deste estudo.
Trata-se de uma paciente do sexo feminino, aqui tratada como Ametista., de 57 anos,
diagnosticada com esquizofrenia paranoide em 2012, portadora de diabetes e hipertensão.
Conforme dados coletados, Ametista era casada e exercia a profissão de enfermeira no estado
de São Paulo, onde morava com o marido e duas filhas até 1990, década da separação. Ametista
assumiu o cuidado das filhas sozinha, enfrentando dificuldades inclusive para o sustento
próprio. Conforme a paciente, os sintomas da esquizofrenia surgiram após estes eventos.
Após a separação e tendo deixado de exercer a profissão, Ametista deixou as filhas, já adultas,
em São Paulo e veio para Belo Horizonte morar com o irmão, que conforme dados do registro
da paciente, também é portador de doença mental, não especificada no prontuário. Todavia,
Ametista mora sozinha em um barracão no mesmo lote que o do irmão, onde dividem as
despesas do mesmo. O local de sua moradia possui condições precárias de higiene, relacionada
também a acumulação de objetos.
Foram nessas condições que Ametista foi encontrada pela primeira vez em 2012, apresentando
isolamento social; delírios de perseguição, acreditando que “sua família estava tentando invadir
sua casa”; pensamentos desorganizados; agitação psicomotora; e sem aderência ao tratamento
medicamentoso. Foi procedida a internação no CERSAM na data de 19/06/12, com duração de
8 meses quando teve alta. Após a primeira internação a paciente foi submetida a outras quatro,
em dezembro de 2013, agosto de 2015, maio de 2016 e a última na qual permanece em
tratamento, ocorreu em agosto de 2017, todas após crise agitação psicomotora.
Atualmente a paciente se encontra em estado controlado, fazendo uso das medicações diárias
Risperidona, Metformina, Clonazepam, Levotiroxina, Furosemida, Captopril. Ametista
encontra-se em bom estado interativo e relata ir ao CERSAM “tomar a medicação e participar
das oficinas”. Em relato verbal Ametista revelou seguir a fé Adventista, religião marcada por
princípios de saúde.
DISCUSSÃO
Achados característicos desta patologia como: delírios persecutórios, perda do contato com a
realidade, surtos psicóticos, agitação psicomotora, isolamento social e descuido com a higiene
pessoal, foram apresentados por Ametista. Segundo Geraldi e Campolim (2014), os portadores
apresentam um conjunto de "sintomas positivos", como alucinações, delírios e desorganização
do pensamento, durante as crises agudas, intercalados por períodos de remissão. A doença é
acompanhada também pelos chamados "sintomas negativos": dificuldade de expressão das
emoções, apatia, isolamento social e um sentimento profundo de desesperança, que acentua
tendências ao suicídio. O portador de esquizofrenia apresenta ainda problemas cognitivos, tais
Revista NBC - Belo Horizonte – vol. 10, nº 20, dezembro de 2020.
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como dificuldade de abstração, déficit de memória, comprometimento da linguagem e falhas
no aprendizado.
REFERÊNCIAS
GIRALDI, A.; CAMPOLIM, S. Novas abordagens para esquizofrenia. Ciência e Cultura., São
Paulo, v. 66, n. 2, p. 6-8, 2014.