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A construção do caso

clínico

“um texto que, através de seu estilo narrativo, põe


em cena uma situação clínica que ilustra uma
elaboração teórica… uma pintura viva de um
pensamento abstrato” J. D. Nasio

maio/2021
Sintetizando

Analista- identificar afetos, defesas e intenções, sem deixar passar
quaisquer tipos de sentimentos ou de julgamentos, com interpretações
com interpretações que contribuam para uma progressiva diminuição
da angústia e melhora na sintomatologia, até se chegar a implantação
da autonomia diante da vida. Sem rotular o analisando.

Lembrando que rotular é um ato contratransferencial.

O recomendável é valendo-se da associação livre e atenção flutuante:

Formular uma hipótese, que pode confirmar-se ou infirmar-se

Anotar o que quer que seja , para compreender a situação e pôr-se em
condições de interpretar.
Atenção

Conhecimento teórico e atenção flutuante hão de
ser o que descreve o analista no exercício da
sua atividade, como resume Otto Feniel (1945).

Segundo Uyratan de Carvalho, só o
conhecimento acurado, desenvolvido em cima
de continuadas e concentradas leituras, será a
vacina contra distorções nas interpretações.
A Anamnese

Fundamental para a escrita do
caso clínico.
Estrutura

CAPA

CONTRACAPA

RESUMO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

IDENTIFICAÇÃO

QUEIXA PRINCIPAL

HISTÓRICO DA DOENÇA ATUAL

HISTÓRIA PESSOAL E FAMILIAR

HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA

EXAME PSÍQUICO E SÚMULA

HIPÓTESE DIAGNÓSTICA

TRIÂNGULO DO CONFLITO

COMPREENSÃO PSICODINÂMICA

EVOLUÇÃO DO TRATAMENTO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Capa

Nome da Instituição

Nome do psicanalista em formação

Local e data
Exemplo
Contracapa

Nome da Instituição

Nome do psicanalista em formação

Local e data

Orientador

Texto:

Trabalho apresentado como requisito para


conclusão de Curso de Psicanálise Clínica e Didata do
Centro de Atendimento e Estudo Psicanalítico (CEAP).
Exemplo
Resumo

Síntese do estudo

Palavras chaves

Inglês e ou Espanhol
Exemplo
Esse relatório é o resultado do acompanhamento psicanalítico da cliente PA04, durante o meu
período de Estágio Supervisionado do curso de Psicanálise Clínica. O referido acompanhamento
teve uma duração de seis meses e foi realizado no período de junho à novembro de 2020.Foram
feitos 32 atendimentos baseados na perspectiva junguiana, onde desenvolvemos um trabalho
psicanalítico utilizando sonhos, mitologia, arte no tratamento de uma neurose obsessiva. Esse relato
apresenta, de forma objetiva, a identificação da cliente, sua queixa principal, o histórico de sua
doença atual, sua história pessoal e familiar, sua história patológica pregressa, seu exame psíquico
e súmula, a hipótese diagnóstica, a psicodinâmica do caso, o foco e a evolução do tratamento, bem
como as impressões do psicanalista em formação. O tratamento continua e o que temos observado
é uma melhora nos sintomas da neurose obsessiva, bem como uma melhora na funcionalidade dos
seus comportamentos o que vem se refletindo em seus relacionamentos pessoais e conjugal.
PALAVRAS-CHAVE: Acompanhamento psicanalítico. Jung. Sonhos. Mitologia. Neurose obsessiva
Sumário
Apresentação

Introdução do estudo de caso
Exemplo
Introdução

A teoria pensada e estruturada por Sigmund Freud, no final do século XIX, visava a compreensão e o entendimento da mente humana, buscando promover a
consciência de padrões de emoções e comportamentos inconscientes, desadaptativos e habitualmente recorrentes. Isso permite que aspectos anteriormente
inconscientes do self se integrem e promovam um ótimo funcionamento da mente, cura e expressão criativa. Ao longo dos anos outros pensadores e teóricos
foram amadurecendo e ampliando a proposta do pai da Psicanálise, tornando- a mais acessível e popular sem perder de vista os elementos constitutivos dessa
teoria que destacadamente atua observando no consciente o inconsciente, sem perder de vista as transformações e as permanências que marcam o
desenvolvimento da mente humana.

Dentre os tantos autores que aprimoraram os estudos iniciados por Freud destaco aqui o médico suíço Carl Gustav Jung, seu discípulo e fundador da
Psicologia Analítica que interpreta o indivíduo dentro de uma coletividade, em que fatores socioculturais influenciam também o seu desenvolvimento.

Não restam dúvidas que para ambos a grande estrela em questão era o Inconsciente. Esse guardador de memórias antigas e de difícil acesso pela razão,
mas sempre disposto a mostrar-se voluntária e involuntariamente para aqueles que se abrem à sensibilidade, que se permitem mergulhar aos recônditos da
alma e descobrir por entre névoas aquilo que precisa aceitar, internalizar e integrar para viver de forma verdadeira, equilibrada e funcional.

Nesse relatório de estudo de caso clínico, pude acompanhar esse processo de acesso ao inconsciente através de sonhos, atos falhos, fantasias e expressões
artísticas, mas também dos semblantes, das lágrimas, dos risos, dos gestuais, expressões corporais e do silêncio dos não ditos…E assim, como tão bem nos
ensinou Jung, ir percebendo nesses emaranhados os complexos que afligem a alma.
Durante a caminhada fomos crescendo juntas. Pude me ver e rever. Aprender que o trabalho com o inconsciente é assim: ,íntegro, porém flexível e
respeitador do tempo e dos limites do outro. Uma via de duas mãos, onde todo o tempo vamos e voltamos juntos, e nos conhecendo um pouco melhor. É ver-se
de verdade sem capas ou escudos, sem a pretensão de ser divino e entender que :
“Só aquilo que somos realmente tem o poder de nos curar.” (Carl Gustav Jung)
Identificação

O que essa parte deve apresentar:
– Dados do cliente
– Que dados podem ser expostos sem comprometer
o sigilo do paciente?
– Observar a Anamnese
Exemplo

Identificação
PA04, 32 anos, sexo feminino, branca,
brasileira, casada, enfermeira, concluindo o
curso de Medicina.
Queixa principal

O que essa parte deve apresentar:
– A queixa trazida pelo(a) cliente
– Neste item, explicita-se o motivo pelo qual o cliente
recorre ao atendimento.
– Caso o paciente traga várias queixas, registra-se
aquela que mais incomoda.
– O registro da queixa principal preferencialmente
não deve ultrapassar duas linhas.
Exemplo

Queixa principal
Crise conjugal e ansiedade pelo adiamento da
formatura devido a Pandemia ( Covid -19)
Histórico da
doença atual

Aqui registramos apenas a doença psíquica do paciente. Com destaque
para os sintomas mais significativos, a época em que começou o distúrbio,
como vem se apresentando, sob que condições melhora ou piora.

Averigua-se se já esteve em tratamento, como foi realizado e quais os
resultados obtidos, se houve internações, como ele se sente atualmente.

Pede-se ao paciente que explique, o mais claro e detalhado possível, o que
sente.

É importante lembrar que ao fazer o relato escrito deve haver uma
cronologia dos eventos mórbidos (do mais antigo para o mais recente)

Aqui também são anotados, se houver, os medicamentos tomados pelo
paciente( dose, duração, uso). Caso não tome remédios registra-se:
– “ Não faz uso de medicamentos.”
OBS: A doença atual pode ou não estar relacionada ou ser a queixa principal
Exemplo
História da doença atual
Chega ao atendimento antes do horário, falando da sua profissão e da necessidade de
esconder as emoções. “Não posso chorar.” Afirma ouvir de familiares frases do tipo: “ Você é
fria.” “Você é uma rocha.” Relata estar passando por uma crise conjugal devido a falta de
interesse e de dialogo do marido. Destaca que o mesmo já a traiu e que tem notado mudanças
em seu comportamento. Descreve-se como ciumenta, a ponto de descobrir as senhas de
celular do marido e frequentemente acessar o mesmo com o objetivo de descobrir o que ele
faz e com quem conversa. Pontua que não se dá bem com a família do marido. Não gosta dos
afazeres domésticos e da função materna, embora ame a filha e goste de ser mãe. Sinaliza
que em sua relação ela é o homem e o marido a mulher. Apresenta algumas queixas em
relação as interferências da mãe em seu relacionamento. Descreve-se como extremamente
racional.
Histórico pessoal
e familiar

O que essa parte deve apresentar:
– O que foi relatado pelo cliente ao longo das
sessões sobre sua história pessoal e sua família.
Exemplo
História pessoal

Filha mais velha de um casal tradicional (casados a mais de 30 anos). Tem uma irmã 10 anos mais nova, que é vista pela mesma
quase como filha. Sempre viveu no interior e passando por várias cidades por motivo de estudo. “Eu era a melhor aluna da sala.” “
Passei a vida inteira achando que tinha que dar exemplo.” Afirma ter tido uma infância feliz, (passava boa parte do tempo no campo,
local que afirma gostar muito) apesar de citar episódios de bulling. Bastante ligada à família (pai, mãe e irmã). Estudiosa, formou-se
em enfermagem. Depois de muito planejamento casou-se, teve uma filha (que hoje tem 4 anos) e depois de muitas pós graduações
passou a dedicar-se ao seu grande sonho: Medicina, curso que está prestes a concluir após o Bacharelado Interdisciplinar em saúde.
Constantemente preocupada com os pais e a irmã. Percebe que a relação dos pais não é funcional. Vê a mãe como autoritária, visto
que a mesma manipula as relações familiares, ao mesmo tempo a admira pela sua trajetória, determinação, garra e “ força para
construir.” A mãe aparece em suas lembranças como muito trabalhadora, exigente, cobrava horários, controlava-a através de uma
“rabada de olho”. Sentia-se por isso obrigada a agradar, para fazer valer o esforço dela. Ama o pai, mas não o vê como ativo e sim
dependente da mãe. Recorda de brincar com os pais, gostavam muito de jogar baralho. Mamou na mamadeira e chupou bico até os
onze anos. Em seus atendimentos foram recorrentes as lembranças dos avós paternos em sua infância feliz (memória afetiva
acompanhada de choro). Não consegue alimentar-se sem o uso de talheres, bem como não toca em substâncias oleaginosas ou
visguentas como quiabo ou jaca. Ama a filha, no entanto não se vê fazendo “coisas de mãe.” Não tem medo da morte nem de mortos,
mas admite ter medos de fantasmas da sua imaginação (tipo zumbi…). Não suporta flores devido a sua efemeridade. Gosta de
competir com os outros e consigo mesmo. “Não aceito quebrar acordos e não admito erros.”
Histórico da patologia
pregressa

O que essa parte deve apresentar:
– Nesta etapa, investigam-se os antecedentes mórbidos
do paciente.
– Devem constar somente as doenças físicas.
– Viroses comuns da infância, desmaios, convulsões e
sua frequência, doenças, operações, acidentes,
traumatismos( sintomas, datas, duração), internações
e tratamentos.
OBS: A história patológica pregressa pode ou não
estar relacionada ou ser a queixa principal.
Exemplo
História patológica pregressa:
Recorda desde a infância episódios de febre reumática (doença autoimune, em que o sistema imunológico, por razões
desconhecidas passa a células e tecidos saudáveis do corpo como invasores, atacando-os e causando diversos problemas à
saúde, com dores nas articulações, manchas na pele, febre, falta de ar, fadiga, podendo mesmo afetar o cérebro e o coração e
levar a morte).
Os episódios de febre reumática estão em sua memória associados as zombações que ela sofria por conta das quedas, pelas
manchas roxas em seu corpo, pelas limitações impostas pela doença e pelo fato da mãe associar a medicação ( Benzetacil) a
punições.
A cliente pontua também alergia (Rinite) e apresenta alguns sintomas neuróticos como roer unha, inquietude, medo, timidez e
teimosia.
Ela recorda que certa vez um psiquiatra com quem teve aula na faculdade de medicina afirmou que ela possui traços de
Transtorno de personalidade obsessiva, condição de saúde mental onde a pessoa é extremamente perfeccionista, tem
necessidade de ordem e controle sobre as pessoas ao seu redor. A pessoa acredita que seu perfeccionismo e necessidade de
controle são pensamentos certos e que todas as pessoas estão agindo de forma errada (Um elemento remonta a necessidade de
na infância ser uma criança perfeita e obediente). No decorrer da análise foi possível observar traços de neurose obsessiva.
Relata ter tido episódios de ansiedade com a necessidade de internação e uso dei ansiolítico nesses momentos.
Exame psíquico
e súmula

O que essa parte deve apresentar:
– Nessa parte as anotações devem ser feitas de forma que
alguém de fora da área psicanalítica possa compreendê-las.
– A sua organização deve obedecer a determinados quesitos
que, obrigatoriamente, serão respondidos pelo entrevistador.
– Na súmula devem constar os termos técnicos que expressam
a normalidade ou as patologias observadas no cliente.
– Trata-se de um resumo técnico de tudo o que foi observado na
entrevista.
– A disposição da súmula deverá constar de um único parágrafo,
com cada item avaliado limitado por ponto.
Exame psíquico

Aparência

Comportamento

Atitude para com o entrevistador

Orientação

Atenção

Vigilância

Tenacidade

Memória

Inteligência

Sensopercepção

Pensamento...
Exemplo
Exame psíquico:

Paciente comparece a sessão por indicação da mãe que também é psicanalista.. Aparenta
estar bastante ansiosa e um pouco nervosa, agitada. Chegou antes do horário e muitas vezes
fez menção a gostar de cumprir horários. Vestuário e condições de higiene adequados É bem
articulada, responsiva e traz palavras cheias. Não gesticula muito. Faz bom vínculo com a
terapeuta. Perfeccionista e observadora. Tem consciência de si, da sua identidade, dos seus
atos. Ego estruturado. Demonstra carência afetiva projetando na mãe as suas frustrações. Em
vários momentos ela demonstra emoção (choro). Uma mulher sensível, inteligente, madura,
atenta aos detalhes, de personalidade forte e muito independente. Durante o processo
terapêutico apresenta psicossomatizações. Perceptível também o sentimento de culpa e de
abandono. Demonstra preocupação com a opinião alheia. Fisicamente forte, mas
psicologicamente frágil. Afirma não sonhar ou não recordar dos sonhos.
Exemplo

Súmula:

Cooperativa. Globalmente orientada. Normovigil e


normotenaz. Memória, inteligencia, sensopercepção,
linguagem e consciência do eu sem alterações.
Nexos afetivos mantidos. Normotímica. Normobúlica.
Pragmática. Motricidade normal.
Hipótese diagnóstica

Diagnóstico é uma palavra de origem grega e
significa reconhecimento. No ato médico
refere-se ao reconhecimento de uma
enfermidade por meio de seus sinais e
sintomas.

Trata-se aqui de diagnóstico nosológico
( intervenção de longo prazo e de alcance mais
profundo) a ser seguido em conformidade com
o CID- 10
Exemplo
Hipótese diagnóstica:

CID 10 F41.1 - Ansiedade generalizada e persistente que não ocorre exclusivamente nem mesmo de
modo preferencial numa situação determinada (a ansiedade é “flutuante”). Os sintomas essenciais são
variáveis, mas compreendem nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação
de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. Medos de maneira geral que
apontam para questões futuras, o que inclui um estado ansioso, uma neurose ansiosa ou uma reação de
angústia.

CID10 F 60.5 -Transtorno da ansiedade caracterizado por obsessões ou compulsões recorrentes e


persistentes. Obsessões são ideias, pensamentos e imagens intrusivos, que são experimentados como
não tendo sentido ou sendo repulsivos. Compulsões são comportamentos repetitivos e aparentemente
propositais, geralmente reconhecidos pelo indivíduo como não tendo sentido e não trazendo prazer,
embora proporcionem um alívio da tensão. Nesse caso acredito que a cliente apresente traços de
personalidade obsessivo compulsivo.
Triângulo do conflito

O que essa parte deve apresentar:
– Impulso, ansiedade e defesa
Exemplo

Impulso- ser aceita

Ansiedade desencadeada pelo medo da
rejeição e pela necessidade de controle e
agravada pelo atraso em sua formatura por
conta da Covid.

Defesa – Ansiedade.
Compreensão
psicodinâmica

O que essa parte deve apresentar:
– A dinâmica da situação clínica do cliente,
permitindo uma clareza na compreensão do caso
em questão, no que se refere às motivações, as
problemáticas, elementos chave da história
desenvolvimental do paciente, mecanismos
interpessoais.
Exemplo
Compreensão psicodinâmica:

A paciente cresceu em um lar estruturado, mas de certa forma disfuncional, visto que a relação dos pais não constitui-se de forma
equilibrado. O pai era colocado numa posição de inferioridade em relação a mãe que assumia o papel de chefe da família e esse modelo foi
levado pela paciente para a sua vida conjugal, onde ela chega mesmo a afirmar: “no meu casamento eu sou o homem e o meu marido a
mulher.” Essa frase cheia traz toda a percepção de relação que ela tem: um manda e outro obedece e também uma inversão de papeis
onde ela tem como ganho o poder. Nesse ponto entra em questão a forma como ela se relaciona com o poder e com o feminino. A chegada
dessa paciente ao consultório marca bastante esse engessamento do seu feminino. Sua roupa era preta, sem adornos ou enfeites, unhas
por fazer e uma fala áspera, dura, seca, como um solo infértil, chegando a comparar-se com uma rocha, o que levou-nos a uma reflexão
sobre a rocha como algo sem vida, mas que pode ser utilizada como estrutura para construção de grandes obras e que, se lapidada,
também podem transformar-se em obras de arte belíssimas. Essa apresentação inicial mostra a utilização pela mesma de mecanismos de
defesa do ego (negação), que sendo emotivo e sensível mascara-se de uma fortaleza e racionalidade para proteger-se de possíveis
ataques externos, mas isso acaba fazendo com os ataques ocorram internamente, principalmente através de somatizações.

Sempre constante em sua fala a presença da família, esse assunto desperta emoção nela (choro). Preocupa-se bastante com a forma
como os outros a vem. Num primeiro momento afirma não sonhar, mas em seus atendimentos futuros apresenta um riquíssimo material
onírico, que permitiu de fato a realização de um trabalho pautado pela psicanalise numa abordagem junguiana.
Evolução do
tratamento

O que essa parte deve apresentar:
– Como o tratamento evoluiu
Exemplo
Evolução do tratamento

Ao iniciar a 1ª sessão a paciente demonstra uma necessidade muito grande de se autoconhecer, mas encontra-se perdida em meio as suas questões e
esconde-se através do escudo da racionalidade. Ela apresenta uma série de complexos afetivos, que segundo Jung “são imagens de uma determinada situação
psíquica de forte carga emocional e além disso incompatível com as disposições ou atitude habitual da consciência.” Esses afetos disparam o que existe de
indomado no homem.

PA04 apresentou-se nos primeiros atendimentos com uma identificação de persona ( mulher independente, forte, enfermeira, quase médica) o que levou-me a
associá-la do ponto de vista arquetípico com uma amazonas (Ártemis, Diana, Mulher maravilha). Essa identificação leva – a uma percepção insuficiente de que o
ego é separável do papel da persona social, de modo que tudo que ameace o papel social é visto e vivenciado como uma ameaça ao próprio ego.

Ela sente-se vazia, sem rumo quando não está usando a sua persona, que foi adequada ao trabalho, a sua profissão, não tendo cultivado um sentimento mais
amplo de identidade e competência. Não integrou os diversos aspectos da sua vida, por isso quando se vê obrigada a retornar para casa e encontrar-se consigo
mesma, com a sua vida inteira, ela entra em desespero. A não percepção da sua unicidade, a fez ceder a tendências egocêntricas e narcisistas, o que culmina
com a acentuação da sua neurose (sensação de estar dividido, nunca uno e indiviso em relação ás reações e sentimentos). Para reverter esse quadro urge a
necessidade de individuar-se promovendo um continuo dialogo entre o ego e self.

“Uma analise junguiana “bem sucedida” leva a apreciação


da natureza fundamentalmente misteriosa da psique, a qual
parece ser ao mesmo tempo íntima e transpessoal, limitada
pelo ego individual e, no entanto mais livre no tempo e no espaço
do que a personalidade empírica. Nessa fronteira da psique,
estamos no limiar de questões culturais mais vastas, que
não podem ser respondidas exclusivamente pelo insight clínico.”
Jung, p. 27, 2007.
Considerações finais


Breve descrição do seu trabalho.

Um resumo das conclusões da pesquisa.

Relação com as evidências existentes.

Impactos e implicações que os resultados podem gerar.

Limitações do estudo.

Trabalhos futuros.
Exemplo
Parecer do analista em formação

A Psicanalise abre as nossas vistas para o mundo. É um caminho que se constrói como diz o poeta caminhando,
mas um caminhar que não é apenas solitário. Foi indescritível perceber como os inconscientes se conectam, eles
conversam entre eles. Tanto percebi isso nos atendimentos quanto nas supervisões. Como podemos nos ver no
outro, sem nos envolver no outro, entendendo que as histórias são distintas e com finais distintos. Tempos,
Sincronicidade… Humanidade.

O atendimento de PA04 e a sua escolha para caso clinico foi para mim uma grande surpresa. Esse caso me
escolheu para poder colocar em prática os princípios que eu acredito. Pude experimentar técnicas variadas e ver o
resultado delas ainda quando não realizadas como no caso da Mandala.

PA04 me possibilitou ver com meus próprios olhos como uma rocha pode florescer. Como da aridez total
aparente de um deserto podemos encontrar um oásis. Como entre lágrimas e risos uma alma se encontra…
Fizemos até a presente data 32 atendimentos e por aqui seguimos. Acredito que o trabalho de reformulação de
personalidade é gradual, lento, mas muito seguro. Como já disse anteriormente ainda não nos demos alta, mas
continuamos caminhando.
Referências bibliográficas

Material utilizado para sustentação teórica.
Exemplo
Referências bibliográficas

ALVARENGA, Maria Zélia de . Mitologia simbólica: estruturas da psique e regências míticas. São Paulo: Casa do psicólogo, 2007.

BOLEN, Jean Shinoda. As deusas e a mulher: nova psicologia das mulheres. São Paulo: Paulus, 1990.

FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. Porto Alegre, L&PM,2019

FREUD, Sigmund. O sentido do sintoma. Vol. XVI

. Um caso de Neurose obsessiva. Vol. X

GREENE, Liz. Uma viagem através dos mitos: o significado dos mitos como um guia para vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

HALL, James A. Jung e a interpretação dos sonhos: manual de teoria e prática. São Paulo: cultrix,2007

HILLMAN, James. Encarando os deuses. São Paulo: Cultrix/ Pensamento, 1980.

JUNG, Carl G. O homem e seus símbolos. 3ª ed. Especial. Rio de Janeiro: Harper Collins Brasil, 2016.

WOOLGER, Roger. A deusa interior: um guia sobre os eternos mitos femininos que moldam nossas vidas. São Paulo: Cultrix, 1989.
Regras gerais

O trabalho final deve ser apresentado em formato eletrônico (.pdf),


configurando a página para o tamanho de papel A4, com orientação retrato,
margem superior e esquerda igual a 3cm, inferior e direita igual a 2cm. Deve ser
utilizada a fonte Times New Roman, corpo 12, espaçamento de 1,5 entres linhas
e 1,25 cm entre parágrafos, alinhamento justificado, à exceção do título.
Elementos pré textuais

Capa: O título deve ser centralizado, escrito em letras maiúsculas, em negrito,


fonte Times New Roman, tamanho 14. O subtítulo se houver, em letras
minúsculas. Sob o título, após dar um espaçamento, identificar o(s) autor(es) e
professor (a) orientador(a) do trabalho.
Resumo: (NBR 14724: 2005). O resumo deve conter, no máximo, 250 palavras.
Deve ser escrito em um parágrafo único, sem afastamento de primeira linha. A
palavra Resumo deve ser centralizada, sem indicativo numérico, escrito em caixa
alta, sem negrito.
Resumo em língua estrangeira: Deve apresentar as mesmas características do
resumo em língua vernácula, digitado em folha separada (em inglês: Abstract).
Deve ser seguido das palavras representativas do conteúdo do trabalho na mesma
língua: Key words:. O título deve ser centralizado sem indicativo numérico.
Elementos textuais
Paginação: Todas as páginas escritas, a partir da folha de rosto,
devem ser contadas sequencialmente. A numeração deve aparecer a
partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no
canto superior direito da folha.
Citações: As citações de até 3 linhas devem ficar no formato natural
do texto entre aspas, citações com mais de 3 linhas devem ficar com
espaçamento simples, tamanho 10 e com recuo à esquerda de 4 cm sem
aspas.
Espaçamento: O espaçamento é simples em citações diretas de mais
de três linhas, notas de rodapé, legendas das ilustrações e das tabelas,
nota de natureza do trabalho (natureza do trabalho, objetivo, nome da
instituição a que é submetido).
Elementos pós textuais
Referências: São alinhadas à margem esquerda do texto, digitadas com espaço
simples entre as linhas e separadas entre si, por dois espaços simples. Entre 2 e 3
autores, separar com ponto e vírgula; mais de três autores, indicar apenas o primeiro
autor, acrescentando-se a expressão et al.
Livros: AUTOR. Título: subtítulo. Edição. Local (cidade) de publicação: Editora,
data. Número de páginas ou volumes. (Nome e número da série).
Produções acadêmicas: AUTOR. Título: subtítulo. Ano de apresentação.
Número de folhas ou volumes. (Categoria e área de concentração) – Nome da
Faculdade, Nome da Universidade, cidade, ano da defesa.
Produções acadêmicas em meio eletrônicos: AUTOR. Título: subtítulo. Ano de
apresentação. (Categoria e área de concentração) – Nome da Faculdade, Nome da
Universidade, cidade, ano da defesa. Descrição física do meio eletrônico (CD-
ROM, disquete etc.) ou Disponível em: <endereço eletrônico>. Acesso em: dia, mês
e ano.

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