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1- REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Wallerstein (2005) para compreendermos as particularidades da psicoterapia


de orientação analítica, é fundamental situarmos o contexto histórico que propiciou o seu
surgimento.
Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856, médico, austríaco, neurologista e pai da
psicanálise influenciou o século 20, escreveu mais de 15 livros, questionou a mente humana
revelando a dimensão inconsciente e das nossas noções e escolhas. Iniciou seus estudos
utilizando a hipnose no tratamento de pacientes com histeria, acessando assim seus conteúdos
mentais (MEZAN, 1996).
Junto com Josef Breuer, seu mentor escrever o texto inaugural da psicanálise. O caso
de Anna O, uma jovem austríaca de 21 anos, foi uma grande contribuição para o
desenvolvimento dos seus estudos, pois ela apresentava sintomas diferentes à época, em
surtos ela entrava em transe, sofria alucinações severas, até mesmo paralisias. As sessões de
hipnose não funcionaram, pois os relatos de Anna eram muito caóticos, desde então a escuta
tornou se a principal ferramenta, e Anna foi incentivada a falar tudo o que viesse em sua
cabeça, sem critério, sem preconceito, à livre associação (SILVA, 2015).
A psicoterapia era no início idêntica à psicanálise, se concordarmos em excluir o
hipnotismo como método terapêutico – e não por ser anticientífico, mas porque com
ele o meio empregado para obter resultados era a sugestão. Apenas tais resultados
não poderiam ser considerados terapêuticos no sentido de modificar a economia
psíquica do paciente; a sugestão não resolvia (MEZAN, 1996, p.98)

Mezan (1996) ainda aponta que Freud elaborou a hipótese de que a causa da histeria
era psicológica e não fisiológica, essa hipótese serviu de base para diversos conceitos por ele
desenvolvidos como do inconsciente. Na teoria psicanalítica de Freud, nossa personalidade é
composta por três elementos o id o ego e superego.
O id está presente desde o nascimento, são os desejos vontades funções e primitivas, e
a partir do ide se desenvolvem as outras partes que compõem a personalidade humana, já o
superego e internalizar os aspectos morais que adquirimos da família e da sociedade em geral,
o superego também é conhecido como o ideal do ego e os valores que o compõem não são
dados dos indivíduos, além de reprimir o ide o superego também tem o objetivo de conduzir o
ego o mais próximo da perfeição do comportamento moral o ego e faz a ponte de equilíbrio
aos dois, e o resultado é a forma como agimos, nossas escolhas e atitudes do presente
(SILVA, 2015).
Silva (2015) ainda afirma que a teoria da sexualidade foi um grande passo inovador
para Freud, onde segundo ele ela está presente em todas as idades, inclusive na infância. Sua
teoria sexual foi alvo de muitas críticas inclusive de seus amigos médicos, nesta época o sexo
era visto como algo transgressor, justamente porque as práticas sexuais começavam a
desvincular-se da procriação. Esse foi o ponto de partida para o estudo científico da
sexualidade humana, e suas teorias podem ser encontradas em sua obra três ensaios sobre a
sexualidade.

2- OBJETIVO GERAL
Possibilitar ao estagiário do curso de Psicologia, a experiência clínica através das entrevistas
de acolhimento e atendimento psicoterapêutico com crianças, adolescentes e adultos, à luz dos
preceitos teóricos-clínicos da psicanálise.

2.1-OBJETIVOS ESPECÍFICOS
 Propiciar ao estagiário o exercício da escuta e manejo clínico através do trabalho de
supervisão dos relatos de casos atendidos pelo grupo.
 Promover a articulação teórica dos principais conceitos que norteiam a experiência da
psicanálise, com as discussões clínicas dos casos em atendimento pelos estagiários.
 Desenvolver o exercício da pesquisa teórico-clínica

3- JUSTIFICATICA
A prática clínica da escuta se constitui na principal fonte de formação do profissional
que atua como Psicoterapeuta. A experiência vivida ou a experiência na qual o sujeito funda
sua narrativização sobre si é o objeto de análise e é a partir desse processo que o sujeito cria
sua identidade e põe em marcha suas autodefinições, e também aqui atuam seus desejos e se
organizam suas vivências.
É pelo princípio da escuta desse sujeito que se organiza não somente sua fala, mas
também a compreensão de como ele se funda frente ao Outro, com seus desejos, suas defesas
e falhas; é também no processo de escuta que surge o estranhamento de si e as dificuldades de
articular aquilo que se pretende representar com a falta constitutiva que é a base de toda a
sensação de incompletude. Nessa falha, neste campo da linguagem no qual tudo prescinde de
interpretação é que a Psicanálise se soma a Psicopatologia e inaugura uma atuação
terapêutica.
4-ATIVIDADES REALIZADAS
 Integração com a equipe, realização de triagens semanais
 Realização de atendimentos com os pacientes selecionados
 Elaboração de relatórios de atendimento
 Relato escrito das sessões, Leitura de textos de acordo com a demanda dos casos;
 Supervisão para acompanhamento dos casos em atendimento;
 Elaboração do relatório final de estágio;

5-METODOLOGIA
O estagio terá uma carga horária de 180 horas aonde serão divididas em;
supervisão durante o período noturno, praticas do estágio, confecção dos relatórios, pratica
com atendimento clinico e supervisão. Durante o estagio serão atendidos um total de 1
paciente. A complementação será com 4 horas de monitoria, finalizando com horas de
atividade extracurriculares.

6- CRONOGRAMA:

Fases Setembro Outubro Novembro


Anamnese x
Atendimentos clínicos x x
Devolutiva x
Redação do relatório x
Entrega do relatório x
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MEZAN, Renato. Psicanálise e psicoterapias. Estud. av. , São Paulo, v. 10, n. 27, pág. 95-


108, agosto de 1996. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0103-40141996000200005&lng=en&nrm=iso>. acesso em 28 de
setembro de 2020.

SILVA, Milena da Rosa; GASPARETTO, Letícia; CAMPEZATTO, Paula von Mengden.


Psicanálise e psicoterapia psicanalítica: tangências e superposições. Rev. Psicol. Saúde, 
Campo Grande ,  v. 7, n. 1, p. 39-46, jun.  2015 .   Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2177-
093X2015000100006&lng=pt&nrm=iso>.

WALLERSTEIN, R. (2005). Psicanálise e psicoterapia de orientação analítica: Raízes


históricas e situação atual. In: C.L. Eizirik, R.W. Aguiar e S. S. Schestasky (eds.) Psicoterapia
de orientação psicanalítica: Fundamentos teóricos e clínicos, pp. 43-57. Porto Alegre: Artmed

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