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UNIVERSIDADE TIRADENTES

PSICOLOGIA - MANHÃ

BEATRIZ LISIE COSTA DE SOUZA, LUCAS SALES LAFONTE, MARIA DE


LOURDES MONTEIRO ALVES, MARIA YASMIN FERREIRA GOMES, MANUELA
PEREIRA FERREIRA, SOPHIA MENDONÇA LIMA, MARIA EDUARDA MAURINO
RAMOS VIANA.

Graduando(s) em: Psicologia

Período(s): Segundo

Roteiro da Simulação Realística do Conceito Contratransferência e caso


psicanalítico

Professor(a): Flávia dos Santos Nascimento

ARACAJU-SE
2023
BEATRIZ LISIE COSTA DE SOUZA, LUCAS SALES LAFONTE, MARIA DE
LOURDES MONTEIRO ALVES, MARIA YASMIN FERREIRA GOMES, MANUELA
PEREIRA FERREIRA, SOPHIA MENDONÇA LIMA, MARIA EDUARDA MAURINO
RAMOS VIANA.

Roteiro da Simulação Realística do Conceito Contratransferência e caso


psicanalítico

Trabalho apresentado como requisito final de


avaliação da disciplina Psicologia e Processos
clínicos na clínica psicanalítica ministrada pela
Profª. Flávia dos Santos Nascimento, no 2º
Semestre de 2023.

ARACAJU-SE
2023
1. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DO ESTUDO DE CASO EM PSICANÁLISE?

O “Estudo de Caso” em psicanálise está intimamente ligado à experiência


clínica. Primeiramente acontece o atendimento clínico e, em seguida, a construção
do sentido daquilo que ocorrera na clínica do caso. Assim, a teoria psicanalítica vai
se construindo seguindo o caminho do pathos dos pacientes.

1. Aprofundamento na História Pessoal: O estudo de caso em psicanálise


geralmente envolve uma análise detalhada da história de vida do indivíduo,
incluindo experiências infantis, eventos significativos, relações familiares e
desenvolvimento psicossexual.
2. Ênfase nos Processos Inconscientes: A psicanálise concentra-se nos
processos inconscientes da mente. O estudo de caso busca identificar e
analisar os conteúdos inconscientes que influenciam o comportamento e os
sintomas apresentados pelo paciente.
3. Transferência e Contratransferência: A relação terapêutica é central na
psicanálise. O estudo de caso explora a dinâmica da transferência (os
sentimentos do paciente em relação ao analista) e contratransferência (os
sentimentos do analista em relação ao paciente), pois esses aspectos podem
fornecer informações importantes.
4. Uso da Associação Livre: Técnica fundamental na psicanálise, a associação
livre encoraja o paciente a expressar pensamentos, sentimentos e memórias
sem censura. No estudo de caso, isso pode ser examinado para entender as
associações e os padrões recorrentes.
5. Interpretação dos Sonhos: Os sonhos são considerados manifestações
simbólicas do inconsciente. O estudo de caso muitas vezes inclui a análise
dos sonhos do paciente como uma ferramenta para compreender os
conteúdos inconscientes.
6. Conceito de Conflito Psíquico: A psicanálise postula que os sintomas
psicológicos são resultantes de conflitos intrapsíquicos. O estudo de caso visa
identificar e compreender esses conflitos, muitas vezes relacionados a
desejos reprimidos e defesas psíquicas.
7. Duração Prolongada: Os tratamentos psicanalíticos são frequentemente de
longa duração. O estudo de caso em psicanálise pode abranger um período
extenso para capturar mudanças e desenvolvimentos ao longo do tempo.
8. Consideração do Contexto Social e Cultural: Embora o foco principal seja o
indivíduo, o estudo de caso em psicanálise reconhece a influência do
contexto social e cultural nas experiências do paciente.

É importante notar que o método de estudo de caso em psicanálise é uma


abordagem específica dentro do campo mais amplo da psicanálise, e diferentes
psicanalistas podem ter variações em suas técnicas e ênfases.

2. O QUE SE OBJETIVA COM A ESCRITA E PUBLICAÇÃO DE UM CASO


CLÍNICO?

A escrita e publicação de um caso clínico se fundamenta com o


compartilhamento da experiência prática da psicologia frente às suas abordagens,
técnicas e instrumentos com as diferentes realidades ocorridas por nós profissionais
(Zanetti e Kupfer, 2006). Ao citar a psicanálise em si, conclui-se que a escrita e a
publicação de um estudo de caso é fundamental para a promoção do conhecimento
e a fundamentação da sua própria teoria e prática, utilizando como método de
investigação de pesquisa clínica, de acordo com Lowenkron, 2004, com os inciais
trabalhos de Freud, a clínica forneceu a base a partir do que se construíram os eixos
fundamentais da elaboração teórica em psicanálise, cita-se Zanetti e Kupfer, 2006:

É na passagem da experiência psicanalítica para elaboração teórica que se pode


localizar o método do relato de casos clínicos. O relato do caso é o primeiro passo
e ao mesmo tempo o passo fundamental para o encontro da experiência
psicanalítica com a elaboração teórica: será por meio de um relato que se terá
acesso ao caso e a tudo o que ele puder suscitar em nós (Zanetti e Kupfer, 2006).

Podemos abordar que o seu objetivo com esta escrita e publicação é a própria
transmissão da Psicanálise, fundamentado na prática de tratamento de um paciente,
essa construção remete a singularidade humana. A elaboração teórica em
psicanálise se experiência juntamente nessa base prática clínica, com os seus
desdobramentos e investigações que influenciaram ativamente o arcabouço teórico
que se encontra a psicanálise, muitas vezes trazendo a condução objetiva de
possíveis análises de tratamento, conforme Ana Cecília Magtaz e Manoel Tosta
Berlinck, 2012, observamos que:

No texto "Recomendações ao médico que pratica a psicanálise" (1912) que Freud


atesta sua contribuição para uma reflexão sobre a importância do caso clínico em
psicanálise. Comenta que um dos méritos que a psicanálise reivindica para si é o
fato de nela coincidirem pesquisa e tratamento. Por sua vez, observa que a
técnica que serve a uma, contradiz, a partir de certo ponto, o outro (Magtaz e
Berlinck, 2012, p. 73).

Conclui-se que, o que se objetiva com a escrita e a publicação de um caso


clínico, é o fornecer de uma construção acessível, prática e singular da teoria
psicanalítica, além disso, embarcar diferentes processos que a prática analítica
possa ser submetida frente às singularidades das experiências humanas, de acordo
com Da, 2006:
Se a experiência fornece as bases da construção teórica, então o relato do caso –
um caso único –, ou seja, os desdobramentos de uma análise e seu
acompanhamento pelo analista, são um instrumento na construção do método e
da pesquisa em psicanálise (Zanetti e Kupfer, 2006, p. 171).

Conseguimos contemplar igualmente que os frutos destas experiências


clínicas se concerne na teoria e prática de análise, de maneira integral, observamos
por exemplo, as publicações dos casos clínicos freudianos como base para os
estudos primordiais da psicanálise, mas como atualmente, novos casos clínicos
relacionados a outros terapeutas, psicólogos ou psicanalíticas, são parte de maneira
ativa da construção e o avanço do seu próprio estudo frente às novas realidades.

3. QUAL O LUGAR DO ESTUDO DE CASO NAS PESQUISAS PSICANALÍTICAS


NA CONSTRUÇÃO DA PSICANÁLISE?

O Estudo de Caso é um método de pesquisa dentro do núcleo psicanalítico,


sendo a escrita da patologia. Seu objetivo é a lembrança do inconsciente, passando
por 3 momentos: escrita descritiva da história da patologia, a escrita descritiva da
patologia de paixão e transferência e a escrita da análise até chegar em processos
metapsicológicos (Mezan, 1998). O paciente analisado e o analista ocupam uma
dualidade de poder entre o primeiro, que detém o conhecimento sobre a própria vida
e, muitas vezes adormecido, é o dono do próprio tempo e disponibilidade, e o
segundo, que é a figura de autoridade. A partir daí, sabe-se que as orientações
tradicionais da entrevista seguem uma série de padrões e regras que devem ser
obedecidas, “todas elas sob a égide de uma maior eficiência do partejar da palavra
alheia e do direcionamento dessa palavra” para que sejam recolhidos “dados
fidedignos” (Silveira, 2002, p. 123).
Dessa forma, o Estudo de Caso ocupa um determinado lugar dentro das
pesquisas psicanalíticas e da própria psicanálise, a qual se apossa de dois conceitos
paradoxalmente: o científico e o mitológico. No quesito científico, ele produz dados e
conhecimentos palpáveis para ela, criando um plano verdadeiro de embasamento. A
pesquisa dentro do núcleo psicanalítico necessita de um protecionismo à integridade
e identidade do paciente, por isso há um código de ética a guiá-la (Stake, 1994).
No campo de consultório e individual, a mesma se torna fundamental, pois “a
demonstração de um saber prévio, ao estilo de um teorema, não pode ser
psicanalítica pela simples razão de que essa resposta já é consciente” (Silva, 1993,
p. 21).
Já na questão mais ampla do saber, ou seja, no campo histórico e público, se
mostrou presente em abundância nos trabalhos de Sigmund Freud, sendo os mais
conhecidos: O caso de Dora, O Pequeno Hans, O Homem dos Lobos e O Homem
dos Ratos. Isso guiou o contexto psicanalítico para outro patamar na História, pois
embasou a filosofia Freudiana e levou seus discípulos a seguirem seus passos, até
que nos dias de hoje o Estudo de Caso ainda é utilizado amplamente por
psiquiatras, psicólogos e neurologistas de todo o mundo, como, por exemplo, O
Homem que Confundiu Sua Esposa Com Um Chapéu, de Oliver Sacks.

4. QUAIS AS CONTRIBUIÇÕES DO ESTUDO DE CASO, APOIADO PELA LENTE


TEÓRICA E METODOLÓGICA DA PSICANÁLISE, PARA O CAMPO DA
PESQUISA EM PSICOLOGIA CLÍNICA NA SOCIEDADE ATUAL?

Os estudos de caso são a base metodológica da psicanálise, foram a forma


de investigação do conteúdo estudado - aparelhos psíquicos, conflitos, desejos e
pulsões - assim como também a base para estudar o tratamento pelo instrumento da
análise. Logo, com base em uma pesquisa feita por Igor Brum Leitão, é concluído
que:
“No âmbito da metodologia da pesquisa, o estudo de caso é tido como um
delineamento de pesquisa que valoriza o caráter unitário de um fenômeno
contemporâneo articulado ao seu contexto. Ele possibilita a obtenção dos dados
em maior profundidade, o que permite formular hipóteses e/ou desenvolver teorias
” (Gil, 2002, apud Leitão, 2018).

Dessa forma, é compreendido que há uma relação da metodologia da análise


de episódios da clínica para o entendimento das demandas refletidas na prática
analítica. Ou seja, é a partir desse método que é extraído o campo teórico da
psicanálise, obtendo assim uma ótica mais específica no estudo de sintomas e
expressões da clínica, porque são únicos mesmo que o compartilhamento de
similaridades, o que é deixado claro por Zanetti e Kupfer, 2006:

“Se a experiência fornece as bases da construção teórica, então o relato do caso –


um caso único –, ou seja, os desdobramentos de uma análise e seu
acompanhamento pelo analista, são um instrumento na construção do método e
da pesquisa em psicanálise” (Zanetti e Kupfer, 2006, p. 171).

Em extensão sobre a importância da metodologia e teoria aplicada ao


atendimento, é de forma clara a necessidade da presença da psicanálise nos meios
acadêmicos, assim perpetuando a inerência da psicanálise inserida em demandas
atuais (Leitão, Igor Brum, 2018), que é complementado por Avellar quando escreve
que "Trata-se de tomar a prática como problema de pesquisa, com o intuito de
melhorá-la em função dos seus próprios resultados" (Avellar, 2009, p. 16) .
Ainda nesse sentido, é possível compreender que há uma influência da
contemporaneidade na clínica, uma vez que o sujeito está atrelado a sua cultura
assim como suas demandas. Nesse sentido, fica clara a necessidade de
reformulação da clínica. Avellar (2009, p. 12), elucida em seu texto que "a prática
desafia a teoria e a convoca constantemente para a sua reformulação".
5. ROTEIRO

5.1. PERSONAGENS

1. Ida Bauer (Dora) - Sophia Mendonça - roupas consideradas mais coloridas e


joviais;
2. Freud - Manuela Pereira Ferreira - Roupas neutras (bege, preto e branco);
3. Narrador 1 – Beatriz Lisie - roupas atemporais;
4. Narrador 2 - Maria Yasmin - roupas atemporais;
5. Lacan - Maria Eduarda - roupas neutras atuais;
6. Jovem na plateia - Lucas Sales - roupas neutras atuais.

5.2. LOCAIS

1. Consultório do Dr. Freud - construção de setting terapêutico clássico de


consultório com apoio de slides na televisão para a ambientação;
2. Sala de aula de Lacan - a sala de aula do inova.

5.3. FALAS DO ROTEIRO

Narrador 1 (quebra da quarta parede) - Era uma vez, em um local tão tão distante,
duas famílias de merano, a família K e a família Bauer, em que a família Bauer era
formada por pai e filha chamados Dora e Phillip, enquanto a família K era formada
por Sr.K e Sra.K. Essas duas famílias viviam de maneira harmoniosamente tendo
uma ligação de grande amigos, principalmente a relação entre Dora e Sra.K, ou
melhor da Sra.K com Phillip.
Em que havia algumas situações amorosas não explícitas, como também a falta de
noção, traições e brigas, que começaram a desestabilizar a relação de proximidade
entre as famílias, virando uma verdadeira novela mexicana.
Em um dia, no começo do fim desta amizade, foi marcado um passeio entre as
famílias no parque da sementeira para uma visita à beira do lago. Entretanto, Phillip
e a Sra.K tiveram imprevistos e somente Dora e o Sr.K puderam comparecer a esse
encontro caloroso. Nesse encontro, o ousado do Sr.K lascou um beijo na jovem
adolescente Dora, gerando tamanha repugnância e nojo que impregnaram sua
cabeça. Alguns dias após o acontecimento no lago, Dora começou a se apresentar
instável, expressando uma pequena histeria, ficando deprimida com frequência,
chegou até escrever uma carta de suicidio que foi encontrada por seu pai. Assim,
seu pai, Phillip, lembrou de um famoso médico austriaco que o tinha ajudado uma
vez, Doutor Sigmund Freud, é com ele que nossa história toma um novo rumo, o
rumo da Contransferência.

CENA 1- Consultório de Freud

Narrador 2 - Uns dias depois do episódio preocupante de Dora, Philipp percebe o


agravamento de seus sintomas somáticos, deixando todas as pessoas preocupadas
com sua mudança drástica de seus comportamentos e de suas dores. Assim, Philipp
vai atrás dos conhecimentos de Freud, por ter sido um dos seus pacientes
anteriormente. Não demorou muito para que ocorresse o primeiro encontro de
Freud e Dora, que chega ao consultório de Freud insatisfeita consigo mesma e
reclamando da vida.

Freud - O que você sente sobre si mesma e sua relação com as outras pessoas?

Dora - Tudo em minha vida não está dando certo, estou me desentendendo com a
minha mãe, por motivos banais.

Narrador 1- Ao passar o tempo no consultório, Freud consegue ter uma visão


pequena sobre os problemas de Dora, percebendo que então teria que entender
mais sobre sua relação com a Família K junto com seu pai.

CENA 2- Consultório de Freud

Narrador 2 - Alguns dias depois da primeira consulta, Dora sempre ia para as


consultas contando sempre as mesmas queixas, especialmente, sobre sua posição
de vítima do caso amoroso do seu pai com o Sra.K.
Freud - Disso tudo que te queixas, qual é a parte que te concerne?

Narrador 1 - Somente depois dessa intervenção e do efeito que provoca em Dora,


sobre um sujeito dividido, levando em consideração a singularidade da história.
Como também o momento em que Freud ocupa o lugar de objeto causa de desejo.

CENA 3- Consultório de Freud

Narrador 2 - Nos dias seguintes após algumas sessões com Dora, Freud em seu
consultório parecia aborrecido pelo andamento do Caso Dora e teoriza possíveis
expectativas entre os sonhos apresentados.

Freud - Aquela Criança. Que peculiar criança. Essa jovem não percebe a sua
própria história, não percebe a sua vida, o seu redor, que menina egocêntrica. Essa
pobre menina precisas me ouvir.
(DESCRIÇÃO) Falava Freud aumentando a voz gradativamente, jogando um livro no
chão para tirar sua frustração.

CENA 4- Consultório de Freud

Narrador 1 - Em um dia marcado para a próxima sessão, Dora retorna para uma
despedida ao Dr. Freud. Após uma construção entre o seu caso durante 3 meses.

Dora - Bom dia, doutor.


Freud - Bom dia, Dora. Como vamos proceder hoje?
Dora - Doutor, tive um sonho. A casa estava pegando fogo, tive a sensação de ter
estado lá.

Narrador 2 - Dora então começa a passar todos os momentos da análise contando


o decorrer do sonho.
Freud - Sonhos são desejos recalcados. Conseguiu associar o sonho e os fatos de
sua vida?
Dora - O senhor sabe doutor que hoje é a última vez que venho aqui?
Freud - Você sabe que pode interromper o tratamento quando quiser, porém hoje
ainda vamos trabalhar.
Dora - Não, não sinto que consigo olhar minha vida dentro desse sonho. Acho que
isto não está mais funcionando.
Freud - Você está tentando me enganar.
(DESCRIÇÃO) Dora para. Freud vira pra plateia.

Freud - Ela está tentando me enganar. Chica. Quem essa criança pensa que es?
Não vê que isto é um sintoma. Ela não vê, o tempo todo estais se colocando no
papel da sua mãe, não vê que estais apaixonando pelo seu pai?

Narrador 1 - Mas Freud, e se ela estivesse apaixonada pela Senhora.k?

CENA 5 - Anos depois, Lacan analisa a contratransferência no caso Dora.

Lacan - Voltemos ao caso Dora. No caso, Dora, pela insistência de Freud em tentar
fazer com que ela reconhecesse seu objeto oculto de desejo (o Sr. ―K ), além dos
seus preconceitos constantes da contratransferência, acabaram levando Freud a
uma promessa de felicidade para Dora. Depois de um bom tempo Freud pôde
perceber e reconhecer a fonte prejudicial de seu fracasso, pois ainda era
desconhecido para ele na época a posição homossexual do objeto de desejo que a
histérica visava. Dora sofreu com os preceitos comuns da época, Freud, como o
analista, não poderia se deixar limitar à visão comum do seu mundo.

Jovem na plateia - Mas como o senhor observa a contratransferência? Como o


analista pode minimizar?

Lacan - Eu, na minha teoria, defino a contratransferência como a soma dos


preconceitos, das paixões, dos embaraços, e da insuficiente informação do analista
num dado momento do processo da análise. A contratransferência torna-se a
contrapartida da transferência abrindo espaço para um novo pensar sobre a relação
analítica, o próprio Freud falou como a análise pessoal é essencial para minimizar.
Nenhum analista avança além da sua própria resistência.

Narrador 2 - Freud então se levanta do túmulo, quebra a quarta parede e a divisão


dos tempos.

Freud - Tive até que me levantar do túmulo. Pois bem, ainda bem que comentou em
sua análise. Mas para mim, es evidente minha contratransferência ao me atribuir
como um desejo de Dora. Aquela jovem garota, olhais para mim, olhais para o meu
charuto, não sabes que sou um homem casado.

6. REFERÊNCIAS

ANA CECÍLIA MAGTAZ; MANOEL TOSTA BERLINCK. O caso clínico como fundamento da
pesquisa em Psicopatologia Fundamental. Revista Latinoamericana De Psicopatologia
Fundamental, v. 15, n. 1, p. 71–81, 2012. University Association for Research in Fundamental
Psychopathology. Acesso em: 11/9/2023.

ALLONES, C. R. La démarche clinique en sciences humaines: documents et méthodes.


Paris: Bordas, 1989.

LEITÃO, Iagor Brum, A construção do estudo de caso em psicanálise: revisão de literatura,


Contextos Clínicos, v. 11, n. 3, 2018.

GUIMARÃES, R. M.; BENTO, V. E. S. O método do “estudo de caso” em psicanálise. Psico, v. 39, n. 1, 21


maio 2008. Disponivel em: <https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/revistapsico/article/view/1484>

SILVA, M. E. Pensar em psicanálise. In: SILVA, M. E. Investigação e psicanálise. Campinas:


Papirus, 1993.

ZANETTI, S. A. S.; KUPFER, M. C. M. O relato de casos clínicos em psicanálise: um estudo


comparativo. Estilos da Clínica, v. 11, n. 21, p. 170–185, 2006. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-71282006000200011>.

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