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de Édipo
Freud (1924)
Romances familiares
• 1ª e 2ª tópicas
• Confirmação de uma tese fundamental para Freud – a importância do
Édipo no desenvolvimento humano.
• Ideia geral desse texto: introduzir algo que é contraditório no pensamento
freudiano – ideia de desaparecimento. Porque ate então é muito claro de
que nada na vida psíquica que tenha existido possa desaparecer.
• Nunca temos a garantia de que os investimentos libidinais venham a
desaparecer na vida psíquica. (Além do p. do prazer)
• O máximo são desinvestidos, recalcados etc.
• O Édipo continua ser uma referencia nas nossas relações amorosas.
• Desaparecer, sucumbir – primeiros parágrafos do texto. O complexo
de Édipo (fantasias, desejos, crenças) iria desaparecer:
• 1) por uma questão ontológica – experiencias dolorosas. Existem
decepções dolorosas tanto das meninas quanto dos meninos. É tanta
dor de não ter o pai / a mãe. Ameaças da perda do amor (meninas),
ameaça de perda do pênis (menino).
• Será que DESAPARECE mesmo?
• Exatamente por ter sido doloroso e traumático, desapareceria?
• Permanência do traumático no inconsciente.
• 2) por uma questão filogenética – haveria uma programação inata para o
Édipo desaparecer. (Segundo paragrafo – Édipo teria esse substrato
• Mas é também fruto de contingencias (Romances familiares – texto ) –
Freud se contradiz.
• Reencontro com os objetos primários nas relações futuras.
• Embora aconteça singularmente, ele diz que o Édipo é marcado pela
hereditariedade. Todos passaríamos pelo Édipo. Será que isso é
programado filogeneticamente mesmo?
• Freud não abandona as duas ideias.
• Crítica: prioridade da ontogenética. Historia singular.
• O pensamento freudiano de que todo ser humano é um prisioneiro de seus desejos,
parricida e incestuoso.
• Todos fomos Édipo, nas palavras de Freud:
• “Cada pessoa da plateia foi, um dia, um Édipo em potencial na fantasia; cada uma recua
horrorizada, diante da realização de sonho ali transplantada para a realidade, com toda
a carga de recalcamento que separa seu estado infantil do estado adulto”. (Freud, 1897)
• Com estas palavras retomo o pensamento freudiano em seu último trabalho publicado
em 1940 postumamente, quando ele diz: “Aventuro-me a dizer que, se a Psicanálise não
pudesse gabar-se de mais nenhuma realização além da descoberta do complexo de
Édipo reprimido, só isso já lhe daria direito de ser incluída entre as preciosas novas
aquisições da humanidade (Freud, 1940 [1938]).
• Defesa contra a sexualidade infantil (Édipo) - recalcamento
• 3º parágrafo: machismo estrutural presente no texto freudiano, raramente
comentado pelos psicanalistas. Freud – homem do seu tempo, branco, europeu,
judeu – campo do patriarcado. Um teórico dessa envergadura não passou
incólume diante do machismo estrutural.
• Ultimamente nos tornamos mais claramente cônscios que antes, de que o desenvolvimento sexual de uma criança avança até
determinada fase, na qual o órgão genital já assumiu o papel principal. Esse órgão genital é apenas o masculino, ou, mais
corretamente, o pênis; o genital feminino permaneceu não descoverto. Essa fase fálica, que é contemporânea do complexo de
Édipo, não se desenvolve além, até a organização genital definitiva, mas é submersa e dissolvida pelo período de latência. Seu
término, contudo, se realiza de maneira típica e em conjunção com acontecimentos de recorrência regular.
• Só existe um órgão sexual – o masculino. Confusão – teoria sexual infantil como teoria psicanalítica.
• A inveja do pênis – as crianças falam isso – fantasiam isso – atmosfera patriarcal – dominação masculina.
• Essa é uma teoria dominante em Freud – crítica das feministas. Importante para novas contribuições.
• O termo FÁLICO – em Freud – falo – é sinônimo de pênis. A concepção
do genital masculino é central.
• Depois – FASE da LATENCIA – apagamento dos interesses sexuais –
sublimação. E depois organização genital.
• Determinada por um código cultural – Édipo e castração – toda essa
conversa – amor edipiano, priorização do pênis, do falo como lugar da
certeza, da lei – isso é um código – contingencia histórica para
fabricação do gênero, da diferenças sexuais, das logicas do poder que
vai incidir sobre a diferença sexual. (Judith Butler, Guatarri, Deleuze)
• Freud mas ligado a NATUREZA.
• Menino – ameaça de perder o pênis – isso determina que algo caia.
• “A organização genital fálica ela vai sucumbir devido a essa ameaça de
castração (real).”
• Crítica – não parece um desaparecimento, mas defesas, recalcamentos.
• Freud – castração – real
• Pós freud- klein – lacan – mundo simbolico
• Castração – tradução para perdas que o bebe já experimentou – nascimento
(otto rank), a perda do colo dos pais, a perda do seio ( o desmame), a
separação do bebe do conteúdo intestinal. Perder partes de si – algo se
desprende do bebe – angustias. Investimentos libidinais. Campo da fantasia,
das crenças, dos pensamentos.
Nos meninos
• A ameaça de castração, no menino, é importante para encaminhar o processo.
• Inicialmente, há uma certa incredulidade nessa “ameaça”, que toma corpo quando vê pela primeira
vez os órgãos genitais femininos.
• O “investimento” na situação e no objeto desejado cai por terra, dando lugar à identificação. A
autoridade paterna -alei do pai- é introjetada no ego e lá forma o alicerce básico e o núcleo do
superego, perpetuando assim a proibição do incesto, funcionando como uma espécie de escudo
para o ego contra alguma investida do objeto libidinal.
• Ocorre em seguida uma sublimação das tendências libidinais, com o desejo sendo transformado em
afeição.
• O período de latência seria iniciado neste ponto: o processo em si, como ato resolutivo, conseguiu
preservar o órgão genital (evitou-se a perda) e houve complementarmente uma paralisia (ficou
adormecido em sua função). O processo de recalcamento implica em que o ego se afaste do
Complexo de Édipo, e esta situação é equivalente à destruição e abolição do complexo.
• Freud um homem do seu tempo (estrutura patriarcal, machista etc) – feminismo – luta pelos direitos iguais.
Mas ele esta tentando escutar as mulheres. Problema que freud não consegue avançar.
• Por algum tempo ainda, consola-se com a expectativa de que mais tarde, quando
ficar mais velha, adquirirá um apêndice tão grande quanto o do menino. Aqui, o
complexo de masculinidade das mulheres se ramifica. Uma criança do sexo
feminino, contudo, não entende sua falta de pênis como sendo um caráter
sexual; explica-a presumindo que, em alguma época anterior, possuíra um órgão
igualmente grande e depois perdera-o por castração. Ela parece não estender
essa inferência de si própria para outras mulheres adultas, e sim, inteiramente
segundo as linhas da fase fálica, encará-las como possuindo grandes e completos
órgãos genitais — isto é, masculinos.
• Dá-se assim a diferença essencial de que a menina aceita a castração como um
fato consumado, ao passo que o menino teme a possibilidade de sua ocorrência.
• Estando assim excluído, na menina, o temor da castração, cai também
um motivo poderoso para o estabelecimento de um superego e para a
interrupção da organização genital infantil. Nela, muito mais que no
menino, essas mudanças parecem ser resultado da criação e de
intimidação oriunda do exterior, as quais a ameaçam com uma perda
de amor. O complexo de Édipo da menina é muito mais simples que o
do pequeno portador do pênis; em minha experiência, raramente ele vai
além de assumir o lugar da mãe e adotar uma atitude feminina para com
o pai. A renúncia ao pênis não é tolerada pela menina sem alguma
tentativa de compensação.
• Ela desliza — ao longo da linha de uma equação simbólica, poder-se-ia dizer —
do pênis para um bebê. Seu complexo de Édipo culmina em um desejo, mantido
por muito tempo, de receber do pai um bebê como presente — dar-lhe um
filho. Tem-se a impressão de que o complexo de Édipo é então gradativamente
abandonado de vez que esse desejo jamais se realiza. Os dois desejos — possuir
um pênis e um filho — permanecem fortemente catexizados no inconsciente e
ajudam a preparar a criatura do sexo feminino para seu papel posterior. A
intensidade comparativamente menor da contribuição sádica ao seu instinto
sexual, que fora de dúvida podemos vincular ao crescimento retardado de seu
pênis, torna mais fácil, no caso dela, transformarem-se as tendências sexuais
diretas em tendências inibidas quanto ao objetivo, de tipo afetuoso. Deve-se
admitir, contudo, que nossa compreensão interna (insight)desses processos de
desenvolvimento em meninas em geral é insatisfatório, incompleto e vago.
Freud
Saídas ativas e passivas