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INTRODUÇÃO
Estas questões exigiram, assim como a presença ativa das pulsões sexuais,
o desenvolvimento da capacidade de pensar. Os processos de sublimação
e simbolização, surgiram como aspectos integrantes deste processo de
desenvolvimento mental.
Vemos, pois, como o simbolismo tem sido importante para que o homem
possa dar conta de suas questões sobre a sexualidade. Como isso
acontece? Qual a relação entre os processos de simbolização e os de
sublimação? A sublimação foi muito menos estudada por Freud que a
simbolização.Aliás, ele nunca escreveu um parágrafo siquer sobre ela.
Mas ele sempre esteve de acordo que a sublimação precede a
simbolização.
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Freud nos diz que é a insatisfação sempre presente em tudo que realiza
que leva o sujeito a buscar algo mais. Diante da ameaça de desprazer, ele
é levado a buscar outras percepções capazes de suscitar alguma
satisfação. Freud deixa muitas questões em aberto sobre como alguém se
torna capaz de repressão e de sublimação. Em Leonardo da Vinci, ele
afirma que outra pessoa que não ele talvez não tivesse conseguido livrar
da repressão a maior parte da sua libido sublimando-a numa sêde de
conhecimentos. Porque uma outra pessoa, sob as mesmas influências,
poderia ter sofrido perturbação permanente de sua capacidade intelectual
ou adquirido uma disposição incoercível para a neurose obsessiva.
Não podemos ter dúvida, no entanto, de que, para as pessoas que têm
esta capacidade, as transformações quantitativas e qualitativas da libido
permitem a liberação de um gozo superior. E não será isso que Freud vai
chamar de “estética de orientação econômica”? Nesta linha de
pensamento a dessexualização aparente da obra de arte, por exemplo,
corresponde a uma transformação qualitativa da libido. Ora, todo este
processo tem claramente uma dimensão sublimatória. Esta capacidade de
renunciar à satisfação imediata, fora a inevitável sequela de desprazer,
traz também ao ego um ganho de prazer, uma espécie de satisfação
substitutiva. Ela intervêm no aparecimento do desejo e do prazer, esta
“essência do sexual” que Freud interroga ao longo do texto dos Tres
Ensaios.