Você está na página 1de 59

FASES

PSICOSSEXUAI
S E COMPLEXO
DE ÉDIPO
INTRODUÇÃO
• 1900 A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS

• MODELO TOPOGRÁFICO

• 1923 – MODELO ESTRUTURAL – SEGUNDA TÓPICA


TEORIA TOPOGRÁFICA
• Freud empregou a palavra “aparelho” para caracterizar
uma organização psíquica dividida em sistemas, ou
instâncias psíquicas, com funções específicas para cada
uma delas, que estão interligadas entre si, ocupando um
certo lugar na mente. Em grego, “topos” quer dizer
“lugar”, daí que o modelo tópico designa um modelo de
lugares.
TEORIA TOPOGRÁFICA
• Nesse modelo tópico, o aparelho psíquico é composto
por três sistemas: o inconsciente (Ics), o pré-consciente
(Pcs) e o consciente (Cs). Algumas vezes, Freud
denomina a este último sistema de sistema percepção-
consciência
CONSCIENTE
• O sistema consciente tem a função de receber
informações provenientes das excitações provenientes
do exterior e do interior, conhecido também como "O
AQUI E O AGORA".
• Não possui espaço para armazenamento e é considera o
menor "lugar" da psiquê.
PRÉ-CONSCIENTE
• Funciona como um pequeno arquivo dos registros.
A característica mais marcante do sistema Pré-
Consciente é a de que os seus conteúdos, ao contrário
do Inconsciente, podem ser recuperados por meio de um
voluntário ato de esforço ou de qualquer estímulo
interno e externo.
INCONSCIENTE
• O Inconsciente opera segundo as leis do “processo
primário” e, além das pulsões do id, esse sistema
também opera muitas funções do ego, bem como do
superego. É atemporal e designa a parte mais arcaica
do aparelho psíquico, onde, por meio de uma herança
genética, existem pulsões.
PULSÕES
• A palavra pulsão (empregada por Freud com o termo original
alemão trieb) alude a necessidades biológicas, com representações
psicológicas, que urgem em ser descarregadas. Segundo Freud
(1915), a pulsão é conceituada como sendo “o representante
psíquico dos estímulos somáticos”. Trata-se, portanto, de uma
fonte de excitação que estimula o organismo a partir de
necessidades vitais interiores e o impele a executar a descarga
desta excitação para um determinado alvo.
TEORIA ESTRUTURAL
• A palavra “estrutura” significa um conjunto de elementos que
separadamente tem funções específicas, porém que são
indissociados entre si, interagem permanentemente e influenciam-
se reciprocamente. Ou seja, diferentemente da 1ª Tópica, que
sugere uma passividade, a 2ª Tópica é eminentemente ativa,
dinâmica. Essa concepção estruturalista ficou cristalizada em O
ego e o id (1923) e consiste em uma divisão tripartide da mente
em três instâncias: o id, o ego e o superego.
O ID
• Sob o ponto de vista econômico, o id é a um só tempo
um reservatório e uma fonte de energia psíquica. Do
ponto de vista funcional, ele é regido pelo princípio do
prazer; logo, pelo processo primário. Do ponto de vista
da dinâmica psíquica, ele abriga e interage com as
funções do ego e com os objetos, tanto os da realidade
exterior, como aqueles que, introjetados.
O EGO
• O ego é a principal instância psíquica, porquanto
funciona como mediadora, integradora e harmonizadora
entre as pulsões do id, as exigências e ameaças do
superego e as demandas da realidade exterior.
O SUPEREGO
• Os valores morais, éticos, ideais, preconceitos e crenças
ditadas pela cultura na qual o sujeito está inserido, o que
vem a significar que ele está constituído pelo precipitado
de introjeções e identificações que a criança faz com
aspectos parciais dos pais, com suas proibições,
exigências, ameaças, mandamentos, padrões de
conduta e o tipo de relacionamento desses pais entre si
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO –
FASES PSICOSSEUXUAIS
• Sigmund Freud, o pai da Psicanálise, há uma regra no
que diz respeito a como a personalidade se forma nos
seres humanos. Em seus estudos, esse desenvolvimento
estaria ligado aos estágios psicossexuais, e como a
criança passou por cada um deles. Necessário uma
maturação biológica.
FASE ORAL – 0 meses a 1 ano
• A primeira etapa da organização da libido foi
denominada como a fase oral, sendo que a boca
constitui-se como a zona erógena que primacialmente
experimenta a libido oral e suas gratificações, como é no
ato da amamentação. A finalidade da libido oral, além da
gratificação pulsional, também visa à “incorporação”, a
qual, por sua vez, está a serviço da “identificação”.
FASE ANAL – 1 a 3 anos
• o ato de controlar a micção também causa estimulação. Os
sentimentos desenvolvidos são de independência, uma vez que a
criança vai se tornando capaz de obter controle sobre aspectos
corporais que não tinham antes. Dessa forma, essa habilidade
deve ser estimulada pelos pais, que precisam ter cuidado para
não reprimir os erros. Assim, deve-se sempre focar nos acertos,
nas vezes em que a criança se saiu bem. Essa é uma maneira
positiva de reforçar a experiência.
FASE FÁLICA - 3 a 6 anos
• A fase fálica – a terceira etapa pré-genital do
desenvolvimento psicossexual – também é descrita na
literatura psicanalítica mais recente com a denominação
de “fase edípica”. Diferença de sexo.
FASE DE LATÊNCIA - 6 anos até a
puberdade
• O foco desse período não são as zonas erógenas, mas
sim o desenvolvimento social, criação de laços e
convivência em sociedade. Assim, há uma repressão na
energia sexual, que continua a existir, porém deixa de
ser um foco.
FASE GENITAL – Da puberdade até o
fim da vida
• Antes, os interesses eram pessoais. A criança não sentia
necessidade de se relacionar sexualmente com outros.
Nessa fase, surge a vontade de querer se relacionar
sexualmente com outras pessoas.
FIXAÇÕES
• Os “pontos de fixação” formariam-se a partir de uma exagerada
gratificação ou frustração de uma determinada “zona erógena”.
No primeiro caso, o sujeito, diante de angústias insuportáveis,
tenta regredir para um tempo e um espaço que lhe foi tão
protetor e gratificante; no caso de uma excessiva frustração que
foi a determinante do ponto de fixação, a regressão dá-se, muitas
vezes, sabemos hoje, como uma tentativa de resgatar alguns
“buracos negros “existenciais.
EXEMPLOS DE FIXAÇÕES
• FASE ORAL – Fumar, beber, compulsão alimentar, falar bastante
e etc...
• FASE ANAL - Controle financeiro, dificuldades com limpeza, baixa
auto-estima, necessidade de controle sobre outro objeto
• FASE FÁLICA - Fixação edipiana
• FASE DE LATÊNCIA - Dificuldade nas interações sociais
• FASE GENITAL - Dificuldade nos relacionamentos
O COMPLEXO DE ÉDIPO
• Complexo de Édipo é o conjunto organizado de desejos
amorosos e hostis que a criança sente em relação aos
pais (LAPLANCHE & PONTALIS, 2001, p. 77). O nome do
complexo, descrito por Freud por volta de 1910, faz
referência à tragédia grega Édipo Rei escrita por Sófocles
em 427 a.C.
ÉDIPO REI
• O protagonista Édipo é condenado à morte quando ainda
era um bebê. O seu pai, o rei Laio, havia ouvido de um
oráculo de Delfos que o filho algum dia o mataria e
desposaria a própria mãe, a rainha Jocasta. Perturbado
com a revelação, o rei julgou que a melhor solução seria
matar o menino antes que a profecia se realizasse.
ÉDIPO REI
• Diante da decisão, um pastor é convocado pelo rei para
levar Édipo, que teria os pés amarrados e seria deixado
pendurado numa árvore no monte Citerão até ser
atacado pelas feras. Com pena, o pastor desobedece às
ordens e leva o bebê para casa. Por ser muito pobre, a
família do camponês não consegue reunir condições de
criar Édipo e acaba o doando.
ÉDIPO REI
• O bebê vai finalmente parar nas mãos de Políbio, o rei de
Corinto, que passa a tratá-lo como próprio filho. O rapaz
cresce e recebe a revelação perturbadora de que havia
sido adotado.
ÉDIPO REI
• Transtornado com a notícia, Édipo sai desvairado. Na
ocasião encontra numa encruzilhada com o pai biológico
(que desconhecia) e com mais alguns acompanhantes.
Furioso, tem um surto de raiva e acaba matando aquelas
pessoas. É desse modo que a primeira parte da profecia
se realiza: o filho mata o próprio pai.
ÉDIPO REI
• Quando chega a Tebas, a sua cidade natal, Édipo depara-se com
uma esfinge que propunha um desafio até então nunca
solucionado:

• Que criatura pela manhã tem quatro pés,


ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?
ÉDIPO REI
• Édipo é o único a desvendar o enigma. A resposta para a questão da esfinge era
o ser humano, que engatinha com "quatro pés" quando é bebê, anda sobre dois
quando é adulto e alcança três pernas quando envelhece (as duas que já
carrega mais a bengala). Por ter resolvido a questão colocada pela esfinge,
Édipo é considerado um herói e é declarado o novo rei de Tebas, casando-se
com a própria mãe e concretizando a segunda parte da profecia. Juntos, Édipo e
Jocasta chegam a ter quatro filhos (duas filhas e dois filhos).
ÉDIPO REI
• Quando consulta um oráculo, Édipo percebe que o seu
destino se concretizou. Desesperado, arranca as órbitas
dos próprios olhos e afirma que não quer ser testemunha
da própria desgraça e dos próprios crimes. A
esposa/mãe, por sua vez, a rainha Jocasta, se suicida.
COMPLEXO DE ÉDIPO
• Para Freud, o complexo de Édipo comporta duas formas: uma
positiva, que genericamente consiste num desejo sexual pelo
genitor do sexo oposto, bem como de um desejo de morte pelo do
mesmo sexo, e uma forma negativa, na qual há um desejo
amoroso pelo genitor do mesmo sexo e um ciúme ou desejo de
desaparecimento do outro. Na clínica, o mais freqüente é que
ambas formas coexistam nos indivíduos, embora uma delas
predomine nitidamente.
COMPLEXO DE ÉDIPO
• O complexo edípico sempre foi considerado como o
núcleo central na estruturação de toda e qualquer
neurose. O Complexo de Édipo é um termo basicamente usado
para descrever os sentimentos de um menino à sua mãe (atração)
e ao seu pai (repulsa). Isto é, o desejo do menino pela mãe e o
consequente ciúme que ele sente do pai. É como se o filho visse o
pai como um rival, ao querer a atenção e afeto de sua mãe.
COMPLEXO DE ÉDIPO
• Para Freud, a conclusão bem resolvida desta etapa envolveria
a identificação do menino com o pai, isto é, o menino deixar de
rivalizar-se com o pai e passar a aceitar a impossibilidade do
incesto. E isso contribuiria para o desenvolvimento de uma
identidade sexual madura e independente.
COMPLEXO DE ÉDIPO
• Todos os seres humanos devem a sua origem a um pai e a uma mãe.
Para Freud, não haveria, assim, como escapar dessa triangulação
(bebê – mãe – pai), a qual constitui o centro do conflito humano. Essa
triangulação define a estrutura psíquica do sujeito. E ela não está
presente apenas na infância do sujeito, mas em toda a sua vida. É uma
fase de proibições até então desconhecidas. É quando a criança começa
a perceber que a sociedade lhe impõe regras, limites e costumes. A
criança já não pode mais fazer o que quer (seu id não pode ser
plenamente atendido), e a sua liberdade começa a ser cerceada, em
função de uma vida social mais complexa, com novos agentes.
COMPLEXO DE ÉDIPO
• Nesse momento, a criança começa a identificar mais claramente
as distinções entre si e os seus genitores. Sendo, portanto, uma
das fases mais importantes do desenvolvimento, psicológico e
sexual. Segundo Freud, os reflexos da idade edipiana poderá se
refletir por toda a vida adulta do sujeito. Inclusive em sua vida
sexual, sua realização profissional, sua maturidade psíquica, sua
capacidade de se relacionar afetivamente com outras pessoas etc.
A IMPORTÂNCIA DO MITO
• Se apresentam como algo concreto para a construção da ética e moral
através do simbolismos e interpretações introjetados na cultura.

• Representam produções inconscientes cujo o objetivo é dar explicações


a fatos e ideias fantasiosas não explicáveis de maneira racional.

• O fantástico entrando em cena para dar conta de um real


A IMPORTÂNCIA DO MITO
• O mito descreve uma estrutura moral e ética que os povos receberam
ao longo dos anos.

• Para a psicanálise o Mito transmite uma lei inconsciente que direciona


o indivíduo a cumprir um compromisso desta lei, de modo que, caso
ela seja transgredida, será geradora de conflitos e acarretará
punições, a princípio jurídicas, mas que vão influenciando o
inconsciente humano, gerando angústia e sofrimento.
O DESEJO INCESTUOSO
• Freud, na obra Totem e Tabu, diz que o incesto se apresenta como
ponto central da problemática psíquica do indivíduo

• Devemos notar que no campo psicanalítico não é necessário que


haja existência real do ato, da prática efetiva do incesto. A sua
fantasia já se torna suficiente para um conflito psíquico.
O DESEJO INCESTUOSO
• A criança dirige seu desejo de satisfação a quem mais se
aproxima da função de maternagem, a princípio buscando saciar a
fome, porém, Freud diz que este experimentará sensações
prazerosas influenciando sua sexualidade.
A LEI DO INTERDITO
• O pai proíbe o filho de realizar seu desejo INCOSNCIENTE de se
deitar com sua mãe. Lei paterna de Freud. Freud se baseou nos
seus primeiros pacientes e em sua auto análise.

• Porém, a lei do interdito só é posta pela família(pai) através do


discurso da sociedade.
A LEI DO INTERDITO E A SOCIEDADE
• A sociedade é investida de poder e energia para trazer
acolhimento para o indivíduo, porém, esse acolhimento exige que
o indivíduo esteja debaixo de suas diretrizes. A entidade
sociedade se organiza e da o mínimo de satisfação em troca de
proteção.

• Um certo nível de frustração e insatisfação é inevitável.


A LEI DO INTERDITO
• O indivíduo, portanto, não realiza seu desejo e satisfação de
maneira total, sendo a demanda pulsional atendida de modo
limitado, o que faz do indivíduo um ser desejante, insatisfeito,
frustrado, castrado psiquicamente e carregado de angústia.

• Para Freud, a insatisfação por conta do interdito produz certa


quantidade de energia incomodante, denominada de angústia.
A ANGÚSTIA PROVOCADA PELO
INTERDITO
• A angústia pode ser, primeiramente, entendida como aflição
intensa, ou até mesmo ansiedade.

• Sentimento inexplicável que paralisa o indivíduo, sendo muitas


vezes perturbador.

• Um sentimento vazio inonimável.


A ANGÚSTIA PROVOCADA PELO
INTERDITO
• A angústia pode ser, primeiramente, entendida como aflição
intensa, ou até mesmo ansiedade.

• Sentimento inexplicável que paralisa o indivíduo, sendo muitas


vezes perturbador.

• Um sentimento vazio inonimável.


A ANGÚSTIA PROVOCADA PELO
INTERDITO
• Freud, em seu texto Inibições, sintomas e angústias(1926), diz que
a angústia é resultado da inibição. A angústia estará sempre
presente no ser desejante.

• A angústia é o resultado do desejo reprimido. É consequência de


um processo de repressão
A ANGÚSTIA PROVOCADA PELO
INTERDITO
• A repressão se processa a partir do Ego, quando este, por ordem
do superego, recusa-se a se associar com uma catexia instintual
provocada pelo Id.

• A angústia provocada pela inibição está presente nas mais


diversas formas e tende a influenciar por toda a vida do indivíduo.
Ou seja, o ser nunca realizará seus desejos plenamente.
SUPEREGO COMO HERDEIRO DO
COMPLEXO DE ÉDIPO
• a função paterna como detentora da moral se impõe sobre a
criança, que deve aceitar a impossibilidade de derrotar o pai,
identificando-se com este;
• isso se dá na forma de uma introjeção psíquica no superego: e a
criança, por um processo metonímico, passa a aceitar também a
existência de uma moral social.
SUPEREGO COMO HERDEIRO DO
COMPLEXO DE ÉDIPO
• Através do Complexo de Édipo há uma renúncia ao incesto, que é
a introdução do superego, instância agora controladora, portadora
e protetora da lei e da ordem.

• Sem o Édipo a sociedade teria sucumbido sob o crivo de inúmeros


desejos incontroláveis.
COMPLEXO DA CASTRAÇÃO
• Freud até supõe que o complexo de castração seja universal: no menino, o
temor; na menina, a castração imaginariamente já realizada. Mas poderia
também ser remetido a outros símbolos típicos de temores.
• Obviamente o complexo de castração não é literal apenas no sentido da perda
do pênis. Pode ser deslocado, deformado ou substituído para outros temores. E
até mesmo o agente castrador pode não ser (na cabeça da criança) apenas o
pai, pode ser outra pessoa ou objetos fóbicos. Não é uma castração no
sentido literal. Inclusive, até mesmo o temor da castração pode não ser
literal, pois pode ocorrer de diferentes formas em diferentes pessoas.
A CASTRAÇÃO
• A castração está ligada a interdição da satisfação de um desejo. Funciona como
limitador e direcionador sob o qual todos estão sujeitos.

No Édipo é a proibição do incesto e assim, funciona também, como desvinculação


da mãe, como separação da vida dependente desta. Haverá de se separar do
objeto que antes era seu local de repouso, conforto e prazer. É sentida pela
criança como uma violação de seus direitos.
A CASTRAÇÃO
• No menino a possibilidade de perder o poder, na menina a certeza do ocorrido.

• O pênis-falo é representante do poder. O menino tem de a sentir a angústia da


castração de diversas formas, inclusive na vida adulta. Todo e qualquer medo
de perda em que haja envolvimento psíquico estará ligado a castração.
A CASTRAÇÃO
• A castração do desejo incestuoso ou a castração simbólica do poder exercerão
funcção primordial na saúde mental do indivíduo, proporcionando a este se
alinhar com a sociedade e sua cultura, dispensando qualquer tipo de punição.
Para que tal ocorra, este há de investir suas energias na busca por satisfação
fora da rede familiar.
COMPLEXO DE ÉDIPO BEM E MAL
RESOLVIDO
• Complexo de Édipo foi bem resolvido quando, nesta passagem da
infância/adolescência, a pessoa aceita a impossibilidade do incesto com a mãe
(ou o pai) e a impossibilidade de continuar odiando ferozmente o pai (ou a
mãe). A partir desta aceitação, passa a focar seus afetos e energia libidinal em
outras pessoas e coisas. É de certa forma normal haver um distanciamento em
relação aos pais, tão comum a partir do início da adolescência.
• Édipo mal resolvido quando uma pessoa em idade adulta apresenta sinais
que deem a entender que ela não superou adequadamente o Complexo de
Édipo na passagem da infância para a adolescência.
A DIFERENÇA DO ÉDIPO EM
MENINOS E MENINAS
• O que pode variar é com quem o menino se identifica (mãe ou pai) e
com quem rivaliza. Da mesma forma, com a menina, que pode se
identificar mais com o pai e rivalizar com a mãe.
• Embora seja o chamado “padrão”:
• a atração da criança pelo(a) pai/mãe de sexo oposto e
• a rivalização com o(a) pai/mãe de mesmo sexo,
• é possível também haver uma atração do menino para com o pai e
uma rivalidade para com a mãe. E, na menina, uma atração pela mãe
AS FUNÇÕES DE PAI E MÃE NO
COMPLEXO DE ÉDIPO
• a função de mãe: que pode ser sintetizada com as ideias de
proteção e amor, um ideal de volta ao passado e de possibilidade
de realização dos desejos do Id, de quando a criança tinha a
proteção uterina e a atenção integral da mãe (na verdade, quando
a criança se confundia com a mãe);
• a função de pai: que seriam os limites impostos pelo dever, um
ideal de caminhar para o futuro e de independência, que pode
impor o receio ou angústia ao novo para a criança, razão para a
criança nutrir ainda maior animosidade em relação ao pai.
• Estas funções independem se de fato há uma mãe e um
pai como casal. A função de afeto e a função de dever
podem ser desempenhadas por outras pessoas e outras
composições familiares, por pais adotivos, por famílias
complexas (em que avôs/tios etc. convivem no mesmo
ambiente) e até mesmo uma mãe ou um pai sozinhos.
OUTROS MODELOS FAMILIARES
• “Pergunta: como se dá o Édipo quando a mãe vive sozinha
com o filho?
• Resposta: Plenamente, sob a condição de que a mãe seja
desejante. Pouco importa que a mãe viva sozinha, o que conta é
que seja apegada a alguém, que deseje alguém; e, no caso de
não ter nenhum parceiro amoroso, o que conta é que seja
interessada por outra coisa que não o filho, que o amor pelo filho
não seja o único amor de sua vida. Em suma, há o Édipo a partir
do momento em que a mãe deseja um terceiro entre ela e o filho.
OUTROS MODELOS FAMILIARES
• Segundo J.D. Nasio "Todas as crianças, sejam quais forem suas
condições familiares e socioculturais, vivem essa fantasia
universal que é o Complexo de Édipo. Nenhuma criança escapa a
torrente de pulsões nela desencadeada entre três ou quatro anos
de idade, e porque nenhum adulto de seu círculo imediato
consegue evitar desempenhar o papel alvo de suas pulsões e de
canal para dená-los".
RESOLUÇÃO DO COMPLEXO DE
ÉDIPO
• No menino: aceitar a impossibilidade do incesto com a
mãe, superar a rivalidade com o pai e introjetar o pai como
um símbolo de referência moral.
• Na menina: aceitar a impossibilidade do incesto com o
pai, superar a rivalidade com a mãe e canalizar sua energia
para um afeto substituto, em especial a maternidade.
RESOLUÇÃO DO COMPLEXO DE
ÉDIPO
• Institucionalizada a castração, permanece a
cultura; permanecendo a cultura, o pacto edipíco
permanece e concretiza a saúde mental. É um
processo repetitivo que garante a continuidade da
sapude mental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Mesmo na idade adulta, é possível buscar esta resolução do Édipo.
Por óbvio, não é mais possível “voltar no tempo” e mudar as
relações com pai/mãe, mas é possível ao adulto buscar
o fortalecimento do ego, em terapia psicanalítica:
• compreendendo melhor a si e seus processos mentais,
• superando ou minimizando os mecanismos de defesa do ego (como
a projeção),
• lidando melhor com as demandas da realidade externa e
• melhorando a qualidade de suas relações interpessoais atuais.

Você também pode gostar