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AULA 4 – CLÍNICA COM

Complexo de Édipo
CRIANÇAS – 2020.1

PROFESSORA – ELIANE DE
AUGUSTINIS
A PULSÃO

A pulsão sexual tem por objetivo atingir o prazer. A pulsão está relacionada a realidade
psíquica, aos traços das experiências deixadas no inconsciente. A pulsão é um impulso que
Freud traduziu como desejo. As fantasias são movidas pelo desejo, portanto, pela pulsão e
que não tem um único objeto a ser atingido.
Freud transforma o corpo biológico em corpo erógeno. Onde era instinto (puramente biológico)
surge a pulsão. Quando falamos de desejo e pulsão, não temos mais um objeto preestabelecido
que satisfaça a pulsão.

ESTÁ RELACIONADA COM A


REALIDADE PSÍQUICA É UM IMPULSO QUE FREUD
TRADUZIU COMO DESEJO.

É SEMPRE PARCIAL E POSSUI


REPRESENTAÇÃO DE LINGUAGEM
NO INCONSCIENTE
O AUTOEROTISMO

“AUTOEROTISMO” – UTILIZADO POR FREUD


PELA PRIMEIRA VEZ EM CARTA A FLISS, DE 9
DE DEZEMBRO DE 1899

O TERMO É RETOMADO NOS TRÊS


ENSAIOS DE 1905 PARA CARACTERIZAR
UM ESTADO ORIGINAL DA EX.:ATO DE
SEXUALIDADE INFANTIL ANTERIOR AO SUGAR O
NARCISISMO, NO QUAL A PULSÃO DEDO
SEXUAL, LIGADA A UM ÓRGÃO OU À
EXCITAÇÃO DE UMA ZONA ERÓGENA,
ENCONTRA SATISFAÇÃO SEM
RECORRER A UM OBJETO EXTERNO

Antes de surgir o prazer autoerótico de sugar o dedo, por exemplo, a


pulsão se apoia em funções somáticas vitais de autoconservação,
como a alimentação, o leite. Assim, como não possui nenhum objeto
sexual é autoerótica e seu objetivo sexual é dominado por uma zona
erógena como a oral e a anal (Freud, Três Ensaios, p. 187)
ZONAS ERÓGENAS

As organizações pré-genitais são organizações da vida


sexual nas quais as zonas genitais não assumiram
ainda seu papel preponderante, isto é, nas quais a
busca de prazer ainda não está dominada pela
função reprodutora sob a primazia da zona genital.

Atenção!!! Freud, sem dúvida, elaborou a noção de zonas erógenas


segundo um referencial anatomofisiológico, mas é evidente que o
corpo tratado pela psicanálise é um corpo fantasmático. É para a
fantasia que se dirige o desejo, e não para o real; é no nível da
representação que se passa a psicanálise

Lacan, ao recentra a teoria psicanalítica na noção


de desejo, mostra como o desejo surge do
afastamento entre a necessidade e a exigência;
como ele se dirige não a um objeto real,
independente do indivíduo, mas a uma fantasia.
AS FASES DA ORGANIZAÇÃO DA LIBIDO

DUAS NOÇÕES SÃO, POIS, NECESSÁRIAS PARA QUE SE POSSA


COMPREENDER ADEQUADAMENTE O CONCEITO DE FASE: A DE
ZONA ERÓGENA E A DE RELAÇÃO DE OBJETO NOS TEXTOS PÓS-
FREUDIANOS, ENCONTRAMOS UMA TENTATIVA DE SUBSTITUIR A
NOÇÃO DE FASE PELA DE “RELAÇÃO DE OBJETO”.

INICIALMENTE, FREUD DISTINGUE, DENTRE AS ORGANIZAÇÕES


“PRÉ-GENITAIS”, DUAS FASES: A ORAL E A SÁDICO-ANAL.
SOMENTE EM 1923 ELE INCLUIU UMA TERCEIRA FASE PRÉ-GENITAL,
A FASE FÁLICA, QUE, APESAR DE GENITAL, RECONHECE APENAS
UMA ESPÉCIE DE GENITAL: O MASCULINO. ESSA FASE É
DOMINADA PELO COMPLEXO DE CASTRAÇÃO E CORRESPONDE
AO DECLÍNIO DO COMPLEXO DE ÉDIPO.
AS FASES PRÉ-GENITAIS
FASE ORAL –É a primeira fase de evolução sexual pré-genital. Nela o prazer ainda está ligado à
ingestão de alimentos e à excitação da mucosa dos lábios e da cavidade bucal. O objetivo
sexual consiste na incorporação do objeto, como modo de relação de objeto.

FASE SÁDICO-ANAL – É a segunda fase pré-genital da sexualidade infantil . Fase caracterizada


pelo primado da zona anal e por um modo de relação de objeto que Freud denomina “ativo”
e “passivo” onde surge a polaridade sadismo-masoquismo. Essa fase está impregnada de valor
simbólico, sobretudo ligado às fezes. Tal é o caso da significação de que se reveste a atividade
de dar e receber ligada à expulsão e retenção das fezes.

FASE FÁLICA – Essa fase apresenta um objeto sexual e alguma divergência dos impulsos sexuais
sobre esse objeto. O que distingue fundamentalmente da fase genital madura é que nela a
criança reconhece apenas um órgão genital: o masculino. Nela a oposição entre os sexos é
caracterizada pela castração, isto é, pela distinção fálico-castrado. Desde “Os Três ensaios da
sexualidade (1905) Freud já sustenta a tese de que:
a) A libido é “de natureza masculina, tanto na mulher como no homem”;
b) “a zona erógena diretriz da criança do sexo feminino é localizada no clitóris, que é
homólogo da zona genital masculina (glande)”.
SOBRE AS TEORIAS SEXUAIS DAS CRIANÇAS (1908).
A FÁBULA DA CEGONHA É UMA DAS TEORIAS SEXUAIS DA CRIANÇA?
NÃO! CLARO QUE NÃO! A CRIANÇA NÃO ACREDITA NESSA BESTEIRA QUE CONTAM PARA ELA E
OBSERVA OS BICHOS E PERCEBE QUE TEM ALGUMA SEMELHANÇA. TENDO DESCOBERTO QUE OS
BEBÊS CRESCEM NA BARRIGA DAS MÃES, A CRIANÇA ESTARIA PERTO DE SOLUCIONAR O
PROBLEMA. NO ENTANTO, NÃO CHEGA A DESCOBRIR PORQUE FALSAS TEORIAS SÃO IMPOSTAS
POR SUA PRÓPRIA SEXUALIDADE.
PRIMEIRA TEORIA – SE
REFERE A SEGUNDA TEORIA – O
UNIVERSALIDADE DO NASCIMENTO PELA
PÊNIS. ELA DÁ ORIGEM CLOACA. A IGNORÂNCIA
AO COMPLEXO DE A RESPEITO DA VAGINA
CASTRAÇÃO NA LEVA A CRIANÇA A
OCASIÃO DA IMAGINAR QUE OS BEBÊS
PERCEPÇÃO DOS SERIAM EVACUADOS
ÓRGÃOS GENITAIS COMO EXCREMENTOS.
FEMININOS. TERCEIRA TEORIA – A
CONCEPÇÃO SÁDICA DO
COITO – O ATO SEXUAL É
CONCEBIDO COMO UMA
VIOLÊNCIA E ESTÁ
RELACIONADA AO
SADISMO INFANTIL.
O COMPLEXO DE CASTRAÇÃO

3 O complexo de castração – masculino e feminino – é o


efeito dessa eleição do pênis como órgão cuja função
simbólica é o preenchimento da falta. A criança
pequena acredita que todo mundo possui um pênis,
até que descobre que não. Essa descoberta os leva a
pensar que o pênis foi cortado, pois considera um
elemento essencial. A castração passa a ser uma
ameaça e o agente dessa ameaça é o pai. É essa
representação imaginária da falta que vai ser
completada com o falo imaginário. O falo vem a ser,
pois, qualquer coisa que preencha essa falta a nível do
imaginário, o bebê, o pênis, são no nível imaginário o
complemento fálico daquilo que a mãe não tem.
Definição de Complexo de Édipo
• Uma boa maneira de iniciarmos este percurso pelas especificidades do Complexo de Édipo
é defini-lo como conceito. Para tanto, contamos com a ajuda do consagrado verbete de
Laplanche e Pontalis (1992), que o caracteriza como um:
• Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente em relação aos pais.
Sob a sua forma dita positiva, o complexo apresenta-se como na história de Édipo-Rei:
desejo da morte do rival que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela
personagem do sexo oposto. Sob a sua forma negativa, apresenta-se de modo inverso:
amor pelo progenitor do mesmo sexo e ódio ciumento ao progenitor do sexo oposto. Na
realidade, essas duas formas encontram-se em graus diversos na chamada forma completa
do complexo de Édipo. Segundo Freud, o apogeu do complexo de Édipo é vivido entre os
três e os cinco anos, durante a fase fálica; o seu declínio marca a entrada no período de
latência. É revivido na puberdade e é superado com maior ou menor êxito num tipo
especial de escolha de objeto. O complexo de Édipo desempenha papel fundamental na
estruturação da personalidade e na orientação do desejo humano. Para os psicanalistas,
ele é o principal eixo de referência da psicopatologia. (p. 77)
A universalidade do Complexo de Édipo
• Freud, nunca dedicou ao Édipo uma exposição sistemática. De qualquer forma, a
associação entre o saber psicanalítico e a história de Édipo é antiga e pode ser remontada
particularmente ao dia 15 de outubro de 1897. Nesta data, Freud envia uma carta
destinada ao amigo Wilhelm Fliess em que aquele, em meio à sua auto-análise e abandono
da neurotica, estabelece, a partir do seu próprio exemplo, a validade universal da lenda
grega como uma importante chave para a compreensão das vicissitudes do psiquismo
humano:

• Um único pensamento de valor genérico revelou-se a mim. Verifiquei, também no meu caso,
a paixão pela mãe e o ciúme do pai, e agora considero isso como um evento universal do
início da infância (...) Sendo assim, podemos entender a força avassaladora de Oedipus Rex
(...) a lenda grega capta uma compulsão que toda pessoa reconhece porque sente sua
presença dentro de si mesma. Cada pessoa da platéia foi, um dia, em germe ou na
fantasia, exatamente um Édipo como esse, e cada qual recua, horrorizada, diante da
realização de sonho aqui transposta para a realidade, com toda a carga de recalcamento
que separa seu estado infantil do seu estado atual. (Freud, 1897/1996, p. 316)
Complexo de Édipo

É o “complexo nuclear” das neurose. Momento crucial da


constituição do sujeito e é a partir do Édipo que o sujeito irá
estruturar a diferença entre os sexos e o seu posicionamento
frente à angústia.
O Édipo aparece na teoria atrelado à teoria dos sonhos
“Interpretação dos Sonhos” (1900) sendo os sonhos
entendidos por Freud como uma manifestação de um desejo
inconsciente, pois os desejos incestuosos e hostis tinham que
ser expulsos da consciência mediante a repressão.
A ideia do Édipo leva à superação da sedução real
lançando entendimento sobre a teoria da fantasia e da
sexualidade infantil.
Complexo de Édipo simples

• Cabe destacar o caráter essencial da primeira


aproximação freudiana do Édipo. Também conhecido
como modelo “simples” ou “positivo”, este se
fundamenta no pressuposto de uma simetria onde
tanto os meninos quanto as meninas se sentiriam
naturalmente atraídos pelo progenitor do sexo oposto,
repudiando ainda aquele do mesmo sexo.
O complexo de Édipo

• Em Psicologia de Grupo e Análise do Ego (1921), Freud


diz que a identificação tem um papel fundamental na
formação do complexo de Édipo:
• Ocorre a identificação com o pai e o enamoramento
pela a mãe. Depois, a identificação passa a assumir uma
hostilidade em relação ao pai, vinculando-se, por sua vez,
ao desejo de substituir a figura paterna em relação à
mãe – chamado de Édipo “normal.
• Freud apresenta o caráter ambivalente e da substituição.
ATÉ 1923, QUANDO ESCREVEU A “SEGUNDA TÓPICA” FREUD
ACREDITAVA EM UMA SIMETRIA ENTRE OS SEXO
NO COMPLEXO DE ÉDIPO.

MENINOS= DESEJO PELA MENINAS= DESEJO PELO PAI E


MÃE E rivalidade com o PAI. rivalidade com a MÃE

Após a “segunda tópica” em “O eu e o isso”


(1923) Freud teve elementos para descrever a
dissimetria entre o Édipo masculino e o Édipo
feminino.
• Em “O eu e o isso” (1923)

FREUD PASSOU A CONCEBER O COMPLEXO DE ÉDIPO


EM SUA DUPLA POLARIADADE

AMOR AO GENITOR DO SEXO FORMA POSITIVA


OPOSTO E ÓDIO AO DO DO COMPLEXO
MESMO SEXO DE ÉDIPO

FORMA
AMOR AO GENITOR DO NEGATIVA DO
MESMO SEXO E ÓDIO AO COMPLEXO DE
GENITOR DO SEXO OPOSTO ÉDIPO
A angústia de castração

• O Complexo de Édipo constitui, um momento decisivo no


processo de subjetivação e sexuação.
• A angústia de castração surge como ponto nodal da
resolução edipiana. A ideia de Falo surge como o objeto
do desejo.
APÓS A SEGUNDA
TÓPICA DO APARELHO
PSÍQUICO

OS DESTINOS DO COMPLEXO
DE CASTRAÇÃO SÃO
DIFERENCIADOS NO MENINO
E NA MENINA.

A BISSEXUALIDADE CONSTITUCIONAL

A SEXUALIDADE E A FEMINILIDADE NÃO SÃO


ESSENCIALMENTE BIOLÓGICAS, MAS, SOBRETUDO POSIÇÕES
RESULTANTES DE UMA ORGANIZAÇÃO PSÍQUICA QUE TEM
POR BASE O COMPLEXO DE ÉDIPO
FREUD PUBLICA A ANÁLISE DO PEQUENO HANS
(1909)

A partir dessa análise, Freud ilustrou e ampliou grande parte do


conteúdo que havia sido teorizado em “Sobre as teorias sexuais das
crianças”

DESCOBRIU A ARTICULAÇÃO
ENTRE:

COMPLEXO COMPLEXO
DE ÉDIPO DE
CASTRAÇÃO

Estabeleceu o complexo de Édipo


como BASE DO CONFLITO EDIPIANO
A FASE FÁLICA
SERÁ DESENVOLVIDA EM 1923 EM "A
ORGANIZAÇÃO GENITAL INFANTIL"

PRIMAZIA DO FALO

SEXUALIDADE
INFANTIL

AUSÊNCIA DA REPRESENTAÇÃO
PSÍQUICA DO SEXO FEMININO.
A DIFERENÇA SEXUAL SE DÁ EM
TORNO DE TER OU NÃO O FALO
O COMPLEXO DE ÉDIPO NO MENINO

O MENINO ENTRA NO ÉDIPO E COMEÇA A MANIPULAR SEU PÊNIS,


ENTREGANDO-SE A FANTASIAS LIGADAS À MÃE.
O MENINO E A ANGÚSTIA DE CASTRAÇÃO

O MENINO VÊ QUE
A MENINA NÃO
A FALTA DE PÊNIS É
TEM O PÊNIS E ENTENDIDA COMO
ACREDITA QUE CASTRAÇÃO E CORRE
AINDA VAI O RISCO DE SER
CASTRADO TAMBÉM
CRESCER, OU FOI
RETIRADO
O COMPLEXO DE ÉDIPO NO MENINO

SOB O EFEITO DE AMEAÇA DE CASTRAÇÃO PELO


PAI OU PELA MÃE SURGE A ANGÚSTIA
PROVOCADA PELA PERCEPÇÃO DO CORPO
FEMININO PRIVADO DE FALO

RENUNCIA A POSSUIR SEU OBETJO DE AMOR - A


MÃE.

A ANGÚSTIA DE CASTRAÇÃO BARRA O CAMINHO DO


MENINO EM DIREÇÃO AO AMOR PELO PAI, FANZENDO
COM QUE RENUNCIE AO PAI COMO OBJETO DE AMOR E
SE IDENTIFIQUE A ELE
DISSOLUÇÃO DO COMPLEXO DE ÉDIPO
NO MENINO

A ANGÚSTIA DE CASTRAÇÃO PÕE FIM TANTO À


LIGAÇÃO ERÓTICA COM A MÃE QUANTO À
LIGAÇÃO AMOROSA COM O PAI.

ENTRA DA DO
PERÍODO DE
LATÊNCIA
O ÉDIPO NA MENINA

INTENSA VINCULAÇÃO PRÉ-EDIPIANA COM A MÃE DE


GRANDE IMPORTÂNCIA PARA O FUTURO DA MULHER

NA FASE FÁLICA CONSIDERA-SE VÍTIMA DE UMA


CASTRAÇÃO E SE APROXIMA DO PAI PARA RECEBER O
EQUIVALENTE SIMBÓLICO DO PÊNIS

O PAI NEGA ESSA GRATIFICAÇÃO O QUE LEVA A UM


ABANDONO PROGRESSIVO DO COMPLEXO DE ÉDIPO

ESSA RELAÇÃO COM O PAI, EMBORA


DECEPCIONANTE É O QUE ESTRUTURA A MENINA
COMO SUJEITO, POIS GARANTE UMA IDENTIFICAÇÃO
MASCULINA, EMBORA NÃO UMA IDENTIFICAÇÃO
FEMININA
AS TRÊS VIAS DO ÉDIPO FEMININO

ACEITAR QUE SUA DEMANDA NÃO PODE SER


PRIMEIRA ATENDIDA, ACEITAR SUA FALTA, VERDADEIRA
SAÍDA FEMININA SEGUNDO FREUD.

SAÍDA NEURÓTICA. MANTÉM A ESPERANÇA DE


SEGUNDA RECEBER UM REPRESENTANTE QUE A IGUALE AO
HOMEM.

TERCEIRA UMA RECUSA POR ACEITAR A FALTA.


O FALO PARA LACAN

SIGNIFICANTE PRIVILEGIADO,
SIGNIFICANTE DA FALTA
ELEMENTO TERCEIRO NA
RELAÇÃO DA CRIANÇA COM A
MÃE
A CASTRAÇÃO É SIMBÓLICA

MAS A CRIANÇA A ENTENDE INICIALMENTE COMO UMA


PRIVAÇÃO REAL DO PÊNIS - ASSIM O FALO ADQUIRE
NESSE MOMENTO UMA CONSISTÊNCIA IMAGINÁRIA

MAS O FALO É UM SIGNIFICANTE DA


FALTA, É UMA REFERÊNCIA AO PAI, A
UMA FUNÇÃO QUE MEDIATIZA A
RELAÇÃO DA CRIANÇA COM A MÃE.
OS TRÊS TEMPOS DO COMPLEXO DE ÉDIPO

Primeiro tempo - "Ser ou não ser o falo" - a criança ainda está fusionada à mãe e o pai é excluído.
Relação dual mãe-bebê onde a criança está assujeitada ao desejo da mãe, identificada ao seu
objeto de desejo. A criança é colocada em situação de se fazer objeto do que é suposto faltar à
mãe. O objeto de desejo da mãe suscetível de preencher a falta é o falo, no nível simbólico,
preenche o vazio que marca a incompletude humana. Para que a criança não fique no lugar de
falo é preciso que o pai apareça como representante efetivo do lugar onde o falo é dado à mãe
enquanto significante de seu desejo.

Segundo tempo – ‘”Ter ou não ter o falo”. Caracteriza-se pela intervenção do pai. A criança vê o
pai como um falo rival junto à mãe. O que o pai interdita é a satisfação incestuosa, ou seja, ele
introduz a referência à lei da proibição do incesto. A criança é forçada não apenas a não ser o
falo, como também a não tê-lo, como a mãe, incidindo aí o complexo de castração.

Terceiro tempo – “Ter ou não ter o dom”. Marca o declínio do Édipo pela simbolização da lei,
representada pela função paterna. O pai sai da condição de falo rival da criança junto à mãe e
passa à condição de suposto detentor do falo, daquele que detém o objeto do desejo da mãe.
Portanto, trata-se agora do reconhecimento da castração do pai, o que implica a transformação
dopai onipotente em pai potente: o pai não tem o falo, mas tem alguma coisa com valor de dom”.
O menino se identifica com as insígnias do pai.

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