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Complexo de Édipo
1ª menção ao Édipo – carta a Fliess, após a morte do pai, em 1896 (carta 71- As origens da
Psicanálise), quando começa a autoanálise.
“Um tipo especial de escolha de objeto feita pelos homens” (Freud, 1910), surge a fórmula
do “Complexo de Édipo”, ainda sem conceitualização.
Anos 20 – substitui o estádio genital dos “Três ensaios...” pela noção de estádio fálico,
situando em 1º plano o tema da castração.
A formulação universal do complexo de Édipo: o desejo sexual pela figura parental do outro
sexo e o desejo assassino pela de mesmo sexo (forma positiva); o desejo erótico pela figura
parental de mesmo sexo e o ódio ciumento à do outro sexo (forma negativa ou invertida).
Forma completa: o Complexo de Édipo designa o conjunto de relações que a criança
estabelece com as figuras parentais e que constituem uma rede em grande parte inconsciente
de representações e de afetos entre os dois polos de suas formas positiva e negativa.
Em “O ego e o id” (O eu e o isso) (1923) Freud descreve sobre o Complexo de Édipo:
Um estudo mais aprofundado geralmente revela o complexo de Édipo mais completo, o qual é
dúplice, positivo e negativo, e devido à bissexualidade originalmente presente na criança. Isto
equivale a dizer que um menino não tem simplesmente uma atitude ambivalente para com o
pai e uma escolha objetal afetuosa pela mãe, mas que, ao mesmo tempo, também se comporta
como uma menina e apresenta uma atitude afetuosa feminina para com o pai e um ciúme e
uma hostilidade correspondentes em relação à mãe. É este elemento complicador introduzido
pela bissexualidade que torna tão difícil obter uma visão clara dos fatos em vinculação com as
primitivas escolhas de objeto e identificações, e ainda mais difícil descrevê-las
inteligivelmente. Pode mesmo acontecer que a ambivalência demonstrada nas relações com os
pais deva ser atribuída inteiramente à bissexualidade e que ela não se desenvolva, como
representei acima, a partir da identificação em consequência da rivalidade. Em minha opinião,
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Cada ser humano se localiza, portanto, segundo Freud, em algum lugar dessa série
com seu complexo de Édipo completo, mais ou menos próximo da “bissexualidade
ideal”.
Para Freud, de acordo com a experiência analítica, alguns dos elementos
heterossexuais ou homossexuais podem desaparecer deixando apenas um “vestígio
registrado”, que podemos designar como traços da sexualidade, marcas no corpo ou no
jeito (masculino ou feminino), ou, ainda, um sintoma. Os vestígios da feminilidade em
homens, ou da masculinidade em mulheres são traços advindos de sua tendência
homossexual derivada do complexo de Édipo. Freud destaca, por fim, “quatro
disposições contidas nele que se desmontam e se desdobram” em cada ser humano:
desejar o pai, desejar a mãe, odiar o pai e odiar a mãe. (Quinet, 2015, p. 23).
Nos anos 20: o conflito edipiano é definitivamente situado entre 3 e 5 anos, no momento do
estádio fálico, quando um só órgão sexual é reconhecido pelas crianças dos dois sexos: o
pênis que classifica os seres humanos em fálicos e castrados(as).
O falo é o objeto imaginado pela criança – objeto imaginário que tem no pênis seu
correspondente anatômico. Desse modo, esse “pênis” universal não é um órgão
peniano e sim uma imagem dele atribuída a todos os seres, que Lacan
denominará falo imaginário. (Quinet, 2015, p. 18)
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As Estruturas Clínicas
A partir da castração do Outro, imposta pelo Complexo de Édipo, temos as três estruturas
clínicas:
-neurose – nega o elemento, mas o conserva no inconsciente pelo recalque (Verdrängung),
admissão do Édipo no simbólico; o sintoma torna-se representante da castração, do interdito.
-perversão – nega o elemento mas o conserva no fetiche (vem no lugar do pênis materno
ausente); desmente (Verleugnung) a castração.
-psicose – ocorre a foraclusão (Verwerfung – jurídico – processo prescrito, não mais existe;
inclusão fora do simbólico), modo de negação que não deixa traço ou vestígio algum: ela não
conserva, arrasa. Não há admissão do Édipo no simbólico.