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COMPLEXO DE ÉDIPO

Outubro, 2018

SUMÁRIO

1- Introdução .................................................................................................. 03

2- Quem foi Édipo .......................................................................................... 04

3- O complexo de Édipo ................................................................................ 04

4- Fases do Complexo de Édipo ................................................................... 06

REFERENCIAS ............................................................................................... 07
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1. Introdução

O termo Complexo de Édipo, criado por Freud inspirado na tragédia


grega de Édipo Rei diz respeito ao conjunto de desejo amoroso e hostil que um
menino, quando ainda criança, sente pela mãe. O consagrado verbete de
Laplanche e Pontalis (1992), o caracteriza como um:

Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que


a criança sente em relação aos pais. Sob a sua forma
dita positiva, o complexo apresenta-se como na história
de Édipo-Rei: desejo da morte do rival que é a
personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela
personagem do sexo oposto. Sob a sua forma
negativa, apresenta-se de modo inverso: amor pelo
progenitor do mesmo sexo e ódio ciumento ao
progenitor do sexo oposto. Na realidade, essas duas
formas encontram-se em graus diversos na chamada
forma completa do complexo de Édipo. Segundo Freud,
o apogeu do complexo de Édipo é vivido entre os três e
os cinco anos, durante a fase fálica; o seu declínio
marca a entrada no período de latência. É revivido na
puberdade e é superado com maior ou menor êxito
num tipo especial de escolha de objeto. O complexo de
Édipo desempenha papel fundamental na estruturação
da personalidade e na orientação do desejo humano.
Para os psicanalistas, ele é o principal eixo de
referência da psicopatologia. (p. 77)

Freud baseou-se na tragédia de Sófocles (496–406 a.C.), Édipo Rei,


uma trilogia que trata, em partes, da vida de Édipo . Na tragédia grega, Laio e
Jocasta tiveram um filho, Édipo. Este mata o pai para ficar com a mãe,
terminando com o suicídio de Jocasta e a automutilação de Édipo. A primeira
vez que Freud utilizou o termo Complexo de Édipo em seus escritos foi em
1910, em seu livro A Interpretação dos Sonhos, onde propôs que propôs que
um desejo edipiano é um fenômeno universal psicológico inato (filogenético)
dos seres humanos e a causa de grande culpa inconsciente (NASIO, 2007).

Desta forma, entre os quatro anos de vida da criança, além de esta ser
caracterizada como inocente e alegre, ela sexualiza os pais, isto é, os pais são
introduzidos em suas fantasias como objetos de desejo. Neste contexto, a
criança, ao mesmo tempo em que aprende a limitar o seu impulso, tem que se
ajustar conforme os limites que seu corpo imaturo necessita (NASIO, 2007).
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2. Quem foi Édipo

Para construir o conceito de Complexo de Édipo, Freud utilizou-se da


mitologia grega, mais especificamente do teatro, escrito por Sófocles chamado
“Édipo Rei” (FERRARI, 2016).
O mito conta a história de Laio, rei de Tebas, que teria sido avisado por
um Oráculo sobre seu futuro maldito: ele seria assassinado por seu próprio
filho que se casaria com sua mulher, ou seja, a mãe deste. Para evitar que isso
se concretizasse, Laio decide abandonar a criança num lugar distante,
colocando-lhes pregos nos pés, para que morresse. Um pastor encontra a
criança e lhe dá o nome de Edipodos (pés-furados). Essa criança, mais tarde é
adotada pelo rei de Corinto. Ao consultar o oráculo, Édipo recebe a mesma
mensagem que seu pai Laio recebera anos antes, mas, acreditando que se
tratava dos pais adotivos, Édipo foge de Corinto. Em sua fuga, Édipo se depara
com um bando de negociantes e seu líder e acaba por matá-los todos em uma
briga, sem saber que esse líder era Laio, seu pai. Ao chegar a Tebas, Édipo
decifra o enigma da Esfinge e livra a cidade de suas ameaças, assim recebe o
trono de rei e a mão da rainha Jocasta, agora viúva. Os dois se casam e têm
quatro filhos (FERRARI, 2016)..
Anos depois, quando uma peste chega à cidade, Édipo e Jocasta
consultam o oráculo para tentar resolver essa questão e acabam por descobrir
que são mãe e filho. Jocasta suicida-se e Édipo fura os próprios olhos como
punição por não ter reconhecido a própria mãe (FERRARI, 2016).

3. O complexo de Édipo

Na teoria clássica da psicanálise, o complexo de Édipo acontece durante


o estágio do desenvolvimento psicossexual (a idade de 3 até 6 anos), quando
ocorre também a formação da libido e do ego, porém, pode se manifestar em
idade mais precoce (MOREIRA, 2004).

O menino dirige sua libido (desejo sexual) para a sua mãe, e direciona o
ciúme e a rivalidade emocional contra seu pai, já que é este que dorme com a
mãe. Além disso, para facilitar a união com a mãe, o menino sente o desejo de
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matar o pai (como fez Édipo), mas o ego pragmático, baseado no princípio da
realidade, sabe que o pai é o mais forte entre os dois homens que competem a
posse da mulher (MOREIRA, 2004).

O fato de que as crianças sejam capazes de ter sentimentos amorosos


em relação a seus pais não constitui motivo de espanto, pois já sabe-se que as
crianças têm vida sexual e o seu sexo não se manifesta de forma genital. Freud
afirma, além disso, que o Complexo de Édipo não só é normal, como inclusive
ele aparece e depois desaparece normalmente durante a infância. Com o
simples passar do tempo o complexo vai se dissolvendo e surge em seu lugar
um perfeito equilíbrio nas relações entre pais e filhos (FERRARI, 2016).

Quando o Complexo de Édipo não é eliminado normalmente durante a


infância é de esperar que ele continue a atuar nas idades posteriores e venha a
se manifestar sob a forma de vários sintomas durante a vida adulta.
Em alguns casos extremos o rapaz se torna homossexual. Freud, quando
trabalha com essa questão relata também a noção de narcisismo, que está
muito relacionada ao tipo de escolha homossexual. Por outro lado, já é possível
encontrar alguns dos elementos essenciais para uma teoria do narcisismo. São
eles: a ideia do eu como objeto de amor, o postulado de uma identificação
como base do narcisismo e, ainda, a relação desses com as escolhas
amorosas (GARCIA-ROZA, 1988).

Nos casos menos graves, o rapaz se torna um tipo submisso e


acovardado, que experimenta sempre a necessidade de sentir-se inferior aos
demais. De modo geral, o adulto tende a ver uma reprodução de seu pai em
todos os homens com quem entra em relação. Encara todos os superiores
como se fosse o próprio pai. Como continua experimentando o sentimento de
culpa procura obter as boas graças do chefe, do professor, do patrão, das
autoridades em geral. Ele faz tudo para ser agradável porque necessita, mais
do que qualquer pessoa normal, de se sentir aprovado pelos outros, de
conquistar a simpatia e a indulgência dos outros (GARCIA-ROZA, 1988)
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4. Fases do Complexo de Édipo

O Complexo de Édipo pode, inclusive, ocorrer em outras fases da vida


também. Seguindo o pensamento de Freud:

 O menino se apega à mãe pelos carinhos e cuidados, a querendo


apenas para si;
 Descobre que o pai também ama a mãe, tornando-o seu rival;
 O menino deseja possuir a mãe sem a interferência do pai;
 Ele luta para eliminar o rival importuno (pai), mas não consegue vencer
e pretende se vingar com agressões e desobediência;
 Com o tempo, o menino modifica a maneira de amar a mãe. Passa o
desejo de possuí-la e agora quer protegê-la;
 Mais velho, o menino passa a admirar as qualidades do pai, ainda que
continue sendo seu rival. Ele passa a imitar o pai;
 Chegando à fase adulta, o menino vai se desligando da mãe e
ganhando independência;
 Como um adulto normal, o menino passa a tratar o pai normalmente e
se interessar por outras mulheres.
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REFERÊNCIAS

FERRARI, Juliana Spinelli. "Complexo de Édipo"; Brasil Escola. Disponível em


<https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/complexo-edipo.htm>. Acesso em 25
de outubro de 2018.

MOREIRA, J. de O. Édipo em Freud: o movimento de uma teoria. Disponível


em: Acesso em: 25 de Out. de 2018.

NASIO, J. D. Édipo: o complexo do qual nenhuma criança escapa. Traduzido


por André Talles. Rio de Janeiro: Zahar, 2007

GARCIA-ROZA, L.A. Freud e o inconsciente / Luiz Alfredo Garcia-Roza. –


24.ed. – Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009

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