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TEORIAS DE ENFERMAGEM

FLORENCE NIGHTINGALE E CALLISTA ROY


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4
1.1 Objetivos .................................................................................................... 4
2. FLORENCE NIGHTINGALE .................................................................................. 5
2.1 Teoria ambientalista de Florence Nightingale ........................................... 6
3. CALLISTA ROY ..................................................................................................... 7
3.1 Teoria da adaptação de Roy ..................................................................... 8
4. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 9
4.1 Aplicabilidade dos modelos de Florence e Roy ......................................... 9
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 11
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1. INTRODUÇÃO

As enfermeiras têm, ao longo do tempo, elaborado um corpo de


conhecimento específico, aplicável em qualquer dos campos da prática profissional
(ensino, pesquisa ou assistência). Um desses modos de conhecimento é
representado pelas teorias de enfermagem, expressão formal do padrão empírico de
conhecimento, ou da Ciência da Enfermagem, conforme a classificação proposta por
Barbara Carper em 1978 (GARCIA & NOBREGA, 2009).
A construção desse conhecimento se baseia na identificação e definição de
conceitos representativos de fenômenos que estão em seu campo de interesse, e
correlacionando esses conceitos em teorias que refletem visões específicas acerca
desses fenômenos e que determinam inovações, evoluções e revoluções no saber e
no fazer da Enfermagem (GARCIA & NOBREGA, 2009).
A palavra teoria, no grego, quer dizer “visão”. Classifica-se como uma forma
sistemática de olhar o mundo, para descrever, explicar, prever ou controla-lo.
Teorias de enfermagem são instrumentos de trabalho que abordam uma linha de
conhecimentos científicos com visões sobre o processo saúde doença e a
experiência do cuidado terapêutico. Assim, quando a enfermagem adota uma das
teorias de enfermagem, deixa de ter uma assistência baseada em conhecimentos
empíricos para adotar uma assistência orientada por conhecimentos científicos
passando a se chamar Enfermagem Científica (CARREIRA, et al 2014).
Para uma implantar a Sistematização de Assistência de Enfermagem SAE é
necessário escolher uma teoria de enfermagem para fundamentar o Processo de
Enfermagem em suas etapas. O Processo de Enfermagem é entendido como um
método para a organização e prestação do cuidado de enfermagem
Neste trabalho falaremos das Teorias de Enfermagem de FLORENCE
NIGHTINGALE (1854) MODELO DA ADAPTAÇÃO DE ROY (1979).

1.1 Objetivo

Nesse estudo iremos discorrer sobre os princípios norteadores do


pensamento de Florence Nightingale e Callista Roy, basenado-se em seu contexto
histórico e discuti-los em relação a Enfermagem Moderna.
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2. FLORENCE NIGHTINGALE (1854)

Fonte: http://dailyoffice.files.wordpress.com/2008/08/florencenightingale382.jpg

Florence Nightingale contribuiu para a melhoria e o desenvolvimento da


saúde, e sua contribuição se mantém até os dias atuais, como fonte de inspiração e
alvo de pesquisa para estudiosos em todo o mundo. Florence nasceu em 12 de maio
de 1820, em Florença, Itália, e era filha de ingleses. Filha do milionário William
Shore Nightingale foi aluna do King’s College de Londres. Em uma viagem ao Egito,
visitando hospitais, despertou sua vocação para a enfermagem, apesar de na época
não ser uma atividade digna. Possuía inteligência incomum, tenacidade de
propósitos, determinação e perseverança, qualidades essas que foram utilizadas
para fazer diferença no mundo. Dominava com facilidade o inglês, o francês, o
alemão, o italiano além do grego e latim (GAROFALO, 2010).
Seu desejo em realizar-se como enfermeira leva Florence a passa o inverno
de 1844 em Roma, estudando as atividades das Irmandades Católicas. Em 1849 faz
uma viagem ao Egito e decide-se a servir a Deus, trabalhando em Kaiserswert,
Alemanha, entre as diaconisas. Decidida a seguir sua vocação, procura completar
seus conhecimentos que julga ainda insuficiente. Desta forma, visita o Hospital de
Dublin dirigido pelas Irmãs de Misericórdia, Ordem Católica de Enfermeiras, fundada
20 anos antes. Lá, conhece as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo, na
Maison de la Providence em Paris (CAMPONOGARA, 2012).
Anos depois, 1854, a Inglaterra, a França e a Turquia declaram guerra à
Rússia: é a Guerra da Criméia. Florence partiu para Scutari com 38 voluntárias entre
religiosas e leigas vindas de diferentes hospitais. A mortalidade entre os
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hospitalizados era de 40%, porém com Florence e seus cuidados cai para 2%. A
partir disso os soldados fazem dela o seu anjo da guarda e ela será imortalizada
como a “Dama da Lâmpada” porque, com uma lanterna na mão, percorria as
enfermarias, atendendo os doentes. Durante a guerra, Florence contrai tifo e ao
retornar da Criméia, em 1856, leva uma vida de inválida (PELLOSO, et al 2010).
Porém não se deu por vencida e dedica-se a trabalhos intelectuais. Pelos
trabalhos na Criméia, recebe um prêmio do Governo Inglês e, graças a este prêmio,
consegue iniciar o que para ela é a única maneira de mudar os destinos da
Enfermagem – uma Escola de Enfermagem em 1859 (PELLOSO, et al 2010).
Após a guerra, em 1860, Florence fundou uma escola de Enfermagem no
Hospital Saint Thomas, que passou a servir de modelo para as demais escolas que
foram fundadas posteriormente. A disciplina rigorosa, do tipo militar, era uma das
características da escola nightingaleana, bem como a exigência de qualidades
morais das candidatas. O curso, de um ano de duração, consistia em aulas diárias
ministradas por médicos (CAMPOS, 2016).
Com o trabalho reconhecido, em 1883, Florence recebeu da rainha Vitória, a
Cruz Vermelha Real, e em 1901, se tornou a primeira mulher a receber a Ordem do
Mérito. O Dia Internacional da Enfermagem é celebrado no dia de seu aniversário -
12 de maio. Florence Nightingale faleceu em Londres, Inglaterra, no dia 13 de
agosto de 1910. Assim a Enfermagem surge não mais como uma atividade empírica,
desvinculada do saber científico, mas como uma ocupação com uma prática social
institucionalizada e específica (CAMPOS, 2016).

2.1 Teoria ambientalista de Florence Nightingale

Florence Nightingale transformou a enfermagem empírica em enfermagem


científica e profissional, e por isso é considerada a fundadora da enfermagem
moderna em todo o mundo. Para ela, os cuidados de enfermagem não deveriam ser
fundamentados somente nos conceitos religiosos de caridade, amor, doação e
humildade, mas principalmente por preceitos de valorização adequado do cuidado,
divisão social do trabalho de enfermagem e autoridade sobre o cuidado a ser
prestado (MEDEIROS, et al 2015).
A Teoria Ambiental de Florence Nightingale tem as seguintes características:
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 O estado de saúde do cliente está associado aos fatores ambientais,


percebidos por meio da observação e coleta de dados;
 O enfermeiro trabalha com foco em questões ambientais gerais como:
iluminação, ruído, higiene ambiental e pessoal, água pura, ambiente
externo, utensílios do paciente e aspecto nutricional;
 Os profissionais de enfermagem precisam ter preparação formal para
exercer a profissão.

A influência do ambiente sobre o ser humano foi a principal característica


de seu trabalho científico. Florence foi a primeira a incentivar a existência de
instituições específicas para a maternidade, afastada dos enfermos, por meio de
análise de dados sobre a mortalidade neonatal e no parto, recomendando
cuidados ambientais e a lavagem persistente das mãos para eliminar a febre
puerperal, principal causa da mortalidade na época (MEDEIROS, et al 2015).
Florence acreditava que a enfermagem deveria estar atenta também aos
sadios, buscando meios de promoção da saúde. Acreditava que a enfermagem
poderia atuar no ambiente como um todo, para que o enfermo obtivesse o
equilíbrio necessário e, assim, a natureza faria o resto para a recuperação e
reabilitação (MEDEIROS, et al 2015).

3. CALLISTA ROY

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/teoria-de-callista-roy/25161

Callista Roy, nascida em 1939 em Los Angeles, é uma teórica da


enfermagem, onde Roy foi membro do Pós-Doutorado e Doutora em Enfermagem,
na Universidade da Califórnia. Roy ocupou vários cargos, inclusive o de Presidente
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do Departamento de Enfermagem do Mount Saint Mary's College, em Los Angeles:


o de professor-adjunto, no programa de Pós-Bacharelado, da escola de
Enfermagem da Universidade de Portland e Diretora Interina e Consultora em
Enfermagem, no Saint Mary's Hospital, em Tucson, Arizona.Ela obteve seu grau de
Bacharel em Enfermagem, em 1963, o grau de Mestre em Enfermagem em 1966 e o
grau de Doutorado em Sociologia, em 1977 na Universidade da Colifórnia. Ela é
membro da America Academy of Nursing e está em atividade em várias
organizações.
Com Doutorado em Sociologia em 1977, desenvolveu um modelo de
adaptação que foi a base de seu trabalho de graduação, sob orientação de Dorothy
E. Johnson, pioneira da proposição da enfermagem como ciência e arte e que
desenvolveu o modelo de sistemas comportamentais. Sob esta influência, apresenta
determinadas áreas de fundamental importância para a prática da enfermagem,
quais sejam:- A pessoa que é receptora do atendimento de enfermagem, O conceito
de ambiente, O conceito de saúde, A enfermagem. O receptor do cuidado de
enfermagem pode ser o indivíduo, a família, a comunidade ou a sociedade, cada
qual com uma abordagem holística de adaptação presentes. As respostas são
individuais e o nível de adaptação está sempre em constante mudança.

3.1 Teoria da adaptação de Roy

Callista Roy define a Enfermagem como "ciência e prática" da promoção da


adaptação de indivíduos e grupos em situação que envolve saúde e doença. De
todas as conferencistas, foi a que trouxe mais subsídios da prática assistencial.
Apresentou três aspectos essenciais da sua teoria da adaptação (OLIVEIRA &
SILVA, 2010):
 Pessoa/grupo — E o sistema adaptativo em que se manifestam os principais
mecanismos de adaptação categorizados como reguladores, sensoriais ou
perceptores e as formas de adaptação identificadas: fisiológicas, de
autoconceito, desempenho de papel e interdependência.
 Meio — Refere-se ao conjunto de três estímulos internos e externos inerentes
à pessoa ou ao grupo: focal, contextual e residual, ou seja, todas as
condições, circunstâncias e influências situacionais que afetam o
desenvolvimento da pessoa.
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Callista Roy, no seu Modelo de Adaptação, considera o objetivo da


enfermagem a promoção da adaptação dos indivíduos e grupos nos quatro modos
de adaptação (modo adaptativo: físico-fisiológico, identidade de autoconceito,
interdependência e desempenho de papel), contribuindo assim para a saúde, a
qualidade de vida e a morte com dignidade (OLIVEIRA & SILVA, 2010).
O modo de adaptação físico-fisiológico está associado à forma como a
pessoa responde aos estímulos do ambiente, sendo o comportamento a
manifestação das atividades fisiológicas do organismo. As cinco necessidades
básicas de integridade fisiológica são: oxigenação, nutrição, eliminação, atividade e
repouso e proteção (COELHO & MENDES, 2011).
Os outros modos de adaptação são modos psicossociais: autoconceito,
interdependência e desempenho de papel. O autoconceito envolve especificamente
os aspectos psicológicos e espirituais do sistema humano. É composto pelo ser
físico, que envolve a imagem corporal, pelo ser pessoal, que engloba a
autoconsciência, o autoideal ou expectativa, e pelo ser ético, moral e espiritual. O
modo desempenho de papel refere-se aos papéis que cada pessoa desempenha na
sociedade no sentido da preservação da integridade social, isto é, saber quem se é
em relação aos outros (COELHO & MENDES, 2011).
Segundo Roy, meta de Enfermagem é a promoção de respostas adaptativas
em relação aos quatro modos adaptativos. Estas respostas são as que afetam
positivamente a saúde. A enfermagem procura reduzir as respostas ineficientes e
promove as respostas adaptativas como comportamento de saída da pessoa. O
enfermeiro, portanto, promove a saúde em todos os processos da vida, incluindo o
morrer com dignidade (COELHO & MENDES, 2011).

4. DISCUSSÃO

4.1 Aplicabilidade dos modelos de Florence e Roy

O enfermeiro busca nas teorias, subsídios para realizar esta tarefa da melhor
maneira possível. Observa-se que as teorias selecionadas se aplicam ao processo
de reabilitação e cuidado.

A visão de Florence Nightingale é confirmada através de sua Teoria


Ambientalista e essa teoria ainda causa impacto nos dias atuais. Sua influência na
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enfermagem moderna alcança temas como reforma sanitária, higiene, design dos
hospitais e estatística. Seu pioneirismo em saúde pública cujo pensamento baseado
em promoção da saúde e prevenção da doença é o norteador de muitas ações de
saúde atuais. Os cinco componentes que Nightingale considera essenciais para
agilizar o processo de cura do paciente, são cruciais nos dias de hoje em termos de
saúde: ar puro, água limpa, sistema de esgotos eficiente, limpeza e iluminação.
Outra grande contribuição de Florence Nightingale é sobre o desenvolvimento de um
sistema moderno de coleta de dados com fins estatísticos para fornecer bases para
melhora na qualidade da administração do hospital, obtendo através da estatística
meios de localizar onde se faz necessária a interferência com o objetivo de otimizar
a qualidade e a administração em saúde. O legado de Florence Nightingale se
mantém ainda nos dias de hoje muito importante.

O MAR (Modelo de Adaptação de Roy) é uma importante ferramenta para o


desenvolvimento da prática e investigação em enfermagem. Na prática de
enfermagem permite uma boa percepção das situações, contribuindo para uma boa
elaboração de diagnósticos, auxiliando na prescrição de intervenções de
enfermagem.

O modelo de adaptação de Roy, enfim, é um excelente parâmetro para as


ações do enfermeiro, quando estão presentes as investigações do comportamento,
do estímulo, o diagnóstico de enfermagem, o estabelecimento de metas, a
intervenção e a avaliação.

5. Conclusão

Podemos afirmar que ambas estabelecem conexão entre os quatro grandes


conceitos das Teorias de Enfermagem: o ser humano, a saúde, o meio ambiente e a
enfermagem. Assim, fundamentadas nas teorias referenciadas, o enfermeiro está
preparado para prestar uma assistência embasada cientificamente, servindo como
base para a implantação da SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem),
visando uma melhor qualidade e continuidade na assistência de enfermagem ao
paciente em reabilitação.
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REFERÊNCIAS

CAMPONOGARA, S. Saúde e meio ambiente na contemporaneidade: o necessário


resgate do legado de Florence Nightingale. Esc. Anna Nery Rev. Enferm. (Online).
2012 mar

CAMPOS, L.V. "Florence Nightingale"; Brasil Escola. Disponível em


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nov. 2018

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Fundamentação na Enfermagem: Fragilidades e Potencialidades. Arquivos Ciências
Saúde UNIPAR, v., n1, jan/abr. 2014. Disponível em: < http://revistas.unipar.br/>.
Acesso em: 27 de ago. 2017

COELHO, S.M.S.; MENDES, I.M.D.M. Da pesquisa à prática de enfermagem


aplicando o modelo de adaptação de Roy. Esc. Anna Nery. 2011;15(4):845-850

GARCIA, T.R.; NOBREGA, M.M.L. CONTRIBUIÇÃO DAS TEORIAS DE


ENFERMAGEM PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO DA ÁREA. Rev
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GAROFALO, M.E.; FEE, E. Florence Nightingale (1820-1910): feminism and hospital


reform. Am. j. public health. 2010;100(9):1588

MEDEIROS, A.B.A.; ENDERS, B.C.; LIRA, A.L.B.D.C. Teoria Ambientalista de


Florence Nightingale: Uma Análise Crítica. Esc. Anna Nery. 2015;19(3):518-524

OLIVEIRA, M.F.; SILVA, L.F. Enfermagem em laboratório de hemodinâmica:


diagnóstico e intervenção fundamentados na Teoria da Adaptação de Roy. Rev Eletr
Enferm. 2010

PELLOSO, Et Al: Ensino de teorias de enfermagem em Cursos de Graduação em


Enfermagem do Estado do Paraná-Brasil. Acta Paulista Enfermagem, São Paulo,
v.24, n.1, set. 2010

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