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Introdução

Uma teoria, é uma estrutura de ideias ou conceitos que tenta explicar e prever um
fenômeno observado no mundo. As teorias são baseadas em evidências empíricas,
são testáveis e podem ser modificadas à medida que novas evidências são descobertas.

Com o desenvolvimento da educação em enfermagem, a necessidade de categorizar o


conhecimento levou ao desenvolvimento da teoria de enfermagem para ajudar. A
teoria de enfermagem, é definida como uma estruturação criativa e rigorosa de ideias,
que projetam, uma visão tentativa, sistemática e sistemática dos fenômenos.

Através da investigação sistemática, seja na pesquisa ou, na prática de enfermagem, os


enfermeiros conseguem desenvolver conhecimentos relevantes para melhorar o
atendimento aos pacientes.

O presente trabalho visa....


História da Enfermagem
A história da Enfermagem, apesar de ter seus primeiros indícios lá nos primórdios da
civilização, só foi ganhar destaque, de verdade, durante o século XIX.

A Enfermagem surgiu antes mesmo de Cristo – ainda que à época não tivesse esse nome
técnico.

Sua origem aponta para o trabalho de homens e mulheres abnegados que cuidavam do
bem-estar dos enfermos, tentando garantir a eles uma situação digna, de saúde básica e
de sobrevivência, com o passar do tempo, a profissão começou a ganhar corpo.

Entre os séculos V e VIII d.C, alguns princípios da Enfermagem eram aplicados pelos
detentores da fé. No caso, os sacerdotes. Por volta do século XVI, a actividade era vista,
na Europa, como uma profissão que já começava a se institucionalizar, principalmente a
partir da Revolução Industrial.

No entanto, foi somente no século XIX, na Era Moderna, que ela, de facto, ganhou
notoriedade com as figuras de duas mulheres.

Evolução da Enfermagem
Quando falamos de história da Enfermagem é impossível não citar o nome de duas
mulheres: Florence Nightingale que foi um marco para a Enfermagem mundial.

Florence Nightingale Nasceu em 1820, em Florença, e é considerada, por todos, como a


mãe da Enfermagem moderna no mundo.

Florence realizou façanhas marcantes, especialmente por ser mulher em uma realidade
bem diferente da actual.

Nascida em uma família rica e cheia de posses, a jovem Nightingale, que viveu boa
parte de sua vida em Londres, se rebelou à ordem vigente, de que as mulheres deveriam
se tornar esposas submissas, responsáveis pelas tarefas doméstica e cuidados dos filhos
e decidiu, então, se dedicar à caridade.

Em uma viagem ao Egipto para conhecer hospitais, Florence sentiu despertar em si uma
vocação para ser enfermeira. Paixão essa pela profissão de cuidar dos outros que só
aumentou depois dela visitar, em 1846, o Hospital de Kaiserswerth, local fundado e
administrado por freiras alemãs.Na ocasião, a futura enfermeira se impressionou
positivamente com o tratamento dado aos pacientes e com o rigor religioso que as
freiras guiavam seus atendimentos.

De volta à Inglaterra, Florence foi indicada para trabalhar em um hospital de caridade


da região, mas foi durante a Guerra da Crimeia que a enfermeira deu a sua principal
contribuição.

A Dama da Lâmpada

Atendendo feridos das batalhas no Campo de Scutari, Florence Nightingale e uma


equipe de 38 enfermeiras voluntárias treinadas por ela conseguiram baixar o índice de
mortalidade de 40% para menos de 5%.

Florence e suas colegas são consideradas heroínas de guerra e a enfermeira líder recebe
o apelido carinhoso de “Dama da Lâmpada” porque ela percorria todas as alas com um
pequeno objecto de chamas em suas mãos para melhor atender aos feridos. portanto, a
lâmpada acabou virando o símbolo do curso de Enfermagem.

A primeira escola de Enfermagem de Londres

Embora responsável pelo atendimento durante a guerra, a colaboração de Florence para


a Enfermagem não se encerra aí.

Depois de contrair febre tifóide no período das batalhas e ficar com algumas sequelas, a
enfermeira teve que se abdicar da aplicação prática de seus conhecimentos.

Mas não encerrou a sua missão. Ela passou a se dedicar ao ensino da arte de cuidar do
próximo aos demais.

Foi então que, em 1860, fundou a Escola de Enfermagem do Hospital Saint Thomas, em
Londres.

Lá, era promovido um curso com duração de um ano, coordenado por uma enfermeira
e com aulas teóricas e práticas ministradas por médicos.
História da Enfermagem contemporânea
História da Enfermagem contemporânea

As contribuições dessas duas mulheres para Enfermagem mundial, dentro de suas


realidades, são inestimáveis.

Elas ajudaram a impulsionar ainda mais o desenvolvimento dessa área da saúde.

Graças também ao avanço de novas tecnologias e da criação áreas específicas dentro da


Enfermagem (obstetrícia, saúde da mulher, do idoso, do recém-nascido, cuidados
mentais e psiquiátricos) pode-se aprimorar a assistência aos pacientes, entendendo e
respeitando às suas necessidades.

Aos poucos, começaram a ser criadas instituições que regulam a profissão e ajudam na
padronização de alguns procedimentos, diagnósticos e linguagens próprias.

Nesse sentido, destacam-se os seguintes órgãos:

 North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)


 International Council of Nurses (ICN)
 American Nurses Association (ANA)
 Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CIPE).
O que é uma teoria de enfermagem?
Uma teoria de enfermagem, é uma estrutura conceitual que define o que é a
enfermagem, descreve os processos e princípios que guiam a prática de enfermagem, e
ajuda a explicar as relações entre os pacientes, enfermeiros e outras disciplinas de
saúde. Ela serve como um guia para a prática e pesquisa de enfermagem, fornecendo
uma base teórica para o desenvolvimento de intervenções de enfermagem, bem como
para a avaliação e aprimoramento da qualidade do cuidado.

Elas podem ser amplas ou específicas, e cada uma tem uma perspectiva única sobre a
enfermagem e a saúde. Por exemplo, a teoria do cuidado humano de Jean Watson,
enfoca a importância da conexão entre o enfermeiro e o paciente na promoção da cura e
do bem-estar. Já a teoria de enfermagem sistêmica de Betty Neuman, enfoca a
interação do paciente com o ambiente e a necessidade de considerar os aspectos físicos,
emocionais e sociais do paciente.

As teorias de enfermagem são úteis para a prática clínica, pesquisa e educação em


enfermagem. Elas ajudam os enfermeiros a entender melhor as necessidades dos
pacientes, planejar intervenções eficazes e avaliar os resultados do cuidado. Além disso,
elas são importantes para a evolução da enfermagem como uma profissão independente
e para o reconhecimento da enfermagem como uma disciplina de saúde.

Quais os critérios para criar uma teoria de


enfermagem?
Existem vários critérios que devem ser considerados ao criar uma teoria de
enfermagem, incluindo:

1. Relevância: a teoria deve ser relevante para a prática da enfermagem e deve


ajudar a explicar ou prever fenômenos que são importantes para a enfermagem.
2. Consistência interna: a teoria deve ter uma estrutura lógica e consistente, com
conceitos claramente definidos e relacionamentos bem estabelecidos entre os
conceitos.
3. Coerência com outras teorias: a teoria deve estar em conformidade com outras
teorias estabelecidas na enfermagem e outras disciplinas de saúde.
4. Testabilidade: a teoria deve ser testável e verificável por meio de pesquisa
empírica.
5. Generalizabilidade: a teoria deve ser aplicável a uma ampla variedade de
situações e contextos.
6. Utilidade: a teoria deve ter utilidade prática na enfermagem, ajudando a orientar
a prática clínica e melhorar a qualidade do cuidado.
7. Fecundidade: a teoria deve fornecer ideias e insights para pesquisas futuras e
para o desenvolvimento de novas intervenções de enfermagem.

Ao criar uma teoria de enfermagem, é importante envolver enfermeiros, clínicos e


pesquisadores para garantir que a teoria seja relevante e útil para a prática de
enfermagem. Além disso, a teoria deve ser atualizada e refinada à medida que novas
evidências e perspectivas emergem na enfermagem e outras disciplinas de saúde.
Importância das teorias de enfermagem
Na primeira parte da história da enfermagem, havia pouco conhecimento formal de
enfermagem. Com o desenvolvimento da educação em enfermagem, a necessidade de
categorizar o conhecimento, levou ao desenvolvimento da teoria de enfermagem. As
teorias surgiram, para ajudar os enfermeiros a avaliar situações de atendimento ao
cliente cada vez mais complexas.

As teorias de enfermagem, fornecem um plano de reflexão para examinar uma


determinada direção, onde o plano precisa se encaminhar. À medida que novas
situações são encontradas, essa estrutura fornece um arranjo para gerenciamento,
investigação e tomada de decisão. Teorias também administram uma estrutura para se
comunicar com outros enfermeiros e, com outros representantes e membros da equipe
de saúde.

Essas teorias, auxiliam o desenvolvimento da enfermagem na formulação de crenças,


valores e objetivos. Eles ajudam a definir as diferentes contribuições particulares da
enfermagem ao cuidado com os clientes. Teoria de enfermagem orienta pesquisa e
prática.

Teorias emprestadas e compartilhadas

Nem todas as teorias da enfermagem, são teorias únicas de enfermagem; muitos são
emprestados ou compartilhados com outras disciplinas. Teorias desenvolvidas por
Neuman, Watson, Parse, Orlando e Peplau são consideradas teorias únicas de
enfermagem. Teorias e conceitos originados em ciências afins, foram emprestados por
enfermeiros para explicar e explorar fenômenos específicos da enfermagem.

Tipos de teorias de enfermagem


De acordo com a abrangência da teoria e os elementos utilizados, ela pode receber o
nome de Grande ou Média.

Grandes teorias de enfermagem

As grandes teorias, têm o escopo mais amplo e apresentam conceitos e proposições


gerais. Teorias nesse nível podem refletir e fornecer intuições úteis para a prática, mas
não são projetadas para testes empíricos. Isso limita o uso de grandes teorias para
direcionar, explicar e prever a enfermagem em determinadas situações.

No entanto, essas teorias podem conter conceitos que podem ser testados
empiricamente. Teorias neste nível, destinam-se a ser pertinentes a todas as instâncias
de enfermagem. As grandes teorias consistem em estruturas conceituais que definem
perspectivas amplas para a prática e formas de olhar para os fenômenos de enfermagem
com base nas perspectivas.

São exemplos de grandes teorias de enfermagem: Teoria do cuidado humano de Jean


Watson; Teoria do déficit de autocuidado de Dorothea Orem; Teoria de enfermagem
transcultural de Madeleine Leininger; Teoria das relações interpessoais em enfermagem
de Hildegard Peplau; Teoria de enfermagem sistêmica de Betty Neuman; Teoria de
enfermagem ambiental de Florence Nightingale.

Teorias de enfermagem de médio alcance

Essas são mais estreitas no escopo do que grandes teorias de enfermagem e oferecem
uma ponte efetiva entre grandes teorias e prática de enfermagem. Eles apresentam
conceitos e um nível mais baixo de abstração e guiam as pesquisas baseadas em teoria e
estratégias de prática de enfermagem.

Uma das características da teoria de médio alcance, comparada às grandes teorias, é que
as teorias de médio alcance são mais tangíveis e verificáveis por meio de testes.

As funções das teorias de médio alcance incluem descrever, explicar ou prever


fenômenos. As teorias de médio alcance são simples, diretas, gerais e consideram um
número limitado de variáveis e um aspecto limitado da realidade.

Teorias da prática de enfermagem

Teorias de prática de enfermagem têm o escopo mais limitado e nível de abstração


desenvolvida para uso em uma gama específica de situações de enfermagem. Fornecem
quadros para intervenções de enfermagem e prever resultados e o impacto da prática de
enfermagem.

A capacidade dessas teorias é limitada e analisa um aspecto estreito de um fenômeno.


As teorias de prática de enfermagem são geralmente definidas para uma comunidade ou
disciplina exata.

Modelos de enfermagem

Modelos de enfermagem são geralmente descritos como uma representação da realidade


ou uma maneira mais simples de organizar um fenômeno complexo. O modelo de
enfermagem é uma consolidação dos dois conceitos e do pressuposto que os combinam
em um arranjo significativo.

Um modelo, é uma maneira de apresentar uma situação de tal forma que mostre os
termos lógicos para mostrar a estrutura da ideia original. O termo modelo de
enfermagem não pode ser usado de forma intercambiável com a teoria de enfermagem.

Componentes da modelagem de enfermagem

Existem três principais componentes-chave para um modelo de enfermagem:

1. Declaração de objetivo que a enfermeira está tentando alcançar.


2. Conjunto de crenças e valores.
3. Conscientização, habilidades e conhecimentos que o enfermeiro precisa praticar.

O primeiro passo importante no desenvolvimento de ideias sobre a enfermagem é


estabelecer a abordagem do corpo essencial para a enfermagem, em seguida, analisar as
crenças e valores em torno deles.
Conceitos comuns de modelagem de enfermagem: um metaparadigma

Um metaparadigma, contém visões de mundo filosóficas e conceitos únicos para uma


disciplina e define limites que a separam de outras disciplinas. Destina-se a ajudar os
outros a conduzir pesquisas e utilizar os conceitos para a academia dentro dessa
disciplina.

O metaparadigma de enfermagem consiste em quatro conceitos principais: pessoa,


saúde, meio ambiente e enfermagem.

1. A pessoa (paciente)
2. O ambiente
3. A Saúde
4. A Enfermagem (objetivos, funções de papéis)

Cada teoria é regularmente definida e descrita por um teórico de enfermagem. O


principal ponto focal de enfermagem dos quatro diferentes conceitos comuns é a
pessoa (paciente).

Lista dos teóricos das Teorias de Enfermagem

 Anne Casey: modelo de enfermagem de Casey


 Betty Neuman: modelo de sistemas Neuman
 Callista Roy: modelo de adaptação da enfermagem
 Carl O. Helvie: Helvie teoria da energia de enfermagem e saúde
 Dorothea Orem: teoria de enfermagem déficit de autocuidado
 Faye Abdellah: abordagem centrada no paciente para a enfermagem
 Hildegard Peplau: Teoria das relações interpessoais
 Imogene M. King: teoria do alcance de metas
 Kari Martinsen: O cuidado adequado deve envolver observação objetiva e
resposta perceptiva.
 Katharine Kolcaba: Teoria do Conforto
 Katie Love, PhD: Educação de Enfermagem Holística Capacitada
 Marie Manthey: Enfermagem Primária
 Margaret A. Newman: Saúde como expansão da teoria da consciência
 Martha E. Rogers: Ciência de seres humanos unitários
 Merle Mishel: Incerteza da Teoria da Doença 1988, teoria reconceptualizada
1990
 Ramona T Mercer: teoria do desempenho do papel materno
 Rosemarie Rizzo-Parse: Human tornando teoria
 Virginia Henderson: Teoria das Necessidades Básicas
 Erickson, Tomlin & Swain: Modelagem e modelagem de papéis
 Moyra Allen: modelo de McGill de enfermagem
 Nancy Roper, Winifred W. Logan e Alison J. Tierney: modelo Roper-Logan-
Tierney de enfermagem
 Michel Nadot: Modelo de mediador cultural
 Madeleine Leininger: Teoria de enfermagem transcultural
 Josephine Paterson e Loretta Zderad: Teoria Humanística de Enfermagem
Intencionalmente omitido desta lista é que a mais famosa de todas as enfermeiras,
Florence Nightingale. Nightingale nunca formulou uma teoria da ciência de
enfermagem, mas foi postumamente credenciado com a formulação de alguns por
outros que categorizaram seu diário pessoal e suas comunicações em uma estrutura
teórica, embora muitos defendem a teoria de Florence, A Teoria Ambiental.

Também não estão incluídas as muitas enfermeiras que melhoraram as ideias desses
teóricos sem desenvolver sua própria visão teórica.
Referências

Chinn, Peggy; Kramer, Maeona (30 de novembro de 2010). Teoria Integrada e


Desenvolvimento de Conhecimento em Enfermagem (8ª ed.). St. Louis: Mosby. ISBN
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Alligood, Martha Raile, ed. (2014-01-01). Teoria de enfermagem: utilização e aplicação
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Graneheim, U.H; Lundman, B (2004-02-01). “Análise de conteúdo qualitativa na
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Fawcett, Jacqueline; DeSanto-Madeya, Susan (2013). Conhecimento de Enfermagem
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