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Revisão Capa
Erick Guilhon NT Editora
Mariana Carvalho
Ilustração
Editoração Eletrônica Daniel Motta
Marcelo Moraes
ISBN 978-85-8416-118-8
1. Enfermagem. 2. Cirurgia.
I. Título
Revisão Capa
Erick Guilhon NT Editora
Mariana Carvalho
Ilustração
Editoração Eletrônica Daniel Motta
Marcelo Moraes
ISBN 978-85-8416-118-8
1. Enfermagem. 2. Cirurgia.
I. Título
ÍCONES
Prezado(a) aluno(a),
Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do mate-
rial didático. A presença desses ícones o(a) ajudará a compreender melhor o conteúdo
abordado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:
Saiba mais
Esse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que
você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-
ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.
Importante
O conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-
tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.
Dicas
Esse ícone apresenta dicas de estudo.
Exercícios
Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.
Exercícios
Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.
Bons estudos!
Sumário
3 PERÍODOS OPERATÓRIOS����������������������������������������������������������������������������� 64
3.1 Pré-operatório������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 66
3.2 Transoperatório e intraoperatório ���������������������������������������������������������������������������������� 67
3.3 Pós-operatório������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 70
3.4 Humanização da assistência ao cliente cirúrgico������������������������������������������������������ 72
3.5 Cuidados de enfermagem nos períodos operatórios���������������������������������������������� 73
4 NT Editora
6.3 Tratamento da dor��������������������������������������������������������������������������������������������������������������144
6.4 Fases e tipos de cicatrização ������������������������������������������������������������������������������������������145
GLOSSÁRIO������������������������������������������������������������������������������������������������������ 172
BIBLIOGRAFIA������������������������������������������������������������������������������������������������� 181
Enfermagem Cirúrgica 5
APRESENTAÇÃO
Bons estudos!
Kalincka Gramont
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Enfermagem Cirúrgica 7
1 FUNDAMENTOS EM ENFERMAGEM CIRÚRGICA
Objetivos
Ao final desta lição, você deverá ser capaz de:
• conhecer a base de tomada de decisão ética e o processo de enfermagem cirúrgica;
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Vamos começar.
( ) Sim ( ) Não
Enfermagem Cirúrgica 9
Ética é uma palavra de origem grega (éthos), cujo significado é “propriedade do caráter”.
Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem e não prejudicar outros indivíduos.
Ser ético é cumprir valores universais, que geralmente são estabelecidos pela sociedade em que se vive.
Para compreendermos o papel desse conceito no ambiente de trabalho, reportamo-nos a alguns
conceitos fundamentais com o intuito de entender o porquê da necessidade da ética profissional.
Vamos conhecer algumas estratégias utilizadas pela enfermagem? São elas:
• cumprir com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios determinados pela
sociedade e pelo seu grupo de trabalho;
• não mentir para o paciente;
• oferecer cuidado ao paciente com qualidade e humanidade;
• fornecer todas as informações relacionadas aos procedimentos e aos diagnósticos
de enfermagem;
• comunicar as solicitações do paciente à família e ao médico;
• não revelar o diagnóstico do paciente para outros sem o consentimento dele, pois é uma
violação ética, além de ser ilegal.
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, cuja necessidade de aplicação pode variar
ligeiramente, graças às diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional,
como honestidade, responsabilidade e competência, que são universais e, por isso, são aplicáveis a
qualquer atividade profissional.
Dica
Cuidando do conhecimento
Ao assistir o paciente quanto aos aspectos de crença, os colaboradores da equipe de
10 NT Editora
Ética no centro cirúrgico
O cuidado é o desenvolvimento de ações, atitudes e comportamentos, com base em
conhecimento científico, experiência, intuição e pensamento crítico, despendido ao paciente, com
vistas à promoção, manutenção e/ou recuperação de sua dignidade. As atividades de enfermagem,
no centro cirúrgico, muitas vezes, podem ser limitadas a segurar a mão do paciente na indução
anestésica, ouvi-lo, confortá-lo e posicioná-lo na mesa cirúrgica. A importância e a responsabilidade da
enfermagem quanto à observação e ao atendimento das necessidades psicossomáticas do paciente
cirúrgico devem ser detectadas, uma vez que possui função específica na eficácia da terapêutica de
seus pacientes. Dependendo de sua atitude, na qualidade de profissional da saúde, pode-se facilitar ou
impedir um programa de recuperação, visto que esse paciente é invadido por medo do desconhecido
em um ambiente estranho (MOTTA, 2004).
Saiba mais
Você sabe a origem
A enfermagem já era conhecida desde da enfermagem?
antes de Cristo, mesmo sem ter esse nome.
Eram homens e mulheres abnegados
que cuidavam dos doentes, dos idosos e dos deficientes, garantindo, assim, a
sobrevivência deles.
Com o tempo, esses cuidados de saúde evoluíram e, entre os séculos V e VIII, a
Enfermagem surgiu entre os religiosos como um sacerdócio. No século XVI, essa
função já começa a ser vista como uma atividade profissional institucionalizada
e, no século XIX, como Enfermagem moderna, na Inglaterra. A partir daí,
definiram-se padrões para a profissão e concluiu-se que os objetivos principais
do trabalho de Enfermagem é o de cuidar dos problemas de saúde, educar para
saúde, ter habilidades em prever doenças e cuidar do paciente.
Os profissionais de enfermagem que atuam no centro cirúrgico são, geralmente,
os responsáveis por receber o cliente na sua respectiva unidade, respeitando
sempre as individualidades deste. O profissional deve ser cortês, educado e
compreensivo, a fim de entender e considerar as condições do cliente que,
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Curiosidade
Enfermagem Cirúrgica 11
perigoso (por causa da sujeira, do risco de infecção), que os ricos preferiam tratar-se em casa.
Hospitalizados eram somente os pobres, e Florence se preparou para cuidar deles, praticando
com os indigentes que viviam próximos a sua casa.
Sua história foi contada por alguns filmes. Assista a um deles neste link:
https://www.youtube.com/watch?v=sYZnzt0CJtE
Para saber mais sobre sua fantástica história, acesse:
http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=59&secao=867&mat=937
Cuidando do conhecimento
Vamos praticar um pouco o que aprendemos até o momento? Você sabe o que a ética
nos ensina? Informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a
alternativa correta logo depois.
( ) A importância da vida e da saúde do profissional de enfermagem.
( ) Ser profissional de enfermagem está na dependência da vida da pessoa.
( ) O grau de responsabilidade do profissional diante do paciente e da comunidade.
( ) O significado da profissão e as técnicas práticas para a assistência ao paciente.
a) V – V – V – V.
b) V – F – F – V.
c) F – F – V – F.
d) V – V – F – V.
12 NT Editora
As ISCs têm-se destacado entre os demais sítios de infecção por diversos fatores, como
alta morbimortalidade, relevantes custos de tratamento e aumento de dias adicionais à internação.
Consideram-se também os danos causados ao paciente devido ao afastamento do convívio familiar
e da atividade profissional, além dos prejuízos econômicos, por se manifestar, muitas vezes, em faixa
etária em que o indivíduo é economicamente produtivo. Outra situação considerável é a incidência
de processos judiciais, cada vez mais frequentes, além da preservação da imagem do hospital como
prestador de assistência à saúde com qualidade.
Curiosidade
Enfermagem Cirúrgica 13
Recomendações relativas à prevenção de infecção de sítio cirúrgico
Pré-operatório
Procedimento Recomendação
14 NT Editora
- Educar e encorajar os profissionais do Centro Cirúrgico (CC) a in-
formar ao supervisor quaisquer sinais e sintomas de alguma doença
infecciosa transmissível.
- Desenvolver políticas bem definidas para manejo de profissionais
com potencial de transmissão. Essas políticas devem abranger: res-
ponsabilidade do profissional em notificar e usar o serviço de medi-
Manejo de profissionais
cina ocupacional, restrições do trabalho e retorno às atividades após
colonizados ou infectados
a eliminação do risco de transmissão da doença. As políticas tam-
bém devem identificar pessoas que tenham a autoridade de afastar
o profissional da atividade.
- Afastar do trabalho o profissional do CC que tenha lesões de pele
com drenagem até que a infecção seja descartada ou tenha recebi-
do terapia adequada ou sido resolvida.
- Administrar um antimicrobiano apenas quando indicado e sele-
cionar o antibiótico baseado em sua eficácia contra os micro-orga-
nismos que frequentemente causam ISC, de acordo com o procedi-
mento e as recomendações publicadas.
- Administrar, por via endovenosa, a dose inicial do antimicrobiano,
de modo que ele atinja níveis nos tecidos quando a incisão for reali-
Profilaxia
zada. Manter níveis terapêuticos do antimicrobiano no sangue e nos
antimicrobiana
tecidos durante toda a operação, geralmente, até algumas horas de-
pois do fechamento da incisão na sala cirúrgica.
- Realizar o preparo mecânico do cólon (por exemplo, uso de ene-
mas) e administrar antimicrobianos não absorvíveis por via oral, em
doses fracionadas, um dia antes da operação, antes de cirurgias co-
lorretais agendadas, além da recomendação anterior.
Intraoperatório
Procedimento Recomendação
- Manter o mínimo de quinze trocas por hora, das quais pelo menos
três sejam de ar fresco.
Enfermagem Cirúrgica 15
- Utilizar desinfetante hospitalar aprovado pelo Ministério da Saúde
(MS), a fim de higienizar as áreas afetadas antes da cirurgia seguinte
quando houver sujidade visível ou contaminação com sangue ou
outros fluidos corpóreos nas superfícies ou nos equipamentos.
Limpeza e desinfecção de - Não executar limpeza especial, nem fechar as salas cirúrgicas após
superfícies fixas procedimentos contaminados ou infectados.
- Não utilizar tapete impregnado com desinfetantes na entrada do
CC, pois não contribui para redução de infecções.
- Aplicar diariamente no piso da sala cirúrgica, após o último proce-
dimento, um desinfetante aprovado pelo MS.
- Esterilizar todo instrumental cirúrgico.
- Realizar a esterilização rápida apenas em situações de emergência
e somente para itens que serão utilizados imediatamente. Isso pode
Esterilização do
ocorrer, por exemplo, com um instrumento inadvertidamente der-
instrumental
rubado.
cirúrgico
- Não usar esterilização rápida por razões de conveniência, como al-
ternativa na compra de instrumentos adicionais, nem para poupar
tempo.
- Usar máscara cirúrgica que cubra totalmente a boca e o nariz quan-
do entrar na sala cirúrgica, caso o instrumento já esteja exposto, ou
a cirurgia tenha começado ou esteja em andamento.
- Usar a máscara durante toda a operação.
- Cobrir todo o cabelo e a barba ao entrar na sala cirúrgica.
- Não utilizar propés com a finalidade exclusiva de prevenir ISC.
Paramentação
cirúrgica - Calçar as luvas estéreis após a degermação das mãos e a colocação
do avental cirúrgico.
- Usar aventais e campos cirúrgicos que promovam barreira efetiva,
mesmo quando molhados, isto é, materiais que resistam à penetra-
16 NT Editora
Pós-operatório
Procedimento Recomendação
- Proteger a incisão primariamente fechada com curativo estéril de
24 a 48 horas.
- Lavar as mãos antes e depois da realização de curativo ou qualquer
contato com a incisão cirúrgica.
Incisão - Auxiliar o enfermeiro na troca do curativo de incisão cirúrgica com
técnica asséptica.
- Educar pacientes e familiares quanto aos cuidados com a incisão,
na identificação e notificação de sinais e sintomas relacionados
à infecção.
Cuidando do conhecimento
A respeito da assistência de enfermagem na prevenção e no controle de infecção hospi-
talar, julgue a seguinte afirmação em verdadeiro (V) ou falso (F):
Ao se realizar o curativo de ferida cirúrgica, devem-se monitorar sinais e sintomas de
infecção da incisão cirúrgica (inchaço, vermelhidão, separação das bordas da incisão, pre-
sença de drenagem purulenta).
( ) Verdadeiro ( ) Falso
Conforme aprendemos, são sinais de infecção os sinais flogísticos, tais como: dor, calor,
inchaço, coloração avermelhada, secreção com pus e odor. Esses sinais deverão ser sempre
avaliados quando o profissional de enfermagem visualizar a incisão cirúrgica. Portanto, se
você marcou “Verdadeiro”, acertou. Parabéns!
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Curiosidade
Enfermagem Cirúrgica 17
1.2.1 Limpeza do ambiente cirúrgico
Limpeza é o procedimento utilizado para remoção de sujidades presentes em qualquer
superfície de material, utilizando-se água, detergente e ação manual ou automatizada. No ambiente
cirúrgico, não poderia ser diferente.
Devemos preparar a sala operatória para as suas atividades, manter a ordem e conservar
equipamentos e instalações. Com isso, garantimos um padrão na limpeza das salas cirúrgicas, de
modo a evitar infecções cruzadas e a preservar os materiais e equipamentos do setor.
A limpeza consiste na remoção, por meios mecânicos e/ou físicos, da sujidade depositada
nas superfícies inertes, que constituem um suporte físico e propício ao desenvolvimento de micro-
organismos. Tal ato é considerado elemento primário e eficaz na medida de controle das infecções,
por interromper a cadeia epidemiológica. A limpeza de uma sala operatória (SO) consiste não
somente nos procedimentos rotineiros com equipamentos – piso, paredes e portas –, mas, também,
no controle ambiental. Isso implica controlar tanto o acesso e o trânsito de pessoas dentro da SO
quanto a abertura das portas.
Para que essas precauções surtam o efeito desejado, é necessário que haja um sistema de
ventilação que garanta a troca e a filtração frequentes do ar. É importante, também, a utilização
do uniforme privativo por todos os que adentram no centro cirúrgico e a paramentação cirúrgica
adequada dos profissionais da equipe cirúrgica que entrarão em contato com a ferida operatória
(médicos cirurgiões, assistentes e instrumentador cirúrgico).
18 NT Editora
Observação: para mais informações sobre sala operatória, leia a lição 2.2.
• áreas críticas: ambientes nos quais existe risco aumentado de transmissão de infecção e
onde se realizam procedimentos de risco ou se encontram pacientes imunodeprimidos.
- Setores exemplos dessas áreas: centro cirúrgico (CC), centro de material e esterilização (CME),
unidade de terapia intensiva (UTI), banco de sangue, centro de diálise, unidade de quimioterapia,
laboratório, berçário e lactário, entre outras;
• áreas semicríticas: ambientes ocupados por pacientes com doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade e doenças não infecciosas.
• áreas não críticas: todos os demais ambientes do estabelecimento assistencial de saúde, não
ocupados por pacientes ou onde não são realizados procedimentos de risco;
O centro cirúrgico, por ser considerado área crítica, requer controle de fluxo de pessoal e de
material, com o objetivo de diminuir a contaminação ambiental. Assim, em relação à higienização/
limpeza, esse setor é delimitado em três áreas para a movimentação de pacientes e da equipe. São
elas:
• áreas irrestritas: roupas comuns e circulação sem limitações. Exemplo: vestiários e salas
administrativas externas;
roupa privativa e gorro. Exemplo: corredores, sala de recuperação anestésica (RA) e salas internas;
• áreas restritas: salas cirúrgicas com materiais expostos, arsenal, em que há utilização de
roupa privativa, gorro e máscara; controle do número de pessoas. Exemplo: salas cirúrgicas com
materiais expostos, arsenal.
Importante
Enfermagem Cirúrgica 19
1.2.4 Limpeza do bloco cirúrgico
Primeiramente, para a preparação da sala cirúrgica, deve-se atentar à limpeza do ambiente,
de acordo com cada área da unidade cirúrgica. As medidas usadas para diminuir a interferência do
ambiente nas infecções hospitalares são:
- sempre unidirecional.
Cuidando do conhecimento
De acordo com o risco de contaminação das unidades de assistência à saúde, são
classificadas como áreas semicríticas:
20 NT Editora
Tipos de limpeza na sala de operações
Há alguns tipos de limpeza na sala de operações, são elas:
• limpeza preparatória;
• limpeza operatória;
• limpeza concorrente;
• limpeza terminal.
a) Limpeza preparatória
Recomenda-se que seja realizada pouco tempo antes do início da montagem da sala para a
primeira cirurgia do dia. Se estiver sem uso por mais de 12 horas, é recomendada a remoção das
partículas de poeira dos mobiliários, equipamentos e superfícies horizontais, com álcool 70%. Deve
ser realizada pelo funcionário de enfermagem.
Procedimentos:
b) Limpeza operatória
Quando ocorre a contaminação do chão com matéria orgânica, presença de resíduo ou queda
de material, é realizada pelo funcionário da enfermagem, com o uso de equipamento de proteção
individual (EPI) adequado, durante o procedimento cirúrgico.
Procedimentos:
• remover a sujidade residual com pano limpo embebido em água e sabão e secar a superfície;
Enfermagem Cirúrgica 21
• aplicar o desinfetante preconizado, validado e aprovado, na área em que a matéria orgânica
for removida;
• higienizar as mãos;
• deixar propés limpos na sala operatória, caso seja necessário trocá-los, para evitar disseminação
de matéria orgânica pela sala de cirurgia ou pela unidade de centro cirúrgico.
Propés
c) Limpeza concorrente
Faz-se essa limpeza após o término de uma cirurgia e antes do início de outra, para a remoção de
sujidade e de matéria orgânica em mobiliários, equipamentos e superfícies. É realizada pelas equipes
de enfermagem e de limpeza.
Procedimentos e especificação de profissional responsável:
• limpar mobiliários, focos, acessórios dos equipamentos, mesa cirúrgica do paciente e todas
• dar atenção especial à limpeza dos locais que estejam sujos com matéria orgânica (profissionais
da enfermagem e da higiene);
• retirar o lixo e limpar o piso com água e solução desinfetante recomendada pela instituição
(profissional do serviço de higiene);
• recolher partículas e resíduos do piso, com o mop seco ou similar (profissional do serviço de higiene);
• limpar o piso, sempre da área mais limpa para a mais suja, com o mop úmido ou similar,
contendo desinfetante preconizado pela CCIH da instituição (profissional do serviço de higiene);
• lavar as mãos com água e sabão, ou higienizá-las com solução alcoólica, ao término
do procedimento.
22 NT Editora
d) Limpeza terminal
Para esse processo, muitos hospitais utilizam fenol sintético a 1% como desinfetante. A limpeza
de mobiliário e equipamentos deverá ser realizada pela equipe de enfermagem após o término da
limpeza, utilizando álcool 70%.
• limpar a estrutura física, teto, paredes, porta e chão, com o mop úmido ou equipamento que
libere jato de vapor d'água sob pressão. O desinfetante utilizado para essa finalidade será definido em
conjunto com a CCIH da instituição (profissional do serviço de higiene);
• recolher partículas e resíduos do chão, com o uso do mop seco ou similar; é proibido o uso de
vassoura, pois levanta poeira ao haver turbilhonamento do ar (profissional do serviço de higiene);
• limpar, com pano limpo embebido em álcool 70%, todo o mobiliário, foco e equipamentos,
após o término da limpeza da estrutura física (profissional da enfermagem);
• lavar as mãos com água e sabão, ou higienizá-las com solução alcoólica, ao finalizar a
limpeza terminal.
Enfermagem Cirúrgica 23
Tipos de limpeza de sala operatória (SO)
Limpeza preparatória
Quando se faz? Cerca de uma hora antes do início da primeira cirurgia do dia.
Por que se faz? Para remover a matéria orgânica dos locais onde houve contaminação.
Limpeza terminal
Quem faz? Circulante de sala e profissional do serviço de higiene.
24 NT Editora
Cuidando do conhecimento
A arquitetura do centro cirúrgico deve proporcionar facilidade no processo de limpeza,
permitindo acesso aos cantos para evitar o acúmulo de sujidade. Além disso, recomenda-se
uso de desinfetante no chão, sendo proibido o rejunte nesses casos. Analise as alternativas
e identifique a sequência correta:
a) A limpeza operatória deve ser feita antes de qualquer procedimento cirúrgico, deven-
do ser respeitado o tempo de até duas horas para utilização da sala.
b) A limpeza concorrente ocorre entre um procedimento e outro e deve contemplar
parede, teto e chão, além dos equipamentos.
c) A limpeza concorrente pode ser realizada com álcool 70%, sem necessidade de outros
produtos, já que esse desinfetante tem ação importante diante de resíduos.
d) A limpeza operatória é realizada pelo técnico em enfermagem e deve acontecer du-
rante o procedimento cirúrgico, na necessidade de remoção da matéria orgânica.
Para refletir
A ocorrência de infecção de sítio cirúrgico (ISC) tem sido motivo de preocupações e de constan-
tes intervenções, com foco na sua prevenção, por parte de instituições governamentais, institui-
ções de assistência à saúde e todos os profissionais envolvidos no cuidado ao cliente cirúrgico.
Para facilitar a criação e a implantação dos protocolos voltados ao controle das infecções de
sítio cirúrgico, durante a permanência do cliente no bloco cirúrgico, nesta lição apresentaram-se
conceitos imprescindíveis para a eficácia no controle de tais infecções.
Enfermagem Cirúrgica 25
1.3 Posição do paciente para o procedimento cirúrgico
Você sabia que a posição do paciente durante o procedimento cirúrgico é essencial para o bom
andamento da cirurgia? Pois muito bem, vamos conhecer agora a importância desse processo.
Posição cirúrgica é aquela na qual o paciente é colocado depois de anestesiado, para que possa
ser submetido ao procedimento cirúrgico, é o modo como está acomodado na mesa de operações
durante o procedimento cirúrgico. Refere-se à movimentação do corpo do paciente pela equipe
cirúrgica, com a intenção de deixá-lo apoiado na mesa em ângulo que propicie ao cirurgião boa visão
da área operatória. Busca-se, ao mesmo tempo, garantir conforto, segurança e respeito aos limites
anatômicos e fisiológicos do paciente.
A posição adequada do paciente é essencial para que os procedimentos cirúrgicos sejam bem-
sucedidos e realizados com segurança. Colocar o paciente em posição correta para uma intervenção
cirúrgica é uma arte, uma ciência e também um fator-chave no desempenho de um procedimento
seguro e eficiente. Para tal, é primordial a aplicação de conhecimentos relacionados com anatomia,
fisiologia e patologia humanas.
• mesas cirúrgicas;
26 NT Editora
• prover o máximo de conforto ao paciente;
Enfermagem Cirúrgica 27
1.3.2 Recomendações gerais para o posicionamento do paciente
Como visto, o paciente deve ser adequadamente posicionado para a realização do procedimento
cirúrgico. A seguir, estão algumas recomendações sobre o assunto:
• considerar particularidades de cada paciente, como idade, peso, condições físicas e limitações,
de modo que o cuidado prestado durante o posicionamento seja individualizado;
• aplicar movimentos firmes, porém delicados e seguros em quaisquer partes do corpo, a fim
de evitar complicações;
• evitar contato de partes do corpo do paciente com superfícies metálicas da mesa, para
prevenir queimaduras pelo uso do bisturi elétrico;
• cuidar para que os membros superiores não fiquem pendentes, apoiando-os ao longo do
corpo ou em suportes tipo braçadeiras, devidamente acolchoados;
• evitar que os membros inferiores fiquem pendentes, oferecendo apoio, segundo a necessidade
imposta pela especificidade da cirurgia;
• adequar a pressão das cintas de segurança ou faixas de contenção, de modo que não fiquem
apertadas, evitando comprometimento de funções vitais e complicações pós-operatórias;
• cuidar para que não permaneçam sobre o paciente: objetos, materiais, instrumentais ou
mesmo pressão inadvertida dos membros da equipe, que podem aumentar ainda mais a compressão
sobre determinadas áreas;
• proceder ao registro das ações realizadas e das possíveis intercorrências, com a intenção de se
permitir continuidade da assistência no período pós-operatório.
28 NT Editora
1.3.3 Tipos de posições cirúrgicas
Observe agora algumas posições específicas:
• posição de Trendelenburg;
É aquela em que o paciente fica deitado de costas com braços e pernas estendidos ao longo da
mesa. O dorso do paciente e a coluna vertebral ficam repousados na superfície do colchão da mesa
cirúrgica. A cabeça fica apoiada no travesseiro, retificando a coluna cervical. Os braços ficam ao longo
do corpo ou colocados em apoios laterais, tipo braçadeiras. É considerada a posição mais próxima da
anatômica, sendo utilizada em diversos tipos de procedimentos.
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• abdominais;
• neurológicas;
• ortopédicas;
• cardíacas;
• vasculares;
• plásticas;
• ginecológicas;
• oftálmicas;
Enfermagem Cirúrgica 29
• otorrinolaringológicas;
• de mão;
• de cabeça e pescoço.
b) Posição de Trendelenburg
Paciente colocado deitado, com cabeça e tronco em níveis mais baixos que os membros
inferiores. Posição que oferece melhor visualização dos órgãos pélvicos durante a abertura ou cirurgia
por vídeo no abdome inferior ou pelve. Nessa posição, com a inclinação da mesa, o paciente ficará em
posição dorsal com elevação da pelve e dos membros inferiores, ficando a cabeça mais baixa que os
pés. Pode ser utilizada também para melhorar a circulação no cérebro quando a pressão arterial cai
repentinamente, pois aumenta o fluxo sanguíneo arterial para o crânio.
• abdominais;
• ginecológicas;
• vasculares.
• de ombro;
• neurocirurgias;
30 NT Editora
• de cabeça e pescoço;
• otorrinolaringológicas;
• oftalmológicas;
• ginecológicas;
• obstétricas;
• de reto;
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• de hemorroidas;
• de bexiga.
Enfermagem Cirúrgica 31
O paciente permanece semissentado na mesa. Levantando-se a cabeceira, ele deve ser colocado
em decúbito dorsal, de modo que o tronco atinja um ângulo que varia de 30 a 90 graus em relação ao
plano horizontal. É comumente chamada de “cadeira de praia”.
É aquela em que o paciente fica deitado com abdome para baixo. Essa parte do corpo do
indivíduo deve ficar, assim, em contato com a superfície do colchão da mesa de cirurgia. A colocação
do paciente nessa posição envolve vários membros da equipe atuando em sincronia, uma vez que,
depois de anestesiado em decúbito dorsal, o paciente deve ser colocado em posição lateral e, depois,
na posição ventral, tomando-se os devidos cuidados para que tubos e cateteres não sejam deslocados.
• na coluna vertebral;
• de calcâneos.
32 NT Editora
Paciente em decúbito ventral em que os glúteos são levemente inclinados, ficando braços e
pernas em posição oposta, com os braços apoiados em telas. Essa posição também é conhecida como
Depage, Kraske ou posição de “canivete”.
• na região anal;
Posição de decúbito lateral direito: o paciente permanece deitado para o lado direito, braço
direito flexionado, pernas levemente fletidas, afastadas, apoiadas, e o lado esquerdo para cima.
Posição de decúbito lateral esquerdo ou Sims: o paciente fica deitado para o lado esquerdo,
braço esquerdo flexionado, perna direita levemente fletida ou flexionada, e o lado direito para cima.
• de tórax;
• renais;
• exames intestinais.
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• manipular lentamente o paciente, utilizando movimentos firmes e seguros, uma vez que
mudanças bruscas no paciente ainda anestesiado podem provocar alterações cardiovasculares e
respiratórias;
• ao término da cirurgia, retornar o paciente ao decúbito dorsal, para que seja feita a reversão
da anestesia, salvo casos específicos em que não seja possível sua colocação na posição supina;
• no caso das posições ventral e lateral, retornar o paciente à posição dorsal, movimentando-o
em bloco, com os devidos cuidados para não deslocar tubos, drenos e cateteres, e mantendo o
alinhamento do corpo, em um resultado de colaboração entre todos os membros da equipe cirúrgica;
Enfermagem Cirúrgica 33
• no caso da posição de litotomia, retirar cuidadosamente os membros inferiores das perneiras,
para prevenir o rápido retorno de sangue da porção superior do corpo para os membros inferiores, o
que pode causar hipotensão;
• manter, sempre que possível, após a cirurgia e a reversão da anestesia, o paciente em decúbito
dorsal, com a cabeça lateralizada, de modo que seja evitada aspiração de secreções e se previna a
pneumonia aspirativa;
• assegurar ao cliente cirúrgico assistência livre de danos, inclusive dos inerentes à sua própria
condição e ao procedimento anestésico-cirúrgico;
Cuidando do conhecimento
A posição cirúrgica deve ser adequada ao tipo de intervenção a qual o paciente será
submetido. Contudo, é importante salientar que não se deve somente visar a esse aspecto.
É fundamental que o paciente seja posicionado de maneira confortável, evitando, com
isso, complicações, tais como dores lombares, entorses e paresias no pós-operatório. Con-
siderando as posições cirúrgicas, relacione a segunda coluna de acordo com a primeira,
sem repetir nenhum número.
I. Posição supina ( ) É uma posição derivada da ventral, na qual os
membros inferiores, superiores e tórax são abaixados, de forma
II. Posição de litotomia que o corpo fique fletido sobre a mesa.
III. Posição Depage ( ) É uma posição indicada para cirurgias da parte
posterior do corpo, como crânio, coluna vertebral, região
IV. Posição de lombar, entre outras.
Trendelenburg reverso
( ) É uma posição derivada da dorsal, na qual se elevam
V. Posição de prona os membros inferiores, os quais ficam colocados em suportes
especiais denominados perneiras e fixados com correias.
34 NT Editora
Para refletir
Apesar de ser uma atividade realizada rotineiramente no centro cirúrgico, o posicionamento do
paciente para a cirurgia não deve ser considerado um ato mecânico e desvinculado de conheci-
mento técnico-científico. A posição ótima é aquela que oferece à equipe cirúrgica as melhores
condições de visualização da área operatória e que, ao mesmo tempo, proporciona conforto e
segurança ao cliente. Porém, atender a essa demanda nem sempre é tarefa fácil.
Muitos são os tipos de posições cirúrgicas que podem ser empregados nos mais diversos procedi-
mentos, das mais variadas especialidades. Nesse contexto, devem ser consideradas as individualida-
des impostas pelas próprias condições dos pacientes, além dos recursos disponíveis na instituição.
Cabe à instituição oferecer condições as quais propiciem conforto à equipe cirúrgica durante o ato
anestésico-cirúrgico e segurança ao paciente por todo o período perioperatório. É de grande im-
portância a aquisição de adequados equipamentos, acessórios, dispositivos e recursos de proteção.
Resumindo
Nesta lição, estudamos os elementos básicos de fundamentos éticos da equipe de enfermagem
junto ao paciente cirúrgico – segurança aos pacientes –, instituindo programas de controle de infecção
de sítio cirúrgico. Ademais, aprendemos sobre o preparo do posicionamento ideal do paciente,
conforme o procedimento executado.
Enfermagem Cirúrgica 35
Exercícios
Parabéns,
você fina- Questão 1 – Para limpeza e desinfecção de salas cirúrgicas, é necessário cumprir crité-
lizou esta rios para a seleção e o uso adequado de processos físicos e químicos de limpeza e desin-
lição! fecção em estabelecimentos de saúde. Acerca desse tema, assinale a alternativa correta.
a) Áreas semicríticas são todas as áreas ocupadas por pacientes portadores de doenças
Agora res-
infecciosas de alta transmissibilidade e de doenças não infecciosas.
ponda às
questões b) Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, infantil, neonatal e sala de hemodiálise são
ao lado. consideradas áreas semicríticas.
c) Escritórios, depósitos e sanitários em um hospital são considerados áreas semicríticas.
d) Limpeza é a operação realizada para a remoção física de sujidades, a fim de manter
o asseio e a higiene do ambiente, sendo um dos principais núcleos de todas as ações para
os cuidados de higiene.
Questão 4 – Assinale a alternativa incorreta quanto aos fatores que favorecem a contami-
nação nos serviços de saúde.
Questão 5 – As regras de conduta para uma adequada relação entre os seres humanos,
considerando valores universais, os quais geralmente são estabelecidos pela sociedade
em que se vive, denominam-se:
a) Ética.
b) Moral.
c) Deontologia.
d) Bioética.
36 NT Editora
Questão 6 – O posicionamento cirúrgico do paciente é um procedimento de grande com-
plexidade que, se não for realizado de forma adequada, pode comprometer sua saúde física
e mental. Com respeito ao posicionamento do paciente, julgue os itens em verdadeiro (V) ou
falso (F) e, a seguir, assinale a alternativa correta.
( ) O posicionamento cirúrgico deve ser individualizado, adaptado às necessidades de cada
pessoa e aos procedimentos previstos.
( ) A posição supina ou dorsal é a mais utilizada em cirurgias e a mais próxima da posição
anatômica normal do paciente.
( ) A posição de litotomia, ou ginecológica, é utilizada para cirurgias obstétricas e urológicas.
a) V –V –V. c) V –V –F.
b) F –F –F. d) F –F –V.
Questão 7 – A infecção do sítio cirúrgico (ISC) é uma das causas mais comuns de infecção
hospitalar na maioria dos hospitais. Existem alguns fatores de risco para a ISC relacionados ao
paciente. Sobre esses fatores, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e
assinale a alternativa correta.
( ) Os pacientes idosos não influenciam na taxa de infecção.
( ) Pacientes com múltiplas doenças preexistentes e com baixa imunidade têm menor
probabilidade de contrair infecção.
( ) As infecções distantes, especialmente as do trato urinário e as do acesso vascular,
são consideradas um fator de risco de infecção pós-operatória.
a) V – V – V. c) F – F – F.
b) F – F – V. d) V – V – F.
Questão 9 – O órgão que norteia e fiscaliza o exercício legal dos profissionais de enfer-
magem é:
a) Cooperativa Nacional dos Trabalhadores de Enfermagem.
b) Sindicato Nacional dos Trabalhadores.
c) Associação Brasileira de Enfermagem.
d) Conselho Regional de Enfermagem.
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