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Florence Nightingale

Enfermagem através dos tempos

→ Apesar do cuidado sempre encontrar-se presente, a enfermagem passa a ter o movimento de


profissionalização a partir das ideias de Florence Nightingale.
→ Destacou-se ao ganhar visibilidade durante a Guerra da Crimeia (1853-1856), tornando-
se conhecida pelo pseudônimo de Dama da Lâmpada, por atender os enfermos no período
noturno com uma candeia a óleo, bem como por provocar a reforma na saúde pública da
Inglaterra e a criação de uma instituição de ensino diferenciada das existentes em época.
→ De prático e intuitivo ao longo dos séculos, o exercício da Enfermagem passou a elaborar o
seu questionamento, a sua reflexão, a sua investigação e a sua pesquisa.
Florence Nightingale – (1820 – 1910)
1. Florence recusou o tradicional papel que a esperava, entrando em conflito com a sua família,
e resolveu estudar assuntos como matemática e interessou-se pelas condições sanitárias dos
mais desprotegidos.
2. Dedicou-se à caridade como enfermeira, devido a um chamamento de Deus, como a própria
o referiu, trabalho até então exercido por mulheres marginalizadas, que como castigo tinham
de cuidar dos doentes.
3. O seu objetivo era munir estas mulheres com conteúdo científico, social e profissional para
que pudessem cuidar dos doentes e necessitados, enquanto as desviava de uma vida de
imoralidade.

→ Foi na Guerra da Crimeia que Florence demonstrou que uma boa capacidade organizativa, de
liderança e mudança na filosofia de cuidados:
→ Com um registo sistemático dos seus doentes, contribuiu para a redução drástica da
mortalidade dos soldados, conseguindo ainda manter os custos dentro do orçamento que tinha
sido previsto.
→ Este feito deu-lhe grande notoriedade, permitindo a criação da sua escola Nightingale School
& Home for Nurses no Hospital John Hopkins.

→ Nightingale foi a primeira enfermeira a escrever sobre a disciplina de enfermagem.


→ A situação dos hospitais encontrada por Florence Nightingale era de pouca ou nenhuma
condição higiénica, cirurgias realizadas sem anestesia, lixo em todos os ambientes e pessoas
de baixo nível moral assistindo aos enfermos.
→ Editou no seu livro “Notas sobre Enfermagem” (1859), ideias inovadoras que permitiram
orientar a prática dos cuidados, a formação e a gestão em enfermagem.

→ O livro Notes on Nursing, constituiu-se como marco importante no processo de


profissionalização e autonomização da enfermagem como disciplina.
→ Pretendia espelhar a sua filosofia de cuidados baseando-se em aspetos tais como a ventilação
e aquecimento, condições sanitárias das casas, ruido, iluminação, alimentação e higiene
pessoal.

→ Defendeu ainda a importância de se oferecer um ambiente seguro aos indivíduos,


saudáveis ou em contexto de doença, pois acreditava que as condições externas afetavam o
desenvolvimento do organismo humano, contribuindo para a doença e, consequentemente,
para a morte.
→ Nightingale salientou que o principal dever de uma instituição hospitalar é não causar mal
aos doentes, invocando a importância de garantir a segurança nos cuidados prestados.
→ Com o foco na premissa de que bastava um fator do ambiente desequilibrado, Nightingale
acreditava que o doente necessitaria de maior gasto energético para reagir face ao stresse
ambiental.
→ Reforçou ainda que a enfermeira deveria ser a principal promotora de um ambiente
seguro, a quem competia proporcionar ao doente todas as condições necessárias e ótimas à
sua recuperação.

1. Foi então com as ações de Florence Nightingale que a enfermagem passou a sistematizar
o cuidado – uma abordagem sistemática para o cuidado;
2. O que outras pessoas unicamente observavam, ela mensurava, contava, comparava e
sintetizava em conclusões incisivas, combinadas com recomendações para a ação;
3. Mesclou fatos e figuras para convencer que as altas taxas de mortalidade hospitalares eram
desnecessárias e preveníveis;
4. Florence valorizava a arte por meio das ações de enfermagem, enfatizando conceitos de
cuidado à saúde.

→ A organização dos serviços de Enfermagem começou em meados do século XIX, sob o


comando de Florence Nightingale (1989), tendo suas bases no humanismo e o seu foco
central baseado no cuidado de enfermagem ao ser humano em sua inter-relação com o meio
ambiente.

Enfermagem através dos tempos – Humanismo


O que é o Humanismo?

→ Movimento intelectual iniciado na Itália no século XIV com o Renascimento e difundido pela
Europa, rompendo com a forte influência da Igreja e do pensamento religioso da idade
Média;
→ O teocentrismo (Deus como centro de tudo) cede lugar ao antropocentrismo, passando o
homem a ser o centro de interesse;
→ Marca a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna.

O que procura?

→ O humanismo procura o melhor nos seres humanos e para os seres humanos sem se servir
da religião.

Que valores defende?

→ Valorizar o ser humano e a condição humana acima de tudo.


→ Está relacionado com respeito, honestidade, integridade, generosidade, compaixão e
preocupação em valorizar os atributos e realizações humanas
→ Vocacionada a cuidar dos doentes e necessitados, os serviços assistenciais nightingalianos
abrangiam o ser humano a partir de uma visão holística contempladora de diferentes fatores
que envolviam, naquela época, os seres humanos - guerra, miséria, desnutrição, fome,
condições sanitárias insalubres.

Enfermagem através dos tempos – Paradigma Biomédico VS Paradigma Holístico

→ Paradigma Biomédico
 Enfatiza o fazer por…
 Estabelece standards para todos os doentes;
 Coloca os familiares e significativos fora do processo de cuidados;
 O ser humano é entendido como a soma das suas partes;
 Pensamento cartesiano.

→ Paradigma Holístico
 Cooperação, estar presente, envolvimento
 Reconhece a singularidade, o desenvolvimento de capacidades individuais
 Considera os cuidadores familiares parceiros ativos do processo de cuidados
 O ser humano é entendido como um todo que é mais do que a soma das partes que o
integram
 O pensamento holístico é uma forma de perceção e análise da realidade e da pessoa de
um modo global ou integral. Recorre ao pensamento sistémico e complexo. Holismo
deriva da palavra grega holos, que significa “todo”

Florence Nightingale

→ A abordagem holística já era abordada no início da enfermagem organizada.


→ Nightingale (1989) mesmo não citando nos seus trabalhos a abordagem holística, deixou-a
explícita na sua abordagem técnico prática.
→ Holisticamente, Nightingale (1989) voltava a sua atenção ao ser humano numa dimensão
generalizada, onde não apenas o ser enquanto individuo, mas a humanidade estava em perfeita
harmonia e inter-relação com os ambientes social, político e ecológico.

→ Fundação da Escola de Enfermagem Saint Thomas, em Londres, em 1860


 Formação em Enfermagem
 Investigação científica
 Literatura sobre Enfermagem
 Saúde Pública
 Epidemiologia
→ O objetivo da Enfermagem é colocar o paciente nas melhores condições para que a natureza
atue sobre ele, alterando o ambiente em primeiro lugar.
Marca o nascimento da enfermagem moderna

→ O Dia Internacional da Enfermagem é celebrado no dia do seu aniversário – 12 de maio.


Símbolo da Enfermagem

→ A lâmpada a óleo, além de ser uma referência a Florence Nightingale, simboliza a luz que a
Enfermagem traz à escuridão da doença e do sofrimento. Tal desenho representa o cuidado e
a atenção que os profissionais da área dedicam aos seus pacientes.
→ A cruz vermelha, por sua vez, representa a assistência e o socorro aos feridos e aos doentes
em emergências.
→ A serpente que é uma referência à mitologia grega, associada à cura. Na Enfermagem, esse
animal representa a capacidade de cura dos pacientes, e a importância do cuidado e do
tratamento adequado para garantir a recuperação.

Florence Nightingale – 1820 – 1910

→ Apresenta como foco principal o meio ambiente, onde todas as condições e influências
externas afetam a vida e o desenvolvimento do organismo, e são capazes de prevenir,
suprimir, ou contribuir para a doença e a morte.

→ Ambiente saudável:
 Ar;
 Água;
 Luz;
 Higiene;
 Resíduos;

→ Ambiente Físico – Podemos observar que, no ambiente físico, a abordagem holística é


evidenciada quando são contemplados os componentes ambientais naturais (o ar, a água, o
céu, o sol), pois ela ao considerar que o desequilíbrio de um destes componentes levaria ao
surgimento de nosologias. Desta forma, podemos inferir que a visão holística do enfermeiro
sobre o ambiente físico está no seu conhecimento técnico para a aplicabilidade das suas ações
na promoção, na proteção e na recuperação do individuo.

→ Ambiente Psicológico – No âmbito do ambiente psicológico, Florence considerou a condição


emocional como fator de intervenção. Para ela, o paciente necessitava de algo mais do que o
ambiente físico. Valorizava, assim, a relação enfermeiro-cliente como meio de diminuir as
angústias, os sofrimentos e a solidão dos doentes. Com isto, notoriamente a abordagem
holística se evidencia ainda mais pela construção do ambiente de ajuda e pelo cuidado
totalitário prestado por Florence, incluindo o ambiente espiritual.

→ Ambiente Social – Abordando o ambiente social, a teorista aproximou-se muito mais da


abordagem holística, uma vez que focalizou o ambiente total do individuo, extrapolando o
espaço hospitalar e considerando todo o seu contexto comunitário para a compreensão do
seu estado de saúde-doença.

Sumariamente – a Teoria Ambientalista de Nightingale constitui-se de uma interação entre:


1. Os ambientes físico, emocional, social e espiritual;
2. Os quais associados à ação do enfermeiro;
3. podem levar à identificação de fatores determinantes do processo saúde/doença.
O que a Florence Nightingale traz de novo?

→ Princípios científicos;
→ Investigação;
→ Apelo das qualidades morais.

A enfermagem contemporânea

→ Até à emergência da enfermagem como ciência no início da década de 50, a prática


profissional era baseada em regras, princípios e tradições que foram passando ao longo do
tempo através do ensino formal e informal.
→ Os princípios que orientavam a prática e que lhe atribuíam um caráter científico, eram
proposições existentes nas ciências físicas e biológicas transferidas para a enfermagem.

Década 50

→ Na década de 50 iniciaram-se sérios esforços na busca de um conteúdo teórico próprio, na


formulação de alguns conceitos bem como no aperfeiçoamento de enunciados existentes.
→ Nesta fase são relevantes as publicações de Ida Orlando, Virgínia Henderson, Hildegard
Peplau.

Décadas 60 – 70

→ Nas décadas 60-70 há um forte impulso na sistematização do conhecimento, formulação de


conceitos, teorias e da terminologia, dando passos para sua própria epistemologia.
→ Estas teorias procuram delimitar o objeto, área de pertinência.
→ Frequentemente a enfermagem foi representada como uma disciplina com enfoque na
interação entre o enfermeiro e o cliente.
→ São desta época os estudos de:
 Lidia Hall (1966)
 Myra Levine (1967)
 Martha Rogers (1970)
 Dorothea Orem (1971)
 Imogene King (1971)
 Roy (1976)

Década 80

→ 1978 - Declaração de Alma-Ata sobre a Atenção Primária de Saúde, elaborada pela


Conferência Internacional da Organização Mundial de Saúde;
→ Declaração de Alma Ata, 1978 – Conferência Internacional sobre Cuidados de Saúde
Primários;
 Enquadrou-se no movimento mundial, sob a responsabilidade e empenho da OMS,
de combater as desigualdades entre os povos e a alcançar a audaciosa meta de “Saúde
Para Todos no Ano 2000”
 A saúde – estado de completo bem- estar físico, mental e social, e não simplesmente
a ausência de doença ou enfermidade – é um direito humano fundamental, e que a
consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social
mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e económicos,
além do setor saúde.

→ A imensa desigualdade existente no estado de saúde dos povos, particularmente entre os


países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como dentro dos países, é política, social
e economicamente inaceitável.
→ O desenvolvimento económico e social baseado numa nova ordem económica internacional
é de importância fundamental para a mais plena realização da meta de Saúde para Todos no
Ano 2000 e para a redução da lacuna existente entre o estado de saúde dos países em
desenvolvimento e o dos desenvolvidos.

→ 1986 − Carta de Ottawa (Canadá) − Promoção da Saúde nos Países Industrializados (1ª
Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde)
 A Carta de Ottawa é a carta de intenções resultante da 1ª Conferência Internacional sobre
a Promoção de Saúde.
 Seguiram-se, desde então, várias outras Conferências sobre Promoção mas nenhuma com
o relevo e inovação associados a esta.
 A Conferência de Ottawa emerge dum novo movimento de Saúde Pública a nível
mundial, como resposta e reação às crescentes expectativas de saúde e bem-estar,
particularmente nos países mais industrializados.
 Promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e
das comunidades para controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para
atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, o indivíduo ou o grupo
devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, a satisfazer as suas
necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio. Assim, a saúde é entendida como um
recurso para a vida e não como uma finalidade de vida.
 A saúde é um conceito positivo, que acentua os recursos sociais e pessoais, bem como
as capacidades físicas. Em consequência, a Promoção da Saúde não é uma
responsabilidade exclusiva do sector da saúde, pois exige estilos de vida saudáveis para
atingir o bem-estar.
 Pré-requisitos para a saúde – as condições e recursos fundamentais para a saúde são:
a. Paz;
b. Abrigo;
c. Educação;
d. Alimentação;
e. Recursos económicos;
f. Ecossistema estável;
g. Recursos sustentáveis;
h. Justiça social;
i. Equidade;

 Os participantes nesta Conferência comprometem-se a:


i. Intervir no domínio das políticas públicas saudáveis e advogar, em todos os
sectores, um claro compromisso político para a saúde e a equidade;
ii. Contrariar as pressões a favor dos produtos nocivos e da depleção de recursos,
das más condições de vida, dos meios insalubres e da má nutrição; e centrar a
atenção em temas de saúde pública, tais como a poluição, os riscos ocupacionais,
as condições de habitação e os aglomerados populacionais;
iii. Combater as desigualdades em saúde, dentro e entre diferentes grupos sociais e
comunidades;
iv. Reconhecer as pessoas e as populações como o principal recurso de saúde; apoiá-
las e capacitá-las para se manterem saudáveis, através de meios financeiros ou
outros, e aceitar a comunidade como a voz essencial em matéria de saúde,
condições de vida e bem estar;
v. Reorientar os serviços de saúde e o modo como se organizam no sentido da
promoção da saúde; partilhar o poder com outros sectores, outras disciplinas e,
acima de tudo, com as próprias populações.
vi. Reconhecer a saúde e a sua manutenção como o maior investimento e desafio
social e considerar os diferentes modos de vida numa perspetiva ecológica global.

A enfermagem contemporânea

→ Pode-se considerar a década de 80 como um período de intensa produção científica através


de dados obtidos do Catálogo do Centro de Estudos de Pesquisa em Enfermagem (CEPEn).
→ Segundo esta fonte, de 1979 à 1988 foram publicados 349 pesquisas, confrontando com a
década de 60 quando apenas 3 trabalhos foram produzidos enquanto na década de 70, a
produção aumenta para 154 publicações.
→ Os enfermeiros procuravam direcionar as suas pesquisas científicas de modo a esclarecer as
suas modalidades de trabalho e suas articulações com a realidade social e seu
desenvolvimento histórico.

Enfermagem através dos tempos

→ Este rastreamento histórico mostrou-nos a evolução da Enfermagem que, de prática


espontânea, pragmática, intuitiva, caritativa... evoluiu para profissão, saber, arte, ciência...
→ Tem sido vista como uma ocupação e não como uma profissão.
 Extensão dos cuidados prestados pelas esposas e mães.
 Subserviente à medicina
 Profissão ligada ao feminino

→ A prática de prestação de cuidados como atividade naturalmente atribuída à mulher


 Devido à divisão sexuada do trabalho social, às mulheres era atribuído o papel de suporte
às outras mulheres em trabalho de parto, o cuidado e a vigilância às crianças, o tomar
conta dos debilitados, e o tomar conta da conservação e preparação dos alimentos, bem
como do fogo para que este não se apagasse (Collière, 1999)

→ Identificação da prática de cuidados


 Identificação da prática de cuidados com a mulher – desde os tempos mais recuados da
História até ao fim da Idade Média;
 Identificação da prática dos cuidados com a mulher consagrada – desde o fim da idade
média até ao fim do século XIX;
 Identificação da prática dos cuidados é feita com a mulher-enfermeira, auxiliar do médico
– do início do século XX aos anos 60.
História da enfermagem em Portugal
O exercício da profissão de enfermagem

→ A evolução histórica da profissão de Enfermagem em Portugal;


→ 1860 – Aparecimento da Enfermagem Moderna, com Florence Nightingale.

Portugal

 28-01-1886: Primeira Escola para ensino de enfermagem no Hospital de S. José em Lisboa;


 10-09-1901: Escola Profissional de Enfermeiros (Hospital de S. José);
 29-11-1930: Escola de Enfermagem Artur Ravara – Lisboa;
 1930 – 1939: Sindicato Profissional dos Enfermeiros da Região Sul e Norte;
 1937: Escola de Enfermagem de S. Vicente de Paulo;
 1940 - Escola de Enfermagem de S. João de Deus;
 1940 - Escola Técnica de Enfermeiras subsidiada pela fundação Rockfeller;
 1947 - Curso de Auxiliares de Enfermagem;
 1948 - Escola de Enfermagem das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria;
 A 16 de Julho de 1965 foi criado o Despacho Ministerial para a criação de Escolas de
Enfermagem nas capitais de distrito.
 1968 – Criação da Associação Portuguesa de Enfermeiros e aparecimento da 1ª Direção do
Serviço de Enfermagem, referente a Direção Geral dos Hospitais;
 1969 até 1974 - Curso de Promoção de Auxiliares de Enfermagem;
 1988 - as Escolas de Enfermagem passaram a designar-se Escolas Superiores de
Enfermagem integradas no Ensino Politécnico.
 1991 - Criado o Mestrado em Enfermagem na Universidade católica;
 1993 – Criado o Mestrado em Ciências de Enfermagem no Instituto de Ciências Biomédicas
Abel Salazar;
 1999 - Ministério da Educação aprova a criação dos Cursos de Licenciatura em
Enfermagem e Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem;
 2001 - No Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar inicia-se o funcionamento do
doutoramento em Ciências de Enfermagem.
 16-07-1965: Escola de Enfermagem da Guarda;
 23-12-1988: Escola Superior de Enfermagem da Guarda;
 Março de 1999: Integrada no Instituto Politécnico da Guarda;
 03-03-2005: Escola Superior de Saúde integrada no Instituto Politécnico da Guarda;

→ 1º Congresso Nacional de Enfermagem, em 1973, três pontos foram considerados de


extrema importância para a profissão:
 uma carreira única profissional;
 a integração da enfermagem no sistema nacional de ensino;
 e a criação da Ordem dos Enfermeiros.

→ Salienta-se também o final da formação dos auxiliares de enfermagem (1975) e o início


da formação complementar de transição, os chamados Cursos de Promoção, o que
permitiu alcançar um só nível de educação em enfermagem.
→ Na década de 80, a carreira única para todos os enfermeiros clarificou o trabalho e o acesso
(1981).
→ Ocorreu também a integração do ensino de enfermagem no sistema nacional de
educação, no Ensino Superior, subsistema politécnico (1988).

→ Ordem dos Enfermeiros


1. Em 1998 foi criada a Ordem dos Enfermeiros e aprovado o seu Estatuto;

2. Nas primeiras eleições, realizadas a 21 de Abril de 1999, foi empossada como primeira
Bastonária da Ordem a Enf. ª Mariana Diniz de Sousa a 31 de Maio de 1999.

3. Na década de 90, um debate alargado e nacional em torno do exercício profissional


haveria de culminar, em 1996, com a publicação do Regulamento do Exercício
Profissional dos Enfermeiros (REPE).

4. Menos de dois anos depois, foram publicados os Estatutos da Ordem dos Enfermeiros.

As linhas orientadoras da prática de cuidados de enfermagem na atualidade portuguesa


Metaparadigma

→ Padrões de Qualidade e Cuidados de Enfermagem – Enquadramento Conceptual e


enunciados descritivos, 2001.
 Pessoa;
 Ambiente;
 Saúde;
 Cuidados.

Metaparadigma/Paradigma

→ Metaparadigma – precisa os conceitos centrais da Disciplina e tenta explicar as relações


entre eles:
 Pessoa;
 Ambiente;
 Cuidados;
 Saúde/doença;

→ Paradigma – define-se como um conjunto articulado de postulados, regras, valores,


conhecimentos, teorias que são aceites por todos os elementos de uma comunidade
científica. Corrente de pensamento, traduz a forma de ver e de compreender o Mundo que
influencia o desenvolvimento dos saberes e do saber fazer no seio de cada disciplina.

Metaparadigma

→ Precisa os conceitos centrais da Disciplina e tenta explicar as relações entre eles:


a. Pessoa;
b. Ambiente;
c. Cuidados;
d. Saúde/doença.
Ordem dos enfermeiros – padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem
A Saúde

→ A saúde é o estado e, simultaneamente, a representação mental da condição individual, o


controlo do sofrimento, o bem-estar físico e o conforto emocional e espiritual.
→ Na medida em que se trata de uma representação mental, trata-se de um estado – subjetivo;
portanto, não pode ser tido como conceito oposto ao conceito de doença.
A representação mental da condição individual e do bem estar é variável no tempo, ou seja,
cada pessoa procura o equilíbrio em cada momento, de acordo com os desafios que cada
situação lhe coloca.
Neste contexto, a saúde é o reflexo de um processo dinâmico e contínuo; toda a pessoa deseja
atingir o estado de equilíbrio que se traduz no controlo do sofrimento, no bem-estar físico e no
conforto emocional, espiritual e cultural.

A Pessoa

→ A pessoa é um ser social e agente intencional de comportamentos baseados nos valores, nas
crenças e nos desejos da natureza individual, o que torna cada pessoa num ser único, com
dignidade própria e direito a autodeterminar-se.
→ Os comportamentos da pessoa são influenciados pelo ambiente no qual ela vive e se
desenvolve. Toda a pessoa interage com o ambiente: modifica-o e sofre a influência dele
durante todo o processo de procura incessante do equilíbrio e da harmonia.
A pessoa é também centro de processos não intencionais. As funções fisiológicas, enquanto
processos não intencionais, são fator importante no processo de procura incessante do melhor
equilíbrio.
Apesar de se tratar de processos não intencionais, as funções fisiológicas são influenciadas pela
condição psicológica das pessoas, e, por sua vez, esta é influenciada pelo bem-estar e conforto
físico.
Esta inter-relação torna clara a unicidade e indivisibilidade de cada pessoa; assim, a pessoa tem
de ser encarada como ser uno e indivisível.

O Ambiente
O ambiente no qual as pessoas vivem e se desenvolvem é constituído por elementos humanos,
físicos, políticos, económicos, culturais e organizacionais, que condicionam e influenciam os
estilos de vida e que se repercutem no conceito de saúde.
Na prática dos cuidados, os enfermeiros necessitam de focalizar a sua intervenção na complexa
interdependência pessoa/ambiente.

Os Cuidados de Enfermagem
O exercício profissional da enfermagem centra-se na relação interpessoal de um enfermeiro e uma
pessoa ou de um enfermeiro e um grupo de pessoas (família ou comunidades).
Quer a pessoa enfermeiro, quer as pessoas clientes dos cuidados de enfermagem, possuem
quadros de valores, crenças e desejos da natureza individual – fruto das diferentes condições
ambientais em que vivem e se desenvolvem.
Assim, no âmbito do exercício profissional, o enfermeiro distingue-se pela formação e
experiência que lhe permite compreender e respeitar os outros numa perspetiva multicultural, num
quadro onde procura abster-se de juízos de valor relativamente à pessoa cliente dos cuidados de
enfermagem.
O exercício profissional dos enfermeiros insere-se num contexto de atuação multiprofissional.
Assim, distinguem-se dois tipos de intervenções de enfermagem: as iniciadas por outros técnicos
da equipa (intervenções interdependentes) – por exemplo, prescrições médicas – e as iniciadas
pela prescrição do enfermeiro (intervenções autónomas).

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