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CONCEITOS

FUNDAMENTAIS EM PSICOAPOTOLOGIA
Profa. Ma. Luana Cristina Silva-Santos
Psicopatologia: uma disciplina científica que estuda a doença mental em vários aspectos: suas
causas, as alterações estruturais e funcionais relacionadas, os métodos de investigação e suas
formas de manifestação (sinais e sintomas).

• Os signos de maior interesse são os sinais comportamentais objetivos,


percebidos pela avaliação direta do paciente e os sintomas, ou seja, as
vivências subjetivas relatadas pelo paciente.
• Entrevista
• Normal x Patológico
- Canguilhem: Norma ≠ média; infinitude de possibilidades fisiológicas e contextuais
no processo da vida, estabelecer uma norma para afirmar a existência de saúde/doença
apenas transforma estes conceitos em um tipo de ideal. “[...] não há nada na ciência
que antes não tenha aparecido na consciência e que especialmente no caso que nos
interessa, é o ponto de vista do doente que, no fundo, é verdadeiro" (CANGUILHEM,
1966, p. 68).

• Normalidade como ausência de doença: a ausência de sintomas, sinais ou de doenças


é sinônimo de saúde.
• Normalidade ideal: estabelece-se uma norma ideal do que, supostamente, é um
sujeito sadio.
• Normalidade estatística: o normal é aquilo que se observa com mais frequência.
• Normalidade como bem-estar.
• Normalidade subjetiva: o que prevalece aqui é como o sujeito se percebe em relação
ao seu estado de saúde.

• OMS, 1946: saúde é o complemento entre o bem-estar físico, mental e o social, e não
somente como ausência de doença.

Diagnóstico/Hipóteses Prognóstico Plano terapêutico

Aliança terapêutica
Acolhimento

Atenção Flutuante

• Permitir a expressão de emoções dolorosas sem se perturbar • Evitar


questões fechadas
• Evitar interromper bruscamente o relato do paciente para solicitar informações sobre algum
tópico que ficou faltando
• Não pôr em dúvida os sintomas referidos, ou os fatos relatados
• Não expor de forma direta suas contradições
• Evitar fazer julgamentos morais ou opinar sobre convicções religiosas, morais ou políticas
• Evitar explicações, interpretações ou conclusões apressadas
• Evitar discussões, mostrar-se ansioso, impaciente ou irritado
• Ser sincero e direto, esclarecendo dúvidas, evitando ser demasiadamente otimista ou
deixando deliberadamente de falar de tópicos sobre os quais o paciente necessita opinar ou
decidir
• Evitar firmar diagnósticos ou propor condutas sem ter os elementos necessários
• Evitar perguntas que envolvam mais de um tema simultaneamente

I. IDENTIFICAÇÃO
Os dados são colocados na mesma linha, em sequência.
• Somente as iniciais do nome completo do paciente, uma vez que, por extenso,
constará o mesmo do seu prontuário ou ficha de triagem (ex.: R.F.A.); • Idade em
anos redondos (ex.: “35 anos”); sexo; nacionalidade; grau de instrução:
analfabeto, alfabetizado, primeiro, segundo ou terceiro grau completo ou
incompleto; profissão; estado civil (não necessariamente a situação legal, mas se o
paciente se considera ou não casado, por exemplo, numa situação de coabitação);
religião; número do prontuário.

A.B.S.; 55 anos; masculino; brasileiro; segundo grau completo; solteiro;


agnóstico; prontuário XXXX

II. QUEIXA PRINCIPAL (QP)


Neste item, explicita-se o motivo pelo qual o paciente recorre ao serviço em busca
de atendimento. Caso o paciente traga várias queixas, registra-se aquela que mais
o incomoda e, preferencialmente, em não mais de duas linhas, entre aspas, e nas
palavras do paciente.

“Não consigo ter uma vida normal”

III. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) Trata-se, aqui, apenas da


doença psíquica do sujeito. Registram-se os sintomas mais significativos; a época em
que começou o distúrbio; como vem se apresentando; e sob que condições melhoram
ou pioram. Indaga-se se houve instalação súbita ou progressiva, e se algum fato
desencadeou a doença ou episódios semelhantes que pudessem ser correlacionados
aos sintomas atuais. Houve alguma alteração em interesses, hábitos, comportamento
ou personalidade? Quais as providências tomadas? Verifica-se se já esteve em
tratamento, como foi realizado e quais os resultados obtidos, se houve internações e
suas causas, bem como o que sente atualmente. Pede-se ao paciente que explique, o
mais claro e detalhadamente possível, o que sente. Deve-se anotar se o paciente faz uso
de alguma medicação colocar dose, duração e frequência. Saber como o transtorno se
manifesta e com que frequência, intensidade e tratamentos tentados.

III. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) Paciente relata passar por


períodos de picos de mania intercalados com picos depressivos desde a adolescência,
percebidos como mais intensos e duradouros na presença de eventos estressores,
época em que foi diagnosticado com transtorno bipolar. Presenciou a morte da avó, de
quem era muito apegado, considera ter sido esse um gatilho para a exarcebação dos
sintomas. Desde então, acha que a medicação não faz o mesmo efeito, principalmente
nos episódios depressivos. Estava sem acompanhamento terapêutico há 1 ano,
tomando a mesma medicação que o último psiquiatra receitou, que conseguiu comprar
em grande quantidade e passou a tomar “só quando precisava” (sic.). Procurou
acompanhamento porque relata ideação suicida durante os episódios depressivos e,
durante os maníacos, engajamento em comportamentos de risco (álcool e substâncias
psicoativas). Relata está a uma semana estabilizado, sem mania ou depressão, por isso
resolveu procurar acompanhamento, porque quer “se sentir normal de novo”.

IV. HISTÓRIA PESSOAL (HP)


Os dados colhidos devem ser organizados da forma mais clara possível: como foi a
infância, a adolescência, a vida adulta, como são os pais, o cônjuge, o emprego, os
amigos etc.
Relata ter tido uma boa infância, não lembra de nada ruim daquela época, só que
sentia alegria e tristeza “a mais” (sic.). Na adolescência percebeu que suas emoções
eram muito intensas, algo que desagrava pouco os amigos a ele parecia ser o fim do
mundo, por isso acabou se afastando da maioria dos colegas e desde então considera
ter poucos amigos. Teve pouca convivência com os pais, que trabalhavam o dia todo,
inclusive finais de semana, ficava com babás e com uns 10 anos já ficava sozinho,
sabia esquentar sua comida e se virar. Nos poucos momentos que se lembra de estar
com os pais, lembra que o pai parecia também sentir “demais” algumas emoções
mas essas lembranças são vagas. Nunca casou, nunca teve relacionamento
duradouro. Formou-se em direito, trabalha em um escritório, de onde é todo seu
círculo social (cerca de 3 pessoas próximas).

V. HISTÓRIA FAMILIAR (HF)


Aqui são verificadas as relações familiares, a começar pela filiação do paciente: Pais –
idade; saúde; se mortos; causa e data do falecimento; ocupação; personalidade;
novos casamentos se houver de cada um deles. Verificar se há caso e doença mental
em um deles ou ambos.
Irmãos – idade; condições maritais; ocupação; personalidade. Indagar se há caso de
doença mental. Apenas referir-se por iniciais.
Cônjuge – idade, ocupação e personalidade; compatibilidade; vida sexual; frigidez ou
impotência; medidas anticoncepcionais.
Filhos – número; idades; saúde; personalidade. Também referir-se apenas pelas
iniciais.
Lar – neste quesito, descrevem-se, em poucas palavras, a atmosfera familiar, os
acontecimentos mais importantes durante os primeiros anos e aqueles que, no
momento, estão mobilizando toda a família; as relações dos parentes entre si e
destes com o paciente.

VI. HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA (HPP)


Nesta etapa, devemos investigar os antecedentes mórbidos do paciente. Devem
constar somente as doenças e enfermidades físicas: viroses comuns da infância,
desmaios, convulsões e sua frequência, doenças, operações, acidentes,
traumatismos (sintomas, datas, duração), internações e tratamentos.

Nenhum relatado
VII. EXAME PSÍQUICO (EP)
Até aqui, tivemos um relato feito pelo paciente e, em alguns casos, outros dados
colhidos por familiares ou pessoa que o acompanham à entrevista. Nosso trabalho
foi o de registrar e organizar tais informações. Neste ponto da anamnese, cessa esse
relato do paciente e passa-se a ter o registro da observação do entrevistador ou
terapeuta, no momento da(s) entrevista(s).

VII. EXAME PSÍQUICO (EP)


Até aqui, tivemos um relato feito pelo paciente e, em alguns casos, outros dados
colhidos por familiares ou pessoa que o acompanham à entrevista. Nosso trabalho
foi o de registrar e organizar tais informações. Neste ponto da anamnese, cessa esse
relato do paciente e passa-se a ter o registro da observação do entrevistador ou
terapeuta, no momento da(s) entrevista(s).

Anotam-se dados observáveis sobre o paciente (aparência, linguagem corporal, etc.).


VIII. HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS
CID10 F31

IX. PLANO TERAPÊUTICO

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