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SEMIOLOGIA PSIQUIÁTRICA

É o estudo de sinais e sintomas das doenças psiquiátricas, sendo os sinais o que o médico vê no paciente, e os sintomas
o subjetivo, o que o paciente traz de suas vivencias.

Semiologia psicopatológica: estudo dos sintomas e sinais dos transtornos mentais

A psicopatologia e semiologia permitem ao profissional:

● Identificar alterações físicas e mentais


● Ordenar os fenômenos observados
● Formular diagnósticos
● Empreender terapêuticas

Estuda-se a psicopatologia e semiologia para relacionar os sinais e sintomas com quadros psiquiátricos, padrões de
sinais e sintomas, ajudando na hipótese diagnóstica.

SEMIOTÉCNICA
Técnicas e procedimentos específicos de observação e coleta de sinais e sintomas, assim como descrição de tais
sintomas.

Transtornos mentais 🡪 entrevista direta (paciente, familiares e demais pessoas com as quais convive)

O que fazer para coletar sinais e sintomas:

● Formular perguntas adequadas


● Como e quando fazer as perguntas
● Interpretar as respostas 🡪 reação do paciente em relação as respostas, percebe se é algo importante ou não
para o paciente
o Por exemplo se o paciente chora, é algo que toca com ele, seja importante de ser citado ou algo que
na hora não seja o adequado a se comentar
o Geralmente são habilidades de interpretar a reação corporal do paciente e os sinais que ele dá em
relação com as perguntas
● Observar o comportamento, discurso e o modo de falar, mimica, postura, vestimenta, forma como reage e o
estilo de relacionamento com o entrevistador, com pacientes e com familiares

SEMIOLOGIA PSICOPATOLÓGICA
Síndrome: agrupamento relativamente constantes e estáveis de determinados sinais e sintomas

Síndrome não se trata da definição e identificação da causa especifica do processo patológico

Psicopatologia: conhecimento referente ao adoecimento mental do ser humano

● Não se julga moralmente aquilo que se estuda


● Busca observar, identificar e compreender os diversos elementos do transtorno mental, sem julgamentos,
deixando os preconceitos de lado
o Não falar para o paciente que o transtorno dele está afetando a própria vida, e sim questionar ele se
a vida dele, se os relacionamentos ou situações não estão sendo afetadas, assim ele pensa e reflete
sobre os seus transtornos 🡪 assim ele reconhece
● O conhecimento que se busca está permanentemente sujeito a revisões, criticas e reformulações

Em uma consulta, na maioria das vezes não se faz diagnóstico na primeira consulta. Pode-se ter uma hipótese
diagnostica de inicio e com o acompanhamento pode acabar se encaixando em outra, por isso deve sempre
acompanhar

Ex: de início acha que é depressão, mas depois tem um episódio de mania e vê que na verdade é bipolaridade.
PARTICULARIDADES DO PSICODIAGNÓSTICO
● Baseado em dados clínicos: história bem colhida e exame do estado mental
● Não existem sinais ou sintomas psicopatológicos específicos 🡪 não há sintomas patognomonico
o Podem existir sinais e sintomas muito característicos de uma certa doença, mas nunca é
patognomonico
● O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com a observação do curso do transtorno
o Não da pra se definir uma doença com apenas um episódio de surto, muitas vezes tem que
acompanhar para ver se foi algum gatilho que levou ao surto, se é realmente um transtorno mental
ou um transtorno momentâneo devido a um gatilho
o Quando um paciente submete ao tratamento e volta completamente ao normal (ao antes do
surto/episódios), provavelmente ele não tem o transtorno mental (ex: esquizofrenia)

ANAMNESE
Técnica e habilidade em realizar entrevistas são atributos fundamentais e insubstituíveis do profissional de saúde
mental

Habilidade se revela por:

● Perguntas que formula


● Perguntas que evita formular
● Decisão de quando e como fazer ou apenas calar
● Estabelecer relação empática e tecnicamente útil do ponto de vista humano 🡪 paciente se abre mais
facilmente

O que evitar:

● Posturas rígidas, estereotipadas


● Atitude excessivamente neutra ou fria
● Reações exageradamente emotivas
o Como fazer: movimentar a cabeça, concordar com o paciente, oferecer lenço para chorar, mostra que
está preocupado, mas não emocionado com a situação dele
● Comentários valorativos ou emitir julgamentos
o Nunca dizer o que o paciente deve ou não fazer, não opinar tanto na vida alheia (ex: mandar a mulher
largar o cara tóxico), o médico deve tentar plantar uma semente para a própria pessoa refletir suas
atitudes e vivencias e chegar sozinho na sua conclusão
● Reações emocionais intensas de pena ou compaixão
● Responder com hostilidade ou agressão
● Entrevistas excessivamente prolixas
● Fazer muitas anotações durante a entrevista 🡪 impressão de que não está dando atenção para o paciente
o Uma boa ideia é pegar a história e quando acabar ir anotando e reforçando com o paciente o que você
lembra da história

Tempo da consulta: varia de paciente para paciente, o importante é a atenção que você dá (escuta ativa) durante o
tempo que o paciente está no consultório

As três regras de ouro da entrevista em saúde mental:

1. Paciente organizado 🡪 entrevista aberta e ir fechando


2. Paciente desorganizado 🡪 entrevista mais estruturada, mais específica
3. Paciente ansioso, paranoide 🡪 perguntas neutras inicialmente (perguntas da vida, da onde é, para dar uma
abertura na conversa)

Logo no início, o olhar, e, como ele, toda a comunicação não verbal já tem sua importância: é o centro da comunicação,
que inclui toda a carga emocional do ver e ser visto, do gesto, da postura, das vestimentas, do modo de sorrir ou
expressar o sofrimento.
Os 3 primeiros minutos da entrevista são extremamente significativos, sendo úteis tanto para identificação do perfil
dominante de sintomas do paciente como para a formulação da hipótese diagnostica final

Experiência clínica + transferência + contratransferência + valores pessoais + preconceitos inevitáveis + intuição

ENTREVISTA PSIQUIÁTRICA
Não muda muito em relação com as outras áreas

Fatores que influenciam no entrevistador:

● Crenças, valores, sensibilidade, estado emocional no momento da entrevista


● A forma como uma pergunta é formulada, o tom de voz, o olhar, gesto, poderão orientar a resposta do
paciente

Fatores que influenciam no entrevistado:

● Motivação em relação ao exame


● Procurou ajuda espontaneamente 🡪 família pode ser mais importante na história em casos de não
espontaneidade
● Foi trazido contra sua própria vontade

Ambiente onde é realizado: local, duração, disposição espacial dos participantes e as condições de privacidade

Interação entre entrevistador e entrevistado também são

HISTÓRIA PSIQUIÁTRICA
é a coleta de tudo o que o paciente falou, para entender o que ele tem, o que causou, como ele era antes disso, os
seus aspectos de vida, familiares, pessoais e sociais

● Formular uma impressão diagnostica do paciente


● Elaborar plano terapêutico
● Produzir um documento escrito com informações organizadas
● A própria entrevista pode ser terapêutica

Peculiaridades:

● Sintomas psiquiátricos 🡪 são sintomas que são específicos da psiquiatria, sintomas abstratos como tristeza
● Doenças psiquiátricas na família 🡪 SEMPRE importante, instigar e perguntar sobre remédios utilizados,
situações (suicídio, tentativa), doenças (depressão, esquizofrenia)

Estrutura:

● Identificação
o Nome, idade, sexo, naturalidade, procedência, estado civil, religião, escolaridade, profissão
● Queixa principal
o Relatar nas palavras do paciente ou do familiar do paciente
● História da doença atual
o Sinais e sintomas desde o início do último episódio até o presente
o Desenvolvimento dos sintomas do início até o presente
o Relação a eventos, conflitos, estressores, drogas
o Mudança de nível de funcionamento anterior 🡪 se os sintomas atrapalham a qualidade de vida
● Antecedentes pessoais
o Doenças, cirurgias, internações
o Estado atual de saúde e as mudanças recentes de peso, de sono, hábitos intestinais e problemas
menstruais
o Medicamentos em uso 🡪 alguns medicamentos podem induzir quadros depressivos
o Verificar abuso de medicamentos, drogas, álcool
o Já teve tratamento psiquiátrico prévio, como foi o andamento desse tratamento, que remédios
usou, se deu certo 🡪 remédio usado pode dar certo de novo, se deu da outra vez, por exemplo ou
não usar um que não deu certo no passado
● Antecedentes familiares
o Doenças psiquiátricas
● História de vida do paciente
o Pré-natal e nascimento 🡪 TDAH é influenciado por peso e hipóxia no nascimento
o Primeira infância (até 3 anos) 🡪 autismo
o Infância média (3-11 anos) 🡪 aspecto social, analisa comportamentos na escola, em brincadeiras, em
aula
o Adolescência 🡪 relacionamentos amorosos, drogas, expectativa de vida, amigos
o Idade adulta 🡪 como está a vida além da vida psiquiátrica
o Velhice 🡪 expectativas do idoso

EXAME DO ESTADO MENTAL

É o registro do que é visto durante a consulta, ocorre em paralelo junto da anamnese

Dividido didaticamente: apresentação, atitude, consciência, atenção, sensopercepção, memória, afetividade, volição,
pensamento, juízo da realidade, consciência do Eu.

Começar o exame do estado mental começa quando o médico olha o paciente

Aspecto global do paciente:

● Postura corporal
● Acessórios
● Indumentária
● Perfumes
● Odores
● Marcas corporais

ASPECTOS CLÁSSICOS NA APRESENTAÇÃO


● Anorexia
o Pessoa abaixo do IMC normal
o Roupas largas, compridas, de frio 🡪 mascarar a magreza extrema
o Tonalidades escuras de roupas
● Demência
o Higiene pode estar precária
o Restos de alimentos na boca, sem cuidado com dentes
o Cabelos e roupas desalinhadas
o Ausência do senso crítico com aparência
● Depressão
o Uma pessoa que sempre se cuidou e começou a descuidar
o Roupas amassadas, cabelos despenteados
o Higiene descuidada
o Falta de maquiagem
o Aparência começa a ser indiferente
o Pessoa sem vontade de se arrumar
● Esquizofrenia
o Odor fétido
o Higiene descuidada
o Vestimenta excêntrica
o Desorganização comportamental
● Histriônica
o Transtorno de personalidade 🡪 querem ser o centro da atenção
o Oposto do individuo deprimido
o Chega chamando atenção: muito perfumadas, apelo para o lado sedutor, decote marcante, roupa
muito curta, cabelos coloridos, muita maquiagem 🡪 arrumado demais
● Mania
o Transtorno bipolar na fase de euforia
o Roupas que chamam atenção (coloridas), muita maquiagem, perfume 🡪 não é arrumado demais, e sim
exagerado demais, tem uma certa desorganização
● Borderline
o Transtorno de personalidade
o Autolesão / automutilação (70-80% dos casos de borderline apresentam)
o Instabilidade da autoimagem 🡪 cada dia um visual diferente
o Excesso de piercing, excesso de tatuagem, tem um lado impulsivo muito forte
o Paciente chega falando sobre uma tristeza crônica, medo de ser deixada de lado, angustia e vazio no
peito 🡪 tiram o foco da dor do peito e jogam no corpo
● Transtorno obsessivo-compulsivo
o Pessoa quer tudo impecável, tudo perfeito
o Roupas alinhadas, cabelo arrumado dividido certinho, barba completamente alinhada, jeito cuidadoso
de ser

ATITUDE
Adjetivo dado ao paciente em relação ao modo que ele está no consultório: afetada, arrogante, amaneirada, confusa
(delirium), deprimida, desinibida, inibida ou contida, indiferente, irônica, manipuladora, lamuriosa, não-cooperante,
desconfiada, oposicionista ou negativista, perplexa, dissimuladora (fingir que não tem algo que claramente da pra ver
que tem ), dramática ou teatral, evasiva, esquiva, excitada, expansiva (mania), gliscoide ou grudenta, hostil ou
beligerante, querelante (reclamando sempre), reivindicativa (reivindica seus direitos sempre), sedutora (sexual ou
cuidado/atenção), simuladora, submissa

CONSCIÊNCIA
É a totalidade da experiencia momentânea inserida na corrente contínua da vida psíquica 🡪 é o todo momentâneo que
estão vivendo, realidade psíquica e externa

Alterações quantitativas – importante para o aspecto neurológico

● Obnubilação ou turvação da consciência – chega no consultório mais sonolento, distraído


● Sopor – paciente com rebaixamento de consciência, que precisa de estímulo para reagir
● Coma – independente de estímulo, não responde
● Delirium
● Quando é alguma doença psiquiátrica, normalmente não há alteração quantitativa
● É mensurável – percebe-se que o paciente teve a perda de consciência

Alterações qualitativas: é quando o paciente tem um “blackout” e age no modo automático e depois quando volta não
lembra o que fez – bates motel

● Estado crepuscular – paciente com epilepsia tem comportamentos automáticos quando tem as crises e depois
não se lembra do que fez 🡪 natureza orgânica, a crise epiléptica justifica a perda de consciência
● Estado segundo – é o blackout e de natureza psicogênica, não encontra um substrato/doença para justificar
aquele quadro
● Não se percebe a perda de consciência do modo automático

ATENÇÃO
A direção da consciência, o estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto 🡪 concentra a
atividade mental em determinado objeto
● Natureza
o Voluntaria – você quer prestar atenção naquilo
o Espontânea – aquela que é despertada por estímulos inesperados, sem muito controle – estímulos
ambientais
● Direção
o Externa – mundo exterior
o Interna – voltada para os pensamentos
● Amplitude
o Focal – direciona para alguma coisa
o Dispersa – presta atenção em algo sem muito foco, uma peça de teatro, presta atenção em tudo o
que vai acontecendo
● Tenacidade – alta capacidade de focar em algo
● Vigilância – alta capacidade de perceber as coisas que ocorrem ao redor com pequenos estímulos

Anormalidade

● Hipoprosexia – pouca atenção espontânea e voluntária


● Hiperprosexia – alta atenção espontânea e voluntária
● Distração – alta atenção voluntária e espontânea fraca
● Distraibilidade – alta atenção espontânea e fraca atenção voluntária (quadro bipolar)

ORIENTAÇÃO
Capacidade de se orientar a si mesmo

● Autopsíquica – quem eu sou, o que eu faço etc


● Alopsíquica
o Orientação espacial – onde está, de onde é
o Orientação temporal – dia, mês, horas

Anormalidade

● Desorientação por redução de nível de consciência


● Desorientação por déficit de memória
● Desorientação apática ou abúlica – tanto faz o dia que é, onde é, não tem vontade de nada
● Desorientação delirante – quadro psicótico o indivíduo achar que está em um lugar que ele não está (delírio)
● Desorientação por déficit intelectual
● Desorientação quanto a própria idade (característica de esquizofrenia)

SENSOPERCEPÇÃO
Percepção relacionada aos órgãos dos sentidos

Imagem perceptiva real:

● Nitidez
● Corporeidade
● Estabilidade
● Extrojeção – está fora da minha cabeça
● Ininfluencibilidade voluntaria – eu não consigo alterar nada na imagem
● Completitude – imagem completa

Imagem representativa: não necessariamente patológico

● Imagem eidética – “memória fotográfica” 🡪 vê algo e consegue lembrar exatamente sobre tudo que viu, com
todos os detalhes, com perfeição
● Pareidolias – ver algo e ver algo dentro daquele algo 🡪 vê uma nuvem e vê o formato de cachorro na nuvem

Alterações quantitativas
● Hiperestesias – percepção de qualquer sentido mais intensa
o Uso de drogas intensifica a vivencia de sentidos
o Bipolar em fase de euforia “coisas mais coloridas”
● Hipoestesia – percepção diminuída de algum sentido
o Depressão – mundo mais preto e branco, comida sem sabor
● Anestesias – ausência de sentidos
● Parestesias – adormecimento/formigamento

Alterações qualitativas

● Ilusão
o Percepção distorcida de algo que está presente
o Vê uma cadeira que está na realidade e fala que é um cachorro, por exemplo
● Alucinação
o É a percepção de um objeto que não está presente
o Pessoa vê algo que não existe, mas é dotada de todas as características de algo real
o Alucinação visual – indicam muito mais doenças não psiquiátricas
o Alucinação auditiva – indicam mais doenças psiquiátricas
● Alucinose
o Escuta vozes, mas sabe que não são reais
o Paciente tem a critica de que o que ele vê não é real
● Pseudo-alucinação
o Individuo que viu algo, mas não consegue descrever as características de uma imagem real

MEMÓRIA
É a capacidade de registrar, mental e evocar as experiências e os fatos já ocorridos. É composta de três fases ou
elementos básicos:

1. Registro – reter a informação que aconteceu ali


2. Conservação – guardar a informação na mente
3. Evocação – trazer de volta a lembrança da mente para a realidade

Fatores que influenciam na memória:

● capacidade de consciência preservada (alerta, sonolenta)


● mais sentidos do corpo envolvidos é melhor o registro
● contato repetitivo com a informação
● emocional, afetivo
● fazer ligação com algo de conhecimento prévio da pessoa

Alterações quantitativas:

● Hipermnésias: pessoa lembra de várias situações que já viveu, além do normal


● Amnésias: pessoa não se lembra de fatos ocorridos
o Pode ser um mecanismo de defesa do individuo para situações de trauma, estresse, etc. Geralmente
associada ao estado segundo.

Alterações qualitativas:

● Ilusões mnêmicas – a pessoa tem uma história de base que aconteceu e insere ou retira informações da real
história 🡪 modifica uma memória que existe, não é influenciável por pessoas externas
● Alucinações mnêmicas – é se lembrar de algo que nunca aconteceu, algo completamente novo 🡪 memória
inventada, mas a pessoa acredita que é real – é comum em quadros psicóticos
● Fabulações – quando o individuo insere coisas que não aconteceram na memória, mas nesse caso ele está
susceptível a influência externa, alguém consegue manipular a história
● Criptomnésias – pessoa pega uma memória de outra pessoa que escutou, e conta como se fosse algo que
aconteceu com ela
● Ecmnésia – presentificação do passado, pessoa se lembra de coisas do passado e vem para o presente com
outros substratos como ouvir coisas dessa lembrança, ou ver coisas dessa lembrança 🡪 homem que voltou da
guerra e acorda ouvindo barulhos de como se estivesse na guerra
● Lembrança obsessiva – é uma lembrança que fica martelando na cabeça, ou remoendo na cabeça

Alterações de reconhecimento – geralmente relacionado com surtos psicóticos

● Síndrome de Capgras – indivíduo tem a vivência de que alguém do convívio dele está com a cópia/clone
perfeito, mas que mesmo parecendo em tudo, não é a pessoa real
● Síndrome de Frégoli – pega uma pessoa totalmente desconhecida e trata como se fosse conhecido

AFETIVIDADE
Humor: é o tônus (estado duradouro) afetivo basal que se encontra em determinado momento da vida que se entra
na realidade

● Hipotimia 🡪 estado rebaixado do humor, mais triste


● Hipertimia 🡪 estado elevado do humor
o Euforia – alegria excessiva
o Elação – alegria excessiva + expansão do eu (se acha o top)
● Eutímico 🡪 estado de normalidade, mas nesse estado podem acontecer as emoções (acontecimentos ou
lembranças que levam a uma mudança de emoção, mas que é momentânea)
● Humor é o estado duradouro e as emoções são momentâneas

Afeto

Catatimia – a vida afetiva influencia as outras funções psíquicas 🡪 uma pessoa apaixonada tem uma menor atenção a
coisas negativas, se voltando para as características positivas da outra pessoa, alimentando a própria paixão, até o
juízo é alterado pelo emotivo

Reação afetiva

● Sintonização afetiva – capacidade de entrar/sentir as emoções do outro


● Irradiação afetiva – capacidade de irradiar/transmitir as emoções para o outro

Alterações das emoções e dos sentimentos

● Apatia – dificuldade de sentir emoções


● Hipomodulação do afeto – dificuldade em demonstrar emoções, tonalidade de voz igual em tudo, mas tem
emoções, só não consegue demonstrar
● Dissociação ideoafetiva – discrepância da ideia que o paciente traz e da emoção que ele transmite (falar que
quer morrer de uma forma animada)
● Embotamento afetivo – é a hipomodulação mais grave, o individuo não consegue demonstrar nenhuma
emoção
● Anedonia – incapacidade de sentir prazer nas coisas que antes sentia
● Indiferença afetiva – não demonstra a emoção esperada para determinadas situações, tudo “tanto faz” para
ele
● Labilidade afetiva – oscilação abrupta das emoções, muito rápida
● Incontinência afetiva – não consegue se conter nas emoções, riso ou choro patológico

VOLIÇÃO
É a vontade das coisas

Processo volitivo: intenção ou propósito, deliberação, decisão e execução

Alterações:
● Hipobulia/abulia 🡪 falta ou ausência de vontade, muito encontrado na depressão
● Ato impulsivo 🡪 indivíduo age sem pensar, automático, age de pronto. Passa direto do desejo para a ação,
sem passar pela deliberação.
● Ato compulsivo 🡪 ação que é decorrente de aliviar uma ansiedade ou um medo gerado por um pensamento
obsessivo (dúvida de deixar o gás ligado, gera pensamentos ruins pelo gás ligado, gera a angústia e a ação de
ir verificar se o gás está ligado para melhorar a sensação de angústia). Passa muito tempo em deliberação (o
que gera a ansiedade) até fazer a ação.

Tipos de impulsos e compulsões – faz essas coisas em busca de um prazer, de acabar com o sentimento de angustia

● Automutilação
● Frangofilia – ação de quebrar objetos, quando fica nervoso por exemplo
● Piromania – impulso de colocar fogo e sentir prazer
● Dipsomania – beber em excesso, compulsivamente
● Potomania – beber muita água

Atos e compulsões relacionados ao desejo e comportamento sexual

● Hipersexualizacao
● Fetichismo – prazer em algo especifico na hora do sexo (um sapato, uma história etc), é patológico quando
só se tem o prazer se o objeto especifico estiver envolvido
● Exibicionismo – prazer em se exibir
● Voyeurismo – prazer em ver o outro fazendo algo
● Pedofilia – patológica, causa prejuízo no outro
● Parafilia – só consegue ter o prazer com algo especifico acontecendo além do sexo convencional, um fetiche,
exibicionismo, voyeurismo etc.
● Ninfomania – desejo sexual aumentado

PENSAMENTO
Elementos constituintes: conceito, juízo e raciocínio

Processo de pensar:

● Curso
o velocidade do pensamento – se observa pela fala do paciente;
o bloqueio do pensamento/roubo do pensamento
● Forma (como estrutura as ideias)
o associação frouxa de ideias
o descarrilhamento de conteúdo
o prolixo tangencial – paciente fala e não chega num ponto
o prolixo circunstancial – paciente fala e chega em algum ponto
o fuga de ideias
● Conteúdo

o Ideias delirantes, deliriode (alteram secundários a alguma doença), conteúdo sexual, persecutório,
religioso, grandiosidade, autorreferência tudo (gira em torno de você)

JUÍZO DA REALIDADE
Erro simples:

Delírio

● Convicção extraordinária
● Impossível a modificação do delírio pela experiencia
● Conteúdo impossível
● Produção associal – não tem nenhuma cultura que acredite naquela situação
Tipos de delírio

● Persecutório – estão perseguindo


● Auto-referente – tudo fala da pessoa, TV, radio
● Religioso – se acha o novo messias
● Grandeza – se acha grandioso, rico, com super poderes

CONSCIÊNCIA DO EU
Identidade do Eu – pessoa começa a achar que ela é outra, jesus por exemplo

Atividade do Eu – pessoa não reconhece a ação que ela faz, como se alguém andasse por ela, fizesse as coisas por ela

Unidade do Eu – coexistem de duas entidades no corpo dessa pessoa, duas almas por exemplo, o paciente não
percebe que ele é um só

Oposição eu-mundo – perder os limites do eu no mundo, paciente não reconhece os limites do seu corpo, por
exemplo, ele acha que seus pensamentos não são limitados à sua cabeça, como se alguém conseguisse ver esses
pensamentos também e da mesma forma o contrário.

Insight – reconhecer a doença que tem

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