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Bernard Rangé
Professor do Departamento de Psicologia Clínica
Instituto de Psicologia
UFRJ
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Este é um manual passo-a-passo para orientar terapeutas no tratamento do Transtorno do Pânico
(TP) e da Agorafobia (AGO). Inclui uma série de etapas a serem cobertas em cada sessão. Está
baseado em evidências comprovadas pela pesquisa científica sobre esses transtornos, que podem ser
mais detalhadamente encontradas em Wolfe e Maser1. Esse livro é o resultado de uma conferência
internacional com a participação de 25 especialistas em TP e AGO que chegaram a um conjunto de
conclusões consensuais sobre estes quadros.
Estão aqui descritas também algumas estratégias de intervenção, baseadas na experiência pessoal
do autor, que complementam os dados confirmados na literatura. Certos aspectos do tratamento
decorrem desta experiência pessoal, especialmente quando dizem respeito ao enfrentamento de
problemas de natureza mais pessoal de cada paciente. Neste sentido, isto significa que estão em
teste experimental quanto a sua validade.
Há vários objetivos neste manual. Em primeiro lugar, avaliar a efetividade de treinamentos à
distância para o TP e a AGO. Considerando a escassez de oferta de tratamento cognitivo-
comportamental no Brasil, excluindo os grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro, seja no
Sistema Nacional de Saúde ou fora dele; considerando as grandes distâncias de nosso país e os
recursos financeiros exíguos da maioria da população que dificultam a mobilidade física das
pessoas, pode-se especular que um tipo de intervenção bastante estruturado, pode se prestar
satisfatoriamente a este objetivo.
Em segundo lugar, pretende avaliar a efetividade de tratamentos de curta duração. A literatura já
demonstrou a efetividade de tratamentos de doze sessões. Há evidências, ainda inconclusivas, de
que tratamentos de 3,5 horas, acompanhados de biblioterapia, podem produzir mudanças positivas.
Por outro lado, o tratamento aqui proposto visa examinar a necessidade de certas medidas
terapêuticas que exigem uma quantidade um pouco maior do este tempo mínimo. Daí o autor ter
chegado ao número de 8 sessões que inclui todos os elementos mínimos já confirmados como
efetivos
"Um período discreto de medo ou desconforto intenso no qual quatro ou mais dos seguintes
desenvolveram-se abruptamente e alcançaram um pico dentro de dez minutos:
1. palpitações ou ritmo cardíaco acelerado;
2. suor;
3. tremer ou sacudir-se;
4. sensações de falta de ar ou de asfixia;
5. sensações de sufocamento;
6. dor ou desconforto no peito;
7. náusea ou mal estar abdominal;
8. sentir-se tonto, desequilibrado, desmaiando;
9. desrealização (sentimentos de irrealidade) ou despersonalização (sentir-se
destacado de si mesmo);
10. medo de perder o controle ou ficar louco;
11. medo de morrer;
12. parestesias (sensações de dormência ou formigamento);
13. calafrios ou ondas de calor" (APA, 1994)
O DSM-IV faz distinções entre ataques inesperados (não sinalizados), ataques predispostos
situacionalmente e ataques situacionalmente disparados (sinalizados). Os primeiros parecem "vir
do nada" e não revelam estar associados com qualquer "gatilho" situacional. São essenciais para um
diagnóstico de transtorno do pânico, apesar de ocorrerem em outros transtornos também. Os
segundos não ocorrem invariavelmente depois de uma exposição a certas situações ou sinais, apesar
de que a presença destes sinais aumenta a probabilidade de um ataque. Os últimos ocorrem
invariavelmente ou imediatamente a partir da exposição a um "gatilho" situacional e são
característicos de fobias específicas e sociais.
Os critérios diagnósticos do DSM-IV para Agorafobia são os seguintes:
"A. Ansiedade de estar em lugares ou situações dos quais a fuga possa ser difícil (ou
embaraçosa) ou nas quais um socorro pode não estar disponível na eventualidade de ter um
ataque de pânico inesperado ou situacionalmente predisposto ou de ocorrer sintomas como
pânico. Medos agorafóbicos tipicamente envolvem conjuntos característicos de
situações que incluem estar fora de casa sozinho; estar numa multidão ou esperar em uma
fila; estar em uma ponte ou viajar em ônibus, trem ou automóvel.
Nota: considerar o diagnóstico de Fobia Específica se a evitação é limitada a uma ou
poucas situações específicas, ou Fobia Social se a evitação é limitada a situações sociais.
B. As situações são evitadas (por exemplo, viajar é restringido) ou são suportadas com
pronunciado mal estar ou ansiedade de ter um ataque de pânico ou sintomas como de
pânico, ou requerem a presença de uma companhia.
C. A ansiedade ou evitação fóbica não é melhor justificada por outro transtorno mental,
como Fobia Social (por exemplo, evitação limitada a situações sociais pelo medo de sentir-
se embaraçado), Fobias Específicas (por exemplo, evitação limitada a uma única situação
como elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por exemplo, evitação de sujeira
em alguém com uma obsessão sobre contaminação), Transtorno do Estresse Pós-
Traumático (por exemplo, evitação de estímulos associados com um agente estressor
severo), ou Transtorno de Ansiedade de Separação (por exemplo, evitação de afastar-se de
casa ou de parentes)." (APA, 1994)
Os critérios diagnósticos para Transtorno do Pânico sem Agorafobia são idênticos aos critérios
para Transtorno de Pânico com Agorafobia com exceção às referências a medos e evitação
agorafóbica.
Na CID-10 publicado pela Organização Mundial de Saúde (1990), que é o sistema de
classificação psiquiátrico adotado no Brasil, o Transtorno de Pânico é descrito como:
Para que você, terapeuta, possa se familiarizar mais com o trabalho com a terapia cognitivo-
comportamental, vamos fazer uma revisão dos principais conceitos e técnicas.
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Crença Central
Crenças Condicionais
Estratégias Comportamentais
Pedir ajuda, chorar, fugir
“Estou tendo um ataque cardíaco!” “Dessa vez não escapo do ataque “Vou morrer sufocada”
“Vou morrer!” cardíaco !”
“Vou morrer!”
Crença Central
(Não tenho valor)
Crença Intermediária
(Se não conseguir fazer algo,
mereço morrer)
Situação → Pensamentos Automáticos → Reações
Emocional
Nadando → “Vou ter um ataque cardíaco”. →
(Pavor)
Comportamental
→
(Chorar)
Fisiológica
→
(Taquicardia)
MAGNIFICAÇÃO: ver uma situação (ou aspectos dela) como muito mais perigosos do que de fato
ela é (p.ex., ver os seus sintomas de ansiedade como uma prova de um desastre iminente).
MINIMIZAÇÃO: fazer uma interpretação que diminui (1) a sua habilidade em lidar com uma
situação; (2) a importância dos fatores não ameaçadores de uma situação; ou (3) a presença de
fatores de socorro numa situação.
PENSAMENTO TUDO OU NADA: acreditar que você é ou (1) uma pessoa totalmente competente
como (do tipo Superhomem ou Mulher-Maravilha) (2) um cara totalmente incompetente. (Se você
não é o número 1, então você deve ser o número 2). Também pensar que seu nível de ansiedade ou
é nenhum (0%) ou é total (100%).
PERSONALIZAÇÃO: identificação extremada com situações de perigo potencial sem ter bons
motivos (p.ex., acreditar que seu avião vai se espatifar, ficar nervoso quando você vê algo ruim
acontecendo com alguém).
ERRO ORACULAR: assumir que você sabe o futuro e que ele será negativo de alguma forma
grande [mesmo que o que você teme tenha acontecido raramente (ou mesmo nunca) ou ser muito
improvável, considerados outros aspectos].
1. VULNERABILIDADE: “se uma vez eu já fiquei ansioso(a) ou tive pânico nessa situação (ou
numa similar), vai acontecer outra vez”.
2. ESCALADA: “se eu tiver essa ansiedade pequena ela vai crescer sempre mais e eu vou (1)
enlouquecer; (2) perder totalmente o controle; (3) desmaiar ou (4) morrer asfixiado ou ter um
ataque cardíaco”.
3. DESAMPARO: “tenho alguns sintomas de ansiedade; assim, vou ficar (em pouco tempo)
completamente desamparado(a) porque não consigo enfrentar ou aguentar esses sentimentos”.
a) perda de objeto tangível ou fonte de gratificação ou valorização (morte de parente, perda do emprego);
b) perda do objeto intangível (auto-estima diminuída);
c) reversão no valor de um ativo (descoberta de falta grave de cônjuge);
d) fantasia de perda futura como ocorrendo já;
e) perda hipotética (não houve mas poderia haver);
f) pseudoperda (percepção incorreta de um evento como perda).
a) expansão do domínio por incorporação de algo novo de algum valor (amor, bens, metas);
b) antecipação de expansão;
c) aumento em autoavaliação.
Raiva
Perguntas para ajudar a compor uma resposta alternativa: (1) quais são as provas que o meu pensamento é verdadeiro? Não verdadeiro? (2) Há explicações alternativas? (3) O que é o pior que poderia acontecer? Eu
poderia superar isso? É tão catastrófico assim? Qual o melhor que poderia acontecer? Qual o resultado mais provável, mais realista? (4) Se (um amigo meu) estivesse na situação e tivesse esse pensamento, o que eu
diria para ele? (5) O que eu deveria fazer a esse respeito? (6) Qual é o efeito da minha crença no pensamento automático? Qual poderia ser o efeito de mudar o meu pensamento? Reavalie a convicção nos pensamentos
automáticos e nos sentimentos associados.
© Traduzido e adaptado pelo autor a partir de um modelo de Judy Beck (1996) por Bernard Rangé
A análise dos RDPD permitirá o estabelecimento em conjunto dos "sintomas-alvo" (desânimo,
tristeza, ansiedade, falta de concentração, evitações, ideações suicidas etc.), dependendo do quadro
apresentado pelo paciente e de suas necessidades mais imediatas. A alteração das cognições que
sustentam estes “sintomas-alvo” é o passo seguinte, logicamente necessário dentro do modelo.
Uma vez que o paciente tenha adquirido uma compreensão da lógica do processo e a detectar os
pensamentos disfuncionais, é chegado o momento de generalizar o tratamento para fora do contexto
terapêutico. A aprendizagem realizada pelo paciente de como questionar suas crenças disfuncionais
poderá ser realizada por ele próprio em seu dia-a-dia e será registrada nos RDPD para posterior
análise nas sessões.
As técnicas terapêuticas destinam-se a identificar, testar na realidade e corrigir concepções
errôneas e, com isso, ajudar ao paciente a pensar mais objetiva e realisticamente. Envolvem ensinar
ao paciente a observar e controlar seus pensamentos automáticos depois dele reconhecer os
vínculos entre cognições, afetos e comportamento; a examinar evidências pró e contra seus
pensamentos automáticos; a substituir os pensamentos automáticos tendenciosos por outros mais
orientadas para a realidade; e a aprender a identificar e alterar as crenças disfuncionais que
sustentam e geram os pensamentos automáticos.
Não há obstáculos para o uso complementar de medicamentos apesar de que este uso tende a
facilitar atribuições externas (aos medicamentos) em detrimento de atribuições internas (de
aquisição de recursos pessoais) que tendem a tornar os pacientes mais vulneráveis a recidivas.
Uma relação terapêutica distingue-se de outras relações interpessoais. O estabelecimento de uma
boa relação terapêutica é fundamental para o sucesso de qualquer intervenção terapêutica, inclusive,
como se viu, na TC. Uma exagerada submissão ao método, uma inconstância no seu uso, uma
excessiva cautela prejudicam a relação terapêutica e a evolução satisfatória da terapia. Igualmente,
qualquer aspecto de didatismo exagerado ou persuasão serão contraproducentes. Deprimidos e
ansiosos tendem a estabelecer relações dependentes, o que descaracteriza o processo e a estrutura da
TC. Uma superficialidade no exame dos significados de uma experiência precisa ser substituída por
uma ênfase contínua em auto-exploração. A TC maximiza seus resultados quanto mais os
problemas são trabalhados enquanto estão "fervendo", isto é, quando ocorrem na própria sessão;
donde a necessidade de recriá-los ou até mesmo provocá-los nas sessões. Como já se viu, cuidados
devem ser tomados com "insights" intelectuais apenas e com resistências a fazer as tarefas de casa.
O êxito será consideravelmente aumentado com a utilização de técnicas comportamentais, uma vez
que a psicoterapia comportamental elaborou um conjunto formidável de conhecimentos sobre
princípios que regulam a ação já transformados em procedimentos altamente eficazes de mudança.
(Rangé, 1995a; 1995b).
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Para que você possa ajudar mais o seu paciente vamos rever um material conveniente de ser
usado com ele e que ele também o receberá.
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Pré-Tratamento
SESSÃO # 1: Triagem
1. Avaliação geral do problema (entrevista inicial)
2. Informação sobre a pesquisa
3. Ficha de Caracterização de Casos
- Estou à sua disposicão para esclarecer qualquer dúvida que você tiver. Você concorda em participar?
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SESSÃO # 2: Questionários: (para fazer em casa)
1. Questionário de Pânico
2. Questionário de Crenças de Pânico
3. Escala de Pânico e Agorafobia
4. Inventário Beck de Ansiedade
5. Inventário Beck de Depressão
6. Questionário de Cognições Agorafóbicas
7. Questionário de Sensações Corporais
8. Inventário de Mobilidade
9. SCL-90
10. EBA (Escala Brasileira de Assertividade)
SESSÃO # 3: SCID-P:
1. SCID para Transtornos de Personalidade
Tratamento
SESSÃO # 1: Objetivo: Informar
1. Discutir leituras: enfatizar aspectos importantes de cada texto, reforçar modelo cognitivo,
explicar exposição interoceptiva.
2. Introduzir a estratégia ACALME-SE
3. Provocar exercício de hiperventilação no quarto passo e usar a estratégia SPAEC
4. Introduzir treino respiratório
5. Solicitar RDPDs
6. Tarefa de casa: parte 2 do material “VENCENDO O PÂNICO” da versão dos
pacientes que inclui o preenchimento de RDPDs e o treino de relaxamento respiratório.
Sessão 1
Objetivo: Estabelecer Rapport, Oferecer Informação Básica sobre o Problema e o
Tratamento, Coletar Informações e Estabelecer Metas do Tratamento.
Metas e tarefas:
1. Estabelecer rapport. Essa sessão deverá ser eminentemente clínica, uma vez que o rapport entre
o paciente com pânico e o terapeuta é crítico para o sucesso da terapia. Um tempo considerável,
deve ser dedicado ao estabelecimento de uma relação de confiança. Para isso, é necessário que
tenha clareza sobre cada aspecto de cada intervenção. Outro aspecto importante é sua capacidade de
empatia, de aceitação incondicional e de autenticidade. Uma compreensão precisa do modelo
cognitivo é também fundamental.
2. Coleta de Dados: fazer perguntas específicas sobre a queixa principal: compreensão das
condições, conflitos etc. presentes no ataque inicial; como são os ataques (o que sente, o que pensa,
o que faz), freqüência de ocorrência, primeira ocorrência, situações em que costumam ocorrer,
estratégias de enfrentamento (auxílio médico, fugas e evitações, busca de apoio, etc.).
3. Situação Existencial: dados sobre família, relações sociais, afetivas e sexuais, vida acadêmica /
profissional, lazer, uso de substâncias (legais ou ilegais). Se já não tiver sido informado, perguntar
especificamente sobre problemas, dificuldades, conflitos, insatisfações na vida. Atenção para
verbalizações ou descrições de situações que possam expressar motivos inaceitáveis para a cultura
de formação do paciente (p.ex.: “Não podia ir para a frente nem para trás...”).
4. Oferecer informação sobre o problema (ver Informação sobre Transtorno do Pânico,Fisiologia e
Psicologia do Medo e da Ansiedade e Fisiologia da Hiperventilação).
5. Oferecer informação sobre o tratamento: apresentar a terapia cognitivo-comportamental.
6. Estabelecer metas do tratamento: identificar situações de ansiedade, reconhecer pensamentos
ansiosos e usar estratégias de enfrentamento apropriadas. Provocar mudanças pertinentes na vida.
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Informação sobre o Transtorno do Pânico
Você tem um problema bastante conhecido, tratável com remédios. Há argumentos fortes a
que tem até um nome, é muito comum e é favor desta posição, mas também há
bastante bem tratável. O nome deste problema problemas, como os efeitos secundários que
é Transtorno de Pânico e ele consiste em crises estas medicações produzem, o fato de quase
de pânico súbitas, repentinas, imprevistas, 2/3 dos pacientes voltam a ter crises, uma vez
espontâneas e recorrentes que incluem várias suspenso o tratamento e ainda as evidências de
sensações como vertigem, tonteira, cura de tratamentos não medicamentosos
taquicardia, sudorese, sensações de falta de ar, como a psicoterapia cognitivo-
formigamento, calafrios e muitas outras. Por comportamental. A nossa posição é que,
causa delas, as pessoas tendem a acreditar que quando as crises são muito intensas e
estão frente a um perigo como morte iminente, freqüentes, o uso de medicação torna-se
por ataque cardíaco ou asfixia, ou desmaio, necessário. Mas quando são menos freqüentes
queda, perda de controle, loucura etc. É tão ou mais brandas, uma intervenção estritamente
freqüente que atinge cerca de 3% da psicológica é mais desejável. Por que? Porque
população. Você não é o(a) único(a): aqui no pensamos que a causa deste problema é
Grande Rio isso representa cerca de 300.000 psicológica (o que não exclui a ocorrência de
pessoas. processos bioquímicos cerebrais). São dois
Como estas crises acontecem de repente, motivos principais:
em situações variadas, e são muito Em primeiro lugar, é preciso a gente
assustadoras, as pessoas tendem a procurar, no entender que o modo da gente pensar afeta,
início deste processo, ajuda médica, em geral isto é, determina o que se sente. Qualquer
cardiológica, por pensarem que se trata de um situação com que nos deparamos,
problema cardíaco. Aos poucos, com a automaticamente nos faz pensar coisas boas ou
repetição delas, começam a se sentir inseguras ruins sobre ela. Numa situação, se eu penso
e pouco confiantes em ficar sozinhas ou que estou em perigo, sinto medo; se penso que
saírem à rua desacompanhadas. Com isso vai acontecer uma coisa ótima, fico alegre.
passam a fazer muitas coisas apenas com a Assim, qualquer sentimento é sempre causado
companhia de alguém, na idéia de que se por algum pensamento. Mas as duas
acontecer algo, o acompanhante poderá tomar avaliações contidas nestes pensamentos podem
providências, como levá-las a um médico ou estar erradas: de repente, eu descubro que não
para casa ou outro local sentido como seguro. estou em perigo e o medo passa; e o que eu
Às vezes este problema começa de forma pensei que iria acontecer de bom era um
mais gradual, sem grandes crises, mas com um engano, e não fico mais alegre. É assim que
progressivo aumento na insegurança de fazer muitas vezes as coisas se passam na nossa
coisas sozinho(a) ou de enfrentar certas cabeça e na nossa vida.
situações como passar em túneis, andar em Quando ficamos preocupados com certos
conduções públicas (como ônibus, metrô, problemas, tendemos a sentir ansiedade. Sentir
trens, aviões), freqüentar cinemas, teatros ou medo ou ansiedade significa ter aquelas
casas de espetáculos, andar em elevadores, sensações. Se, com certas sensações do corpo,
pegar engarrafamentos etc. A idéia costuma eu ou você pensamos que vamos ter um ataque
ser a de que, como alguma crise ou mal estar cardíaco, como é que não vamos ficar
pode acontecer numa situação dessas e, como apavorados? Estamos acreditando mesmo que
a fuga delas é muitas vezes difícil, o melhor é corremos perigo. E se corremos perigo (ou
evitá-las, para não correr o risco, seja de pensamos que corremos), como não sentir
acontecer o perigo imaginado, seja de medo? A ocorrência daquelas sensações
experimentar o intenso desconforto das (produzidas por idéias de perigo) confirma
sensações. mais ainda a idéia de um ataque cardíaco
Há debates ainda sobre as causas desse iminente, o que faz aumentar ainda mais a
problema. Alguns médicos defendem que se intensidade das sensações, e assim por diante.
trata de um problema bioquímico que só é Rapidamente, portanto, numa espiral, acontece
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a crise de pânico. Mas, já reparou que tudo nunca acontece nada do que você pensa que
aquilo de pior que você prevê nunca acontece? vai acontecer, isto não será uma prova de que
Ora, isto significa que estamos avaliando mal as suas sensações não são sinais de perigo?
ou pensando errado sobre estas situações. As Descobrir isso significa que você pode ter
avaliações que fazemos sobre estas sensações estas sensações, apesar delas serem muito
estão incorretas e precisam, portanto, ser desagradáveis, e que você não precisa fugir
reformuladas. Todas estas coisas fazem com delas de que qualquer modo,
que fiquemos meio como um radar reparando desesperadamente, pois nada de perigoso está
em tudo em volta e, sobretudo, em tudo no acontecendo. O problema se reduz apenas a
nosso próprio corpo. Por causa disso qualquer você aprender a minimizar a intensidade com
alteração ou sensação "estranha" no nosso que elas aparecem, para não serem tão
corpo quase sempre acaba sendo interpretada desconfortáveis. Para isso você vai aprender a
como um sinal de uma doença perigosíssima relaxar e a respirar de uma forma que produza
ou de um perigo fatal e iminente. Mas a gente relaxamento; vai aprender a examinar os seus
pensar que alguma coisa é perigosa não quer pensamentos para poder torná-los mais
dizer que, obrigatoriamente, ela seja, por mais realistas e verdadeiros, que não possuam idéias
que o nosso pensamento pareça verdadeiro. de ameaça irreais e falsas. Conseguir mudar
Às vezes nos enganamos mesmo quando seus pensamentos ajudará, como vimos, a você
pensamos que estamos certíssimos. Por isso, o deixar de sentir medo. Para exercitar tudo isso,
tratamento consiste, em parte, em ensinar a será necessário você se expor gradualmente às
você a descobrir quando você está pensando situações que produzem ansiedade e às
certo e quando está pensando errado, para você sensações que ela produz no seu corpo, de
poder deixar de ter medo de coisas que não são modo a que você passe a reconhecer e
verdadeiras ou reais. Por isso a nós vamos compreender o que se passa com você, nos
discutir os seus pensamentos que ocorrem nas seus pensamentos e no seu corpo. Assim, você
sessões e os que ocorrem fora delas (e que vai conseguir se acalmar nas próprias
você vai trazer anotados). Você vai aprender a situações.
testá-los para ver se são verdadeiros ou se são Com isso, você poderá (1) testar suas idéias
lógicos. Por exemplo, eu quero que você distorcidas; (2) verificar que são falsas; (3)
respire forte e rápido por dois minutos. Após descobrir que não precisa fugir
30 ou 40 segundos, ou mais um pouco, pare e desesperadamente em busca de ajuda; (4)
preste atenção no que você está sentindo. Não reconhecer que, sozinho(a), você poderá
são sensações semelhantes às que você teve superar e resolver tudo até se acalmar; e (5)
quando em pânico? (Ex.: taquicardia, reconhecer que você não precisa de um
sudorese, boca seca etc.). Veja, primeiro, acompanhante para ter segurança. Você terá
como você pode fazer coisas com seu corpo, então aprendido a manejar seu
sem querer. Mesmo sem perceber, numa medo/ansiedade/pânico e estará praticamente
situação de estresse ou preocupação, bom(boa).
respiramos profundamente. Isto pode, como Mas faltará ainda alguma coisa. O outro
vimos neste exercício, provocar sensações aspecto é que ficamos assim, com Transtorno
"estranhas" no nosso corpo (como essas que de Pânico, quando temos medo de tomar
você acabou de sentir, semelhantes às de decisões ou agir de modo independente,
ansiedade). Assim, fica fácil interpretá-las autônomo, confiante e seguro em nossas vidas.
(erradamente) como sinais de ataque cardíaco Principalmente quando uma ou mais coisas
ou desmaio, por exemplo, e não apenas como estão insatisfatórias ou ruins na nossa vida da
(verdadeiramente) sinais de ansiedade gente e não sabemos o que fazer para mudá-las
decorrente de preocupações. (ou sabemos, mas temos medo de fazer o que
Você vai aprender que uma coisa é algo ser queremos). Elas nos incomodam e provocam
perigoso e outra é algo ser desagradável. Você sentimentos ruins, desagradáveis, que a gente
já viu e sabe que o que se passou com você é tenta negar, evitar percebê-los. Aí, qualquer
algo muito desagradável. Mas é perigoso? Se situação que nos faça pensar que podemos
apesar de sentir as sensações desagradáveis, perder o controle sobre eles nos ameaça, pelo
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contato com eles e pela idéia de perda de na vida: em vez de ficar se preocupando com o
controle que pode nos levar a fazer desejamos que há de ruim, com o que pode acontecer de
mas temos medo de fazer. Isto pode produzir ruim, vamos tentar fazer com que você consiga
crises de pânico que seguem a espiral que se orientar para o que há de bom, gostoso,
descrevi antes. Vamos precisar ver o que está positivo, desejável, realizador. Só manejar
insatisfatório na sua vida e o que falta para ela crises, não é o suficiente; é preciso acabar com
fique satisfatória, como você quer que ela seja. aquilo que começou a provocá-las. E isto, só
Vamos precisar ajudar a você a se reorientar com essa reorientação de vida.
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Fisiologia e Psicologia do Medo e da Ansiedade
Metas e tarefas:
Deve ser lida em voz alta pelo paciente, com o terapeuta interrompendo freqüentemente para
ressaltar, sublinhar e explicar, detalhadamente cada aspecto. A hiperventilação deve durar cerca de
2 minutos (ou um pouco mais, o necessário para criar sensações fortes equivalentes às de um ataque
de pânico, ou um pouco menos se estes sinais já estiverem acontecendo), devendo haver por parte
do terapeuta esforços em prevenir fugas e evitações das sensações. Ao longo dos dois minutos, o
terapeuta deve incentivar sempre a respiração rápida e profunda. O paciente deve apresentar
respiração muito ofegante. Se o paciente mostrar antes dos dois minutos sinais emocionais intensos
em função do exercício, ele pode ser interrompido. Enquanto faz o exercício deve ser solicitado que
o paciente identifique para si mesmo cada uma das sensações que começa a sentir enquanto a
respiração continua. Quando o exercício for interrompido deve ser introduzido imediatamente o
treino respiratório: o paciente deve começar a respirar bem suavemente com as mãos cobrindo o
nariz e a boca, até acalmar-se. Neste momento deve ser introduzida a estratégia SPAEC.
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ESTRATÉGIA A.C.A.L.M.E.-S.E.
A chave para lidar com um estado de ansiedade é aceitá-lo totalmente. Permanecer no presente e aceitar a sua
ansiedade fazem-na desaparecer. Para lidar com sucesso com sua ansiedade você pode utilizar a estratégia
"A.C.A.L.M.E.-S.E.", de oito passos. Usando-a você estará apto(a) a aceitar a sua ansiedade até que ela desapareça.
Aceite a sua ansiedade. Um dicionário define aceitar como dar “consentimento em receber”. Concorde em receber as
suas sensações de ansiedade. Mesmo que lhe pareça absurdo no momento, aceite as sensações em seu corpo assim
como você aceitaria em sua casa um visitante inesperado ou desconhecido ou uma dor incômoda. Substitua seu medo,
raiva e rejeição por aceitação. Não lute contra as sensações. Resistindo você estará prolongando e intensificando o seu
desconforto. Ao invés disso, flua com elas.
Contemple as coisas em sua volta. Não fique olhando para dentro de você, observando tudo e cada coisa que você
sente. Deixe acontecer com o seu corpo o que ele quiser, sem julgamento: nem bom nem mau. Olhe em volta de você,
observando cada detalhe da situação em que você está. Descreva-os minuciosamente para você, como um meio de
afastar-se de sua observação interna. Lembre-se: você não é sua ansiedade. Quanto mais você puder separar-se de sua
experiência interna e ligar-se nos acontecimento externos, melhor você se sentirá. Esteja com ansiedade, mas não seja
ela; seja apenas observador.
Aja com sua ansiedade. Aja como se você não estivesse ansioso(a), isto é, funcione com as suas sensações de
ansiedade. Diminua o ritmo, a velocidade com que você faz as suas coisas, mas mantenha-se ativo(a) ! Não se
desespere, interrompendo tudo para fugir. Se você fugir, a sua ansiedade vai diminuir mas o seu medo vai aumentar,
donde na próxima vez a sua ansiedade vai ser pior. Se você ficar onde está - e continuar fazendo as suas coisas - tanto a
sua ansiedade quanto o seu medo vão diminuir. Continue agindo, bem devagar !
Libere o ar de seus pulmões, bem devagar! Respire bem devagar, calmamente, inspirando pouco ar pelo nariz e
expirando longa e suavemente pela boca. Conte até três, devagarinho, na inspiração, outra vez até três, prendendo um
pouco a respiração e até seis, na expiração. Faça o ar ir para o seu abdômen, estufando-o ao inspirar e deixando-o
encolher-se ao expirar. Não encha os pulmões. Ao exalar, não sopre: apenas deixe o ar sair lentamente por sua boca.
Procure descobrir o ritmo ideal de sua respiração, neste estilo e nesse ritmo, e você descobrirá como isso é agradável.
Mantenha os passos anteriores. Repita cada um passo a passo. Continue a: (1) aceitar sua ansiedade; (2) contemplar;
(3) agir com ela e (4) respirar calma e suavemente até que ela diminua e atinja um nível confortável. E ela irá, se você
continuar repetindo estes quatro passos: aceitar, contemplar, agir e respirar.
Examine seus pensamentos. Você talvez esteja antecipando coisas catastróficas. Você sabe que elas não acontecem.
Você mesmo já passou por isso muitas vezes e sabe que nunca aconteceu nada do que você pensou que fosse acontecer.
Examine o que você está dizendo para você mesmo(a) e reflita racionalmente para ver se o que você pensa é verdade ou
não: você tem provas sobre se o que você pensa é verdade? Há outras maneiras de você entender o que está lhe
acontecendo? Lembre-se: você está apenas ansioso(a): isto pode ser desagradável, mas não é perigoso. Você está
pensando que está em perigo, mas você tem provas reais e definitivas disso?
Sorria, você conseguiu! Você merece todo o seu crédito e todo o seu reconhecimento. Você conseguiu, sozinho(a) e
com seus próprios recursos, tranqüilizar-se e superar este momento. Não é uma vitória pois não havia um inimigo,
apenas um visitante de hábitos estranhos que você passou a compreendê-lo e aceitá-lo melhor. Você agora saberá como
lidar com visitantes estranhos.
Espere o futuro com aceitação. Livre-se do pensamento mágico de que você terá se livrado definitivamente de sua
ansiedade, para sempre. Ela é necessária para você viver e continuar vivo(a). Em vez de considerar livre dela,
surpreenda-se pelo jeito como você a maneja, como você acabou de fazer agora. Esperando a ocorrência de ansiedade
no futuro, você estará em uma boa posição para lidar com ela novamente.
© Bernard Rangé, 1992b.
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Instruções: Treino Respiratório e Respiração Diafragmática
Perguntas para ajudar a compor uma resposta alternativa: (1) quais são as provas que o meu pensamento é verdadeiro? Não verdadeiro? (2) Há uma explicação alternativa? (3) O que é o pior que poderia acontecer? Eu
poderia superar isso? É tão catastrófico assim? Qual o melhor que poderia acontecer? Qual o resultado mais provável, mais realista? (4) Qual é o efeito da minha crença no pensamento automático? Qual poderia ser o efeito
de mudar o meu pensamento? (5) Se (um amigo meu) estivesse na situação e tivesse esse pensamento, o que eu diria para ele? (6) O que eu deveria fazer a esse respeito? Reavalie a convicção nos pensamentos automáticos
e nos sentimentos associados.
Registro de Ataque de Pânico
Sessão 3
Objetivo: Conscientização Corporal e Treino de Restruturação Cognitiva.
Metas e tarefas:
• De início, faça o paciente ficar o mais confortável possível. Faça-o deitar-se confortavelmente.
• Instrua-o a respirar fundo: (1) aspirando profundamente e retendo o ar por 5 segundos; (2) expirando o ar
suavemente e sinalizando para a sensação de calma que deve começar a se sentir. Instrua-o a continuar a respirar
suavemente e concentrando-se em sentir o peso do corpo, por toda a parte.
• Instrua-o a contrair os braços com força (punhos, antebraços e braços). Faça-o imaginar que está segurando algo
pesado com os dois braços estendidos. Instrua-o para sentir a tensão em cada parte deles. Mande-os então soltá-los:
“ — Solte tudo em cada braço... sinta a diferença entre o momento anterior quando estavam contraídos e agora que
estão soltos e relaxados”. Repita isto três vezes, variando o grau de tensão cada vez, contraindo cada vez menos para
que ele possa localizar onde sente tensão quando estão contraídos e aprender a soltar os músculos de modo a ficarem
bem relaxados nos locais em ele sente a tensão. Depois, instrua-o a apenas deixá-los soltos, procurando sentir o peso
de cada braço e tentando aumentar cada vez mais a sensação de peso, que será tanto maior quanto mais ele soltar os
músculos do braço e eles ficarem moles. Faça-o repetir para si mesmo dez vezes: "estou sentindo meus braços cada
vez mais pesados, pesados; estou sentindo meus braços cada vez mais soltos, relaxados e pesados". Instrua-o a sentir
como os braços vão parecendo ficar mais pesados: “ — Deixe-os ficarem bem soltos e relaxados, pesados...
pesados...”. Instrua-o a que não os movimente mais.
• Faça o mesmo com suas pernas. Instrua-o a contrair suas coxas, de modo a que sinta-as ficarem duras na parte
superior. Instrua-o a contrair as batatas das pernas, trazendo as pontas dos pés para trás, na direção das coxas.
Lembre-o de sentir toda a tensão e a localizar a tensão de suas pernas: “localize onde a sente a tensão e perceba
como suas pernas ficam quando estão tensas e duras”. “ — Agora relaxe! Solte todos os músculos das pernas.
Compare a diferença entre este momento e o anterior. Veja como é agradável ter as pernas soltas e relaxadas”.
Instrua-o a abrir os pés o máximo possível para fora e a sentir os músculos internos das coxas. “ — Agora solte-os e
sinta as pernas totalmente soltas, pesadas, com os pés caídos para os lados”. Repetir as contrações e relaxamentos
com tensões variáveis, cada vez de mor intensidade, até finalmente que o instrua a soltar tudo e deixar as pernas bem
pesadas. “ — Procure aumentar a sensação de peso soltando cada vez mais. Repita para você mesmo 10 vezes:
"estou sentindo minhas pernas cada vez mais pesadas; estou sentindo minhas pernas cada vez mais soltas,
relaxadas... pesadas... pesadas..." “. Instrua-o a não movimentá-las mais.
• Instrua-o a levantar os ombros, como se tentasse encostá-los nas orelhas e a sentir a tensão que se produz e onde ela
se localiza. Instrua-o a soltá-los e a comparar a diferença. Faça-o movimentar os ombros para trás, abrindo o peito e
a sentir a tensão que assim se produz e a perceber onde ela se localiza. Fazer o mesmo para a frente. Finalmente
faça-o soltar os ombros completamente e a deixá-los ficarem bem pesados e confortáveis. “ — Procure aumentar a
sensação de peso soltando cada vez mais. Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meus ombros cada vez
mais pesados; estou sentindo meus ombros cada vez mais soltos, relaxados... pesados... pesados..." “. Instrua-o a
não movimentá-las mais.
• Instrua-o a movimentar a cabeça para o lado direito e sentir a tensão que se produz e onde ela se localiza. Fazer o
mesmo para o lado esquerdo. Depois fazer para trás. Depois abaixando-a contra o peito. Instrua-o a procurar sentir
sempre a tensão decorrente de cada movimento e onde ela se produz. Repetir com graus diferentes de movimento e
tensão . A cada vez faça-o soltar a cabeça e o pescoço, deixando-a cair pesadamente sobre o travesseiro. Repetir: “
— Procure aumentar a sensação de peso soltando cada vez mais. Repita para você mesmo, 10 vezes: "estou sentindo
minha cabeça cada vez mais pesada; estou sentindo minha cabeça cada vez mais solta, relaxada... pesada... pesada..."
Instrua-o a não movimentá-la mais.
41
• Instrua-o então a contrair o abdômen, deixando-o bem duro. Faça-o sentir como ele fica e instrua-o a soltá-lo. Faça-
o perceber a diferença entre os dois momentos. Faça-o então contraí-lo para fora, estufando a barriga e a sentir como
ele fica. Mande-o soltar e relaxar, lembrando-o a perceber a diferença entre os dois momentos. Faça-o encolher a
barriga para o fundo, como se tentasse encostá-la nas costas e a sentir a tensão, como ela é, e onde se localiza.
Instrua-o a soltá-la e a relaxar totalmente a barriga, deixando-a movimentar-se apenas pela respiração suave e
superficial. Instrua-o a contrair os músculos do tórax a localizar a tensão. Repita três vezes com intensidades
diferentes, fazendo-o sempre identificar a localização da tensão e a soltar, em cada vez, os mesmos músculos,
deixando sempre os ombros caírem pesados. Volte a concentrá-lo na respiração e a deixá-la ficar bem suave, calma
e tranqüila. Faça-o repetir para si mesmo, 10 vezes: "estou sentindo minha respiração cada vez mais calma e
tranqüila; estou sentindo meu corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado...". Instrua-o para que
continue respirando calmamente, tranqüilamente, de modo bem superficial e suave, procurando sentir o peso do
corpo.
• Instrua-o a contrair a testa como se ele quisesse olhar acima de sua cabeça sem movimentá-la. Ela vai ficar toda
enrugada, como quando alguém fica espantado. Faça-o perceber onde se localiza a tensão e a soltar a testa e o couro
cabeludo, percebendo a diferença entre os dois momentos. Faça-o então franzir o cenho, ensinando-o a encostar
uma sobrancelha na outra. Faça-o sentir onde localiza esta tensão e a soltar e relaxar a sua testa, completamente.
Diga-lhe para deixá-la ficar solta e relaxada. Faça-o repetir para si mesmo, 10 vezes: "estou sentindo minha testa
cada vez mais calma e tranqüila; estou sentindo meu corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado...".
Instrua-o para que continue respirando calmamente, tranqüilamente, de modo bem superficial e suave, procurando
sentir o peso do corpo.
• Instrua-o a fechar os olhos e a contrair as pálpebras com força. Faça-o sentir a tensão que se produz e onde ela se
localiza. Diga para soltá-las, deixando-as apenas caírem sobre os olhos. Diga-lhe então para movimentar os olhos,
sem abri-los, para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo e para sentir a tensão que se produz (como se
quisesse acompanhar o movimento de uma borboleta). Diga-lhe então para deixá-los soltos e para perceber a
diferença entre tensão e relaxamento nos olhos e pálpebras. Repita estas instruções três vezes. Diga-lhe, então para
deixar suas pálpebras ficarem bem pesadas, pesadas, caindo pesadamente sobre os olhos e estes soltos, bem soltos.
Diga-lhe: “Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo minhas pálpebras e olhos cada vez mais pesados;
estou sentindo minhas pálpebras e olhos cada vez mais soltos, relaxados... pesados... pesados..." “. Instrua-o a não
movimentá-los mais.
• Instrua-o a contrair os lábios, mandíbulas, língua e boca e a sentir a tensão que se produz na parte de baixo da face.
Diga-lhe para soltar tudo, deixando o queixo cair e a boca ficar entreaberta. Mostre-lhe como sua face está cada vez
mais relaxada: sua testa está solta, seus olhos e pálpebras estão pesados, seus lábios estão soltos, sua boca está
entreaberta e pesada pois seu queixo está caído. Faça-o repetir: “ — Procure aumentar a sensação de peso soltando
cada vez mais, repetindo para você mesmo, 10 vezes: "estou sentindo minha boca cada vez mais pesada; estou
sentindo boca cada vez mais solta, relaxada... pesada... pesada..." “. Instrua-o a não movimentá-la mais.
• Instrua-o a continue a respirar suavemente e a reparar como sua respiração está calma e tranqüila, sua face está solta
e relaxada, seu corpo está pesado... pesado... Faça-o repetir para si mesmo, 10 vezes: "estou sentindo meu corpo
cada vez mais relaxado, calmo e tranqüilo, pesado... pesado". Diga-lhe: “ — Procure sentir o seu corpo todo
relaxado e pesado. Sinta como é agradável ter o corpo todo relaxado. Repita para você mesmo, outra vez, 10 vezes:
"estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado... calmo... tranqüilo... pesado... pesado... calmo... tranqüilo...
pesado, pesado..."
• Faça-o imaginar uma situação muito relaxante, calma, tranqüila: pode ser ele deitado em uma praia deserta, na
sombra, com uma pequena brisa roçando seu corpo; ou deitado numa relva, no campo; enfim, aquela situação em
que ele pense que ficaria o mais relaxado possível, calmo... tranqüilo... pesado... pesado... Faça-o observar como o
seu corpo está verdadeiramente muito pesado. Faça-o sentir a resistência da cama ou sofá onde ele está deitado
contra o corpo dele. Deixe-o ficar assim por um minuto, sentindo o gozo de estar totalmente relaxado.
• Faça-o começar a movimentar suavemente os dedos das mãos, dos pés, os braços e pernas, depois abrir os olhos e
começar a espreguiçar-se bem devagar, dizendo mentalmente a fórmula: “Cinco, quatro...três...dois...um. Estou me
sentindo bem, calmo e tranqüilo”, até finalmente se levantar.
42
Instruções de Relaxamento (para pacientes)
• De início, procure ficar o mais confortável possível. Deite-se confortavelmente, procurando livrar seu corpo de toda
tensão, deixando-o mole.
• Agora respire fundo, aspirando profundamente e retendo o ar por 5 segundos. Expire, exalando o ar suavemente e
sentindo uma sensação de calma começando a se expandir. Então continue a respirar suavemente, apenas
concentrando-se em sentir o peso de seu corpo, por toda a parte.
• Estude o peso de seu próprio corpo. Isso deverá trazer uma sensação de calma e tranqüilidade por toda a parte
(pausa de 10 segundos).
• Contraia suavemente os seus braços (punhos, antebraços e braços). Imagine que você está segurando algo pesado
com seus dois braços estendidos. Sinta a tensão em cada parte deles. Solte-os! Solte tudo em cada braço. Sinta a
diferença entre o momento anterior quando estavam contraídos e agora que estão soltos e relaxados. Repita isto três
vezes, variando o grau de tensão cada vez. Procure localizar onde você sente tensão quando estão contraídos e solte
os músculos de modo a ficarem bem soltos e relaxados nos locais em você sente a tensão. Depois apenas deixe-os
soltos, procurando sentir o peso de cada braço e tentando aumentar cada vez mais a sensação de peso que será maior
quanto mais você soltar seus músculos do braço e eles ficarem moles. Repita para si mesmo dez vezes: "estou
sentindo meus braços cada vez mais pesados, pesados; estou sentindo meus braços cada vez mais soltos, relaxados e
pesados". E vá sentindo o relaxamento deles aumentar. Deixe-os ficarem bem soltos e relaxados, pesados...
pesados... (Não os movimente mais.)
• Faça o mesmo com sua pernas. Contraia suas coxas, sentindo-as ficarem duras na parte superior. Contraia sua
batatas das pernas, trazendo as pontas dos pés para trás, na direção das coxas. Sinta toda a tensão de suas pernas.
Localize onde a sente a tensão e perceba como suas pernas ficam quando estão tensas e duras. Agora relaxe! Solte
todos os músculos das pernas. Compare a diferença entre este momento e o anterior. Veja como é agradável ter as
pernas soltas e relaxadas. Abra os pés o máximo possível para fora e sinta os músculos internos das coxas. Solte-os e
sinta as pernas totalmente soltas, pesadas, com os pés caídos para os lados. Repita contrações e relaxamentos com
tensões variáveis até finalmente soltar tudo e deixar as pernas bem pesadas. Procure aumentar a sensação de peso
soltando cada vez mais. Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo minhas pernas cada vez mais pesadas;
estou sentindo minhas pernas cada vez mais soltas, relaxadas... pesadas... pesadas..." (Não as movimente mais.)
• Levante os ombros, como se tentasse encostá-los nas orelhas. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza.
Solte-os. Compare a diferença. Movimente-os para trás, abrindo o peito. Sinta a tensão e perceba onde ela se
localiza. Faça o mesmo para a frente. Solte os ombros completamente e deixe-os ficarem bem pesados e
confortáveis.
• Movimente sua cabeça para o lado direito e sinta a tensão que se produz e onde se localiza. Faça o mesmo para o
lado esquerdo. Depois faça para trás. Depois levante-a um pouco e sinta a tensão e onde ela se produz. Solte a
cabeça e o pescoço, deixando-a cair pesadamente sobre o travesseiro.
• Contraia o abdômen deixando-o bem duro. Sinta como fica e solte-o. Perceba a diferença entre os dois momentos.
Agora, contraia-o para fora, estufando a barriga. Sinta como ele fica e relaxe, percebendo a diferença entre os dois
momentos. Encolha a barriga para o fundo, como se tentasse encostá-la nas costas. Sinta a tensão, como ela é e onde
se localiza. Solte e relaxe totalmente a barriga. Deixe-a movimentar-se apenas pela respiração suave e superficial.
Solte os músculos do tórax, deixando os ombros caírem pesados. Concentre-se na sua respiração e deixe-a ficar bem
suave, calma e tranqüila. Repita para si mesmo 10 vezes: "estou sentindo minha respiração cada vez mais calma e
tranqüila; estou sentindo meu corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado..."
• Contraia sua testa como se você quisesse olhar para cima da sua cabeça sem movimentá-la. Ela vai ficar toda
enrugada, como quando a gente fica espantado. Perceba onde se localiza a tensão. Solte a sua testa e couro cabeludo
e perceba a diferença entre os dois momentos. Franza o cenho, encostando uma sobrancelha na outra. Sinta onde
localiza esta tensão. Solte e relaxe a sua testa, completamente. Deixe-a ficar solta e relaxada.
43
• Feche seus olhos e contraia suas pálpebras com força. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte.
Deixe-as apenas caírem sobre os olhos. Movimente agora os seus olhos, sem abri-los, para a direita e para a
esquerda, para cima e para baixo. Sinta a tensão que se produz. Agora deixe-os soltos. Perceba a diferença entre
tensão e relaxamento nos olhos e pálpebras e deixe ambos ficarem bem relaxados. Deixe suas pálpebras ficarem
bem pesadas, pesadas, caindo pesadamente sobre os olhos e estes soltos, bem soltos.
• Contraia seus lábios, mandíbulas, língua e boca. Sinta a tensão que se produz na parte de baixo de sua face. Solte
tudo. Deixe seu queixo cair e a boca ficar entreaberta. Sinta como sua face está cada vez mais relaxada: sua testa
está solta, seus olhos e pálpebras estão pesados, seus lábios estão soltos, sua boca está entreaberta e pesada pois seu
queixo está caído.
• Continue a respirar suavemente. Repare como sua respiração está calma e tranqüila, sua face está solta e relaxada,
seu corpo está pesado... pesado... Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais
relaxado, calmo e tranqüilo, pesado... pesado".
• Sinta o seu corpo todo relaxado e pesado. Sinta como é agradável ter o corpo todo relaxado. Repita para você
mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado... calmo... tranqüilo... pesado... pesado...
calmo... tranqüilo... pesado, pesado..."
• Imagine uma situação muito relaxante, calma, tranqüila: pode ser você deitado em uma praia deserta, na sombra,
com uma pequena brisa roçando seu corpo; ou numa relva no campo; enfim, aquela situação em que você ficaria o
mais relaxado possível, calmo... tranqüilo... pesado... pesado... Observe como o seu corpo está verdadeiramente
muito pesado. Sinta a resistência da cama ou sofá onde você está deitado. Deixe-se ficar assim por um minuto,
sentindo o gozo de estar totalmente relaxado.
• Quando tiver cansado de estar relaxado, comece a movimentar suavemente os dedos das mãos, dos pés, os braços e
pernas, depois abra os olhos e comece a se espreguiçar bem devagar, dizendo mentalmente a fórmula: “Cinco,
quatro...três...dois...um. Estou me sentindo bem, calmo e tranqüilo”, até finalmente se levantar.
44
Instruções para Exposição Interoceptiva
“Condicionamentos interoceptivos são associações entre estímulos internos do corpo. Vamos supor
que antes de seu primeiro ataque de pânico você tenha começado a sentir algumas sensações (p.ex.:
pequena tonteira, alguma sudorese, baixa taquicardia etc.). Estas sensações foram crescendo até
ocorrer o ataque, isto é, elas chegaram à sua intensidade máxima. Supõe-se que, num
condicionamento interoceptivo, as sensações iniciais fiquem associadas com as últimas de tal forma
que começar a sentir as primeiras sensações faça disparar as últimas (isto é, um novo ataque). Esta
associação é equivalente a um condicionamento pavloviano, tal como o cheiro de uma comida
saborosa dispara saliva em nossa boca, o mesmo acontece internamente em nosso corpo. Para
anular esta associação é necessário experimentar as sensações iniciais em uma situação segura,
como esta desta sala, durante esta consulta, em que você se sente protegido por minha presença,
sem elas serem seguidas por novos ataques. Assim, você vai começar a se habituar às sensações e
elas não vão disparar novos ataques. Ficou claro?”
Solicitar que o paciente realize os exercícios abaixo conforme descritos. Anotar nas colunas
correspondentes as avaliações feitas pelo paciente. Solicitar que o/a paciente os faça uma vez por
dia em casa (e em outros locais considerados seguros por ele/ela), anotando os resultados das
sensações nas colunas correspondentes. Os resultados de intensidade da sensação e de similaridade
devem se manter, mas os resultados de ansiedade devem cair. Nas seções subsequentes, solicitar
que faça uma hierarquia de situações reais em que se produzam sensações equivalentes (p.ex.:
montanha russa, caminhadas, dançar etc.) para que o paciente se exponha progressivamente a cada
uma.
Exercícios de Exposição Interoceptiva (folha de exemplo para o terapeuta)
Intensidade
Duração da sensação Ansiedade Similaridade
Exercício (seg) (0-10) (0-10) (0-10)
Sacudir a cabeça de um lado para o outro 30
Colocar a cabeça entre as pernas e levantar 30
Correr parado 60
Prender a respiração 30 ou mais
Tensão muscular completa do corpo 60 ou mais
Rodar numa cadeira giratória 60
Hiperventilar 60
Respirar por um canudo fino 120
Manter o olhar em um ponto na parede ou na
própria imagem no espelho 90
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Exercícios de Exposição Interoceptiva para Pacientes
Intensidade
Duração da sensação Ansiedade Similaridade
Exercício (seg) (0-10) (0-10) (0-10)
Sacudir a cabeça de um lado para o outro 30
Correr parado 60
Hiperventilar 60
Intensidade
Duração da sensação Ansiedade Similaridade
Exercício (seg) (0-10) (0-10) (0-10)
Sacudir a cabeça de um lado para o outro 30
Correr parado 60
Hiperventilar 60
Sessão 4
Objetivo: Fortalecer Auto-eficácia.
Metas e tarefas:
Crença n° 1
1. É possível que, mesmo que você consiga 100 vezes amor e aprovação em 100 tentativas, que na vez seguinte
alguém lhe negue isso?
2. É possível que, mesmo que você tenha obtido amor e aprovação, isso possa não ser suficiente, pois acabarão
surgindo preocupações sobre o quanto você foi aprovado(a) e amado(a), se ainda o consegue e até quando o
conseguirá?
3. É possível que, pelos próprios preconceitos ou tendenciosidades do outro, você possa só receber indiferença ou
reprovação, ao invés daquilo que deseja?
4. É possível que o gasto de energia para tentar agradar todas as pessoas faça com que reste muito pouca energia para
seus outros objetivos na vida?
5. É possível que sua busca compulsiva de amor e aprovação acabe gerando um comportamento inseguro que conduza
mais à perda de aprovação e respeito do que a seu ganho?
6. É possível que amar alguém, que é uma coisa prazerosas e absorvente, possa ficar inibida e impedida de expandir-se
pela busca incessante de ser amado(a)?
• É muito mais prazeroso ser aprovado e amado pelas próprias realizações. Elas é que sustentam uma forte auto-
estima: é por nossas conquistas, principalmente as mais difíceis, que gostamos cada vez mais de nós mesmos. A
necessidade (infantil) de ser amado incondicionalmente sustenta uma falsa e frágil auto-estima, pois ela depende
sempre de novas provas de amor e aprovação em cada momento. Uma verdadeira e forte auto-estima deriva de um
comprometimento determinado em seguir os próprios objetivos, não de aprovações alheias.
• É desagradável não receber amor ou aprovação de alguém importante para você; mas isso é catastrófico?
• Suas ações devem ser guiadas pelos seus desejos, não pelo desejo dos outros. Afinal, de quem é a sua vida?
• Você está trabalhando no seu jardim e vê que seu vizinho está tendo dificuldades para cortar
uma árvore. Você vai até o jardim do seu vizinho e ele diz: “Eu não vou conseguir cortar esta
árvore hoje.” Você responde: ______________
• Você é o chefe da comissão financeira da igreja. Um dos membros da comissão fez um trabalho
extraordinário no contato com empresas locais, garantindo doações das empresas e colaborações
individuais. Com este esforço, o aumento do fundo será um sucesso. Você deseja falar para esta
pessoa o quanto aprecia seus esforços. Esta pessoa se aproxima de você e diz: “Bem, o que você
acha nós deixamos de fazer?” Você responde: _______________
• Você acaba de chegar em casa de uma longa viagem de trabalho. Você repara que a sua caixa de
correspondência está vazia, exceto pelo seu correio particular. Seu colega diz, “Eu sabia que
você estaria cansado depois da viagem e não queria que você visse a caixa cheia de problemas
51
logo no seu primeiro dia de volta. Então eu guardei suas contas. Agora você pode passar a
manhã apenas vendo sua correspondência.”Você responde: __________________
• Você teve que fazer uma apresentação difícil no trabalho. Você estava bem preparado e achou
que a apresentação foi satisfatória. Seu colega de trabalho vem até você depois da apresentação
e diz, “Ótimo trabalho. Você fez uma excelente apresentação!” Você responde:
______________
• Você deve receber alguns clientes importantes na sua casa. Sua esposa trabalhou muito para ter
certeza de que a noite fosse um grande sucesso. Graças aos esforços de sua esposa tudo saiu
perfeito. Depois, sua esposa diz, “eu estou realmente cansada.” Você responde: _____________
• Você gastou um tempo considerável ajudando um amigo a fazer inúmeros afazeres domésticos.
Seu amigo está muito grato e diz, “Eu gostei muito de você ter passado este tempo todo me
ajudando. Eu acho que não teria conseguido fazer tudo sozinho.” Você responde: ____________
• Você esteve fazendo compras num shopping e fez uma grande quantidade de compras. Você
está achando difícil carregar tudo para o seu carro. Assim que se aproxima da porta, um homem
ou uma mulher diz a você, “Parece que você não conseguirá fazer isto com todos estes pacotes.
Posso lhe ajudar?” Você responde: _______________
52
Sessão 5
Objetivo: Manejo existencial
Metas e tarefas:
Deve-se discutir neste momento também a noção hedonismo responsável. Entende-se por isto a
idéia que somos movidos por desejos, mas que isto só se justifica se for feito de forma racional, isto
é, em que se avalie as implicações positivas e negativas de curto, médio e longo prazo de cada
decisão. Senão poderíamos agir impulsivamente e nos arrepender de nossas decisões. Deve-se
discutir também a medida em que uma (ou mais) das próximas três crenças possam estar sendo
Crença # 2
A idéia que devo ser inteiramente competente, adequado e realizador em todos os aspectos
possíveis para poder me considerar como tendo valor.
Se o paciente, por efeito de sua reflexão, chegar a uma conclusão de que não é racional fundar a
sua ação na Crença nº 2, ele deverá fazer esforços para modificar essa forma de funcionar na vida.
Um primeiro passo é ele começar a fazer as coisas que lhe são prazerosas no presente (donde o
Curtograma) e, depois, tentar aplicar isso ao seu futuro (donde a Lista de Desejos, que será
solicitada na seção seguinte).
53
Contestações às Crenças Irracionais (Albert Ellis, 1962)
Crença nº 2
2. É possível que uma busca desenfreada pelo sucesso ultrapasse os limites do corpo e provoque doenças
psicossomáticas?
3. É possível que, ao fazer comparações dos seus sucessos com os dos outros, você esteja sendo guiado(a) por padrões
externos e não pelos seus objetivos pessoais?
Se você pensa que tem que ter sucesso marcante, você não está apenas se desafiando e testando suas próprias
capacidades; está, invariavelmente, se comparando com outros e tentando superar os melhores. Assim, você passa a
ser guiado/a pelos outros, mais do que por si mesmo/a. Desse modo, sem se dar conta, você estabelece metas não
alcançáveis, uma vez que, mesmo que você possa ser extremamente destacado em algo, sempre poderá aparecer
alguém melhor. Não faz sentido comparar-se a outros, uma vez que não se pode ter controle sobre o comportamento
dos outros, só sobre os próprios.
4. É possível que a concentração na crença de ter que ser competente desvia você da meta principal da vida, que é ser
feliz?
Já pensou que isso se alcança (1) experimentando e descobrindo quais são seus desejos mais gratificantes na vida e
(2) corajosamente (não importando o que os outros pensem) gastando uma boa parte do pouco tempo que dura a
sua vida perseguindo isso?
5. É possível que uma preocupação excessiva com competência acabe resultando em muito medo de correr riscos, de
errar, de falhar em certos empreendimentos e que estes próprios medos sabotem os objetivos que você quer alcançar,
pelo efeito negativo que produzem no desempenho?
• É melhor tentar fazer, mais do que se matar para tentar fazer bem; e que é melhor focalizar no processo mais do que
no resultado.
• Ao tentar fazer algo, é melhor fazer pelo prazer de fazer bem feito, mais do que para agradar alguém.
• Uma coisa é tentar fazer bem alguma coisa pela satisfação que isso dá; outra é tentar fazer perfeitamente bem. Uma
coisa é tentar o seu melhor; outra é tentar ser melhor do que os outros.
• Os esforços valem pela realização em si ou pela realização com a satisfação que ela traz?
• Os erros, mais do que algo para se recriminar, são muito valiosos, pois é através deles que se aprende. Aceite a
necessidade de ter que praticar muito se você quiser ter sucesso em alguma coisa; a necessidade de se forçar a fazer
as coisas que você tem medo de fazer; e o fato de que seres humanos são limitados, e você, particularmente, tem
suas limitações específicas.
Sessão 5 (continuação)
Ele/ela precisará ser também mais assertivo no sentido de dizer não a solicitações injustificadas.
Estas afirmações nos mostram que não precisamos agradar a todos e ignorar nossas vontades ou
desejos; nos mostram também que todos cometemos erros enquanto aprendemos, e que não
Este tipo de atitude permite a uma pessoa tomar o tempo que precisa para se sentir saudável,
descansada e excitada com a vida. Procure observar que obstáculos estão obstruindo seu caminho
para realizar estas afirmações. Enfoque sua atenção nos meios de como aceitar estas afirmações em
sua vida. Em seguida deixe que seus pensamentos reflitam o que ela acredita. Algumas vezes ela
terá que atuar como se acreditasse realmente nelas, antes que descubra como elas vão lhe servir
adequadamente, no futuro.
— ela poderá dar um enfoque especial na forma com que estas atitudes a apoiam e a ajudam em
seus sintomas de pânico. Se um dos medos principais do pânico, é o senso de sentir-se preso,
confinado e fora de controle, então qualquer mensagem que enviamos e que limita opções, também
aumentará o desconforto.
55
Aqui segue mais algumas dessas atitudes permissíveis:
* Posso estar um pouco ansioso(a) e ainda assim me desempenhar bem minhas atividades.
* Posso me permitir sentir estes sentimentos.
* Posso manejar estes sintomas.
* Estou livre de ir e vir de acordo com meu conforto.
* Sempre tenho opções.
* Sem dar importância ao que faço ou onde vou, posso ter liberdade de escolha.
* Isto não é uma emergência; posso pensar sobre o que quero.
* Posso estar relaxado(a) e controlado(a) ao mesmo tempo.
* Não tem problema em me sentir seguro(a): aqui, está tudo bem.
* Mereço me sentir confortável aqui.
* Posso me acalmar e pensar.
* Confio em meu corpo.
* Aprendendo em confiar em meu corpo, terei ainda mais controle sobre ele.
• Você chamou uma pessoa para pintar a sua casa. Saiu para trabalhar e quando voltou para casa a
noite vê que os pintores já estão acabando o trabalho. O pintor avisa a você que enquanto eles
estavam pintando eles perceberam que você estava precisando de novas calhas e ele diz,
“Haverá um extra de 400 reais pelas calhas. Você pagará a vista ou no cartão?". Você responde:
______.
• Assim que você chega ao trabalho numa manhã você nota um funcionário estacionando no lugar
que é reservado a você. A pessoa abaixa o vidro e diz, “Desculpe, estou com pressa... espero que
você não se importe”. Você responde: __________
56
• Você parou na academia a caminho de casa. Você está esperando para usar o aparelho de
musculação por pelo menos 10 minutos. De repente alguém para na sua frente na fila. A pessoa
obviamente sabe que está furando a fila na sua frente. Você responde: _____________
• Seu/sua melhor amigo liga para você e pede para fazer-lhe um favor. Quando você escuta o que
é, você percebe que é claramente sem sentido. Você responde: ___________
NÃO FAÇO
FAÇO
NÃO GOSTO
SESSÃO # 6: Objetivo: Manejo existencial (segunda parte)
1. Análise dos RDPDs
2. Análise do Curtograma e incentivar o cliente a fazer o que gosta mas não faz
3. Fazer mais exposições situacionais da hierarquia
4. Treino em assertividade (terceira parte: pedir coisas ou ajuda etc. a outros )
5. Discussão da Crença # 3 de Ellis
6. Tarefas para casa: parte 6 do material “VENCENDO O PÂNICO” da versão dos
pacientes e (a) preencher RDPDs; (b) solicitar Lista de Desejos; (c) continuar a fazer auto-
exposições; (d) pedir coisas, ajuda para outras pessoas ou para elas mudarem seu
comportamento;
Sessão 6
Esta sessão será dedicada fundamentalmente a discutir as dificuldades de uma pessoa ser pouco
tolerante a frustrações (Crença n º 3); a incentivar iniciativas na direção de funcionar segundo seus
desejos; a fazer novas exposições situacionais da hierarquia; e a exercitar a terceira parte do treino de
assertividade.
Crença n 3
É normal ficar frustrado quando as coisas não saem do jeito que a gente quer, mas ficar muito deprimido
ou irritado quando isto acontece é irracional por vários motivos:
1. Não há motivos para que as coisas devam ser diferentes do que são, não importando o quanto elas
sejam insatisfatórias ou injustas. É satisfatório quando as coisas acontecem do jeito que a gente
deseja, mas isto não é necessário ou obrigatório. A idéia de um mundo justo é só um ideal social.
2. Sentir-se inconsolável frente a situações adversas não ajuda a transformar as coisas. O contrário é o
mais provável: quanto mais afetada pelas circunstâncias adversas, mais ineficiente uma pessoa se
torna para tentar reverter as coisas e alcançar o que deseja.
3. Quando as coisas não são da forma que queremos, deve-se fazer o máximo para mudá-las, mas
quando isso é impossível, momentaneamente ou para sempre, a única atitude saudável é resignar-se.
4. Mesmo havendo uma grande relação entre frustração e raiva, pode-se constatar que são nossas
interpretações dos acontecimentos que geram a raiva. Uma pessoa só sente necessariamente infeliz e
irada se ela estabelece suas preferências em termos de necessidades.
• Será que estou vendo como catastrófico, terrível ou fatal algo que é apenas desagradável?
• De que forma possa aprender com essa experiência frustrante, usá-la como um desafio e integrá-la de
modo útil à minha vida? Será que não estou duplicando meu sofrimento ao irritar-me com a própria
irritação?
Nessa sessão também deverá ser solicitada uma Lista de Desejos para os pacientes conforme o
modelo a seguir.
60
Lista de Desejos ©
1. Liste todos os desejos que você possa identificar que tem em sua vida. Inclua desejos de curto-prazo, talvez de realização
mais fácil, até desejos de muito longo-prazo, difíceis de alcançar. Mas uma coisa é importante: que sejam desejos seus,
não coisas que possam ser consideradas “certas” por quem quer que seja.
2. Quando não identificar mais nenhum, guarde esta folha, mas continue pensando durante a semana sobre o assunto. Cada
vez que lembrar de outros, registre-os.
3. Registre seus desejos de forma precisa, definida e positiva, de modo que qualquer pessoa possa vir a reconhecer que você
o tenha alcançado. Assim, por exemplo: “Quero uma casa nas montanhas” ou “Quero fazer ______ como uma marca de
minha passagem pela vida” ao invés de “Quero me sentir bem” ou “Não quero ser triste”.
4. Depois, quando considerar que não encontra outros desejos, dê uma nota de 1 a 5 a cada um, em que 1 são os desejos
“número 1”, os mais importantes, atraentes, intensos etc. para você, em sua vida; 2, um pouco menos; e assim por diante,
até os de valor 5.
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©
Bernard Rangé
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No que diz respeito à terceira parte do treino assertivo, pode-se dramatizar situações corriqueiras como
solicitar que a comida venha do jeito que ela sido solicitada, ou pedir para examinar vários sapatos e não
levar nenhum ou outras contidas num questionário de assertividade como a Escala Rathus ou a Escala de
Assertividade de Rimm e Masters. Ver modelos a seguir.
62
ESCALA DE ASSERTIVIDADE RATHUS
11. Com freqüência não sei o que dizer a pessoas do sexo oposto
Escore Bruto P T P T
4 **** **** 1 20
5 **** **** **** ****
6 **** **** **** ****
7 **** **** **** ****
8 1 27 2 26
9 **** **** 2 27
10 1 30 3 29
11 4 31 3 30
12 6 33 5 31
13 8 34 5 33
14 11 36 7 34
15 13 37 10 36
16 13 39 12 37
17 18 40 14 39
18 22 42 19 40
19 27 43 22 41
20 32 45 25 43
21 40 46 27 44
22 43 48 34 46
23 49 49 39 47
24 57 51 43 48
25 62 52 48 50
26 66 54 56 51
27 71 55 62 53
28 76 57 66 54
29 79 58 71 55
30 83 60 76 57
31 86 61 80 58
32 90 63 83 60
33 93 64 89 61
34 95 66 93 62
35 96 67 95 64
36 98 69 96 65
37 99 70 97 67
38 **** **** 99 68
M = 25.1 DP = 7.09
M = 23.6 DP = 6.69
UNIVERSITÁRIOS
M = 25.8 DP = 6.55
NÃO UNIVERSITÁRIOS
M = 23.4 DP = 6.99
Inventário de Assertividade
65
Muitas pessoas sentem dificuldades em lidar com certas situação interpessoais que lhes exijam habilidades assertivas
como, por exemplo, recusar um pedido, pedir um favor, fazer um elogio, expressar aprovação ou reprovação. Por favor,
indique seu grau de deconforto, mal estar ou ansiedade para cada uma das situações abaixo enumeradas no local indicado,
de acordo com a seguinte escala:
1 = nada
2 = um pouco
3 = razoável
4 = muito
5 = demais
Indique também a probabilidade de você apresentar este comportamento se realmente se deparasse com a situação, de
acordo com a seguinte escala:
1 = sempre faz
2 = geralmente faz
3 = faz a metade das vezes
4 = raramente faz
5 = nunca faz
Exemplo: se você sente muito desconforto quando pede desculpas, assinale 4 na coluna “grau de desconforto”; e se você
raramente pede desculpas, assinale 4 na coluna “probabilidade de resposta”.
Finalmente, indique as situações nas quais gostaria de agir mais assertivamente fazendo um círculo nos ítens correspondentes.
66
Inventário de Assertividade
Lista de Desejos
Em primeiro passa-se a analisar a Lista de Desejos que deve ter sido trazida preenchida. Deve-se
examiná-la com atenção, já que ela representa um (dos) plano possível para a vida futura do paciente.
Deve-se ver o que ele poderá fazer até a próxima sessão para que ele esteja começando a satisfazer essas
metas.
Pedindo aos outros para mudar o seu comportamento
Às vezes simplesmente pedir a uma pessoa para evitar um determinado tipo de comportamento é
insuficiente. A pessoa pode precisar que lhe diga diretamente como se comportar de forma mais
apropriada. Mais uma vez o elemento mais importante deve ser focalizado no comportamento e não na
pessoa e isso de uma maneira calma.
1. Manter o contato visual enquanto falar.
2. Usar um tom de voz firme, porém agradável.
3. Começar com um pedido de desculpas e repetir a exigência; “Desculpe-me mas...”
4. Dizer como você gostaria que a pessoa agisse futuramente quando uma situação semelhante
ocorrer.
• Você reservou uma cadeira no corredor do avião. Quando você chega no local, descobre que alguém
já está sentado ali. Você pede então que o outro verifique o cartão de embarque porque este é o seu
lugar. A pessoa responde que reservou o lugar junto a janela, mas que diferença faz, já que um lugar
e um lugar e o resto pouco importa e deixa você passar para o assento junto a janela. Você pede que
ele troque de lugar e ele responde; “Não sei porque você está fazendo tanta questão disto... Por que
não fica no outro lugar?“ Você responde: _____________.
68
• Você acaba de chegar em casa do trabalho e está muito cansado/a. Seu/sua marido/esposa lhe
conta que ele/a aceitou um convite a ambos para visitar alguns amigos aquela noite. Você preferiria
ficar em casa. Seu/sua marido/esposa diz, “Eu achei que você gostaria de sair esta noite. Estão nos
esperando lá daqui a uma hora.” Você responde: _____________
• Você está com amigos em um restaurante. Quando chega o seu jantar, está frio. Você olha em sua
volta e percebe que ninguém mais está tendo o mesmo problema com a comida. O garçom vem até a
mesa e diz, “Como está tudo?” Você responde: __________
• Recentemente, seu/sua melhor amigo/a teve que começar a trabalhar nas manhãs de sábado. Era
apenas “por algumas semanas” e você concordou em tomar conta dos filhos pequenos do seu/sua
amiga. Você realmente gostaria de ter de volta suas manhãs de sábado. Seu/sua amiga deixa as
crianças e diz, “ Você é a salvação por tomar conta deles para mim.” Você responde: ____________
• Você tem trabalhado muito em um projeto. Seu chefe quer que você revise a proposta e dá a você
sugestões específicas. Você já tentou estas idéias e elas não funcionam. Seu chefe diz, “Por que você
não fez o que eu pedi?” Você responde: _______
• Você têm planejado um final de semana fora por algumas semanas. Seu chefe entra na sua sala e diz
que você terá que trabalhar no sábado. Apesar de você perder o depósito da viagem se você cancelá-
la, seu chefe diz, “Eu estou indo embora agora. Você terá que trabalhar amanhã e terminar esta
proposta. É a sua primeira obrigação para segunda-feira.” Você responde: _______________
• Você está trabalhado para uma nova empresa há alguns meses. Seu chefe nunca lhe deu nenhum
retorno sobre seu desempenho e você supõe que tudo é satisfatório. Um dia seu chefe lhe chama à
sala dele e diz, “Seu desempenho no trabalho é abaixo do padrão. Nós vamos ter que dispensá-lo.”
Você responde: _______________
69
Pânico como “freio”
Observações decorrentes da prática clínica dos últimos vinte anos em que o autor tem trabalhado com
transtorno do pânico e agorafobia o conduziram a especular que:
(1) ataques de pânico parecem atuar como um freio, através de um mecanismo de punição, para
movimentos de afastamento de situações de vida "insuportáveis" ou em direção a alternativas mais
reforçadoras, porém percebidas como ameaçadoras (por serem, talvez, inaceitáveis ou inalcançáveis).
Estas situações seriam, portanto, ambivalentes: apesar de atraentes, indicam a possibilidade de punições
dramáticas, como as que acontecem quando há qualquer tipo de degradação social (reprovação, crítica,
rejeição, abandono, solidão, desamparo etc);
(2) ataques de pânico tendem a ocorrer em pessoas que apresentam uma certa vulnerabilidade
biológica e/ou psicológica (história genética, história de punições e/ou críticas que conduzem a
determinados esquemas perfeccionistas) que favorece a que se vejam em conflitos inescapáveis: (a) ficar
onde estão (isto é, não crescerem como pessoas, tornando-se mais responsáveis, donde errando e
ficando expostas a novas punições); (b) continuar a fazer o que devem (donde continuando a -
possivelmente - errar e ser punidas); (c) lançar-se para a realização de seus projetos e desejos (podendo
ser socialmente e pessoalmente reprovadas por não fazer o que devem; ou podendo fracassar, donde
errando e ficarem expostas a outras punições e críticas);
(3) estes conflitos conduzem a uma inibição comportamental desmoralizante e a uma intensificação
de sensações de ansiedade;
(4) estas sensações serão (e não apenas poderão ser) interpretadas catastroficamente como punições
reais, iminentes, atuais [as ideações de morte, loucura, perda de controle seriam: (a) fantasias da forma
com que suas punições ocorreriam (como castigo por fazerem o que “não poderiam” ou “não deveriam”,
donde “errarem”; ou por ficarem na situação insuportável em que estão, donde “errando”; ou por
“fracassarem” e “agirem mal”, donde “errando”); (b) fantasias da ocasião em que as punições ocorrerão
(já estão ocorrendo)].
(5) isto confirma(ria) as ideações catastróficas e aumenta(ria), conseqüentemente, a ansiedade (tal
como na espiral de Clark) e instala(ria) a primeira crise de pânico;
(6) a intensidade do sofrimento desta crise a tornaria uma nova punição: não só a morte, loucura etc.
precisam ser evitadas, como também a recorrência de novas crises (seja pelo sofrimento, seja pela
possibilidade de, durante a crise, o mais temido (morte, loucura etc) acontecerem;
(7) as conseqüências seriam a inibição comportamental e o início das evitações agorafóbicas (que
mantêm as pessoas exatamente nas mesmas situações que favorecem a ocorrência de crises de pânico);
(ver figura 4).
70
(8) outras conseqüências seriam os ganhos secundários: as crises de pânico geram, naqueles sobre
elas informados, movimentos protetores que prometem o alcance daquilo sempre buscado - e nunca
conseguido: uma situação constante, segura, imutável, acolhedora, estável em que o erro, a punição,
nunca estivessem presentes. Assim, a história pessoal e suas faltas seria refeita.
Trata-se de um modelo integrativo de inúmeras contribuições. De David Barlow, foram retiradas as
noções de (a) vulnerabilidade biológica e psicológica e de (b) estressores.
De Ivan P. Pavlov, foi aproveitada a sua contribuição sobre (c) incapacidade discriminatória. Em sua
obra clássica Pavlov (1927) relata um experimento de Shenger-Krestovnika de 1921 que representa o
que se possa denominar, grosseiramente, um “conflito respondente”. No experimento, um cão recebia
comida após ser apresentado a uma elipse e não recebia depois de ser apresentado um círculo.
Previsivelmente, começou a salivar frente à elipse mas não frente ao círculo. Progressivamente, a elipse
foi sendo mantida, com cada vez maior dificuldade, até se atingir uma proporção de 9:8. Neste ponto, o
animal não conseguiu prosseguir durante três semanas de tentativas, tendo mesmo regredido, já que não
conseguia mais fazer discriminações de que já havia mostrado capacidade anteriormente. Além disso,
mostrava um comportamento bastante desajustado em relação a sua conduta anterior, pois passou a
urinar, debater-se, apresentar-se extremamente excitado e a atacar o experimentador que com ele
estivesse trabalhando. Suas reações parecem corresponder àquelas, mantidas as diferenças entre
espécies, apresentadas por pessoas em ataques de pânico.
De Aaron T. Beck, foi aproveitado seu conceito de (d) esquema. De Neal Miller, seus estudos sobre
(e) conflitos instrumentais. De David Clark, foi derivada uma concepção modificada de sua (f) hipótese
da catastrofização. De Estes e B. F. Skinner, os estudos sobre (g) punição. De Reiss e MacNally, o
conceito de um (h) traço de sensibilidade à ansiedade. Finalmente, de Goldstein e Chambless, a noção
de (j) medo-do-medo.
É preciso ainda especificar e definir melhor as condições que o modelo estabelece para seu
funcionamento. Estressores são condições ambientais que provocam ativações autonômicas.
Alternativas ambivalentes são alternativas de vida imagináveis às condições presentes, mas que, ao
mesmo tempo em que parecem atraentes, por discriminarem punições prováveis para um indivíduo
vulnerável, assemelham-se às clássicas contribuições de Pavlov sobre dificuldades de discriminação.
Esquemas ou conseqüências negativas antecipadas referem-se a previsões de fracasso, punição, erros,
arrependimentos etc. estruturadas em esquemas disfuncionais construídos ao longo do desenvolvimento
de um indivíduo. Conflitos expressam as clássicas contribuições de Miller, já operacionalmente
definidas, sobre os efeitos comportamentais destas situações. Interpretações catastróficas expressam a
concepção formulada por Clark, mas acrescentando a noção de que estas interpretações representam as
71
fantasias de punição como ocorrendo já; neste sentido, são mais do que interpretações catastróficas,
são punições (morte, loucura etc.) em vias de realização.
As condições predisponentes previstas pelo modelo seriam:
(1) História de punição. Refere-se a pessoas que tiverem uma educação familiar caracterizada por um
padrão de críticas e punições - dentro de um referencial normativo de "certos" e "errados". Se e quando
puderem agir com mais liberdade e iniciativa, deverão temer que se repitam aqueles padrões de punição
nas escolhas que fizerem: namorar ou casar com alguém pode ser (ou dar) errado (donde medo de
críticas e reprovações, arrependimentos etc.); escolher uma profissão pode ser (ou dar) errado (idem);
decidir separar-se pode ser (ou dar) errado (ibidem) etc; Neste contexto, pode tornar-se até preferível
omitir-se quanto a escolhas, e tentar sempre "fazer a coisa certa" (segundo a opinião de outros
relevantes). Isso, entretanto, também poderá ser muito frustrante (ficar em situações insuportáveis) ou
poderá gerar sentimentos de inutilidade existencial e incapacidade, que, por não as escolherem, também
poderão ser consideradas "erradas".
Ora se trata de um cônjuge que se mostra intensamente insatisfeito com seu casamento; ora se trata de
uma situação profissional profundamente pouco reforçadora ou até aversiva; ora se trata de pais
desamparados cujos filhos se sentem na obrigação de ampará-los mas sem conseguirem admitir até para
si mesmos sua repulsa a isto; ora se trata de papéis cujos pacientes foram modelados a cumprir mas que
não desejam mais fazê-lo em hipótese alguma; o fato é que parece haver sempre uma situação sentida
como insuportável que o paciente tenta continuar equilibrando e, com isso, evitando buscar as suas
próprias alternativas pessoais, pela escolha do que lhe é mais reforçador. Daí que os resultados sobre
investigações sobre insatisfação conjugal tenham sido inconclusivos, pois esta é apenas uma das fontes
de insatisfação existencial. É curioso até que os próprios aspectos de cada sintomatologia já denunciam,
metaforicamente, qual é a situação e o sentimento frente a ela.
Por exemplo:
1) uma paciente, acadêmica e profissionalmente brilhante, mostrava recorrentes sinais de doenças físicas,
de natureza "psicossomática" juntamente com suas crises de pânico. Sentia-se na "obrigação" de continuar
oferecendo à mãe um papel útil em sua família, esquecida que estava pelo marido. Cada situação que se
apresentasse a ela como uma possibilidade de afastar-se deste papel de "doente útil para a mãe", vinha
uma crise de pânico;
2) outra paciente, também jovem e brilhante profissional, sentia-se obrigada a dar atenção aos pais,
permanecer no convívio familiar e aceitar o que sentia como invasões em sua privacidade. Sentia-se tão
aprisionada, que qualquer situação que se apresentasse como "fechada" (aviões, estar só em casa sem
poder sair), disparava-lhe crises de pânico;
3) outra ainda, advogada frustrada tornada bancária, solteira, sentia-se obrigada a tomar conta de sua
mãe, abandonada pelo marido, e sentia pânico cada vez que se aproximasse de uma situação que
representasse afastamento físico de sua cidade (ponte, estrada, avião) e, conseqüentemente, uma
aproximação de seus anseios: viver com liberdade sexual, casar, trabalhar em sua profissão;
4) outra, cientista e professora universitária, cuja exigência materna e paterna de brilho científico, a fazia
sentir-se obrigada a trabalhar sob pressão de sucesso (convivendo com uma avaliação pessoal do relativo
fracasso, pelos parâmetros paternos). Tudo que lhe representasse aproximação do trabalho lhe gerava
crises de pânico (ponte, barca, ônibus) pois queria afastar-se mas não o aceitava;
5) outra, cujo marido a super-exigia em tudo e a criticava sempre em algum aspecto mesmo que em parte
ela tivesse "acertado", tinha crises que acentuavam uma sintomatologia de desmaio (apagamento da
72
realidade) ou de fantasias de suicídio (jogar o carro para fora do viaduto, pular do alto de edifícios) ou de
loucura (comportar-se de forma desequilibrada em público, "sair da realidade");
6) outro, confrontava-se com o fracasso profissional através de uma eventual falência de sua empresa,
queria afastar-se dela, o que também era visto como um fracasso, e tinha crises de pânico relacionadas a
situações de locomoção;
7) outras duas, vistas como as pessoas mais equilibradas de cada família, fontes da harmonia familiar,
desejavam livrar-se deste papel, mas ao mesmo tempo não consideravam isso aceitável pois seria como
abandoná-los e daí tinham crises de pânico em que se ressaltava a preocupação com loucura, com
comportamentos impulsivos;
A lista pode ser interminável. A suposição é a de que situações que são avaliadas como insuportáveis
geram sentimentos intensos e desagradáveis. Como não vêem solução para estas situações, pois
acreditam serem obrigados a permanecer nelas, estabelecem estados cognitivos de não-observação de
seus sentimentos. Estes tornam-se cada vez mais intensos até chegarem ao ponto de imaginarem que
poderá ser perdido o controle sobre eles. Isto poderia levar, na suposição destes pacientes, a
comportamentos impulsivos, auto ou heterodestrutivos, reprováveis, pessoal ou publicamente, donde
intensamente temidos. O pânico surge como uma denúncia (sintomática) disto, como um grito que o
próprio organismo dá ao indivíduo para prestar mais atenção ao que se passa e não continuar mais
fingindo para si. Ao mesmo tempo, também se apresenta como uma possibilidade de continuarem se
afastando destas situações e dos sentimentos por elas provocados, pela atenção hipervalente que o
pânico exige.
(2) Sistema de crenças (esquemas). Exemplos: (a) “uma pessoa só tem valor se agir ‘certo’ ” (cuja
implicação é de que uma pessoa só terá aceitação, aprovação, afeição, proteção etc. se agir corretamente
sempre); (b) “para agir ‘certo’ é necessário saber distinguir ‘certo’ de ‘errado’ sempre” ou “todo ‘acerto’
produz prêmio e todo ‘erro’ provoca castigo” (“se errar, o efeito ‘só poderá’ ser degradação social,
morte, loucura”); (c) “sou fraca, incapaz de tomar decisões, de fazer as coisas ‘certo’ ” (“portanto não
devo tentar nada”) etc.].
As implicações terapêuticas do modelo são:
(1) uma necessidade do terapeuta modificar os esquemas disfuncionais para conseguir uma
reorientação existencial do paciente. Ajudá-lo a pautar sua conduta em idéias de que "o prazer e a
realização pessoal são as coisas mais importantes" ao invés de basear suas ações em idéias de castigos
("coisas ruins vão acontecer comigo se não agir bem"). Estas novas crenças poderiam orientar a
atividade do paciente para reforçadores positivos de maneira que ele possa: (a) lidar efetiva e
afirmativamente com seus estressores sociais; (b) fortalecer sua auto-estima e sua auto-eficácia, por
meio de estratégias que, gradualmente, confirmariam suas capacidades pessoais; e (c) enfrentar mais
riscos, com a necessária aceitação e tolerância a frustrações dos eventuais fracassos e atrasos de
reforçamento. Esta atitude substituiria seu padrão anterior de, prioritariamente, fugir ou evitar
reforçadores negativos e buscar “garantias” de segurança contra punições e “colo”.
73
(2) uma necessidade do terapeuta examinar os desejos ou projetos que o paciente estabelece para
sua vida, com suas respectivas intensidades (donde estabelecendo uma hierarquia de prioridades), bem
como a ação conseqüente que, através dela, ele os possa realizar;
(3) uma necessidade do terapeuta mostrar o aspecto imperativo das exposições situacionais e
interoceptivas prolongadas: elas devem servir para o paciente (a) testar as interpretações catastróficas;
(b) habituar-se às sensações; (c) compreender que suas sensações são exatamente iguais a quaisquer
outras de outra natureza ou fonte (inclusive aquelas que identifica como extremamente agradáveis,
como as que experimenta durante o sexo, que são justamente as mesmas); (d) fortalecer a auto-eficácia
em manejar as sensações decorrentes do medo-do-medo; (e) compreender que, na vida, passamos
necessariamente por momentos e sensações desconfortáveis (dor, medo, tristeza, fracasso, decepções,
rejeições etc.) e que não adianta tentar fugir delas ou evitá-las; e, finalmente (f) compreender que, se há
uma possibilidade de conseguir o que queremos, ela provavelmente envolverá um caminho difícil,
árduo, assustador e cheio de sensações ruins para que, afinal, tenhamos o júbilo pela conquista do que
desejamos.
(4) uma necessidade de restruturação cognitiva (decatastrofização) sobre as antecipações negativas e
ameaçadoras de suas alternativas existenciais e de seus sinais somáticos de ansiedade, para que possa
avaliar ambos de modo mais realista;
(5) uma necessidade de treinamento de resolução de conflitos, para que possa superar estes obstáculos
sem romantismo ou distorções (ver itens 1 e 3);
(6) uma necessidade de questionar socraticamente e de prevenir respostas de evitação, para que o
paciente possa testar a inutilidade de suas inibições comportamentais e de suas evitações (agorafóbicas)
das crises de pânico, das situações que as provocam e das punições imaginadas.
(7) uma necessidade de enfatizar a evitação de ganhos secundários que fortalecem seus
comportamentos disfuncionais através de: (a) adesão determinada a seus objetivos; (b) omissão de relato
de seus sentimentos para aqueles que o "enfraquecem" (pais, cônjuges, certos amigos, etc.).
Há algumas evidências para alguns aspectos desta hipótese. Raskin e colaboradores (1982)
descreveram dez pacientes que experimentaram ataques de pânico em seguida a separações. Não se
observou ainda, de modo sistemático, se os ataques de pânico que se dão antes de tomadas de decisões
difíceis, principalmente para pessoas com conflitos sobre independência e responsabilidade, com
dúvidas quanto à auto-eficácia, com incertezas e inseguranças quanto à sua liberdade de agir de forma
pessoal e voluntária e com intenso medo de punições, críticas e rejeições. Segundo eles,
"...cada um havia sido ridicularizado ou abusado por seu pai através da infância ou
adolescência... o primeiro ataque de pânico para cada um ocorreu na adolescência tardia
74
imediatamente após um ato de rebelião aberta contra seu pai... alguns ataques subsequentes se
seguiram a conflitos com figuras de autoridade" (citados em Beck e cols., 1985).
O próprio Beck afirma que "conflitos que levam a ataques de pânico parecem representar ameaças para a
dependência ou autonomia de um indivíduo" (idem, 1985)
75
Modelo para avaliação do trabalho da psicoterapia que estará acabando de ser feita na próxima
sessão:
Metas e tarefas:
1. Rever e analisar tarefas: iniciativas em relação ao curtograma e desejos, a pedidos para outras
pessoas mudarem seus comportamentos, ao preenchimento de RDPDs etc.
Metas e tarefas:
Reaplicar os seguintes questionários ou inventários
1. Questionário de Pânico
2. Questionário de Crenças de Pânico
3. Inventário Beck de Ansiedade
4. Inventário Beck de Depressão
5. Questionário de Cognições Agorafóbicas
6. Escala de Sensações Corporais
7. Inventário de Mobilidade
8. Escala SCL-90
9. Inventário Brasileiro de Assertividade
Apêndice A
Medicamentos com ação Anti-pânico
PASTA Nº __________
2. Faixa Etária:
3. Escolaridade:
Analfabeto ( )
primeiro grau incompleto ( )
primeiro grau completo ( )
segundo grau incompleto ( )
segundo grau completo ( )
terceiro grau incompleto ( )
terceiro grau completo ( )
4. Estado Civil:
solteiro ( )
casado ( )
co-habitação ( )
separado ( )
separado judicialmente ( )
divorciado ( )
viúvo ( )
5. Composição Familiar:
8. Religião:
Católica ( ) Espírita ( )
Protestante ( ) Nenhuma ( )
Judaica ( ) Outras ( )
Evangélica ( )
14. EVOLUÇÃO
SITUAÇÃO Nº SESSÕES
Alta ( )
Encerrado ( )
Desistente ( ) Motivo alegado ou inferido:
Interrompido ( )
encaminhado ( )
lista de espera ( )
2
Tipos: Transtorno do Pânico; TP com Agorafobia; Agorafobia sem História de Pânico; Fobia Social; Fobia Específica; Transtorno da
Ansiedade Generalizada; Transtorno Obsessivo-Compulsivo; Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
3
Transtorno Unipolar; Transtorno Bipolar; Depressão Maior; Transtorno Distímico.
4
Transtorno de Abuso de Substâncias; Transtorno de Dependência de Substâncias (especificar substância(s): álcool, drogas legais
(ex.: medicamentos) ou ilegais (ex.: cocaína, maconha, cola etc.).
5
Esquizofrenia (especificar tipo) ou incluir em ‘Outro’)
6
Transtornos de Personalidade Esquizoide; Esquizotípico; Paranoide; Anti-Social; Limítrofe (Borderline); Histriônico; Narcisista;
Evitativo;
Dependente; Obsessivo-Compulsivo).
7
Disfunções Sexuais: Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo; Transtorno de Aversão Sexual; Transtorno de Excitação Feminino;
Transtorno Erétil; Anorgasmia; Ejaculação Precoce; Ejaculação Retardada; Disforia Pós-Coital; Cefaléia Pós-Coital.
82
Apêndice F. Questionários
QUESTIONÁRIO DE PÂNICO
Alguma vez você foi tratado/a (remédios, psicoterapia, hospitalização) para algum dos seguintes
problemas:
2. Você alguma vez teve um ou mais ataques de pânico como definido acima?
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ou mais
7. Por favor, indique quão severamente você sente cada um dos seguintes
sintomas quando você está tendo um ataque de pânico.
9. Que percentagem de seus ataques de pânico duraram menos que dez minutos?
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
10. Qual a duração que, em média, um ataque de pânico tem (do início ao fim)?
11.a. Você alguma vez foi tratado/a pelos ataques de pânico? SIM ___ NÃO ___
c. Alguma vez você usou álcool ou drogas não receitadas para prevenir ou reduzir
ataques de pânico? SIM ___ NÃO ___
12. Você passou ou estava passando por algum dos seguintes acontecimentos
estressantes na época em que você teve o seu primeiro ataque de pânico?
Por favor, avalie quão fortemente você acredita em cada afirmação nos itens abaixo
A = Discordo totalmente
B = Discordo muito
C = Discordo um pouco
D = Concordo um pouco
E = Concordo muito
F = Concordo totalmente
A B C D E F
1. Ter um novo ataque de pânico em uma situação significa que eu terei outro, ali, de novo.
2. Ter ataques de pânico significa que eu sou fraco(a), derrotado(a), inferior(a).
3. Se certas pessoas me verem ter um ataque de pânico, perderei o respeito delas por mim.
4. Terei ataques de pânico incapacitantes para o resto de minha vida.
5. Fazer exercícios físicos durante um ataque de pânico pode causar um ataque cardíaco e me
fazer morrer.
6. Ter ataques de pânico significa que há qualquer coisa terrivelmente errada comigo.
7. Estou seguro(a) apenas quando posso controlar cada aspecto da situação em que estiver.
8. Nunca mais serei capaz de esquecer os ataques de pânico e me alegrar.
9. Se tiver que ficar numa fila ou ficar esperando sentado(a) parado(a), há uma boa chance de
eu perder o controle, gritar, desmaiar ou começar a chorar.
10. Existe alguma coisa errada comigo que os médicos ainda não conseguiram encontrar.
11. Tenho de ficar alerta ou algo terrível vai acontecer.
12. Se perder meu medo de ataques de pânico, posso não reparar outros sintomas perigosos.
13. Não há nada mais vergonhoso e humilhante do que tomar uma decisão errada em um
assunto importante.
14. Tenho que ficar verificando como o meu corpo está reagindo ou poderei ter um novo ataque
de pânico.
15. Chorar muito pode causar um ataque cardíaco.
16. Tenho que fugir de uma situação quando começo a ter um ataque de pânico ou algo terrível
vai acontecer.
17. Há um limite para a ansiedade que o meu coração pode agüentar.
18. Há um limite para a ansiedade que o meu sistema nervoso possa agüentar.
19. Uma ansiedade pode levar a perda de controle e a fazer coisas horríveis e embaraçosas.
20. Minhas emoções (ansiedade, raiva, tristeza, solidão etc.) podem se tornar tão fortes que eu
não conseguirei tolerá-las.
21. Ter pânico enquanto dirijo ou engarrafado(a) no tráfego pode causar um acidente.
22. Um ataque de pânico pode causar um ataque cardíaco.
23. Um ataque de pânico pode me matar.
24. Um ataque de pânico pode me deixar louco(a).
25. Sentir raiva é feio e pode trazer castigos terríveis.
26. Posso experimentar uma emoção tão terrível que não terminará nunca.
89
A B C D E F
27. Expressar raiva provavelmente me levará a perder o controle ou provocar uma briga.
28. Posso perder o controle da minha ansiedade e ficar preso(a) em minha própria mente.
29. Pode ser perigoso eu continuar minhas atividades durante um ataque de pânico.
30. Não posso lidar sozinho(a) com um ataque de pânico.
31. Preciso estar sempre capaz de alcançar meu apoio ou uma catástrofe pode acontecer.
32. Não posso fazer coisas que outros adultos podem fazer (esperar numa fila, ficar
engarrafado(a) no trânsito, fazer um discurso, viajar para longe de casa).
33. Estamos sempre em perigo, principalmente quem age mal.
34. Meus ataques são causados por estar longe de casa ou de segurança.
35. Preciso estar próximo da minha companhia para ser protegido(a).
36. Se não puder controlar minha ansiedade perfeitamente, sou um fracasso.
37. Se não tomar um tranqüilizante quando tenho sintomas de pânico, vou morrer ou ter um
ataque cardíaco.
38. Não serei capaz de funcionar se tiver qualquer ansiedade ou um ataque de pânico.
39. Se perder meu medo de ataques de pânico, terei que lidar com outros problemas que ainda
não estou preparado(a) para fazê-lo.
40. Ter um impulso para fazer algo destrutivo ou louco significa que tenho uma boa chance de
fazê-lo.
41. Se existe uma chance de me sentir desconfortável, infeliz ou ansioso(a), é melhor estar bem
de alguém que possa me ajudar.
42. Tenho que me manter apressado(a) para evitar um ataque de pânico.
43. Se não fizer as coisas certo, coisas terríveis vão acontecer.
44. Há uma justiça no mundo e o pecador sempre será punido.
45. A única coisa que pode acabar com ansiedade é álcool ou um tranqüilizante.
46. Uma pequena ansiedade significa que ficarei tão mal quanto fiquei em minha pior crise.
47. Se meus filhos me verem ter um ataque de pânico se tornarão medrosos e inseguros.
48. Não há justiça no mundo; maus se dão bem e bons sofrem o pior.
49. Errar é humano.
50. O melhor na vida é buscar tudo aquilo que dê prazer.
90
Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada item da lista. Indique o
quanto você foi incomodado por cada sintoma durante a ÚLTIMA SEMANA, INCLUSIVE HOJE colocando um X no
espaço correspondente da coluna próxima a cada sintoma.
AVALIAÇÃO
Pontuação média:
Este questionário consiste de 21 grupos de afirmações. Depois de ler cuidadosamente cada grupo, faça um círculo em
torno do número (0, 1, 2 ou 3) da afirmação, em cada grupo, que melhor descreva a maneira como você se sentiu na
última semana, incluindo hoje. Se várias afirmações num grupo parecerem se aplicar igualmente bem, circule cada
uma. Tenha o cuidado de ler todas as afirmações em cada grupo antes de fazer sua escolha.
0 Não me sinto triste 0 Não perdi o interesse nas outras pessoas
1 Sinto-me triste 1 Interesso-me menos do que costumava nas pessoas
2 Estou sempre triste e não consigo sair disso 2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas
3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar 3 Perdi todo o meu interesse nas pessoas
0 Não estou especialmente desanimado em relação ao futuro 0 Tomo decisões mais ou menos tão bem quanto sempre tomei
1 Sinto-me desanimado quanto ao futuro 1 Adio as minhas decisões mais do que costumava
2 Acho que nada tenho a esperar 2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes
3 Acho que o futuro é sem esperança e tenho a 3 Não consigo mais tomar decisões
impressão que as coisas não podem melhorar
0 Não sinto que minha aparência esteja pior do que costumava ser
0 Não me sinto um fracasso 1 Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos
1 Acho que fracassei mais que uma pessoa comum 2 Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me
2 Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que fazem parecer sem atrativos
posso ver é uma porção de fracassos 3 Considero-me feio
3 Acho que, como pessoa, sou um completo
fracasso 0 Posso trabalhar mais ou menos tão bem como antes
1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa
0 Tenho tanto prazer em tudo como antes 2 Tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa
1 Não sinto mais prazer nas coisas como antes 3 Não consigo fazer nenhum trabalho
2 Não encontro prazer real em mais nada
3 Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo 0 Durmo tão bem quanto de hábito
1 Não durmo tão bem quanto costumava
0 Não me sinto especialmente culpado 2 Acordo 1-2 horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldade para
1 Sinto-me culpado às vezes voltar a dormir
2 Sinto-me culpado na maior parte do tempo 3 Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade
3 Sinto-me como se estivesse bem ruim e sem valor em voltar a dormir
0. Não acho que esteja sendo punido 0 Não fico mais cansado do que de hábito
1. Acho que posso ser punido 1 Fico cansado com mais facilidade do que costumava
2. Creio que vou ser punido 2 Sinto-me cansado ao fazer quase qualquer coisa
3. Acho que estou sendo punido 3 Estou cansado demais para fazer qualquer coisa
0 Não me sinto decepcionado comigo mesmo 0 Meu apetite não está pior do que de hábito
1 Estou decepcionado comigo mesmo 1 Meu apetite não está tão bom quanto costumava ser
2 Estou enojado de mim 2 Meu apetite está muito pior agora
3 Eu me odeio 3 Não tenho mais nenhum apetite
0 Não me sinto de qualquer modo pior do que os outros 0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum, ultimamente
1 Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas 1 Perdi mais de 2,5 kg
2 Culpo-me sempre por minhas falhas 2 Perdi mais de 5,0 kg
3 Culpo-me por tudo de mal que acontece 3 Perdi mais de 7,0 kg
Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM (
0 Não tenho quaisquer de me matar ) NÃO ( )
1 Tenho idéias de me matar, mas não as colocaria em prática
2 Gostaria de me matar 0 Não me preocupo mais do que o de hábito com minha saúde
3 Eu me mataria se tivesse oportunidade 1 Preocupo-me com problemas físicos como dores e aflições ou
perturbações no estômago ou prisão de ventre
0 Não choro mais do que o habitual 2 Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em
1 Choro mais agora do que costumava outra coisa que não isso
2 Agora, choro o tempo todo 3 Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo
3 Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que pensar em outra coisa
queira
0 Não tenho notado qualquer mudança recente no meu interesse sexual
0 Não sou mais irritado agora do que já fui 1 Estou menos interessado em sexo do que costumava
1 Fico aborrecido ou irritado mais facilmente do que costumava 2 Estou bem menos interessado em sexo atualmente
2 Atualmente, sinto-me irritado o tempo todo 3 Perdi completamente o interesse por sexo
3 Absolutamente não me irrito as coisas que costumavam me irritar
93
AVALIAÇÃO
1 = certamente sim
2 = provavelmente sim
3 = possivelmente
4 = provavelmente não
5 = certamente não
1 Se alguém fura a fila na minha frente, reclamo e mostro o final da fila Avaliação
2 Se estou numa reunião entre amigos e um deles propõe uma brincadeira da qual não gosto, participo só para não assumir uma posição contrária
3 Se no meu trabalho alguém esbarra em mim e derrama café na minha roupa, levo na esportiva e digo “não foi nada”
4 Se estou ocupado realizando uma tarefa de meu interesse pessoal e um amigo me telefona, peço-lhe que ligue mais tarde pois no momento não posso
falar
5 Se uma amiga me convida para uma reunião social na casa de um amigo dela, de quem não gosto, aceito o convite mesmo a contragosto
6 Se o meu chefe me pede para ficar além da hora no trabalho, aceito sem argumentar
7 Se uma pessoa me pede uma informação que desconheço, respondo simplesmente “não sei”, sem tentar fazer nada para ajudá-la
8 Se, numa lanchonete, peço uma Coca-Cola e o garçom me serve um Guaraná, solicito que faça a troca
9 Se considero injusta a nota dada por um professor ao meu trabalho, solicito que a reveja
10 Se um amigo pede uma opinião sobre uma poesia que escreveu e da qual não gostei, digo-lhe que ele já foi mais criativo
11 Se dou carona a um amigo e ele joga cinza de cigarro no chão do meu carro, finjo que não vejo, fico calado
12 Se ao receber minhas fotos 3x4, tiradas em um fotógrafo conceituado, considero ruim a qualidade da fotografia, exijo que sejam refeitas
13 Se vou jantar com um amigo em um restaurante e como lasanha com refrigerante e ele come camarão com vinho branco importado, divido a conta sem
questionar
14 Se estou de carona no carro de um colega e a música que está tocando no rádio do carro não é do meu agrado, solicito que mude de estação
15 Se em casa sou responsável e cumpro com minhas obrigações, enquanto o meu irmão que pouco se importa com a família, recebe melhores presentes que
eu, aceito sem reclamar o comportamento de meus pais
16 Se não como carne e meu chefe diz que a festa de confraternização de fim de ano será um churrasco em sua casa, digo-lhe que não irei pois sou
vegetariano
Escala Brasileira de Assertividade
Padronização
1 2 3 4 5
______|_______________|_______________|_____________|______________|_______
nada um pouco moderadamente muito demais
1. Coração disparado 1 2 3 4 5
2. Opressão no peito 1 2 3 4 5
3. Dormência nos braços ou pernas 1 2 3 4 5
4. Formigamento nas pontas dos dedos 1 2 3 4 5
5. Dormência em qualquer outra parte do corpo 1 2 3 4 5
6. Falta de ar 1 2 3 4 5
7. Tonteira 1 2 3 4 5
8. Visão turva ou distorcida 1 2 3 4 5
9. Náuseas 1 2 3 4 5
10. Frio no estômago 1 2 3 4 5
11. Nó no estômago 1 2 3 4 5
12. Nó na garganta 1 2 3 4 5
13. Pernas bambas 1 2 3 4 5
14. Suores 1 2 3 4 5
15. Garganta seca 1 2 3 4 5
16. Desorientação ou confusão 1 2 3 4 5
17. Desconectado do próprio corpo: só em parte presente 1 2 3 4 5
18. Outras (por favor descreva) 1 2 3 4 5
19. Outras (por favor descreva) 1 2 3 4 5
20. Outras (por favor descreva) 1 2 3 4 5
TOTAL [ ]
QUESTIONÁRIO DE COGNIÇÕES AGORAFÓBICAS
QUESTIONÁRIO DE SENSAÇÕES CORPORAIS
O QCA consiste de 14 itens que podem ser computados como uma escala total ou de acordo com suas
duas subescalas: Perda de Controle e Preocupações Físicas. Cada uma dessas subescalas consiste de 7
items. Os escores totais ou das subescalas são calculados pela média as respostas aos itens individuais
que compõem aquele escore. Se você incluir o item opcional “outro” no escore, então em testes
subseqüentes você vai precisar escrever este item para o paciente para assegurar que ele está
respondendo a um conjunto consistente de itens.
Itens de Perda de Controle: agir bobo, perder o controle, machucar alguém, ficar maluco, gritar,
balbuciar, paralisar de medo.
Itens de Preocupações Físicas: vomitar, desmaiar, tumor cerebral, ataque cardíaco, ficar asfixiado, ficar
cego, ataque.
O escore total do QSC consiste de uma média de respostas aos 17 itens ou a respostas a quaisquer itens
que o paciente respondeu se ele pulou itens. Sugere-se considerar o escore total inválido se o paciente
tiver pulado mais de 3 itens. Recomenda-se que os pacientes respondam a cada item para aumentar a
confiabilidade. Ver as instruções do QCA para o item “outro” .
Questionário de Cognições Agorafóbicas - QCA
(Chambless, 1984)
1. Vou vomitar 1 2 3 4 5
2. Vou desmaiar 1 2 3 4 5
3. Devo ter um tumor no cérebro 1 2 3 4 5
4. Vou ter um ataque cardíaco 1 2 3 4 5
5. Vou morrer asfixiado 1 2 3 4 5
6. Vou agir como louco 1 2 3 4 5
7. Vou ficar cego 1 2 3 4 5
8. Não vou ser capaz de me controlar 1 2 3 4 5
9. Vou magoar alguém 1 2 3 4 5
10. Vou ter um ataque súbito 1 2 3 4 5
11. Vou ficar louco 1 2 3 4 5
12. Vou gritar 1 2 3 4 5
13. Vou falar enrolado ou dizer disparates 1 2 3 4 5
14. Vou ficar paralizado de medo 1 2 3 4 5
Outras pensamentos (descreva e avalie)
15. 1 2 3 4 5
16. 1 2 3 4 5
17. 1 2 3 4 5
TOTAL [ ]
NORMAS PARA CLIENTES DIAGNOSTICADOS COM AGORAFOBIA COM PÂNICO
Média DP Mediana N
Cognições Agorafóbicas 2.43 .63 2.39 253
Questionário de Medo
Fator Agorafobia 20,81 10,72 20,60 291
Principal Fobia 6.44 2.02 7.14 205
Fobia Global 5.50 1.94 5.97 291
Inventário de Mobilidade
(Chambless, Caputo, Jasin, Gracey e Williams, 1984)
Por favor indique o número total de ataques de pânico que você teve
|___________________|_________________|________________|________________|
muito suave moderadamente muito extremamente
suave suave forte forte
4. Muitas pessoas são capazes de andar só sem problemas numa área (usualmente em torno de suas casas)
chamada por elas de zone de segurança. Você tem uma zona assim? Se sim, descreva:
a. sua localização:
INSTRUÇÕES: Abaixo está uma lista de problemas e queixas que as pessoas têm às 0 = nada
vezes. Escureça quadradinho à direita que melhor descrever o quanto aquele problema 1 = um pouco
o incomodou ou angustiou durante a semana passada inclusive hoje. Marque somente 2 = moderadamente
um número para cada problema e não pule nenhum item. 3 = muito
4 = extremamente
105
Referências
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DC: American Psychiatric Press.
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107
Crenças
A maior força de uma pessoa virá primeiramente do modo como ela afirma seu valor como
pessoa. Existem duas formas de afirmações que ela poderia explorar:
1. crenças particulares referentes a quem ela é;
2. crenças referentes às coisas que ela quer fazer em sua vida.
Considere as afirmações a seguir. Como você acha que elas mudariam o próprio modo de uma
pessoa lidar com a vida dela se ela acreditasse nestas palavras?
Uma atitude de longa duração não vai se alterar da noite para o dia. Mas se ela puder continuar
se expressando com as atitudes acima até que passe a realmente acreditar nelas, ela estará no
caminho para superar sozinha seu pânico. Quando construímos nosso senso de valor próprio,
aumentamos nossas habilidades de enfrentamento de obstáculos pendentes no caminho de nossa
liberdade.
O segundo tipo de afirmação está relacionado com nossas expectativas de como devemos agir
entre outros. Estas afirmações nos mostram que não precisamos agradar a todos e ignorar nossas
vontades ou desejos; nos mostram também que todos cometemos erros enquanto aprendemos, e que
não devemos encarar cada atividade como um teste de nossa competência ou valor, como nos
exemplos abaixo.
Valorizando a própria ação
Este tipo de atitude permite a uma pessoa tomar o tempo que precisa para se sentir saudável,
descansada e excitada com a vida. Ajude o/a seu/sua cliente a procurar observar que obstáculos
estão obstruindo o caminho dele/dela para realizar estas afirmações. Focalize a atenção nos meios
108
de ajudá-lo/la a aceitar estas afirmações em sua vida. Em seguida, ajude-o/a a deixar que os
pensamentos dele/dela reflitam o que ela acredita. Algumas vezes ele/ela terá que atuar como se
acreditasse realmente nelas, antes que descubra como elas vão lhe servir adequadamente, no futuro.
Dando uma oportunidade a si próprio/a
Praticando a aceitação destas duas atitudes básicas —
* Sou uma pessoa de valor e importante.
* Mereço tomar conta de mim mesmo
— ele/ela poderá dar um enfoque especial na forma com que estas atitudes o/a apóiam e o/a ajudam
em seus sintomas de pânico. Se um dos medos principais do pânico, é o senso de sentir-se preso/a,
confinado/a e fora de controle, então qualquer mensagem que enviamos e que limita opções,
também aumentará o desconforto.
Por exemplo, se um paciente começar a sentir uma pequena pontada em seu estômago
justamente antes de começar um discurso, e imediatamente pensar, “Não posso sentir nenhuma
ansiedade”, então este pensamento sozinho é suficientemente capaz de aumentar sua ansiedade. Se
ao contrário, ele reagir pensando, “Eu posso agüentar um certo grau de ansiedade. É normal que eu
me sinta assim antes de começar a fazer uma apresentação”, dessa forma não estará se fazendo
sentir preso. Permitindo que o sintoma exista, isto significa que este sintoma não vai aumentar.
Em outro exemplo, imagine que ele/ela esteja prestes a entrar em um restaurante e que, em uma
ocasião passada, já o tenha abandonado devido à ansiedade. O que você acha que ele faria se sua
atitude fosse: “Uma vez feito o pedido não poderei mais sair... seria humilhante se alguém me visse
levantando para ir embora”. Certamente ele/ela começaria a se sentir apreensivo/a e pressionado/a a
desempenhar esta tarefa perfeitamente. Ele/ela estaria atento/a a qualquer sinal que viesse de seu
interior lhe “informando” que não seria capaz de manejar a situação iminente. Sentindo algum
destes sinais ele diria a si próprio(a): “Não posso fazer isso hoje”. Reduzir suas opções, reduzirá
também as chances de obter sucesso.
E se ao contrário, ele dissesse:
“Se realmente eu precisar eu posso me levantar e sair. Qual o problema nisto? Se eu já fiz meu
pedido, posso deixar uns 10 ou 20 reais na mesa e ir embora. Ninguém realmente ligará muito para
isso”.
Com esta atitude ele/ela se sentirá muito mais confortável ao entrar num restaurante. Isso porque
quanto maior o senso de que somos capazes de nos afastar confortavelmente de um lugar, mais fácil
será para nós entrarmos no local. Então, quanto mais ele/ela desenvolver uma atitude que lhe
permita ter liberdade de escolha, mais ele/ela será capaz de realizar escolhas saudáveis.
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A atitude mais restritiva é aquela que limita seu comportamento devido às possíveis opiniões de
outros. (“Não posso sair do restaurante porque o que os outros vão pensar?”). Desenvolvendo seu
senso de auto-estima, suas chances de utilizar estes tipos de atitudes vão melhorar. Por exemplo:
“Só deixaria o restaurante para melhorar meu conforto. Mereço me sentir confortável e com um
senso de liberdade quando saio para comer fora. Quanto mais confortável me sentir, mais vezes
sairei para comer em restaurantes. Então, finalmente, eu terei superado meus sentimentos de
ansiedade referentes a restaurantes. Isto é muito mais importante do que se preocupar com a opinião
alheia”.
* Posso estar um pouco ansioso(a) e ainda assim me desempenhar bem minhas atividades.
* Posso me permitir sentir estes sentimentos.
* Posso manejar estes sintomas.
* Estou livre de ir e vir de acordo com meu conforto.
* Sempre tenho opções.
* Sem dar importância ao que faço ou onde vou, posso ter liberdade de escolha.
* Isto não é uma emergência; posso pensar sobre o que quero.
* Posso estar relaxado(a) e controlado(a) ao mesmo tempo.
* Não tem problema em me sentir seguro(a): aqui, está tudo bem.
* Mereço me sentir confortável aqui.
* Posso me acalmar e pensar.
* Confio em meu corpo.
* Aprendendo em confiar em meu corpo, terei ainda mais controle sobre ele.
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