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 Teoria Psicanalítica

A Psicanálise é formulada por diversos pilares que a estruturam de foma


complexa e vasta. Alguns são mais famosos que outros, mas tudo se completa,
de modo a forma uma linha de pensamento estruturada. Confira 20 conceitos
centrais da teoria psicanalítica e como ela nos enxerga na essência.
Um dos principais conceitos da teoria psicanalítica é o inconsciente. Desde a
teoria psicanalítica de Freud que o inconsciente é visto como um zona
desconhecida onde grande parte nossa reside. Sem contar que é onde
colocamos nossos desejos e sonhos reprimidos graças ao ambiente externo.

 Pulsão
Pulsão se mostra como um representante mental do que acontece quando
estímulos físicos chegam na mente. À primeira vista, pode lembrar bastante a
natureza do instinto. Entretanto, esta não se guia por uma necessidade e se
mostra mais difícil de saciar ou parar.

 Desejo
Na teoria da Psicanálise, o desejo se mostra como uma construção em querer
no modo consciente. Contudo, o inconsciente também possui desejos que
reprimimos ou queremos não olhar. Com isso, acabam se fixando em alguns
elementos e sendo trazidos á tona através dos:
• Sonhos - Os sonhos são respostas para tudo aquilo que vivenciamos
conscientemente ou não. Ou seja, nossos desejos reprimidos podem se
manifestar livremente aqui.
 Teoria Psicanalítica

 Defeitos
Essas repressões contínuas acabam por alimentar nossas falhas e perpetuar os
nossos defeitos.

 Criações artísticas
Para alguns, a forma de extravasar esses desejos escondidos é através da arte.
Nesse caso, muitos se valem de pinturas, danças ou músicas com mensagem
nas entrelinhas.

 Compromisso
O compromisso na teoria psicanalítica pode ser descrito como um querer de
nossa dualidade consciente e inconsciente. Enquanto uma parte quer uma
coisa, a outra quer algo totalmente diferente. Quando esquecemos de ir em um
compromisso, podemos observar que esse esquecimento não intencional foi
bem recebido porque não queríamos ir de fato.

 Transferência
Transferência se trata de um processo onde emitimos associações livres sem
qualquer resistência. Acontece que tais associações acabam sendo direcionadas
para o analista durante a sessão. Isso acontece porque o analista acaba sendo
visto como uma figura importante na vida do paciente que condensa essas
ideias.
 Teoria Psicanalítica
 Complexo de Édipo
A partir dos 2 anos de idade as crianças passam a mostrar um amor pelo pai do
sexo oposto. Nesse caminho, direciona uma hostilidade ao genitor com sexo
semelhante. Tudo acontece porque, segundo a Psicanálise, começa a fase de
identificação amorosa com um dos pais como parte do desenvolvimento.

 Estrutura da psique
Quando o Complexo de Édipo é finalizado, temos agora o composto de nossa
personalidade. Todavia, cada um de nós apresentará algum nível de neurose,
perversão ou psicopatia. A normalidade se encontra em apresentar sintomas
menores de um desses três e não em não ter esses sinais.
Sonhos

 Sonhos
Na teoria psicanalítica, os sonhos são passagens complexas ao nosso
inconsciente, sendo formulados por desejos e experiências. Assim que os
interpretamos, podemos revelar percepções ocultas e desejos escondidos que a
consciência não tem acesso.

 Pulsão de morte
A teoria crítica da Psicanálise acredita que buscamos incessantemente o prazer,
mas o contrário também. A pulsão por morte seria a busca inconsciente pelo
desprazer e a sua repetição. Por exemplo, quando sentimos falta de algo para
lembrar de sua essência, porém nos machucamos com a saudade.
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 Instintos
Os instintos se configuram como respostas automáticas a algum estímulo
externo em prol da sobrevivência. Trata-se de um mecanismo de sobrevivência
que é acionado quando fatores ambientais se inclinam sobre nós. A exemplo, o
medo, fazendo com que não se coloque em risco.

Id
Id é uma das instâncias da mente, responsável por nossos desejos inconscientes
e pulsões. Existe um conflito com as demais instâncias, já que o Id precisa lidar
com filtros e proibições dos outros campos. É o nosso lado mais selvagem, de
modo a nos impulsionar à satisfação imediata e inconsequentemente.

Ego
Na teoria psicanalítica, o Ego se mostra como a figura representativa da
organização. Ele é a ponte entre nosso conjunto psíquico e o ambiente físico e
social em que vivemos. Dessa forma, se torna um mediador da exigência do
Superego e dos impulsos do Id.
Superego
O Superego age como se fosse a nossa central da moralidade, proibições e
ordens. Nisso, se torna um vigilante de nossas ações, nos repreendendo de
forma contínua a qualquer entrega desenfreada. Todavia, o mesmo é bastante
severo, alimentando a culpa sempre que os prazeres tomam conta.
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 Alienação
A alienação faz parte do conjunto de ideias promovidas pelo psicanalista
Jacques Lacan. De acordo com ele, cada ser humano é construído com base no
discurso do outro. Desde que nascemos, somos embebidos em argumentos de
terceiros que moldam nossas fantasias e desejos.

 Libido
A teoria da Psicanálise indica a existência de uma força energética sexual que
movimenta o ser humano. A libido é uma energia que vem diretamente do
desejo e das pulsões, afetando o nosso comportamento. De forma simplista, é
uma carga que pode nos mover para os prazeres da vida e do desenvolvimento
ou do sofrimento.

 Sintoma
O sintoma, segundo Freud, é a expressão única de um conflito psíquico no
paciente. Nisso, se mostra como uma mensagem inconsciente direcionada para
a satisfação pulsional, invenção-criação ou mesmo gozo.

 Base estrutural da mente


Após a conclusão do Complexo de Édipo, a nossa personalidade começa a ser
definida. Como dito linhas acima, cada um de nós desenvolve determinado
grau de perversão, neurose ou psicopatia enquanto crescemos. O considerado
“normal” é quando apresentamos níveis mínimos de qualquer um destes.
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 Sexualidade infantil
Falando em psicanálise teoria, este é um dos pontos mais sensíveis a serem
vistos. Isso porque Freud defendeu que a sexualidade começa ainda na infância
e de forma natural. A criança descobre por si só zonas erógenas e percebe que
se estimulá-las pode sentir prazer.

 A palavra traz a cura


A teoria psicanalítica de Freud revolucionou a forma como olhamos para as
pessoas com problemas mentais. O psicanalista apostou numa fórmula onde a
solução aos sintomas do paciente seria simplesmente deixá-lo falar. O
tratamento foi considerado absurdo na época porque utilizavam meios mais
agressivos e que supostamente funcionavam.

Níveis de consciência
Dada à complexidade, Freud achou conveniente dividir a nossa mente para que
pudesse observá-la melhor. Nesse caminho surgiram os níveis da consciência,
planos paralelos que identificam estados inerentes ao campo mental.
O primeiro é a:
 Consciência

Consciência é o estágio onde temos quase plena percepção sobre nós mesmos.
Somos responsáveis diretos por nossas ações, falas e pensamentos, sem contar
uma maior ciência da parte emocional.
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Pré-consciência

A pré-consciência se estabelece como um elo que interliga a consciência com


nossa parte escura. Com isso, acaba sendo uma transição entre eles, mesclando
características de cada um. É por causa da pré-consciência que conseguimos
nos lembrar de vários dos nossos sonhos.

Inconsciente

Por fim, o inconsciente se mostra como a camada mais profunda de nossa


psique. É para ele que nossos desejos reprimidos e segredos são guardados,
bem como os sonhos acontecem. Ainda assim, tem autonomia o suficiente para
que possa se manifestar pelos chistes, impulsos e até alguns defeitos.

• Considerações finais sobre teoria Psicanalítica

A teoria psicanalítica se mostra como um estudo


complexo de como nossa psique funciona. A
longo dos anos, foi suficientemente desenvolvida
para que entendêssemos melhor a nossa própria
natureza. Freud, assim como os seus seguidores,
estabeleceram diretrizes de como funcionamos
mentalmente de dentro para fora e vice-versa.
 Teoria Psicanalítica
A contribuição freudiana Independentemente disso, a importância de Sigmund
Freud para a ciência é inquestionável e reside principalmente em três pontos.
Antes de mais nada, o destaque pioneiro que o médico vienense deu ao fator
sexual que era - até Freud - uma área de completa ignorância para a ciência e a
filosofia. Além disso, vários conceitos desenvolvidos por Freud serviram a
diversos ramos da psicologia e possibilitaram o avanço dessa ciência que é
muito mais do que um simples complemento da psiquiatria, enquanto uma
especialidade médica. Isto é, a psicologia não se limita a tratar de distúrbios,
mas a tentar explicar os processos psíquicos do ser humano.

 PRATICA PSICANALÍTICA
Podemos elencar como primeiro item dia fundamentos o abandono da
abordagem hipnótica, abandono da sugestão. Na psicanálise o terapeuta não
exerce comando, não diz o que o analisando deve fazer.
Freud percebeu que a sugestão podia fazer com que o sintoma desaparece,
porém sempre retornava após algum tempo. A hipnose não dava conta de
eliminar sintomas, pois mesmo em estado hipnótico, a mente criava respostas
para não enfrentar verdadeiramente a origem do sintoma. É a partir do
abandono da sugestão que surge a livre associação, regra fundamental da
psicanálise. Ao entender que mesmo sob hipnose havia resistência, parte-se
então para a análise do discurso livre do indivíduo. O analista agora estava
ouvindo a resistência que surgia nas palavras desfiladas livremente durante
uma sessão.
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Quanto mais a pessoa fala livremente, mais ela consegue ir se percebendo
nesse discurso é justamente por isso, não deve haver interferência do
terapeuta.
A resposta vem do próprio paciente e não do “curador”!

O terapeuta que não sugestiona, não diz o que deve ser feito. Ele ouve e ajuda
o indivíduo a perceber-se.
Essa sim é a terapêutica: perceber-se através do próprio discurso. Discurso esse
que falado livremente, anuncia o que até então estava oculto, defendido no
silêncio de si. O indivíduo não fala sobre o assunto, justamente para manter o
comportamento. Quando não falamos sobre algo, isso nos possibilita não
termos que lidar com o que não é verbalizado.
Falar modifica a realidade. Ninguém resiste à falar, mas resiste a lidar com a
mudança que surgirá a partir da conscientização surgida pela fala de si mesmo
e de seus afetos. Aquilo que não é falado fica reprimido e as resistências são
camadas que “protegem” esse núcleo. A análise é o “descascar” essas camadas,
tal qual uma cebola. O analista ajuda o analisando a descascar sua “cebola” até
conseguir chegar ao núcleo patogênico de seu sofrimento e trauma.
A teoria tem por função estruturar uma prática que visa reduzir as resistências
do analisando. O analista é aquele que irá deixar o analisando a vontade para
falar de tudo aquilo que o afeta, inclusive aquilo que ele se sente compelido a
esconder até de si mesmo. Podemos entender que a resistência é alicerçada no
complexo paterno e cabe ao processo analítico ajudar o indivíduo à superar a
lei do outro.
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O complexo paterno é uma série de entendimentos de regra que a criança
“colheu” do ambiente, entendendo como as regras da casa, do ambiente. E a
partir daí passa a conduzir sua vida, obedecendo essa lei e sempre sentindo
medo de ser punido por tudo aquilo que vá contra tais regras.
O indivíduo vive temendo o que deseja, teme o que sente, pois entende que
aquilo é marginal à regra e a partir daí estrutura a repressão. Ao sentir medo de
ser punido pelo pai, pela regra, o indivíduo reprime e então surgem sintomas.

O indivíduo não faz análise porque teme. Teme a lei e a punição que será
executada ao surgir a verdade no discurso. Ele se vê tendo que escolher entre o
campo da verdade (campo do desejo) e o campo da autoridade. A verdade
humana é a verdade do desejo humano.

A psicanálise sempre estará interessada na verdade, pois é a repressão dessa


verdade, feita em nome da lei, que irá estruturar o sofrimento do indivíduo, já
que ele deixa de viver como deseja devido à uma lei externa, uma lei paterna.
Essa lei pode ser entendida como tudo aquilo que o analisando diz que é. O
discurso sobre a ideia que tem de si mesmo. Cabe ao analista conseguir ajudar
o analisando a desconstruir essa imagem ideal, pois ela foi construída para
agradar a lei paterna e não a si mesmo.

A psicanálise abandona a sugestão para poder ouvir a verdade da boca do


próprio analisando. Essa verdade só poderá surgir no discurso livre.
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Ao discursar livremente sobre si, ele vai se percebendo e percebendo a
imagem que construiu de si mesmo para agradar a uma lei externa (a “lei do
pai”, o complexo paterno, a autoridade).
E ao perceber a verdade de si surgindo, em detrimento da imagem ideal de si, o
indivíduo começa a viver mais como deseja e não como queriam que ele
vivesse. Ao viver como se deseja, ou seja, ao diminuir as resistências operadas
com o objetivo de barrar o desejo, os sintomas caem por terra e surge no lugar
uma alegria de viver.

 A psicanálise é um sistema investigativo do funcionamento da mente


humana que busca identificar desordens psíquicas que causam sofrimento,
ou seja, provenientes da psique humana. Para tanto, Freud evolui em seu
método de abordagem: abandona a terapêutica pela catarse hipnótica e
adota novas técnicas psicanalíticas.

1. Método de livre associação

No princípio fundamental “tornar consciente o


inconsciente” encontra-se a regra fundamental para o
paciente, que é conhecida como método de livre
associação: o meio privilegiado de análise e
investigação do inconsciente. Este método veio para
substituir o antigo catártico e, desde então, tornou-se
regra no tratamento psicanalítico.
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Nele, o paciente deve externar todos os seus sentimentos, pensamentos,
ideias e emoções, sem restrições, mesmo que lhe pareçam inconvenientes ou
sem interesse. Essas associações podem ter como gatilho uma palavra,
elementos de sonhos ou quaisquer objetos de um pensamento espontâneo, por
exemplo. A submissão a essa regra fundamental permite o afloramento de
representações inconscientes, além de ativar o mecanismo de resistência.

Aplicação prática da técnica

O método de livre associação já deve ser aplicado com o paciente deitado sob o
divã, e o analista fora do seu campo de visão.Essa espécie de “ritual de
passagem”, quando o paciente sai do atendimento frente a frente para o divã, é
uma espécie de marca simbólica do início do trabalho proposto, implicando,
por sua vez, seu comprometimento com a regra fundamental.

2. Atenção flutuante

Se o método de livre associação é a regra fundamental do paciente, Freud cria a


regra fundamental do analista: a atenção flutuante.

Essa regra técnica tem como objetivo conhecer e dominar o contador, pois
somente assim o analista terá um ambiente favorável à análise ao longo do
tempo. Basicamente, a regra guia os analistas a não privilegiarem objetos ou
elementos particulares apresentados no discurso analisado.
 Teoria Psicanalítica
Em seu texto, Freud pontua sobre a necessidade de prestar a mesma atenção
fluente a tudo o que se escuta durante o método da livre associação, sem
aplicação dos pré-julgamentos conscientes e das defesas inconscientes do
próprio analista.

Aplicação prática da técnica

Freud chama a atenção para a importância da adoção da “postura de cirurgião”,


garantindo a distância relativa necessária do analisado para identificar e tratar
com êxito. Afetos pessoais devem ser evitados, e as análises devem ser feitas
apenas com base nas conversas obtidas. Por fim, é importante ainda que o
terapeuta se divida em um observador racional e em outro irracional,
existencial, durante a avaliação.
3. Contratransferência

Com a atenção flutuante, o analista atua com a sua compreensão, mas somente
até onde lhe permitem seus próprios complexos e resistências. Por isso, Freud
pontua a importância da contratransferência, ou seja, a análise prévia do
psicanalista, para o sucesso do tratamento.

Em linhas gerais, para Freud, a contratransferência era um “jeito errado de


amar o analisado” — reações afetivas conscientes ou inconscientes — que
poderia colocar em risco a efetividade da análise.
 Teoria Psicanalítica
Em Portanto, o analista deveria estar atento às resistências e aos conflitos que
poderiam surgir decorrentes do seu próprio inconsciente e, por meio do
autoexame, perceber a existência de tais conflitos, conhecer sua natureza e
eliminar suas consequências adversas.

Aplicação prática da técnica


Para evitar os efeitos negativos da contratransferência, é importante trabalhar
em três pontos: autoanálise, análise didática e supervisão.

Para suportar até mesmo os sentimentos mais desagradáveis, é imprescindível


que o analista conheça como ninguém a si mesmo e a seus próprios limites,
sempre com a supervisão necessária de seu trabalho para não sofrer tantas
interferências e análise pessoal.

Como pudemos perceber, nas técnicas psicanalíticas, analista e paciente


precisam cumprir regras fundamentais claras para o sucesso do tratamento.
Enquanto o paciente deve se desprender do seu mecanismo de resistência, o
analista precisa se ver constantemente envolto em empatia no processo
psicológico do paciente, vivenciando uma micro e uma macro análise da
expressão e do movimento mental para compreender tanto os aspectos do
paciente quanto a própria interferência que pode acontecer, buscando
minimizar seus efeitos negativos para alcançar as interpretações adequadas.

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