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Responder as atividades
1)O que é o aborto?”.
Comente que o aborto é a interrupção da gestação, que pode ocorrer de forma
espontânea ou induzida.
2) Quais podem ser as consequências de um aborto para a saúde física e
psicológica da mulher?
Explique que os riscos são relativamente pequenos quando o aborto é
espontâneo ou induzido sob cuidados médicos, mas muitas vezes o
procedimento é realizado de forma clandestina, feito por pessoas
despreparadas, em más condições de higiene. Neste caso, as consequências
incluem sérias sequelas físicas e mentais, e muitas vezes pode levar ao óbito.
2) Por que é necessário discutir sobre a descriminalização ou não do aborto?
Explique que ainda não há um consenso mundial sobre o aspecto criminal do
aborto, visto que os países têm legislações distintas para tratar o tema. Mesmo
dentro de um país, o aborto pode ser ou não considerado crime em diferentes
situações. Esse momento deve ser aproveitado para que os estudantes
compreendam a complexidade da questão e para que possam analisá-la por
diversas perspectivas.
3) Quais são os principais argumentos contra e a favor da mudança da
legislação sobre o aborto no caso de uma gravidez indesejada por motivo
diferente das situações previstas na lei atual?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem os principais
argumentos que geralmente são mencionados nas discussões contrárias ou
favoráveis à legalização do aborto para casos de gravidez indesejada. Espera-
se que o estudante considere na resposta os aspectos culturais, sociais,
econômicos e religiosos que norteiam as discussões do tema. Entre os
principais argumentos contra o aborto, no caso de uma gravidez indesejada,
estão a existência de inúmeros métodos que são baratos e eficazes para se
evitar a gravidez, a responsabilidade de a mulher assumir a sua gestação uma
vez que ela tenha ocorrido, e o dever do Estado de proteger a vida desde o seu
início. Entre os principais argumentos a favor do aborto, no caso de uma
gravidez indesejada, estão o direito de a mulher decidir querer ou não ter um
filho mesmo após o início da gestação, o grande número de mulheres que
morrem em decorrência de abortos clandestinos malsucedidos e a
incapacidade do Estado em prover condições físicas e psicológicas mínimas
para uma gestação saudável.
4)Cite e explique um dos fatores que podem ser relevantes na decisão
de um país de tornar o aborto permitido sob determinadas condições ou
completamente proibido.
Resposta pessoal. Entre os fatores que podem ser mencionados e
discutidos pelos estudantes, estão os culturais, econômicos, religiosos,
médicos e de saúde pública. Os estudantes devem compreender que o assunto
é complexo e que depende da análise conjunta de vários aspectos, incluindo os
conceitos de direito e dever, e do que é vida e do que é morte. Em suas
respostas, os estudantes podem mencionar que um país deve considerar os
vários aspectos relacionados ao tema e a sua complexidade. A decisão deve
ser discutida e amadurecida com a participação de todos os setores da
sociedade, sendo embasada no conhecimento compartilhado por especialistas
de cada área. Os direitos da mulher sobre seu corpo e o dever do Estado em
proteger a vida devem ser discutidos, levando em conta as características
culturais de cada sociedade. Também devem ser consideradas algumas
relações que são específicas de cada país; por exemplo, em muitos países em
desenvolvimento, nos quais o aborto é geralmente proibido ou permitido em
poucos casos, os índices de mortes de gestantes que recorrem às clínicas
clandestinas são altos, fazendo do aborto um problema de saúde pública.
2°momento
Mostrar o vídeo Tamires - "A vida que não vivi"
3° momento
Ler relatos de abortos
1° Relato
Feto é encontrado dentro de vaso do banheiro na UPA de Manhuaçu
2° relato
Desencanto com o amor
Foram com essas palavras que Lara* iniciou seu relato sobre a decisão
de fazer um aborto. Quando concedeu a entrevista, ela estava a mais de 2 mil
km de sua casa, localizada no interior de Alagoas, e cuidava, a pedido de um
amigo, de uma mulher que havia acabado de interromper uma gravidez, em
outra região do Brasil.
Sem o efeito esperado, Lara teve que retornar ao local, uma semana
depois. "Da segunda vez, não fez efeito. Eu fiquei desesperada. Tentamos a
terceira vez e eu com medo de tanto remédio no meu organismo, sem saber o
que estava acontecendo, muito assustada. Na terceira vez, ela me deu uma
dose maior para ingerir, duas horas depois, quando eu estivesse em casa.”
A partir disso, Lara teve contrações que duraram nove horas e, hoje,
define o sentimento associado à experiência como alívio. "Eu estava me
sentindo duplamente lesada por esse cara. Eu tive um prejuízo financeiro de
mais de R$ 15 mil e um prejuízo emocional que não tem preço", declara.
3° Relato
Ambiente de elite
Jasmin*, 68 anos, foi criada em bairros nobres do Rio de Janeiro. Casada pela
primeira vez aos 18 anos, já grávida de seu primogênito, ela disse que suas
escolhas estavam limitadas, por valores morais impostos pela família.
"Não quis fazer aborto e minha solução era ou ser mãe solteira, o que, para
minha família, era pesado demais admitir na época, ou o casamento. Como era
um namorado, uma pessoa com quem tinha um relacionamento, o casamento
foi uma consequência natural, e ele queria ter o filho também. Um ano e três
meses depois, eu tive outro", revelou.
Ela reconhece que foi uma mulher privilegiada por conseguir se dirigir a uma
clínica que, além de preservar sua identidade, ofereceu um atendimento de
qualidade. Jasmin defende que as políticas de saúde da mulher no Brasil sejam
aprimoradas, a fim de que esse público não fique tão suscetível.
"Hoje em dia, [a mulher] acaba tendo que fazer um aborto em que são usados
métodos medievais. Muitas vezes, as meninas morrem e são muito maltratadas
quando chegam lá [ao hospital]", afirma.