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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CURSO DE DIREITO

PSICOLOGIA JURÍDICA

RELATÓRIO DA VISITA AO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA

Nome: Amanda Vedana

Professor(a): Luciana de Oliveira Marques

Pelotas

2023
O Serviço de Assistência Jurídica (SAJ) é um serviço prestado à comunidade
pelotense pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e tem o objetivo de levar
apoio jurídico gratuito aos que realmente comprovarem a necessidade de uso, além
disso, unilateralmente contribui com a formação acadêmica de seus alunos,
agregando experiência jurídica ao seus currículos. O relatório a seguir trata-se de
uma experiência onde acompanhou-se um atendimento realizado pelos alunos que
compõem o SAJ, a uma pessoa da comunidade que utilizava o serviço.

Nome fictício: Andreia;


Idade: 53;
Cor: branca;
Filhos: 2 (1 menino e 1 menina);
Profissão: Era cabeleireira, mas atualmente, cuida da sua filha por tempo integral;
Estado civil: solteira;
Motivo do atendimento: Ação de curatela e de convenção de medicamentos;
História do problema atual: Desde o momento de nascimento da menina prematura
(6 meses), ocorreram episódios de paradas cardíacas e internação, e ao longo do
desenvolvimento de vida da menina, foi-se descobrir então sua condição - retardo
severo e paralisia cerebral -, onde ocorreu o diagnóstico através de consultas
agendadas pela mãe com neurologista, o qual lhe indicou a estimulação através de
terapias. A partir de então, a mãe somente cuida de sua filha, pois antes do
nascimento, possuía um salão de beleza, mas houve a necessidade de dedicar seu
tempo integral para cuidar da filha, então sua liberdade financeira também tornou-se
restrita.

Qual o impacto da situação na sua vida? Existem perdas?


A mãe relata que deixa de comprar muitas coisas para manter a filha e seus
medicamentos, como por exemplo roupas em brechó, e com a possibilidade de
ganhar esses medicamentos a qualidade de vida da família também melhoraria.
Além disso, a mãe relata que a menina não tinha histórico familiar da doença, e que
o acontecimento foi decorrente de um erro médico, proveniente do Estado omisso
em relação à saúde.

História pessoal:
Andreia relata que seu primeiro pós parto do seu primeiro filho foi complicado, pois
houveram algumas falhas médicas e até mesmo omissão ao princípio da dignidade
humana, o qual está inserido no art 5° da Constituição Federal. Andreia estava
passando por complicações no seu útero, com a aparição de diversos miomas,
então estava sendo aconselhada a retirar partes do mesmo, porém já havia sido
retirado mais de metade de seu útero e isso foi motivo de preocupação para a junta
médica que a acompanhava. Desse modo, realizaram um procedimento no órgão
sem ao menos expor os riscos e possíveis futuras complicações à mãe. A plástica
executada na metade do útero da paciente trouxe a impossibilidade de gestar
novamente, porém a não informatização a respeito dos riscos se fez presente até
esse momento, pois como relata a mãe, momentos antes da cirurgia haviam lhe
informado da impossibilidade de engravidar e não da impossibilidade em gestar,
embora pareçam sinônimos, não são. Além disso, Andreia relata que ao engravidar
novamente foi à procura de um ginecologista e dessa forma, finalmente foi
informada corretamente dos riscos gestacionais que estava exposta.

Portanto, é possível perceber a omissão estatal em relação à saúde, lembrando que


todos os procedimentos realizados por Andreia ocorreram em rede pública de
saúde, e é para esse mesmo Estado omisso que Andreia solicita a convenção de
medicamentos. Além disso, ela e sua filha sofrem abdicações todos os dias em
relação às suas respectivas qualidades de vida, como já supracitado, compram
roupas em brechó e a mãe não consegue seguir com sua profissão desde que a
menina nasceu.

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