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FACULDADE MAURÍCIO DE

NASSAU PSICOLOGIA DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA

AUTISMO

Equipe:

Ana Caroline Rodrigues


Gabriela Guedes
Jaqueline Ferreira
Larysse Cavalcante
Maria Joana
Regina Marcos
Renata Nascimento

Psicologia 5ª Semestre MA

Professora:​ Selênia

FORTALEZA/CE
11/2014

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SUMÁRIO

AUTISMO....................................................................................................3

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO4

COMO É REALIZADO O TRABALHO JUNTO AOS


DEFICIENTES6

O PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA....................................................9

OBSERVAÇÃO DE CAMPO..................................................................10

DIÁRIO DE CAMPO ..............................................................................11

CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................12

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INTRODUÇÃO

O autismo se manifesta de maneira grave por toda vida. O termo vem do grego
“autós”, que significa de si mesmo. Um transtorno de desenvolvimento, o problema
aparece nos três anos de vida.

Não é uma doença, tampouco uma anomalia. As pessoas com autismo costumam
ser fisicamente perfeitas e são muito diferentes uma das outras.

Os três primeiros sintomas, são as dificuldades de comunicação e interação


social, alem do padrão de atividades e interesse restrito e estereotipado. Há uma falha no
desenvolvimento da fala, causando em muitos casos o mutismo completo ou a fala
monossilábica usada apenas para comunicar interesses imediatos.

Quanto à interação social, há casos de indivíduos completamente isolados e


refratários ao contato social, e outros que interagem apenas o necessário para realizar
ações pessoais, mas não desenvolvem relações que envolvam maior intimidade. São
desajeitados socialmente.

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1. IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

CASA DA ESPERANÇA – Terapia, Educação e Vida Plena para pessoas com


Transtornos do Espectro do Autismo. Referência no Brasil e no mundo, a Casa da
Esperança tem à frente a médica Fátima Dourado. Mãe de seis filhos, entre eles dois
autistas, construiu uma luta de história de luta pelo direito de várias pessoas com
autismo.

Tudo começou quando a mesma largou os empregos, investiu tudo numa doença
que ninguém sabia o que era o autismo, e não internou o filho que tinha graves crises. A
mesma sabia que o desafio dado por Deus era imenso, já que o mesmo não tinha lugar
para autistas, não havia médicos preparados para tratar e fazer um diagnóstico precoce,
nem escolas que os aceitassem.

Fátima deu a volta por cima e em 1993, fundou a Casa da Esperança. E, se num
dia, ela tinha apenas dez famílias apostando em sua ideia, nos dias seguintes já havia
centenas de outras querendo fazer parte daquele sonho. Mulher engajada nos
movimentos sociais e conhecida no meio político, diante das dificuldades, foi
conquistando apoio e convencendo pessoas, empresas e governos a investirem na
entidade. Hoje, a Casa da Esperança tem sede também no Pará e vários outros estados
desejam não somente ter uma entidade que cuide dos autistas, mas sim uma Casa da
Esperança.

“Quando o empreendimento completou dez anos, já havíamos construído uma


bela sede própria sede própria, treinando professores da rede pública, inserindo
estudantes autistas na rede regular de ensino. Tínhamos conseguido colocar jovens e
adultos no mundo do trabalho e assistindo o primeiro dos nossos jovens com autismo
concluir um curso universitário.”

Novos desafios sempre os cutucavam de todos os lugares do Brasil e até de outros


países chegavam novas crianças. Os tratamentos que haviam se mostrado eficazes não

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se aplicavam a todos os casos, o que exigiu e exige sempre novas pesquisas. E do
mundo chegava o clamor de crianças com autismo criadas em cárceres privados, relatos
de tratamentos desumanos e desalentadoras notícias de recursos subitamente subtraídos
pelo poder público, o que comprometia seriamente a continuidade do trabalho. Foi
pensando em aprofundar e ampliar o trabalho, de modo que mais e mais pessoas com
autismo e suas famílias tivessem uma vida melhor que conseguiram o credenciamento
do SUS, o que os deu suporte financeiro para garantir a manutenção e ampliação do
empreendimento. E assim, tendo em vista o aprofundamento do conhecimento sobre o
autismo, despertaram o interesse e o respeito de grandes profissionais e organizações
pela Casa da Esperança, como Ami Klin, então coordenador do Programa de Autismo
da Americana Universidade de Yale, onde são promovidos congressos, jornadas, além
de publicações de livros e trabalhos científicos.

Hoje a sede de Fortaleza, atende trezentos e oitenta pessoas com autismo em


regime intensivo de quatro ou oito horas por dia, e realiza mais de mil procedimentos
ambulatoriais diariamente.

O desafio inicial transformou-se numa rede de parceiros, ideias, cérebros,


corações, vidas humanas colocando todo seu potencial a serviço das pessoas com
autismo. Para alegria de todos, a genética e a neurociência social aplicada apontam
perspectivas promissoras nessa luta.

“Já não estamos mais sozinhos. Rompemos o autismo social, participamos de um


grande e vigoroso movimento mundial de luta pela saúde, educação e dignidade de
pessoas autistas. Este é o trabalho de minha vida, mas não é trabalho para uma vida
apenas, mas para muitas vidas, bem mais importantes e nobres que a minha. Vidas que
se consagram à tarefa de construir a cada dia caminhos transitáveis e seguros entre
pessoas autistas e não autistas.” (Dra. Fátima Dourado).

2. COMO É REALIZADO ESSE TRABALHO JUNTO AOS


DEFICIENTES.

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O Núcleo de Assistência a Saúde (NAS) da Casa da Esperança é credenciado pelo
SUS para realizar procedimentos de médias e altas complexidades de acordo com a
Portaria /GM Nº 1.635 de setembro de 2002, do Ministério da Saúde, que objetiva
garantir o acompanhamento de pacientes com transtorno mental e autismo através da
estimulação neurosensorial. Graças a essa parceria, a grande maioria dos procedimentos
realizados pela organização com pacientes residentes na cidade de Fortaleza pode ser
feita de forma pública e gratuita.

O NAS recebe pacientes de todo o país em busca de diagnóstico e tratamento.


Nele, são realizados procedimentos de avaliação e diagnóstico, acompanhamento
intensivo por equipe multiprofissional e acompanhamento ambulatorial especializado
para aplicação de testes para psicodiagnósticos, terapia individual e em grupo,
atendimento a alterações motoras.

Esse acompanhamento intensivo por equipe multiprofissional é o principal


diferencial do serviço oferecido pela Casa da Esperança.

Este serviço é prestado através de três setores especializados e destinados à


pessoas com necessidades muito específicas: circuito de estimulação neurosensorial,
oficinas terapêuticas e vivências terapêuticas.

A família tem como função primordial a sociabilidade e o bem estar físico dos
seus integrantes principalmente durante a infância e a adolescência. É na família que o
indivíduo vive suas primeiras experiências e adquire a consciência social que irá nortear
suas decisões para o exercício pleno de sua cidadania. Os conceitos, os valores e as
convicções que são adquiridas nas relações familiares são determinantes para o processo
de aceitação de si mesmo e do outro.

A Convenção Sobre Direitos das Pessoas com Deficiência reconhece em seu


parâmetro que “a família é o núcleo natural fundamental da sociedade e do Estado e de
que as pessoas com deficiência e seus familiares devem receber a proteção e a
assistência para que as famílias possam contribuir para o pleno e igual desfrute dos
direitos das pessoas com deficiências”.

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Na Casa da Esperança o NAF existe para dar apoio às famílias com autismo e tem
como objetivo favorecer o intercâmbio de informações entre a família e equipe
terapêutica e educacional no intuito de potencializar os resultados das intervenções e
prestar atendimento às famílias objetivando a inclusão e participação social.

O Programa de Educação Especializada é a resposta criativa da Casa da Esperança


ao desafiador processo de inclusão das pessoas com deficiência em geral, especialmente
das pessoas com transtornos do espectro autista.

É um programa transversal, que estende sua atuação em outros programas da Casa


da Esperança cujos pacientes são incluídos na escola regular.

A missão desse programa tem como objetivo “implementar estratégias para incluir
efetivamente estudantes autistas na escola regular incentivando neste sentido famílias e
instituições educacionais, bem como garantir o acompanhamento dos estudantes e
promover o monitoramento integral deste processo para a garantia de sua estabilidade e
continuidade.”

Na Casa da Esperança, cerca de 80% das crianças em idade escolar estão incluídas
na escola regular, e recebem no contra turno acompanhamento específico, além da
visitação sistemática à escola.

O incentivo a uma educação inclusiva não beneficia apenas pessoas com


deficiência, mas toda a sociedade, na medida em que a ensina a fazer as pazes com a sua
intrínseca pluralidade.

Os profissionais que assistem os deficientes da Casa da Esperança são:

​- Dra Fátima Dourado – é médica pediatra e psiquiatra, sua atuação perpassa


todos os níveis organizacionais, como Médica realiza consultas e acompanhamento
clínico de crianças e jovens com autismo vindo de todos os estados brasileiros, como
Diretora Clínica supervisiona o trabalho da equipe multiprofissional da entidade e tem
decisiva participação em todas as articulações estratégicas da organização tanto no
âmbito político-institucional quanto econômico-administrativo. Sua ação tem dado

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significativa contribuição para a confirmação da Casa como referência mundial no
atendimento a pessoas autistas.

​- Alexandre Costa e Silva – Psicólogo, atualmente é o presidente da Casa da


Esperança coordenando e supervisionando profissionais de diversas áreas de saúde e
educação, na construção de um diálogo interdisciplinar no atendimento integral de
pessoas com Transtornos do Espectro Autista nas Casas da Esperança do Ceará, em
Fortaleza, e do Pará em Ananindeua. Tem experiência na área da Psicologia do
Comportamento com ênfase em Transtornos Invasivos do Desenvolvimento, atuando
principalmente nas áreas comunitária e clínica, bem como na reabilitação
neuropsicológica de pessoas com autismo.

- Dr. José Evaldo Leandro Júnior – Médico Pediatra, na Casa da Esperança


trabalha dando suporte técnico, realizando atendimento das intercorrências mais comuns
nas crianças e jovens com autismo, além de realizando triagem diagnóstica e
seguimento do crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor. É casado com uma
psiquiatra.

- Cláudia Hartwig – Educadora Física da Casa. É mãe de um filho autista, é


fundadora junto com outros pais de autistas da AMPARHO (Associação de Mães, Pais e
Amigos de Autistas e Relacionados com Enfoque Holístico) em Pelotas, sua cidade
natal. Adotou Fortaleza como sua cidade, em busca da terapia e inclusão social para seu
filho Diego.

​- Sonia Oliveira – Assistente Social; Diretora de Direitos Humanos e Inclusão.


Seu trabalho dentro da Instituição tem como objetivo central a inclusão dos autistas na
vida familiar e na comunidade através da terapia e da educação.

3. O PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA

A atuação da psicóloga dentro da instituição é o de construir um dialogo


interdisciplinar no atendimento integral dos mesmos, dando ênfase aos transtornos

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invasivos do desenvolvimento atuando na reabilitação neuropsicológica de cada um
deles para que possam interagir e incluir-se junto ao mundo.

O trabalho da psicóloga é junto de uma equipe multidisciplinar, para que o


paciente tenha um tratamento completo na sua reabilitação.

4. OBSERVAÇÃO DE CAMPO

O clima da instituição é muito agradável, receptível, aconchegante é tudo muito


lindo. Ao chegar lá pudemos nos deparar com outro mundo, um lugar calmo, muito
lindo.

As pessoas são muito bem recebidas, existem projetos para os pais que esperam
seus filhos. Oficinas de bordado, de pintura. Há um acompanhamento junto à família da
criança junto com a equipe multidisciplinar oferecendo uma melhor qualidade de vida a
família.

Lugar totalmente adaptado às necessidades dos portadores do transtorno.


Proteções, rampas tudo muito bem adaptado para a segurança e mobilidade dos
pacientes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como chegamos a vê na Casa da Esperança algumas crianças, apesar de autistas,


apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios problemas no
desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a
rígidos e restritos padrões de comportamento. Atualmente já há a possibilidade de
detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.

Certos adultos com autismo são capazes de ter sucesso na carreira profissional.
Porém, os problemas de comunicação e socialização causam, frequentemente,

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dificuldades em muitas áreas da vida. Adultos com autismo continuarão a precisar de
encorajamento e apoio moral na sua luta para uma vida independente. Os profissionais
da casa da Esperança sempre aconselham aos pais que devem procurar programas para
jovens adultos autistas bem antes dos seus filhos terminarem a escola.

Sabemos que existe o preconceito, a falta de informação e assim criam-se muitos


mitos sobre os autistas. Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas
vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que criam; isto não é
verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as
outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas
brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente
tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.

Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se
pensa em uma pessoa retardada ou que sabe poucas palavras ou até mesmo que não sabe
alguma. Problema na inteligência geral ou no desenvolvimento de linguagem, em
alguns casos, pode estar realmente presentes, mas como dito acima nem todos são
assim. Às vezes é difícil definir se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca
teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade,
alguns indivíduos com autismo possuem inteligência acima da média.

Esperamos que com nossa visita outras pessoas possam se interessar ao assunto,
que um dia possam-se quebrar esses mitos e preconceitos e esperamos ter semeado uma
semente de interesse e curiosidade a respeito da Casa da Esperança e que outras pessoas
possam ir viver essa experiência e sentir essa inundação de amor que eles transmitem.

Encerramos este trabalho com outra visão sobre o autismo e satisfeitas com o
mesmo.

DIÁRIO DE CAMPO

Nossa visita foi na instituição Casa da Esperança, no dia 30 de outubro de 2014,


uma quinta feira ás 09h00min. ​O local é afastado das avenidas principais, de difícil
acesso pra quem não vai de carro. A casa é mantida financeiramente pelo SUS e alguns
poucos convênios particulares. Esse dinheiro custeia 4 horas do paciente na casa. Muitas

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vezes a renda do SUS não é suficiente para cobrir as despesas e pagar os funcionários,
causando uma rotatividade de profissionais. Mesmo enfrentando problemas financeiros,
a casa é bem organizada e alegre. Com um jardim na entrada muito bonito e áreas de
interação e lazer para os pacientes. Quanto à conservação da casa, ajustes e pintura são
feitos com colaboração dos pais. Que doam materiais, ou fazem bingo para arrecadarem
dinheiro e fazerem esses reparos.
F​omos recebidos por uma assistente social, que trabalha na instituição há dez
anos, ela nos conduziu pela casa, mostrando setor por setor e explicando qual a função
de cada um deles. Cada setor era uma aprendizagem nova, pois mesmo conhecendo a
deficiência e sabendo as limitações, quando nos deparávamos com a situação, podemos
dizer que ficamos um pouco chocadas, mais mesmo assim não perdemos a forma neutra
de como analisar tudo aquilo que estava sendo visto.
A Casa da esperança é uma referencia internacional, onde tivemos a
oportunidade de observar de perto como é realizado um trabalho deste tão lindo e que
exige bastante dedicação, tudo feito com muito amor e carinho. A instituição
desenvolve um trabalho que é ligado diretamente a pessoa que tem autismos, onde visão
a qualidade de vida do deficiente e a integração do mesmo na sociedade, a instituição
ensina o deficiente como realizar os seus afazeres no dia a dia, assim como também
ensinam aos pais a lutarem pelo espaço deles dentro da sociedade. A equipe faz um
acompanhamento familiar, que é o momento deles se comprometerem a levar seus
filhos, a participar das palestras porque o trabalho não é só com os pacientes, a família
que está junto a instituição, a família torna-se também paciente. Na casa as mães ajudam
nos custos financeiros, eles têm uma oficina onde realizam trabalhos artesanais
(bordados de blusas, bolsas, panos de prato, toalhas, entre outros), que depois de
concluídos vendem dentro e fora da instituição, ajudando tanto a casa como a eles
mesmos, que ganham uma porcentagem na venda.
Foi dito pela assistente social que o primeiro passo do tratamento é a aceitação
das famílias ao Autismo, isso é um processo delicado e que leva um tempo. A Casa da
Esperança é composta por vários tipos de graus de autistas, desde os clássicos, aos mais
leves. Autismo que na maioria das vezes é acompanhado por alguma outra deficiência,

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seja motora, ou outras síndromes (Ex: Síndrome de Down). Atualmente o autista mais
novo na Casa tem 03 anos e o mais velho tem 44 anos.

A Casa da Esperança ressalta a importância da frequência dos pacientes no turno


contrário em colégio regular. Pois ajuda na socialização e inclusão da criança autista.

A visita trouxe uma grande aprendizagem à equipe. Pois conseguimos sentir um


pouco como é o mundo autista. Como as famílias lidam com esse transtorno de
desenvolvimento. E a importância do trabalho da Casa da Esperança na vida de cada
família e de cada paciente.

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