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Módulo de Acolhimento e Avaliação

Projeto Mais Médicos para o Brasil


31° Ciclo do PMMB

ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS


DA PRÁTICA MÉDICA
OBJETIVOS DA APRENDIZAGEM
• Discutir os princípios da bioética e sua aplicação na APS (aborto, violência contra
criança, mulher e idoso);
• Código de Ética Médica;
• Lei 12.871/2013;
• Apresentar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
• Apresentar o Estatuto do Idoso;
• Apresentar a organização da prática médica (conselhos, sindicatos e sociedades
médicas);
• Aspectos ético-legais do trabalho multiprofissional.
CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO MÉDICO
• O Brasil contava, em janeiro de 2023, com 562.229
médicos, o que corresponde à razão de 2,60 médicos
/ mil habitantes.
• A média de consultas realizadas por médico no Brasil
anualmente (1.261) é bem menor do que em países
da OCDE (2.122).
• A maioria dos médicos possuem múlLplos vínculos de
trabalho.
CARACTERÍSTICAS DOS ESTUDANTES DE
MEDICINA
• O estudante de medicina no Brasil é majoritariamente
branco, do gênero feminino, com idade entre 19 e 24 anos,
faz a graduação em instituições privadas e cursou o ensino
médio também em escolas particulares.

• Aumento do número de estudantes que se declaram pretos


ou pardos nos últimos anos.

• Aumento de estudantes que realizaram seu ensino médio


em escola pública, principalmente nas Universidades
Públicas.
CARACTERÍSTICAS DOS RESIDENTES
MÉDICOS

• A maioria se forma em serviços de saúde que atendem


usuários do SUS, 94,5%.

• Porém, somente 24,6% tem a intenção de trabalhar


integral ou majoritariamente no SUS.
Distribuição Geográfica
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA E SUA
APLICAÇÃO NA APS: CASO CLÍNICO
Rafaela tem 13 anos, estuda na Escola Municipal do bairro e é acompanhada pela equipe da
Unidade Básica de Saúde de Mangueirão. Dona Márcia, mãe de Rafaela, tem se queixado a Drª
Gabriela que sua filha está muito quieta ultimamente, não quer se alimentar e tem notado que a
mesma tem perdido peso. No dia anterior, chorando muito, confessou à mãe que teve sua primeira
relação sexual há um mês, num momento de intimidade com seu namorado da época, a contragosto,
porque o mesmo a forçou quando ela desistiu “no meio do caminho”. D. Márcia vem a unidade em
busca de orientação de como deve agir nessa situação.
• Descreva como a equipe deve acolher a mãe e a paciente
nessa situação.

• Quais as medidas que devem ser tomadas, clínicas e de


notificação?
PRINCÍPIOS DA BIOÉTICA E SUA
APLICAÇÃO NA APS: CASO CLÍNICO
Júlia é uma criança de 2 anos de idade que vive com sua mãe de 16 anos e seu
companheiro de 18 anos. Ambos usuários de drogas e envolvidos com o tráfico no bairro. Na última
tentativa de visita de Cidinha, a ACS que acompanha a família, a mesma identificou que Júlia
estava com manchas roxas pelo corpo, em péssimo estado de higiene e chorava muito aos pés da
mãe. Naquele momento, a mãe, parecia “transtornada” e sem paciência. Na frente de Cidinha
empurrou a criança gritando para se calar. Cidinha ao voltar para sua unidade, muito preocupada e
sem saber o que fazer, passa a situação para Drª Gabriela e para a Enfª Janaína.
• Diante dos preceitos do ECA como deve agir a equipe nesse
caso?
Conceitos
•Violência contra crianças e adolescentes pode ser definida como “[...] todo
ato ou omissão praticado por pais, parentes ou outras pessoas que – sendo
capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicológico à vítima – implica de
um lado uma transgressão do poder/dever de proteção do adulto e, de
outro, uma coisificação da infância, isto é, uma negação do direito que
crianças e adolescentes têm de serem tratados como sujeitos de direitos e
pessoas em condição peculiar de desenvolvimento”
Conceitos
•Segundo a OMS, a violência sexual praticada contra crianças e adolescentes
envolve ações de conteúdo sexual praticadas por pessoas que se encontram em um
estágio de desenvolvimento e maturidade superior ao da criança ou adolescente
vítima.
ELEMENTOS DA ASSISTÊNCIA
• Observação inicial da relação mãe/cuidador e criança.

• Coleta da história clínica com tranquilidade, acreditando nos sinais e na palavra da


criança (quando ela já consegue se expressar verbalmente).

• Exame físico completo e minucioso.

• Registro do diagnóstico baseado na CID-10, especificando a violência como causas


externas (acidentais e intencionais) e notificação.

• Prevenção de gravidez, além do diagnóstico, tratamento e prevenção de infecções


sexualmente transmissíveis quando se tratar de violência sexual.
QUANTO AO SIGILO MÉDICO
• Se o adolescente procurar a Unidade Básica de Saúde sem o acompanhamento dos
pais, ele tem o direito de ser atendido sozinho.

• No entanto, a equipe poderá negociar com ele a presença dos pais ou responsáveis,
se for o caso.

• Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a adolescência vai dos 12 aos 18


anos.

• O Código de Ética Médica, em seu artigo 74, diz ser vedado revelar sigilo
profissional relacionado ao paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou
responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo
quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E
ESTATUTO DO IDOSO
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo III - Responsabilidade Profissional


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a
devida identificação de seu número de registro no Conselho Regional de
Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de
receituários, atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
Art. 14. Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela
legislação vigente no País.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Capítulo IV - Direitos Humanos


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua
dignidade ou discriminá-lo de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir
livremente sobre sua pessoa ou seu bem-estar, bem como exercer sua
autoridade para limitá-lo.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo V - Relação com Pacientes e Familiares
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do
paciente, salvo em casos de urgência ou emergência e impossibilidade
comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após
cessar o impedimento.
§ 1º O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou de
outro método, dar-se-á sob regulamentação do Conselho Federal de
Medicina.
RESOLUÇÃO CFM Nº 2.314, DE 20 DE ABRIL DE 2022

● Art. 4º Ao médico é assegurada a autonomia de decidir se utiliza ou


recusa a telemedicina, indicando o atendimento presencial sempre que
entender necessário.

● Art. 16 A prestação de serviço de telemedicina, como um método


assistencial médico, em qualquer modalidade, deverá seguir os padrões
normativos e éticos usuais do atendimento presencial…

● Importância do Registro (prontuário) e da proteção dos dados.


CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método
contracepRvo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança,
reversibilidade e risco de cada método.
Capítulo VII - Relação entre Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados
por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo
em situação de indiscu;vel bene=cio para o paciente, devendo comunicar
imediatamente o fato ao médico responsável.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 65. Cobrar honorários de paciente assistido em instituição que se destina à
prestação de serviços públicos, ou receber remuneração de paciente como
complemento de salário ou de honorários.
Capítulo IX - Sigilo Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício
de sua profissão, salvo por motivo justo, dever legal ou consentimento,
por escrito, do paciente.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Parágrafo único. Permanece essa proibição:
a)Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha
falecido;
b)Quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico
comparecerá perante a autoridade e declarará seu impedimento;
c)Na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar
segredo que possa expor o paciente a processo penal.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade,
inclusive a seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha
capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa
acarretar dano ao paciente.

Art. 75. Fazer referência a casos clínicos idenRficáveis, exibir pacientes ou


seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos
médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do
paciente.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Art. 76. Revelar informações confidenciais obRdas quando do exame médico
de trabalhadores, inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou de
insRtuições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da
comunidade.

Capítulo X - Documentos Médicos


É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praRcado ato profissional que o
jusRfique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando
não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer
como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação
médico-legal.

Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando


assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não
obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade.

Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante


legal quando aquele for encaminhado ou transferido para continuação do
tratamento ou em caso de solicitação de alta.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
§ 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução
do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data,
hora, assinatura e número de registro do médico no Conselho Regional de
Medicina.
§ 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da insRtuição que assiste o
paciente.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer
cópia quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à
sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a
terceiros.

Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado,
por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria
defesa.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA:
TRANSCRIÇÃO DE RECEITA MÉDICA
O art. 37 do CEM é bastante enfático ao proibir a prescrição de
tratamentos ou outros procedimentos sem exame direto do paciente
(anamnese + exame físico).

Em casos excepcionais, por exemplo, de medicações de uso


prolongado ou anticonvulsivantes, o médico poderá prescrever como
continuidade, ou seja, outro especialista fez uma prescrição anterior".
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Lei 5.991/73. Capítulo VI. Do Receituário


• Art. 43. O registro do receituário e dos medicamentos sob regime de
controle sanitário especial não poderá conter rasuras, emendas ou
irregularidades que possam prejudicar a verificação da sua autenticidade.

• Carimbo, não há exigência legal, mas na prática não é aceita sem carimbo (ou
assinatura eletrônica certificada).
PONTOS IMPORTANTES

1. Lembrar que não vai ser raro encontrar pacientes com dificuldades em
ler e em compreender as receitas.

2. Algumas unidades montam fluxos específicos em suas farmácias (sempre em


duas vias, renovação de prescrição contínua, prescrição de enfermagem...).

3. A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no


processo de trabalho, visto que é um motivo muito frequente de consulta.
CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA
Capítulo III - Responsabilidade Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:

Art. 11. Receitar, atestar ou emi-r laudos de forma


secreta ou ilegível, sem a devida iden-ficação de seu
número de registro no Conselho Regional de
Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em
branco folhas de receituários, atestados, laudos ou
quaisquer outros documentos médicos.
ATESTADO MÉDICO
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002:
Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico,
sendo seu fornecimento direito inalienável do paciente…
Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em
ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos exames e
tratamentos realizados, de maneira que possa atender às
pesquisas de informações dos médicos peritos das empresas ou
dos órgãos públicos da Previdência Social e da JusIça.
ATESTADO MÉDICO
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002:
Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnóstico
codificado ou não quando por justa causa, exercício de dever legal,
solicitação do próprio paciente ou de seu representante legal.
Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado
ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta
concordância deverá estar expressa no atestado.
CÓDIGO DE ÉTICA
Capítulo III - Responsabilidade Profissional

É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 12. Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de
trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato
aos empregadores responsáveis
Parágrafo único. Se o fato persistir, é dever do médico comunicar
o ocorrido às autoridades competentes e ao CRM.
Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais,
ambientais ou profissionais de sua doença.
Atestado, Relatório ou Laudo?

Relatório médico = Atestado

Laudo = por demanda judicial ou


perícia oficial
“TIPOS” DE ATESTADO MÉDICO
1.Declaração de Óbito (D.O.)
2.Atestado por Doença / Incapacidade laboral
3.Atestado/Notificação por Acidente de Trabalho
4.Atestado para Repouso à Gestante
5.Atestado para licença maternidade (120/180 dias)
6.Atestado para Fins de Interdição
7.Atestado de Aptidão Física
8.Atestado de Sanidade Física e Mental
9.Atestado para Amamentação
10.Comprovação de Comparecimento
11.Atestado para Internações
ATESTADO MÉDICO PARA
AFASTAMENTO DO TRABALHO

- Carteira assinada (Trabalhador(a) CLT - celetista)


- Segurado(a) pelo INSS (autônomo, MEI, contribuinte individual,
etc)
- Servidor(a) público(a)
- Trabalhador(a) informal/sem vínculo
ATESTADO MÉDICO PARA
AFASTAMENTO DO TRABALHO
ATESTADO RETROATIVO
“A data do atestado médico deverá coincidir com a do ato médico
que o gerou, sendo, entretanto, lícito, especificar o período de
afastamento das aIvidades, mesmo que retroaIvo, desde que
cienIficamente embasada a conclusão e registrada em prontuário”

(PARECER CREMEB Nº 10/05, de 28 de Setembro de 2004. Aprovado em Sessão Plenária de


03/12/2004)
Relatório Médico para Recebimento de
Benefício Previdenciário (INSS/RPPS)
- História clínica e ocupacional → DiagnósIco(s) / CID(s)
- Exames complementares
- Perda funcional, limitações e grau de incapacidade… para quais
aIvidades…
- Conclusão (doença relacionada ao trabalho ou comum)
- Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT - INSS)
- NoIficação de doença do trabalho no SINAN
Relatório Médico para Sistema Único de
Assistência Social (SUAS)
Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS)
Requisitos:
• Ter Deficiência ou Doença Incapacitante Grave
• Não ter outro tipo de cobertura previdenciária ou benefício
do INSS
• Baixa renda (menos de ¼ de salário mínimo per capita)
• Estar inscrito no CAD Único
DECLARAÇÃO DE ÓBITO
Situação clínica
Sílvia é médica do PMM na cidade de Currais Lindos. Durante
seu descanso no fim de semana (estava fora da cidade) a
secretária municipal de Currais Lindos entra em contato com a
mesma porque S. Severino, 98 anos, paciente acompanhado
pela equipe de Dra. Sílvia e por ela há mais de 2 anos, morreu
em casa (sua filha o encontrou sem vida ao amanhecer). A
secretária de saúde exige que a médica emita a DO de qualquer
jeito porque não existe outro médico acessível naquele
momento.
Se você fosse Drª Sílvia, como agiria frente a essa situação.
ATENÇÃO!

O médico da estratégia de saúde da família não deve se


ausentar da responsabilidade quando ele é o único medico
disponível e se não houver indícios de morte por causa externa.
O médico tem responsabilidade
ética e jurídica pelo
preenchimento e pela assinatura
da DO, assim como pelas
informações registradas em todos
os campos deste documento.
Deve, portanto, revisar o document
antes
p de assiná –lo.
http://portalarquivos2.saude.gov.br/image
s/ df/2015/agosto/14/Declaracao-de-
Obito- WEB.pdf
TIPOS DE ÓBITO
• Causa Natural: doença ou condição

• Causa Externa / Morte não natural:


§ Violência ou suspeita de violência;
§ Homicídio;
§ Acidente.
Quem deve emitir DO: causa natural
Quem deve emitir DO: causa externa
Declaração de Óbito (D.O)

Capítulo X - Documentos Médicos

É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou
quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no úlRmo caso, se o
fizer como plantonista, médico subsRtuto ou em caso de necropsia e
verificação médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando
assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta.
Declaração de Óbito (D.O)
Responsabilidade É5ca e Jurídica do Médico (O MÉDICO DEVE):

1.Preencher os dados de idenZficação com base em um documento da pessoa falecida.


Na ausência de documento, caberá, à autoridade policial, proceder o reconhecimento do
cadáver.
2. Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem abreviações ou
rasuras.
3.Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras internacionais, anotando,
preferencialmente, apenas um diagnósZco por linha e o tempo aproximado entre o início da
doença e a morte.
4. Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes de assinar.
Declaração de Óbito (D.O)

Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico


O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
1. Assinar DO em branco.
2. Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a morte.
3.Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada cardíaca, parada
cardio-respiratória ou falência de múltiplos órgãos.
4. Cobrar pela emissão da DO.
Quando emitir
• 1. Em todos os óbitos (naturais ou violentos).

• 2. Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento,


independentemente da duração da gestação, do peso do recém- nascido e
do tempo que tenha permanecido vivo.

• 3. No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas,


ou o feto com peso igual ou superior a 500 gramas, ou estatura igual ou
superior a 25 centímetros.
Quando não emitir

Óbito fetal, com gestação de menos de 20 semanas, ou peso menor


que 500 gramas (ABORTO), ou estatura menor que 25 cenbmetros.
Óbito, quando declarar ?

sim sim sim médico assistente


foi causa foi assistido? a causa está bem
ou substituto
natural? definida?
fornece

não não não

Causa Externa:
encaminhar ao Serviço de Verificação de Óbito
IML
Organização da Profissão

• Conselhos;

• Sindicatos;

• Associações:
Sociedades de especialistas
Associações médicas
Aspectos ético legais da prática
multiprofissional
O trabalho em equipe é um dos pilares do trabalho na ESF e na APS dia. Não
existe um código de ética multiprofissional e invariavelmente ocorre conflitos pelas
diferentes visões de cada profissão e de cada profissional diante de dilemas éticos.
Dalla MDB, Lopes JMC. Ética na Atenção Primária à Saúde. In Tratado de medicina de Família e comunidade, 2012

Características do trabalho em equipe: cooperação, colaboração e divisão de


responsabilidades.

No trabalho em equipe, os resultados obtidos são maiores do que a soma dos


resultados individuais, aumentando a eficácia e a eficiência do atendimento prestado
à população.
Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiprofissional
"Então, um trabalho de equipe é você fazer as suas atividades, mas
estar sempre consultando e interagindo com os outros profissionais
para o bem-estar da comunidade, da população". (dentista)

"Para trabalhar em equipe é necessário ter um objetivo comum, estar


disposto a fazer sua parte bem-feita em prol desse objetivo, e um
pouco de humildade para reconhecer que você não sabe tudo, que não
vai resolver tudo sozinho, gostar de colaborar". (médica)

Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
Aspectos ético legais da prática
multiprofissional
"Eu acho que eles veem meu trabalho na boa. Eventualmente a gente
discute, a gente diverge de alguma coisa, mas aceito as críticas, aceito as
sugestões, e a gente sempre chega a um acordo". (médica)

"Pelo menos eu já deixei eles bem à vontade para falar sobre isso. Em
reuniões de equipe eu falo: gente, se tiver alguma coisa que, assim, eu esteja
fazendo, a maneira de eu trabalhar não tiver legal para vocês, não tiver
interagindo com vocês, vocês podem falar. A gente pode sentar, discutir e
ver como a gente pode resolver isso". (auxiliar de consultório dentário)
Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho multiprofissional na academia de saúde: estudo sobre as formas de
trabalho. Interface (Botucatu) 2013
BIBLIOGRAFIA
1.Código de é+ca médica: resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009 (versão de bolso) /
Conselho Federal de Medicina – Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2010.
2.RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002 (Publicada no D.O.U. de 20 de dezembro de 2002, Seção I, pg.
422)
3. Brasil. Ministério da Saúde. A declaração de óbito: documento
necessário e importante / Ministério da Saúde, Conselho Federal de Medicina, Centro Brasileiro de
Classificação de Doenças. – 3. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2009.
4. Atestado de óbito: aspectos médicos, esta`s+cos, é+cos e jurídicos. / Coordenação de Ruy
Lauren+ e Maria Helena P. de Mello Jorge. São Paulo: Conselho Regional de Medicina do Estado de
São Paulo, 2015.
5. Dalla MDB, Lopes JMC. É+ca na Atenção Primária à Saúde. In Tratado de medicina de Família e
Comunidade, 2012.
6. Pereira RCA, Rivera FJU, Artmann E. O trabalho mul+profissional na academia de saúde: estudo
sobre as formas de trabalho. Interface (Botucatu) 2013.
Gratidão
OBRIGADO(A)!
COORDENAÇÃO GERAL
FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES
NILSON MASSAKAZU ANDO

POLO SÃO PAULO


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
GUSTAVO EMANUEL FARIAS GONÇALVES
MARIANA TOMASI SCARDUA

SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
MARIZÉLIA GOIS MONTEIRO
DANIEL DE MEDEIROS GONZAGA

APOIO INSTITUCIONAL DO MEC


MÁRCIA CRISTINA NÉSPOLI ANDO
JONAS NERIS FILHO
POLO SALVADOR
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
MARINA ABREU CORRADI CRUZ
SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
CLARISSA SANTOS LAGES
APOIO INTITUCIONAL DO MEC
JOÃO PEREIRA DE LIMA NETO

POLO BELO HORIZONTE


COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
CAMILA ZAMBAN DE MIRANDA
FRANTCHESCA FRIPP DOS SANTOS
SUBCOORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
JULIANA MACHADO DE CARVALHO
AUGUSTO CEZAR DAL CHIAVÓN
APOIO INTITUCIONAL DO MEC
LILIAN PATRÍCIA SILVA DE SOUZA
MINISTRO DA EDUCAÇÃO
CAMILO SOBREIRA DE SANTANA
SECRETÁRIA DE ENSINO SUPERIOR
DENISE PIRES DE CARVALHO
DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
GISELE VIANA PIRES
COORDENADOR GERAL DE EXPANSÃO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE
FRANCISCO DE ASSIS ROCHA NEVES
REFERÊNCIAS CENTRAIS DO MEC/PMMB
ANA LUÍSA DOS SANTOS AZEVEDO
ANA LUIZA FEITOZA NEVES SANTOS COSTA
GABRIELA CARVALHO DA ROCHA
HUMBERTO BATISTA BORGES DA SILVEIRA
LEONARDO SOUSA ARAÚJO
LUCAS DE SOUZA PORFIRIO
MAÉZIA MARIA MEDEIROS COSTA MIGUEL
TATIANA RIBEIRO

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