Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
AUTONOMIA DO PACIENTE
Definição: capacidade de agir, de pensar e decidir de modo livre e independente.
Condições: discernimento a respeito da sua saúde, integridade físico-psíquica e suas
relações sociais.
Discernimento: estabelecer diferença, distinguir
Limites: não deve ser convertida em direito absoluto.
Respeito à dignidade e à liberdade da coletividade.
Não pode causar dano a outra pessoa ou saúde pública.
Código de Ética Médica:
É vedado ao médico:
Artigo 24: Deixar de garantir ao paciente, o exercício do direito de decidir livremente
sobre sua pessoa ou sem bem estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.
Artigo 31: Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir
livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de
iminente risco de morte (limite da autonomia).
Artigo 34: Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os
objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano,
devendo, neste caso, fazer a comunicação ao seu representante.
Artigo 35: Exagerar a gravidade do diagnóstico ou do prognóstico, complicar a
terapêutica ou exceder-se no número de visitas, consultas ou quaisquer outros
procedimentos médicos.
Artigo 22: Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal
após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de iminente
risco de morte.
Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos, aprovada pela Organização das
Nações Unidas (ONU), ratificou:
Deve ser respeitada a autonomia dos indivíduos para tomar decisões, quando possam ser
responsáveis por essas decisões e respeitem a autonomia dos demais.
Devem ser tomadas medidas especiais para proteger direitos e interesses dos indivíduos
não capazes de exercer autonomia.
Qualquer intervenção médica preventiva, diagnóstica e terapêutica só deve ser realizada
com o consentimento prévio, livre e esclarecido do indivíduo envolvido, baseado em
informação adequada.
Consentimento informado: (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido)
É a autorização do paciente obtida pelo profissional para a realização de procedimento
médico de indiscutível necessidade.
É condição indispensável na relação médico-paciente contemporânea.
Trata-se de decisão voluntária verbal ou escrita, protagonizada por uma pessoa
autônoma e capaz, tomada após processo informativo, para aceitação de um tratamento
específico, consciente dos seus riscos, benefícios.
Outros:
Termos de responsabilidade assinados pelos pacientes nas chamadas “altas a pedido” só
têm valor se essa alta não implica graves prejuízos à vida do paciente. Caso contrário,
comete-se simplesmente omissão de socorro.
Autorização para realizar a necropsia clínica: esse documento só terá valor se ratificado
posteriormente pelos parentes, ou quando os mesmos não são encontrados logo após o
óbito. Um documento dessa natureza, obtido na hora de um internamento, até que se
prove o contrário é uma forma indisfarçável de coação.
Código Penal:
O artigo 146 trata do crime de constrangimento leva a atos que a lei não permite ou não
fazer o que a lei permite.
Não se compreendem na disposição deste artigo:
I – A intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – A coação exercida para impedir suicídio
Código de Ética Médica:
É direito do médico:
II – Indicar o procedimento adequado ao paciente, observando-se as práticas
cientificamente reconhecidas e respeitada a Legislação vigente.
IX – Recusar-se a realizar atos médicos que, embora permitidos por lei, sejam contrários
aos ditames de sua consciência.
É vedado ao médico:
Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados.
Ocorrendo fatos que, a seu critério, prejudiquem o bom relacionamento com o
paciente ou o pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de renunciar ao
atendimento, desde que comunique previamente ao paciente ou a seu representante
legal, assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo todas as informações
necessárias ao médico que o suceder.
VII – O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar
serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje,
excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou
emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.
Relação médico-paciente – é dever do médico:
Falar a verdade;
Prestar atendimento humanizado, com tempo e atenção necessários;
Saber ouvir o paciente, esclarecendo dúvidas e expectativas, com registro no prontuário;
Explicar detalhadamente, de forma simples e objetiva, o diagnóstico e tratamento, seus
benefícios, complicações e prognósticos;
Respeitar a autonomia do paciente.
Relação médico-paciente – é direito do paciente:
Ter acompanhante nas consultas, internações, exames pré-natais e no momento do
parto;
Recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida;
Gravar a consulta, em caso de dificuldade de atendimento;
Ser previamente informado, em caso de pesquisa (Comitê de Ética em Pesquisa – CEP) do
hospital ou da instituição.
Ter acesso ao seu prontuário médico.
Consentir ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação,
procedimentos a serem realizados.
O paciente pode desejar não ser informado de seu estado de saúde, devendo indicar
quem deve receber a informação em seu lugar.
Buscar uma segunda opinião sobre o seu estado de sáude.
Ter resguardado o sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à
saúde pública.
“Tão importante quanto conhecer a doença que o homem tem, é conhecer o homem que
tem a doença.” (OSLER, 1898)