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MATERIAL DE ESTUDO

Módulo de Acolhimento e Avaliação Projeto


Mais Médicos para o Brasil 31° Ciclo do
PMMB

Lucas Gabriel Silva Lopes


ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PRÁTICA MÉDICA

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA


Capítulo III - Responsabilidade Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de
registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários,
atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
Art. 14. Praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação vigente no País.
Capítulo IV - Direitos Humanos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 23. Tratar o ser humano sem civilidade ou consideração, desrespeitar sua dignidade ou discriminá-lo de
qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
Art. 24. Deixar de garantir ao paciente o exercício do direito de decidir livremente sobre sua pessoa ou seu bem-
estar, bem como exercer sua autoridade para limitá-lo.
Capítulo V - Relação com Pacientes e Familiares.
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 37. Prescrever tratamento ou outros procedimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos de urgência
ou emergência e impossibilidade comprovada de realizá-lo, devendo, nesse caso, fazê-lo imediatamente após cessar
o impedimento.
§ 1º O atendimento médico a distância, nos moldes da telemedicina ou de outro método, dar-se-á sob
regulamentação do Conselho Federal de Medicina.
RESOLUÇÃO CFM Nº 2.314, DE 20 DE ABRIL DE 2022
● Art. 4º Ao médico é assegurada a autonomia de decidir se utiliza ou recusa a telemedicina, indicando o
atendimento presencial sempre que entender necessário.
● Art. 16 A prestação de serviço de telemedicina, como um método assistencial médico, em qualquer modalidade,
deverá seguir os padrões normativos e éticos usuais do atendimento presencial…
● Importância do Registro (prontuário) e da proteção dos dados.
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contracepRvo, devendo sempre
esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método.
Capítulo VII - Relação entre Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em
função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutivel beneficio para o paciente, devendo comunicar
imediatamente o fato ao médico responsável.
Art. 65. Cobrar honorários de paciente assistido em instituição que se destina à prestação de serviços públicos, ou
receber remuneração de paciente como complemento de salário ou de honorários.
Capítulo IX - Sigilo Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 73. Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo,
dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.
Parágrafo único. Permanece essa proibição:
a)Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou o paciente tenha falecido;
b)Quando de seu depoimento como testemunha. Nessa hipótese, o médico comparecerá perante a autoridade e
declarará seu impedimento;
c)Na investigação de suspeita de crime, o médico estará impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a
processo penal.
Art. 74. Revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou representantes
legais, desde que o menor tenha capacidade de discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano
ao paciente.
Art. 75. Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou
na divulgação de assuntos médicos, em meios de comunicação em geral, mesmo com autorização do paciente.
Art. 76. Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de trabalhadores, inclusive por
exigência dos dirigentes de empresas ou de instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados
ou da comunidade.
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 80. Expedir documento médico sem ter praRcado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que
não corresponda à verdade.
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao
paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação
médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de
morte violenta.
Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional
quando sob sua responsabilidade.
Art. 86. Deixar de fornecer laudo médico ao paciente ou a seu representante legal quando aquele for encaminhado
ou transferido para continuação do tratamento ou em caso de solicitação de alta;
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
§ 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchido, em
cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico no Conselho
Regional de Medicina.
§ 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da insRtuição que assiste o paciente.
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia quando solicitada, bem como
deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente
ou a terceiros.
Art. 89. Liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para
atender ordem judicial ou para a sua própria defesa.
TRANSCRIÇÃO DE RECEITA MÉDICA
O art. 37 do CEM é bastante enfático ao proibir a prescrição de tratamentos ou outros procedimentos sem exame
direto do paciente (anamnese + exame físico).
Em casos excepcionais, por exemplo, de medicações de uso prolongado ou anticonvulsivantes, o médico poderá
prescrever como continuidade, ou seja, outro especialista fez uma prescrição anterior".
Lei 5.991/73. Capítulo VI. Do Receituário
• Art. 43. O registro do receituário e dos medicamentos sob regime de controle sanitário especial não poderá conter
rasuras, emendas ou irregularidades que possam prejudicar a verificação da sua autenticidade.
• Carimbo, não há exigência legal, mas na prática não é aceita sem carimbo (ou assinatura eletrônica certificada).
PONTOS IMPORTANTES
1. Lembrar que não vai ser raro encontrar pacientes com dificuldades em ler e em compreender as receitas.
2. Algumas unidades montam fluxos específicos em suas farmácias (sempre em duas vias, renovação de prescrição
contínua, prescrição de enfermagem...).
3. A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no processo de trabalho, visto que é um motivo
muito frequente de consulta.
ATESTADO MÉDICO
Capítulo III - Responsabilidade Profissional
É VEDADO AO MÉDICO: Art. 11.
Receitar, atestar ou emi-r laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de registro
no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários, atestados,
laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
RESOLUÇÃO CFM n. º 1.658/2002:
Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável do
paciente…
Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos
exames e tratamentos realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos
das empresas ou dos órgãos públicos da Previdência Social e da Justiça
RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002:
Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnóstico codificado ou não quando por justa causa,
exercício de dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante legal.
Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado ou não, ser feita pelo próprio
paciente ou seu representante legal, esta concordância deverá estar expressa no atestado.
VEDADO AO MÉDICO:
Art. 12. Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo
comunicar o fato aos empregadores responsáveis Parágrafo único. Se o fato persistir, é dever do médico comunicar
o ocorrido às autoridades competentes e ao CRM.
Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doença.

Atestado, Relatório ou Laudo?


Relatório médico = Atestado
Laudo = por demanda judicial ou perícia oficial
“TIPOS” DE ATESTADO MÉDICO
1.Declaração de Óbito (D.O.)
2.Atestado por Doença / Incapacidade laboral
3.Atestado/Notificação por Acidente de Trabalho
4.Atestado para Repouso à Gestante
5.Atestado para licença maternidade (120/180 dias)
6.Atestado para Fins de Interdição
7.Atestado de Aptidão Física
8.Atestado de Sanidade Física e Mental
9.Atestado para Amamentação
10.Comprovação de Comparecimento
11.Atestado para Internações

ATESTADO MÉDICO PARA AFASTAMENTO DO TRABALHO


Carteira assinada (Trabalhador(a) CLT - celetista)
- Segurado(a) pelo INSS (autônomo, MEI, contribuinte individual, etc)
- Servidor(a) público(a) - Trabalhador(a) informal/sem vínculo
ATESTADO RETROATIVO “A data do atestado médico deverá coincidir com a do ato médico que o
gerou, sendo, entretanto, lícito, especificar o período de afastamento
das aIvidades, mesmo que retroaIvo, desde que cienIficamente
embasada a conclusão e registrada em prontuário”
(PARECER CREMEB Nº 10/05, de 28 de Setembro de 2004. Aprovado em
Sessão Plenária de 03/12/2004)
Relatório Médico para Recebimento de - História clínica e ocupacional → DiagnósIco(s) / CID(s) -
Benefício Previdenciário (INSS/RPPS) Exames complementares - Perda funcional, limitações e grau de
incapacidade… para quais aIvidades…
- Conclusão (doença relacionada ao trabalho ou comum)
- Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT - INSS) - NoIficação de
doença do trabalho no SINAN
Assistência Social (SUAS) Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS) Requisitos:
• Ter Deficiência ou Doença Incapacitante Grave
• Não ter outro tipo de cobertura previdenciária ou benefício do INSS
• Baixa renda (menos de ¼ de salário mínimo per capita)
• Estar inscrito no CAD Único
DECLARAÇÃO DE ÓBITO
O médico da estratégia de saúde da família não deve se ausentar da responsabilidade quando ele é o único medico
disponível e se não houver indícios de morte por causa externa.
O médico tem responsabilidade ética e jurídica pelo preenchimento e pela assinatura da DO, assim como pelas
informações registradas em todos os campos deste documento. Deve, portanto, revisar o documento antes de
assiná –lo
TIPOS DE ÓBITO • Causa Natural: doença ou condição
• Causa Externa / Morte não natural:
Violência ou suspeita de violência; Homicídio; Acidente.
QUEM DEVE EMITIR DO  Causa natural
Com assistência médica Sem assistência médica
 O médico que vinha prestando assistência ao paciente,  O medico so SVO, nas localidades que
sempre que possível, em todas as situações. dispõem deste tipo de serviço
 O médico assistente e, na sua falta, o médico substituto ou  O médico do serviço publico de saúde
plantonista, para óbitos de pacientes internados sob regime mais proximo do local onde ocorreu o
hospitalar. evento; e na sua ausência, por
 O médico designado pela instituição que prestava qualquer médico, nas localidades sem
assistência, para óbitos de paciente sob regime SVO.
ambulatorial.
 O médico do Programa Saúde da Família. Porgrama de
Internação Domiciliar e outros asemelhados, para óbitos de
pacientes em tratamento sob regime domiciliar.
CAUSA EXTERNA
Em localidade com IML Em localidade sem IML
 O médico legista, qualquer que tenha sido o  Qualquer médico da localidade, investido pela
tempo entre o evento violento e a morte autoridade judicial ou policial, na função de perito
propriamente. legista eventual
Capítulo X - Documentos Médicos
É VEDADO AO MÉDICO:
Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao
paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação
médico-legal.
Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de
morte violenta.
Responsabilidade É5ca e Jurídica do Médico (O MÉDICO DEVE):
1.Preencher os dados de identificação com base em um documento da pessoa falecida. Na ausência de documento,
caberá, à autoridade policial, proceder o reconhecimento do cadáver.
2.Registrar os dados na DO, sempre, com letra legível e sem abreviações ou rasuras.
3.Registrar as causas da morte, obedecendo ao disposto nas regras internacionais, anotando, preferencialmente,
apenas um diagnóstico por linha e o tempo aproximado entre o início da doença e a morte.
4.Revisar se todos os campos estão preenchidos corretamente, antes de assinar.
O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
1.Assinar DO em branco.
2.Preencher a DO sem, pessoalmente, examinar o corpo e constatar a morte.
3.Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada cardíaca, parada cardio-respiratória ou
falência de múltiplos órgãos.
4.Cobrar pela emissão da DO.
Quando emitir
• 1. Em todos os óbitos (naturais ou violentos).
• 2. Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento, independentemente da duração da gestação, do
peso do recém- nascido e do tempo que tenha permanecido vivo.
• 3. No óbito fetal, se a gestação teve duração igual ou superior a 20 semanas, ou o feto com peso igual ou superior
a 500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 centímetros.
Quando não emitir
Óbito fetal, com gestação de menos de 20 semanas, ou peso menor que 500 gramas (ABORTO), ou estatura menor
que 25 cenbmetros.
Organização da Profissão
• Conselhos; • Sindicatos; •Associações: Sociedades de especialistas Associações médicas
Aspectos ético legais da prática multiprofissional

O trabalho em equipe é um dos pilares do trabalho na ESF e na APS dia. Não existe um código de ética
multiprofissional e invariavelmente ocorre conflitos pelas diferentes visões de cada profissão e de cada profissional
diante de dilemas éticos.
Características do trabalho em equipe: cooperação, colaboração e divisão de responsabilidades.
No trabalho em equipe, os resultados obtidos são maiores do que a soma dos resultados individuais, aumentando a
eficácia e a eficiência do atendimento prestado à população.
A ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS E A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS) NO BRASIL

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE


O SISTEMA DE SAÚDE DO BRASIL
PRINCÍPIOS
DOUTRINÁRIOS ORGANIZATIVOS
Universalidade Regionalização
Equidade Hierarquização
Integralidade Descentralização
Participação social
Complementaridade
ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA
X
ORGANIZAÇÃO EM REDE

REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS)


São arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por
meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
POR QUE UMA ORGANIZAÇÃO EM REDES? QUEM FORMA A RAS?
• Necessidade de base territorial
• Resposta equânime às demandas em saúde 1 - População e Região de Saúde
• Ferramenta para garanCr integralidade da assistência 2 - Estrutura Operacional
• Alinhar governança, gestores e profissionais de saúde 3 - Modelo de Atenção à Saúde
• Continua melhoria dos serviços prestados de acordo
com as necessidades de saúde da população.
POPULAÇÃO E REGIÃO DE SAÚDE
As RAS devem ser capazes de identificar claramente a população e a área geográfica sob sua responsabilidade.
A região de saúde deve ser bem definida, baseada em parâmetros espaciais e temporais que permitam assegurar
que as estruturas estejam bem distribuídas territorialmente, garantindo o tempo/resposta necessário ao
atendimento, melhor proporção de estrutura/população/território e viabilidade operacional sustentável.
ESTRUTURA OPERACIONAL
A estrutura operacional das RAS é constituída pelos diferentes pontos de atenção à saúde, ou seja, lugares
institucionais onde se ofertam serviços de saúde e pelas ligações que os comunicam.

Os componentes que estruturam as RAS incluem: Atenção Básica à Saúde (centro de comunicação); os pontos de
atenção secundária e terciária; os sistemas de apoio; os sistemas logísticos e o sistema de governança.
Atenção Terciária Hospitalização, Internação
Alta complexidade
Atenção Secundária Ambulatórios de especialidade focais
Condição de maior necessidade de tecnologias duras
Atenção Primária Organização em ESF e outras modalidades com foco no território
Tecnologias leves e abordagens biopsicossocial
MODELO DE ATENÇÃO
 É um sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS, articulando:
• As relações entre a população e suas subpopulações estratificadas por riscos;
• os focos das intervenções do sistema de atenção à saúde;
• os diferentes tipos de intervenções sanitárias.

O Modelo de atenção à saúde é definido em função das situações demográficas e epidemiológicas e dos
determinantes sociais da saúde.
QUAL O MODELO DE ATENÇÃO À SAÚDE ADOTADO HOJE EM DIA?
As unidades e equipes da APS como centro coordenador, que ordenarão os fluxos e contrafluxos, por meio dos
sistemas logísticos, e contando com o auxílio dos sistemas de apoio. Todo esse conjunto será gerido por um sistema
de governança Inter federativo e transversal.
QUAIS AS FUNÇÕES DA APS NAS RAS?
Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de descentralização e
capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária.
• Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando diferentes
tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada capaz de construir vínculos positivos
e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos
indivíduos e dos grupos sociais.
• Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem como acompanhar e
organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS. Atuar como o centro de comunicação entre os
diversos pontos de atenção, responsabilizando-se pelo cuidado dos usuários por meio de uma relação horizontal,
contínua e integrada, com o objetivo de produzir a gestão compartilhada da atenção integral.
Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade, organizando-as em
relação aos outros pontos de atenção, contribuindo para que a programação dos serviços de saúde parta das
necessidades de saúde dos usuários
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE NO SUS
Rede Cegonha
Rede de atenção às urgências e emergências (RUE)
Rede de atenção á saúde das pessoas com doenças crônicas
Rede de cuidado á pessoa com deficiência
Rede de atenção psicossocial
COMUNICAÇÃO ENTRE OS PONTOS DE ATENÇÃO DA RAS
A comunicação entre os pontos de atenção da RAS (APS, Atenção Ambulatorial Especializada e Atenção Hospitalar)
deve ocorrer através de instrumentos pactuados)
• Fichas de compartilhamento do cuidado
• Documento de Referência (Contrarreferência)
• Outros documentos utilizados pelo serviço de saúde local
RAS  PRINCIPAIS IMPACTOS NOS SISTEMAS DE SAÚDE
• Redução da fragmentação da atenção;
• Melhora da eficiência global do sistema;
• Impedimento da multiplicação de infraestrutura e serviços de forma desordenada e desorganizada;
• Melhor atendimento às necessidades e expectativas dos indivíduos;
• Melhora no custo efetividade dos serviços de saúde;
• Redução de hospitalizações desnecessárias;
• Redução da utilização excessiva de serviços e redução do quantitativo de exames realizados;
• Redução no tempo de permanência hospitalar;
• Aumento de produtividade;
• Melhora na qualidade da atenção;
• Produção de uma oferta balanceada de atenção geral e especializada;
• Continuidade da atenção, gerando uma maior efetividade clínica;
• A utilização de diferentes níveis de atenção pelos indivíduos é facilitada;
• Aumento na satisfação dos usuários;
• Melhora no autocuidado.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
É componente estruturante do sistema de saúde brasileiro tem provocado um importante movimento com o intuito
de reordenar o modelo de atenção no SUS.
O principal propósito da ESF é reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e substituir o modelo
tradicional, levando a saúde para mais perto das famílias e, com isso, melhorar a qualidade de vida da população.
COMPOSIÇÃO DA ESF: uma equipe multiprofissional, Podem ser acrescentados a essa composição os
composta por no mínimo: profissionais de:
Saúde Bucal (cirurgião-dentista, preferencialmente
• Médico (preferencialmente da Medicina de Família e especialista em Saúde da Família e Auxiliar ou Técnico
Comunidade); de Saúde Bucal) e os
• Enfermeiro (preferencialmente especialista em Saúde Agentes de Combate às Endemias (ACE).
da Família);
• Auxiliar e/ou Técnico de Enfermagem;
• Agentes Comunitários de Saúde (ACS)
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
• São a porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde;
• Trabalha com território adscrito, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade;
• Intervém sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta;
• Presta assistência integral, permanente e de qualidade;
• Realiza atividades de educação, promoção, prevenção e recuperação da saúde.

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE (ACS)


Quantos por ESF? Suficiente para cubrir 100%,
máximo de 750 pessoas por ACS
Os ACS são parte integrante da equipe mínima da ESF;
•São um elo entre as equipes de saúde e a comunidade, buscam e trazem informações entre a Unidade de saúde e
a população;
• Acompanham mensalmente, em domicilio todas as famílias
• Desenvolvem de forma constante ações de promoção da saúde.
EQUIPES MULTIPROFISSIONAIS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (eMulti)
O que é? eMulti: MODALIDADES
Equipes compostas por profissionais de saúde de
diferentes áreas de conhecimento que atuam de Ampliada Mínimo 10, máximo 12 equipes.
maneira complementar e integrada às demais equipes Mínimo 300hrs semanais, cada ocupação deve ter no
da Atenção Primária à Saúde (APS), com atuação máximo 120 horas semanais.
corresponsável pela população e pelo território, em Complementar  Mínimo 5, máximo 9 equipes.
articulação intersetorial e com a Rede de Atenção à Mínimo 200hrs semanais, cada ocupação deve ter no
Saúde (RAS). máximo 80 horas semanais.
Estrátegica  Mínimo 1, máximo 4 equipes.
Mínimo 100hrs semanais, cada ocupação deve ter no
máximo 40 horas semanais.

PROFISSIONAIS DO eMulti
•Assistente Social •Médico(a) Cardiologista
•Professional/Professor de Educação Física •Médico(a) Acupunturista
•Farmacêutico(a) Clinico(a) •Médico(a) Dermatologista
•Fisioterapeuta •Médico(a) Endocrinologista
•Fonoaudiólogo(a) •Médico(a) Geriatra
•Nutricionista •Médico(a) Ginecologista/Obstetra
•Psicólogo(a) •Médico(a) Hansenologista
•Terapeuta Ocupacional •Médico(a) Homeopata
•Médico(a) Veterinário(a) •Médico(a) Infectologista
•Profissional Sanitarista •Médico(a) Pediatra
•Professor com Formação em Arte e Educação •Médico(a) Psiquiatra
A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE E A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) NO BRASIL

DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE – DSS


Um conceito da área de saúde pública que se refere a Que afetam positiva ou negativamente a saúde de:
um conjunto de acontecimentos, fatos, situações e
comportamentos da:
• Vida econômica; • social; • ambiental; • política; • • Indivíduos; • segmentos sociais; • coletividades;
governamental; • cultural e subjetiva. • populações e territórios.
DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE MARCADORES SOCIAIS DE DIFERENÇA
Desigualdades: diferenças sistemáticas na situação de ▷ Riqueza
saúde de grupos populacionais. ▷ Educação
▷ Ocupação
Iniquidades: diferenças na situação de saúde que além ▷ Raça
de sistemáticas e relevantes, são evitáveis, injustas e ▷ Etnia
desnecessárias (Whitehead). ▷ Gênero
▷ Orientação Sexual
▷ Território
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Constituição 1988 – O SUS foi uma conquista O que faz um sistema de saúde ser único?
democrática e social do povo brasileiro. Seguir uma mesma doutrina e os mesmos princípios
organizativos em todo o território nacional, sob a
“Sistema de Saúde, capaz de garantir o acesso universal responsabilidade das três esferas autônomas de
da população a bens e serviços que garantam sua saúde governo: federal, estadual e municipal.
e bem-estar, de forma equitativa e integral”
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS
DOUTRINÁRIOS DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS
 UNIVERSALIDADE  Saúde como um direito de  DESCENTRALIZAÇÃO DA GESTÃO
cidadania.  REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO DA
 EQUIDADE  “Tratar desigualmente os REDE DE SERVIÇOS DE SAÚDE
desiguais”  PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL
 INTEGRALIDADE  Atender as pessoas como
um todo em suas necessidades.
ORGANIZAÇÃO DO SUS EM NÍVEIS DE ATENÇÃO
Estabelecidos pela Portaria 4.279 de 30 de dezembro de 2010
Organização da Rede de Atenção à Saúde no âmbito do
SUS APS foi posicionada como um dos elementos da
• Atenção Primária estrutura operacional de uma rede de atenção à saúde
• Atenção Especializada (níveis secundário e terciário) (RAS): centro comunicador e coordenador do cuidado
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
STARFIELD, 1998 - “atenção essencial à saúde baseada em tecnologia e métodos práticos, cientificamente
comprovados e socialmente aceitos, tornados universalmente acessíveis a indivíduos e famílias na comunidade.
ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE  Atenção de primeiro contato, contínua, global e coordenada que se proporciona à
população sem distinção de gênero, doença, ou sistema orgânico”. (Starfield)
 Porta preferencial de entrada do usuário no SUS, onde a maioria dos problemas de saúde podem ser
resolvidos ou encaminhados para tratamento na rede de atenção especializada.
ATRIBUTOS ESSENCIAIS DA APS ATRIBUDOS DERIADOS DA APS
 ACESSO – primeiro contato  ORIENTAÇÃO FAMILIAR
 LOGINTUDINALIDADE  ORIENTAÇÃO COMUNITÁRIA
 INTEGRALIDADE  COMPETÊNCIA CULTURAL
 COORDENAÇÃO DO CUIDADO
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO BÁSICA (PNAB)
(PNAB) – 2017 - conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem, promoção, prevenção,
proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância.
Principais mudanças:
• Financiamento de outros modelos de organização da AB além da Estratégia Saúde da Família;
• ampliação das atribuições dos agentes comunitários de saúde;
• construção da oferta nacional de serviços e ações essenciais e ampliadas da atenção básica; “carteira de serviços”
• inclusão do gerente de atenção básica nas equipes.
•Dispõe que as UBS deverão assegurar o acolhimento e escuta ativa e qualificada das pessoas, mesmo que não
sejam da área de abrangência da unidade, com classificação de risco e encaminhamento responsável;
• Recursos condicionados à abrangência da oferta de ações e serviços;
• Inclui as Equipes de Atenção Básica Prisional;
• Reforça a importância da integração entre a Vigilância em Saúde e Atenção Básica: Agentes de Combate as
Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS);
ATRIBUIÇÕES DO ACS INTEGRAÇÃO VIGILÂNCIA E ATENÇÃO BÁSICA
poderão realizar as seguintes atividades:  Processo contínuo e sistemático
•Aferir pressão arterial;  Prevenir o aparecimento ou a persistência de
• Realizar a medição da glicemia capilar; doenças
•Aferição da temperatura axilar;  Evitar intervenções desnecessárias e
•Técnicas limpas de curativo iatrogênicas
DESAFIOS PARA A INTEGRAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA COM A VIGILÂNCIA EM SAÚDE
• Realizar planejamento conjunto das ações de Atenção Básica e da Vigilância em Saúde com base nas necessidades
do território.
• Fortalecer o diálogo e ações conjuntas visando a melhoria das condições de saúde da população.
• Monitorar e realizar a análise conjunta entre as equipes de vigilância e atenção básica, a fim de proporcionar
mudanças positivas no cuidado e no processo saúde e doença da população.
• Definir como se dará a supervisão do trabalho do ACE (estratégias locais).

PREVINE BRASIL
Modalidade financiamento da APS desde 2019.
Eixos do financiamento do Previne Brasil:
1. Captação ponderada
2. Pagamento por desempenho
3. Incentivo por base populacional
4. Incentivo à ações estratégicas
CAPTAÇÃO PONDERADA
• Repasse financeiro às prefeituras e Distrito Federal com base na população cadastrada.
• O cadastro deve ser feito pelas equipes de saúde (eSF, eAP, eSFR, eCR ou eAPP).
• Cadastro feito pelo CPF ou CNS. • Qualquer profissional da equipe pode fazer cadastro
PAGAMENTO POR DESEMPENHO
• Definição do valor a ser transferido depende dos resultados alcançados no conjunto de indicadores monitorados e
avaliados no trabalho das equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária.
• Através do monitoramento desses indicadores, podem ser avaliados os acessos, a qualidade e a resolutividade
dos serviços prestados pelas eSF/eAP.
INCENTIVO FINANCEIRO COM BASE EM CRITÉRIO POPULACIONAL
Faz parte da apuração do valor de referência para o financiamento da APS. O valor do incentivo per capita é
definido pelo Ministério da Saúde anualmente e publicado em portaria. O aporte estabelecido por município e
Distrito Federal leva em conta estimativa populacional mais recente divulgada pelo IBGE
INCENTIVO À AÇÕES ESTRATÉGICAS
Incentivos contemplam a implementação de programas, estratégias e ações que refletem na melhoria do cuidado
na APS e na Rede de Atenção à Saúde.
FERRAMENTAS NA PRÁTICA DA APS: O TERRITÓRIO E SUAS CONDICIONALIDADES

TERRITÓRIO
O território é um lugar com limites definidos onde as pessoas vivem, trabalham, circulam e se divertem. Nele,
encontram-se ambientes construídos e ambientes naturais. O território é, sobretudo, um espaço de relações de
poder, de informações e de troca.
TERRITÓRIO VIVO
• O território apresenta muito mais do que uma extensão geométrica quando aplicado aos sistemas e serviços de
saúde.
• O território tem um perfil demográfico, epidemiológico, administrativo, tecnológico, político, social e cultural que o
caracteriza e se expressa num território em permanente construção;
• No território há interação constante que dá vida e movimento.
• A interação social se materializa no território pelos processos de produção e reprodução da vida, estruturando
diferentes relações de poder entre pessoas, grupos sociais, instituições, Estado e população.
• Território não se restringe às ruas e edificações.
• No território, as relações se estabelecem por meio de trocas, de diálogos, de negociações, de pactuações ou de
conflitos entre diferentes pessoas e grupos.
• Podemos, portanto, conceituar o território como um espaço limitado políticoadministrativamente ou por ação de
um grupo social.
O QUE É TERRITÓRIO EM TERMOS DE SAÚDE?
Território é o espaço delimitado, produzido pela sociedade, no qual existem múltiplos objetos geográficos (naturais
e construídos), atores sociais – pessoas (indivíduos e grupos) e instituições –, relações (fluxos) e poderes diversos.
 O território deve ser relativamente homogêneo, resultado de uma produção histórica, ambiental e social capaz de
gerar uma identidade própria com problemas e necessidades sociais.

A reestruturação dos serviços de saúde característica da Estratégia Saúde da Família pressupõe relação próxima
com a comunidade (aumentando o vínculo com o indivíduo e com sua família).
• A organização territorial dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) segue uma lógica de reorientar a
delimitação espacial, as formas de acesso e a aplicação dos recursos nas unidades.

• A descentralização de ações e de serviços para os municípios causou a limitação de cada sistema de saúde com
base no território e na população definida.
• As Unidades Básicas de Saúde (UBS) possuem espaço delimitado com determinadas características, naturais ou
elaboradas pelo homem, que definem o ambiente e influem no processo saúde-doença da população.
TERRITÓRIOS DA ESF:
ÁREA
MICROAREA
MORADIA
Distritos, área, microárea e moradia são os territórios em saúde identificados a nível municipal
DISTRITO • Distritos sanitários: unidade operacional básica mínima do SUS.
• Pode se identificar com o território do município ou com parte dele.
• Capaz de proporcionar assistência à saúde nos níveis primário, secundário e terciário.
• Possui território conceitualmente bem definido;

Território do Distrito Sanitário


Área geográfica que comporta uma população com características epidemiológicas e sociais e com
suas necessidades e os recursos de saúde para atendê-la.
A área geográfica é definida para cada realidade e pode ser constituída por: • vários bairros de um
município. • vários municípios de uma região.
ÁREA • É a área de abrangência de uma UBS.
• Espaço de determinação da corresponsabilidade pela saúde entre a população e o serviço, assim
como o espaço de atuação da UBS.
• Possui dimensões e população indefinidas, variável para cada UBS
• A área para uma Unidade de Saúde da Família (USF) é formada por microáreas, nem sempre
contíguas, onde atua uma equipe de saúde da família e residem em torno de 2.000 a 3.500 pessoas.
• Área de influência: assistência gerada pela pressão da demanda espontânea de população de áreas
limítrofes e/ou não assisZdas por uma UBS.
MICROÁREA • É uma subdivisão do território da área de abrangência.
• Normalmente é geograficamente assimétrica.
• A microárea é delimitada conforme as condições socioeconômicas e sanitárias, de modo a
concentrar grupos mais homogêneos

• A microárea é formada por um conjunto de famílias que congrega, no máximo, 750 habitantes,
constituindo a unidade operacional do ACS.
MORADIA • Espaço de vida da família.
• Objeto das ações de prática em vigilância em saúde.
• Espaço de menor agregação social, permitindo aprofundar o conhecimento para o
desenvolvimento de ações de saúde.
O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
TERRITORIALIZAÇÃO
 É uma ferramenta utilizada pela APS que auxilia na compreensão do processo saúde doença da população
permitindo a realização do diagnóstico e assinalando possíveis necessidades de intervenção para os
problemas encontrados naquele território.
• Trata-se da apropriação do espaço por distintos atores sociais, sendo a representação deste espaço muito mais
que uma área geográfica, tendo um perfil epidemiológico, administrativo, tecnológico, político e social que o
caracteriza e se expressa em permanente construção.

A territorialização considera as características:


• Demográficas
• Socioeconômicas
• Geográficas
• Sanitárias
• Epidemiológicas
• Atividades produtivas existentes
• Disponibilidade de serviços de saúde
• Articulação entre as regiões administrativas e municípios de fronteiras

AS ORIGENS DA TERRITORIALIZAÇÃO
Relatório Dawson (1920)
• Primeira tentativa de organizar serviços de saúde por região e conforme a necessidade da comunidade
• Construção de redes regionalizadas de assistência
• Os principais objetivos da territorialização são permitir que as necessidades e os problemas dos grupos sejam
definidos, possibilitando o estabelecimento de ações mais apropriadas e resolutivas.
• A territorialização compõe o que se chama de Planejamento Estratégico Situacional.
ETAPAS DA TERRITORIALIZAÇÃO
 FASE 1: Planejamento  FASE 2: coleta de dados  FASE 3: análise da dados

Fase 1: Planejamento
• Compreensão do processo de territorialização a ser discutido em reuniões de equipe
• Levantamento dos dados previamente existentes
• Definição de responsabilidades entre os membros da equipe

Fase 2: Coleta de dados


• Observações in loco;
• Acesso aos Sistemas de Informação à Saúde (SIS);
• Leitura dos prontuários dos usuários da unidade de saúde;
• Entrevistas realizadas com as pessoas que habitam o território.
Dados: número ou “quantidade” bruta, quantificável, que ainda não foi analisada. O conhecimento obtido pela
análise dos dados, combinação e interpretação é denominado informação. Os dados são classificados como
primários ou secundários.
Dados primários: são aqueles que ainda não foram coletados e sistematizados.
Dados secundários: são aqueles já colhidos por outras pessoas ou instituições, organizados em bancos ou arquivos.
Fase 3: Análise dos dados (análise situacional em saúde)
A análise situacional é o momento de analisar os dados coletados na territorialização e transformá-los em
informações, para compreender a situação de saúde da população e, a partir dessa compreensão, estabelecer o
planejamento das ações em saúde.
Características da análise situacional:
• É permanente e considera a dinâmica do território
• Deve ser interdisciplinar
• Deve ser referenciada por critérios de análise (ex: enfoque nos dados sociais, econômicos, epidemiológicos, etc)
• Deve levar em conta o contexto do território além dos limites físicos

Tipos de análise realizados


• Análise socioeconômica
• Análise demográfica
• Análise epidemiológica
• Análise socioambiental
• Análise de acesso à assistência
• Análise de infraestrutura
• Análise de aspectos políticos

MAPEAMENTO DAS INFORMAÇÕES DO TERRITÓRIO


• MAPEAMENTO: aplicação do processo cartográfico sobre uma coleção de dados ou informações, com vistas à
obtenção de uma representação gráfica da realidade perceptível, comunicada a partir da associação de símbolos e
outros recursos gráficos.
• ESQUADRINHAMENTO: definição dos limites geográficos/políticos.
• PLOTAGEM: colocação da representação física no mapa, seja a unidade de saúde, seja o equipamento social, etc.
PERSPECTIVA DE ANÁLISE
DAS INFORMAÇÕES EM
SAÚDE ATRAVÉS DO
MAPEAMENTO



COMO ELABORAR MAPAS • Você pode utilizar o Google Earth ou mesmo utilizar uma cartolina grande.
“INTELIGENTES”? • O importante é que consiga representar sua área de abrangência dividida em
Microáreas, com o maior detalhamento possível, por ruas e casas. Lembrando
sempre que nossa área de maior interesse é a família e as pessoas que lá estão

Essas famílias se relacionam com seus vizinhos (a rua), seu bairro (a microárea) e tudo
que lá existe, sejam potencialidades e fragilidades.
• Esse diagnóstico é fundamental para enriquecimento da capacidade de intervenção
no processo saúde doença no território.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL

PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO Coleta sistemática dos dados

ALIMENTAÇÃO DO MAPA VIVO Identificação das populações expostas a riscos, problemas prioritários,
vulnerabilidades, etc
DISCUSSÃO NAS REUNIÕES DE Informação-decisão-ação
EQUIPE
PES: MOMENTO EXPLICATIVO Identificação do problema a ser abordado, de suas causas e consequências.
Identificação do problema a ser abordado, de suas causas e consequências
PES: MOMENTO NORMATIVO Elaboração de um plano de ação sobre o problema que sofrerá intervenção,
definindo-se os objetivos
PES: MOMENTO ESTRATÉGICO Momento onde será feita a análise de viabilidade de planejamento,
considerando a governabilidade
PES: MOMENTO TÁTICO- Momento de colocar em prática as ações planejadas e avaliar os resultados
OPERACIONAL delas
FERRAMENTAS NA PRÁTICA DA APS: O TRABALHO EM EQUIPE

O trabalho em equipe contribui para a obtenção de impactos sobre os diferentes fatores que interferem no
processo saúde-doença.
• A ação multiprofissional pressupõe a possibilidade da prática de um profissional se reconstruir na prática do
outro, ambos sendo transformados para a intervenção na realidade em que estão inseridos.

• Equipe: um grupo de pessoas com habilidades complementares, comprometidas umas com as outras e por um
objetivo e projeto comum.
• Equipe multiprofissional: aquela que não é centrada em uma única especialidade.
• Multidisciplinaridade: associação ou justaposição de disciplinas que abordam um mesmo objetivo a partir de
distintos pontos de vista.
• Interdisciplinaridade: busca a superação das fronteiras disciplinares, estabelecendo um consenso. Troca entre as
disciplinas com integração dos instrumentos, métodos e esquemas conceituais.
• Transdisciplinaridade: Princípio teórico que busca uma intercomunicação entre as disciplinas, tratando
efetivamente de um tema comum (transversal). Ou seja, na transdisciplinaridade não existem fronteiras entre as
disciplinas
EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE
Composta por diferentes profissionais, de diferentes áreas da saúde, que trabalham juntos para oferecer um
atendimento completo e personalizado aos pacientes.
• Cada um desses profissionais possui conhecimentos e habilidades específicas que complementam o trabalho
dos demais.
• Construção de um projeto comum • Articulação das ações • Interação comunicativa entre os agentes
• Superação do isolamento dos saberes • Flexibilidade dos diferentes saberes
• Maior autonomia e criatividade dos agentes e integração entre disciplinas
REUNIÃO DE EQUIPE
• Planejar um espeço na agenda para reunião de equipe
• Organizar uma pauta para a reunião (pode ser construída durante a semana anterior)
• Todos devem ter espaço de fala: fazer circular a palavra
• Deve ser um espaço para valorizar o saber de todos
A reunião de equipe é planejada?
 PLANEJAMENTO
• Objetivo • Participantes • Local, data, hora • Duração estimada • Material necessário • Agenda • Pautas
 CONDUÇÃO
• Produzir ata da reunião e realizar a leitura da ata da reunião anterior.
• Estimular a participação de todos. • Gerenciar o tempo. • Tomar decisões.
• Atribuir responsabilidades e apontar pendências.
• Fazer resumo e confirmar se todos compreenderam as combinações.
 ACOMPANHAMENTO
• Acompanhar se as combinações estão sendo cumpridas.
• Construção de pautas de forma coletiva ao longo da semana anterior (quadro/caderno da equipe).
 O QUE FAZER
• Informes – breve.
• Monitoramento de indicadores (desconstrução da visão de que metas e resultados são externos à equipe).
• Discussão de casos complexos.
• Discutir sobre o monitoramento dos casos existentes.
• Planejamento das visitas domiciliares.
• Avaliação do processo de trabalho.
• Discussão sobre o papel dos profissionais, incluindo NASF.
• Pactuar encaminhamentos e responsabilidades.
• Educação Permanente da equipe.
 CUIDADO
• Reuniões não planejadas e mal conduzidas podem gerar:
- Perda de credibilidade. - Transmissões de mensagem erradas. - Perda de tempo dos envolvidos. - Desmotivação e
improdutividade da equipe.
• Um dos grandes desafios do trabalho em equipe é compreender que cada um carrega histórias de vida e podem
ocupar papéis de apoio ou resistência no trabalho em grupo
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS NA EQUIPE
• Casos difíceis que necessitam de múltiplos olhares para tomada de decisão e acompanhamento da equipe.
• Fio condutor para a troca de saberes e construção conjunta de um plano terapêutico comum.
• A discussão de caso em equipe promove: contribuição dos diversos componentes da equipe a partir de diferentes
olhares.
• Conhecimento e responsabilização de todos os membros da equipe pelos casos discutidos.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR

• O Projeto Terapêutico Singular é uma forma de organização da gestão do cuidado, instituída no processo de
trabalho em saúde entre as equipes da Atenção Básica.
• Trata-se de ferramenta viabilizadora de diálogo interativo entre os profissionais envolvidos na Atenção Básica,
permitindo o compartilhamento de casos e o acompanhamento longitudinal de responsabilidade destas equipes
(BRASIL, 2011).

• O PTS é uma ferramenta que instrumentaliza o desenvolvimento de propostas e condutas terapêuticas articuladas
para e com o usuário, e por isso não deve ser desenvolvida exclusivamente pelos profissionais da saúde.

• O desenvolvimento do Projeto Terapêutico Singular pode criar um espaço para a efetivação da clínica ampliada e
de uma prática de cuidado não segmentada ou isoladamente desenvolvida pelo profissional, evitando assim a
referência e contrarreferência a outros níveis de atenção à saúde, sem antes esgotar as possibilidades terapêuticas
disponíveis para responder às necessidades identificadas pelas Equipes de Saúde da Família na Atenção Básica.

AVANÇOS NO TRABALHO EM EQUIPE


• Pensar a Educação Permanente da Equipe a partir das necessidades identificadas pela própria equipe.
• Responsabilidade de todos os membros da equipe na realização da educação permanente.
• Avançar na comunicação, no compartilhamento e na interação
• Entender os conflitos como propulsores da mudança e como parte do cotidiano do trabalho.
FERRAMENTAS NA PRÁTICA DA APS: ABORDAGENS NA PESSOA, NA FAMÍLIA E VISITA DOMICILIAR

MÉTODO CLÍNICO CENTRADO NA PESSOA (MCCP)


Método que engloba e sistematiza em QUATRO PASSOS os diversos aspectos positivos das diferentes formas de
abordagem, e atende às expectativas de médico e pessoas, viabilizando uma consulta adequada de APS.
• Aumenta a satisfação de pessoas e médicos;
• Melhora a aderência aos tratamentos;
• Reduz preocupações;
• Reduz sintomas;
• Diminui a utilização dos serviços de saúde;
• Diminui queixas por má prática;
• Melhora a saúde mental;
• Reduz custos;
• Melhora a situação fisiológica e a recuperação de
problemas recorrentes

COMPONENTES DA ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA


Explorando a saúde, doença  Representação da saúde para cada pessoa
e a experiência com a doença  História, exame clínico, laboratório
 Dimensão da doença – sentimentos, ideias, efeitos na função,
expectativas.
Entendendo a pessoa com  A pessoa – história de vida, ascpectos pessoais e de desenvovilmento;
um todo, inteira  O contexto próximo – familia, emprego, comunidade, suporte social
 O contexto distante – cultura, comunidade, ecosistema.
Elaborando um projuto  Problemas e prioridades;
comum de manejo  Objetivos de tto e do manejo;
 Papéis da pessoa e do médico
Intesificando a relação  Empatia
médico-pessoa  Autoconhecimento
 Transfêrencia e contratransfêrencia
PRIMEIRO COMPONENTE MCCP EXPLORANDO A SAÚDE, A DOENÇA E A EXPERIÊNCIA DA DOENÇA
Olhar mais amplo, para além da doença, incluindo PERGUNTAS IMPORTANTES:
explorar a saúde e a experiência da doença do indivíduo. • 1- O que mais está preocupando você ?
• S – SENTIMENTOS, • 2- O quanto isso que você está sentindo afeta sua
• I – IDEIAS, vida?
• F – FUNCIONAMENTO DA VIDA. • 3- O que você pensa sobre isso ?
• E – EXPECTATIVAS • 4- Quanto/como você acha que posso ajudar ?
Importante: sinais verbais e não verbais.
SEGUNDO COMPONENTE ENTENDENDO A PESSOA COMO UM TODO
• Inclui trabalho, crenças, vivências, momento no ciclo Importância do genograma familiar.
de vida individual e familia inserção na comunidade.
• Pode ser necessário contatar outras pessoas da família • O contexto pode ser o fator desencadeante, agravante
a auxiliar no cuidado (doenças mentais, crônicas e ou atenuante do problema de saúde em questão.
sintomas medicamente inexplicáveis)
TERCEIRO COMPONENTE: ELABORANDO UM PLANO CONJUNTO DE MANEJO DOS PROBLEMAS
• As escolhas devem ser fruto de um processo de mútua • Estabelecer metas e prioridades de tratamento –
influência e entendimento entre médico e pessoa; evitar usar termos científicos nas explicações;
• Projeto comum para tratar dos problemas – co- • Papéis a serem assumidos pela pessoa e pelo medico;
responsabilização. • Ser flexível com relação ao que a pessoa busca ou
necessita, observar perfil e tipo de problema.
QUARTO COMPONENTE: INTENSIFICANDO A RELAÇÃO ENTRE A PESSOA E O MÉDICO
• Ao longo do tempo, constrói-se um conhecimento sobre a pessoa e sua história, que pode ser útil em manejos
futuros;
• Diferentes pessoas requerem diferentes abordagens e variam de acordo com idade, gênero, problema, estado
emocional.
• Escuta qualificada Postura empática Busca do contexto • Cuidado compartilhado
Tarefas chave de uma entrevista centrada na pessoa - Construção de uma relação de ajuda
- Intercâmbio de informações
- Cuidado com as respostas às emoções
- Gestão da incerteza
- Tomada de decisões compartilhada
- Potencialização do autocuidado da pessoa
ABORDAGEM FAMILIAR
Família é uma pequena sociedade humana cujos ● Sistema aberto e dinâmico
membros têm contato direto, laços emocionais e de ● Conectado com outros sistemas
cuidado. Têm também uma estrutura e forma de ● Toda família é única
funcionamento, além de uma história compartilhada ● Identificação de padrões familiares: famílias LGBTI+,
que organiza a sua estabilidade e a capacidade para famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias
mudanças. estendidas, etc
TIPOS DE ARRANJOS FAMILIARES
1. Família nuclear bigeracional (pais e filhos);
2. Família extensiva (três ou quatro gerações);
3. Família unitária (uma só pessoa, ex.: viúva sem filhos);
4. Família adotiva temporária;
5. Família adotiva bi-racial / multicultural;
6. Casal residindo separadamente;
7. Família monoparental (filho/s com pai ou mãe);
8. Família homossexual (com ou sem filho/s);
9. Família reconstituída (remarried/step families);
10. Família institucional (instituto com função de criar e desenvolver afetivamente a criança/adolescente);
11. Famílias com constituição funcional (pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte compromisso
mútuo).
Refletir criticamente sobre teorias eurocentrados/estadunidenses desenvolvidas historicamente para populações
brancas e de classe média.
POR QUE RACIALIZAR?
• Diálogos abertos sobre questões de raça e etnia podem promover um ambiente de confiança que acabará
beneficiando o processo;
• O desconhecimento por parte dos cuidadores sobre preconceito e discriminação os impede de avaliar a
importância relativa dos vários fatores descritos pelas pessoas como relevantes;
• Pessoas atendidas por cuidadores que não reconheçam a realidade de viver em uma sociedade racializada
receberão pior qualidade de atendimento;
• Associação entre sofrimento psíquico e experiência de racismo;
• Validar e acolher por conviver com sentimentos tão doloridos e buscar estratégias funcionais para lidar com o
racismo estrutural;
• OUÇA E ACREDITE.
O que avaliar? - Anatomia da família
- Desenvolvimento familiar
- Funcionamento familiar
NÍVEIS DE ENVOLVIMENTO FAMILIAR
● Grau 1: ênfase mínima nos assuntos familiares.
● Grau 2: colaboração com a família para trocar informações ou aconselhar.
● Grau 3: abordagem de apoio atendendo aos sentimentos da família; demanda conhecimentos sobre
desenvolvimento familiar;
● Grau 4: abordagem sistêmica da família com avaliação sistemática e planejamento de intervenção; implica
conhecimentos sobre sistemas familiares e preparo para convocar e coordenar uma reunião de família,
encorajando-a a externar seus sentimentos;
● Grau 5: terapia familiar.
FERRAMENTAS DE 1. Ciclos de vida
ABORDAGEM FAMILIAR 2. Genograma
3. Ecomapa
4. PRACTICE 5.
Outros (APGAR familiar, FIRO)
CICLOS DE VIDA
FASES DO CICLO DE VIDA (Família Classe média) FASES DO CICLO DE VIDA (Famíia Popular)
 Saindo de casa: jovens solteiros  Família composta por jovem adulto
 O novo casal  Família com filhos pequenos
 Família com filhos pequenos  Família no estágio tardio
 Famílias com filhos adolescentes
 Lançando os filhos e seguindo em frente
 Famílias no estágio tardio: a velhice

FERRAMENTAS DA ESF: ABORDAGEM FAMILIAR


Funcionamento ● natureza das relações
familiar ● divisão de poder
● padrão de comunicação
● expressão e manejo dos sentimentos
● capacidade de lidar com perdas e mudanças
● capacidade de autonomia e intimidade

Anatomia  Possibilita demonstrar esquemática e dinamicamente problemas biomédicos, genéticos,


familiar: comportamentais e sociais que envolvem a família estudada.
GENOGRAMA  Permite visualizar o processo de adoecer, facilita o plano terapêutico e permite à família
uma melhor compreensão sobre o desenvolvimento de suas patologias.

 Avalia cinco domínios:


1. O modo de comunicação;
2. As relações;
3. As doenças;
4. Os problemas familiares
5. As experiências traumáticas.

Situações que é util:


Abertura de prontuário para conhecer a familia e seu contexto.
Pré natal, Puericultura, Doenças crônicas, Má adesão ao tto, problemas genéticos,
Doenças de incidência familiar, Doenças mental, Pcts limitados ao domicílio (acamados)
Violência intrafamiliar e doméstica, Familias de vulnerabilidade baixa,
Familias acompanhadas em programas prióritarios, Consultas frequentes,
Familias com intervenções constitucionais

ECOMAPA ou Demonstra as relações entre os membros de uma família e a comunidade e ajuda a avaliar os
Mapa de Rede apoios e suportes disponíveis e sua utilização pela família.

Informações que podem estar contidas no ecomapa


1. Vizinhança (área física);
2. Serviços da comunidade (médicos, saúde mental, toxicodependência, violência doméstica,
conselhos);
3.Grupos sociais (igrejas; grupos cívicos: comissão de pais, de bairro; grupos de convívio, ONG);
4. Educação;
5. Relações pessoais significativas (amigos, vizinhos, família mais afastada);
6. Trabalho;
7. Outras (específicas da família e da área em que habita).

A ferramenta Na abordagem às famílias, pode ser necessário realizar uma intervenção formal por meio da
PRACTICE entrevista familiar.
Pode ser utilizada nessas situações mais complexas e deve ser aplicada em reuniões familiares.
VISITA DOMICILIAR – ATENÇÃO DOMICILIAR
Proporciona ao paciente um cuidado ligado diretamente aos aspectos referentes à estrutura familiar, à
infraestrutura do domicílio e à estrutura oferecida pelos serviços para esse tipo de assistência.
Assim, evita-se hospitalizações desnecessárias, diminui o risco de infecções e a superlotação de serviços de urgência
e emergência, melhora a gestão dos leitos hospitalares e o uso dos recursos.

PARA QUE SERVE?


● CADASTRO ● PREVENÇÃO ● REABILITAÇÃO ● TRATAMENTO DE DOENÇAS ● PALIAÇÃO ● PROMOÇÃO À SAÚDE
PARA QUEM SERVE?
● Vulnerabilizados (Determinantes sociais) ● Acamados ● Domiciliados ● Puerpério ● Saúde mental ● Criança com
asma recorrente ● Hiperfrequentadores ● Insuficiência familiar.
ATRIBUTOS ESSENCIAIS
● ATENÇÃO AO 1º CONTATO ● LONGITUDINALIDADE ● INTEGRALIDADE ● COORDENAÇÃO

Critérios de Elegibilidade
Passo 1: Avaliação da resolutividade da VD: A VD será resolutiva?
Passo 2: Avaliação da razoabilidade da VD: A VD é a melhor alternativa para a situação?
Passo 3: Aderência do usuário e sua família ao acompanhamento: há engajamento e corresponsabilização?
Passo 4: Autorização do usuário e da família. Passo 5: Análise da infraestrutura domiciliar
FERRAMENTAS NA PRÁTICA DA APS: ACOLHIMENTO E ACESSO AVANÇADO

Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local nem hora certa para
acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo
• O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu
protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes
de compartilhamento de saberes. compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços
de saúde.

OBJETIVOS
• Ampliar o acesso;
• Buscar a integralidade da atenção;
• Reorganizar o serviço a partir das necessidades, riscos e vulnerabilidade dos usuários;
• Redefinir relações;
• Reavivar conhecimentos ampliando a visão de análise e atuação sobre os problemas de saúde;
• Qualificação e humanização da assistência;
• Reconhecer o usuário como sujeito no seu processo saúde-doença.
PARA QUE SERVE?
• É uma forma de ampliação e facilitação do acesso.
• Facilita a continuidade e redefinição dos projetos terapêuticos dos usuários.
• Pode server como umdispositivo de reorganização do processo de trabalho em equipe.

ACOLHIMENTO X TRIAGEM
“O acolhimento na porta de entrada só ganha sentido se entendemos como uma passagem para o acolhimento nos
processos de produção de saúde.”
ACOLHIMENTO TRIAGEM
Objetivo: inclusão sob a ótica do vínculo e da Objetivo: exclusão
vulnerabilidade “quem não vou atender?”
Programação x Imprevisto “quem não deveria estar aqui?”
“quem precisa ser atendido?”
ACOLHIMENTO  Encontro complexo entre dois ou mais sujeitos
Sujeito Profissional de Saúde x Sujeito Usuário
Co-produção de compromissos singulares a partir de necessidades, de interesses e de direitos de cada um desses
sujeitos.
”É UMA FORMA DE ATENDER A TODOS QUE  Ouvir pedidos
PROCURAM OS SERVIÇOS ROMPENDO COM A LÓGICA  Dar respostas ao usuário e sua rede social
DA EXCLUSÃO.”  Escutar, Analisar a demanda
 Responsabilizar-se e dividir responsabilidade
COMO POSTURA • Prevenir • Cuidar
• Proteger • Tratar
• Recuperar • Promover
COMO TÉCNICA • Avaliar riscos e vulnerabilidade.
• Construir respostas positivas
• Usuário como sujeito ativo e participante da própria saúde
REORIENTADOR DO SERVIÇO • Avaliação das demandas e construção coletiva do fluxo dos serviços

DESAFIOS
• Ampliar o acesso: Sem sobrecarga para as equipes Sem prejudicar a qualidade das ações
• Superar a prática profissional centrada na dimensão biológica e centrada no profissional.
• Formular formas de adaptação a vulnerabilidade local.
• Responsabilização de toda a unidade.
Um aspecto dos Serviços de Saúde mais valorizado pela população e que mais gera insatisfação quando não está
ocorrendo de forma adequada é:
O ACESSO
• Amplitude de horário; • Ausência de atraso de nomeação; • Ausência de atraso na chegada à UBS.
O ACESSO E O PRIMEIRO CONTATO
“O princípio do primeiro contato refere-se ao fato de ser o ponto de entrada mais fácil e próximo do usuário para os
serviços de um sistema de saúde, portanto, a acessibilidade advoga por um local de atendimento próximo e que
não prejudique ou atrase o diagnóstico e as intervenções necessárias para se resolver um determinado problema de
saúde.”

ACESSO E ACESSIBILIDADE
• Para Donabedian (2003), acesso e acessibilidade a ações e serviços de saúde têm significados semelhantes. Dizem
respeito à capacidade de obtenção de cuidados de saúde, quando necessário, de modo fácil e conveniente.
• Acessibilidade ou acesso aparecem como um dos aspectos da oferta de serviços relativos à capacidade de
produzir serviços e de responder às necessidades de saúde de uma determinada população.
A acessibilidade tem duas dimensões:
• Geográfica: refere-se à distância e ao tempo de locomoção dos usuários para chegar aos serviços, incluindo os
custos da viagem, dentre outros.
• Sócio-organizacional: diz respeito a todas as características da oferta que podem facilitar ou dificultar a
capacidade das pessoas no uso dos serviços.
E O QUE É O ACESSO AVANÇADO?
• É um modelo de acesso facilitado, em que a pessoa vinculada àquela equipe consegue um atendimento quando
precisa, no horário mais adequado e com a forma de agendamento mais confortável;
• Mais conhecido como “Faça o trabalho de hoje, hoje!”
• Geralmente a agenda tem 65-75% das vagas para o mesmo dia com grande capacidade de oferta de consultas.
• Nesse modelo há diminuição do tempo de espera e do absenteísmo muito comum em marcações a longo prazo.

E isso é possível a partir da reorganização do processo de trabalho, de pequenos rearranjos nos fluxos da
unidade, nas formas de agendamento e no enfrentamento de alguns desafios:
• Abrir mão de uma agenda fragmentada em função de grupos por patologias ou faixas etárias (dias específicos
para gestantes, crianças, hipertensos ou diabéticos).
• Evitar pré-agendamentos prolongados, pois pode gerar um desperdício de tempo
• Envolver todos os profissionais disponíveis para oferecer os melhores recursos de acordo com as necessidades da
população de sua área.
• A equipe precisa estar mais voltada para as necessidades da população, com uma agenda mais adequada à
procura diária das pessoas (ter diagnósticos de demandas atualizados);
• Definir quanto tempo será necessário para uma consulta pré-agendada, considerando que esta se dará para no
máximo uma semana e ir diminuindo esse tempo até conseguir chegar “Faça o trabalho de hoje, hoje!”!

Cuidados para uma equipe que pretende adotar o acesso avançado


1º: O acesso avançado anda junto com o acolhimento e a escuta qualificada. A escuta qualificada
preferencialmente é feita pelo profissional da enfermagem, porém pode ser feita pelo próprio médico ou cirurgião
dentista da equipe. Por isso, um dos pressupostos, se isso ainda não acontece, para melhorar o acesso na unidade
de saúde, é o maior envolvimento do enfermeiro no cuidado das pessoas da sua área.
Dessa forma, é importante que cada enfermeiro tenha seu próprio consultório e que esse seja próximo ao do
médico de sua equipe. Essa disposição dos consultórios facilita o entendimento da vinculação para a equipe e para
a população e também agiliza as interconsultas entre médicos e enfermeiros.

• 2º: Fluxo do atendimento – ESCUTA RÁPIDA


• Caso o usuário venha para um serviço específico (vacinação, farmácia, coleta de exame, etc) , ali mesmo ele deve
ser direcionado para que já haja resolutividade sem necessidade de passar por nenhuma outra etapa.
• A pessoa passa pela recepção apenas para identificar qual a sua equipe e já é agendada/encaminhada para ser
atendida pelos profissionais de referência.
• A recepção (escuta rápida), nesse modelo, poderá fazer perguntas breves para identificar a necessidade imediata
ou não de consulta.
• Caso tenha necessidade de consulta, nesse momento retira-se o prontuário (se ainda for físico) e direciona a
pessoa que procura atendimento no dia para a sua própria equipe (auxiliares de enfermagem, enfermeiros e
médicos) no caso do usuário estar procurando por consulta nesse dia.
ESCUTA QUALIFICADA
Escutar significa, num primeiro momento, acolher toda Importante por exemplo perguntar por que ele acredita
queixa ou relato do usuário mesmo quando possa que adoeceu e como ele se sente quando tem este ou
parecer não interessar diretamente para o diagnóstico e aquele sintoma. Quanto mais a doença for
tratamento. Mais do que isto, é preciso ajudá-lo a compreendida e correlacionada com a vida, menos
reconstruir (e respeitar) os motivos que ocasionaram o chance haverá de se tornar um problema somente do
seu adoecimento e as correlações que o usuário serviço de saúde, mas sim, também, do sujeito doente.
estabelece entre o que sente e a vida – as relações com
seus convivas e desafetos
• A equipe define quem ficará responsável por fazer a escuta qualificada.
• Nela, o profissional de nível superior já conseguirá resolver grande parte das demandas que chegam para a
equipe. E aquelas que são necessárias realmente de serem vistas pelo médico, são direcionadas pelo médico no
mesmo dia.
• A ambiência, o fluxo favorável e estudado para cada unidade e situação, reuniões de equipe periódicas para
revisão de protocolos e de situações conflituosas e principalmente a vontade de fazer dar certo é a receita para que
o ACOLHIMENTO COM ACESSO AVANÇADO seja implantado com sucesso.

AGENDA COMPARTILHADA E ACESSO AVANÇADO


A AGENDA
• As agendas tem um papel fundamental nas atividades das unidades, permitindo um acesso pautado na equidade
e universalidade;
• Devem garantir esse acesso e a qualidade da atenção em saúde a toda a população;
• Deve ser construída a partir de um diagnóstico situacional da realidade social e epidemiológica da comunidade,
associado à análise dos riscos e vulnerabilidades desse território e levantamento de problemas;
• O tipo de agenda vai depender do tipo de processo de trabalho e de acesso que está funcionando na unidade.
Mas alguns princípios são básicos:
• Deve sempre ser dialogada e socializada entre todos da equipe;
• Qualquer mudança (férias, afastamento, mudança de horário, etc) deve ser informada, principalmente para
àqueles que ficam na recepção (escuta rápida);
• Assim, se a equipe está em ACESSO AVANÇADO 100% na agenda não haverá “consulta agendada” e assim por
diante.
COMO VIABILIZAR O ACOLHIMENTO À DEMANDA ESPONTÂNEA?
• Toda a equipe é responsável pelo acolhimento.
• Identificar casos de maior risco e vulnerabilidade e facilitar o acesso dos usuários a uma avaliação mais rápida
pelo profissional mais adequado (escuta qualificada).
• Fluxos de transferência / encaminhamento dos usuários que necessitam de outros recursos assistenciais.
• Discutir critérios de risco e organizar a agenda dos profissionais de modo a contemplar a agenda programada e
casos agudos.
• Diálogo com os usuários.

Perguntas que podem ajudar a equipe na implantação do acolhimento:


• Existe acolhimento na unidade? Quem são os responsáveis? Como é feito? Como podemos melhorar?
• Como é organizado o fluxo dos usuários na unidade?
• Quais as principais dúvidas e necessidades dos usuários?
• Quais os problemas e conflitos enfrentados pelos profissionais no que diz respeito ao acolhimento?
• Quais as tentativas de solução desses problemas?
PROCEDIMENTOS EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE

• As unidades de saúde estão autorizadas a realizar procedimentos “com internação de curta permanência” e
enquadradas como estabelecimento de saúde tipo 1.

“É o consultório médico, independente de um hospital, destinado à realização de procedimentos clínicos, ou para


diagnóstico, sob anestesia local, sem sedação, em dose inferior a 3,5ml/Kg de lidocaína (ou dose equipotente de
anestésicos locais), sem a necessidade de internação.”

• Não há necessidade de cuidados específicos de pós operatório.


Pactuação/Articulação com as gestões locais para viabilizar a realização de procedimentos:
• Estrutura das Unidades de Saúde que permitam a realização dos procedimentos.
• Existência de material e insumos necessários.
• Organização e preparo do material necessário para os procedimentos.
• Educação continuada da equipe de saúde local.

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO Os procedimentos elegíveis para


realização na APS estão indicados
• ASA I: paciente saudável, não fumante, nenhum ou uso mínimo de álcool para os pacientes de baixo risco:
• ASA II : paciente com doenças sistêmicas leves, sem limitações funcionais
significativas.  ASA I
• ASA III : paciente com doenças sistêmicas graves e com limitações  ASA II
funcionais significativas.
• ASA IV : paciente com doença sistêmica grave que é uma ameaça
constante à vida.
• ASA V : paciente com doença graves fora de possibilidade de cura.
O QUE É POSSÍVEL?
Estão previstos na Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde (Casaps) Ministério da Saúde, mas… nem todas
as unidades de saúde tem infraestrutura para realização de procedimentos ambulatoriais.

Papel do médico – incentivar a melhoria estrutural e de insumos para qualificar a assistência e expandir as ações
de cuidado em saúde
PRINCÍPIOS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL
PRINCÍPIOS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL

Lidocaína: disponível nas concentrações de 0,5, 1,2 e 5%; em tubetes de 1,8ml ou ampolas de 10 e 20ml; com ou
sem epinefrina.
Apresentações tópicas: geléias 2 e 5%; creme 4%, soluções para uso em mucosa 2 e 20% e spray 10%.
• Para sondagem uretral, geléia 2 ou 5%.
• Dose máxima de 5 a 7mg/Kg de peso.
• Atenção no uso em portadores de hepatopatias crônicas.

Bupivacaína: concentrações de 0,25 a 1% para bloqueio de nervos periféricos.


• 4 vezes a potência e toxicidade da lidocaína.
• Menos convulsivantes que a lidocaína e mais cardiotóxico.
• Mais usado em bloqueios de nervo.

Ropivacaína: 0,25% e 1%. Dose máxima 1 a 2mg/Kg


• Potência semelhante à bupivacaína. Já tem efeito vasoconstritor
• Menos cardiotóxica que a bupivacaína

ANESTÉSICOS LOCAIS • Tetracaína: 1%, solução oftalmológica


• Creme dermatológico EMLA: lidocaína 25mg/g + prilocaína 25mg/g – aplicar sob bandagem oclusiva uma hora
antes do procedimento.
ANESTESIA REGIONAL
Tópica: gotejamento, nebulização ou instilação
Infiltração local: no tecido a ser operado
Bloqueio de campo: infiltração ao redor do tecido a ser operado
Anestesia de condução: injeção de anestésico nas raízes nervosas
• Troncular: plexos ou nervos
• Peridural ou caudal: raízes nervosas no espaço extradural
•Raquianestesia: raízes nervosas no espaço subaracnoídeo
INFILTRAÇÃO LOCAL
• Pode ser realizada apenas com assepsia precária, a fim de melhor tolerância do paciente para assepsia adequada.
• Indicada na remoção de pequenas lesões de pele, drenar coleções subcutâneas, exérese de pequenos tumores e
corpos estranhos, sutura de ferimentos. ~
• Se pele íntegra, aplicar dose com agulha de insulina para botão anestésico e, a partir dele, injeta mais anestésico
com uso de agulha mais calibrosa.
• Se ferimento, injeta-se o subcutâneo a partir das bordas da ferida.
• SEMPRE ASPIRAR ANTES DE INJETAR.
DRENAGEM DE ABSCESSO
Drenagem é o tratamento de escolha, independentemente da localização.
Atenção: face, principalmente o triângulo formado pelo nariz e pela extremidade do lábio, risco de flebite séptica e
promover extensão para a região intracraniana. Prescrever antibiótico.

Atenção à região perianal: drenagem com urgência, não se espera apresentar sinal de flutuação: risco de fasceíte
necrotizante (síndrome de Fournier). Na dúvida, encaminhe com urgência para a avaliação de um cirurgião.
Complicações SEGUIMENTO
• Recidiva do abscesso: se o tamanho da • Reavaliar em um ou dois dias para remoção das gazes e do dreno, e
incisão não for grande o suficiente para para verificação da ferida.
drenagem adequada; local não explorado • Orientar compressas mornas no local, durante 15 minutos, 4x ao dia,
completamente, deixadas áreas até melhora; trocar os curativos diariamente; verificar sinais de infecção
loculadas. sistêmica.
• Sangramento. • A antibioticoterapia está indicada se houver celulite coexistente, se o
• Disseminação sistêmica da infecção: paciente for imunocomprometido ou tiver um corpo estranho (enxerto
endocardites, osteomielites, formação de vascular, telas, cateteres e válvulas).
abscessos pleurais, articulações etc • Podem-se associar analgésicos e anti-inflamatórios para a dor pós-
drenagem
LAVAGEM OTOLÓGICA
INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES
• Otalgia. • Diminuição importante da audição. • • Obte aguda.
Dificuldade de realizar otoscopia. • Desconforto • História pregressa ou atual de perfuração bmpânica.
audibvo. • Tinnitus (zumbido). • Tontura ou • História de cirurgia otológica. Paciente não cooperabvo
verbgem. • Tosse crônica.
ONICOCRIPTOSE
• Porção lateral ou espícula da unha penetra no • Estágio 1: dor, leve edema ou eritema.
tecido mole dos tecidos adjacentes. • Estágio 2: dor, edema, hiperemia e secreção purulenta.
• Relacionada ao corte inadequado dos cantos das • Estágio 3: dor, edema, hiperemia, hipertrofia dos tecidos
unhas e uso de sapatos apertados na parte moles (granulação) e secreção purulenta.
anterior do pé
Tratamento conservador: controlar os sintomas até que o canto doentes alcance a extremidade distal e possa ser
cortado adequadamente. - Cerca de 70% dos pacientes respondem ao tratamento conservador. - Uso de canaletas
ou mechas de algodão sob o canto doente da unha.
Tratamento cirúrgico: consiste da remoção do canto da unha e do tecido de granulação.
ARBOVIROSES

DENGUE Picada de mosquito vetor (fêmea)  Inoculação Viral  Replicação em linfonodos regionais (por
2-3 dias)  Viremia (por 4-7 dias) / Infecção de tecidos e órgãos  Manifestações clínicas (após
Vírus do Dengue 1 dia de viremia assintomática)
(RNA) –família
Flaviviridae, do ATEDIMENTO  Registro  Casos suspeitos (prova de laço, peso e PA sentada e pé, classificação
gênero Flavivírus de gravidade  Atendimento médico – por prioridade.

4 sorotipos: DEN1, Três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação.


DEN2, DEN3, DEN4
CASO SUSPEITO ?  Laboratorialmente sorologia IgM (amostra coletada após o 6°dia pesquisa
FEBRE usualmente de anlgeno NS 1 teste rápido ou ELISA, isolamento viral, RT PCR amostra coletada até o 5°dia
entre dois e sete dias, imuno histoquímica
e duas ou mais das A prova do laço deve ser realizada na triagem, obrigatoriamente, em todo paciente com suspeita
seguintes de dengue e que não apresente sangramento espontâneo.
manifestações:  Verificar pressão e calcular o valor médio, Insuflar o manguito até o valor médio, cinco
Náusea, vômitos; minutos adulto, e três minutos criança.
Exantema; Mialgias, Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e contar o número de
artralgia; Cefaleia, dor petéquias formadas dentro dele;
retro-orbital; a prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais em
Petéquias; Prova do crianças;
laço positiva; SINAIS DE ALARME
Leucopenia. Vômitos persistentes; • Dor abdominal intensa e conHnua; • LipoHmia/ Hipotensão postural; •
Hepatomegalia dolorosa; • Sangramento de mucosa (epistaxe; gengivorragia); • Hemorragias
(hematêmeses; melena); • Sonolência em crianças e idosos; • Choque / hipotensão; • Redução
da diurese; • Diminuição repen.na da temperatura corpórea ou hipotermia; • Aumento brusco de
hematócrito ou plaquetopenia; • Desconforto respiratório.
Condições preexistentes que sugiram risco de evolução desfavorável:
• Crianças (< 2 anos) e Idosos (> 65 anos) • Gestantes • Comorbidades
CLASSIFICAÇÃO
GRUPO A
• Caso suspeito de dengue; • Prova do laço negativa, sem sangramentos;
• Ausência de sinais de alarme; • Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.
CONDUTA
• Exames laboratoriais complementares a critério médico;
• Prescrever paracetamol e/ou dipirona;
• Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides;
• Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral
ORIENTAÇÕES  Não se automedicar, procurar imediatamente em caso de sinais de alarme. Agendar retorno,
Notificar, preencher cartão da dengue, orientar eliminação de criadouros

GRUPO B
• Caso suspeito de dengue. • Ausência de sinais de alarme.
• Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do laço positiva).
• Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades.
Solicitar exames complementares: HEMOGRAMA!
• Acompanhamento e observação até o resultado dos exames;
• Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado dos exames;
• Prescrever paracetamol e/ou dipirona
Paciente com hematócrito normal: Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária – clínica e
laboratorial, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de sinais de alarme;
• Paciente com surgimento de sinais de alarme ou aumento do hematócrito: ü Seguir conduta do grupo C.
• Reavaliação a cada 24 horas • Notificar o caso. • Exames específicos para confirmação não são necessários para
condução clínica.
GRUPO C
• Caso suspeito de dengue. • Com ou sem sangramento de pele. Sem hipotensão.
• Presença de um ou mais sinais de alarme.
Iniciar a reposição volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção, independente do nível de complexidade, inclusive
durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares.
REPOSIÇÃO VOLÊMICA  10ml/kg de soro fisiologico na primeira hora. Acompanhamento 48hrs.

GRUPO D
• Reposição volêmica (adultos e crianças): 20 ml/kg em até 20 minutos - em qualquer nível de complexidade, inclusive
durante eventual transferência para uma unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares.
• Oxigenioterapia • Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas.
• Monitorização continua – leito de UTI
• Repetir fase de expansão até três vezes – de acordo com reavaliação clínica.

Extravasamento de plasma, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório, sangramento grave
ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e o sistema nervoso central (SNC);
Aumento do hematócrito, quanto maior sua elevação maior será a gravidade.

Todo caso suspeito de dengue deve ser notificado à Vigilância Epidemiológica, sendo imediata a notificação das formas
graves da doença.
CHIKUNGUNYA • Depois da picada de um mosquito infectado, o início da doença ocorre geralmente entre 4 e 8
Vírus Chikungunya dias, mas pode variar de dois a 12 dias.
(CHIKV)
Aedes aegypti e Residente ou visitante de áreas epidêmicas até 2 semanas antes do início dos sintomas, ou com
Aedes albopictus; vínculo epidemiológico com caso confirmado, apresentando:
Febre de início súbito – superior a 38,50 C + Artralgia ou Artrite intensa de início agudo não
Aguda 0-4 dias explicada por outras condições.
Subaguda Cefaleia, náusea, fadiga e exantema;
14 a 3 meses O que a difere: fortes dores nas arKculações, que podem estar acompanhadas de edema.
Crônica – Apos 3
TTO  A dor aguda tratada de forma inadequada é uma das principais causas de sua
cronificação, causando outros sintomas como a depressão, a fadiga e os distúrbios do sono;
Analgésico comum (paracetamol, dipirona)
Codeína, Tramadol, Compresas frias 4/4 por 20 min. Fisioterapia, apoio psicologico.
Corticoide. (não utilizar anti-inflamatorio e corticoide na fase aguda).
 Repouso, evitar esforços, retornar a unidade no caso de persistencia de febre.
Subaguda  prednisona 0,5 mg/kg de peso/dia, em dose única pela manhã.
Fase crônica da doença, pode ser iniciado a hidroxicloroquina na dose de 6 mg/kg/dia (dose
máxima 600 mg/dia) via oral (VO), por um período de seis semanas;

Atestado  Mínimo 10 dias.


ZIKA Pacientes com exantema maculopapular pruriginoso associado a dois ou mais dos seguintes
Vírus Zika(ZIKV) sinais e sintomas:
• Febre; • Hiperemia conjuntival sem secreção ou prurido;
Mosquito Aedes sp. • Poliartralgia; • Edema periarticular

• O vírus Zika pode • Os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 - 7 dias; • Evolução benigna;
ser encontrado em • Tratamento: sintomáticos.
fluidos biológicos:
Leite materno; Urina; População de risco  Gestantes nos primeiros três meses de gravidez (primeiro trimestre)
Sêmen; Saliva; Sangue MICROCEFALIA.
(transmissão por
transfusão) Notificação compulsória
FEBRE AMARELA Doença febril aguda; • Duração máxima de 12 dias;
Vírus amarílico • Quadro clínico de gravidade variável: de formas leves até fatais;
• Evolução bifásica (infecção e intoxicação);
Febre amarela urbana
(FAU) • FAS: Principal vetor e reservatório: mosquito Haemagogus janthinomys
Febre amarela • Hospedeiro natural: macaco (primatas);
silvestre (FAS) • Homem não vacinado: pode entrar no ciclo.

Diferenciadas pela • FAU: Mosquito Aedes aegypti é o principal vetor e reservatório. • Homem: único hospedeiro
localização geográfica,
espécie vetorial e tipo de
hospedeiro • FAS: macaco infectado  mosquito silvestre  macaco sadio à homem
• FAU: homem infectado  mosquito Aedes aegypti  homem sadio.

Indivíduo com quadro febril agudo (até sete dias), de início súbito, acompanhado de icterícia
e/ou manifestações hemorrágicas, residente em (ou procedentete)
 Área de risco para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootia confirmada
em primatas não humanos (PNH) ou isolamento de vírus em mosquitos vetores, nos
úlKmos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado.

Quadro com duração de cerca de três dias, após, observa-se remissão da febre e melhora da
sintomatologia que pode durar de horas até dois dias.

Não há tratamento específico.


• Medidas de suporte: Sintomáticos; Reposição de líquidos; Repouso

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
COVID-19 E SÍNDROME PÓS-COVID

PANDEMIA X EPIDEMIA
PANDEMIA O termo se refere à distribuição geográfica EPIDEMIA Ocorrência de casos de uma doença,
de uma doença e não à sua gravidade. comportamento especificamente relacionado à saúde,
ou outros eventos relacionados à saúde, claramente em
excesso da expectativa normal em determinada
comunidade ou região, precisamente especificados.
COVID-19
Causada pelo SARS-COV-2
• Identificada em humanos em dezembro de 2019 na
China
• No Brasil, o primeiro caso notificado ocorreu em 26 de
fevereiro de 2020
• Pandemia

Fatores ambientais e epidemiológicos para


desenvolvimento da pandemia

Sintomas
• Principais sintomas: febre, cansaço e tosse seca
Sintomas menos comuns: ageusia, anosmia, congestão nasal, conjuntivite, dor de garganta, dor de cabeça, mialgia,
artralgia, diferentes tipos de exantema, náusea ou vômito, diarreia, calafrios ou tonturas
Classificação
Leve
• Sintomas inespecíficos, como febre, fadiga, tosse (com ou sem dispneia, congestão nasal ou cefaleia; diarreia,
náuseas e vômitos
• Pacientes idosos e / ou imunossuprimidos podem apresentar sintomas atípicos
• Os sintomas devido a adaptações fisiológicas da gravidez ou eventos adversos da gravidez (por exemplo, dispneia,
febre, sintomas gastrointestinais, fadiga) podem se sobrepor aos sintomas de COVID-19
Grave
• Adultos: pneumonia com sinais gravidade; saturação capilar ≤90% em ar ambiente; sinais de desconforto
respiratório (uso de músculos acessórios, incapacidade de falar frases completas, frequência respiratória > 30
mrpm) sintomas de gravidade em crianças
• Crianças: pneumonia com tosse ou desconforto respiratório e taquipneia, tiragem, gemência, cianose central,
incapacidade de amamentar ou beber, convulsões ou redução do nível de consciência
Crítico
• Sepse, choque séptico, síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória grave, disfunção de
múltiplos órgãos, pneumonia grave, necessidade de suporte respiratório e internações em unidades de terapia
intensiva.
Sintomas de gravidade em crianças
• Tosse ou dificuldade respiratória E: Cianose central OU SpO₂ < 90%; desconforto respiratório severo; sinais de
pneumonia com um sinal de perigo geral (incapacidade de amamentar ou beber, letargia ou inconsciência ou
convulsões; tiragem torácica ou taquipneia).
• O diagnóstico é clínico, mas a imagem do tórax pode identificar ou excluir complicações pulmonares.
<2meses: >60 resp/min
2-11 meses: >50 resp/min
1-5anos de idade: >40 resp/min
Exames complementares
• TC de tórax: TC de tórax diagnostica COVID-19 em 87,9% das pessoas que tinham COVID-19 e identificou
incorretamente em 20% das pessoas que não tinham COVID19.
• Rx tórax: diagnosticou COVID-19 corretamente em 80,6% das pessoas que tinham COVID-19 e identificou
incorretamente o COVID-19 em 28,5% das pessoas que não tinham COVID-19.
• A evidência sugere que a CT de tórax é melhor para descartar a infecção por COVID19 do que para distingui-la de
outros problemas respiratórios. Portanto, sua utilidade pode ser limitada em excluir a infecção por COVID-19 em
vez de distingui-la de outras causas de infecção pulmonar.
• Testes rápidos devem ser coletados entre o 1 e o 8 dia dos sintomas
• Kit Teste rápido COVID Ag:
Coleta deve ser realizada por meio de swab Nasofaríngeo
91,8% de sensibilidade e 98,0% de especificidade
• Kit TR DPP® COVID-19 AG:
Coleta deve ser realizada por meio de swab Nasal
Indivíduo sintomáticos: 90,3% de sensibilidade e 98,8% de especificidade ndivíduo assintomático: 90,3% de
sensibilidade geral 91,8% de sensibilidade e 98,0% de especificidade

• RT-PCR em tempo real: detecção do RNA do SARS-CoV-2 em amostras do trato respiratório: técnica padrão ouro.
Em casos leves, coletar até o 8 dia de sintomas.
Em casos graves, coletar até o 14 dia dia de sintomas

• RT-LAMP idenrfica o SARS-CoV-2 em amostra de saliva durante o período de infecção arva do vírus. é mais simples
e rápido do que o RT-PCR e não requer o uso de aparelhos laboratoriais complexos, Em uso na rede de saúde
suplementar do Brasil.

Exames complementares - controle sorológico


• Indicados para invesrgação de doença pregressa; permitem conhecer o perfil sorológico da população e são
indicados a parrr do 8o dia do início dos sintomas
• Ensaio imunoenzimárco (ELISA) e eletroquimioluminescência (ECLIA) são mais efervos que imunocromatografia
(teste rápido), imunofluorescência direta e indireta
Casos Confirmados
POR CRITÉRIO CLÍNICO
• Caso de SG ou SRAG associado à anosmia (disfunção olfativa) ou ageusia (disfunção gustatória) aguda sem outra
causa pregressa
POR CRITÉRIO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO
• Caso de SG ou SRAG com histórico de contato próximo ou domiciliar, nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos
sinais e sintomas com caso confirmado para covid-19.
POR CRITÉRIO CLÍNICO-IMAGEM
• Caso de SG ou SRAG ou óbito por SRAG que não foi possível confirmar por critério laboratorial e que apresente
pelo menos 1 (uma) das seguintes alterações tomográficas:
• OPACIDADE EM VIDRO FOSCO periférico, bilateral, com ou sem consolidação ou linhas intralobulares visíveis
("pavimentação"), ou
• OPACIDADE EM VIDRO FOSCO multifocal de morfologia arredondada com ou sem consolidação ou linhas
intralobulares visíveis ("pavimentação"), ou
• SINAL DE HALO REVERSO ou outros achados de pneumonia em organização (observados posteriormente na
doença).
RECOMENDAÇÕES DE ISOLAMENTO
Medidas de prevenção e controle
● Distanciamento físico*;
● Higienização das mãos;
● Etiqueta respiratória;
● Uso de máscaras (estabelecimentos de saúde, população geral, pessoas com sintomas respiratórios- controle da
fonte)*;
● Vacinação/Imunização;
● Inquéritos sorológicos e testagem*; *Orientado pelas autoridades sanitárias de acordo com a epidemiologica
local, regional, nacional
Tratamento
Em casos leves, tratamento sintomático e monitoramento dos sinais e sintomas, em especial saturação (devendo
ser avaliada de maneira sistematica e individualizad) observando patologías de base que cursa com hipoxemia leve
asintomática (DPOC, Pneumopatias crônicas, doenças cardíacas congênitas. VR Adultos sem comorbidades Sat O2 ≥
93%, Crianças sem comorbidades ≥ 94%

Em casos graves: hospitalização, corticoide sistêmico, oxigenioterapia, heparina, fisioterapia, tratamento de


infecções bacterianas se associadas e suporte clínico.

Perspectívas no tratamento farmacológico


Para pacientes com COVID-19 não grave com maior Não recomendado para pacientes com COVID-19 não
risco de hospitalização: grave:
• Uma forte recomendação para nirmatrelvir-ritonavir; • Recomendação condicional contra corticosteróides
• uma recomendação condicional para molnupiravir; sistêmicos;
• uma recomendação condicional para remdesivir • Forte recomendação contra plasma convalescente;
• Recomendação contra a fluvoxamina, exceto no
contexto de um ensaio clínico;
• Forte recomendação contra a colchicina.
Recomendado para pacientes com COVID-19 grave ou crítico:
• Forte recomendação de bloqueadores dos receptores de interleucina-6 (IL-6) (tocilizumabe ou sarilumabe);
• Forte recomendação para o inibidor de Janus quinase (JAK) baricitinib;
• quanto ao uso concomitante de bloqueadores dos receptores de IL-6 (tocilizumabe ou sarilumabe) e do inibidor
JAK baricitinibe; esses drogas agora podem ser combinadas, além de corticosteróides em pacientes com COVID-19
grave ou crítico;
• Recomendação condicional para remdesivir em pacientes com COVID-19 grave
Quem são os pacientes com maior risco de hospitalizar?
• Pessoas com idade igual ou maior que 65 anos; ou
• pessoas com 18 anos ou mais e com imunossupressão:
Vacinação
• Iniciada em janeiro de 2021 no Brasil
As vacinas recomendadas até o momento são: Vacina adsorvida Covid-19 (inaYvada) CoronaVac (Butantan), a
Vacina Covid-19-RNAm Comirnaty (Pfizer/Wyeth), a Vacina Covid19-recombinante Oxford/Covishield (Fiocruz e
Astrazeneca) e a Vacina Covid-19- recombinante Janssen Vaccine (Janssen-Cilag)

SÍNDROME PÓS-COVID 19
• Sinais e sintomas recorrentes ou persistentes após infecção pelo Covid, não atribuídas a outras causas.
• Na literatura, descrita como Covid longa, Covid-19 pós-aguda, síndrome pósCovid, efeitos de longo prazo da
Covid, síndrome Covid pós-aguda, Covid crônica

Sua fisiopatologia é baseada em eventos inflamatórios


• Fase aguda – primeiras 3 semanas
• Fase pós-aguda – entre 3 e 12 semanas
• Fase crônica – após 12 semanas
Manifestações mais graves:  Fibrose pulmonar, sequela de dano miocárdico viral com redução de
função sistólica e arritmias, distúrbios tromboembólicos, déficit
neurocognitivo e síndrome de Guillain-Barré.
A atenção coordenada para essa condição deve incluir profissionais de APS e
equipe multidisciplinar.
Tromboembolismo • Podem ocorrer semanas após o acometimento agudo por covid-19 e são mais
comuns em pessoas com outras comorbidades.
Suspeitar de TEP: dispneia de início recente ou que teve piora e/ou taquicardia
e/ou redução da saturação de O2
Sinais de TVP: edema unilateral, dor e empastamento da panturrilha, imobilização
recente, neoplasia e história prévia de tromboembolismo também são fatores de
risco.
• O tratamento é semelhante a pacientes com tromboembolismo sem covid-19:
com anticoagulação terapêutica por no mínimo três meses
• não há indicação de profilaxia de rotina para anticoagulação profilática após a
alta hospitalar
• Exames de coagulação como D-dímeros e fibrinogênio têm utilidade prognóstica
em casos que necessitam de hospitalização por covid-19 aguda, mas podem estar
aumentados mesmo na ausência de complicações tromboembólicas

Complicações • arritmias ou palpitações (18,4%),


Cardiovasculares • dano miocárdico (10,3%), • angina (10,2%),
• infarto agudo do miocárdio (3,5%) e
• insuficiência cardíaca aguda (2%).
• casos de miocardite fulminante, cor pulmonale, síndrome de takotsubo e
pericardite também foram relatados
Sintomas Neurológicos • Pacientes com cefaleia intensa, delirium, agitação, sonolência, convulsões,
fraqueza muscular ascendente, sinais neurológicos focais como alteração aguda na
visão, perda de força ou parestesia devem ser submerdos a exame àsico
neurológico e conforme avaliação devem ser encaminhados à emergência para
idenrficação de complicações potencialmente graves.
• Sintomas comuns: cefaleia, tontura, sensações vagas de raciocínio lentificado ou
leve obnubilação
• Complicações raras: AVCs, convulsões, encefalite, encefalomielite, hemorragia
intracerebral, trombose de seio venoso cerebral, síndrome da encefalopatia
posterior reversível, síndrome de Guillain-Barré, demência, síndromes
parksonianas, lesões desmielinizantes periféricas, miopatia, miastenia gravis.
Saúde Mental • Déficit de atenção, insônia, sintomas de ansiedade, sintomas de depressão,
síndrome demencial, sintomas psicóticos e ideação suicida.

Essas alterações ocorreram de forma independente das manifestações pulmonares


e, em até 70% dos casos, persistiram por vários meses após os sintomas
respiratórios agudos.
Disgeusia • Tempo de permanência desse sintoma incerto
• Eropatogenia da disgeusia: coronavírus invade o bulbo olfatório, causando
anosmia e disgeusia. Também se relaciona às altas concentrações de SARS-CoV-2
encontradas nas glândulas salivares.
• Em casos de sintomas persistentes, sugere-se invesrgar outras possíveis causas
para disgeusia
VIOLÊNCIA, ACIDENTES E TRAUMAS NA APS

ABORDAGEM À VIOLÊNCIA
“Uso intencional da força física ou do poder real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um
grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”
- Impactos
Violência não é apenas um problema médico, é também um problema social que afeta a saúde:
• provoca morte, lesões e traumas físicos e um sem-número de agravos mentais, emocionais e espirituais
• diminui a qualidade de vida das pessoas e das coletividades
• mostra a inadequação da organização tradicional dos serviços de saúde
• coloca novos problemas para o atendimento médico
• evidencia a necessidade de uma atuação muito mais específica, interdisciplinar, multiprofissional, intersetorial e
engajada do setor, visando às necessidades dos cidadãos
Tipologias
• Violência criminal;
• Violência estrutural;
• Violência institucional;
• Violência interpessoal;
• Violência em espaços sociais;
• Violência intrafamiliar;
• Violência contra pessoas que tem sofrimento ou adoecimento mental;
• Violência autoinfligida;
• Violência cultural;
• Violência de gênero;
• Violência racial;
• Violência contra a pessoa com deficiência;
• Violência por homofobia.
Violência e a A população negra tem sua história baseada nas desigualdades.
população A fragilidade da população negra pode ser identificada na precocidade dos óbitos, nas altas taxas
negra de mortalidade materna e infantil, na maior prevalência de doenças crônicas e infecciosas, bem
como nos altos índices de violência urbana que incidem sobre a população negra.
Reconhecer que essa fragilidade é uma violência é urgente para o planejamento do cuidado
dessa população.
Doenças e agravos que necessitam de abordagem específica sob pena de se inviabilizar a promoção
da equidade em saúde no País
a) geneticamente determinados – doença falciforme, deficiência de glicose 6- fosfato
desidrogenase, foliculite;
b) adquiridos em condições desfavoráveis – desnutrição, anemia ferropriva, doenças do trabalho,
DST/HIV/aids, mortes violentas, mortalidade infantil elevada, abortos sépticos, sofrimento
psíquico, estresse, depressão, tuberculose, transtornos mentais (derivados do uso abusivo de
álcool e outras drogas);
c) de evolução agravada ou tratamento dificultado – hipertensão arterial, diabetes melito,
coronariopatias, insuficiência renal crônica, câncer, miomatoses.
META DA PNSP
Reconhecimento do racismo, das desigualdades étnico-raciais e do racismo institucional como
determinantes sociais das condições de saúde, com vistas à promoção da equidade em saúde. ]
Causas externas é um fator de morbimortalidade importante de ser abordado
Violência e a Impacto da violência nessa população A prevalência da violência total no Brasil em 2019 foi de
população 18,27% .
LGBTQIAPN+ Em todos os subtipos de violência, as maiores prevalências ocorreram entre mulheres LGB+
Marca: A discriminação por orientação sexual e por identidade de gênero incide na determinação
social da saúde, no processo de sofrimento e adoecimento decorrente do preconceito e do estigma
social reservado às populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Objetivo-geral: Promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais,
eliminando a discriminação e o preconceito institucional, bem como contribuindo para a redução
das desigualdades e a consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo.
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Fatores de risco de um homem cometer violência contra a parceira

Violência e família – fatores de risco


Nas famílias com dinâmica de violência, é comum haver uma cristalização dos papéis em relação ao lugar de quem
foi vitimado e o agente agressor. Esses lugares podem ser ocupados pelas mesmas pessoas, anos a fio, ou ser
compartilhados por diferentes membros do grupo. Durante a terapia familiar é comum se observar a “transferência
de violência”, quando outro membro do grupo passa a ser o protagonista da violência.

Portanto, a tarefa dos profissionais da saúde não é apenas identificar o agressor, tratando-o individualmente, pois
isso seria desconsiderar que muitas vezes a família possui uma dinâmica que inclui a violência em suas relações.
Nesse caso, ao se retirar o agressor, outra pessoa pode passar a atuar em seu lugar;
Fatores de proteção à atos infracionais ou violentos cometidos pelo adolescente
• projeto de vida baseado em sonhos e metas; • mais elevada inteligência, correlacionada a curiosidade,
• compreensão das consequências dos próprios criatividade e rendimento escolar;
atos; • envolvimento com amigos que também têm intolerância aos
• bom envolvimento na escola (acadêmico e comportamentos infracionais e violentos;
relacional); • religiosidade;
• envolvimento em atividades de lazer educativas • existência de adulto significativo para contrabalançar os
(artísticas, esportivas); conflitos com os pais, frequentes nessa fase da vida.
• relações afetuosas e seguras com adultos;
• supervisão familiar;
Fatores de proteção à atos violentos cometidos por adultos
• apoio e suporte social – poder contar com pessoas e instituições que ofereçam afeto e apoio;
• perseverança para enfrentar as dificuldades – mesmo quando o planejado não deu certo – e para continuar
tentando, apesar dos obstáculos;
• cultivo da satisfação com a vida e da autoestima elevada;
• conquista, satisfação e sucesso no trabalho;
• opção por estratégias mais ativas de enfrentamento dos problemas, buscando ajuda de outras pessoas e de
profissionais especializados para apoiá-los na reflexão ou na resolução dos conflitos;
• capacidade de sustentar a si mesmo e à sua família;
• ter família ou relacionamentos afetivos estáveis.

Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violência


Diretrizes
• promoção da adoção de comportamentos e de ambientes seguros e saudáveis;
• monitorização da ocorrência de acidentes e de violências;
• sistematização, ampliação e consolidação do atendimento pré-hospitalar;
• assistência interdisciplinar e intersetorial às vitimas de acidentes e de violências;
• estruturação e consolidação do atendimento voltado à recuperação e à reabilitação;
• capacitação de recursos humanos;
• apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.
Iniciativas de combate à violência
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável a violência e sua prevenção (ONU):
• Eliminar todas as formas de violência contra todas as mulheres e meninas nas esferas públicas e privadas, incluindo
o tráfico e exploração sexual e de outros tipos;
• Eliminar todas as práticas nocivas, como os casamentos prematuros, forçados e de crianças e mutilações genitais
femininas;
• Reduzir significativamente todas as formas de violência e as taxas de mortalidade relacionada, em todos os
lugares;
• Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura contra crianças

Prevenção da violência
• A prevenção primária se destina a evitar que a violência surja, sobre os fatores que contribuem para sua ocorrência
e sobre os agentes dela em tempo anterior à ação violenta;
• A prevenção secundária se realiza quando a violência já ocorreu. Significa respostas mais imediatas à violência,
enfocando a capacidade de diagnóstico, o tratamento precoce e a limitação da invalidez;
• A prevenção terciária compõe-se de respostas mais a longo prazo, visando intervir, controlar e tratar os casos
reconhecidos, buscando reduzir os efeitos, as sequelas e os traumas; prevenir a instalação da violência crônica e
promover a reintegração dos indivíduos.

Rede Nacional de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde e Cultura de Paz


• Qualificação da gestão para o trabalho de prevenção de violências e promoção da saúde e de cultura de paz;
• Qualificação e articulação da rede de atenção integral às pessoas em situação de violências;
• Desenvolvimento de ações de promoção da saúde e prevenção de violências para grupos populacionais
vulneráveis visando à atuação nos determinantes sociais e na autodeterminação dos sujeitos;
• Garantia da implantação/implementação da notificação de violências interpessoais e autoprovocadas;
• Promoção e participação de políticas e ações intersetoriais e de redes sociais que tenham como objetivo a
prevenção de violências e promoção da saúde e da cultura de paz
ACIDENTES E TRAUMAS NA APS
Acidentes tipologias • Acidente de trânsito; • Acidentes de trabalho; • Acidentes domiciliares.

TRAUMA Trauma contuso - Não ocorre solução de descontinuidade e as lesões ocorrem por mecanismo
ABDOMINAL indireto, podendo cursar com compressão e esmagamento ou cisalhamento de vísceras
abdominais; hemorragia; ruptura de órgãos e vasos abdominais além de lesões por
desaceleração.

Trauma abdominal penetrante - solução de descontinuidade da pele e ultrapassa o peritônio.

Exame físico: inspeção, ausculta, percussão e palpação. As estruturas adjacentes como tórax,
uretra, vagina, períneo, dorso e nádegas podem nos dar pistas de possíveis lesões de órgãos
abdominais. Além disso, o exame da bacia é de suma importância nesse momento. Indica-se
toque retal e vaginal em todos pacientes politraumatizados com trauma maior.

Avaliação inicial pode incluir FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma) - Avaliação
da presença de fluidos intra-abdominais que inclui o exame de quatro regiões importantes (saco
pericárdico, espaços hepato e esplenorrenal e pelve ou recesso de Douglas), sendo
extremamente útil na detecção da causa de choque
Trauma • Injúria ou lesão no escalpo com ou sem evidência de alteração de consciência;
cranioencefálico • Classifica-se de acordo com a Escala de Coma de Glasgow (ECG)
(TCE)
Causas de Trauma Cranioencefálico
● 50%: acidentes automobilísticos. Neste grupo, a principal faixa etária é de adolescentes e
adultos jovens. Dos 15 aos 24 anos, os acidentes de trânsito são responsáveis por mais mortes
que todas as outras causas juntas.
● 30%: quedas. Neste grupo há um grande número de idosos. Entretanto, no Brasil são muito
frequentes as quedas de lajes, que são ignoradas pelas estatísticas internacionais.
● 20%: causas “violentas”: ferimentos por projétil de arma de fogo e armas brancas.

72% dos casos de TCE tem associação com consumo de álcool

Classificação da gravidade
Mínima  ECG = 15 sem perda de consciência ou amnésia
Leve  ECG = 14 ou 15 com amnésia transitória ou breve perda de consciência
Moderada  ECG = 9 a 13 ou perda consciência superior a 5 minutos ou déficit neurológico focal
Grave  ECG = 5 a 8
Crítica  ECG = 3 a 4

Fraturas QUEIXA EXAME FISICO


Trauma Deformidade aparente
Piora aguda da dor Dor bem localizada a palpação óssea
Incapacidade funcional aguda Edema ou esquimose loca
Perda da mobilidade do Crepitação, Hiperemia, Déficit neurológico
membro e/ou vascular associado.

ACIDENTES POR • Cascavel – gênero Crotalus


ANIMAIS Poucas manifestações locais. Neurotoxicidade – ptose palpebral, rabdomiolise, mialgia
PEÇONHENTOS
• Jararaca – gênero Bothrops
(mais comum entre os acidentes ofídicos)
Dor e edema local, coagulopatia com manifestações hemorrágicas

• Coral - gênero Micrurus


Neurotoxicidade que pode levar à insuficiência respiratória por fraqueza muscular, mialgia

• Surucucu - gênero Lachesis


Dor e edema local, coagulopatia com manifestações hemorrágicas e de síndrome vagal
Tipo de Antiveneno Classificação Clínica Nº de
acidente ampolas
Leve: quadro local discreto, sangramento discreto em 2a4
pele ou mucosas; pode haver apenas distúrbio na
coagulação
Moderado: edema e equimose evidentes, sangramento 4a8
SABrB, SABLC sem comprometimento do estado geral; pode haver
Botrópico ou SABCD distúrbio na coagulação.
Grave: alterações locais intensas, hemorragia grave, 12
hipotensão/choque, insuficiência renal, anúria; pode
haver distúrbio na coagulação.
Moderado: quadro local presente; pode haver 10
Laquético SABL sangramentos, sem manifestações vagais
Grave: quadro local intenso, hemorragia intensa, com 20
manifestações vagais
Dor ou parestesia discretas, ptose palpebral, turvação 10
SAElaF visual. Considerar todos os casos como potencialmente
Elapídico graves devido ao risco de insuficiência respiratória,

Crotálico Leve: alterações neuroparalíticas discretas; sem mialgia, 5


escurecimento da urina ou oligúria
SACrE ou SABC Moderado: alterações neuroparalíticas evidentes, 10
mialgia e mioglobinúria (urina escura) discretas.
Grave: alterações neuroparalíticas evidentes, mialgia e 20
mioglobinúria intensas, oligúria.

Araneísmo – aranhas mais comuns no Brasil

• Aranha marrom– gênero Loxoceles

Aranha doméstica, não é agressiva.


 Costuma picar quando espremida contra o corpo da pessoa. Mais comum na região Sul do Brasil.
 Dor e edema local. Pode causar febre e mal-estar e manifestações hemorrágicas. Lesão evolui de com uma
bolha ou equimose central, circundada por um halo pálido (isquemia). Ao longo dos dias, a lesão central
evolui para necrose.

Tipo de Antiveneno Classificação Clínica Nº de


acidente ampolas
Forma cutânea leve: Lesão incaracterística sem alterações clínicas -
ou laboratoriais. Se a lesão permanecer incaracterística é fundamental
a identificação da aranha no momento do acidente para confirmação
do caso.
Forma cutânea moderada: Presença de lesão “característica” ou 10
SALoxA, SAArB altamente sugestiva (palidez ou placa marmórea, menor de três
Loxoscélico centímetros no seu maior diâmetro, incluindo a área de enduração), e
dor em queimação ou a presença de lesão sugestiva (equimose,
enduração, dor em queimação).
Forma cutânea grave: Presença de lesão extensa (palidez ou 10
placa marmórea, maior de três centímetros no seu maior diâmetro,
incluindo a área de enduração), e dor em queimação intensa.
Forma cutânea-hemolítica: A presença de hemólise, 10
independentemente do tamanho da lesão cutânea e do tempo
decorrido pós-acidente, classifica o quadro como grave.
•Armadeira – gênero Phoneutria
Aranha mais agressiva, não faz teia.
Pode pular até 40cm
 Dor e edema local, vômitos, hipertensão, sialorreia e priapismo em crianças. Manifestações graves:
convulsões, coma, arritmia cardíaca, choque e edema pulmonar.

Tipo de Antiveneno Classificação Clínica Nº de


acidente ampolas
Leve: Dor, edema, eritema, irradiação, sudorese, parestesia, -
taquicardia e agitação secundárias à dor.
Moderado: Manifestações locais associadas à sudorese, taquicardia, 2a4
Fonêutrico SAAr vômitos ocasionais, agitação, hipertensão arterial.
Grave: Prostração, sudorese profusa, hipotensão, priapismo, 5 a 10
diarreia, bradicardia, arritmias cardíacas, convulsões, cianose, edema
pulmonar, choque,

Viúva negra- gênero Latodectrus


Mais comum na região Nordeste do Brasil
 Dor e edema local, dor abdominal, contração e dores musculares, agitação, sudorese e, nos casos graves,
trismo, hipertensão, bradicardia, dispneia, priapismo, retenção urinária, alterações hemodinâmicas e choque

Escorpionismo
Principais manifestações são dor e parestesia local.

Manifestações graves: hipo ou hipertermia, sudorese profusa; náusea, vômito, sialorreia, dor abdominal, diarreia,
arritmia, hipo ou hipertensão, ICC, choque, EAP, taquipneia, agitação, sonolência, agitação mental.

Antiveneno Classificação Clínica Nº de


ampolas
Leve: dor e parestesias locais. --
Moderado: dor local intensa associada a uma ou mais 2a3
manifestações (náuseas, vômitos, sudorese, sialorreia,
SAEscA, ou agitação, taquipneia e taquicardia).
SAArB Grave: além das manifestações clínicas citadas na forma moderada, 4a6
há presença de uma ou mais das seguintes manifestações: vômitos
profusos e incoercíveis, sudorese profusa, sialorreia intensa,
prostração, convulsão, coma, bradicardia, insuficiência cardíaca,
edema pulmonar agudo e choque.
SAÚDE DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES

MORTALIDADE INFANTIL
O óbito infantil corresponde àquela morte que ocorre em crianças nascidas vivas até um ano de idade incompleto
(364 dias de vida).
O óbito nessa faixa etária é dividido nos seguintes subgrupos:
• neonatal precoce (de 0 a 6 dias);
• neonatal tardio (de 7 a 27 dias);
• pós-neonatal (de 28 até 364 dias).

Cada um desses componentes tem ações específicas visando a sua redução.

As mortes infantis, em sua maioria, são consideradas evitáveis, porém é preciso considerar os desafios a serem
enfrentados, como as diferenças regionais e o acesso oportuno aos serviços de saúde, visto que há um arranjo de
fatores biológicos, sociais, culturais e de falhas no sistema de saúde, que auxiliam para os elevados números deste
tipo de óbito.

Entre as ações sugeridas para a redução do óbito infantil, está:


• políticas de saúde que assegurem cuidados à gestação, ao parto, ao nascimento e ao aleitamento materno;
• melhoria no acesso aos serviços de saúde;
• práticas e medidas direcionadas à qualificação na rede assistencial à gestante a ao recém-nascido durante o
período pré-natal e pós natal.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA (PNAISC)


• As ações/estratégias voltadas ao cuidado integral das crianças têm como orientação a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Criança (PNAISC), vigente pela Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017 e são
organizadas em 7 eixos estratégicos.

PUERICULTURA
• É um conjunto de ações promotoras de saúde, exercidas continuamente desde a gestação à adolescência, com
foco na criança, mas contemplando sua família e comunidade.
• O objetivo é acompanhar o crescimento e o desenvolvimento, para garantir o cuidado integral da saúde das
crianças.
Situações de Risco de Vulnerabilidade
 Mundo Baixo peso ao nascer (<2500g)  Mais do que três filhos morando juntos;
 Prematuros <37sem  Ausência de pré-natal;
 Asfixia (Apgar <3 no 5min)  Atraso ou não realização de vacinas;
 Malformação congênita  Atraso no desenvolvimento;
 Crianças internadas ou com intercorrências na  RN de mãe adolescente (< 18 anos);
maternidade  Residente em área de risco;
 Mundo Baixas taxas de aleitamento materno  RN de mãe com baixa instrução (< 8 anos de
exclusivo até o 6º mês de vida; estudo);
 Baixas taxas de aleitamento materno até os dois  Problemas familiares e socioeconômicos que
anos ou mais; interfiram na saúde da criança;
 História de Violência.
A Primeira Consulta
Considerando a alta taxa de mortalidade nos primeiros dias de vida, a primeira consulta é providencial para a
garantia do cuidado das crianças.

• Espera-se garantir uma visita domiciliar até o 5º dia de vida do bebê;


• O ACS tem um papel importante na captação precoce do RN, nas orientações sobre os cuidados ao binômio
mãe/RN no contexto da família.
• Pode ser feita pelo médico ou enfermeira, junto com o ACS;
• Consultas para ambos (mãe e RN).
DEVE ACONTECER ATÉ O QUINTO DIA DE VIDA DO RECÉM NASCIDO!
• Idenhficar fatores de risco e vulnerabilidade do RN; •Pactuar o calendário de consultas;
• Promover e apoiar o Aleitamento Materno Exclusivo; • Fortalecer o vínculo com a equipe;
• Observar o vínculo mãe-bebê; • Discutir e incenhvar a participação paterna.
• Avaliar a saúde do RN e da mãe; • Orientar os cuidados gerais com o RN;
• Avaliar a Rede de apoio social; • Teste do pezinho e triagens neonatais: audihva,
• Orientar sobre o calendário de imunizações; reflexo vermelho, “teste do coraçãozinho” (geralmente
realizados antes da alta hospitalar);
TESTE DO PEZINHO
• Fenilcetonúria
• Hipotireoidismo congênito
• Doença Falciforme e outras
hemoglobinopatias
• Fibrose Cística
• Hiperplasia Adrenal Congênita
• Deficiência de Biotinidase
• Toxoplasmose Congênita

Consulta puerperal - até 42 dias após o parto


• Aproveitar a consulta de acompanhamento da criança para realizar a consulta da mãe;
• Questionar sobre dificuldades advindas da nova situação;
• Observar sinais de depressão pós parto;
• Orientar sobre o aleitamento materno, observando a pega, a posição e dificuldades;
• Suplementação com Fe elementar (40 mg/dia) até o 3º mês pós-parto.
• Examinar as mamas e manejar as principais complicações (mashte, fissuras…)
• Observar a retração uterina e avaliar os lóquios;
• Examinar períneo e genitais externos;
• Verificar PA, edema de MMII;
• Orientar anticoncepção.
Sobre orientar a amamentação…

ACOMPANHAMENTO DA CRIANÇA – Proposta do MS


Consultas de rotina nas idade:
Primeira semana  1 mês  2 meses  4 meses  6 meses  9 meses  12 meses  18 meses  24 meses 
36 meses.

PODEM EXISTIR PROTOCOLOS MUNICIPAIS DIFERENTES!


Diferentes protocolos – a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda 31 consultas da primeira semana de vida
até os 21 anos de idade. Deve-se avaliar cada criança e suas necessidades individualmente.
Caderneta da Criança • Dados da criança e da mãe
• Calendário vacinal
• Prevenção de acidentes e violências
• Curvas de crescimento e marcos do desenvolvimento
• Atendimento nos serviços de saúde, educação e assistência social
• Promoção ao aleitamento materno, saúde da criança, saúde bucal e cuidados gerais
• Condições do nascimento da criança: Gráficos antropométricos
• Caderneta intersetorial, com dados sobre assistência social e educação
Avaliar em todas as consultas:
• preocupações dos pais, alimentação da criança, estilo de vida da família e determinantes sociais de saúde;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• marcos do desenvolvimento;
• verificar imunização

1 mês • verificar se a criança está em aleitamento materno;


• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização
• observar tônus muscular;
• avaliar tensão das fontanelas;
• testar reflexos: Moro, sucção, fuga a asfixia;
• observar se a criança emite sons e procura sons em seu ambiente;
• fazer manobra de Ortolani e Barlow.
2 meses • verificar se a criança está em aleitamento materno;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• observar se a criança emite sons e sorriso social;
• avaliar se a criança abre e fecha as mãos espontaneamente;
• observar se a criança movimenta os membros espontaneamente;
• observar se a criança segura objetos, pelo menos por alguns segundos - até o 4º mês de vida;
• observar se a criança emite sons “como se tivesse conversando” – até o 4º mês de vida
4 meses • verificar se a criança está em aleitamento materno;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• observar se a criança movimenta os membros espontaneamente;
• observar se a criança segura objetos, pelo menos por alguns segundos;
• observar se a criança emite sons “como se tivesse conversando”;
• Colocar a criança de bruços, com um objeto a sua frente e observar se ela se apoia nos
antebraços e tenta pega-lo – até o 6º mês de vida.
6 meses • Verificar se a criança está em aleitamento materno e orientar a introdução da alimentação
complementar adequada e saudável;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• observar se a criança muda de posição espontaneamente (rola);
• observar se a criança tenta alcançar um objeto colocado a sua frente;
• avaliar se a criança leva objetos a boca;
• observar se a criança vira em direção aos sons em seu ambiente;
• observar se a criança brinca de esconde-achou – até o 9º mês;
• observar se a criança transfere objetos de uma mão para outra;
• avaliar se a criança senta sem o apoio das mãos – até o 9º mês;
• observar se a criança fala “mama”, “papa”, “dada” - até o 9º mês
• Fazer teste do estrabismo
• Iniciar suplementação de sulfato ferroso se aleitamento materno exclusivo – até 24 meses de
vida.
• Orientar higiene bucal e uso de dentifrício com flúor a partir da primeira erupção dental
9 meses • verificar se a criança está em aleitamento materno e como está a sua alimentação;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização; • observar se a criança faz pinça;
• observar se imita gestos;
• avaliar se produz uma conversação incompreensível consigo mesma – até o 12º mês;
• avaliar se a criança anda com o apoio – até o 12º mês.
12 meses • verificar se a criança está em aleitamento materno e como está a sua alimentação;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• observar se a criança faz pinça;
• observar se imita gestos;
• avaliar se produz uma conversação incompreensível consigo mesma – até o 12º mês;
• avaliar se a criança anda com o apoio – até o 12º mês.
18 meses • verificar se a criança está em aleitamento materno e como está a sua alimentação;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• monitorar aquisição da fala e avaliar audição.
2 anos • verificar se a criança está em aleitamento materno e como está a sua alimentação;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• monitorar aquisição da fala e avaliar audição;
• monitorar marcos de desenvolvimento.
3 anos • verificar se a criança está em aleitamento materno e como está a sua alimentação;
• peso, estatura, IMC, perímetro cefálico;
• verificar imunização;
• monitorar aquisição da fala e avaliar audição;
• testar acuidade visual.
Vigilância do Desenvolvimento Infantil (DI)

A sistemática operacional da estratégia visa:


• Detecção precoce dos problemas de DI
• Orientação aos pais sobre promoção do DI

Atraso no Desenvolvimento (DNPM)


• Todos os fatores de Risco e Vulnerabilidade abordados anteriormente podem levar a atraso no Desenvolvimento
(nos primeiros 12m);
• A estimulação nos primeiros anos de vida, para crianças com atraso, melhora seu desempenho, devendo, portanto,
seu início ser incentivado o mais precocemente possível.
• Hospitalização no período neonatal. • Presença de alterações fenotípicas.
• Doenças graves: meningite, traumavsmo craniano e • Fenda palpebral oblíqua.
convulsões. • Olhos afastados.
• Parentesco entre os pais. • Implantação baixa de orelhas.
• Casos de transtornos mentais na família. • Lábio leporino.
• Fatores de risco ambientais: violência domésvca, • Fenda palatina.
depressão materna, dependência química, suspeita de • Pescoço curto e/ou largo. ~
abuso sexual... • Prega palmar única.
• 5º dedo da mão curto e recurvado.
Suplementação de Vitaminas e Minerais
Suplementação de Vitamina Administrada ao nascer, durante o contato pele a pele na primeira hora de vida ou
K postergar após esse contato
● A vitamina K injetável pode prevenir a doença hemorrágica do recém-nascido.
● A vitamina K ajuda o sangue a coagular, mas a capacidade do corpo de armazená-
la é muito baixa. A doença hemorrágica do recém-nascido (HDN) é causada por uma
deficiência de vitamina K no bebê que acabou de nascer. Esse problema pode levar o
bebê a ter um sangramento que coloca em risco sua vida no período que vai das
primeiras horas depois do nascimento até alguns meses.
Suplementação de Vitamina ● Busca reduzir e controlar essa deficiência nutricional em crianças de 6 a 59 meses
A de idade e mulheres no período pós-parto imediato
● A xerovalmia e a cegueira noturna são manifestações clínicas da deficiência grave
de vitamina A.
● Visa a redução do risco global de morte em 24%, de mortalidade por diarreia em
28% e de mortalidade por todas as causas, em crianças HIV posihvo, em 45%.
● Em regiões de risco: Nordeste, Norte de Minas Gerais, Vale do Jequihnhonha, Vale
do Mucuri e Amazônia Legal, desde 2012 contempla todos os Destritos Sanitários
Especiais Indígenas.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Cuidados para garantir a segurança das crianças a fim de evitar acidentes


Prevenção da Desnutrição e Déficit de Crescimento
“A desnutrição tem sido associada à pobreza, o que não significa apenas falta de comida, mas também, muitas
vezes, falta de segurança, eshmulação e afeto.”

A OMS considera como destruição aguda frave as crianças com peso para a altura ou IMC/idade entre < -3 desvio
padrão, e com desnutrição moderada as com peso para a altura ou IMC/idade entre < -2 e > -3 desvio padrão.

Diluição do leite de vaca para crianças menores de 06 meses


• O leite de vaca integral não é recomendado para menores de 12 meses devido ao potencial alergênico.
• Em situações em que não é possível a aquisição de fórmulas infanvs, orienta-se a diluição do leite de vaca integral.

Diluição do leite de vaca integral para preparo de 100 ml


Tipo de leite Quantidade de leite Quantidade de água Quantidade de óleo
Fluido 70 ml 30 ml 01 colher de sopa
Em pó 01 colher de sobremesa rasa 100 ml 01 colher de sopa
Segurança Alimentar na Infância
Garante-se a geração de renda pela agricultura familiar;
• Garante-se alimentação adequada contemplando de 30 a 70% do aporte nutricional de crianças e jovens de
escolas tradicionais;
• Respeito à cultura e modo de vida destes povos;
• Cumprimento da obrigação legal de compra de no mínimo 30% do recurso do PNAE proveniente da agricultura
familiar com prioridade a estes grupos, podendo chegar em até 100%.

AVALIAÇÃO DAS PRINCIPAIS QUEIXAS NA INFÂNCIA


FEBRE
*Principal causa de febre → Infecção benigna localizada → Mais comum: Viral.

*Sinais de gravidade indicam necessidade de investigação hospitalar: Impossibilidade de beber ou mamar ● Vômito
de tudo que ingere ou bilioso ● Convulsões, Letargia ou inconsciência; hipotonia; irritabilidade ● Pele pálida,
cianótica, acinzentada, moteada ou com turgor reduzido ● Taquipneia ou hipoventilação ● Taquicardia ● Má
perfusão periférica ● Abaulamento da fontanela ● Choro fraco, contínuo ou agudo; gemido

DIARREIA NA INFÂNCIA
• Aumento do número de evacuações (mais que 3) com fezes aquosas ou de pouca consistência
• Bactérias, vírus ou parasitas
• Costumam ser autolimitadas (2 a 14 dias), e variam de leve a grave (desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos)
• Importante causa de desnutrição em países em desenvolvimento;

• Doença muito comum, e também muito vulnerável;


• A rotavirose é a segunda maior causa de morte em menores de 5 anos no mundo;
• Descoberta da vacina melhorou o cenário;
• Na maioria das vezes, a transmissão é fecal-oral.

• Diarreia Aquosa Aguda: agente infeccioso que não invade tecido. Não há sangue ou pus na fezes. Pode desidratar,
se não houver reposição (E. Coli, rotavirus);
• Disenteria aguda: sangue nas fezes, podendo ter muco ou pus. Invasão da mucosa. Febre, mas menor perda de
agua. Shiguela, Giardia, Entamoeba;
• Diarreia Persistente: > 14 dias (exceto dç celíaca). Dano à mucosa que prejudica absorção. 20% das diarreias;
Abordagem e Manejo
• Pergunta sobre pessoas próximas com mesmo sintoma é rápido e eficaz;
• Avaliar gravidade, risco de complicações e desidratação;
• Número de evacuações, características das fezes, febre, náuseas e vômitos;
• Comparar peso com a úlvma medida (Caderneta da Criança);
• Sinal da dobra cutânea!
• Estado mental, olhos fundos, mucosa oral seca.

• Coproculturas ficam reservadas para os casos de diarreia persistente. De uma forma geral, exames laboratoriais
não são necessários...
• A investigação laboratorial é reservada para as crianças com desidratação grave e que necessitem de hidratação
venosa;
• Crianças estáveis hemodinamicamente podem ser tratadas seguramente com a Terapia de Reidratação Oral (TRO);
COMO PREPARA O SRO
INFECÇÃO RESPIRATÓRIA AGUDA EM CRIANÇAS
• O diagnóstoco evológico das IRA, na právca, é de dificil comprovação;
• IRA do trato respiratório superior: resfriados, faringites, tonsilites, ovtes e sinusites;
• IRA do trato respiratório inferior: epiglovtes, laringites, pneumonias e bronquiolites;
• As de Trato Superior são as mais comuns nas crianças;

Resfriado Comum
• Infecção viral aguda limitada ao trato resp. superior; Complicações do resfriado
• Diversos vírus; • Otites;
• Transmissão por via aérea ou contato; • Exacerbação de asma
• Susceptilidade no inicio da vida escolar ou creche; • Sinusite
• Febre (3 dias), secreção nasal hialina que pode tornar-se • Doença no trato resp. inferior
amarela;
• Tosse, diminuição do apetite, irritabilidade;
• Podem aparecer eritemas e linfadenomegalias.
Tratamento e Prevenção
• Manutenção do aquecimento da criança, higiene nasal frequente com soro fisiológico, hidratação, umidificação do
ar e estímulo à oferta do leite materno (em crianças amamentadas) e orientação para retorno ao serviço de saúde se
houver piora do quadro (dificuldade respiratória ou para alimentar-se, compromehmento do es tado geral);
• Vacinação contra Influenza;
• Benefício clínico incerto de antitussígenos e expectorantes; Pressão pela prescrição de medicamentos...
• Em diversos lugares do Brasil é comum a utilização de plantas medicinais (“lambedores”)

Pneumonia
• Infecção do parênquima pulmonar por vírus, bactérias, parasitas ou fungos;
• Crianças com pneumonia bacteriana típica apresentam febre, calafrios, dores abdominais, associadas ou não à
dor torácica, e tosse produtiva;
• A taquipneia é um sinal útil para o diagnóstico de pneumoniana infância;
• Se a ausculta pulmonar sugerir o diagnóstico de pneumonia, deve-se pesquisar o possível agente etiológico por
meio de minuciosa história clínica, dando-se especial atenção para questões relacionadas com viagens, exposições a
animais e pessoas doentes, sobretudo com tuberculose;
Abordagem e manejo
• Na prática, dificil diferenciação entre Típica e atípica;

Reforçar o exame físico:


• à palpação, frêmito tóraco-vocal aumentado;
• à percussão, macicez ou sub-macicez;
• à ausculta, murmúrio reduzido com crepitações (ou
estertores) e sopro tubário;

Lactentes e crianças maiores com infecção respiratória


do trato inferior leve a moderada podem ser tratados
com segurança no domicílio.
A realização de radiografia de tórax para confirmação do diagnóshco não é rohneiramente necessária em crianças
com quadro leve de pneumonia, sem complicações e que serão tratadas ambulatorialmente;
• Reservar para pneumonias graves, avaliação de complicações e diagnóstico diferencial.
• A escolha da antibioticoterapia é empírica – a AMOXICILINA é droga de primeira escolha;

• Macrolídeos (azitromicina) podem ser uvlizados nas crianças maiores de 5 anos ou suspeita de avpia;

• Gravidade = hospitalização: tiragem, sonolência, desnutrição, comorbidades crônicas e baixa idade (< 2 meses).
Falha terapêutica ambulatorial e internação por incapacidade da família e cuidar;
• Reavaliar a criança 48 horas após o início da terapêutica.

PREVENÇÃO
• Vacinação anti-pneumococos e influenza está no
calendário básico;
• Evitar o tabagismo passivo;
• Manter aleitamento materno;
• Medidas de controle da exposição à poluição
atmosférica.

SAÚDE MENTAL DO ESCOLAR - TRIAGEM DOS TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO


• Caracterizados por déficits que acarretam prejuízo no funcionamento pessoal, social, cognitivo e surgem durante o
período do neurodesenvolvimento.

• Afetam cerca de 3% das crianças em todo o mundo e têm etiologia heterogênea

• Aumento significativo do número de atendimentos de pacientes com diagnóstico de Transtorno do Espectro


Autista (TEA), deficiência intelectual e Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
• Sobrecarga na rede de atenção psicossocial
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)
● Definido por sintomas persistentes e mal adaptativos de desatenção, hiperatividade e impulsividade.
● Prevalência de 7-8% (infancia e adolescencia)
● Os meninos são duas vezes mais propensos a receber o diagnóstico
Diagnóstico
Clínico, com diferentes fontes de informações (paciente, cuidadores, professores).
Sintomas
○ Hiperatividade
■ movimentação excessiva pelo ambiente;
■ dificuldade extrema para permanecer sentado;
■ falar excessivamente ou movimentação constante

○ Desatenção excessiva
■ Distração;
■ frequentemente interrompe as tarefas antes do término e passa a outras atividades ○ Impulsividade excessiva
■ frequentemente faz coisas sem antes refletir

Duração mínima de 6 meses e que estejam presentes em pelo menos mais de um ambiente.
MANEJO
Não farmacológico: Farmacológico:
● Psicoeducação sobre o diagnóstico, curso, e tratamento; ● psicoestimulantes (metilfenidato e anfetaminas, que
● Estratégias comportamentais, intervenções em sala de devem ser usados a partir dos 6 anos de idade)
aula, treinamento de habilidades sociais e organizacionais,
● Terapia cognitiva, acompanhamento com ● não estimulantes(clonidina, imipramina)
psicopedagogia.

JUVENTUDE

Saúde do Adolescente
• Segundo a OMS (1989), a adolescência é representada por indivíduos na faixa etária entre 10 a 19 anos de idade, e
juventude entre 15 e 24 anos de idade.

• O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (1990), lei nº 8.069/90; no artigo 2º, considera adolescente a
pessoa entre 12 e 18 anos de idade e Segundo o estatuto da juventude, a faixa etária vai de 15 a 29 anos de idade.
Prevenção de doenças e Promoção de Saúde Exposição a tela
• Exercício físico Menores de 2 anos: não devem
• Alimentação saudável 2 a 5 anos: no máximo 1 hora
• Controle de exposição à telas 11 a 13 anos: 2h por dia, restrições durante as
refeições, e pelo menos 1hr antes de dormir
Violência na Criança e no Adolescente
• A principal causa de violência contra crianças, foram
por violência sexual (44%) , seguida da psicológica (36%), negligência (33%) e violência Zsica (29%).
• A residência foi o local de maior ocorrência dos casos de violência contra crianças
Quando suspeitar?
• Corrimento Vaginal;
• Lacerações;
• Queimaduras (luva, meia, limites bem definidos);
• Lesões físicas, fraturas, equimoses, hematomas (relação temporal e estória incoerente e estágios diferentes de
evolução);
• Alteração no comportamento das crianças e dos adolescentes;
• Valorizar qualquer suspeita do cuidador;
• Quem faz o cuidado?
Consulta do Adolescente
O adolescente tem direito à:
• PRIVACIDADE: O direito de ser atendido sozinho, em espaço privado de consulta.
• CONFIDENCIALIDADE: As informações discuhdas na consulta não podem ser passadas aos seus pais e ou
responsáveis sem a permissão expressa do adolescente.
Situações de exceção:
• A garantia de confidencialidade e privacidade, fundamental para ações de prevenção, favorece a abordagem de
temas como sexualidade, uso prejudicial de álcool e outras drogas, violência entre outras situações.
• Porém, há casos em que a garantia da proteção passa pela quebra do sigilo, podendo haver constrangimento
ocasionado pela revelação à família e/ou rede de proteção.
Nesses casos, explicar a decisão ao adolescente, oferecendo a ele a oportunidade de se preparar para o momento da
comunicação, amortece o impacto emocional dessa atitude.

Casos de quebra de sigilo


• Relato de bullying
• Diagnóshco de doenças graves, quadros depressivos e outros transtornos do campo mental
• Autoagressão, ideações suicidas ou de fuga de casa (quando não há indícios de violência intrafamiliar)
Áreas prioritárias: • Crescimento e desenvolvimento;
• Saúde sexual; • Saúde Reprodutiva;
• Saúde bucal; • Saúde mental;
• Saúde do escolar adolescente; • Prevenção de violências e acidentes.
REGISTROS MÉDICOS

Por que registrar?


Registro adequado no prontuário
• Contribui para a longitudinalidade e coordenação do cuidado
• Partilha de informações com o restante da equipe
Documentos para o paciente com informação clara
• Melhor entendimento do paciente sobre o plano traçado
• Importância administrativa (atestados de saúde e outros)

Esfera judiciária: proteção para profissional e paciente


Registros • Pergunte como a pessoa gostaria de ser chamada (Nome social e uso de pronomes)
médicos e • Respeite o nome social (tanto na comunicação verbal quanto nos registros em prontuário)
população • Sinalize no prontuário o nome social e a forma como a pessoa gosta de ser chamada
LGBTQIA+ • O eSUS APS possui campo de nome social e de identidade de gênero
• Em prontuários de papel, sugerimos anotar na capa do prontuário
• Discuta com a equipe sobre o acolhimento das pessoas LGBTQIA+ na unidade de saúde e sobre o
registro adequado no prontuário
Registro clínico orientado por problemas
• Método SOAP Subjetivo
• Mais adaptado para o perfil de atendimentos da APS Objetivo
• Utilizado no eSUS-APS Avaliação
• Também recomendado para registros em prontuários de Plano
papel
Coleta de informações Subjetivo  Informações trazidas pelo paciente (impressões, receios, motivos para a
consulta...)
Objetivo  Dados coletados durante a consulta (achados do exame físico, resultado de
exames...)
Definição dos problemas Avaliação  Definição de impressões diagnósticas e construção da lista de problemas
Pactuação de condutas Plano  Plano terapêutico (exames solicitados, tratamentos prescritos,
encaminhamentos)

“Subjetivo” (S) Nessa parte se anotam as informações recolhidas na entrevista clínica sobre o motivo da consulta ou
o problema de saúde em questão. Inclui as impressões subjetivas do profissional de saúde e as
expressadas pela pessoa que está sendo cuidada. Se tivermos como referencial o “método clínico
centrado na pessoa” (MCCP), é nessa seção que exploramos a “experiência da doença” ou a
“experiência do problema”, vivida pela própria pessoa, componente fundamental do MCCP.
“Objetivo” (O) Nessa parte se anotam os dados positivos (e negativos que se configurarem importantes) do exame
físico e dos exames complementares, incluindo os laboratoriais disponíveis
“Avaliação”(A) Após a coleta e o registro organizado dos dados e informações subjetivas (S) e objetivas (O), o
profissional de saúde faz uma avaliação (A) mais precisa em relação ao problema, queixa ou
necessidade de saúde, definindo-o e denominando-o. Nessa parte se poderá utilizar, se for o caso,
algum sistema de classificação de problemas clínicos, por exemplo, o CIAP.
“Plano” (P) A parte final da nota de evolução SOAP é o plano (P) de cuidados ou condutas que serão tomados em
relação ao problema ou necessidade avaliada. De maneira geral, podem existir quatro tipos
principais de planos:
1) Planos Diagnósticos: nos quais se planejam as provas diagnósticas necessárias para elucidação do
problema, se for o caso;
2) Planos Terapêuticos: nos quais se registram as indicações terapêuticas planejadas para a
resolução ou manejo do problema da pessoa: medicamentos, dietas, mudanças de hábitos, entre
outras;
3) Planos de Seguimento: nos quais se expõem as estratégias de seguimento longitudinal e
continuado da pessoa e do problema em questão;
4) Planos de Educação em Saúde: nos quais se registram brevemente as informações e orientações
apresentadas e negociadas com a pessoa, em relação ao problema em questão.
SOAP no eSUS APS – Avaliação SOAP no eSUS APS – Plano
• Na construção da lista de problemas pode ser usado • Registro dos planos pactuados • Criação dos
tanto CID10 quanto CIAP2 documentos necessários para o plano
• CIAP2: Classificação Internacional de Atenção Primária -
2ª edição •
Frequentemente mais útil que o CID10 para o trabalho na
APS, já que foi construído para incluir problemas
indefinidos
DOCUMENTOS GERADOS A PARTIR DO PLANO TERAPÊUTICO DO PACIENTE
Receitas médicas • Receita simples
Tipos de receita existentes no Brasil • Receita de controle especial
• Receita tipo A (Amarela)
• Receita tipo B1 e B2 (Azul)
Receita Simples: • Validade por 30 dias
• Pode ser válido por até 6 meses de tratamento no caso do registro na receita de uso
contínuo
Prescrição de • Duas vias • Receita com validade de 10 dias
antimicrobianos:
Receituário de • Validade: 30 dias em todo o território nacional
Controle Especial ou C • Emitir em duas vias sempre
• quantidade permi[da: 05 ampolas para injetáveis, e quantidade correspondente a 60 dias
de tratamento para outras formas farmacêuticas.
• Máximo 3 (três) substâncias ou medicamentos
Exemplos: anticonvulsivantes, antidepressivos
Receituário de controle • B1 (psicotrópicos): vale por 30 dias após a data da prescrição
azul ou B Exemplo: benzodiazepínicos
• B2 (anorexígenos): 30 dias após prescrição; 30 dias de tratamento
Exemplo: Sibutramina
Muito pouco usada na APS
Validade apenas no Estado!
Receituário de controle • Tem 30 dias de validade após a prescrição (todo território nacional)
amarelo ou A • Mais utilizadas na APS para prescrição de opioides fortes em pacientes em cuidados
paliativos
• Uso para medicamentos de alto poder de dependência Exemplos: morfina, fentanil,
oxicodona, metilfenidato (ritalina)
• Lembrar que, no Brasil, não é raro encontrar pacientes com dificuldade de ler e compreender as receitas
• Algumas unidades de saúde montam fluxos específicos em suas farmácias (duas vias, renovação de prescrição, etc)
• A renovação de receitas é um fator importante a ser organizado no processo de trabalho, visto que é um motivo
muito frequente de consulta
Capítulo III - Responsabilidade Profissional
É VEDADO AO MÉDICO:
• Art. 11. Receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, sem a devida identificação de seu número de
registro no Conselho Regional de Medicina da sua jurisdição, bem como assinar em branco folhas de receituários,
atestados, laudos ou quaisquer outros documentos médicos.
Atestado médico
1. Declaração de Óbito (D.O)
2. Atestado por Doença
3. Atestado para Repouso à Gestante (120 dias)
4. Atestado por Acidente de Trabalho
5. Atestado para Fins de Interdição
6. Atestado de Aptidão Física
7. Atestado de Sanidade Física e Mental
8. Atestado para Amamentação
9. Atestado de Comparecimento

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658 2002


• Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável do paciente,
não podendo importar em qualquer majoração de honorários.
• Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos
exames e tratamentos realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos das
empresas ou dos órgãos públicos da Previdência Social e da Justiça
• Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o diagnóstico codificado ou não quando por justa causa,
exercício de dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante legal.
• Parágrafo único: No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado ou não, ser feita pelo próprio
paciente ou seu representante legal, esta concordância deverá estar expressa no atestado
Atestado de • Até 15 dias de afastamento empregador responsável por manter o pagamento de salário
afastamento por • Mais de 15 dias de afastamento Afastamento pelo INSS, que agenda perícia e se responsabiliza
doença por definir a aptidão do trabalhador para retorno ao trabalho
Encaminhamentos
• A guia de encaminhamento é um documento de comunicação entre a APS (coordenadora do cuidado do paciente) e
os demais pontos da rede de atenção à saúde
Deve ter informação suficiente para que o outro profissional entenda:
• O motivo do encaminhamento
• A história do paciente (pertinente ao encaminhamento)
• O que o médico de referência espera do outro profissional

OUTROS DOCUMENTOS
Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT
Preenchimento da CAT:
• Responsabilidade do empregador
• Caso o empregador não preencha, deve ser preenchido por médico assistente
• Não necessita necessariamente de afastamento do trabalho
• Caráter epidemiológico, social e trabalhista
• Estabilidade de 12 meses após retorno ao trabalho
Declaração de Óbito – DO Capítulo X - Documentos Médicos
DESTINO DE CADA VIA DA D.O. • É VEDADO AO MÉDICO:
• Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado
1ª via (BRANCA) – Encaminhada à Secretaria Municipal de pessoalmente, ou quando não tenha prestado
Saúde ou Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer
como plantonista, médico substituto ou em caso de
2ª via (AMARELA) – Entregue ao representante/familiar da necropsia e verificação médico legal
pessoa falecida para ser utilizada para obtenção da • É VEDADO AO MÉDICO: • Art. 84. Deixar de atestar
Certidão de Óbito junto ao Cartório de Registro Civil óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência,
exceto quando houver indícios de morte violenta
3ª via (ROSA) – Encaminhada à Secretaria Municipal de
Saúde ou Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
Responsabilidade Ética e Jurídica do Médico:
• Preencher os dados de identificação com base em um documento da pessoa falecida. Na ausência de documento,
caberá, à autoridade policial, proceder o reconhecimento do cadáver.
• Registrar os dados na DO, sempre com letra legível e sem abreviações ou rasuras.
O QUE NÃO SE DEVE FAZER:
• Assinar DO em branco.
• Preencher a DO sem examinar o corpo e constatar a morte
• Preencher a DO quando há sinais de morte violenta
• Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte como parada cardíaca, parada cardiorrespiratória ou
falência de múltiplos órgãos
• Cobrar pela emissão da DO
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM SAÚDE NA APS

• Existe no Brasil um grande número de diferentes Sistemas de Informações em Saúde (SIS) voltados à:
a. Operação de estabelecimentos assistenciais,
b. Gerência de redes de serviços,
c. Estatísticas vitais,
d. Investigação e ao controle de diversas doenças
e. Podem e devem ser usados para o planejamento, por parte do gestor, de intervenções sobre sua realidade
sanitária.

• Constituído por vários subsistemas e tem como propósito geral facilitar a formulação e avaliação das políticas,
planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada de decisões.

• A disponibilidade de informações qualificadas sobre determinantes de saúde e impacto de intervenções na saúde


da população é crucial para o estabelecimento de políticas de saúde abrangentes e planejamento de intervenções
locais, potencializando, entre outras, as ações reguladoras e fiscalizadoras da vigilância em saúde, o planejamento
das intervenções assistenciais e o estabelecimento de parcerias interinstitucionais para o enfrentamento desses
problemas.
A Portaria nº 2.135, de 25 de setembro de 2013, estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS), e define que a análise situacional deve ser orientada pelos seguintes temas:

• Estrutura do sistema de saúde;


• Redes de atenção à saúde;
• Condições sociossanitárias;
• Fluxos de acesso;
• Recursos financeiros;
• Gestão do trabalho e da educação na saúde;
• Ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde e gestão
Sistemas de informação em saúde: caráter diagnóstico, de monitoramento e avaliação das mudanças nos
indicadores após a implementação dos Planos de Saúde
Principais subsistemas no Brasil
• Sistema de Informação sobre mortalidade (SIM) • Sistema de Informação sobre HAS e DM (HIPERDIA)
• Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) • Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB)
• Sistema de Informação de Agravos de Notificação • Sistema de Informação de Vigilância Alimentar e
(SINAN) Nutricional (SISVAN)
• Sistema de Informação Ambulatorial (SAI/SUS) • Acompanhamento de Gestantes (SISPRENATAL)
• Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) • Sistemas Municipais (HYGIA em Ribeirão Preto-SP)
• Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos • Sistema de Informação em Saúde do Pacto pela Saúde
em Saúde (SIOPS) (SISPACTO)
• Sistema de Apoio ao Relatório de Gestão (SARGSUS)
Sistema de • Criado pelo DATASUS para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país.
Informações sobre • Possibilita a captação de dados sobre mortalidade, de forma abrangente, para subsidiar
Mortalidade (SIM): as diversas esferas de gestão na saúde pública.
• O documento básico é a Declaração de Óbito, padronizada nacionalmente e distribuída
pelo Ministério da Saúde, em três vias.
• Problema: sub-registro, chegando a mais de 30% em algumas regiões do país
No processo de planejamento, o SIM possibilita identificar as principais causas de
mortalidade, assim como sua categorização por faixa etária, observar o comportamento
de eventos sentinela e monitorar a qualidade de declarações de óbito, fortalecendo a
análise situacional e o processo de priorização de ações.
• Sistema de Concebido à semelhança do SIM e implantado gradualmente pelo Ministério da Saúde, a
Informações sobre partir de 1990. Dispõe de dados consolidados nacionalmente desde 1994, mas apresenta
Nascidos Vivos variações de cobertura nos primeiros anos de implantação.
(SINASC) • O documento básico é a Declaração de Nascido Vivo (DN), padronizada nacionalmente
e distribuída pelo Ministério da Saúde, em três vias.
• Fluxo análogo ao do SIM, com codificação e transcrição efetuadas pelas secretarias
municipais e estaduais de Saúde.
SINAN: sistema de (SINAN), desde 1990, com o objetivo de: a. padronizar a coleta e o processamento de
vigilância de agravos dados sobre agravos de notificação obrigatória no território nacional, b. fornecer dados
transmissíveis e não para a análise do perfil da morbidade e c. contribuir para a tomada de decisões nos níveis
transmissíveis envolve municipal, estadual e federal.
o Sistema de
Informação de Agravos • Coleta, transmite e dissemina dados gerados rotineiramente pelo sistema de vigilância
de Notificação epidemiológica, nas três esferas de governo.
• Apoia processos de investigação e de análise das informações sobre doenças de
notificação compulsória. • Sistema modular e informatizado desde o nível local, pode ser
operado a partir das unidades de saúde.
• Documentos básicos: ficha individual de notificação (FIN), preenchida pelas unidades
assistenciais a partir da suspeita clínica da ocorrência de algum agravo de notificação
compulsória ou outro agravo sob vigilância. Ficha individual de investigação (FII), que
contém campos específicos de orientação para a investigação do caso.
Sistema de Informações • Foi desenvolvido pelo DATASUS, em 1998, para coletar dados de produção, realizado
em Saúde da Atenção pela equipe das Unidades de Saúde, e sistematizar dados coletados nas visitas às
Básica (SISAB) e o e-SUS comunidades, realizadas pelos agentes comunitários de saúde e Equipe de Saúde da
Família.
• Por muito tempo os instrumentos de coleta de dados do SIAB foram: relatório PMA2,
relatório SSA2, ficha D, ficha C, ficha B-GES, ficha B-HA, ficha B-DIA, ficha B-TB, ficha B-
HAN.
Sistema de Informações Limita-se às internações no âmbito do SUS.
Hospitalares do SUS • Estima-se que o SIH/SUS reúna informações sobre 60% a 70% das internações
(SIH/SUS) hospitalares realizadas no país, variando de acordo com a região.
• Documento básico: Autorização de Internação Hospitalar (AIH), que habilita a
internação do paciente e gera valores para pagamento.
• Acesso - Morbidade Hospitalar do SUS:
Sistema de Informações • Captação e processamento das contas ambulatoriais do SUS, que representam mais de
Ambulatoriais do SUS 200 milhões de atendimentos mensais.
(SIA/SUS) • Documento básico: Boletim de Produção Ambulatorial (BPA), preenchido pelas
unidades ambulatoriais. Seu processamento é descentralizado na esfera estadual ou
municipal, conforme o nível de gestão, para envio ao Datasus.
• Para procedimentos de alta complexidade e alto custo (hemodiálise, terapia oncológica
etc.), o SIA/SUS tem como documento básico a autorização para procedimentos de alto
custo/complexidade (Apac).
Sistema de tabulação • Este tabulador de dados permite ao usuário gerar tabela e produzir gráficos e mapas,
TABNET do Datasus através do seguinte processo:
(Departamento de • Seleção do grupo de informações tais como: Mortalidade; Nascidos Vivos;
Informática do SUS): • Informações Epidemiológicas; Morbidade; Indicadores de Saúde; Assistência à Saúde;
• Informações Demográficas e Socioeconômicas; Inquéritos e Pesquisas e Cadastros da
Rede Assistencial, Escolha da abrangência geográfica, Seleções das variáveis, Seleção do
período ou períodos e dos filtros, Visualização dos resultados através de mapas, gráficos
e tabelas bidimensionais (linhas e colunas).
Dificuldades e avanços
• Integração dos dados entre os diferentes sistemas -> gera a necessidade de inserir as informações diversas vezes.
PRÁTICA DE SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS

Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina – 2014


Art. 4º Dada a necessária articulação entre conhecimentos, habilidades e atitudes requeridas do egresso, para o
futuro exercício profissional do médico, a formação do graduado em Medicina desdobrar-se-á nas seguintes áreas:
• I - Atenção à Saúde;
• II - Gestão em Saúde e
• III - Educação em Saúde.
Seção I - Da Atenção à Saúde • Seção II - Da Gestão em Saúde
• III - qualidade na atenção à saúde, Art. 6º - III - Tomada de Decisões, com base na análise crítica e
pautando seu pensamento crítico, que contextualizada das evidências científicas, da escuta ativa das pessoas,
conduz o seu fazer, nas melhores famílias, grupos e comunidades, das políticas públicas sociais e de
evidências cien9ficas, na escuta ativa e saúde, de modo a racionalizar e otimizar a aplicação de conhecimentos,
singular de cada pessoa, família, grupos e metodologias, procedimentos, instalações, equipamentos, insumos e
comunidades e nas políticas públicas, medicamentos, de modo a produzir melhorias no acesso e na qualidade
programas, ações estratégicas e integral à saúde da população e no desenvolvimento científico,
diretrizes vigentes. tecnológico e inovação que retroalimentam as decisões;
• Seção III - Da Educação em Saúde
Art. 7º - I - aprender a aprender, como parte do processo de ensino aprendizagem, iden?ficando conhecimentos
prévios, desenvolvendo a curiosidade e formulando questões para a busca de respostas cienJficamente
consolidadas, construindo sen?dos para a iden?dade profissional e avaliando, cri?camente, as informações ob?das,
preservando a privacidade das fontes;
Prática de Saúde Baseada em Evidências (PSBE)
“Uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências cien9ficas correntemente disponíveis para tomar
decisões relaJvas ao cuidado de pacientes individuais”
Habilita os profissionais a utilizarem a informação de • Busca eficaz na literatura científica
forma eficiente e lógica através de três habilidades • Avaliação crítica da informação
centrais: • Aplicação da informação
• A evidência, por si só, não é o que determina as
decisões

● 1º passo: Background ou Foreground?


● 2º passo: Boa elaboração e amadurecimento da questão
● 3º passo: Encontrar plataforma adequada de busca e/ou desenho de estudo adequado para questão
● 4º passo: Colocar termos corretos na pesquisa.
● 5º Passo: Avaliação crítica da evidência
● 6º Passo: Aplicação da evidência avaliando o contexto
IMUNIZAÇÃO E O CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO DO MS

QUAL A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO?


• As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças imunopreveníveis
• As vacinas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício

• O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um dos maiores do mundo, ofertando, atualmente, 48 diferentes
imunobiológicos (vacinas especiais, soros e imunoglobulinas) para toda a população.
QUAIS IMUNOBIOLÓGICOS ENCONTRO NO SUS? • 48 imunobiológicos (vacinas, soros e imunoglobulinas).
• Destas, 18 são vacinas para crianças e adolescentes
ofertadas no Calendário Nacional de Vacinação
1. BCG, 11. Tetra viral (sarampo, caxumba e rubéola e varicela),
2. Hepatite B, 12. DTP,
3. Penta, 13. Hepatite A,
4. Pólio inativada, 14. Varicela,
5. Pólio oral, 15. Difteria e tétano adulto (dT),
6. Rotavírus, 16. Meningocócica ACWY,
7. Pneumo 10, 17. HPV quadrivalente,
8. Meningo C, 18. dTpa,
9. Febre amarela, 19. Influenza (esta ofertada durante Campanha anual) e
10. Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) 20. Pneumocócica 23-valente (Pneumo 23)
CRITÉRIOS PARA VACINAÇÃO
• Toda a população pode se vacinar no SUS.
• Comparecer a um Estabelecimento de Saúde com o cartão de vacinação em mãos.
• A ausência do Cartão de Vacinação não é um impeditivo para se vacinar.
• Nos casos de perda do cartão de vacinação, a orientação é para procurar a unidade de saúde onde recebeu as
vacinas para resgatar o histórico de vacinação e fazer a segunda via.
SEGURANÇA DAS • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) - continuidade de monitoramento da
VACINAS segurança do produto.
• Programa Nacional de Imunizações (PNI) - monitoramento dos eventos adversos pós
vacinação.
CENTROS DE REFERÊNCIAS DE IMUNOBIOLÓGICOS ESPECIAIS (CRIE)
• Finalidade: facilitar o acesso da população aos imunobiológicos especiais, principalmente para as pessoas com
imunodeficiências congênita ou adquirida e de outras condições especiais de morbidade ou pessoas expostas a
situações de risco
• Garantir os mecanismos necessários para investigação, acompanhamento e elucidação dos casos de eventos
adversos graves e/ou inusitados associados temporalmente à aplicação de imunobiológicos.
VACINAÇÃO No Brasil não há obrigatoriedade de comprovação vacinal para entrada no país.
PARA OS • Recomendação para que os turistas internacionais atualizem a situação vacinal previamente à
VIAJANTES chegada ao Brasil, conforme as orientações do calendário de vacinação do país de origem ou
residência, em especial, as vacinas contra febre amarela, poliomielite, sarampo e rubéola,
difteria e tétano
• Para viagens internacionais, o Ministério da Saúde orienta que o viajante esteja com a sua
situação vacinal atualizada, conforme as orientações do Calendário Nacional de Vacinação.
• Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP).
IDADE VACINA DOSES DOENÇAS EVITADAS
Ao nascer BCG dose única Formas graves de tuberculose
Vacina contra hepatite B dose ao nascer Hepatite B
2 meses DTP + Hib + HB (vacina pentavalente) 1ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite
e outras infecções causadas pelo
Haemophilus influenzae tipo b e
Hepatite B
Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) 1ª dose Poliomielite (paralisia infantil)
Rotavírus humano G1P1 - VORH 1ª dose Diarreia por Rotavírus
(Vacina Oral de Rotavírus Humano)
Pneumocócica 10-valente (PCV 10) 1ª dose Pneumonias, meningites, otites,
sinusites pelos sorotipos que compõem
a vacina
3 meses Meningocócica C (Conjugada) 1ª dose Meningite meningocócica tipo C
4 meses DTP + Hib + HB (vacina pentavalente) 2ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite
e outras infecções causadas pelo
Haemophilus influenzae tipo b e
Hepatite B
Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) 2ª dose Poliomielite (paralisia infantil)
Rotavírus humano G1P1 - VORH 2ª dose Diarreia por Rotavírus
(Vacina Oral de Rotavírus Humano)
Pneumocócica 10-valente (PCV 10) 2ª dose Pneumonias, meningites, otites,
sinusites pelos sorotipos que compõem
a vacina
5 meses Meningocócica C (Conjugada) 2ª dose Meningite meningocócica tipo C
6 meses DTP + Hib + HB (vacina pentavalente) 3ª dose Difteria, tétano, coqueluche, meningite
e outras infecções causadas pelo
Haemophilus influenzae tipo b e
Hepatite B
Poliomielite 1,2,3 (VIP - inativada) 3ª dose Poliomielite (paralisia infantil)
9 meses Vacina contra febre amarela (atenuada) dose inicial Febre amarela
12 meses SRC (tríplice viral) 2 doses (primeira com Sarampo, caxumba e rubéola
SCR e segunda com
SCRV)
Pneumocócica 10-valente (PCV 10) Reforço Pneumonias, meningites, otites,
sinusites pelos sorotipos que compõem
a vacina
Meningocócica C (Conjugada) Reforço Pneumonias, meningites, otites,
sinusites pelos sorotipos que compõem
a vacina
15 meses (SCRV) 2 doses (segunda da Sarampo, caxumba, rubéola e varicela
SRC e primeira da
varicela)
Hepatite A (HA) 1 dose Hepatite A
Poliomielite 1 e 3 (VOP - atenuada) reforço Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana) 1º reforço Difteria, tétano e coqueluche
4 anos DTP (tríplice bacteriana) 2º reforço Difteria, tétano e coqueluche
Poliomielite 1 e 3 (VOP - atenuada) reforço Poliomielite (paralisia infantil)
Varicela (monovalente) 1 dose (segunda Varicela
dose da varicela)
Vacina contra febre amarela (atenuada) reforço Febre amarela
A partir de 5 Pneumocócica 23-valente (PPV 23) 1 dose Meningite, pneumonias, sinusite, otite
anos e bronquite
A partir de 7 Difteria e Tétano (dT) 3 doses (considerar Difteria e tétano
anos doses anteriores com
penta e DTP)
9 a 14 anos Papilomavírus humano (HPV) 2 doses (com Papilomavírus Humano 6, 11, 16 e 18
intervalo de 6 (recombinante)
meses)
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE
De 11 a 19 Hepatite B 3 doses (iniciar ou completar o Hepatite B
anos (na esquema, de acordo com a situação
primeira vacinal)
visita ao dT (Dupla tipo adulto) 3 doses (iniciar ou completar o Difteria e tétano
serviço de esquema, de acordo com a situação
saúde) vacinal)
Febre amarela dose única ou reforço Febre amarela
(atenuada)
SCR (Tríplice viral) Iniciar ou completar 2 doses, de acordo Sarampo, caxumba e rubéola
com a situação vacinal
Pneumocócica 23- 2 doses, com intervalo de 5 anos entre Meningite, pneumonias,
valente (PPV 23)* (para a as mesmas sinusite, otite e bronquite
população indígena a partir dos 5
anos de idade, sem comprovação
vacinal com as vacinas
pneumocócicas conjugadas)*
9 a 14 anos Papilomavírus humano 2 doses (2ª dose: 6 meses após a 1ª Papilomavírus humano 6, 11,
(HPV) dose) 16 e 18 (recombinante)
Meningocócica ACWY 1 dose Meningite meningocócica
(Conjugada) sorogrupos A, C, W e Y
dT (Dupla tipo adulto) reforço Difteria e tétano

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DO ADULTO E IDOSO


VACINA DOSE IDADE RECOMENDADA DOENÇAS EVITADAS
Hepatite B 3 doses (iniciar ou completar o - Hepatite B
recombinante esquema, de acordo com a
situação vacinal)
Difteria e 3 doses (iniciar ou completar o Difteria e tétano
Tétano (dT) esquema, de acordo com a
situação vacinal)
Febre 1 dose - Febre amarela
Amarela
(Atenuada)
Sarampo, dose única Dose única para pessoas até 59 Sarampo, caxumba e
Caxumba e anos, não vacinadas. rubéola
Rubéola (SCR)
Pneumocócica 2 doses (20 a 29 anos) 1 dose (30 a 60 anos (acamados ou Meningite, pneumonias,
23- valente 59 anos) (verificar situação vacinal institucionalizados) sinusite, otite e
(PPV 23) anterior) bronquite

CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DA GESTANTE


Hepatite B 3 doses (iniciar ou completar o esquema, de Hepatite B
recombinante acordo com a situação vacinal,
independentemente da idade gestacional)
Difteria e 3 doses (iniciar ou completar o esquema, de Difteria e tétano
Tétano (dT) acordo com a situação vacinal)
Difteria, Tétano 1 dose (dose de reforço a cada gestação) A partir da 20ª semana Difteria, tétano e
e Pertussis de gravidez coqueluche
acelular (dTpa)
PROMOÇÃO DA SAÚDE, INTERSETORIALIDADE E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

O QUE É PROMOÇÃO DA SAÚDE?


A PNPS traz em sua base o conceito ampliado de saúde e o referencial teórico da promoção da saúde como um
conjunto de estratégias e formas de produzir saúde, no âmbito individual e coletivo, caracterizando-se pela
articulação e cooperação intra e intersetorial, pela formação da Rede de Atenção à Saúde (RAS), buscando articular
suas ações com as demais redes de proteção social, com ampla participação e controle social
COMO SE FAZ PROMOÇÃO DA SAÚDE NA APS? QUEM FAZ?
É de responsabilidade de toda a equipe da APS Considerando o âmbito do atendimento ao paciente e o
(incluindo MÉDICAS E MÉDICOS) a operacionalização de aproveitamento de janelas de oportunidade para
implementação das recomendações de ações de educação e promoção de saúde, a medicina centrada na
promoção, com foco na abordagem do cuidado pessoa cumpre o papel de responder a essas
individual, familiar e coletivo, sendo um rol de expectativas ao incorporar a perspectiva do paciente e
atividades que podem e devem ser inseridas na agenda torná-lo sujeito de sua própria saúde.
dos profissionais.
 Reafirma que a solução dos problemas de saúde não se esgota no uso de tecnologia médica ou na mudança
de comportamentos individuais.
 A Atenção Básica é um locus privilegiado, da vida cotidiana, para a promoção da saúde, onde se manifestam
as articulações entre os processos biológicos e sociais e exige que todo o sistema seja reordenado a fim de
favorecer tratamento equitativo e integral em rede.
Objetivo geral:
Promover a equidade e a melhoria das condições e dos modos de viver, ampliando a potencialidade da saúde
individual e coletiva e reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde decorrentes dos determinantes sociais,
econômicos, políticos, culturais e ambientais.
Objetivos específicos
Estimular a promoção da saúde como parte da integralidade do cuidado na Rede de Atenção à Saúde, articulada às
demais redes de proteção social.
Contribuir para a adoção de práticas sociais e de saúde centradas na equidade, na participação e no controle social,
a fim de reduzir as desigualdades sistemáticas, injustas e evitáveis, respeitando as diferenças de classe social, de
gênero, de orientação sexual e a identidade de gênero; entre gerações; étnico-raciais; culturais; territoriais; e
relacionadas às pessoas com deficiências e necessidades especiais
Contribuir para a articulação de políticas públicas inter e intrasetoriais com as agendas nacionais e internacionais.

PRINCIPIOS

O desafio da intersetorialidade na Atenção Básica


A intersetorialidade proporciona a compreensão multidimensional e ampla da problemática acerca da atenção à
saúde, resultando em intervenções de diversos setores, articulando diferentes práticas e saberes com o intuito de
desenvolver ações produtivas e eficazes com finalidade de atingir resultados mais efetivos do que alcançaria a
atuação isolada de qualquer um dos setores.
A intersetorialidade proporciona a compreensão multidimensional e ampla da problemática acerca da atenção à
saúde, resultando em intervenções de diversos setores, articulando diferentes práticas e saberes com o intuito de
desenvolver ações produtivas e eficazes com finalidade de atingir resultados mais efetivos do que alcançaria a
atuação isolada de qualquer um dos setores.
RENAME E OS PRINCIPAIS GRUPOS DE MEDICAMENTOS NA APS

O que é RENAME?
• Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
• Importante instrumento orientador do uso de medicamentos e insumos no SUS
• Apresenta os medicamentos oferecidos em todos os níveis de atenção e nas linhas de cuidado do SUS,
proporcionando transparência nas informações sobre o acesso aos medicamentos da rede.
Decreto Nº. 7508 de 28 de junho de 2011:
“a Rename compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou
de agravos no âmbito do SUS” “
a cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e publicará as atualizações da Rename”
Política Nacional de Medicamentos (Portaria GM/MS nº 3.916, de 30 de outubro de 1998)
“O Ministério da Saúde estabelecerá mecanismos que permitam a contínua atualização da Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (Rename), imprescindível instrumento de ação do SUS, na medida em que contempla um
elenco de produtos necessários ao tratamento e controle da maioria das patologias prevalentes no País.”
A assistência farmacêutica no SUS
Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 338, de 6 de maio de 2004  Aprova a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica
Corrobora a “utilização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), atualizada periodicamente
como instrumento racionalizador das ações no âmbito da Assistência Farmacêutica”
1. Relação Nacional de Medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica.
2. Relação Nacional de Medicamentos do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica.
3. Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
4. Relação Nacional de Insumos.
5. Relação Nacional de Medicamentos de Uso Hospitalar.
Componente Básico da RENAME
• Financiamento tripartite:
• União, estados e municípios transferem os recursos e as secretarias municipais de saúde ficam responsáveis pela
compra e distribuição desses medicamentos.

É de responsabilidade dos municípios a compra e a dispensação.


Componente Estratégico da RENAME
• Financiados, adquiridos e distribuídos de forma centralizada, pelo Ministério da Saúde
Aos demais entes da federação cabe o recebimento, o armazenamento e a distribuição dos medicamentos e
insumos dos programas considerados estratégicos para atendimento do SUS
• Destina-se agravos com potencial de impacto endêmico e às condições de saúde caracterizadas como doenças
negligenciadas, que estão correlacionadas com a precariedade das condições socioeconômicas de um nicho
específico da sociedade
• Condições endêmicas, potencialmente graves ou doenças infecciosas relacionadas à vulnerabilidade social:
tuberculose, hanseníase, malária, leishmanioses, doença de Chagas, meningites, esquistossomose, filariose,
toxoplasmose, hepatites, dengue, etc

• Também garante o fornecimento dos insumos e medicamentos destinados ao controle do tabagismo, à influenza,
à prevenção ao vírus sincicial respiratório, à intoxicação por cianeto, à alimentação e nutrição, à hepatite, aos
hemocomponentes, a coagulopatias e hemoglobinopatias, às imunoglobulinas, à IST/aids, às vacinas e aos soros.
Componente Especializado da RENAME
• São medicamentos que estão contemplados nos Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT)
• Foco no tratamento de condições crônicas de maior complexidade ou custo de tratamento
“...estratégia de acesso a medicamentos para doenças crônico degenerativas, inclusive doenças raras, (...) busca da
garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial...”
Subdividido em grupos
• Grupo 1: financiamento pelo MS
1A: financiamento e aquisição centralizada no MS, que distribui para as secretarias de estado
1B: financiamento pelo MS e aquisição pelas Secretarias de Estados
• Grupo 2: financiamento, aquisição e distribuição pelas Secretarias de Estado
• Grupo 3: aquisição e distribuição pelas Secretarias Municipais
Relação nacional de Insumos e relação nacional de medicamentos de uso hospitalar
• Insumos: contempla produtos para a área de saúde, relacionados aos programas do Ministério. Ex: preservativos,
DIU, seringas, etc
• Medicamentos de uso hospitalar: descritos em tabelas específicas acessadas pelo SIGTAP, financiados no âmbito
da média e da alta complexidade
Formulário Terapêutico Nacional
 Documento orientador para o uso dos medicamentos, juntamente com os PCDT publicados pelo MS
• Contém informações científicas e com base em evidências
• São apresentadas indicações terapêuticas, contraindicações, precauções, efeitos adversos, interações, esquemas
de administração, orientação ao paciente, formas farmacêuticas e apresentações disponíveis, entre outras
informações
Objetivo
• auxiliar profissionais de saúde e gestores para a seleção, a prescrição, a dispensação e o uso dos medicamentos e
insumos indispensáveis e adequados às condições clínicas mais prevalentes.
Ferramenta rápida e objetiva para consulta de informações sobre medicamentos pelos profissionais de saúde,
permitindo a melhoria do cuidado ao paciente e a promoção do uso racional de medicamentos.
Como consultar a RENAME?
• índice remissivo  busca pelo nome do fármaco em sua forma base ou por sua denominação derivada (sais,
ésteres e outros)
• Apêndice A à os itens são apresentados de acordo com o Sistema de Classificação Anatômica Terapêutica Química
(orientação da OMS)
• Apêndice B  cinco anexos, com descrição do grupo de financiamento da Assistência Farmacêutica ao qual
pertencem:
• I – Relação Nacional de Medicamentos do Componente Básico da Assistência Farmacêutica.
• II – Relação Nacional de Medicamentos do Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica.
• III – Relação Nacional de Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica.
• IV – Relação Nacional de Insumos.
• V – Relação Nacional de Medicamentos de Uso Hospitalar

O que mais tem na RENAME?


• Classificação AWaRe  OMS  define os agentes antimicrobianos em três categorias – Access, Watch, Reserve
(“AWaRe”)
• Tradução na RENAME: Acesso, Alerta e Reservado
visa combater o desenvolvimento da resistência a medicamentos
Classificação de AwaRe
• grupo 1 (“acesso”) à primeira ou segunda linha na escolha de tratamentos para infecções comuns, apresentando
a característica de serem amplamente acessíveis.
• grupo 2 (“alerta”) à medicamentos destinados apenas a um grupo específico de pacientes com doenças e
síndromes bem definidas, devendo sua utilização ser monitorada continuamente.
• grupo 3 (“reservado”), à antibióticos que devem ser utilizados como último recurso para tratar infecções
bacterianas resistentes a múltiplos medicamentos.
Recapitulando
• RENAME: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
• Padronização das medicações fornecidas pelo SUS à uso racional e lista orientadora
• OMS 1ª lista padronizada em 1978 à Brasil desde 1964, em 1975 passa a se chamar RENAME
• Política Pública para garantir a eficiência e a racionalidade do sistema
• Apresenta as responsabilidades de financiamento da Assistência Farmacêutica entre os entes (União, estados e
municípios)
• Relação dos medicamentos oferecidos em todos os níveis de atenção e nas linhas de cuidado do SUS,
proporcionando transparência nas informações sobre o acesso aos medicamentos do SUS
• Atualização a cada 2 anos à grande desafio para os gestores do SUS, diante da complexidade das necessidades de
saúde da população, da velocidade da incorporação tecnológica e dos diferentes modelos de organização e
financiamento do sistema de saúde
SAÚDE DOS HOMENS

• Masculinidades: termo u0lizado para contemplar as formas de representar o masculino – varia de acordo com o
contexto cultural e época;
Por que os homens adoecem e morrem mais do que as mulheres?
 Acham que nunca irão adoecer, por isso não se cuidam.
 Geralmente tem medo de descobrir doenças.
 Estão envolvidos na maioria das situações de violência.
 Não seguem tratamentos e recomendações.
 Não procuram os serviços de saúde.
 Estão mais expostos a acidentes de transito e de trabalho.
 Utilzam álcool e outras drogas com maior frequência.
Reflita: Como os padrões de masculinidade afetam as condições de saúde dos homens?
Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH)
 Acolhimento e Acesso  Tem como diretriz promover ações de saúde que
 Saúde sexual e Reprodutiva contribuam significativamente para a compreensão da
 Paternidade e Cuidado realidade singular masculina nos seus diversos contextos
 Prevenção de violência Acidentes socioculturais e político-econômicos, respeitando os
 Doenças Prevalentes na população masculina diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos
sistemas locais de saúde e tipos de gestão de Estados e
Municípios
Objetivo  ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta (20 a 59 anos) do Brasil aos serviços de
saúde.
Plano de Ação
• Elaborar estratégias para facilitar o acesso dos homens aos serviços de saúde.
• Sensibilizar os homens e suas famílias, incentivando o autocuidado e hábitos saudáveis, através de ações de
informação, educação e comunicação.
• Associar as ações governamentais com as da sociedade civil organizada, a fim de efetivar a atenção integral à
saúde do homem.
• Fortalecer a atenção básica e melhorar o atendimento, a qualidade e a resolutividade dos serviços de saúde.
• Desenvolver estratégias de educação permanente dos trabalhadores do SUS.
• Avaliar e oferecer recursos humanos, equipamentos e insumos (incluindo medicamentos) para garan.r a atenção
integral à população masculina.
• Analisar de forma ar.culada com as demais áreas técnicas do MS os sistemas de informação.
• Realizar estudos e pesquisas que contribuam para a melhoria das ações através do monitoramento da Política
Paternidade e cuidado
Objetiva sensibilizar gestores, profissionais de saúde e a população em geral sobre os beneccios do envolvimento
ativo dos homens com em todas as fases da gestação e nas ações de cuidado com seus filhos, destacando como
esta participação pode trazer saúde, bem-estar e fortalecimento de vínculos saudáveis entre crianças, homens e
suas parceiras.
Lei do Acompanhante (Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005) - Indicado pela gestante, o pai do bebê, o
parceiro atual, a mãe, um(a) amigo(a), ou outra pessoa que a gestante escolher.
Desafios
• Envolver e engajar os homens nas tarefas de cuidado (referentes ao cuidado com as crianças e cuidado de outros
nas configurações familiares) - empoderamento dos homens e das mulheres, maior equidade de gênero e
distribuição dos papéis
• Inserir o homem na lógica dos serviços e na ESF/AB, no pré-natal, parto e puerpério – conexão, afeto e vínculo
• Compreender o “cuidar” não apenas como uma qualidade feminina – todos ganham
Saúde Mental
Triagem depressão e ideação suicida
A sensibilização das pessoas para os perigos da depressão e seus efeitos clínicos e sociais permite a identificação
precoce e possibilidade de tratamento nas unidades de saúde.
Identificação precoce  Inicio da abordagem precoce
Triagem depressão e ideação suicida
Manifestações comuns de depressão
• Irritabilidade e agressividade devido a cultura machista, que interplela o homem a não chorar
• Múltiplos sintomas 5sicos persistentes sem causa evidente;
• Baixa energia, fadiga, cansaço, problemas do sono;
• Tristeza ou depressão do humor persistente, ansiedade;
• Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas;
• Alterações cogni0vas, na agilidade de raciocínio, na memória e na capacidade de tomar decisões
• Pensamentos negativos, pessimismo exagerado;
Caso o paciente apresente algum dos sintomas acima, deve ser realizada pelo profissional de saúde, a identificação
de risco de depressão aplicando o questionário PHQ-2, composto por duas questões (pode ser aplicado por
qualquer profissional de saúde):
SINAIS DE ALERTA
● O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais durante pelo menos
duas semanas.
● Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança.
● Expressão de ideias ou de intenções suicidas.
● Isolamento.
● Outros fatores: Exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por
orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição
ou ausência de autocuidado, conflitos familiares, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou
incapacitantes.
Alcoolismo
• Prevalência de consumo abusivo de álcool é superior entre os homens em relação às mulheres.
• Impacto na saúde, vida social, relações familiares.
• Um em cada 4 homens que fazem uso de álcool se tornam dependentes, ao passo que uma em cada 10 mulheres
usuárias de álcool se torna dependente.
ESTRATÉGIAS
Fortalecer redes de apoio  Valorizar a autonomia  Articular o cuidado em rede
*Questinário AUDIT. CAGE
Acidentes e violência
A mortalidade por acidentes de trabalho no Brasil, embora estável, é alta e a0nge mais alguns grupos populacionais:
homens, negros, índios e pessoas com baixa escolaridade, além de ter maior incidência nas regiões Norte, Nordeste
e Centro-Oeste.
Maior risco entre homens
A maioria das mortes por acidentes ocorre entre homens, de 20 a 59 anos idade produtiva e com baixo nível de
escolaridade. A mortalidade entre os homens “é consideravelmente superior” em todas as regiões
Principais causas de morbidade da população masculina
• Lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas.
• Doenças do aparelho digestivo.
• Doenças do aparelho circulatório.
•Algumas doenças infecciosas e parasitárias.
• Doenças do aparelho respiratório
• Causas externas de morbidade e mortalidade.
• Doenças do aparelho circulatório.
• Neoplasias (tumores).
• Doenças do aparelho digesavo.
• Algumas doenças infecciosas e parasitárias.
E o câncer de próstata?
NÃO ESTÁ INDICADO RASTREAMENTO DE CA PRÓSTATA
PREVENÇÃO:
• Ter uma alimentação saudável. • Manter o peso corporal adequado. • Praticar atividade física. • Não fumar.
• Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Causas ainda desconhecidas, relacionadas com: SINAIS E SINTOMAS
• Idade (quanto mais velho maior a probabilidade), • Dificuldade de urinar;
• Hormônio (testosterona), • Demora em começar e terminar de urinar;
• Histórico familiar, • Sangue na urina;
• Raça (maior incidência no homem negro), • Diminuição do jato de urina;
• Alimentação (dieta rica em gorduras e pobre em • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à
vegetais e frutas). noite.
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSIVEIS

• As DCNT são responsáveis pela maior carga de morbimortalidade no mundo, acarretando perda de qualidade de
vida, limitações, incapacidades, além de alta taxa de mortalidade prematura.
As DCNT foram responsáveis por cerca de 70% das mortes ocorridas globalmente em 2019.

• Esse grupo de doenças crônicas têm quatro fatores de risco modificáveis em comum:
 Falta de atividade física
 Alimentação inadequada
 Uso abusivo do álcool
 Tabagismo
Promover saúde, prevenir, tratar
e reabilitar pessoas com HAS, Dislipidemias, Obesidade e Diabetes Mellitus tipo 2
Prevenção primária
• É a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou populacional antes
do desenvolvimento de uma condição clínica.
 Melhores condições socioeconômicas gerais;
 Leis contra tabagismo, alcoolismo, fast-food e consumismo infantil;
 Mais espaços públicos para a prática de atividades físicas e lazer (ex.: parques e praças verdes, ciclovias,
quadras poliesportivas);
 Mais opções culturais variadas (teatro, cinema, biblioteca, exposições, feiras, festivais, shows) e acessíveis
em todas as partes das cidades;
 Mais acesso a alimentos in natura a preços acessíves em toda a cidade; ü Mais segurança cidadã em toda a
cidade.
Hábitos de vida saudáveis são a base do tratamento das DCNT, sobre a qual pode ser acrescido – ou não – o
tratamento farmacológico
 Perder peso;
 Usar dieta DASH;
 Reduzir uso de sal;
 Praticar atividade física;
 Reduzir uso do álcool;
 Cessar tabagismo.
Orientações alimentares: Regras de ouro
 Faça de alimentos in natura ou minimamente processados a base da sua alimentação
 Utilize óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar
preparações culinárias
 Limite o uso de alimentos processados, consumindo-os em pequenas quantidades
 Evite alimentos ultraprocessados
Incentivo para atividade física
Rastreamento
Ações para detecção e tratamento precoce das doenças, muitas vezes antes de os sintomas surgirem, reduzindo
assim as consequências sérias
Hipertensão Arterial  Adultos de baixo RCV acima de 18 anos, após uma medida normal, rastrear a
Sistêmica cada 3 ou 5 anos.
 Adultos maiores de 40 anos e/ou com medida de pré-hipertensão, e/ou com
risco cardiovascular intermediário ou alto, rastrear anualmente.
 Adulto com idade ≥ 18 anos, quando presente na Unidade de Atenção Primária
para consulta, atividades educativas, procedimentos, entre outros; se não
houver registro no prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos
dois anos, verificar e registrar a PA.

Dislipidemia Homens com 35 anos ou mais Grau A // Homens de 20 a 35 anos com alto risco Grau B;
Mulheres com 45 anos ou mais Grau A // Mulheres de 20 a 45 anos com alto risco Grau
B;

Intervalo de 5 anos para pessoas com resultados normais a depender do risco


cardiovascular.

Diabetes Mellitus tipo 2 e Idade a partir de 45 anos


pré-diabetes em adultos Sobrepeso ou obesidade.
assintomáticos Mais um fator de risco

DM e pré-diabetes DEVE SER CONSIDERADO rastreio em intervalos de, no mínimo, três


anos
Em adultos com exames normais, porém mais de um fator de risco para DM2, DEVE SER
CONSIDERADO repetir o rastreamento laboratorial em intervalo não superior a 12
meses

HIPERTENSÃO ARTERIAL
• O objetivo é determinar o risco global de um indivíduo entre 30 e 74 anos de desenvolver DCV em geral nos
próximos 10 anos
RISCO CARDIOVASCULAR?
• Anamnese, exame clínico e exames complementares quando indicados..
Tem como objetivo identificar indivíduos que estão em maior risco de desenvolver doenças cardíacas e, assim,
direcionar estratégias de prevenção e tratamento adequadas.
• A estratificação do risco cardiovascular pelo escore de Framingham
Avalia-se
Idade, Sexo, Colesterol Total, Tabagismo, HDL–C, PAS
• Elevação persistente da PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a
90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-
hipertensiva
Atentar para estresse físico e emocional
• MRPA (Medida Residencial da Pressão Arterial)
• 3 medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamento, e 3 à noite, antes do jantar, durante 5
dias, ou • 2 medidas pela manhã e à noite durante 7 dias.

• MAPA (Medida Ambulatorial da Pressão Arterial)


Sempre que possível, o diagnóstico de HAS deve ser estabelecido em mais de uma visita médica:
• de 2 a 3 visitas, com intervalos de 1 a 4 semanas entre elas (dependendo do nível de pressão);
• o diagnóstico pode ser definido em uma única visita se a PA do paciente estiver maior ou igual a 180/110 mmHg
e houver evidência de doença cardiovascular
Observar técnica correta • O paciente deve sentar-se confortavelmente em um ambiente silencioso por 5
para mensuração da PA minutos, antes de iniciar as medições da PA. Explique o procedimento ao indivíduo e
oriente a não conversar durante a medição. Possíveis dúvidas devem ser esclarecidas
antes ou depois do procedimento.
• Certifique-se de que o paciente NÃO:
 Está com a bexiga cheia;
 Praticou exercícios físicos há, pelo menos, 60 minutos;
 Ingeriu bebidas alcoólicas, e/ou café;
 Fumou nos 30 minutos anteriores.

HAS – Classificação e Diagnóstico


• Hipertensão primária;
• Hipertensão secundária;
Suspeitar de HAS com início em pessoas com menos de 30 ou mais de 50 anos;
Prevalência: 5-10% da população com diagnóstico de Hipertensão; ü Na suspeita, sempre investiga

Avaliação individualizada
História clínica • Dispnéia, dor torácica, palpitações, acuidade visual; • Hábitos de vida: uso de sal, álcool,
tabaco, sedentarismo; • História familiar: antecedentes de IAM (infarto agudo do miocárdio)
e AVE (acidente vascular encefálico); • Aspectos socioeconômicos; • Uso medicamentos (ex.:
anti-inflamatórios, ACO, anorexígenos [sibutramina], descongestionantes nasais).
Exame físico • Antropometria: IMC, circunferência abdominal - 88 cm para mulheres e 102 cm para
homens; • Dados vitais –PA nos dois membros superiores na primeira avaliação e FC
(frequência cardíaca); • Inspeção: fácies e aspectos sugestivos de hipertensão secundária; •
Pescoço: palpação e ausculta das artérias carótidas, verificação de turgência jugular e
palpação de tireoide. Exame do precórdio e ausculta cardíaca: arritmia, sopros, B3, B4. •
Exame do pulmão: ausculta de estertores, roncos e sibilos. • Exame do abdome: a ausculta de
sopros em área renal objetivam detectar hipertensão secundária a obstrução de artérias
renais. • Extremidades: avaliar pulsos.
Rotina • Glicemia; • Colesterol total, HDL, LDL, triglicérides; • Creatinina / Urina tipo I; • Potássio; •
complementar ECG (eletrocardiograma); • Fundoscopia (encaminhar ao oftalmologista). • * FREQUÊNCIA
mínima ANUAL
Lesões de órgãos-alvo - parâmetros
1. Sobrecarga de ventrículo E em ECG;
2. Ecocardiograma com índice de massa ventricular ≥ 116 g/m2 nos homens ou ≥ 96 g/m2 nas mulheres;
3. Índice tornozelo-braqual > 0,9;
4. Doença renal crônica estágio 3;
5. Albuminúria entre 30 e 300mg/24h ou relação albumina/creatinina urinária entre 30 e 300mg/g.

1. AVE (acidente vascular encefálico) e AIT (ataque isquêmico transitório);


2. IAM (infarto agudo do miocárdio), DAC (doença arterial coronariana), DAOP (doença arterial obstrutiva periférica);
3. HVE (hipertrofia do ventrículo esquerdo);
4. Nefropatia;
5. Retinopatia;
6. Aneurisma de aorta abdominal;
7. Estenose de carótica sintomática.
MANEJO TERAPEUTICO
NÃO FARMACOLOGICA
 Redução de peso
 Alimentação saudável
 Atividade fisica
 Moderação no consumo de alcool
Medidas farmacológicas
• Todos os medicamentos anti-hipertensivos disponíveis podem ser utilizados desde que sejam observadas as
indicações e contraindicações específicas;
• Em estágios menos avançados de hipertensão, quase metade dos pacientes respondem à monoterapia;
• Se paciente não atingir as metas terapêuticas, aumentar a dose do fármaco ou associar outro anti-hipertensivo;
• Em pacientes que apresentam efeitos colaterais intoleráveis, trocar a medicação ou a combinação dos fármacos.
Para indicar a medicação anti HAS prefira:
• medicação que demonstre redução de morbi mortalidade;
• seja efetiva VO;
• seja bem tolerada;
• necessite ser tomada o menor número de vezes por dia;
• possa ser iniciada por doses baixas;
• possa ser utilizada em associação;
• possa ser usada até 4 semana sem mudança, exceto situações especiais;
• ter qualidade controlada em sua produção;
• ter disponibilidade na rede do SUS.
Indicações das classes medicamentosas

Acompanhamento
Depois de iniciar tratamento medicamentoso: ü Verificação semanal da PA até a consulta médica de reavaliação com
30 dias.
Caso não tenha atingido a meta, deve-se:
 Avaliar adesão terapêutica/ observar a técnica de verificação da PA e equipamento;
 Aumentar a dose do fármaco já usado;
 OU adicionar outro fármaco;
 OU substituir o fármaco, se não houver efeito ou haja efeitos indesejados.
Urgências e emergências hipertensivas
Pseudocrises hipertensivas: Crises hipertensivas:
• São situações nas quais o aumento acentuado da PA é
desencadeado por dor (cefaléia, cólica), desconforto (tonturas, • Quando há risco de desenvolvimento de
mal-estar), ansiedade ou por associação desses fatores alguma complicação clínica associada ao
• Grupo de pessoas responsável pela maior procura por um aumento abrupto dos níveis pressóricos
atendimento de urgência com PA acentuadamente elevada.
Urgências hipertensivas: Emergências hipertensivas:
• Quando há elevação importante da pressão arterial, em geral • São situações em que ocorre progressiva lesão
PAD> ou = 120 mmHg, com condição clinica estável , sem aguda de órgãos alvo e risco iminente de morte,
comprometimento de órgãos alvo, mas que existe risco que necessitam de redução imediata da PA (não
potencial de lesão aguda de órgão alvo. necessariamente para níveis normais).
Deve proceder o controle pressórico de forma menos intensa Tais emergências devem ser tratadas
que nas emergências, podendo se estabelecer esse controle em preferencialmente com agentes
até 24h, com medicações por via oral. antihipertensivos parenterais em unidades de
urgência.
Pacientes COM lesão em órgão-alvo
• Definida a necessidade de tratamento endovenoso e monitorização contínua, acionar o Serviço de Atendimento
Móvel/SAMU (192) para transferência até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA)/emergência de unidade
hospitalar, conforme regulação local.
Pacientes SEM lesão de órgão-alvo
• Reduzir gradualmente a PA;
• Realizar acompanhamento ambulatorial precoce (em até 7 dias).

Metas Terapêuticas
Objetivo de redução a PA de pelo menos 20 mmHg na PA sistólica e 10 mmHg na PA diastólica, idealmente reduzir a
PA para menos de 140/90 mmHg.
Ótimo
• < 65 anos: Objetivo de PA < 130/80 mmHg se tolerado (manter PA > 120/70 mmHg);
• ≥ 65 anos: Objetivo de PA < 140/90 mmHg se tolerado, considerer individualmente o contexto de fragilidade
individual, grau de independência e tolerabilidade (manter PA > 120/70 mmHg).
Dislipidemias
RASTREIOS
Indicações: Periodicidade:
• Homens com 35 anos ou mais – Grau A; O intervalo adequado para rastreamento é
• Homens de 20 a 35 anos com alto risco – Grau B; incerto. Recomenda-se a cada 5 anos para
• Mulheres com 45 anos ou mais – Grau A; pessoas com resultados normais; podendo ser
• Mulheres de 20 a 45 quando se enquadrarem como alto risco – em um intervalo maior ou menor, a depender do
Grau B. risco cardiovascular.
• Devem ser rastreados os níveis de colesterol de todos os pacientes com DAC, bem como os equivalentes
coronarianos (outras formas clínicas de aterosclerose), tais como:
Doença ateromatosa coronariana
Doença arterial periférica
Aneurisma de aorta
Estonose da carótida sintomática
2 ou mais fatores de risco cardiovascular >20% (ou seja, alto risco)
Hipertrofia de VE instalada
Diagnóstico
• LDL-c ≥ 160mg/dL – Hipercolesterolemia Isolada
• TG ≥ 150mg/dL– Hipertrigliceridemia isolada
• LDL-c ≥ 160mg/dL + TG ≥ 150mg/dL – Hiperlipidemia mista
• HDL-c ≤ 50mg/dL (mulheres) ou 40mg/dL (homens) – HDL baixo
Medicações que interferem na avaliação do perfil lipídico
• Antiagregantes plaquetários e anticoagulants (clopidogrel)
• Anti-hipertensivos (diuréticos, betabloqueadores e iECA)
• Glicocorticoides (prednisone e prednisolona)
• Antimicrobianos (cetoconazol, neomicina)
• Antipilépticos (carbamazepina)
• Antipsicoticos (clorpromazina, olanzapina, clozapina, risperidona)
• Hormônios (levosroxina e contraceptivos orais)
• Imunossupressor (ciclosporina)
• Isotresnoína
•Hipoglicemiantes (linagliptina)
• Antirretrovirais (lopinavir, ritonavir)

MANEJO
Sinvastatina – 40 a 80mg/dia, em 1 tomada à
noite;

Hipertrigliceridemia: 500mg/dL (se não resposta


à MEV) ou >1000mg/dL;

Considerar fibrato se TG > 500mg/dl, pelo risco


de pancreatite aguda.

• Benzafibrato–400 a 600mg/dia;
• Ciprofibrato–100mg/dia;

Solicitar TGO, TGP e CPK de forma regular enquanto


se usar estatina; Até entrar na meta, solicitar novo
lipidograma a cada 3 meses enquanto se ajusta dose e
se orienta MEV.
DIABETES MELLITUS

• DM tipo 1 - aproximadamente 8% dos casos;


• DM tipo 2 - cerca de 90% dos casos de diabetes na população;
• DM gestacional;
• LADA – Diabete autoimune com início tardio;
• Outras causas: pancreatite, diabetes monogênico, secundária a medicações, endocrinopatias.

• Glicemia de jejum: 8 a 14 horas de jejum


• Teste de tolerância a glicose: glicemia 2h após
75 de glicose anidra.
• Paciente deve permanecer sem restrição de
carboidratos por 3 dias;
• Hb glicada: não necessita jejum.

Sinais e sintomas clássicos: Sintomas menos específicos:


• poliúria, • polidipsia, • perda de peso inexplicada, • polifagia, • fadiga, • fraqueza, • letargia, • visão turva,
• prurido vulvar/balanopostite.
Avaliação inicial e acompanhamento
• História da pessoa - anamnese;
• Considerar comprometimento psicológico, rede de apoio e vulnerabilidade social.
Avaliar as várias dimensões que afetam o DM e seu manejo e considerá-las periodicamente nas decisões
compartilhadas sobre o manejo do DM e seu autocuidado.
Exame físico • IMC, avaliação de crescimento puberal em adolescentes, PA, palpação de tireóide,
circunferência abdominal; • exame da cavidade oral: avaliar presença de gengivite,
problemas odontológicos e candidíase; • exame dos pés: lesões cutâneas, estado das
unhas, calos e deformidades, avaliação dos pulsos arteriais periféricos e edema; teste de
sensibilidade • exame neurológico sumário; • exame de fundo de olho.
Avaliação laboratorial: •Glicemia de jejum; Hb glicada; Colesterol total, HDL, LDL e triglicéride; Creatinina; TSH
(DM tipo 1); XECG.
Estratificação do risco cardiovascular.

Manejo Terapêutico - Principais drogas


• A Metformina é a droga de primeira escolha para o tratamento da DM tipo 2;
• Se Hb glicada acima do alvo e metformina em dose alta, considerar escalonamento.
Sem DCV aterosclerócca, ICC ou DRC Com DCV aterosclerótica, ICC ou DRC
● Perda de peso, atividade fisica, redução carboidratos; ● ISGLT2; ● arGLP1.
● Sulfoniureias; ● iDDP4; ● Pioglitazona; ● Glinidinas; ● ISGLT2;
● arGLP1.
INSULINA QUANDO INDICADA REAVALIAR HB GLICADA EM 3-6 MESES

Se glicemia de jejum estiver muito alta (>ou=300mg/dL) o uso da insulina está indicado, mesmo que por curtos
periodos de tempo, até normalizar a glicemia;
• Pacientes obesos (IMC>30) se beneficiam da Metformina desde o início do tratamento
– Indicações de insulinoterapia
• Se o controle não for alcançado após o uso de metformina em associação com uma sulfoniluréia por três a seis
meses;
• Quando os níveis de glicemia em jejum estiverem >300mg/dL, na primeira avaliação ou no momento do
diagnóstico, principalmente se acompanhado de perda de peso, cetonúria e cetonemia;
• Diabetes gestacional;
• Situações de estresse agudo metabólico (cirurgias, infecções graves, AVE, politrauma, IAM).
• A dose inicial costuma ser de 10 UI de insulina NPH, ou 0,2UI/kg para as pessoas obesas, podendo ser reajustada
em 2 UI a 4 UI, conforme média de três glicemias capilares de jejum consecutivas, até atingir meta glicêmica

• Insulina regular é útil no tratamento da hiperglicemia pós-prandial – a administrar 30 minutos antes da refeição.
• A pessoa em uso de insulina deve ser instruída sobre a detecção e o manejo da hipoglicemia;

• Na ocorrência de hipoglicemia, reduzir a dose em 4UI ou 10% da dose;


• A metformina pode ser mantida após o início do uso de insulina.
Protocolos de Encaminhamento - Endocrinologia
• Uso de insulina em dose ormizada (mais de uma unidade por quilograma de peso) e com boa adesão ao
tratamento; OU
• Insuficiência renal cronica (crearnina 1 5 mg/dl); OU
• DM rpo1 (uso de insulina como medicação principal antes dos 40 anos).
Protocolos de Encaminhamento – Nefrologia
• Taxa de filtração glomerular 30 min 1,73 m2 (estágio 4 e 5); • Proteinúria (macroalbuminúria); • Perda rápida da
função renal 5 min 1,73 m2 em um período de seis meses, com uma TFG 60 / 1,73 m2 confirmado em dois exames);
• Suspeita de nefropara por outras causas.
OBESIDADE

• Obesidade em crianças, adolescentes e gestantes – observar curva antropométrica específica por idade.
• Obesidade em idosos:

TRATAMENTO
• Terapia nutricional. Terapia medicamentosa
• Terapia comportamental  Orlistat
 Abordar crenças  Liraglutida
 Controle de estímulos, automonitoramento  Sibutramina
 Reestruturação cognitiva  Bupropiona
 Avaliar pensamento supersticioso, dicotômico,  Metformina
idealizações  Topiramato
 Tratamento em grupo  Lorcaserina
Cirurgia bariátrica
• Indicações: IMV ≥ 40 ou ≥35 com comorbidades, tratamento adequado ≥ 2 anos sem sucesso

• Critérios de exclusão: endocrinopatias reversíveis, abuso de álcool ou outras drogas, doença psiquiátrica grave ou
descontrolada, incapacidade de reconhecer riscos e benefícios
Acompanhamento ambulatorial
 Monitorar ingesta nutricional
 Monitorar comorbidades
 Revisar medicações
 Avaliar suporte nutricional
 Dar suporte para atividade física
 Manejar condições psicológicas
Doença Renal Crônica

Causas mais comuns: Fatores de risco


 hipertensão,
 diabetes,
• HAS 34%;  obesidade,
• Diabete melito 32%;  tabagismo,
• Glomerulopasa 9%.  cardiopatia,
 vasculopatia,
 doença renal policística,
 uropatia obstrutiva, glomerulopatias
 neoplasias
 histórico familiar positivo para DRC.
Quando se considera DRC?
• Maiores de 18 anos que mantém, por mais de 3 meses, a taxa de filtração glomerular (TFG) < 60ml/min/1,73m ou
< 60ml/min/1,73m e com lesão renal estrutural.
a) albuminúria (≥ 30 mg/24h ou razão albuminúria/creatinúria ≥ 30 mg/g;
b) anormalidades do sedimento urinário;
c) anormalidades eletrolíticas ou outras devido a doenças tubulares;
d) anormalidades detectadas por histologia;
e) anormalidades estruturais detectadas por exames de imagem
f) história de transplante renal

Manejo terapêutico
● Tratar e acompanhar doenças de base;
● Todo paciente portador de DRC é alto RCV – prescrever estatina e avaliar AAS;
● Prescrever iECA ou BRA e monitorar Cr e K – suspender se aumento de 30% da Cr ou K>6;
● A partir do estágio 3A – avaliar eritropoietina;
● Monitorar vitamina D e fazer reposição se abaixo de 30ng/dL; ●
Monitorar taxas de fósforo e cálcio;
● Estágio 4 e 5: observar restrições dietéticas. Evitar AINEs. Se indicado o uso de insulina, controle rigoroso da
glicemia pelo risco de hipoglicemia.
ATENÇÃO - ERROS COMUNS
• Deixar de estimar a TFG diante de níveis séricos de creatinina dentro dos parâmetros da feixa de referências, em
pessoas com indicação de rastreamento;
• Diagnosticar DRC sem um segundo exame, 3 meses depois do primeiro;
• Deixar de ajustar a posologia de medicamento com excreção renal, como antibióticos e insulina;
• Deixar de monitorar creatinina e potássio após introdução ou aumento de iECA ou BRA2;
• Suspender metformina antes da TFG estar abaixo de 30.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC

FATORES DE RISCO
• Tabagismo é responsável por 80- 90% e 15% dos tabagistas terão DPOC;
• Exposição ambiental – poeiras e produtos químicos, fogão a lenha, poluição extradomiciliar;
• Tuberculose pode ser fator de risco – monitorar;
• Portadores de HIV tem risco aumentado para DPOC;
• Mais prevalente em populações economicamente vulneráveis.
 É uma condição pulmonar heterogênea caracterizada por sintomas respiratórios crônicos (dispneia, tosse,
produção de escarro e/ou exacerbações) devido a anormalidades das vias aéreas (bronquite, bronquiolite)
e/ou alvéolos (enfisema) que causam obstrução persistente e muitas vezes progressiva, do fluxo aéreo;

• Sintomas: • Diagnóstico diferencial de tosse crônica


 Dispneia progressiva ao longo do tempo, piora – asma, câncer de pulmão, tuberculose, bronquiectasia,
aos esforços e persistente; ICC, fibrose cística, doença intersticial pulmonar, rinite,
 Limitação de atividades e/ou tosse com ou sem síndrome do gotejamento pós-nasal crônico, RGE,
produção de escarro; medicamentos.
 Sibilos recorrentes;
 Tosse crônica –pode ser intermitente, produtiva
ou não;
 Tosse produtiva – pode ser critério diagnóstico,
mas ainda subjetiva.
Manejo terapêutico
Reabilitação pulmonar: diagnósrco preciso e avaliação de comorbidades + tratamento farmacológico, nutricional e
fisioterápico + recondicionamento fisico.
• Imunização
Vacina influenza: De aplicação anual, é indicada a todos os pacientes com DPOC
Vacinas pneumocócicas 13 - conjugada e polivalente (23-valente) - Pacientes com DPOC sintomáticos e
exacerbadores; pacientes de qualquer grupo de risco da doença com comorbidades associadas a maior risco de
doença pneumocóccica grave (diabetes mellitus, insuficiência renal, insuficiência cardíaca, etc.)
• Aplicar as duas vacinas com intervalo de seis meses, iniciando pela 13 conjugada
• Recomendado reforço em cinco anos ou, se iniciada após os 65 anos, em dose única
• A vacinação para COVID deve ser orientada conforme protocolo vigente.
• Oxigenioterapia
 Se PaO2 ≤55mmHg ou SatO2 ≤ 89% em repouso;
 PaO2 entre 56 e 59mmHg se policitemia ou cor pulmonale.

• Flebotomia (sangria)
Cor pulmonale descompensado e Ht > 55%.

• Apoio psicossocial – educação em saúde para otimizar autonomia; abordagem das exacerbações
– Manejo terapêutico farmacológico

SABA – B2 agonistas de curta ação Fenoterol, salbutamol, terbutalina


LABA - agonistas de longa ação Formoterol, Salmeterol
LAMA - anticolinérgicos de longa ação Tiotrópio, aclidionio, glicopirrônio
SAMA – anticolinérgicos de curta ação ipratrópio

O tratamento das exacerbações deve ser feito com:


• aumento das doses de broncodilatadores adrenérgicos (SABA e/ou LABA) e/ou acréscimo de anticolinérgicos
(SAMA e/ou LAMA);
• cursos de curta duração de corticosteroides sistêmicos nas exacerbações moderadas e graves: prednisona 20 mg,
2 comprimidos, 1x/dia ou 1 comprimido, 2x/dia por 5 dias, por exemplo;
• antibióticos, caso haja infecção respiratória bacteriana presumida, por 5 a 7 dias
• Antibioticoterapia
 uso profilático e contínuo de antibióticos não reduz exacerbações;
Azitromicina (250 mg/dia ou 500 mg três vezes por semana) ou eritromicina (250 mg duas vezes por dia) por um
ano em pacientes propensos a exacerbações reduziu o risco de exacerbações em comparação com o tratamento
usual;
Pulsoterapia não tem efeito benéfico sobre a taxa de exacerbação em geral.
USO ABUSIVO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Substâncias Psicoativas
• São substâncias naturais ou sintéticas que, ingeridas, provocam alterações do SNC, modificando o comportamento,
humor e cognição; possuem propriedades reforçadoras e favorecem a autoadministração
• Podem induzir tolerância, abuso e dependência.
Experimental  Uso eventual para experimentar seus efeitos, sem recorrência sistemática.
Recreacional ou Ocasional  Uso intermitente em que há algum padrão de consumo, sem causar problemas
(físicos, emocionais, legais, familiares e sociais).
Abusivo  Padrão de uso com consequências nocivas (critérios específicos).
Dependência  Padrão abusivo com dependência (critérios específicos).
FATORES DE RISCO

Fatores de proteção  Ambiente estável, Alto grau de motivação, Forte vínculo com os pais, Supervisão parental e
disciplina consistentes, Ligação com instituições pró-social, Associação com amigos com conduta mais convecional.
Substâncias utilizadas
Classificadas de acordo com os efeitos farmacológicos no SNC
1. Depressoras da Atividade do SNC: álcool; soníferos ou hipnóticos; ansiolíticos; opiáceos; inalantes ou solventes. 2.
Estimulantes da Atividade do SNC : cocaína (e seus derivados como crack e merla); anfetaminas; tabaco.
3. Perturbadoras da Atividade do SNC, Alucinógenas: mescalina (do cacto mexicano); maconha ou THC
(tetrahidrocanabinol); psilocibina (cogumelos); lírio (trombeteira, zabumba ou saia branca); LSD; MDMA (ecstasy);
anticolinérgicos.
Abordagem Inicial
Avaliação clínica Exames Complementares
● Substâncias usadas
● Tratamentos anteriores ● Álcool: TGO, TGP, GGT,
● Comorbidades Hemograma
● História familiar ● Injetáveis ou associadas a
● Perfil psicossocial comportamento sexual: Anti HCV,
● Exame Fisico Anti HIV, Anti HBs, HBsAg e VDRL
Diagnóstico diferencial de sintomas de humor que se apresentam em um paciente com uso de SPA
Sintomas típicos da substância (intoxicação ou abstinência) sem história Sintomas provavelmente remitirão
psiquiátrica prévia. nos primeiros dias.
Sintomas resultantes diretamente dos efeitos duradouros da substância, que Provável transtorno do humor
iniciaram dentro de 4 semanas da última exposição, mais graves e arrastados introduzido por substância.
que intoxicação ou abstinência.
Sintomas variáveis com intensidade variável em qualquer momento da Provável transtorno do humor
abstinência ou tratamento; sintomas persistentes após longa abstinência; preexistente.
história familiar ou história prévia de episódio de humor (antes do início do
uso crônico de substância).

Abordagem Terapêutica
Intervenções Psicossociais:
FRAMES
• Feedback: resumo das avaliações sobre a repercussão das drogas
• Responsability: ênfase na responsabilidade pessoal do paciente pela mudança
• Advice: recomendações claras para que mude hábitos
• Menu: apresentar opções para mudança
• Self-efficacy: empatia e reforço da autoeficácia
Família • Abordar problemas familiares e incluir no Plano terapêutico
• Estratégias de redução de danos Estratégias de gerenciamento de
casos
• Intervenções comunitárias:  Equipe multiprofissional
Escolas, sala de espera, grupos de pacientes  Prever abandonos e
• Grupos de auto-ajuda recidivas
• Narcóticos Anônimoas (NA)  Estar disponível
● Alcoólicos Anônimos (AA
Encaminhamento
• Suspeita de comorbidade psiquiátrica; • Não melhora com tratamento inicial; • Múltiplas tentativas prévias sem
sucesso.
Estágios Motivacionais
• Pré-contemplação (“Eu não vou”) – Não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão. “Eu
não quero parar de fumar”
• Contemplação (“Eu poderia”) – Admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente.
“Eu quero parar de fumar, mas não sei quando”.
• Preparação (“Eu vou / Eu posso”) – Inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas
passadas. “Eu tenho tentado parar de fumar de um tempo para cá” ou “Eu tenho uma data e um esquema para
começar nos próximos 30 dias”.
• Ação (“Eu faço”) – Implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da
mudança.“Eu tenho feito uso descontínuo do cigarro de um mês para cá, ficando sem fumar pelo menos um dia
inteiro durante este período”.
ABORDAGEM
Tabagismo
1 maço de cigarro = 20 cigarros.
Quantos maços por dia X Há quantos anos?
Teste de Fargerström
● Avalia o grau de dependência à nicotina.

● Quanto mais pontos, maior a dependência.

● As respostas indicam em que âmbito pode haver mais desconforto ao deixar de fumar, quais sintomas da
abstinência podem ser mais impactantes.

● Indica a necessidade ou não de apoio medicamentoso no tratamento da dependência.

0 a 2  muito baixo Identificar estágio de motivação e condutas decorrentes.


3 a 4  baixo
5  médio (tto farmacológico?) A abordagem breve consiste em: perguntar e avaliar,
6 a 7  elevado aconselhar e preparar o fumante para que deixe de fumar.
8 a 10  muito elevado

TRATAMENTO
• Terapia Cognitvo Comportamental
• Intervenção em Grupo
Objetivo de cada encontro é aprofundar as discussões relacionadas a temas que ajudem a cessação e partilhar
experiências
• Etapas:
Preparar o fumante para solucionar seus problemas
Estimular habilidades para resistir às tentações de fumar
Preparar para prevenir a recaída
Preparar para lidar com o estresse
Tratamento Farmacológico
Indicações:
• > 20 cigarros ao dia;
• 1º cigarro fumado antes de 30 min depois do despertar e fumar mais de 10 cigarros por dia;
• Resultado do Teste de Fargeström maior ou igual a 5;
• Já tentou somente com abordagem cognitivo comportamental mas não obteve êxito;
• Não possuir contraindicações ao fármaco.
OPÇÕES FARMACOLÓGICAS Disponíveis na RENAME
 Bupropiona
 Goma de mascar de nicotina
 Adesivo de nicotina
 Varenicilina
 Clonidina
 Nortriptilina
Problemas relacionados ao consumo de álcool
• Transtorno por uso de álcool (TUA)
Nomenclatura atual para descrever os problemas associados ao consumo de álcool;

• Craving ou fissura
Desejo de experimentar os efeitos da droga; forte e subjetiva energia; irresistível impulso para usar droga;
pensamento obsessivo; alívio para os sintomas de abstinência; incentivo para autoadministar a substância;
expectativa de resultado positivo.

• Binge
Consumo de álcool em quantidade suficiente para atingir alcoolemia de 0,08g/dL (aprox. 5 doses para homens e 4
doses para mulheres) em 2 horas;
Rastreamento do TUA ● CAGE ● AUDIT
CAGE
Detecta o uso nocivo e dependência de álcool (CID10).
Sensibilidade 43-94% e especificidade 70-97%, para duas ou mais respostas positivas.
Aplicar na primeira entrevista para definição de intervenção breve
(C) Alguma vez você sentiu que deveria diminuir (cutdown) a quantidade de bebida ou parar de beber?
(A) As pessoas o aborrecem (annoyed) porque criticam o seu modo de beber?
(G) Você se sente culpado (guilty)/ chateado consigo mesmo pela maneira como costuma beber?
(E) Você costuma beber pela manhã (eye-opener) para diminuir o nervosismo ou a ressaca?

AUDIT
Aplicar na segunda entrevista para definir padrão de consumo e pactuar intervenções, caso necessárias.
“Agora vou fazer algumas perguntas sobre seu consumo de álcool ao longo dos últimos 12 meses”
Diretrizes diagnósticas na identificação de pacientes com TUA
1. Consumo de álcool em quantidade ou tempo maiores do que o pretendido;
2. Desejo persistente ou esforços mal sucedidos para reduzir e controlar o uso de álcool;
3. Tempo gasto em obtenção ou utilização de álcool, bem como na recuperação de seus efeitos;
4. Fissura ou forte desejo pelo álcool;
5. Fracasso em desempenhar papéis sociais por conta do uso recorrente de álcool;
6. Uso continuado de álcool, apesar dos problemas sociais e interpessoais;
7. Abandono ou redução de atividades sociais e profissionais;
8. Uso de álcool em situações em que isso representa perigo para a integridade física;
9. Manter uso de álcool apesar da consciência de ter problema físico ou psicológico causado pela substância;
10. Tolerância (quantidades gradativamente maiores para obter intoxicação ou redução do efeito em uso de
quantidade de álcool usual);
11. Abstinência (síndrome de abstinência do álcool ou o paciente consome substância estritamente relacionadas
para aliviar ou evitar sintomas de abstinência)
Classificação do TUA
TUA Leve (2-3 critérios)
Contexto em que o consumo de álcool traz prejuízo e consequências negativas à vida do paciente em uma fase
inicial.
TUA Moderado (4-5 critérios) e Grave (>6 critérios)
Conjunto de fenômenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos no qual o uso de bebida alcoólica tem prioridade
muito maior do que outros comportamentos que eram priorizados.
Conduta para problemas relacionados ao álcool
Exame clínico completo
• Observar sinais e sintomas de desnutrição, problemas gastrointestinais, doenças do fígado, pancreatite,
neuropatias periféricas, problemas cardiovasculares, prejuízos cerebrais, imunológicos, anemias, osteoporose e
câncer.

Avaliação laboratorial sugestiva de abuso de álcool:


• Alterações hepáticas: TGO/AST e TGP/ALT com relação 1,5:1 a 2:1; bilirrubinas, diminuição da atividade da
protrombina.
• Alterações hematológicas: anemia, trombocitopenia, elevação do volume corpuscular médico (VCM) indicando
macrocitose sem anemia
Intervenção Breve
Estratégia básica para alcançar bons resultados antes que o paciente tenha desenvolvido TUA moderado a grave e
demais problemas associados.
Intoxicação aguda por álcool

Intoxicação aguda por álcool - Manejo


• Sem perda de consciência: • Com perda da consciência/coma
Não há evidência de medicações que aceleram o metabolismo do alcoólico:
álcool;
Glicose hipertônica só tem indicação se paciente está em hipoglicemia;  Internação hospitalar devido a
Tiamina 100-300mg EV em quem receber soro glicosado, para reduzir risco de broncoaspiração.
risco de encefalopatia de Wernicke.  Hidratação, avaliação da glicemia,
risco de encefalopatia de
Haldol 5mg VO ou IM se agitação psicomotora e agressividade: Wernicke.
cuidado!
Risco de redução do limiar convulsivo.
Não prescrever benzodiazepínicos pela potencialização dos efeitos
depressores do álcool.
Síndrome de Abstinência Alcoólica
Deve haver evidência clara de interrupção ou redução do uso de álcool, após uso repetido, usualmente prolongado
e/ou em altas doses.
Três dos sinais devem estar presentes:
 Tremores na língua, pálpebras ou nas mãos Encefalopatia de Wernicke
estendidas  Alteração do equilíbrio/marcha
 Alucinações visuais, táteis ou auditivas  Confusão mental
transitórias  Oftalmo plegia/nistagmo
 Náusea, ânsia de vômito ou vômito
 Insônia Profilaxia:
 Sudorese Tiamina 300 mg IM ao dia por 7 dias.
 Mal-estar ou fraqueza ○ Após, prescrever Tiamina 300 mg VO/dia por mais 2
 Taquicardia ou hipertensão semanas.
 Cefaleia
 Agitação psicomotora ● Benzodiazepínico é sintomático: preferir os de meia
Convulsões tipo grande mal vida longa - Diazepam 20 a 40 mg/dia VO, com retirada
gradual com início em 7 dias.
● Se hepatopatia grave, preferir Lorazepam, por ter
menos efeitos hepatotóxicos, 4 a 8 mg/dia VO, com
retirada gradual em 7 dias.
Tratamento farmacológico do TUA
As medicações eficazes que podem ser usadas no • Naltrexone
tratamento para abstinência alcoólica mas não estão • Dissulfiram
disponíveis no RENAME. • Acamprosato
TUBERCULOSE Uso de Máscara PFF2 ou N95 é recomendado para profissionais de saúde que atendam doentes
referenciados bacilíferos ou sintomáticos respiratórios em serviços ambulatoriais;
Mycobacterium ⇒ PACIENTES SINTOMÁTICOS RESPIRATÓRIOS devem utilizar máscaras cirúrgicas na unidade de saúde.
tuberculosis ou
bacilo de Koch (BK) TB primária - ocorre logo após a infecção, é comum em crianças e nos pacientes com condições
imunossupressoras;
Sintomatico  É uma forma grave, porém com baixo poder de transmissibilidade; Em outras circunstâncias, o
respiratorio sistema imune é capaz de contê-la, pelo menos temporariamente.
>3semanas
TB pós-primária (ou secundária) - Os bacilos podem permanecer como latentes por muitos anos até que
M. bovis, ocorra a reativação;
M. africanum, Em 80% dos casos acomete o pulmão, e é frequente a presença de cavidade;
M. canetti, A reinfecção pode ocorrer se a pessoa tiver uma nova exposição, sendo mais comum em áreas onde a
M. microti, prevalência da doença é alta.
M. pinnipedi e
M. caprae  Tosse (seca ou produtiva), Sudorese noturna, Cansaço, Febre vespertina, Perda de peso, falta de
apetite, dor no peito.

A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem com o HIV/aids, especialmente
NOTIFICAR !!! entre aquelas com comprometimento imunológico.

DIAGNÓSTICO
 Baciloscopia;
 Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB);
 Cultura para micobactéria;
 Investigação complementar por exames de imagem.

Pesquisa de BAAR em escarro (Baciloscopia) 2 amostras; ● Suspeita clínica e/ou RX de TB pulmonar;

TTO  ESQUEMA BÁSICO 6 meses


Fase intensiva 2 meses
Rifampicina (R)
Isoniazida (H)
Pirazinamida (Z)
Etambutol (E)

Fase Manutenção 4 meses


Rifampicina (R) Isoniazida (H)

Para o tratamento de adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade).


 Ingeridos diariamente de uma única vez, preferencia em jejum
 Tratamento diretamente observado (TDO)
 Supervisão diária da administração dos medicamentos, ou no mínimo 3 observações semanais
HANSENÍASE Bacilo álcool-ácido resistente que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, e aInge
principalmente a pele e os nervos periféricos.
Micobacterium
leprae Transmitida pelas vias áreas superiores (tosse ou espirro), por meio do convívio próximo e prolongado
com uma pessoa doente sem tratamento, longo período de incubação, em média de 2 a 7 anos.

 Diferença de outras doenças dermatologicas  Alteração de sensibilidade.


 Acompanhamento responsabilidade da APS.
Manifestações clínicas muito variáveis, que dependem da interação entre a micobactéria e o sistema
imune.

• Surgimento de áreas da pele, ou manchas esbranquiçadas (hipocrômicas), acastanhadas ou


avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor e/ou dolorosa, e/ou ao tato;
• Formigamentos, choques e câimbras nos braços e pernas, que evoluem para dormência – a pessoa se
queima ou se machuca sem perceber;
• Pápulas, tubérculos e nódulos (caroços), normalmente sem sintomas;
• Diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas (madarose);
• Pele infiltrada (avermelhada), com diminuição ou ausência de suor no local.
• Dor, choque e/ou espessamento de nervos periféricos
• Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados, principalmente nos olhos,
mãos e pés
• Diminuição e/ou perda de força nos músculos inervados por estes nervos, principalmente nos
membros superiores e inferiores e, por vezes, pálpebras
• Edema de mãos e pés com cianose (arroxeamento dos dedos) e ressecamento da pele
Febre e artralgia, associados a caroços dolorosos, de aparecimento súbito
• Aparecimento súbito de manchas dormentes com dor nos nervos dos cotovelos (ulnares), joelhos
(fibulares comuns) e tornozelos (Tibiais posteriores)
• Entupimento, feridas e ressecamento do nariz
• Ressecamento e sensação de areia nos olhos

Presença de pelo menos um ou mais dos seguintes critérios, conhecidos como sinais cardinais da
hanseníase:

1) Lesão(ões) e/ou áreas(s) da pele com alteração de sensibilidade térmica e/ou dolorosa e/ou tátil;
2) Espessamento de nervo periférico, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
3) Presença do M. leprae, confirmada na baciloscopia de esfregaço intradérmico ou na biópsia de pele.

O diagnóstico é essencialmente clínico e epidemiológico, e a solicitação de exames complementares


em geral não é necessário para a confirmação diagnóstica.

• Testar sensibilidade térmica: com tubo de água quente e fria ou éter. (Primeira a ser alterada);
• Testar sensibilidade tátil: com chumaço de algodão;
• Testar sensibilidade à dor: com cabeça de alfinete.

Classificação Operacional
É baseada no número de lesões cutâneas:
• PAUCIBACILAR (PB) – casos com até cinco lesões cutâneas e baciloscopia obrigatoriamente negativa.
Hanseníase Tuberculóide ou Indeterminada (doença localizada em uma região anatômica e/ou um
tronco nervoso comprome<do)
• MULTIBACILAR (MB) – casos com mais de cinco lesões cutâneas e/ou baciloscopia positiva.
Hanseníase Dimorfa ou Virchowiana (doença disseminada em várias regiões anatômicas e/ou mais de
um tronco nervoso comprometido.
Tuberculóide  São placas com bordas nítidas, elevadas, geralmente eritematosas e micropapulas, que
surgem como lesões únicas ou em pequeno número, baciloscopia negativa e alterações de sensibilidade.

Virchowiana  Progressiva infiltração sobretudo da face, com acentuação dos sulcos cutâneos, perda
dos pelos dos cílios e supercílios (madarose), congestão nasal e aumento dos pavilhões auriculares,
Infiltração difusa das mãos e pés, com perda da conformação usual dos dedos, que assumem aspecto
“salsichoide”, Múltiplas pápulas e nódulos cutâneos, assintomáticos e de consistência firme
(hansenomas), geralmente com coloração acastanhada ou ferruginosa.

Dimorfa  Entre os polos tuberculóide e virchowiano no espectro clínico e baciloscópico da doença;


Número variável de lesões, em diversas áreas, com grande variabilidade clínica, como manchas e placas
hipocrômicas, acastanhadas ou violáceas, com predomínio do aspecto infiltrativo. “Lesões foveolares”

Indeterminada  Forma inicial da doença; Manchas hipocrômicas na pele, em pequeno número, sem
qualquer alteração do relevo nem da textura da pele;

Principais nervos acometidos  Facial, Auricular, Trigêmeo (supraorbital), Radial, Ulnar, Mediano,
Tibial, Fibular comum.

EXAMES COMPLEMENTARIOS
 A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), O resultado negativo não exclui o diagnóstico,
positiva classifica o caso como Multibacilar (MB), independentemente do número de lesões.
 Avaliação neurológica simplificada

TRATAMENTO
Dose mensal  Rifampicina, Clofazimina, Dapsona (comparecimento mensal para dose supervisionada);
Dose diária autoadministrada  Clofazimina, Dapsona

Paucibacilar  6 meses
o tratamento estará concluído com seis (06) doses supervisionadas em até 09 meses.
Na 6ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico.
Multibacilar  12 meses
o tratamento estará concluído com doze (12) doses supervisionadas em até 18 meses.
Na 12ª dose, os pacientes deverão ser submetidos ao exame dermatológico.

REAÇÕES HANSENICAS
Podem ocorrer até 5 anos após o tratamento.
Devem ser tratada com AINE ou corticóide e encaminhar ao especialista

Tipo 1  Corticoide (prednisona) VO, profilaxia da estrongiloidíase (albendazol 400mg ou invermectina


200mg)
Tipo 2  Talidomida
PRATICAS INTEGRATIVAS NA APS

MEDICINAS TRADICIONAIS
“É a soma total do conhecimento, habilidades e práticas baseadas nas teorias, crenças e experiências de diferentes
culturas, explicáveis ou não, e usadas na manutenção da saúde, bem como na prevenção, diagnóstico, tratamento
ou melhoria de doenças físicas e mentais”
MEDICINAS ALTERNATIVAS
“Nos países onde o sistema de saúde dominante é baseado na medicina alopática ou onde a Medicina Tradicional
não foi incorporada no sistema de saúde nacional, muitas vezes estas Medicinas são chamadas de ‘alternativas’”
MEDICINA COMPLEMENTAR
“Medicina Complementar geralmente refere-se ao uso de uma abordagem não-convencional em conjunto com a
medicina convencional.”
MEDICINA INTEGRATIVA
“Medicina Integrativa está associada a uma mudança de paradigma e, para exercê-la, é necessário reorientar as
crenças, práticas e experiências em relação à saúde.”
Conceito foi criado a partir do ano 2000.
O termo Práticas Integrativas advém deste conceito.
PRINCÍPIOS QUE A DEFINEM
Paciente e médico são parceiros no processo de cuidado e cura;
• Todos os fatores que influenciam a saúde, bem-estar e doença são levados em consideração, incluindo a mente, o
espírito e a comunidade, bem como o corpo;
• O uso adequado de ambos os métodos convencionais e tradicionais facilita a resposta natural de cura do corpo;
• Intervenções naturais e menos invasivas eficazes devem ser usadas sempre que possível;
• Não rejeita a medicina convencional nem aceita acriticamente terapias alternativas;
• Boa medicina é baseada em boa ciência, orientada para a investigação de novos paradigmas;
• Juntamente com o conceito de tratamento, os conceitos mais amplos de promoção da saúde e prevenção da
doença são fundamentais, incluindo a prevenção quaternária;
• Praticantes da medicina integrativa devem adotar os seus princípios e se comprometerem à autoreflexão, ao
autodesenvolvimento e ao autocuidado.
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC)
• OMS - no final da década de 70 criou o Programa de Medicina Tradicional, objetivando a formulação de políticas
na área e estimulando os estados membros a formularem e implementarem políticas públicas para uso racional e
integrado das medicinas tradicionais, com foco na atenção primária.

Objetivo: ´"Estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de
tecnologias efetivas e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na
INTEGRAÇÃO do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas
abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúdedoença e a promoção global do
CUIDADO HUMANO, especialmente do AUTOCUIDADO."
Objetiva aumentar a resolubilidade do SUS e ampliar o acesso às práticas integrativas e complementares em saúde
(PICS), garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso.
 É transversal em suas ações no SUS e está presente em todos os níveis de atenção, prioritariamente na
Atenção Primária à Saúde (APS).
Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
• São cada vez mais procuradas e apreciadas como formas legítimas de cuidado eficiente em saúde;

• São formas de cuidado que chamam a atenção pela integratividade com que lidam com a complexidade humana
(em suas dinâmicas física, emocional, mental, social e espiritual) em uma prática sistematizada e coerente;

• Muitas pessoas já usam as PICS em suas vidas, mas boa parte não expõe isso aos profissionais de saúde a não ser
que a pergunta seja feita ativamente.
Fitoterapia
• Terapêutica que utiliza os medicamentos cujos constituintes ativos são plantas ou derivados vegetais;
• Prática tradicional e milenar de cuidados em saúde;
• A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, foi constituída por decreto presidencial, em 17 de
fevereiro de 2005;
• Diversos estados no Brasil tem políticas estaduais de plantas medicinais e fitoterápicos.
Segundo a PNPIC, as plantas medicinais podem ser oferecidas à população em uma ou mais das seguintes formas:
• In natura (planta fresca): coletada no momento do uso
• Seca (droga vegetal): planta medicinal (ou suas partes) que contenham substâncias ou classes de substâncias,
responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo
estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;
• Fitoterápico manipulado: produzido por farmácia de manipulação
• Fitoterápico industrializado (medicamento fitoterápico): produzido pela indústria farmacêutica
Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
• Fundamentada em teoria taoísta sendo desenvolvida há mais de 5000 anos;
• Pensamento analógico: os movimentos da natureza também são expressados no corpo humano e nos processos
fisiopatológicos;
• Saúde influenciada por fatores internos, como emoções (medo, raiva, alegria, apego, vontade) e por fatores
externos, como mudanças climáticas (secura, umidade, calor, frio).
As práticas em MTC visam interferir nestes fatores, influenciando positivamente na saúde do indivíduo.
• Fitoterapia chinesa
• Dietoterapia chinesa
• Acupuntura
• Moxabustão
• Ventosas
• Auriculoterapia
• Práticas corporais: Tai Chi Chan / Chi Kung
• Massoterapias: Tuiná / Shiatsu
Mindfulness
• Prática de meditação que tem se mostrado efetiva na prevenção e tratamento de condições de saúde crônicas.
Principais componentes:
• Autorregulação da atenção intencionalmente ao que está acontecendo a cada momento
• Autorregulação da atenção enquanto qualidade mental caracterizada por uma atitude de abertura e curiosidade
frente à experiência.
DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS (DDA)

Ocorrência de três ou mais evacuações amolecidas ou líquidas nas últimas 24 horas.


A diminuição da consistência habitual das fezes é um dos parâmetros mais considerados.
AGUDA  Duração menor que 14 dias
PERSISTENTE  Duração maior que 14 dias
CRONICA  Maior que 30 dias.
Diarreia aquosa aguda: Disenteria aguda:
• Perda de grande quantidade de água durante as • Presença de sangue visível nas fezes, podendo haver
evacuações, com alteração da consistência das fezes por muco e/ou pus devido a uma lesão na mucosa intestinal.
um período • Bactérias do gênero Shigella são as principais
causadoras de disenteria, que invadem a mucosa do
cólon.
Podem estar associados:
• Cólicas e/ou dores abdominais; • Febre; • Sangue e/ou muco nas fezes; • Náuseas; • Vômitos.
Transmissão
• Pelas vias oral ou fecal-oral
• Indireta: consumo de água ou alimentos contaminados e contato com objetos contaminados como utensílios de
cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares;
• Direta: pelo contato com outras pessoas, por meio de mãos contaminadas e contato de pessoas com animais.
ABORDAGEM
• História clínica - tem alto valor discriminatório e permite em pouco tempo o diagnóstico diferencial sindrômico e
de outras doenças com manifestações similares.
• Questionar sobre contatos que também tenham a doença/sintomas.
• Avaliar a gravidade dos sintomas e o risco de complicações, devemos definir o grau de desidratação e depois
definir um plano terapêutico.
• Usar a estratégia de Atenção Integrada as Doenças Prevalentes na Infância ( AIDPI)
• Número de evacuações, características das fezes, presença de febre e relato de náuseas e/ou vômitos.
Se o paciente apresentar sangue nas fezes (disenteria)
- Reidratar o paciente de acordo com os planos A, B ou C;
- Iniciar antibioticoterapia – considerando possível infecção por Shigella.
- Orientar o paciente ou acompanhante administração de líquidos e alimentação habitual, caso o tratamento seja
realizado no domicílio.
- Reavaliar o paciente após 2 dias.
- Se mantiver presença de sangue nas fezes ou melena após 48 horas do início do tratamento ou condições gerais
comprometidas, encaminhar para internação hospitalar.
Encaminhar o paciente para a unidade hospitalar se:
• Se mais que 14 dias de evolução;
• Menor que seis meses de idade;
• Apresentar sinais de desidratação. Neste caso, reidrate-o primeiro e em seguida encaminhe-o a unidade
hospitalar.
Tratamento de DDA com sangue nas fezes
Tratamento de crianças:
• Ciprofloxacino: 15 mg/kg, de 12/12 h, por 3 dias (primeira escolha)
• Azitromicina 40mg/mL, 10mg/kg/dia, no 1º dia e 5mg/kg/dia, por mais 4 dias
Tratamento de adultos:
• Ciprofloxacino: 500 mg de 12/12h, via oral, por 3 dias.
Antiparasitários - devem ser usados somente para:
Amebíase, quando o tratamento de disenteria por Shigella sp fracassar, ou em casos em que se identificam nas
fezes trofozoítos de Entamoeba histolytica englobando hemácias.
Giardíase quando a diarreia durar 14 dias ou mais, se identificarem cistos ou trofozoítos nas fezes ou no aspirado
intestinal.

Tratar com Metronidazol


• Crianças: 10 mg/kg, de 8/8 h, por 5 dias
• Adultos: 750 mg, de 8/8 h, por 5 dias Obs.: Tratar por 10 dias se o quadro clínico for grave.
Reposição de Zinco (micronutriente)
De acordo com a OMS deve ser usado em menores de cinco anos, durante 10 a 14 dias, sendo iniciado a partir do
momento da caracterização da diarreia;
• Até seis meses de idade: 10mg/dia;
• Maiores de seis meses de idade: 20mg/dia.
Probióticos:
Se disponível, pode ser considerado como tratamento complementar:
• Saccharomyces boulardii – 250 a 750mg/dia, 5 a 7 dias.
• Lactobacillus GG >1010 UFC/dia, 5 a 7 dias.
Antieméticos:
No geral estão contraindicados
Quando indicado, usar em crianças > 4 anos com diarreia e vômitos:
• Ondansetrona – VO ou IV, uma dose única inicial para garan+r reidratação oral. 0,2mg/kg/dose até 3x ao dia ou
2mg em crianças de 6 meses a 2 anos e 4mg em crianças > 2 anos.
• Metoclopramida – eficaz, porém com efeitos colaterais significativos – não recomendada.
PRINCIPAIS ETIOLOGIAS
ROTAVÍRUS
• Gastroenterite aguda varia de quadro leve até casos graves e óbito;
• Período de incubação: usualmente < 48h;
• Todas as idades são suscetiveis, porém a infecção é mais frequente em < 5 anos (6-24 meses);
• Diarreia líquida, vômitos, febre e dor abdominal;
• Hidratação + suplementação de zinco;

A vacina rotavirus está no calendário vacinal, aos 2 e 4 meses.


FEBRE TIFÓIDE
Infecção pelo Salmonella Typhi, ingestão de alimentos ou água contaminados, associado a locais com precárias
condições de higiene e falta de saneamento básico;
• Febre alta prolongada, fadiga, cefaleia, tosse seca, náuseas, perda de apetite, dor abdominal, constipação ou
diarreia, dissociação pulso-temperatura e hepatoesplenomegalia;
• Período de incubação 7-21 d: 1ª semana: sintomas inespecíficos que vão progredindo para febre alta, calafrios e
prostração 2ª semana: astenia intensa ou torpor + dor abdominal/hepatoesplenomegalia + diarreia/constipação
Complicações: sangramento GI, perfuração intestinal e encefalite.

Hemocultura (1ª semana) ou coprocultura (2ª semana, 1/3 dos casos);


• Tratamento: Cloranfenicol 50mg/kg/dia 6/6h (dose máx. 3g/dia crianças e 4g/dia adultos) VO 15-21d; Ampicilina
1 – 1,5g VO 6/6h 14d; Amoxicilina 1g VO 8/8h 14d;
Outras opções terapêuJcas: ciprofloxacino ou ofloxacino ou ceqriaxona.
GEO-HELMINTÍASE
• Infecções causadas por parasitos que se desenvolvem no trato intes9nal humano e completam seu ciclo evolutivo
no solo;
• Precárias condições socioeconômicas, falta de acesso à água potável e saneamento inadequado;

• Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e os ancilostomídeos (Ancylostoma duodenale e Necator americanos);

• Ingestão de ovos embrionados presentes em alimentos crus mal lavados ou pela ingestão de água contaminada
(áscais e Trichuris) e penetração a9va das larvas infectantes (ancilostomídeos) na pele íntegra do hospedeiro;

• Assintomáticos à febre, sudorese, fraqueza, palidez, náuseas à tosse, febre e eosinofilia (Loefler) à dor
abdominal/cólica, perda de ape9te, diarreia, dores musculares e anemia

• Complicações: redução da capacidade de aprendizado, deficiências nutricionais, obstrução intestinal/vias


biliares/canal pancreático/apêndice cecal; • EPF (coproscopia)
• Tratamento: Albendazol, nitaxozanida, mebendazol, outros.
DIARREIA & HIV
• Distúrbios gastrointestinais são comuns em pacientes com HIV;
• Diarreia, doenças esofágicas; colangiopatia, doenças anorretais, síndrome consumptiva;
• Infecções oportunistas, medicamentos, malignidade, enteropatia HIV e outros (DII ou SII);
• Aumento risco de infecções: CD4 < 100-200 e < 50;
• Terapia antiretroviral – prevenção e tratamento de infecções oportunistas;
• Reidratação + tratamento específico contra o patógeno;
• Terapia adjuntiva: octreotide, opioides, dieta sem lactose, loperamida.
CÓLERA
• Doença infecciosa intestinal aguda causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae;
• Maioria dos casos (75%) assintomáticos; dos sintomáticos, a maioria sintomas leves ou moderados, 10-20% destes
casos graves: diarreia incoercível e vômito (1-2l/hora) levando a rápida desidratação à choque, necrose tubular
aguda, atonia intes9nal, hipocalemia e hipoglicemia

• Tratamento:
Adultos: Doxiciclina 300mg (dose única)
Crianças: Eritromicina 12,5mg/kg (6 em 6 horas por 3 dias)
NOTIFICAÇÃO
Os surtos de DDA, também chamados de surtos de Doenças de Transmissão Hídricas e Alimentares (DTHA), devem
ser noJficados imediatamente
ZOONOSES RAIVA, LEISHMANIOSE, FEBRE MACULOSA

RAIVA Urbano– cão;


• Aéreo – morcego;
Encefalite aguda • Silvestre – cachorro-do-mato, guaxinim, sagui;
causada pelo • Rural – morcego e animais domésAcos ou de interesse financeiro.
lyssavirus.
Formas clínicas: encefalite dominada por formas de hiperaAvidade (raiva furiosa) ou síndromes
paralíticas (raiva paralítica) progredindo para coma e morte, geralmente por insuficiência cardíaca ou
respiratória, dentro de 7 a 10 dias.
Sintomas iniciais: aerofobia, hidrofobia, parestesia ou dor localizada, disfagia, fraqueza, náusea ou
vômito.
• Alterações laboratoriais a invesAgar: an/geno viral (em amostras como liquor, pele); isolamento viral
em culturas, Ac específicos no liquor, PCR do liquor.

Após inoculada leva dias a semanas para alcançar o SNC – período passível de Profilaxia Pós-Exposição
(PPE); • Período de incubação de 1 a 3 meses.

 Avaliar necessidade de Vacina antitetanica tb.

Contato Idireto  Lavar com agua e sabão, indicar profilaxia – Morcegos

CONTATO DIRETO ? - Lavar com agua e sabão, e classificar entre LEVE e GRAVE
CÃO OU GATO LEVE  Não iniciar profilaxia, observação por 10 dias.
Se o animal morrer, desaparecer, ou apresentar sinais de raiva, VACINA 0, 3, 7 e 14.

GRAVE  Não iniciar profilaxia, observação por 10 dias.


Se o animal morrer, desaparecer, ou apresentar sinais de raiva, VACINA 0, 3, 7 e 14.
+ SORO (SAR ou IGHAR)

NÃO PASSIVEL DE OBSERVAÇÃO?


LEVE  VACINA 0, 3, 7 e 14.

GRAVE  VACINA 0, 3, 7 e 14. + SORO (SAR ou IGHAR)

MAMÍFEROS LEVE  VACINA 0, 3, 7 e 14.


DOMÉSTICOS
GRAVE  VACINA 0, 3, 7 e 14. + SORO (SAR ou IGHAR)

MAMÍFEROS LEVE  VACINA 0, 3, 7 e 14.


SILVESTRES
GRAVE  VACINA 0, 3, 7 e 14. + SORO (SAR ou IGHAR)

MORCEGOS VACINA 0, 3, 7 e 14. + SORO (SAR ou IGHAR)

Profilaxia Pré-exposição • Recomendada para pessoas de alto risco – veterinários, biólogos, agrotécnicos, trabalhadores de
laboratórios que manipulam o vírus;
• Pessoas com exposição prolongada – testes sorológicos periódicos.
NOTIFICAÇÃO.
LEISHMANIOSE Leishmaniose visceral: Leishmania Chagasi.
Leishmaniose tegumentar: Leishmania brasiliensis, L. Guyanensis e L. amazonensis.
Fêmea de
flebotomíneo Espectro heterogêneo – 4 principais apresentações
ingurgitada • Lesões ulceradas no local da picada do flebomíneo (L. Cutânea localizada);
• Múltiplos nódulos não ulcerarativos (L. Cutânea difusa);
• Inflamação destrutiva da mucosa (L mucosa);
• Infecção disseminada visceral (L. Visceral ou Calazar).

Febre persistente, astenia, adinamia, desnutrição em áreas endêmicas;

• Período de incubação de 10 dias a 24 meses;


• Na fase aguda, assemelha-se à malária – febre alta, hepatoesplenomegalia;
• Apresentações graves: icterícia, hemorragias, edema generalizados, sinais de toxemia, taqui ou
bradicardia, hipo ou hipervenventilação e instabilidade hemodinâmica

Diagnóstico definitivo através da idenAficação da forma amastigota


Em amostras da medula óssea, linfonodos ou aspirado de baço
• PCR em amostra de sangue – pouco disponível
• Imunofluorescência indireta (RIFI), Elisa, teste rápido imunocromatográfico

TTO  • Em ambiente hospitalar; Opções Terapêutias


• Antimoniato de N-Metil Glutamanina( Glucantime)
• Anfotericina B Lipossomal
Desoxicolato de Anfotericina B

Tegumentar  Duas formas: leishamniose cutânea e mucosa


 Forma cutânea localizada única
 Forma cutânea localizada múltipla
 Forma cutâne disseminada
 Forma recidiva cútis
 Forma cutânea difusa

TTO  Anfotericina B • Pentamidina • Pentoxifilina


Segunda escolha: Desoxicolato de anfotericina B. Isetionato de pentamidina.

O critério de cura é clínico, sendo indicado o acompanhamento regular por 12 meses para verificação da
resposta terapêutica e também para a detecção de possível recidiva após terapia inicial bem-sucedida.
Entretanto, para fins de encerramento do caso no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan), não é necessário aguardar o término do acompanhamento.
FEBRE MACULOSA • Doença febril causada pela espiroqueta Rickepsia rickepsii
• Reservatório: carrapatos do gênero Amblyomma (A. cajennense, A.cooperi ou dubitatum e A.
espiroqueta Aureolatum).
Rickepsia rickepsii
Antecedentes epidemiológicos sugesAvos: Visita na mata ou picada de carrapato previamente
(usualmente 4 a 11 dias antes)
 Doença Febril Aguda sem foco aparente (>38ºC por mais de cinco dias)
 + Presença de escara de inoculação (lesão com centro crostoso-necrótico com halo eritematoso
circundante; indica o ponto onde foi a picada do carrapato)
Linfadenopatia (geralmente ipsilateral à escara de inoculação); Exantema macular, maculopapular ou
maculo-vesicular (principalmente em tronco e membros); Cefaléia; Mialgias; Artralgias; Mal-estar geral;
Calafrios; Náuseas.

A imunofluorescência indireta (RIFI), ● Outros métodos utilizados são a reação em cadeia da


polimerase (PCR) e a imunohistoquímica.

Início precoce de antibioaticoterapia, quando suspeita clínica, antes mesmo da confirmação laboratorial.
Em adultos, Cloranfenicol, 50mg/kg/dia, via oral, dividida em 4 tomadas,
ou Doxiciclina, 100mg, de 12/12 horas, via oral.
Manter o esquema até 3 dias após o término da febre.
Nos casos graves, a droga de escolha é o Clorafenicol, 500mg, EV, de 6/6 horas.

Em crianças, usar Clorafenicol, não ultrapassando 1g/dia, durante o mesmo período.


A Doxiciclina pode ser usada em crianças acima dos 8 anos, na dose de 2 a 4mg/kg/dia, máximo de
200mg/dia, em 2 tomadas, de 12/12 horas
MALÁRIA Vetor: Mosquito Anopheles São abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer.
Reservatório: Ser Humano
Protozoário do
gênero Crise aguda da malária ou Acesso Malárico: Episódios intermitentes de calafrio, febre alta e sudorese,
Plasmodium. duração variável de 6 a 12 horas, temperatura igual ou superior a 40o C.
Plasmodium vivax: Náusea, vômito, astenia, fadiga, anorexia
mais prevalente. Remissão  Declínio da temperatura (fase de apirexia)

Complicada: Dor abdominal intensa, mucosas amarelas, icterícia, mucosas muito hipocoradas, redução
Plasmodium do volume de urina, vômitos persistentes, sangramento, falta de ar, cianose, aumento FC, convulsão ou
falciparum: mais desorientação, prostação, comorbidades descompensadas.
grave. Plasmodium Anemia grave, Hipoglicemia, Acidose metabólica, Insuficiência renal, hiperlactatemia, Hiperparasitemia.
malariae
Importância de diagnosticar nas 24 horas a partir do início dos sintomas, a fim de evitar formas graves,
óbitos pela doença e contribuir para a interrupção da transmissão.
 GOTA ESPESSA
 Teste Rápido

TRATAMENTO
Tratamento das infecções pelo P. vivax ou P. ovale com Cloroquina em 3 dias e Primaquina em 7 dias.

Tratamento das infecções pelo P. vivax ou P. ovale para recorrência entre 5 e 60 dias com
artemeter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina por 3 dias, conforme a disponibilidade local, e
primaquina por 14 dias.

Tratamento das infecções pelo P. falciparum com artemeter/lumefantrina ou artesunato/mefloquina


por 3 dias, conforme a disponibilidade local, e primaquina em dose única no primeiro dia do tratamento.

Tratamento da infecção mista por P. falciparum e P. vivax com artemerter/lumefantrina ou


artesunato/mefloquina por 3 dias, que são drogas esquizonticidas sanguíneas eficazes para todas as
espécies, associando-as à primaquina por 7 dias (para o tratamento radical de P. vivax).

NOTIFICAR !!!

Prevenção  Uso de mosquiteiros, uso de repelente, colocar telas nas janelas, uso de roupas que
protejam braços e pernas.
PARASITOSES
INTESTINAIS

Diarreia – mais frequente nas infecções por protozoários intestinais, na tricuríase e na estrongiloidíase;
• Os enteroparasitas que habitam o intestino grosso – Entamoeba histolytica, Trichuris trichiura,
Schistossoma mansoni – podem causar diarreia com muco e sangue;
• Os parasitas que se localizam no intestino delgado – Strongyloides stercoralis e Giardia lamblia -
provocam diarreia osmótica.

 Dor abdominal, náuseas e vômitos – mais comum na giardíase;


 Síndrome dispéptica – associada a anorexia, perda ponderal e diarreia intermitente na
estrongiloidíase;
 Hepatoesplenomegalia – esquistossomose mansônica crônica
 Prurido anal/vulvar – mais frequente na oxiuríase, principalmente noturna;
 Prolapso retal – ocorre na tricuríase maciça;
 Anemia – por espoliação crônica de ferro, na ancilostomíase e na tricuríase;
 Tosse, crises asma.formes, com ou sem tradução radiológica (Sínd. de Löeffler) – nas
helmintiases com ciclo larvário pulmonar: áscaris, ancilóstomo, estrongiloides e esquistossoma.
Apresenta eosinofilia intensa;
 Urticária e/ou edema angioneurótico – principalmente na ascaridíase e na estrongiloidíase;
 Eliminação dos parasitas – comum na ascaridíase, na oxiuríase e na teníase;
 Obstrução ou semi-obstrução intestinal – ocorre na super-infestação por ascaris.

DIAGNOSTICO
Exame Parasitológico de Fezes (EPF), aliado aos dados clínico-epidemiológicos;
• Avaliar 3 amostras aumenta a sensibilidade do método;
• Coletar 3 amostras em dias separados (consecutivos ou alternados)
ESQUITOSSOMOSE HOSPEDEIRO DEFINITIVO: Humano - Na fase adulta, o parasita vive nos vasos sanguíneos do intestino e
fígado
• HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: Caramujo do gênero Biomphalaria
SINONÍMIA -
“Xistose”, “barriga FORMA AGUDA: Assintomática ou Dermatite Cercariana; - 3 a 7 semanas após o contato pode ocorrer
d’água” e “doença febre, linfadenopatia, anorexia, dor abdominal e cefaleia. Pode ter também diarreia, náuseas e tosse
dos caramujos”; seca.
DERMATITE CERCARIANA caracterizada por micropápulas “avermelhadas” semelhantes às picadas de
AGENTE insetos.
ETIOLÓGICO
Schistosoma Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica.
mansoni Gravidade da doença depende diretamente: • da carga parasitária, • do estado nutricional do paciente;
• do tempo de parasitismo.

Manifestações:
HEPATOINTESTINAL
Astenia, fadiga, tontura, cefaleia, sintomas distônicos, sensação de plenitude, flatulência, dor
epigástrica, hiporexia, diarreia recorrente, hepatomegalia, fibrose hepática.

HEPÁTICA
Diarreia recorrente, hepatomegalia com fibrose.

HEPATOESLÊNICA
Hipertensão portal, hepatoesplenomegalia, varizes esofágicas, sintomas intestinais, hemorragia dig.

INVESTIGAÇÃO  DX
Pesquisa de ovos de Schistosoma nas fezes (Kato-Katz) – é necessário solicitar como especificação do
Exame Parasitológico de Fezes (EPF).
Outros métodos:
• Sorológico (Imunofluorescência indireta ou ELISA): não faz diagnóstico.
• Ultrassonografia hepática auxilia no diagnóstico da fibrose de Symmers e nos casos de
hepatoesplenomegalia: não faz diagnóstico.
• Biópsia retal ou hepática - não recomendada na rotina, pode ser útil em casos suspeitos e na presença
de exame parasitológico de fezes negativas.

TTO:
PRAZIQUANTEL
Adultos: 50mg/kg Crianças: 60mg/kg
• Apresentação: 600mg/comprimido; Dose única, via oral; máximo 7 comprimidos.
• Orientar repouso por pelo menos 3 horas após ingestão, para evitar náuseas e tonturas
DOENÇA DE FEBRE PERSISTENTE (>7 dias)
CHAGAS +
Edema de face ou de membros; Exantema; Adenomegalia; Hepatomegalia; Esplenomegalia;
Trypanosoma •Cardiopatia aguda (taquicardia, sinais de insuficiência cardíaca); Manifestações hemorrágicas
cruzi, protozoário (hematêmese, hematoquezia ou melena); Icterícia.
flagelado. •Manifestações digestivas (diarreia, vômito e epigastralgia intensa) são mais comuns em casos por
transmissão oral.

VETOR: inseto da DIAGNOSTICO


subfamília PARASITOLÓGICO – T. cruzi circulante no sangue periférico identificado por meio de exame
Triatominae, parasitológico direto.
conhecido • SOROLÓGICO – IgM anti-T. cruzi
popularmente
como barbeiro, FORMAS CRÔNICAS
chupão, furão,
procotó. Inderterminada  Mais frequente, exame sorológico é positivo, pode durar toda a vida ou evoluir pra
outras formas tardiamente.
RESERVATÓRIOS:
centenas de Cardíaca  Pode apresentar apenas com alterações no ECG, ou com miocardiopatia dilatada e com
mamíferos, tais insuficiência cardíaca congestiva. 30%
como quatis,
gambás, tatus, Digestiva  Alterações do trato digestivo, por lesões dos plexos nervosos, com alterações da
morcegos, etc. motibilidade e morfologia, pode evoluir para megaesôfago ou megacólon. 10%

Cardiodigestiva  Quando no mesmo paciente são indetificados as duas formas da doença;

Diagnóstico
• Sorologia para Chagas - Importante na fase crônica.
• Anticorpos IgG anti-T. cruzi - indica doença crônica.

TRATAMENTO:
•Benznidazol: (adulto = 5 mg/kg/dia, 1 a 3x/dia, 60 dias; criança = 5 a 10 mg/kg/dia, 2x/dia, 60 dias)
• Tratar: forma aguda, congênita e crônica recente

Nos casos leves, sem complicações, e nas formas indeterminadas, o tratamento pode ser realizado na
atenção básica, por médico generalista que conheça as particularidades do medicamento e da doença
de Chagas.
LEPTOSPIROSE Zoonose, causada por leptospiras patogênicas, transmiAdas pelo contato com urina de animais
infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria.
Reservatório: amplo espectro de animais domésAcos e selvagens.
No meio urbano: roedores (especialmente o rato-de-esgoto);
Bactéria helicoidal Outros reservatórios são os suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães.
(espiroqueta)
• Seres humanos - hospedeiros acidentais e terminais dentro da cadeia de transmissão.

Instalação abrupta de febre, acompanhada de cefaleia e mialgia, anorexia, náuseas e vômitos;


• Podem ocorrer diarreia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse;
• Período de • Pode ser acompanhada de exantema;
incubação • Difícil diferenciação de outras doenças febris agudas;
De 1 a 30 dias A fase precoce tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar sequelas.
(em média, de 5 e
14 dias). • Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias, mais comumente pulmonar.

Icterícia: é um sinal caracterísAco, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia
rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º dia da doença - preditor de pior prognóstico

DIAGNOSTICO

Métodos sorológicos - teste ELISA-IgM e a microaglutinação (MAT).


Exames como hemograma e bioquímica (ureia, creatinina, bilirrubina total e frações, TGO, TGP, gama-
GT, fosfatase alcalina e CPK, Na+ e K+), devem ser monitorados;

TRATAMENTO

FASE PRECOCE
• Amoxicilina, em adultos na dose de 500mg, VO, de 8/8 horas, durante 5 a 7 dias. Crianças, administrar
50mg/kg/dia, VO, a cada 6/8 horas, durante 5 a 7 dias;
• Doxiciclina: 100mg, VO, de 12 em 12 horas, durante 5 a 7 dias

FASE TARDIA
• Penicilina G Cristalina: 1.5 milhões UI, IV, de 6/6 horas; ou,
• Ampicilina: 1g, IV, 6/6 horas; ou, • Ceftriaxona: 1 a 2g, IV, 24/24h; ou,
• Cefotaxima 1g, IV, de 6/6 horas.
• Para crianças utiliza-se Penicilina cristalina: 50 a 100.000U/kg/dia, IV, em 4 ou 6 doses; ou Ampicilina:
50 a 100mg/kg/dia, IV, dividido em 4 doses; ou Ceftriaxona: 80 a 100mg/kg/dia, em 1 ou 2 doses; ou
Cefotaxima: 50 a 100mg/kg/dia, em 2 a 4 doses.

• Duração do tratamento com antibióticos intravenosos: pelo menos, 7 dias.

TUNGÍASE A maioria das lesões aparece nos pés, e em alguns casos, nas mãos;
• Podem ser únicas ou bastante numerosas, dependendo da infestação do solo;
espécie de pulga,
Tunga penetrans A lesão surge como uma pequena pápula marrom escura com um halo fino e claro ao seu redor;
• Pode causar dor ou coceira; • Pode ocorrer infecção secundária e até abscessos no local;
• O diagnóstico é clínico-epidemiológico;
• Diagnóstico diferencial: verrugas virais
É autolimitada com duração de quatro a seis semanas;

TRATAMENTO
Extração manual do parasito, com assepsia e materiais estéreis;
• Nos casos com infecção secundária, antibioticoterapia
• Infestação: tiabendazol, 25mg/kg, em uma ou duas doses diárias de três a cinco dias;
• Realizar profilaxia antitetânica
POLÍTICAS DE EQUIDADE E SAÚDE DE POPULAÇÕES ESPECÍFICAS

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DA POPULAÇÃO NEGRA

O correto preenchimento do quesito raça/cor nos sistemas de informação dos serviços de saúde, juntamente com a
análise e a divulgação desses dados, desagregados, são alternativas para identificar problemas e propor soluções
quanto aos eventos em saúde dos grupos étnicos atingidos.

 OBJETIVO: Promover a saúde integral da população negra e combater as desigualdades no SUS,


reconhecendo raça, racismo e racismo institucional como determinantes sociais das condições de saúde,
com vistas à promoção da equidade em saúde.
Doenças mais prevalentes na população negra
Doença falciforme Diabetes mellitus (-po II)
Doença hereditária decorrente de uma mutação É a quarta causa de morte e a principal causa de
genética. É causada por um gene recessivo, que pode ser cegueira adquirida no Brasil. Atinge com mais frequência
encontrado em frequências que variam de 2% a 6% na os homens negros — 9% a mais que os homens brancos
população brasileira em geral, e de 6% a 10% na — e as mulheres negras — em torno de 50% a mais do
população negra. que as mulheres brancas.
Hipertensão Arterial Deficiência de G6PD (Deficiência de Glicose-6-Fosfato
A doença, que a7nge 10% a 20% dos adultos, é a causa Desidrogenase)
direta ou indireta de 12% a 14% de todos os óbitos no Apresenta frequência relativamente alta em negros
Brasil. Em geral, tende a ser mais prevalente em negros, americanos (13%) e populações do Mediterrâneo, como
de ambos os sexos. na Itália e no Oriente Médio (5% a 40%). A falta dessa
enzima resulta na destruição dos glóbulos vermelhos,
levando à anemia hemolí.ca e, por ser um distúrbio
gené.co ligado ao cromossomo X, é mais frequente em
meninos.
POLÍTICA NACIONAL PARA A POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA

O grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos
ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que u)liza os logradouros públicos e as áreas
degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades
de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.
 Esta Política é um dispositivo criado para produzir respostas às necessidades da população em situação de
rua, garantindo a integralidade do cuidado e a universalidade de acesso ao SUS. Entendendo que população
em situação de rua é um grupo heterogêneo que habita logradouros públicos, áreas degradadas e
ocasionalmente utiliza abrigos e albergues para pernoitar.
PORTARIA Nº 122, DE 25 DE JANEIRO DE 2011 CONSULTÓRIOS DE RUA
Define as diretrizes de organização e Formado por equipes multiprofissionais, visando formação de
funcionamento das Equipes de Consultório na vínculos com a população de rua
Rua. As atividades serão realizadas de forma itinerante e deverão
utilizar as instalações das Unidades de saúde do território, de
acordo com a necessidade do usuário.
Devem ter horaríos flexíveis, geralmente diferentes das unidades
fixas.
Ferramentas de trabalho das Equipes de eCR
Articulação intersetorial (serviço social, habitação, emprego, educação) e multiprofissional de saúde (equipe da
atenção primária com apoio de psicologia, psiquiatria, reabilitação/fisioterapia, terapia ocupacional);

• Capacidade da equipe estabelecer vínculos através da escuta empática, do respeito à diversidade das formas de
vida dessa população e da compreensão de que os serviço de saúde em geral são violentos com esse público, logo,
é essencial criar relações de confiança com a equipe;

• Atua com a lógica da redução de danos, no sentido da garantia de direitos;


• Avaliação do território para organizar locais de presença da equipe na rua e sua frequência (trabalho de campo);
• Escuta e realização de atendimentos na rua, acompanhamento de consultas em serviços especializados ou
dispositivos da justiça e assistência social.
DESAFIOS NO CUIDADO DA SAÚDE DA PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA
• Dificuldade no acesso aos serviços de saúde relacionado ao estigma;
• Acesso a documentos - também dificulta o acesso à saúde e a jus.ça;
• Violências no geral (institucional, policial e do ambiente da rua);
• Higiene e Alimentação;
• Situação de vulnerabilidade: pessoas com vínculos familiares frágeis, possível rede de apoio precária;
• Uso abusivo de álcool e outras drogas; prevalência alta de questões relacionadas a saúde mental
• Doenças predominantes: IST, Tuberculose; doenças de pele
• Adequação dos tratamentos ao cotidiano da vida na rua e a diversidade da forma de vida muito dessas pessoas;

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS

Diversidade sexual e respeito às identidades de gênero: grande destaque nas últimas décadas → luta dos
movimentos sociais;
Nos anos de 1960 e 1970 a discussão em torno do campo da diversidade sexual e de gênero começou a ser
pleiteada no bojo das lutas libertárias → movimentos acadêmicos passam a debater o termo gênero;
Gênero então passa a sugerir a determinação de papéis de homens e mulheres na sociedade, porém em
concordância com o sexo biológico, que se refere às características biológicas e fisiológicas de homens e mulheres.

Existem normas das quais determinados corpos e expressões de gênero são lidos e reconhecidos numa sociedade:
repetimos expressões de gênero, ao longo do tempo, que citam e reiteram uma maneira de ser de um determinado
gênero;
Gênero passa a ser entendido na acepção de performatividade → uma construção social que é produzida pela
repetição de determinadas maneiras de fazer o gênero que criam uma série de efeitos que são tomados com
essências.

Dessa forma, podemos dizer que as normas de gênero são as regulações que dão legibilidade ao gênero e que
regem o reconhecimento deste.
Assim como a expressão de gênero, o modo como as pessoas exprimem o seu gênero e através dessas
performances reiteram identificações e desidentificações.
Sexo Biológico: conformação anátomo-fisiológica dos sistema geniturinário.

Gênero: conjunto de caracterís)cas sociocomportamentais que incidem sobre corpos sexuados.

Orientação Sexual: expressão do desejo sexual e afetivo.

Identidade de Gênero: auto identificação relativa à um gênero (masculino ou feminino).


MARCOS LEGAIS
• 2008 - Publicada a Polí.ca Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais.
• 2008 - Primeiro portaria de regulamentação do Processo Transexualizador no SUS.
• 2009 - Portaria MS n.1820 que dispõe sobre o direito ao uso do nome social.
• 2011 - Instituição da Cirurgia de redesignação sexual no SUS
• 2013 - Ampliação dos serviços ambulatoriais do Processo Transexualizador
OBJETIVO GERAL
Promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, eliminando a discriminação e o
preconceito institucional, bem como contribuindo para a redução das desigualdades e a consolidação do SUS como
sistema universal, integral e equitativo.
Desafios no cuidado em saúde da População LGBT
• Violência contra essa população. • Demanda reprimida de população de Transexuais e
• Acolhimento não qualificado para atender às Travestis nos serviços de referência para Processo
especificidades. Transexualizador.
• Desrespeito ao nome social desde a portaria até a sala • Estigma que associa a população LGBTQIAP+ às ISTs.
de medicação • Ausência de informação no SINAN sobre identidade de
• Legislação deficitária em medidas de proteção. gênero das pessoas.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DAS POPULAÇÕES DO CAMPO, DA FLORESTA E DAS ÁGUAS

A QUEM SE DIRIGE
• Povos e comunidades que têm seus modos de vida, produção e reprodução social relacionados
predominantemente com o campo, a floresta, os ambientes aquáticos, a agropecuária e o extrativismo, como
camponeses, agricultores familiares, trabalhadores rurais, comunidades de quilombos, populações que habitam ou
usam reservas extrativistas, populações ribeirinhas, populações atingidas por barragens, ciganos, dentre outros.
MARCOS LEGAIS
• Em 2005 foi instituído o Grupo da Terra (Portaria MS/GM nº 2.460/2005) para atender às necessidades de
atenção à saúde dessa população.
Objetivo: elaborar a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF)

Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Redefinição do arranjo organizacional das equipes de Saúde da
Família, Equipe(s) de Saúde da Família Ribeirinha (ESFR) e da(s) Equipe(s) de Saúde da Família Fluvial (ESFF) para os
municípios da Amazônia Legal e Pantanal Sul Mato grossense, assim como a definição dos valores de financiamento
destas equipes e de custeio das Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), considerando as especificidades locais.

Portaria nº 2.866/2011 instituiu a polí)ca no âmbito do SUS. É um instrumento norteador e legítimo do


reconhecimento das necessidades de saúde dessas populações.

Portaria nº 2.311/2014 incluiu o termo “águas” na denominação da PNSIPCF.


Principais Agravos: - Hanseníase - Tuberculose - Infecções de vias aéreas superiores - Gastroenterites - Deficiências
nutricionais - Asma - Infeção de pele e partes moles - Doença de Chagas Aguda – Esquistossomose.

Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e Águas


• Barreiras geográficas no acesso.
• Dificuldade em estabelecer meios de comunicação eficazes
• Monocultura, Agrotóxico e não u.lização de equipamentos de segurança.
• Frágil estrutura de Cobertura de Saúde.
• Desafios no cuidado em saúde da População do Campo, Floresta e Águas
• Regimes de trabalho análogo a escravidão.
• Violência no Campo.

Obs.: o Programa Mais Médicos tem sido um diferencial no acesso a saúde dessa população.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS PESSOAS PRIVADAS DE LIBERDADE NO SISTEMA
PRISIONAL

OBJETIVO GERAL  Garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral
no SUS.
DIRETRIZES
• Promoção da cidadania e inclusão das pessoas privadas de liberdade por meio da articulação com os diversos
setores de desenvolvimento social, como educação, trabalho e segurança.
• Atenção integral resolutiva, continua e de qualidade às necessidades de saúde da população privada de liberdade
no sistema prisional, com ênfase em atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais.
• Respeito à diversidade étnico racial, às limitações e às necessidades físicas e mentais especiais, às condições
econômicosociais, às práticas e concepções culturais e religiosas, ao gênero, à orientação sexual e à identidade de
gênero.
• Intersetorialidade para a gestão integrada e racional e para a garantia do direito à saúde.
Emergência sanitária, com prevalência elevada de doenças transmissíveis e não transmissíveis, como
• Tuberculose (23x maior que população em geral);
• HIV/AIDS; • Hepatites; • Sífilis;
• Dermatites; • Hipertensão;
• Saúde Mental (3x maior que população em geral).
Desafios atuais da PNAISP
1. Aumentar a cobertura assistencial.
2. Qualificar as intervenções intersetoriais.
3. Informatizar os serviços, por meio da implantação do novo sistema de informação da Atenção Básica (estratégia e
SUS AB) para monitoramento e avaliação permanente dos serviços prestados.
4. Ofertar processos de educação permanente e continuada para todas as equipes de atenção básica prisional.
5. Qualificar a gestão das equipes em processos tripartite e intersetoriais.
6. Aprimorar a infraestrutura para o atendimento em saúde.

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO À SAÚDE DOS POVOS INDÍGENAS

305 ETNIAS COM CULTURAS PRÓPRIAS sobreviventes em 2023.


ALTA CAPACIDADE DE EQUILÍBRIO COM O MEIO AMBIENTE E AUTONOMIA.
Produção cultural vasta: literatura, música, ciências, religião…
MARCOS LEGAIS
• Constituição do Brasil (1988), art 231: é reconhecido aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças
e tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam competindo à União demarcá-las,
proteger e fazer respeitar todos os seus bens.
• 1ª (1986) e 2ª (1993) Conferências Nacionais de Saúde Indígena: espaços importantes de discussão e luta pelo
direito a atenção à saúde dos povos indígenas.
• Lei 9.836, de 23 de setembro de 1999: foi instituído o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e as diretrizes
básicas para a implantação de Distritos Sanitários Especiais.
• Portaria 254 (MS), de 31 de Janeiro de 2002: Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (trouxe
algumas diretrizes para as ações de atenção à saúde indígena que representaram um avanço no reconhecimento da
especificidade cultural e articulação da biomedicina com práticas indígenas tradicionais de cura e cuidado.
• Decreto 7.336, de 20 de outubro de 2010: instituiu, na estrutura do Ministério da Saúde a Secretaria Especial de
Saúde Indígena (SESAI), transferindo a responsabilidade pela saúde indígena para esta Secretaria.

PNASPI: Subsistema de Saúde Indígena


SESAI (Secretária De Saúde Especial Indígena): ligada diretamente ao MS e coordenadora dos Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEIs).

Atualmente 34 DSEIs em todas regiões do Brasil. DSEIs atuam no território através dos Pólos Base (equivalente à
UBS) com equipe multidisciplinar. DSEIs têm planejamento participativo (controle social) pelos CONDISI (conselho
distrital indígena).
BOLSA FAMÍLIA E BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA

O Beneficio de Prestação Continuada (BPC), criado pela Lei Federal nº 8.742/93 – Lei Orgânica da Assistência
Social (LOAS), que regulamentou o art. 203, inciso V, da Carta Política Pátria; e os beneficios eventuais federadivos,
criados por entes da federação Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme critérios e prazos definidos pelo
Conselho Nacional de Assistência Social

O BPC, criado em 1993, é devido ao idoso de 65 anos ou mais de idade, e ao deficiente, cuja renda familiar seja
inferior a um quarto do salário mínimo. (Art. 20 caput da LOAS).

• Esse é um benefício de assistência social, ou seja, quem está solicitando não precisa ter contribuído com a
Previdência Social, por isso ele é chamado de beneficio e não de aposentadoria, e sua ajuda equivale a um salário
mínimo.
Bolsa Família
 Concessão de beneficios de pagamentos mensais, portanto, de trato sucessivo, às famílias consideradas
pobres ou extremamente pobres, com requisitos para concessão e manutenção estabelecidos em lei
federal, com valor definido, de caráter temporário, não gerando direito adquirido uma vez que devem ser
revistos a cada dois anos para avaliação da elegibilidade das famílias para o recebimento desses
beneficios.,
O Programa Bolsa Família foi instituído pela Lei nº 10.836/2004, regulamentada pelo Decreto nº 5.209/2004 e
veio como uma necessidade de unificar as ações governamentais de transferência de recursos do Governo
Federal.
Características do Programa Bolsa Família

• Atende a família e não a membros isolados.


• Pagamento direto à família, por cartão bancário, de preferência para a mulher.
• A família tem autonomia no uso do recurso financeiro.
• Conjuga esforços das três esferas de governo.
• Integração com programas próprios dos Estados e Municípios.
• Deve existir um compromisso/contrapartidas para a percepção dos beneficios.
• Políticas de saúde e educação como condicionalidades.
• Gestão descentralizada e intersetorial.
• Fiscalização por meio da articulação com os órgãos de Controle Social.
Condicionalidades na área da saúde
• Realização do acompanhamento pré-natal;
• Acompanhamento do calendário nacional de vacinação;
• Realização do acompanhamento do estado nutricional das crianças menores de 7 anos;
• Para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos, frequência escolar mínima de 60% (sessenta por cento) e 75%
(setenta e cinco por cento) para os beneficiários de 6 (seis) anos a 18 (dezoito) anos incompletos que não tenham
concluído a educação básica.
Bolsa Família – Equipe de Saúde da Família
• Acompanhar as atividades do Programa Bolsa Família;
• Participar da pesagem dos cadastrados no Programa;
• Verificar e manter atualizada a vacinação;
• Acompanhar estado nutricional,
• Manter consultas Pré-natal atualizadas;
• Manter o cadastro de dados, endereço dos cadastrados atualizados.
RASTREAMENTO NA SAÚDE DO(A) ADULTO(A)

 Realizar rastreamentos com evidência, na população alvo.


CRITÉRIOS
Características da doença:
• Prevalência suficiente que justifique os custos
• Aceitabilidade dos tratamentos disponíveis
• Tratamento no período assintomático com melhores resultados que no sintomático
• Efeito significativo na qualidade e tempo de vida
Características do teste:
• Sensível para detecção de assintomáticos
• Específico para prover VPP aceitável
• Aceitável pelos paciente
População:
• Alta prevalência
• Acessibilidade (colonoscopia e sangue nas fezes)
• Adesão aos testes e tratamentos subsequentes
Confiabilidade: capacidade de um teste ser Validade ou acurácia: representa a proporção de acertos e
reprodutível, ou seja, produzir resultados erros de um teste, ou seja, o quanto os resultados
consistentes quando realizado várias vezes sob as representam a verdade ou se afastam dela. Avalia a proporção
mesmas condições (é maior quando a de todos os testes corretos (verdadeiros
interpretação do teste mais objetiva do que positivos/sensibilidade e verdadeiros negativos/
subjetiva, depende menos do técnico) especificidade), sobre todos os resultados obtidos.
Validade
• Sensibilidade: probabilidade de um teste ser positivo na presença da doença
• Especificidade: probabilidade de um teste ser negativo na ausência da doença

Um bom teste de rastreamento é altamente sensível e de confirmação, altamente específico.


Especificidade e sensibilidade nunca são 100%.
• Há sempre margem de erro.
• Rastreamento = peneiramento.
• Rastrear é diferente de diagnosticar.
• Aplicar testes de rastreamento significa apenas a fase inicial de peneiramento de um grupo populacional que
deverá ser submehdo a outras etapas.
• Considerar expectativa de vida individual, grupos específicos vs população geral.

RASTREAMENTO OPORTUNÍSTICO x RATREAMENTO ORGANIZADO

Solicitação de exames de rastramento de forma não Exames solicitados de uma forma sistemática para uma
sistemica, ou seja, solicitados em uma consulta população de risco, dentro de um programa estruturado.
realizada pelo paciente por algum outro motivo ou Garantir cobertura de todas as pessoas, consideradas de
em uma consulta de rotina. risco. Só é efetivo se atingir pelo menos 70%.
A população alvo é monitorada e convidada para a
realização;
RASTREAMENTO E PREVENÇÃO QUARTENÁRIA
Os incidentalomas Tais exemplos, cada vez mais comuns, são potenciais geradores de
Os sobrediagnósticos significativos danos iatrogênicos e de medicalização excessiva, devido às
O sobretratamento suas múltiplas cascatas de intervenções. Eles demandam fortemente
Paradoxo da popularidade prevenção quaternária
Decisão compartilhada MCCP
A decisão compartilhada: - Individualizar a oferta de cuidados preventivos oportuno.
- Processo colaborativo entre o profissional de saúde e o indivíduo.
- Compartilhar informações, considerar preferências e valores, garantindo que estejam no plano de cuidado.
- Evidências científicas e valores pessoais.
- Recursos informativos visuais para apoio à decisão
RECOMENDAÇÕES PARA RASTREAMENTOS

Recomendações à população geral


• Apoio a cessar tabagismo (tabagistas) - evidência grau I
• Realizar atividade física (todos) - evidência grau II
• Dieta saudável (todos) - evidência grau II
• Riscos ao uso prejudicial de álcool (usuários) - evidência grau I
• Planejamento familiar (mulher idade fértil) - evidência grau III
• Controle de peso (todos) - evidência grau II
• Segurança no transito (todos) - evidência grau IV

Para rastreamento e detecção precoce do câncer é necessário conhecer o comportamento da doença que se deseja
rastrear e as características do teste de rastreamento.
CÂNCER DE O aumento da probabilidade de resultados falsos-positivos em função da alta prevalência de
PULMÃO tuberculose, gerando imagens radiológicas que criam dificuldades no diagnóstico diferencial
(SANTOS et al., 2016).
Assim, até o momento, não há uma recomendação oficial do INCA sobre essa modalidade de
rastreamento.

 A estratégia mais eficaz de controle do câncer de pulmão continua sendo a prevenção


primária com as ações de controle do tabagismo, como a prevenção da iniciação e a
promoção da cessação em fumantes atuais.
Sintomas que devem ser investigados:
Hemoptise. • Tosse, rouquidão persistentes por mais de duas a três semanas. • Dor torácica. •
Dispneia. • Astenia e perda de peso sem causa aparente. • Pneumonias de repetição.
CÂNCER DE O Ministério da Saúde não recomenda o rastreamento populacional do câncer de próstata.
PRÓSTATA ● Orienta ampla discussão sobre os possíveis riscos e benefícios para a tomada de decisão
compartilhada com os homens que solicitarem exames de rastreio.
● Importantes danos associados à investigação e ao sobrediagnóstico.

Fatores de risco: idade avançada, hereditariedade, população negra, obesidade. Principalmente pai
ou irmão com história de câncer de próstata antes dos 60 anos de idade (pode aumentar o risco 3 a
10 vezes);
Diretrizes nacionais e internacionais recomendam PSA e toque retal para avaliação de homens
com elevado risco para neoplasia prostática, e sintomas de dificuldade de urinar, diminuição do
jato de urina, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite e sangue na urina (BRASIL,
2016; MOTTET, 2023).
COLO Mulheres dos 25 aos 64 anos que tenham iniciado vida sexual em algum momento da vida.
UTERINO
Periodicidade do Papanicolau:
• Dois exames com intervalo anual.
• Após dois exames anuais normais, realiza se somente um exame a cada três anos.
• Mulheres > 64 anos que nunca fizeram o exame: dois exames com intervalo de 1 a 3 anos
MAMA A recomendação do INCA é que a mamografia de rastreamento seja oferecida às mulheres de 50 a
69 anos, uma vez a cada dois anos,

Fatores de risco:
● Idade: maior que 50 anos.
● Comportamentais e ambientais: sobrepeso e obesidade após a menopausa; ingestão de bebida
alcoólica; exposição à radiação ionizante, presente em exames ou tratamentos que usam raios-X,
tais como mamografia, tomografia e radioterapia.
Hereditariedade: mutações especialmente BRCA1 e BRCA2. Apenas 5 a 10% dos casos, nem todo
histórico de câncer de mama na família é alto risco. Atenção para: histórico de câncer de ovário, ou
vários casos de câncer de mama em familiares consanguíneos, sobretudo em idade jovem e em
parentes de primeiro grau, ou de câncer de mama em homem.
● Endócrinos: exposição ao estrógeno, menarca precoce (antes 12 anos); menopausa tardia (após
os 55 anos); nuliparidade; primeira gravidez após os 30 anos; uso recente de TRH pós-menopausa;
uso recente de contraceptivos orais (estrogênio-progesterona);
CÓLON Fatores de risco para câncer colorretal:
• Idade acima de 50 anos.
• Câncer colorretal ou pólipo adenomatoso/serrilhado avançado.
• Doença inflamatória intestinal.
• Sinais e sintomas de câncer colorretal.
• Adultos com síndromes hereditárias que predispõem câncer colorretal.
• Álcool, sedentarismo, dieta, obesidade, tabagismo

Para pessoas classificadas como de alto risco para os cânceres de cólon e reto, as condutas de
rastreamento e acompanhamento devem ser indicadas de acordo com as categorias de risco,
seguindo protocolos clínicos, com periodicidade e grupo etário diferenciados.

LÁBIO E Atualmente, não existem evidências suficientes sobre os benefícios e riscos do rastreamento do
CAVIDADE câncer oral.
ORAL
Recomenda-se, portanto, o diagnóstico precoce, pela inspeção visual minuciosa dos tecidos da
cavidade oral com vistas a identificar alterações teciduais. Por serem, muitas vezes, lesões
inespecíficas, a confirmação diagnóstica de lesões suspeitas é feita por meio do procedimento de
biópsia e exame anatomopatológico.
Desordens orais potencialmente malignas: Queilite actínica, Eritroplasia, Leucoplasia oral, Fibrose
submucosa, Líquen plano, entre outras
PELE A detecção precoce do câncer de pele: diagnóstico precoce, orientação população e profissionais
de saúde alertas para lesões de pele com características anormais e de que seja realizada a
confirmação diagnóstica -> assimetria, bordas, cor, diêmetro, evolução.

HAS Recomenda-se triagem para hipertensão em adultos com 18 anos ou mais com medição da
pressão arterial no consultório.

Anual em adultos com 40 anos ou mais e em adultos com risco aumentado para HAS (como
pessoas negras, com pressão arterial normal alta ou com sobrepeso/obesidade).
• A cada 3-5 anos para adultos de 18 a 39 anos baixo risco para HAS e com medida prévia de
pressão arterial normal.
DIABETES Em adultos assintomáGcos, recomenda-se triagem para pré-diabetes e diabetes Gpo 2 em adultos
de 35 a 70 anos com sobrepeso ou obesidade.

Sugere-se oferecer ou encaminhar pacientes com pré-diabetes para intervenções prevenGvas


eficazes

Sugere-se a utilização do Questionário Finnish Diabetes Risk Score (FINDRISC) para estratificação de
risco de desenvolvimento de diabetes.
PREVENÇÃO Rastreamento entre mulheres de mais de 65 anos, centrada no compartilhamento da decisão entre
FRATURA a mulher e seu médico.
PATOLÓGICA • As mulheres devem ser informadas dos riscos e apoiadas em suas decisões para posterior
rastreamento, diagnóstico e tratamento.
• Rastreamento é contraindicado em mulheres abaixo de 65 anos e entre homens.
• Use o FRAX para apoiar sua conduta.
DISFUNSÃO Contraindica-se rastreamento para disfunção tireoidiana em adultos maiores de 18 anos,
TIREOIDIANA assintomáticos.

• Essa recomendação não se aplica para gestantes, pessoas com história de cirurgia ou doença de
tireóide, indivíduos em uso de medicações tireotóxicas (lítio, amiodarona), radioterapia em tireóide
ou região cervical prévia, doença de hipotálamo ou pituitária
Rastreamento O Sistema Único de Saúde (SUS) e a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays,
em mulheres Bissexuais, Travestis e Transexuais (PNSI-LGBT) são conquistas sociais que buscam garantir o direito
lésbicas, constitucional à saúde para as pessoas trans.
bissexuais,
trans • Também se ressalta que, atualmente, consideramos outras identidades nesta sigla e que ela
própria está em debate diante do aparecimento de novas identidades e sujeitos políticos no Brasil,
como, por exemplo, as pessoas intersexo, as pessoas não binárias, queers, assexuais, entre outros.

FAZEM RASTREIO…
EDUCAÇÃO PERMANENTE NO PMMB 0800-644-6543 TELESAÚDE

A Educação Permanente é aprendizagem no trabalho, onde o aprender e o ensinar se incorporam ao quotidiano das
organizações e ao trabalho.

OFERTAS Portaria Interministerial 604 de 16 de maio de 2023.


EDUCACIONAIS PARA O Projeto Mais Médicos para o Brasil tem a finalidade de aperfeiçoar médicos na Atenção
O PMMB Primária à Saúde, em regiões prioritárias para o SUS, mediante cursos de aperfeiçoamento
ou de pós-graduação lato ou stricto sensu, ofertados por instituições de ensino e pesquisa,
contanto com componente assistencial pautado na integração ensino-serviço.

Lei nº 14.621, de 14 de julho de 2023


• Institui a Estratégia Nacional de Formação de Especialistas para a Saúde no âmbito do
Programa Mais Médicos

Carga horária semanal destinada para estudo: 08horas.


Atividades acadêmicas: • Cursos de Especialização lato sensu (em Saúde da Família e em
Saúde Indígena) • Cursos de Especialização stricto sensu (mestrado profissional e
doutorado) • Eixo Aperfeiçoamento e Extensão.

PROGRAMA Possibilita o fortalecimento e a melhoria da qualidade do atendimento da Atenção Básica


NACIONAL no SUS, integrando Educação Permanente em Saúde (EPS) e apoio assistencial por meio de
TELESSAÚDE BRASIL ferramentas e tecnologias da informação e comunicação (TIC).
REDES
• É constituído por Núcleos Estaduais, Intermunicipais e Regional, que desenvolvem e
ofertam serviços específicos para profissionais e trabalhados do SUS.

TELECONSULTORIA Esclarecimento de dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações de saúde e questões


relativas ao processo de trabalho no formato de pergunta e resposta entre profissionais de
saúde.
Funciona de duas maneiras:
síncrona - realizada em tempo real, geralmente por chat, webconferência,
videoconferência ou serviço telefônico;
assíncrona - realizada por meio de mensagens offline que devem ser respondidas em até
72 h;

SEGUNDA OPINIÃO Resposta sistematizada, construída com base em revisão bibliográfica, evidências
FORMATIVA científicas e clínicas a perguntas originadas das teleconsultorias.
As melhores teleconsultorias são selecionadas a partir de critérios de relevância e
pertinência em relação às diretrizes do SUS e publicadas no Portal BVSAPS
(http://aps.bvs.br)
TELE-EDUCAÇÃO Atividades educacionais à distância por meio de tecnologias de informação e comunicação
para apoiar a qualificação de estudantes, profissionais e trabalhadores da área da saúde.

OFERTA NACIONAL Ampliação da oferta de Telediagnóstico no país, possibilitando a realização de exames


DE TELEDIAGNÓSTICO com emissão de laudo a distância, diminuindo custos com deslocamento de pacientes,
aumentando a resolubilidade da Atenção Básica e, ainda, aumentando a oferta em
especialidades.

Biblioteca Virtual em Prover amplo acesso ao conhecimento científico e técnico atualizado, relevante e aplicável
Saúde da Atenção para APS no âmbito do SUS, para apoiar as atividades de teleconsultoria, telediagnóstico e
Primária à Saúde tele-educação realizadas no âmbito do Programa Nacional de Telessaúde Brasil Redes.
(BVS APS)
Ampliar a visibilidade da coleção de Segunda Opinião Formativa (SOF) e promover o seu
acesso e uso para além do Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes.
Sistema Universidade • O Sistema Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) foi criado em 2010 para atender às
Aberta do SUS necessidades de capacitação e educação permanente dos profissionais que atuam no
(UNA-SUS) Sistema Único de Saúde (SUS).

• Além da Rede UNA-SUS, o Sistema é composto pelo Acervo de Recursos Educacionais em


www.unasus.gov.br Saúde (ARES), repositório digital público, no qual são disponibilizados materiais,
tecnologias e experiências educacionais de livre acesso pela internet.

• Considerado hoje o maior acervo digital em saúde da América Latina

• Outro componente do Sistema é a Plataforma Arouca, um banco de dados nacional do


SUS, sob responsabilidade da UNA-SUS/Fiocruz, que concentra todos os dados dos cursos e
suas ofertas.

• Além disso, é um sistema de informação que concentra o histórico educacional e


profissional daqueles que atuam na área da saúde, funcionando como um cadastro único
do profissional no UNA-SUS.

AVASUS • O AVASUS é o ambiente virtual de aprendizagem do Sistema Único de Saúde, uma


plataforma desenvolvida pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.

• Tem o objetivo de promover a educação para a saúde.


AVASUS | Free and
open knowledge • Oferece cursos online gratuitos livres e abertos à comunidade, com foco na qualificação
(ufrn.br) de enfermeiros, médicos, agentes comunitários, auxiliares de enfermagem entre outros
profissionais que trabalham no SUS.

Portal Saúde Baseada • O Ministério da Saúde, em parceria com a OPAS/OMS, oferta a todos os profissionais de
em Evidências saúde do Brasil, bases de dados científicas para auxiliá-los na tomada de decisão clínica e
de gestão.
INÍCIO (ufrn.br)

SUPERVISÃO • É um dos eixos educacionais do PMMB, responsável pelo fortalecimento da política de


ACADÊMICA DO educação permanente, por meio da integração ensino-serviço no componente assistencial
PMMB da formação dos médicos participantes do Projeto.

SUPERVISÃO ACADÊMICA DO PMMB


Objetiva o fortalecimento:
• Da educação permanente em saúde.
• Da integração ensino-serviço.
• Da atenção básica.
• Da formação de profissionais nas redes de atenção à saúde.
• Da articulação dos eixos educacionais do PMMB.
Integram a Supervisão Acadêmica do PMMB:
• O Médico Participante
• O Supervisor Acadêmico
• O Tutor Acadêmico
• O Gestor Municipal
• O Coordenador do DSEI
• O Ministério da Educação por meio da SESU/DDE

Espaços de Educação Permanente (EP) na Supervisão Acadêmica do PMMB


• Encontro de educação permanente para qualificação da supervisão acadêmica
• Encontro de supervisão locorregional
• Supervisão periódica
SOFRIMENTO E ADOECIMENTO MENTAL

Saúde Mental  Sensação de bem estar e capacidade de sentir e lidar com diversos sentimentos, incluindo aqueles
considerados negativos, como raiva, tristeza e infelicidade.

O SOFRIMENTO MENTAL NA APS  Acesso  Porta de entrada  Estratégia efetiva de integração dos cuidados em
saúde mental da população:
• Elevada carga de doença dos transtornos mentais. • Pela conexão entre problemas de saúde física e mental.
• Acesso e tratamento aos TM.
 Ações de saúde mental no território

Papel da Atenção Primária à Saúde nas Redes de Atenção Psicossocial (RAPS)

 Serviços de saúde organizados para receber e acompanhar os usuários em sofrimento mental


 Atenção Primária é porta de entrada
 APS têm funções específicas para o bom funcionamento da RAPS
 Ser base com elevado grau de descentralização e capilaridade
 Apresentar cuidado resolutivo
 Identificar riscos
 Produzir intervenções clínicas efetivas
 Coordenar o cuidado
 Reconhecer a rede e encaminhar, quando necessário

Princípios das RAPS

• Respeito aos direitos humanos • Promoção de autonomia


• Cuidado em liberdade • Estratégias de redução de danos
• Combate a estigmas e preconceitos • Controle social de usuários e familiares
• Cuidado integral • Estratégias de educação permanente
• Diversificação das estratégias de cuidado • Construção de projetos terapêuticos singulares
Componentes das RAPS

• Atenção Primária a Saúde • Unidades de Referência Esp em Hospitais Gerais


• Consultórios na/de Rua • Centros de Atenção Psicossocial – CAPS (em diversas
• Centros de Convivência modalidades)
• Unidades de Acolhimento (Adulto e Infantil) • Equipe Multiprofissional de Atenção Especializada
• Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT I e II) em Saúde Mental
• Hospital Dia • Hospitais Psiquiátricos Especializados

O SOFRIMENTO MENTAL – ocorre em decorrência de muitos fatores não vistos em um primeiro olhar.
Depressão e Ansiedade devem ser vistas como manifestações clínicas de fatores adversos do processo de viver das
pessoas que atendemos.

Pessoas quem expressam sofrimento na atenção primária á saúde podem remeter a dificuldades muitos comuns
da vida moderna

 Desigualdades sociais  Doença


 Violência  Serviçoes de sáude (dif de acesso)
 Luto  Gravidez e puerpério
 Familia
 Trabalho
Transtorno Estado de angústia, preocupação e/ou aprensão.
de  Sentimento acompanhado de outras queixas mentais, como pensamentos excessivos, medos
Ansiedade intensos, insônia e irritabilidade, ou físicas, como palpitações cardiacas, tremores e
parestesias periféricas ou perto da boca.
Reação de Quando se torna excessiva, há um transtorno.
luta ou
fuga Afastar causa clínica: síndrome coronariana aguda, insuficiência cardíaca, arritmias, asma, DPOC,
disfunção tireoidiana, anemia, abuso e dependência de substância.

Afastar a possibilidade de efeito adverso de medicamentos: corticoide, broncodilatadores, tiroxina,


anti histamínicos, estimulantes, abstinência de benzodiazepínicos, álcool, sedativos, etc.

Recomendações para intervenção de crise nos transtornos de ansiedade


 Disponibilizar-se para escuta ativa a pessoa
 Manter atitude de compreensão e empatia a situação vivida
 Revisar com a pessoa a história do densevolvimento da crise atual
 Indetificar crise semelhantes no passado e o modo de resolução delas
 Comprometer a pessoa em um esforço compartilhado para a resolução do problema atual
 Apoiar passos práticos e realistas para resolver a crise atual
 Deixar de lado problemas crônicos e de personalidade em um primeiro momento
 Apresentar as possibilidade terapêuticas e implementar o planos construido em conjunto

Tratamento
Pode ser realizado psicofármacos e/ou psicoterapias
Deve considerar
Diagnóstico específico
Preferência do paciente e objetos do paciente
Resporta a tto prévios
Disponibilidade de tto
Relação custo/efetividade
Cormobidades psiquiátricas
Particularidades do paciente (idade, comorbidades clínicas, outra medicações em uso).

Medicamentoso:
De escolha – inibidores seletivos da recaptação da serotonia (ISRS) e inibidores da recaptação de
serotonina e norepinefrina (ISRSN).
Benzodiazepínicos devem ser evitados sempre que possível.

Quando encaminhar ?
 Caso refrátario: ausência de resposta ou resposta parcial a duas estratégias terapeuticas
efetivas (psicoterapia e/ou psicofármacos em dose terapêutica e por pelo menos 8 semanas).
 Caso associado a transtorno por uso de substância grave;
 Paciente com ideação suicida persistente;
DEPRESSÃO X TRISTEZA

Um dos erros mais comuns na prática médica é diagnosticar depressão em pacientes chorosos ou tristes por conta
de eventos cotidianos.
TRISTEZA NÃO É SINÔNIMO DE DEPRESSÃO.
Usar critérios bem definidos para estabelecer o diagnóstico.

DEPRESSÃO Depressão e Serotonina


• Não há evidências consistentes que associem a serotonina à depressão ou apoiem a hipótese de
que a depressão seja causada pela baixa atividade ou concentração de serotonina.

• Apesar disso, essa ideia continua influente tanto para médicos quanto para pacientes.

• Há estudos que indicam que o uso prolongado de antidepressivos pode reduzir a concentração
de serotonina.
• Cerca de 50% dos pacientes tem mais de um episódio ao longo da vida;
• A média de 4 episódios ao longo da vida;
• A duração média de cada episódio é de 16 a 20 semanas;
• 12% dos pacientes terão curso crônico sem remissão dos sintomas.

O que define o limite da normalidade é a duração, a persistência, a abrangência e a


interferência no funcionamento fisiológico e psicológico do indivíduo.

Diagnóstico Questões para rastrear Depressão (Sensibilidade de 96% e Especificidade de 67%):

Durante o último mês:


1. Você sentiu-se incomodado por estar deprimido ou sem esperança?
2. Você ficou incomodado por estar desanimado, ter pouco interesse ou prazer em fazer as
coisas?

Se uma das respostas acima forem positivas, fazer uma terceira pergunta aumenta a
especificidade para 89%:
1. Isso é algo que você gostaria de ter ajuda hoje ou alguma outro dia?
Episódio depressivo é caracterizado por sintomas fundamentais:

 Humor deprimido (na maior parte do dia)


 Perda de interesse (na maioria dos dias)
 Fatigabilidade (há pelos menos 2 semanas)

Sintomas acessórios do episódio depressivo:


 ideias de culpa e inutilidade
 concentração e ação reduzidas
 pessimismo sobre o futuro
 baixa autoestima e autoconfiança
 sono perturbado
 diminuição do apetite
 ideias ou atos autolesivos

Episódio leve  2 fundamentais + 2 acessórios


Episódio moderado  2 fundamentais + 3 a 4 acessórios
Episódio Grave  3 fundamentais + > 4 acessórios

Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9)

Pontos de corte:
5 – 8: sintomas muito leves, subsindrômicos.
>9: rastreamento positivo para episódio atual:
 9 – 14: episódio leve.
 15 – 19: episódio moderado.
 >20: episódio grave.

Fatores de risco
• História pessoal ou familiar de depressão
• Presença de estressor psicossocial (trabalho, relações etc)
• Uso exagerado dos serviço de saúde
• Doenças crônicas
• Outros transtornos psiquiátricos
• Mudanças hormonais (puerpério, por exemplo)
• Sintomas físicos sem explicação
• Dor, em especial dor crônica
• Abuso de substâncias
DISTIMIA  Transtorno depressivo crônico com menor intensidade de sintomas, presentes pelo menos há dois
anos. Tem maior comprometimento funcional e ocupacional que a depressão, devido ao tempo de duração.
Tratamento é semelhante ao da depressão.

Depressão – Avaliar adicionalmente

Antidepressivos têm evidência de que são eficazes para o tratamento da depressão grave e moderada,
melhorando os sintomas ou eliminando-os.
Antidepressivos não são mais eficazes do que o placebo em depressões leves.

Subtratamento em alguns grupos populacionais X Hipermedicalização

As duas condições são muito frequentes e devem receber atenção especial do médico de família. Prescrever mais
para alguns grupos e menos para outros. Ter a melhor precisão diagnóstica possível.

• Sintomas depressivos relacionados a doenças crônicas (hipotireoidismo, anemias...) • Sintomas relacionados a


efeitos de medicamentos • Sintomas psicóticos • História prévia de episódios maníacos • Momentos de euforia,
gastos excessivos, irritabilidade intensa, ideias de grandeza; • Considerar Transtorno Bipolar; • Nestas situações uso
isolado de antidepressivo pode induzir episódio maníaco.

Encaminhamento?

• Maioria dos casos com abordagem exclusiva na APS; • Presença de sinais de gravidade (ideação suicida); • Dúvida
diagnóstica; • Suspeita de psicose afetiva (transtorno bipolar); • Sintomas psicóticos; • Não resposta clínica após
alguns meses de tratamento; • Agravamento do quadro apesar do tratamento adequado.

• Risco de Suicídio
• É uma situação de emergência!
• Perguntar abertamente sobre o tema.
• Perguntar não induz ideação que não exista previamente.
• Falar abertamente sobre o tema PREVINE o suicídio.
• Ter desejo de morrer não é ideação suicida.

Tratamento Farmacológico do Transtorno Depressivo

Primeira escolha: ANTIDEPRESSIVOS.


• Aguda, de moderada a grave.
• Melhora ou elimina sintomas.
• Resposta é esperada em torno de 4 a 8 semanas.
• Duração do tratamento é prolongada, de 6 meses a 2 anos após a remissão dos sintomas.
• Retirada do medicamento deve ser gradual (4 semanas).
• Acompanhamento é individual, levando-se em conta a gravidade e a etapa do tratamento.

AVALIAR  Escolha do farmaco  Resposta prévia, comorbidades especifica, perfil de efeitos adversos, custos,
tempo do fármaco no mercado, toxicidade.

Uso de Benzodiazepínicos
PRESCRIÇÃO DEVE SER FEITA DA MANEIRA MAIS CRITERIOSA POSSÍVEL. NA DÚVIDA, NÃO PRESCREVA
• É a droga mais vendida no Brasil

Riscos  Dependência; Quedas; Alterações cognitivas; Aumento da mortalidade geral.


Retirada  Retirada Gradual, ¼ da dose por semana.  Retirar toda medicação em 6 a 8 semanas.
Substituir por benzodiazepínicos de meia vida longa como Diazepam ou intermediária, como Clonazepam.
• Medidas não farmacológicas, como suporte psicológico são de extrema importância
ABORDAGENS NÃO FARMACOLÓGICAS DOS TRANSTORNOS DE SAÚDE MENTAL

Psicoterapia
Terapia de reatribuição
Terapia de solução de problemas
Terapia Interpessoal
Terapia focada em solução

Intervenções Coletivas e Familiares


Grupos de Mulheres
Grupos de Terceira Idade
Grupos de Exercícios • Outros..

Terapia Comunitária Matriciamento eMulti; • Outras estratégias;

Psicoeducação Atividade Física

CONTROLE SOCIAL NA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL  A participação social é um requisito fundamental para a
construção de uma Política de Saúde Mental alinhada com os ideais do Movimento Brasileiro de Reforma
Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial.
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST) E AIDS

Estratégias de prevenção de ISTs na APS Outras medidas importantes e complementares:


• Oferta e orientação quanto ao uso de preservativos • Orientar sobre o uso do gel lubrificante;
Disponibilizar em locais visíveis, para retirada livre e • Testar regularmente conforme exposição de risco;
espontânea • Conversar sobre status sorológico para HIV da(s)
• Rastreamentos – testes rápidos HIV, Sífilis, Hep A B e C parceria(s) sexual(is);
• Vacinação para HPV, HAV e HBV • Realizar exame preventivo de câncer de colo do útero
• Oferta de diagnóstico e tratamento para IST (colpocitologia oncótica);
• Acompanhamento da adesão ao tratamento • Realizar profilaxia pré-exposição – PrEP, quando
• Tratamento de parcerias sexuais indicado;
Interrupção da cadeia de transmissão na comunidade • Realizar profilaxia pós-exposição – PEP, quando
indicado;
• Conhecer e ter acesso aos métodos de anticoncepção
e planejamento reprodutivo.

Atenção Integral das IST, HIV e Hepates virais na APS


Abordagem:  Confidencialidade - Ausência de coerção - Proteção contra a discriminação
 Comunicação de parcerias é um desafio em alguns casos.
 Notificação para vigilância epidemiológica é fundamental.

CORRIMENTO VAGINAL
Queixa de corrimento?  Anamnese e exame ginecológico (toque e exame especular).

Corrimento confirmado? Dor á mobilização do colo uterino? Material


Microscopia a fresco disponivel? mucourulento no orifico externo? Edema cervical e
Ph vaginal e/ou KOH a 10%? sangramento ao toque da espátula ou swab?
Clue Cells = Vaginose bacteriana (Gardnerela) Investigar cervicite/DIP, clamídia e gonorreia
Fragelados/Trichomonas = Colpite Trigoide – colo em
framboesa = Tricomoniase
Pseudohifas = Candidíase

A tricomoníase  IST, Trichomonas vaginalis (protozoário flagelado)


Corrimento verde amarelado e bolhoso, com odor fétido, sinais inflamatórios intensos em vulva, vagina e colo
uterino (colo uterino em framboesa)

A Candida albicans é o principal agente etiológico da candidíase vaginal, com características principais de
apresentar clínica de prurido vulvovaginal intenso, corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso (nata de
leite), sem odor, com a presença de placas brancas ou branco-amareladas recobrindo a vagina e colo uterino. O
pH vaginal é ácido (3,8 - 4,0) e o quadro clínico se acentua no período pré-menstrual.

A Gardnerella vaginalis é o principal agente etiológico da vaginose bacteriana. O diagnóstico de vaginose


bacteriana é confirmado quando estão presentes 3 dos 4 critérios de Amsel: corrimento vaginal homogêneo,
geralmente acinzentado e de quantidade variável; pH vaginal > 4,5; teste de Whiff ou teste da amina (KOH 10%)
positivo; presença de clue cells na bacterioscopia corada por Gram.

CERVICITES são o gonococo (Neisseria gonorrhoeae) e a clamídia (Chlamydia trachomatis).


O diagnóstico diferencial é feita por análise da bacterioscopia da secreção vaginal, não sendo possível sua distinção
apenas pela clínica.

Gonococo (Neisseria gonorrhoeae), pode estar associada a infecção por Chlamydia trachomatis ambas
são infecções sexualmente transmissíveis (IST) e são as principais etiologias das cervicites. O exame físico pode
identificar dor à mobilização do colo uterino, material mucopurulento no orifício externo do colo, edema cervical
e sangramento ao toque da espátula ou swab. As principais complicações dessa cervicite, quando não tratada,
incluem doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica e infertilidade..
CORRIMENTO URETRAL
FATORES DE RISCO ORIENTAÇÕES
 Idade abaixo de 30 anos  Realizar orientações centradas na pessoa e suas práticas sexuais
 Novas ou múltiplas parcerias  Contribuir para que a pessoa reconheça e minimize o próprio risco
sexuais de infecção por uma IST.
 Parcerias com IST  Oferecer testagem para HIV, sífilis e Hep B e C.
 História prévia  Oferecer testagem molecular para clamidia e gonococo
 Presença de outra IST  Oferecer vacinação, quando indicado.
 Uso irregular de  Informar sobre a possibilidade de realizar prevenção combinada de
preservativo IST/HIV/Hep.
 Tratar, acompanhar e orientar a pessoa e parceiros.
 Notificar o caso, quando indicado.

ATENÇÃO !!!

 QUAL O DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO?


 Sx de corrimento… Sx… de Ulcera…
ÚLCERA GENITAL
Diagnósticos Diferenciais:
• Sífilis; • Cancróide/Cancro Mole; • Herpes genital; • Linfogranuloma Venéreo; • Donovanose

Queixa de úlcera? Anamnese e exame físico


 IST como causa provável ?
SÍFILIS
A sífilis é dividida em estágios que orientam o seu tratamento e monitoramento:
Primária  10 a 90 dias (média de 3 semanas)
• Sífilis adquirida recente: < 1 ano de evolução Cancro duro (úlcera genital), Linfonodos regionais.
(primária, secundária e latente recente)
Secundária  Lesões cutâneo-mucosas, micropoliadenopatia,
Linfadenopatia generalizada, sinais constitucionais, quadros
TTO: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, neurologicos, oculares, hepáticos.
dose única (1,2m em cada glúteo)
Latente (Até um ano assintomática)
Alternativa: Doxicilina 100mg, VO, 15 dias
(exceto gestante) SEGUIMENTO TRIMESTRAL
Tardia  ATÉ 1 ANO (assintomática)
• Sífilis adquirida tardia: >1 ano de evolução
(latente tardia e terciária) Terciária  Entre 1 ano e 40 anos
Manifestações cutaneas, ósseas, cardiovasculares,
TTO: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, neurológicas.
(1,2m em cada glúteo) 3 doses, por 3 semanas.
Total: 7,2 milhões
SEGUIMENTO TRIMESTRAL
Alternativa: Doxicilina 100mg, VO, 30 dias
(exceto gestante)
Neurossífilis
Benzilpenicilina potássicsa / cristalina 18-24 milhões UI/dia IV, adm em doses de 3-4 milhões, a cada 4h ou por
infusão continua por 14 dias.
Alternativa: Ceftriaxona 2g IV ao dia, por 10-14 dias (exceto gestantes)
Diagnóstico da sífilis
Exige correlação entre dados clínicos, resultados de testes laboratoriais, histórico de infecções e exposição recente.
Monitoramento pós-tratamento sífilis
- Em não gestantes: VDRL a cada 3 meses até o 12º Critérios de retratamento: reativação ou reinfecção
mês (3, 6, 9, 12 meses) › Ausência de redução da Btulação em duas diluições no
intervalo de 6 meses (sífilis recente) ou 12 meses (sífilis tardia)
- Gestantes: mensalmente até o parto após o tratamento adequado, OU
› Aumento da titulação em duas diluições ou mais,
OU › Persistência ou recorrência de sinais e sintomas clínicos.
Sífilis na gestação
- Anamnese, história de diagnóstico e tratamentos prévios (cicatriz sorológica) e exame físico;
- Intervenção imediata: tratar conforme estágio clínico da doença;
- Parceria(s) sexual(is): se houve exposição à pessoa com sífilis (até 90 dias),

recomenda-se oferta de tratamento presuntivo (independentemente do estágio clínico ou sinais e sintomas), com
dose única de benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões, UI, IM (1,2 milhão de UI em cada glúteo). –
Todas as parcerias devem ser testadas.
VERRUGAS ANOGESTINAIS
• Papiloma vírus humano (HPV)

• Risco de exposição 15-20% a cada nova


parceria.

• Subtipos de baixo e alto risco oncogênico:

• Maioria das lesões com resolução espontânea


em 2 anos; •

Tempo infecção HPV alto risco e câncer cervical:


20 anos;

• Causa de 85% casos câncer anal, 35%


orofaringe.

• Tempo de latência viral e fatores associados


desconhecidos;

Vacina HPV no SUS: meninas e meninos de 9 a 14


anos, 2 doses, 0-6 meses
Lesões polimórficas, pontiagudas, únicas ou multiplas, achatadas e papulosas. Semelhantes a couve flor.
TRATAMENTO
Domiciliar Albulatorial
Imiquimode 50mg/g creme Ácido tricloroacético (ATA) 80 a 90% em solução
Pedofilotoxina 1,5mg/g creme Podofilina 10-25%
Eletrocauterização
Exérese cirurgica
Crioterapia (nitrogênio liquido)
DOENÇA INFLAMATÓRIA PELVICA - DIP
Ascensão de microorganismos com comprometimento de endométrio / trompas/anexos/estruturas contíguas;

O exame clínico deve incluir: › Sinais vitais; › Exame abdominal;


› Exame especular vaginal, incluindo inspeção do colo de útero para friabilidade (sangramento fácil) e corrimento
mucopurulento cervical;
› Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos.
DIP é baseado em critérios, sendo considerado positivo com 3 critérios maiores e 1 menor ou a presença de 1

CRITÉRIOS MAIORES: (1) DOR EM HIPOGASTRO (2) DOR À MOBILIZAÇÃO DO COLO UTERINO (3) DOR À
PALPAÇÃO DE ANEXOS
CRITÉRIOS MENORES: (1) FEBRE (2) LEUCOCITOSE (3) AUMENTO  PCR, VHS
(4) CORRIMENTO VAGINAL OU SECREÇÃO CERVICAL ANORMAL (5) PRESENÇA DE MASSA PÉLVICA AO EF
CRITÉRIO ELABORADOS
(1) ENDOMETRITE EM EXAME ANATOMOPATOLÓGICO
(2) ABSCESSO TUBO-OVARIANO OU EM FUNDO DE SACO EM EXAME DE IMAGEM
(3) LAPAROSCOPIA COM EVIDÊNCIA DE INFLAMAÇÃO PÉLVICA

TRATAMENTO
HIV / AIDS
A primeira fase da infecção (infecção aguda) é o tempo para o surgimento de sinais e sintomas inespecíficos da
doença, que ocorrem entre a primeira e terceira semana após a infecção.
O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias
é definidor da aids.
A primeira fase da infecção (infecção aguda) é o tempo
para o surgimento de sinais e sintomas inespecíficos da Exemplos: - Pneumocistose, neurotoxoplasmose,
doença, que ocorrem entre a primeira e terceira semana tuberculose pulmonar atipica ou disseminada, meningite
após a infecção. criptocócica e retinite por citomegalovírus .

- Sarcoma de Kaposi (SK), linfoma não Hodgkin e câncer


de colo uterino, em mulheres jovens.

Nessas situações, a contagem LT -CD 4 + situa -se abaixo


de 200 céls/mm³, na maioria das vezes .
Indetectável = Intransmissível
PVHA em Tratamento Antirretroviral (TARV) e carga viral indetectável há pelo menos 6 meses não transmite o vírus
por via sexual
Triagem de HIV na gestação
• HIV: na primeira consulta do pré-natal, idealmente no primeiro e no terceiro trimestre da gestação;

• Para gestantes que não tiveram acesso ao pré-natal, o diagnóstico pode ocorrer no momento do parto, na própria
maternidade, por meio do TR para HIV;
TESTE
Obter consentimento para o teste.
Garantir confidencialmente sobre o resultado do exame.
Definir se o paciente estará sozinho ou acompanhado no momento do resultado.
ELEMENTOS QUE PODEM SER INCLUDIOS NA DISCUSSÃO…
Benefícios se resultado negativo Benefícios se resultado positivo
O paciente se traqnuiliza que não tem HIV, deve Existem ttos eficazes que previnem complicações pelo
continuar medidas para evitar a infecção, suas doenças HIV, É possível medidas para evitar a tranmissão, O tto
poderam ser tratadas sem serem afetadas pelo HIV. para outras doenças podem ser ajustados, Podem ter
filhos saudáveis, É possível ter maior controle sobre para
quem contar e quando contar, do que se a doença for
descoberta mais tadialmente, quando já há
manifestações.
Confidencialidade dentro da equipe  O sigilo a respeito do diagnóstico do HIV é um direito do paciente,
assegurado por lei (Lei n.º 14.289, de 3 janeiro de 2022)
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para HIV
Uso de antirretrovirais para reduzir o risco de infecção pelo HIV antes da exposição ao vírus.

- Determinados grupos de indivíduos estão sob maior risco, sendo alvo prioritário para PrEP. –
Contextos específicos associados a um maior risco de infecção:
• Repetição de práticas sexuais com penetração sem o uso de preservativo;
• Quantidade e diversidade de parcerias sexuais e eventuais;
• Histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis;
• Busca repetida por Profilaxia Pós-Exposição;
• Contextos envolvendo situações de troca de sexo por dinheiro, objetos de valor, drogas e moradia.

Candidatos à PrEP deverão iniciar a profilaxia mediante testagem negativa para HIV. Caso seja confirmada a
infecção pelo HIV, a PrEP não está indicada
HEPATITES VIRAIS
• Virus da hepatite A, B, C, D ou Delta e E - diferentes agentes etiológicos;

• Tropismo primário pelo tecido hepático ;


• 1,4 milhão de óbitos anualmente no mundo: formas agudas graves, complicações das formas descompensadas
crônicas e hepatocarcinoma;
• Número comparável ao das mortes causadas pela tuberculose e superior ao de óbitos por HIV.

Hepatites virais crônicas B e C

• Quadro assintomático: desafio para saúde pública - A maioria das pessoas infectadas desconhece seu diagnóstico:
manutenção da cadeia de transmissão - Importância do rastreamento oportuno e vacinação
 APS
HEPATITE A HEPATITE B
 Tem vacina (Universal, toda população de
qualquer faixa etária) Teste rápido (ou HbsAg) e verificar documentação de
 Calendário nacional vacinação infantil: esquema vacinal
DTP+Hib+HB (Penta) aos 0, 2, 4 e 6 meses  Se positivo  Notificar
 Demais idades: 3 doses com intervalos ideais de  Solicitar teste complementarios
0-1-6 meses (iniciar ou completar o esquema de  Verificar a vacinação
acordo com situação vacinal)  Agendar retorno 2-4s
HBV-DNA
• Vacina Hepatite A no SUS - Calendário nacional detectável ou outro marcador reagente ?
vacinação infantil: 1 dose.  Garantir seguimento
 Verificar vacinação familiares e contactantes
Transmitida por contato fecal-oral, ingestão de água  Solicitar demais exames para seguimento.
e/ou alimentos (pode ocorrer por via sexual);  Gestantes encaminhar para pré natal alto risco
 Orientar…
- Clínica: sintomas inicias como fadiga, mal-estar, febre,  Encaminhar para vacinação
dores musculares que podem ser seguidos de sintomas
GI como enjoo, vômitos, dor abdominal, Icterícia,
colúria.

- Maioria das vezes autolimitada, tratamento de suporte


e acompanhar evolução. - Diagnóstico quadro agudo:
IgM é detectável após o 2º dia dos sintomas
HEPATITE C Hepatite D

• Hepatite C tem cura e o tratamento é gratuito pelo • O vírus da hepatite Delta – HDV tem expressivo
SUS! impacto clínico e epidemiológico na região norte do
Brasil;
• Anti-HCV + HCV-RNA reagentes = tratamento
• Acomete apenas pessoas infectadas pelo vírus da
• Contato com sangue contaminado, pelo hepa.te B;
compartilhamento de agulhas, seringas e outros objetos
para uso de drogas; • Sua transmissão pode ocorrer concomitantemente à
•Procedimentos invasivos (ex.: hemodiálise, cirurgias, infecção pelo HBV (coinfecção) ou posteriormente à
transfusão) em os devidos cuidados de biossegurança; infecção pelo HBV (superinfecção);
• Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos
médicos/odontológicos; • Diagnóstico = anti - HDV.
•Falha de esterilização de equipamentos de manicure;
• Reutilização de material para realização de tatuagem;
• Uso de sangue e seus derivados contaminados.
PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO (PEP)
Acidente ocupacional material biológico (ex.: profissionais de saúde, limpeza)
- Exposição sexual de risco consentida
- Violência sexual

Podem variar de acordo com:


- Conhecimento ou não do status sorológico do caso-fonte
- Estado vacinal da vítima
PEP HIV
Prescrição de TARV (terapia antirretroviral)
em até 72 horas após o contato potencial com o - Indicação da PEP HIV:
vírus. 1. O tipo de material biológico é de risco para transmissão do
HIV?
Profilaxia medicamentosa HIV tem duração de 28 2. O tipo de exposição é de risco para transmissão do HIV?
dias 3. O tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento é
- Exposição ao HIV = atendimento de urgência. menor que 72 horas?
4. A pessoa exposta é não reagente para o HIV no momento
do atendimento?

PEP VIOLÊNCIA SEXUAL


CONDIÇÕES DE SAÚDE MAIS FREQUENTES NA APS

PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC)


Infecção do parênquima pulmonar que acomete pacientes fora do ambiente hospitalar ou até as primeiras 48 horas
da sua admissão.
Etiologia Pode ser definida como:
Streptococcus pneumoniae é o agente mais frequente em • Sintomas de doença aguda do trato respiratório
todas as formas de apresentação e de gravidade. inferior:
■ Tosse + expectoração, dispneia ou dor torácica;
Infecções virais (influenza A, H1N1, SARS-Cov2) podem ser
causa primária de pneumonia, assim como servir de porta • Pelo menos um achado sistêmico:
de entrada para bactérias colonizadoras das vias aéreas ■ Confusão, cefaleia, sudorese, calafrios, mialgias ou
superiores. T ≥37,8°C;
• Achados focais no exame físico do tórax:
Tuberculose deve sempre ser considerada nos indivíduos crepitações, redução de MV
com quadro arrastado e resposta pouco significativa aos • Infiltrado radiológico, se RX disponível;
antibióticos. • Exclusão de outras condições com achados
semelhantes;
Diagnóstico
RX ? Permite confirmar o diagnóstico, indicar gravidade e contribuir para o diagnóstico etiológico presuntivo.
Alterações morfológicas básicas de consolidação, Focos consolidativos broncopneumônicos e derrame pleural.
AC - Estratificação de risco Internação ?
CURB-65: Confusão mental, Ureia >50, FR 30irm, PA<90X60 Hospitalização
>65 / Idade >65 (CURB-65 maior ou igual a 2 OU sinais de instabilidade
clínica)
TRATAMENTO
BETALACTÂMICOS
Amoxicilina 1g, VO, de 8/8 horas, por 7 dias
Amoxicilina + ácido clavulânico 875mg +175mg, VO, de 8/8 horas, por 7 dias
Cefuroxima 500mg, VO, de 12/12 horas
Ceftriaxone 1g, IV, de 12/12 horas
MACROLÍDEOS
Azitromicina 500mg, VO, de 24/24 horas, por 3-5 dias
Claritromicina 500mg, VO ou IV, de 12/12 horas, por 5-7 dias
FLUOROQUINOLONA
Levofloxaxino 500 - 750mg, VO ou IV, de 24/24 horas, por 5-7 dias
Moxifloxacino 400mg, VO, de 24/24h, por 5-7 dias
Tratamento ambulatorial Hospitalização
Sem comorbidades ou FR e que não usaram ATB nos Sem indicação de CTI OU CURB-65 = 2
últimos 3 meses 1) Fluoroquinolona Respiratória OU
1) Beta-lactâmico 2) Macrolídeo 2) Beta-lactâmico + macrolídeo

Com morbidades associadas OU uso de ATB nos últimos 3 CURB-65 maior ou igual a 3, sepse, intubação
meses Beta-lactâmico+ Fluoroquinolona / macrolídeo
1) Beta-lactâmico + macrolídeo
2) Fluoroquinolona (se alergias aos outros)
IDOSOS
Maior risco, maior causa de mortalidade, incidência Prevenção:
aumenta. Vacina antipneumocócica
Vacina anti-influenza
Manifestações Clínicas  Atípica: falta dos sintomas clássicos como febre (ausente em 60% dos casos), tosse,
escarro purulento ou dor torácica
• A taquipnéia é o sinal mais indicativo de pneumonia no idoso;
• Alteração do estado mental (Delirium em 15-50% dos casos), declínio súbito da funcionalidade, descompensação
de doenças estabelecidas: podem ser os únicos sintomas nos idosos - considerar esses sintomas para evitar atraso
no diagnóstico e início do tratamento; • Idosos desidratados: sem crepitações à ausculta respiratória.
Infância e Adolescência
 É uma das complicações de infecções das vias
aéreas superiores em crianças.

 Reservar o exame para pneumonias graves, para


avaliação de complicações e para diagnóshco
diferencial.

Principais indicações de internação em crianças com PAC

Idade<2meses, Tiragem subcostal, Convulsões, Sonolência, Estridor em repouso, Desnutrição grave, Impossibilidade
de ingestão de líquidos, Sinais de hipoxemia, Doença de base debilitante,
Derrame pleural, abscesso pulmonar, pneumatocele
Falha da terapêutica ambulatorial
Apoio familiar não favorável ao tto domicilar,
Antibióticoterapia de escolha

Prevenção da PAC na criança


 Vacinação anti-pneumococos e influenza no calendário básico;
 Evitar o tabagismo passivo;
 Manter aleitamento materno;
 Medidas de controle da exposição à poluição atmosférica;
 Diagnóstico e tratamento da asma.
INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO
Disúria  Sensação de ardência, queimação ou desconforto ao urinar.
Polaciúria: aumento na frequência de urinar, sem que necessariamente ocorra alteração no volume urinário.
Urgência miccional: forte impulso para urinar, pode acompanhar ou não a polaciúria.
Hematúria: presença de sangue na urina, que pode ser microscópica (percebida no exame bioquímico) ou
macroscópico (observação da urina, com alteração da cor e/ou turvação)
Principais Causas Investigação
• Infecção do trato urinário baixo: • Anamnese ○ Sintomas irritativos, sistêmicos (febre e
○ Cistite, prostatites, uretrites mal-estar), obstrutivos;
• Infecções do trato urinário alto: ○ Traumas ou manipulação do canal urinário;
○ Pielonefrite aguda ○ Início dos sintomas;
• Litiase renal; ○ Lesões de pele ou queixas de IST (corrimentos uretrais
• Vaginites; e vaginais);
• Trauma genitourinário. ○ Antecedente pessoal de ITU e nefrolitíase.

Exame físico: Abdominal (Giordano?), Próstata, Genital


ITU  Presença de microrganismos nas porções estéreis do trato urinário, podendo ser sintomática ou
assintomática (bacteriúria assintomática), causando inflamação.
Cistite Uretrite
• Dor, desconforto para urinar ou disúria; • Disúria; • Polaciúria; • Secreção uretral.
• Polaciúria; • Urgência Miccional;
• Dor suprapúbica; • Hematúria Macroscópica;
Pielonefrite: Prostatite:
• Dor no ângulo costovertebral; • Febre; • Calafrios; • Febre, mal estar; • Dor suprapúbica; • Urgência
• Náusea e vômitos; • Mialgias; • Sinal de Giordano urinária; • Secreção uretral.
presente; • Dor à palpação abdominal profunda.
Apresentação atipica
● Idosos: alta prevalência de bacteriúria assintomática, não sendo obrigatório tratamento, mesmo com urocultura
posihva.
● Gestantes: 4%-10% das grávidas podem evoluir para cishte aguda, mesmo com bacteriúria assintomáhca, sendo
imprescindível o tratamento.
● Diabéticos: ○ Podem apresentar apenas bacteriúria assintomática; ○ Outros agentes etiológicos podem estar
envolvidos: fungos, Streptoccocus do grupo B, Klebsiella sp.
○ Pode evoluir mais rapidamente para complicações que podem prejudicar a função renal significativamente
(sobretudo em mulheres).
CRIANÇAS  FAZER a investigação da causa de ITU, principalmente naquelas de repetição, de modo a prevenir
lesões irreversíveis e complicações futuras.
MULHERES  NÃO FAZER investigação e, mulheres sem anormalidades anatômicas do trato urinário e que
apresentam quadro clínico sugestivo de ITU leve ou não complicada;
HOMENS  FAZER investigação em homens em geral, idosos, diabéticos, imunodeprimidos, pacientes com
cateterização vesical prolongada (urinálise eurocultura), até porque nos homens a cistite é considerada infecção
complicada.
TRATAMENTO
Cistite não complicada Pielonefrite
1a escolha: • Dependendo da apresentação clínica, seu manejo deve
• Nitrofurantoína 100mg 6/6h por 5 dias; ser realizado em ambiente hospitalar;
• Fosfomicina + trometamol 3g dose única; (não está na • Em gestantes: tratamento hospitalar;
RENAME) • Pielonefrite exige inveshgação laboratorial (coleta de
• Sulfametoxazol 800 + trimetoprima 160mg 12/12h por urinálise e urocultura);
3 dias. • Sexo masculino, deve-se estar atento à necessidade de
investigação de problemas estruturais no trato urinário
Alternativas: com exames de imagem.
• Norfloxacino 400mg 12/12h por 3 dias;
• Amoxicilina 500 + clavulanato 125mg 8/8 por 7 dias;
• Cefalexina 500mg 6/6h por 3 dias.
ITU RECORRENTE? Profilaxia. Pielonefrite - Tratamento ambulatorial (além de
analgésicos)
Efeito protetor na vigência do uso de antibiótico;
• Duração de 6 a 12 meses; • Amoxicilina 500 mg + clavulanato 125 mg 8/8 de 10 a
• Pode ser utilizada de forma intermitente em casos de 14 dias;
ITU pós-coital; • Sulfametoxazol 800 + trimetoprima 160 mg 12/12h
• Realizar investigação das vias urinárias. por 14 dias;
• Ciprofloxacino 500 mg 12/12h por 7 dias;
• Antibióticos; ○ Nitrofurantoína 50- 100mg; • Ciprofloxacino 1000 mg 24/24h por 7 dias;
○ Fosfomicina + trometamol 3g 10/10 dias; • Levofloxacino 750 mg 24/24h por 5 dias;
○ Sulfametoxazol + trimetoprima 200/40 ou 800/80mg • Cefixima 400 mg 24/24h por 10 a 14 dias.
diária ou 3 vezes por semana; *atentar para resistência bacteriana (E.Coli)
○ Cefalexina 125 ou 250mg diária.

ITU complicada  Necessária realização de urocultura e exame de imagem; • Avaliar sinais e sintomas que possam
indicar hospitalização. OBS: Homens tratar como complicada

ITU associada a cateter  90% das pessoas que usam cateter tem bacteriúria assintomática; • Não está indicada
antibioticoterapia.

ITU recorrente não complicada em mulheres  Necessária realização de urocultura antes do tratamento.
• 2 episódios em 06 meses ou 03 episódios nos últimos 12 meses
Encaminhar…
Pessoas com mau estado geral, com risco de sepse ou intolerância para tto oral
Individuos com sinais e sintomas sugestivos de obstrução do trato urinário, avaliação urológica, com ex imagem.
Gestantes com suspeita de pielonefrite.
QUADROS DOLOROSOS NA APS

O papel do médico na abordagem da dor


● Entender a experiência da dor
● Valorizar o relato pessoal
● Compreender: sentimentos, ideias, impacto funcional e expectativas
● Identificar demandas ocultas
● Fornecer informações e educação para dor
● Plano de cuidados compartilhado
● Estímulo ao auto-cuidado;
● Proteger contra o uso excessivo de medicação (cronificação da dor).
Classificação Mecanismos da dor:
Aguda ● Dor nociceptiva;
● Resposta fisiológica ● Até 3 a 6 meses; ● Dor neuropática;
● Sinal de alerta; ● Mecanismo de sobrevivência; ● Dor nosciplástica;
● Relacionada a lesão tecidual. ● Dor psicogênica;
● Dor mista.
Crônica
● Entidade nosológica;
● Dor persistente para além do tempo de cura normal do tecido, acima de
3 a 6 meses;
● Pode não apresentar nexo causal;
● Neuroplasticidade.
Tratamento
Deve ser centrado na pessoa e no diagnóstico;
● Preferencialmente iniciar medidas não-farmacológicas, as quais devem ser mantidas mesmo em uso de medidas
farmacológicas;
● O tratamento farmacológico deve ser escolhido conforme:
Intensidade da dor; Indicação clínica; Contraindicações e interações com outros tratamentos;
Não farmacológico Principios do tto farmacológico
1.Exercícios de percepção, fortalecimento ou
resistência; ● Doses individualizadas e de acordo com intensidade;
2.Fisioterapia convencional; ● Intervalo correto de horário;
3.Exercícios supervisionados e domiciliares; ● Combinar analgésicos com diferentes mecanismos de
4.Orientações de Ergonomia; ação;
5.Educação em Saúde; ● Prever e tratar os efeitos colaterais.
6. Práticas Integrativas e Complementares: Acupuntura

LEVE? 0-2  ANO+AINE +DA (paracetamol ou dipirona, rel.musculares-Amitritilina, Carbamazepina, Clorpromazina)


MODERADA? 3-7  Opioides fracos +ANO+AINE+DA (Codeína, Tramadol)
INTENSA? 8-10  Opioides fortes +ANO+AINE+DA (Morfina, Metadona, Fentanil)

Tópicos ? Dores musculoesqueléticas agudas Análgesicos não opioides


e crônicas por curto período (até 2 semanas), PARACETAMOL  Boa Eficácia e tolerabilidade; Compatível com
em casos leves e moderados. AINH; Dose-dependente; Precaução na Insuficiência Hepática;
Ex: Diclofenaco gel, creme de capsaicina. Dose máxima de 4 g/dia; Tolerado por pacientes com
antecedentes de gastrite e úlcera
DIPIRONA  Boa Eficácia e tolerabilidade; Eventos raros de aplasia
de medula; Riscos semelhantes aos demais analgésicos.
Anti-inflamatórios não esteroidais (AINE)
Primeira escolha para sinais flogísticos; Não há diferença de potência entre os AINE’s;
Contra-indicados em pacientes com dispepsia: COX-2/gastroprotetores não diminuem riscos hemorrágicos e H.
Pylori aumenta os riscos;
● Contra-indicados em: cirróticos, ICC, alto risco cardiovascular, insuficiência renal e renal-transplantados.
Uso prolongado aumenta risco cardiovascular (Risco Cumulativo)!!!! Diminui efeito antiagregante do AAS; ]
● Podem retardar recuperações teciduais em estiramentos; ● Interações mais comuns: aumenta o efeito da
insulina, levotiroxina, anticoagulantes orais e digoxina; diminui ação hipotensora dos betabloqueadores.
Tratamento farmacológico – Adjuvantes
● Relaxantes musculares: redução da dor e melhora da mobilidade (ex: ciclobenzaprina 5 e 10mg);

● Glicocorticóides injetáveis ou orais por curto período (até 2 semanas), ex: até 30mg/dia de prednisona.
Tratamento farmacológico – Opióides
● Fracos: Codeína, Tramadol;

● Fortes: Metadona, Morfina;

"Opiofobia"; Segurança comprovada; São importantes no arsenal medicamentoso;

Atenção para os efeitos colaterais; Uso prolongado para dor crônica não neoplásica apresentou efeitos colaterais
menores (náuseas e cefaleia).
Tratamento farmacológico – Psicofármacos
● Tricíclicos: Amitriphlina: 25 – 75 mg/dia; Nortriphlina 10- 25 mg/dia;
Úteis nos casos de dor crônica, o efeito analgésico é independente do efeito anhdepressivo;

● ISRS: Fluoxehna 20 mg/dia; Sertralina 50 mg/dia;


Potencialmente úteis na fibromialgia em associação ou outros fármacos adjuvantes;

● Inibidores da captação da noradrenalina e serotonina: Duloxehna: 60mg/dia, Venlafaxina 75 – 225 mg/dia.


Boa eficácia para dor com componente neuropático.

Os anticonvulsioantes têm papel protagonista no tratamento da dor neuropática;

● Carbamazepina: a dose deve ser titulada, iniciando-se com 100mg de 12/12h e, dependendo da resposta e da
tolerância, aumentar a cada 3 dias, com doses terapêuticas situadas entre 400 e 1.200mg/dia;
Principal indicação: neuralgia do trigêmeo, mas também indicada nas dores paroxísticas, em choque ou parestesias;

● Gabapentina: dose titulada a partir de 900 mg/dia, divididos em 3 tomadas com doses eficientes entro 1.800 e
3.600 mg/dia;
 Dores neuropáticas, bom resultado em neuralgia pós-herpética, neuropatia diabética dolorosa, traumatismos
medulares, dor central pós-AVE, dor do membro fantasma.
CEFALEIA

 Um dos sintomas mais frequentes atendidos pelas equipes da atenção primária


 Uma das 12 queixas mais comuns nos serviços de atenção primária;
 Prevalência na vida de 66%;
 É mais prevalente em mulheres e apresenta grande impacto no trabalho e nas atividades rotineiras,
causando grande comprometimento da qualidade de vida;
 Em menos de 1% dos casos a cefaleia está associada a doenças intracranianas graves como tumores ou
infecções cerebrais
Anamnese: Exame Físico:
• Avaliar o tempo da cefaleia ● Sinais vitais
• Características e localização da dor ● Inspeção e palpação cervical e do crânio
• Sintomas associados ● Ausculta
• Fatores desencadeantes, agravantes e de melhora ● Oroscopia e otoscopia
• Episódios prévios ● Exame neurológico e exame do estado mental
• História familiar sumário.
• Situação de saúde do paciente

AVALIAÇÃO CLÍNICA  MCCP NA PRÁTICA


Sinais e sintomas de alarme, diagnósticos diferenciais e exames complementares.
Mudança do padrão de dor? Investigar…
Primárias (mais frequentes) Secundárias
• Cefaleia atribuída a trauma de crânio e/ou cervical;
• Cefaleia do tipo tensional (mais frequente • Cefaleia atribuída a distúrbio vascular craniano ou cervical;
dentre as primárias); • Cefaleia atribuída a distúrbio intracraniano não vascular,
como LEIC;
• Migrânea (ou enxaqueca). • Cefaleia atribuída a uma substância ou à sua rehrada; •
Cefaleia atribuída a infecção;
• Cefaleia atribuída à alteração da homeostase;
Profilaxia? Comprometimento funcional. • Cefaleia ou dor facial atribuída à alteração de crânio, pescoço,
olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca ou outras
estruturas faciais ou cranianas
• Cefaleia atribuída a distúrbio psiquiátrico
Cefaleia tensional Migrânea (Enxaqueca)
 Mais frequente Migrânea sem aura: enxaqueca comum, em que a dor costuma
 Dor de qualidade não pulsátil apresentar duração, características e fenômenos associados
 Em aperto ou presão típicos, porém não é acompanhada de sintomas ou sinais
 Geralmente bilateral neurológicos focais.
 Intensidade leve a moderada
 Não piora com atividade física rotineira Migrânea com aura: presentes os sintomas neurológicos focais
 Em torno da cabeça ou irradiar para que se instalam de forma gradual, geralmente em 5 a 20
cervical minutos, durando 60 minutos ou menos, ocorrendo, na maioria
 Pode durar minutos, horas ou das vezes, antes da fase de dor.
permanecer durantes dias. Os sintomas mais comuns são os fenômenos visuais positivos
Tratamento abortivo farmacológico: (cintilações, linhas em zigue-zague) e ou negativos (escotomas),
AINEs ou analgésicos comuns; seguidos por hemiparestesias e por disfasia
Medidas Não farmacológicas
Tratamento profilático: antidepressivos 1. Evitar os fatores desencadeantes, realizar atividade física e
tricíclicos (amitriptilina, 10 a 25mg à noite), ter adequado padrão de sono;
segundas opções:mirtazapina, venlafaxina. 2. Abordagem compreensiva e individualizada;
3. Educação e orientação do paciente e/ou familiares quanto à
Medidas não farmacológicas: eliminação de natureza do diagnóstico e ao automanejo da crise;
fatores desencadeantes, manejo do estresse, 4. Diário para o registro das crises deve ser encorajada;
higiene do sono, cessação do tabagismo, 5. Técnicas alternativas(acupuntura, técnicas de relaxamento,
mindfulness, intervenções em grupos. biofeedback, psicoterapia) e homeopatia.
CEFALEIA TENSIONAL ENXAQUECA / MIGRÂNEA
EPIDEMIOLOGIA Mais comum em mulheres EPIDEMIOLOGIA • Jovens, com história familiar positiva

CLASSIFICAÇÃO FISIOPATOLOGIA • Desbalanço entre serotonina, dopamina,


• Episódica infrequente: < 1 dia/mês peptídeo relacionado ao gene da calcitonina + fator
desencadeante = CRISE DE ENXAQUECA.
• Episódica frequente; 1-12 dias/mês
TIPOS
• Crônica ≥15 dias/mês. • Com aura: manifestação neurológica não dolorosa que pode
ocorrer antes da crise de dor, exemplo: escotomas, perda de
CLÍNICA Dor opressiva, bilateral, leve-moderada visão, distúrbios de linguagem, parestesia, anestesia. Sua
e dura 30 min a 7 dias duração é de 5 a 60 minutos.
• Não é comum ter sintomas associados
• Sem aura
TRATAMENTO
• Analgésicos comuns e AINE CLÍNICA
• Sinais e sintomas neurológicos focais
TRATAMENTO PROFILÁTICO • Dor pulsátil, unilateral, forte, piora com movimento
• Amitriptilina (em casos de cefaleia crônica) e dura 4-72 horas
CEFALEIA EM SALVA • Náuseas e vomitos, fotofobia, fonofobia
• Pós-crise: fase de exaustão.
• Mais comum em homens
• Faz parte do grupo de cefaleias trigêmino- TRATAMENTO
autonômicas
• Leve a moderado: analgésico e AINE
CLÍNICA • Dor unilateral, em facada,
insuportável. • Moderado a grave: triptano (sumatriptano, eletriptano)
• Dura 15-180 min e ocorre 1 a 2 vezes no dia
• Sintomas autonômicos: hiperemia conjuntival, • Dexametasona é uma das medicações mais prescritas para o
lacrimejamento, congestão nasal, sudorese tratamento agudo da migrânea.
facial, miose, ptose, edema palpebral. Entretanto, nas crises com duração inferior a 72h, ela não
apresenta efeito isoladamente, mas é capaz de reduzir a
TRATAMENTO • O2: máscara facial 7-10 L/min recorrência de crises de cefaleia durante 24-72h.
• Triptano (sumatriptano ou zolmitriptano)
PROFILAXIA PROFILAXIA
• Verapamil: 3 doses diárias, com aumento de Indicação de profilaxia: > 3-4 crises/mês.
1/3 da dose a cada 10-14 dias, sempre após a
realização de um ECG para avaliar a presença de • Betabloqueador: atenolol, propranolol. Eles não devem ser
bradicardia ou bloqueio atrioventricular (BAV). usados em pacientes com história de asma ou DPOC,
bradiarritmias, hipotensão arterial e depressão. Outras opções
O efeito é notado a partir da 2ª semana. • BCC de ação central: flunarizina
A resposta terapêutica é obtida em 80% dos • Anticonvulsivante: volproato, topiramato.
casos. • Antidepressivos: amitriptilina.
• Prednisona ou dexametasona
HEMICRÂNIA PAROXÍSTICA
• Faz parte do grupo de cefaleias trigêmino-autonômicas
• Mais comum em mulheres

CLÍNICA • Dor unilateral, forte • Crises de 2-30 min • Frequência: > 5 vezes ao dia.

TRATAMENTO • Indometacina
DOR Musculoesquelética

DOR LOMBAR Classificação


Fatores de Risco
• Empregos que dependem de atividade física vigorosa; ● Aguda: < 6 semanas de evolução;
• Movimentos repetitivos;
• Exposição à vibração; • ● Subaguda: 6 – 12 semanas de duração;
Posturas estáticas prolongadas;
• Idade > 55 anos; ● Crônica: > 12 semanas de duração.
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Psicossociais (insatisfação no trabalho, ansiedade,
depressão, estresse excessivo, disfunção cognitiva).
Causas
 Normalmente teremos a dor lombar inespecífica (80% dos casos).
 Nos casos específicos há um evento desencadeante (trauma, movimento específico).

● Causas mecânicas: miofascial, musculoligamentar, osteoartrose, hérnia discal, colapso vertebral, osteoporose,
espondilolistese, fratura, alterações congênitas;
● Neoplasias;
● Artrites inflamatórias;
● Infecções: cutâneas, herpes zoster, pielonefrite, entre outras;
● Doenças viscerais (prostatite, endometriose, DIP, nefrolitíase, pielonefrite, pancreatite, colecistite, úlcera péptica,
aneurisma aórtico).
SINAIS DE ALERTA Exames Complementares
Idade <20 e >50
Dor que piora a noite ● Devem ser solicitados em quadros com sinais de alerta ou gravidade
História de neoplasia ● Avaliar necessidade em lombalgia inespecífica após 4 semanas sem
Emagrecimento melhora ao tratamento
Febre ● Exames bioquímicos e hematológicos: devem ser direcionados de
Grande trauma acordo com a queixa, se suspeita de lesões tumorais, infecciosas,
Tto para osteoporose metabólicas ou inflamatórias.
Dor refrátaria ao tto
Imunossuprimidos
Fraqueza muscular
Disturbios urinários ou gastrointestinais
Anestesia em sela (sx cauda equina)
EXAME FÍSICO
Inspeção – Curvaturas fisiológicas da coluna (lordose e cifose) e curvatura não fisiológica (escoliose), movimentos
que provocam dor, limitações funcionais, posição antálgica, diferença de comprimento dos membros inferiores,
posturas inadequadas, amplitude de movimento.

Palpação – Musculatura paraespinhal e dorsal, processos espinhosos, articulações sacroilíacas, posição dos ossos
pélvicos (deformidades da pelve)

Avaliação neuromuscular – Reflexo patelar, aquileu, flexão do tornozelo e hálux, força muscular, sensibilidade
(lateral, medial e dorsal do pé), exame motor (análise da deambulação do paciente - solicitar que o mesmo caminhe
sobre os calcanhares e ponta dos pés)

Teste de Schober: avaliar amplitude de movimento


Teste de Laségue: avaliar compressão de raízes nervosas (Positivo se dor à elevação da perna reta)

● Observar influência de fatores psicogênicos ou simulação durante exame clínico.


EXAMES DE IMAGEM
Radiografia lombossacra (descartar lesões ósseas graves, suspeita tumor, trauma, infecção)
Tomografia computadorizada (traumas agudos)
Ressonância magnética (avaliação de radiculopatia)
Tratamento
Alívio a dor  Restauração dos movimentos e atividades da vida diária  Prevenção de recorrências;

•Orientar o paciente em relação às caracteríshcas da dor lombar e seu plano de tratamento, com ênfase no
autocuidado.
• Incenhvar a conhnuidade das ahvidades de vida diária, atividade fisica e exercício Fisico, respeitando a condição
de saúde de cada paciente: a melhor recomendação é um retorno lento e gradual às suas ahvidades normais, sem
repouso no leito ou exercícios na fase aguda.

• Incentivar a participação em grupos de atividade física ou grupos de práticas integrativas;

• Orientação postural e alongamentos, principalmente para as principais atividades: dormir (altura do travesseiro),
levantar da cama, sentar, pegar peso e nas ações de limpeza como varrer, passar roupa etc;

• Termoterapia: calor superficial possui benefícios na redução da dor lombar aguda e subaguda.

ORIENTAÇÕES
• Retornar para reavaliação com duas e quatro semanas realizando exame fisico direcionado em cada visita;
• Promover e facilitar o retorno ao trabalho, quando aplicável
• Se houver suspeita que a dor esteja associada à condições/atribuições do trabalho, encaminhar para serviço de
referência de Saúde do Trabalhador do município/região.
• Cirurgia para hérnia de disco geralmente não é indicada. Na maioria das vezes os pacientes melhoram com
tratamento conservador;
ANEMIAS

Diminuição da massa eritrocitária por: Hemoglobina inferior a:

● Redução do volume de eritrócitos expresso em ● 11g/dL – crianças menores de 6 anos;


porcentagem do volume sanguíneo (hematócrito); ● 12g/dL – mulheres a partir dos 6 anos;
● Redução da concentração plasmática de hemoglobina; ● 11g/dL – gestantes;
● Redução das hemácias circulantes. ● 12g/dL – homens dos 6 aos 14 anos;
● 13g/dL – homens a partir dos 15 anos.

Manifestações Clínicas ● Aguda


– hipovolemia
● Na maioria das vezes a anamnese e o exame Ñsico não
fornecem o diagnóshco, mas ajudam a direcionar o ● Crônica – redução da capacidade de transporte de O2
diagnóshco diferencial; para os tecidos:
● Sintomas inespecíficos; •Fadiga; •Letargia; •Cefaleia; •Tontura; •Verhgens;
● Dependem da gravidade, velocidade de instalação do •Palpitações; •Dispnéia; • Angina; • Mucosas
quadro, idade, comorbidades; hipocoradas; • Taquicardia;
● Mecanismos de adaptação fisiológica à anemia: •Dificuldade de concentração.
aumento do débito cardíaco
EXAMES COMPLEMENTARIOS
● Hemograma – é o exame incial para avaliação e classificação da anemia -
Eritrograma - Contagem de hemácias, concentração de hemoglobina, hematócrito, índices hematimétricos (volume
corpuscular médio - VCM, hemoglobina corpuscular média - HCM, concentração da hemoglobina corpuscular média
- CHCM, Red cell Distribution Width - RDW)
CLASSIFICAÇÃO:

RDW NORMAL RDW AUMENTADO


Microcíticas VCM <80 Talassemia menor Anemia ferropriva
Anemia das doenças crónicas Talassemia maior
Normocíticas VCM >80 <100 Anemia da insuf renal Anemia Ferropriva
Anemia das doenças crónicas Drepanocitose
Esferocitose, anemia aplásica Anemia sideroblástica
Macrocíticas VCM >100 Anemia das hepatopatias Anemia Megaloblástica
Anemia aplásica AHAI
Anemia do hipotireoidismo Mielodisplasia

Anemia Microcítica - Anemia por deficiência de ferro


 Diminuição dos níveis séricos de ferritina ● Sinais e sintomas - Unhas quebradiças, coiloníqueas,
(<15mcg/L) queilite angular;
 Diminuição do ferro sérico (<50mcg/dL)
 Aumento moderado da capacidade de ligação ● Identificar e tratar a causa: perda ou baixa ingesta;
do ferro >380mcg/dL
 Saturação de Transferina (<20%) ● Causas de perdas comuns: parasitoses intestinais,
 Morfologia normocítica/normocrômica henorragias, sangramentos TGI, entre outras;
Tratamento
 Reposição oral de ferro por período suficiente para corrigir a anemia e refazer os depósitos de ferro, junto
com boa orientação nutricional e correção da causa;
● Avaliação de resposta clínica;
● Exames laboratoriais para controle do tratamento: rehculócitos (5 a 10% entre 7 -10 dias), hemoglobina (aumento
de 0,5 a 1g/dL por semana).

Sais ferrosos: Sulfato ferroso, Fumarato ferrosso, Gliconato ferroso


Ferripolimaltose, Ferro quelatoglicinato
Anemias Normocíticas - VCM 80 a 100
Hiperproliferativas (aumento de reticulócitos): Hipoproliferativas (redução de reticulócitos):
● Patologias intrínsecas da medula óssea - Anemia
● Perdas sanguíneas agudas; aplásica; Leucemias, linfomas e neoplasias sólidas com
● Anemias hemolíticas. invasão da medula óssea; Mielodisplasia;
● Efeito inadequado da eritropoetina - Anemia da
inflamação (Doença crônica), Doença renal crônica;
Endocrinopatias;
● Carência de ferro na fase inicial.
Anemia por Doença Crônica

● Secundária a processos inflamatórios crônicos, infecções e câncer;


● Segunda causa mais prevalente de anemia;
● Patogenia multifatorial: desequilíbrio do metabolismo do ferro, encurtamento da sobrevida das hemácias,
inibição da hematopoese, deficiência relativa de eritropoietina;
● Tratar a causa subjacente.
Anemia macrocítica
● Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico - atentar para dieta vegetariana;
● Exposição a substâncias tóxicas / fármacos: abuso de álcool;
● Defeitos intrínsecos da maturação medular – problemas na Medula Óssea, mielodisplasia, aplasia medular,
invasão medular

VCM >100 geralmente – Revise medicamentos se usa zidovudina ou anticonvulsionantes, uso de alcool,

Solicitar VitB12 e folato, discuta para interpretar.


Anemia Megaloblástica
Deficiência de Vitamina B12 Deficiência de Ácido Fólico
● Menor prevalência; ● Principal causa: baixa ingesta, principalmente
● Reservas de vitamina B12 podem durar até 3 anos no relacionada ao alcoolismo;
fígado;
● Outras causas: aumento das necessidades (gestação,
● Causas: vegetarianismo estrito, dificuldade de aleitamento), máabsorção (doença celíaca, HIV),
absorção no íleo terminal por deficiência de fator fármacos (fenitoína, fenobarbital, metotrexato,
instrínseco, distúrbios intestinais, Fármacos; pirimetamina, trimetoprima, ACO).
Medicações: metotrexato, azatioprina, AZT, hidroxiureia,
fenitoína, metformina, anticoagulantes orais, colchicina, ● Investigação: Dosagem sérica de ácido fólico (VR: 5 a
trimetoprima 12ng/dL);

● Investigação: dosagem de Vitamina B12, pesquisa de ● Tratamento: dieta rica em cítricos e folhas verdes,
anticorpos anticélulas parietais, anticorpos antifator ácido fólico, via oral, 5mg/dia por 4 meses e
intrínseco; manutenção de ácido fólico 5 mg/semana se causa
irreversível;
● Tratamento:
hidroxicobalamina ou cianocobalamina intramuscular ● Repetir Hemograma entre 10º e 14º dia de
(5000mcg, a cada 7 dias por 01 mês / manutenção tratamento
5000mcg, 1x/mês por 02 meses seguido de 5000mcg a
cada 3 meses por 6 meses ou contínuo se causa
irreversível);

● Repetir Hemograma entre 10º e 14º dia de


tratamento.
ASMA

Doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores que se caracteriza, clinicamente,
por hiperresponsividade brônquica à diferentes estímulos, com consequente obstrução ao fluxo aéreo, de forma
recorrente e, tipicamente, reversível
SINTOMAS GATILHOS
• Chiados ao respirar;
• Aperto no peito; 1- As alterações bruscas do clima;
• Falta de ar; 2- Contato com poeira doméstica;
• Tosse seca; 3- Contato com pólen, mofo ou cheiros fortes;
• Respiração rápida e curta; 4- Contato com pêlos de animais;
• Desconforto torácico 5- Infecções respiratórias virais ( gripes e resfriados);
6- Exposição a fumaças;
● Ocorrerem/pioram à noite ou pela manhã ao 7- Uso de alguns medicamentos
despertar 8- Ingestão de alimentos;
● Ocorrem/pioram durante as atividades de rotina ou 9- Alterações emocionais e predisposição genética.
com a prática de atividade física, à infecção respiratória,
exposição a alérgenos/irritantes inalatórios (avaliar
perfil ocupacional), mudanças climáticas, riso ou choro
intensos, estresse, ciclo menstrual.
ANAMNESE

EXAME FÍSICO
● Sibilos expiratórios, hiperexpansão pulmonar e hragem intercostal).
● Podem ocorrer sinais de atopia como, rinite alérgica, sinais de dermahte atópica, entre outros.

Atenção: No período intercrises, o exame clínico pode ser normal, o que não exclui o diagnóstico de asma
Diagnóstico clínico em menores de dois anos
Lactante sibilante X Bebê chiador
Critérios para diagnóstico de asma em lactentes Investigar
sibilantes
a) Respiração ruidosa, tosse seca, vômitos associados à
Critérios maiores pai ou mãe com asma; lactente com tosse.
dermatite atópica b) Retrações (esforço respiratório).
Critérios menores diagnóstico médico de rinite alérgica; c) Dificuldade à alimentação (sucção deficiente ou
sibilância não associada a resfriado; eosinofilia maior ou recusa alimentar).
igual a 4% no hemograma; sensibilização alérgica a leite d) Alterações da frequência respiratória e padrão
e ovo respiratório (expiração prolongada, tiragens)
FUNÇÃO PULMONAR Exames complementares
• Espirometria: Deve ser utilizada no diagnóstico/início
do tratamento a partir dos 5 anos de idade, pois é um • Hemograma
exame limitado para diagnóshco de asma na infância. • Dosagem de IgE
 Detecção de limitação do fluxo de ar, e • Radiografia simples de tórax:
demonstração de significativa
REVERSIBILIDADE, parcial ou completa, após
inalação de broncodilatador.
Diagnóstico diferencial
• Em crianças: fibrose cística, doença pulmonar crônica da prematuridade, discinesia ciliar, más formações
congênitas, imunodeficiências;
• Obstrução mecânica de vias aéreas superiores;
• Obstrução de vias aéreas superiores e inferiores;
• Insuficiência cardíaca esquerda;
• Intoxicação exógena por gases irritantes;
• Hiperventilação por ansiedade.
• DPOC – em adultos;
• Refluxo gastro-esofágico;
• Síndrome da tosse crônica das vias aéreas (gotejamento pós-nasal);
• Bronquite eosinoÑlica;
• Disfunção das cordas vocais;
• Asma ocupacional;
• Outras causas de tosse crônica - tuberculose
Classificação de INTENSIDADE

CLASSIFICAÇÃO NÍVEL DE CONTROLE


APS/AMBULATÓRIO X MANEJO DA CRISE
Abordagem da Asma na APS
Objetivos do tratamento
 Controle das limitações clínicas: Alcançar e manter o controle da doença com o minimo de medicação,
Melhora da qualidade da vida
 Evitar riscos futuros: Exacerbações, instabilidade da doença, perda acelerada da função pulmonar, efeitos
adversos do tto.
A abordagem personalizada inclui:
Tratamento farmacológico
Educação do paciente/família/responsáveis
Plano de ação por escrito
Treinamento para uso do dispositivo inalatório
Revisão da técnica inalatória a cada consulta

A medicação é ajustada subindo e descendo


Antes de realizar qualquer alteração, considere:
 Avaliar a estabilidade da asma, adesão ao tto, controle de comorbidades, risco de exacerbaçoes, avaliar
expossição ambiental e ocupacional, potenciais efeitos adversos, a etapa do tto.

SEGUIMENTO CLÍNICO IMUNIZAÇÃO


Recomenda-se um intervalo entre consultas de 3-6 Influenza anualmente para pessoas com asma
meses. moderada ou grave;
Avalie o controle dos sintomas nas últimas 4 semanas. Pneumocócica-23: dose única, com um reforço após 5
Revise fatores de risco para exacerbações, limitação anos da dose inicial para pessoas com asma moderada
persistente do fluxo de ar, efeitos adversos, adesão, ou grave;
técnica inalatória. Vacinas contra a COVID-19 para todos os pacientes.
QUANDO ENCAMINHAR?
● Paciente de qualquer idade com asma não controlada na etapa 4 do tratamento
● Asma em criança de 5 anos ou menos que persistem com sintomas ou exacerbações em estágio 3 por pelo
menos 3 meses após revisada adesão e técnica inalatória; ou
● Pacientes com indicadores de risco de vida
● Asma lábil (crises que iniciam abruptamente e de forma grave, principalmente quando o paciente não consegue
reconhecer sintomas iniciais da crise)

Abordagem da exacerbação da asma


EXAME FÍSICO AVALIAÇÃO INICIAL
• Cianose (não esperar cianose para pensar
• Temperatura axilar em gravidade, lembrar que é um sinal tardio
• FR, FC de insuficiência respiratória e não aparece em
• PFE crianças anêmicas)
• Estado de consciência / Prostração • Orofaringe: presença de secreção pós-nasal,
• Estado geral sinais de faringite.
• Hidratação • Otoscopia: sinais de otite média aguda?
• Palidez • Intensidade do esforço respiratório
(utilização dos músculos
EXAMES COMPLEMENTARES esternocleidomastóideos?)
● Exame laboratoriais – em casos graves. • Ausculta pulmonar: MV alterado? Sibilos,
● RX em casos excepcionais – em casos graves ou em dúvida crepitações, roncos?
diagnóstica. • ACV: Arritmia? Sopros? Pulsos periféricos
● Gasometria não deve ser feita de rotina, apenas em pacientes finos?
graves.
Manejo da crise
PRIMEIRA LINHA – EFETIVIDADE IMPORTANTE
Beta 2 de curta – salbutamol base do tratamento 2 a 10 jatos (habitualmente 4 jatos a cada 20mts)
– com espaçador – avaliar frasco vazio, se o espaçador está completo e com a válvula , fazer reavaliação
constante – uso até o fim da tosse não é necessário desmame

Corticoide sistêmico – uso oportuno para evitar internação


Na 1º hora – pacientes graves ou que usa corticoide inalatório
Na 2º hora – ataque de salbutamol sem melhora satisfatória (melhora parcial) de escolha a prednisolona 1 a 2
mg/kg/dia por 3 a 5 dias

Oxigenioterapia – nos pacientes com sat abaixo de 94 ou 92 a critério clinico sempre titulável de 1 a 3 l/min
DROGAS DE SEGUNDA LINHA

1. Ipatropio - excelente em casos selecionados se ocorrer falha de tratamento da primeira linha ou em pacientes
muito graves em associação ao beta 2 de curta na primeira hora – 2 a 4 jatos a cada 20 minutos

2. Sulfato de magnésio - em crise grave com resposta não satisfatória em crianças acima de 4 anos. Lembrando
que é vasodilatador e pode causar hipotensão. Deve estar em leito de urgência ou em CTI, sempre monitorado,
infusão lenta em BIC e com fator de correção . 50mgkg X peso da criança dividido 0,1 para sulfato de magnesio de
50 %

3. Salbutamol venoso – casos extremamente selecionados em terapia intensiva – As demais em casos


extremamente excepcionais na vigência de falta de outras medicação
4.Heliox
5.Aminofilina
6.Adrenalina
CRISE EM MENORES DE 5 ANOS
SAÚDE DO IDOSO

Envelhecimento X Incapacidades e Dependência


Envelhecimento = maior vulnerabilidade.
PROMOVER O ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
• Trabalho em grupos com a pessoa idosa.
• Grupos de convivência, de atividade jsica, etc.
• Promoção de saúde: cessação do tabagismo, etilismo, promoção de atividade jsica, orientações para alimentação
saudável, imunização, atividades de lazer e social.
Atenção integrada para as pessoas idosas (ICOPE).
Diretrizes de intervenções comunitárias para o manejo dos declínios na capacidade intrínseca
Foi desenvolvido pela OMS para atender às necessidades e demandas de saúde das populações idosas em todo o
mundo.
Capacidade Intrínseca
O envelhecimento promove alterações em aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos e sociais e pode estar
relacionado a uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento de doenças crônicas e perdas funcionais.
O conceito de capacidade intrínseca (CI) foi introduzido pela OMS como o composto de todas as capacidades
físicas e mentais de um indivíduo, avaliadas por cinco domínios:
 Cognição, Humor, Sensorial, Locomoção e Vitalidade

 CI: Resultado da soma e da interação das capacidades físicas e mentais do indivíduo e suas interações com
os fatores ambientais relevantes.
Avaliação multidimensional da Pessoa Idosa
Sinais e sintomas indiferenciados, muitas vezes sutis, Incapacidades
podem ser de alarme na população idosa como: Deficiências
Comorbidades
 Ausência de febre mesmo em contextos  Declínio Funcional
infecciosos graves
 Alteração comportamental Idade X Funcionalidade
 Desorientação aguda Idade: NÃO é um bom marcador de declínio funcional
 Fadiga/adinamia Funcionalidade: bom marcador de vitalidade
Estratificação de risco clínico funcional
 Capacidade Funcional – novo indicador de saúde
Saúde = Funcionalidade global do indivíduo -> a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo.
Diagnóstico clínico X capacidade funcional

• Bem-estar e funcionalidade são complementares.


• Presença de:
• Autonomia (capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e seguindo as próprias
convicções) e;
• Independência (capacidade de realizar algo com os próprios meios)

• Permitindo que o indivíduo cuide de si e de sua vida.


Índice de Vulnerabilidade Clínico-Funcional (IVCF-20)
Primeiro instrumento brasileiro para rastreio da pessoa idosa com fragilidade (pessoa idosa em risco de fragilização
e pessoa idosa frágil) na APS.

• Ênfase na identificação da pessoa idosa de risco e orientações capazes de reservar ou recuperar sua
independência e autonomia.
• Simples e de rápida aplicação: Considerado uma metodologia de Avaliação Geriátrica Ampla utilizável por
qualquer profissional de saúde ou familiares.

0 a 6 pontos – Idoso com baixo risco


7 a 14 pontos – Idoso com moderado risco
>15 pontos – Idoso com alto risco

Capacidade Funcional – Domínios:

Cognição: é a capacidade mental de compreender e resolver adequadamente os problemas do cotidiano;

Comunicação: é a capacidade de estabelecer um relacionamento produtivo com o meio, trocar informações,


manifestar desejos, ideias e senVmentos. Depende de três subsistemas funcionais: visão, audição e
produção/motricidade orofacial. Esta última é representada pela voz, fala e mastigação/deglutição;

Humor/Comportamento: é a motivação necessária para a realização das atividades e/ ou participação social. Inclui
também o comportamento do indivíduo, que é afetado pelas outras funções mentais, como senso-percepção,
pensamento e consciência;

Mobilidade: é a capacidade individual de deslocamento e de manipulação do meio. Por sua vez, a mobilidade
depende de quatro subsistemas funcionais: a capacidade aeróbica e muscular (massa e função), o
alcance/preensão/pinça (membros superiores) e a marcha/ postura/transferência. A continência esfincteriana é
também considerada um subdomínio da mobilidade, pois a sua ausência (incontinência esfincteriana) é capaz de
interferir na mobilidade e restringir a participação social do indivíduo.

FUNCIONALIDADE? Atividades de vida diária BÁSICAS  ESCALA DE KATZ


Fazer avaliação ambiental – visita domiciliar
• Ambiente desorganizado com muitos móveis, objetos atrapalhando a passagem, • Escadas inclinadas, com
degraus irregulares, mal iluminadas e sem corrimão, • Tapetes avulsos e carpetes mal adaptados, rasgados ou
dobrados • Má iluminação, • Tacos soltos no chão ou pisos quebrados, • Pisos encerados ou escorregadios, •
Camas e sofás muito altos ou muito baixos, • Cadeiras e vasos sanitários muito baixos, • Prateleiras de di6cil
alcance, • Presença de animais domésMcos pela casa, • Uso de chinelos ou sapatos em más condições ou mal
adaptados, • Fios elétricos soltos, objetos espalhados pelo chão.
Mobilidade
• Incentivar a atividade física. Mesmo um pouco de atividade fortalece os ossos e os músculos, melhora a firmeza
ao caminhar, e ajuda a prevenir fraturas.
• Não subir em banquinhos ou cadeiras, ou apoiar-se na cama ou em outros locais para alcançar prateleiras altas ou
maleiros;
• Não apoiar-se em cadeiras ou portas de geladeira ou de armários para levantar-se ou para andar;
• Na rua, nunca atravessar no meio dos carros ou quando o semáforo para pedestres ainda estiver vermelho;
• Se estiver com sono, não permanecer em cadeiras, pois ao adormecer, poderá cair;
• Manter a casa o mais livre possível de riscos de quedas;
• Não lavar a cozinha, banheiro ou quintal com chinelos ou descalço, pois poderá escorregar;
• Durante a noite, deixar sempre uma luz acesa, para facilitar o deslocamento do quarto até o banheiro.
Geralmente, os idosos levantam-se à noite e a sonolência ou o efeito de alguns medicamentos podem provocar
quedas.
Nutrição
Causas frequentes de anorexia e perda de peso em pessoas idosas:
• Pobreza; • Isolamento social; • Depressão; • Demência; • Dor; • Imobilidade; • Refluxo gastroesofágico
• Constipação; • Alcoolismo; • Uso de medicamentos; • Problemas dentários; • Xerostomia; • Diminuição do
paladar; • Alterações no reconhecimento de fome e sede.
 AVALIAR SAÚDE BUCAL
AVALIAR constipação intestinal - menos de 3 evacuações por semana
Avaliação Clínica: Regra dos 4 D: Deambulação, Dieta, Doenças e Drogas.
Deambulação Dieta
Imobilidade. (Acamado ou com mobilidade reduzida por Alimentos com baixo teor de fibras e a ingestão
períodos prolongados, falta de aMvidade 6sica extrema insuficiente de líquidos são os fatores associados à
(imobilização no leito) está relacionada à lentificação do constipação.
trânsito intesMnal.
Doenças Drogas
Diversas patologias comuns podem cursar com Polifarmácia. Medicamentos antidiarreicos,podem levar
constipação, por dificultar o processo digestivo ou o ato a quadros mais graves de consMpação em pessoas
da defecação. idosas O uso crônico de substâncias laxantes pode
condicionar o trato gastrointestinal a funcionar apenas
na presença da substância.
POLIFARMÁCIA
Acomete cerca de 30,0% das pessoas idosas com doenças cardíacas, diabetes mellitus e AVC/isquemia.

• A frequência de pessoas idosas que adquiriram os medicamentos na APS foi de 20,3% e com recursos próprios foi
de 13,5%.
Isso, pode indicar uma ampliação do acesso aos medicamentos no SUS, mas também pouca valorização de outras
práticas terapêuticas não medicamentosas.
Promover a prevenção quaternária - combate ao sobrediagnóstico e ao sobretratamento
Comorbidades  Atendimento por diferentes profissionais  Duplicação e interação medicamentosa
 Iatrogenia
APS: coordenação da assistência, manejo, revisão regular da medicação, contribuir com apoio à família.
Promover a prevenção quaternária - combate ao sobre diagnóstico e ao sobre tratamento
“Medicalização” da velhice leva a Polifarmácia  Investigar Hipotensão Ortostática
• Excesso de medicamentos.
• Interação medicamentosa. Sintomatologia: Visão turva, sensação de
• Dosagem excessiva, ou insuficiente. desfalecimento, tontura, confusão e até desmaio
• Fragilidade metabólica: fígado e rim dificuldades de • Conduta: - Aferir PA em decúbito e posteriormente em
acesso. ortostatismo;
• Dificuldades na administração
(Des)Prescrição
A desprescrição é o processo planejado e supervisionado de redução da dose ou interrupção de medicamentos que
possam estar causando danos ou que não sejam mais benéficos.

 Faz parte de uma boa prescrição - recuar quando as doses são muito altas ou interromper medicamentos
que não são mais necessários
critérios de Beers e STOPP/START
A lista de Beers é mais utizada no momento da Os critérios STOPP/START são mais úteis no rastreio,
prescrição para prevenir e evitar os medicamentos com a finalidade de detectar possíveis erros na
inapropriados. prescrição e se há omissão de medicamentos
STOP
NÃO inice medicamentos para tratar sintomas… Identificação de prescrições dos medicamentos
Sem determinar se uma terapia atual ou a falta de potencialmente inapropriados, com foco nos
aderência á ela são as possiveis causa para isso. medicamentos que podem causar interações e análise
das prescrições com duplicidade terapêutica
START
NÃO prescreva medicamentos para paciente em uso de Detecta os medicamentos potencialmente omissos
5 ou mais medicamentos, nem continue medicações (MPO), ou seja, fármacos que deveriam ter sido
indefinidamente, sem sua revisão abragente dos prescritos as pessoas idosas e não foram.
medicamentos atuais do paciente.
Desprescrição em 5 etapas  1- Verificar quais são, e porque o paciente usa. 2- Tem risco ? >80 3- Alguma dessas
medicações pode ser desprescrita 4- Qual delas sera a primeira desprecrição ? 1 por vez. – Baixar gradualmente,
5- Monitorar a desprecrição e demais farmacos.
Suporte Social – avaliar
Identificar os cuidadores (familiares, vizinhos, amigos, profissionais que apoiam a pessoa idosa) e o suporte social
de que poderia dispor ou dispõe:
• Alguém poderia ajuda-lo caso você fique doente ou incapacitado? Quem?
• Quem seria capaz de tomar decisões de saúde por você caso não seja capaz de fazê-lo?

Cuidar do Cuidador  Avaliar sobrecarga do cuidador (Escala de Zarit)

Abordar a pessoa idosa vítima de violência


Diversos tipos de violência podem ser identificados:
• Física • Negligência • Financeira • Sexual • Psicológica • Institucional

Abordagem intersetorial
• Centro de Referência de Assistência Social (CRAS); • Centro de Referência para a Mulher; • Delegacias Policiais; •
Conselhos Municipais de Direitos das Pessoas Idosas; • Ministério Público (MP); • Instituto Médicos Legal (IML);
• Secretaria Municipal de Assistência Social.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA !!!


SAÚDE DAS MULHERES

POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DAS MULHERES (PNAISM)


 Incorpora, num enfoque de gênero, a integralidade e a promoção da saúde como princípios norteadores e
busca consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da
atenção obstétrica, no planejamento reprodutivo, na atenção ao abortamento inseguro e aos casos de
violência doméstica e sexual.
 Além disso, amplia as ações para grupos historicamente alijados das políticas públicas, nas suas
especificidades e necessidades
 • Introduzir e visibilizar novas “necessidades” de saúde das mulheres, até então ausentes das políticas
públicas;
 • Introduzir ações para segmentos da população feminina, todavia sem visibilidade social;
 • Definir fontes de recursos e responsabilidades nos diversos níveis do sistema, de acordo com as diretrizes
do SUS e os instrumentos de gestão adotados pelo Ministério da Saúde;
 • Introduzir nas políticas a transversalidade de gênero, o recorte racial-étnico e as especificidades das
mulheres que fazem sexo com mulheres.
ATENÇÃO ÀS MULHERES NO CLIMATÉRIO

 O climatério corresponde à transição da mulher A menopausa, marco do período climatérico, é a


do ciclo reprodutivo para o não reproditivo, interrupção permanente da menstruação e o
ocorrendo habitualmente entre os 40 e 65 anos. diagnós=co é feito de forma retroativa, após 12 meses
 Fase biológica, período de mudanças consecutivos de amenorreia, ocorrendo geralmente
psicossociais, de ordem afetiva, sexual, familiar entre os 48 e 50 anos de idade.  Confirmação clínica.
e ocupacional.
Manifestações transitórias  Menstruais: intervalos entre as menstruações, podem diminuir ou aumentar, com
maior duração…, Neurogênicas: ondas de calor (fogacho), sudorese, calafrios, palpitações, cefaleia, tonturas,
parestesias, insônia, perda de mémoria, e fadiga. Psicogênicas: diminuição autoestima, irritabilidade, labilidade
afetiva, sintomas depressivos, dificuldade de concetraçãoe memória, dificuldades sexuais e insônia.

Alterações não transitórias  Urogenitais: mucosa mais delgada, propicionando prolapsos genitais, resecamento e
sangramento vaginal, dispareunia, disúria, aumento de frequência e urgência miccional. Metabolismo lipidico,
Metabolismo osseo, Ganho de peso e modificação de distribuição corporal corporal: tedência ao acumulo de
gordura na região abdominal.
ABORDAGEM TERAPÊUTICA
NÃO-FARMACOLÓGICA TERAPIA HORMONAL
a depender do sintoma apresentado DIRETRIZES ATUAIS
FOGACHOS  Resfriar o ambiente, Roupas A TH é o tratamento mais efetivo para o tratamento dos sintomas
adequadas, Aumentar número de banhos, vasomotores e de atrofia urogenital no pós-menopausa.
Aumentar hidratação, Dieta saudável e É especialmente indicada para mulheres sintomáticas abaixo de
controle de peso, Exercícios físicos regulares, 60 anos ou com menos de 10 anos de menopausa.
Cessação do tabagismo, Respiração lenta e A dose, a via, a duração e o regime da TH para tratamento dos
profunda. sintomas devem ser individualizados.
ALTERAÇÃO DO SONO  Controlar fogachos A dose hormonal deve ser ajustada para a menor dose eficaz e
noturnos, Evitar cafeína, Evitar exercício 3 menor tempo de uso (5 anos).
horas antes de dormir, Reduzir exposição a
telas, Evitar cochilos.  Deve ser evitado devido à associação com aumento do
ATROFIA UROGENITAL  Usar lubrificante risco de doenças cardiovasculares nesses grupos de
íntimo/óleo vegetal, Incentivo à prática sexual mulheres.
regular Contraindicações da TH
TRANSTORNO PSICOSSOCIAL ABSOLUTAS: • Câncer de mama • Câncer de endométrio
• Sangramento genital não esclarecido • Doença arterial
coronariana e cerebrovascular • Antecedente de doença
tromboembólica • Porfirias • Doença hepática grave
RELATIVAS:
• HAS e DM não controlados • Endometriose • Miomatose uterina
PLANEJAMENTO FAMILIAR E REPRODUTIVO
• Garantia de direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal
e de acesso igualitário a informações, meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade
(Lei 14.443 /2022, alterando Lei 9263 de 12/01/1996)
SAÚDE REPRODUTIVA  Implica que a pessoa possa “ter uma vida sexual segura e saFsfatória, tendo autonomia
para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo.  Devem, portanto, ser
ofertados a homens e mulheres adultos, jovens e adolescentes, informação, acesso e escolha a métodos eficientes,
seguros, permissíveis e aceitáveis.
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO  Designa um conjunto de ações de regulação da fecundidade, as quais podem
auxiliar as pessoas a prever e controlar a geração e o nascimento de filhos, e englobam adultos, jovens e
adolescentes, com vida sexual, com e sem parcerias estáveis, bem como aqueles e aquelas que se preparam para
iniciar sua vida sexual.
A escuta qualificada deve ser centrada na pessoa e no seu discurso e guiada pelas suas necessidades.
Acolhimento com escuta Indetificar motivos do contato da mulher, direcionar param o atendimento.
ativa
Registrar antecentes pessoais obstétricos e patológicos.
Abordar, as questões referentes a parcerias, identidade de gênero, orientação
sexual, satisfação sexual pessoal e do casal.
Questionar medicações em uso.
Avaliação Global Investigar sintomas presença de dispareunia, sangramentos vaginais pós-coito,
principalmente se há intenção de uso de DIU.
Questionar sobre desejo de concepção ou anticocepção
Indagar conhecimentos sobre métodos contraceptivos.
Exame físico geral e específico

MÉTODOS DISPONIVEIS NO SUS


DEFINITIVOS (ESTERILIZAÇÃO)
Feminino (ligadura tubária)
Masculino (vasectomia)
TEMPORÁRIOS (REVERSIVEIS)
Diafragma, preservativo masculino, Diu Tcu 380 A, (DIU T de cobre)

MÉTODOS HORMONAIS
Vía de Tipos Apresentação
administração
Combinado (monofásico) AOC Elenilestradiol 0,03mg + levonorgestrel 0,15mg
Orais Minipílulas Noretisterona 0,35 mg
Pilula antic de emergência (AHE) Levonorgestrel 0,75 mg
Injetáveis Mensais (combinado) Enantato de norestisterona 50mg + valerato de estradiol 5mg
Trimestrais (progestágeno) Acetato de medroxiprogesterona 150mg

COMO UTILIZAR?
AOC e Minipílula AC injetável
Iniciar preferencialmente entre o 1 e 5 dia do ciclo Se trimestral, a cada 3 meses (13 semanas).
menstrual. Manter o intervalo de sete dias entre as Se mensal, a cada 4 semanas (30 dias)
cartelas, no caso de AOC monofásico.
O trimestral pode ser adiantado ou atrasado em até
Minipílula: Ingerir 1 comprimido ao dia sem intervalo duas semanas.
entre as cartelas. O mensal pode ser andiantado ou atrasado em até 7
dias.
ATENÇÃO À SAÚDE DA GESTANTE
REDE CEGONHA
Linha de Cuidados que assegura: Diretrizes da Rede Cegonha
•Às mulheres, direito 1. Garantia do acolhimento com classificação de risco,
• ao planejamento reprodutivo ampliação do acesso e melhoria da qualidade do PRÉ-NATAL.
• a atenção humanizada na gravidez, parto, 2. Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência
abortamento e puerpério e ao transporte seguro.
3. Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao Parto
• Às crianças, direito e nascimento.
• ao nascimento seguro 4. Garantia da atenção à saúde das crianças de 0 a 24 meses
• crescimento e desenvolvimento saudáveis com qualidade e resolutividade.
5. Garantia da ampliação do acesso ao planejamento
produtivo.
ATENDIMENTO DA GESTANTE
Acolhimento  Captação precoce  Organização dos atendimentos  PRÉ NATAL 
Rodas de gestantes  Puerpério  Papel da Equipe de Saúde  Atendimento da gestante
CONSULTA PRÉ-NATAL
PRIMEIROS PASSOS
• Confirmação do diagnóstico de gravidez • Cadastramento no SISPRENATAL
• Registro dos dados no prontuário e na caderneta da gestante
• Classificação de risco gestacional. • Vinculação com a maternidade de referência (se possível)
PARTO HUMANIZADO
• Movimento que visa reposicionar a mulher como • Crítica a procedimentos invasivos e sem, ou com
protagonista no momento do parto. pouca evidência cientifica:
• Construção compartilhada do plano de parto. • Episiotomia • Kristeller • Vitamina K no recém
• Direito a presença de acompanhante. nascido • Aspiração no recém nascido

FATORES DE RISCO
Permitem acompanhamento na APS Exigem acompanhamento compartilhado
• Idade < 15 ou > 35 anos • Diabetes
• Situação familiar insegura • Anemia falciforme
• Não aceitação da gravidez • Antecedente de TVP
• Múltiplas cesáreas • Anemia grave (hemoglobina < 8)
• Infecção urinária • Polidramnia
• Anemia leve a moderada • Oligodramnia
• Síndromes hipertensivas
PERIODICIDADE DAS CONSULTAS LEMBRAR…
Tentar fazer no mínimo 06 consultas
Até 28 semanas  MENSALMENTE (01 no primeiro trimestre, 02 no segundo e 03 no terceiro).
De 28 a 36 semanas  QUINZENALMENTE
De 36 até o parto  SEMANALMENTE A cada consulta de acompanhamento deve ser reavaliado o
Risco Gestacional.
Em algumas situações esse acompanhamento
deverá ser diário.. A partir de 41 semanas, mesmo em gestações de risco habitual,
já fazer o acompanhamento compartilhado com o local escolhido
O acompanhamento precisa ser adaptado às para o Parto.
realidades locais e sempre que possível Não existe “Alta do Pré Natal” e mesmo quando a Gestação é
multiprofissional. classificada como de Alto Risco e a gestante encaminhada ao
PNAR, o acompanhamento conFnua sob responsabilidade da ESF
e também sendo feito na UBS
EXAMES NA PRIMEIRA CONSULTA
Hemograma, Tipificação sanguinea, fator RH, coombs indireto se fator Rh negativo, Glicemia em jejum,
Eletroforese de hemoglobina (mulheres negras, antecedentes familiares de anemia falciforme, ou anemia crônica)
Teste rápidos para sífilis e/ou VDRL, HIV, Taxoplasmose IgG e IgM, Hepatite, Urina 1/ Urocultura,
 Ecografia obstétrica com função de verificar a idade gestacional (não obrigatório)
Exame de de secreção vaginal se necessário, Parasitológico de fezes (se houver indicação)
CONDUTAS GERAIS CALENDÁRIO VACINAL
• Suplementação de ferro e ácido fólico
 Vacina dupla adulto (tétano e difteria bebe
• ferro elementar (40 mg/dia); e mãe)
• ácido fólico (400 µg/dia ou 0,4 mg/dia).  Vacina dTpa (tétano, difteria, coqueluche)
Utilizar no período pré-gestacional até o final da gestação. primeira dose a partir da 20semana
 Vacina Hepatite B
• Realizar Consulta Odontológica  Vacina Influenza
 Vacina covid-19
 Entregar cardeneta da Gestante
 Pré natal do parceiro

INTERCORRÊNCIAS NA GESTAÇÃO
Condições clínicas de identificação de maior riscam na gestação atual

Caractéristicas individuais e condições sociodemográficas Condições clínicas prévias a gestação

 Id, Obesidade com IMC >40,  Cirurgia bariátrica


 Baixo peso no inicio da gestação IMC<18  Transtornos mentais
 Transtornos alimentares (bulimia, anorexia)  Antecedentes de tromboembolismo
 Dependência ou uso abusivo de tabaco, alcool, drogas  Cardiopatias maternas
 Doenças hematológicas
História reprodutiva anterior  Nefropatias
 Neuropatias
 Abortamento espontâneo repetição (3ou+sequência)  Hepatopatias
 Parto pré-termo  Doença autoinmune
 Óbito fetal sem causa não indetificada  Ginecopatias
 História caracteristica de insuf istmocervical  Câncer diagnosticado
 Isomunização Rh  Transplantes
 Acrestimo placentario  Portadoras do vírus HIV
 Pré eclâmpsia preoce (<34s)
 Eclâmpsia ou Sx HELPP

INTERCORRÊNCIAS CLÍNICAS/OBSTÉTRICAS NA GESTAÇÃO ATUAL


 Sindromes Hipertensivas (hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia)
 Diabetes mellitus gestacional com necessidade de insulina
 Infecção urinária alta
 Cálculo renal com obstrução
 Restrição do crescimento fetal
 Feto acima do porcentil 90% ou suspeita de macrossomia
 Oligoâmnio/Polidrâmio
 Suspeita atual de insuficiência istmo cervical
 Suspeita de acrestimo placentário
 Placenta prévia
 Hepatopatias (colestase gestacional ou elevação transaminases)
 Anemia grave ou refrátaria ao tto
 Suspeita de malformação fetal ou arritmia fetal
 Inmunização Rh
 Doenças infecciosas na gestação (sífilis, taxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, tuberculose,
hanseníase, hepatites, condiloma acuminado
 Suspeita de dignostico de CA
 Transtorno mental
ANEMIAS
Diagnóstico Clínico e Laboratorial Causas mais comuns de Anemias na
Gestação
Valores de Hb abaixo de 11g/dl e/ou
Hematócrito abaixo de 33%  Anemias por deficiência da absorção
em qualquer período gestacional. de Ferro
(Anemias Ferroprivas)
Condição que deve ser tratada devido ao aumento do risco de  Anemias por deficiência de Vit B12
resultados adversos na gestação , como pré eclâmpsia, baixo peso  Anemias por Deficiência de Ácido
ao nascer, parto pré termo, hemorragia pós parto,maior Fólico
mortalidade perinatal e materna  Anemias Hereditárias ( Anemia
Falciforme, Talassemias)
Tratamento da Anemia Ferropriva

Valor hemoglobina Tratamento


De 09 a 11g/dl 160 a 200mg de Ferro Elementar
De 07 a 09g/dl e IG >16semanas Ferro endonovenoso
<07g/dl Transfusão e encaminhamento ao PNAR

Existem várias formulações à base de ferro e deve-se estar atento à equivalência de cada formulação. A dose de 30
mg de ferro elementar, em geral, é disponibilizada em 150 mg de sulfato ferroso, 90 mg de fumarato ferroso e 250
mg de gluconato ferroso.
SINDROMES HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO
Pressão arterial sistólica maior ou igual a 140mmHg e/ou diastólica maior ou igual a 90mmHg

Quando fazer profilaxia?


Se presença de 01 Fator de Alto Risco ou 02 Fatores de Baixo Risco,
Prescrever a partir da semana 12 e até a Semana Gestacional 36
100mg de AAS e 01g de Carbonato de Cálcio(02comp de 500mg)

Alto risco  História de PE, principalmente se critérios de gravidade, Gestação múltipla, Hipertensão crônica, DM,
Doença renal, doença autoinmune (SAAF, LES).
Baixo risco  Nuliparidade, Obesidade IMC>30, História familiar de PE (mãe ou irmã), características
sociodemograficas (afrodescendente, status socieconômico baixo), Idade >35anos, Fatores de risco pessoal (baixo
peso ao nascer ou PIG, intervalo interpartal >10anos).
Classificação e Definições
1- Hipertensão Arterial Crônica- Hipertensão relatada e aferida antes da vigésima semana de gestação

2- Hipertensão Gestacional: Hipertensão na segunda metade da gestação, em gestante previamente normotensa,


porém sem proteinúria ou manifestação de outros sinais/sintomas relacionados à préeclâmpsia (PE)

3-Pré-eclâmpsia: identificação de hipertensão arterial, em gestante previamente normotensa, a partir da 20ª


semana de gestação, associada à proteinúria significativa.Na ausência de proteunúria, mas com comprometimento
de orgão alvo ou comprometimento placentário.

4- Eclâmpsia é a ocorrência de convulsões tônico-clônicas generalizadas, de coma ou de ambas, durante a gravidez


ou o puerpério, em gestantes com pré eclâmpsia, que não estão relacionadas com outras doenças do sistema
nervoso central.

5-Síndrome HELLP:O acrônimo HELLP significa hemólise, aumento de enzimas hepáticas e plaquetopenia
Rotina Mínima de Exames, além dos já preconizados
• Hemograma (particularmente hematócrito, hemoglobina e plaquetas).
• Desidrogenase láctica (DHL).
• Bilirrubinas totais.
• Creatinina. • Transaminase oxalacética (TGO/AST).
DIAGNÓSTICO DE ECLÂMPSIA E PRÉ ECLÂMPSIA
Proteinúria
• >300 mg/24h
• Relação proteinúria/creatinúria > 0,3
• Fita reagente com uma ou mais cruzes de proteína

Suspeita de Eclâmpsia  Cefaléia persistente, Visão turva, Dor abdominal

Alterações laboratoriais  Plaquetopenia, Ácido úrico >6,0mg/dl , Alteração TGO TGP


TRATAMENTO
 Metildopa (droga preferida) Na pré-eclâmpsia
 ACC Nifedipino (10-80mg/dia) pode ser considerado Referenciar a urgência obstétrica, se não fica
 BB? internada, referenciar a PNAR
IECA (captopril), losartana, devem ser substituidos
Na Eclâmpsia – Referencia Urgência obstétrica.
 Se a Gestante apresenta quadro de PE Grave com PAS>ou igual a 160 e ou PAD > ou igual a 110 ou
apresenta sinais sugestivos de iminência de Eclâmpsia, deve ser encaminhada com Urgência para
Atendimento Hospitalar para que seja Sulfatada ( Sulfato de Magnésio).

 A IG limite para interrupção da Gestação será com 37 semanas.

 Pré Eclâmpsia não se configura numa indicação absoluta de Cesariana, sendo inclusive preferível o PN,
quando possível.

DIABETES MELLITUS GESTACIONAL

Hiperglicemia na gestação aumenta o risco de morbidade materna e perinatal, com repercussões em médio e longo
prazo, tanto para a mãe como para o seu filho.
FATORES DE RISCO DIAGNÓSTICO
 Idade >35 • Glicemia de jejum (GJ) na primeira consulta de
 Sobrepeso, Obesidade, ganho excessivo na gestação pré-natal.
 Deposição central excessiva de gordura corporal
 Baixa estatura (<1,50m) • Glicemia de jejum ≥126 mg/dL: diabetes mellitus
 Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão diagnosticado na gestação (diabetes prévio);
ou prê-eclâmpsia na gravidez atual
 Antecedentes obstétricos de abortamento de • Glicemia de jejum entre 92 mg/dL e 125 mg/dL:
repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, diabetes mellitus gestacional.
macrossomia (peso >4,5), DMG
 História familiar de DM • Para pacientes com glicemia de jejum
 Sindrome de ovários policísticos <92 mg/dL no 1º trimestre: realizar teste oral de
tolerância à glicose (TOTG) com 75 g, entre 24 e 28
semanas, com avaliação da GJ, G1h e G2h
TRATAMENTO Valores de Referência do TOTG
Medidas não Farmacológicas JEJUM menor que 92mg/dl
Adequação Nutricional- 40 a 55% de carboidratos , 15 a 20% PÓS 01H 180mg/dl
de proteínas e 30 a 40% de Lipídios PÓS 02H 153mg/dl
Realização de Atividades Físicas Na impossibilidade de realização do TOTG-75g,
frente a recursos escassos, pode-se repetir a
Medidas Farmacológicas glicemia de jejum entre 24 e 28 semanas,
Insulina- Na dose de 0,3 a 0,5UI/kg/dia fracionadas em duas mantendo os mesmos valores de referência usados
ou três aplicações. no 1º trimestre.
SÍFILIS
Infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria (espiroqueta) Treponema pallidum.
Quadro Clínico/Manifestações clínicas
 Lesão inicial apesar de típica, difícil de ser diagnosticada, devido regressão espontânea.
 Manifestações cutâneas apresentando lesões pleomórficas, podendo ser facilmente confundida com outras
patologias.
 Num QC típico teremos: Aparecimento de lesão ulcerada após cerca de 07 a 21 dias  Desaparecimento da
úlcera  Aparecimento de Rash disseminado após 45 a 60 dias com manifestações sistêmicas inespecíficas,
que também desaparecem de forma espontânea  a partir daí inicia-se a fase latente tardia…

DIAGNOSTICO NA GESTAÇÃO
 Na Gestação a positividade do Teste Rápido (TR) o qual faz parte da rotina de atendimento pré natal, já na
primeira consulta, e é um Teste Treponêmico, com altíssimas sensibilidade e especificidade, autoriza o
tratamento para Sífilis em Gestantes sem histórico de tratamento anterior.

 Importante salientar que, mesmo após tratamento correto, não ocorrerá negativação do TR, situação
semelhante à dos outros testes treponêmicos, como TPHA ou FTA-Abs O VDRL deve ser solicitado e usado
nesses casos para controle da resposta terapêutica;
TRATAMENTO
Sífilis adquirida recente: < 1 ano de evolução (primária, Sífilis adquirida tardia: >1 ano de evolução (latente
secundária e latente recente) tardia e terciária)
TTO: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única TTO: Benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI, IM,
(1,2m em cada glúteo) (1,2m em cada glúteo) 3 doses, por 3 semanas.
Total: 7,2 milhões
Neurossífilis
Benzilpenicilina potássicsa / cristalina 18-24 milhões UI/dia IV, adm em doses de 3-4 milhões, a cada 4h ou por
infusão continua por 14 dias.
Na Gestante sempre vamos considerar o TTO para Sífilis Tardia ou latente, fazendo o Esquema de 7.200.000 UI.

 A parceria sempre será tratada com o mesmo esquema.


 Qualquer nível de Titulação positiva de VDRL indica também tratamento para a Gestante.
 O único tratamento eficaz para proteção do Feto é com a Penicilina .
 Em caso de alergia à Penicilina Benzatina está indicada a dessensibilização da Gestante em ambiente
hospitalar, com posterior aplicação.
CONTROLE DE CURA
VDRL mensal na gestação

Após gestação: • A cada 3 meses no 1º ano • A cada 6 meses até a estabilização dos títulos
• Títulos devem cair progressivamente até permanecerem negativos ou inferiores a 1:8
• Se títulos permanecerem baixos e estáveis em 2 oportunidades após um ano, pode ser dada alta

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