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a) Comente sob a perspectiva ética a atitude do médico

De acordo com a RESOLUÇÃO CFM No 1.665/2003 "CONSIDERANDO a freqüente violação dos


direitos e da dignidade humana destas pessoas, expressa por recusas de atendimento e internações ou
realização de procedimentos invasivos, bem como a interrupção de
cuidados ou de pagamento dos mesmos após o conhecimento do diagnóstico. Portanto, o paciente que
se recusar a ser testado não deve ter prejuízos em sua assistência em decorrência da sua decisão e como
complementa o Art. 6o - É dever do médico fazer constar no prontuário médico a informação de que o
exame para
de anti-HIV foi solicitado, bem como o consentimento ou a negativa da mulher em realizar o exame.

b) E se a paciente se recusasse a realizar todos os exames?


O médico deve então orienta-la sobre a necessidade dos exames, mas não pode em momento algum
forçar a paciente a realizar qualquer exame, como disposto no Art. 4o - É vedada a realização
compulsória de sorologia para HIV. No entanto, a recusa de realizar todos os exames necessário,
impossibilita a realização do procedimento cirúrgico, uma vez que não estaria a par de todas as
informações importantes para uma cirurgia mais segura.

c) Com relação ao médico, os hospitais podem afastar um profissional de saúde que tenha sorologia
positiva para HIV? Não, isso porque de acordo com a RECOMENDAÇÃO CFM Nº 7/2014 no Art.2 º
São garantias e direitos do médico vivendo com HIV ou com AIDS: IV - não ser discriminado no
trabalho em razão de sua condição de pessoa vivendo com HIV ou com AIDS.

Neste caso por se tratar de uma urgência a atitude de médico não foi correta, uma vez que de acordo
com a Resolução 2.232/2019 do CFM o atendimento não pode ser recusado ou interrompido por
objeção de consciência em casos de urgência, emergência e ausência de outro médico e quando a
recusa em realizar o tratamento trouxer danos previsíveis à saúde do paciente, devendo o profissional
adotar o tratamento indicado, independentemente da recusa terapêutica. A Resolução determina, ainda,
que em situações de urgência e emergência que caracterizem iminente perigo de morte o médico deve
adotar todas as medidas necessárias e reconhecidas para preservar a vida do paciente,
independentemente da recusa terapêutica.

Sim, uma vez que com o TCLE o paciente deixa por escrito a sua concordância com o procedimento,
apesar dos possíveis riscos, como destaca a RECOMENDAÇÃO CFM Nº 1/2016 "CONSIDERANDO
que o consentimento livre e esclarecido consiste no ato de decisão, concordância e aprovação do
paciente ou de seu representante, após a necessária
informação e explicações, sob a responsabilidade do médico, a respeito dos
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos que lhe são indicados" portanto, o TCLE é uma forma de
atestar que o paciente foi informado e orientado sobre o procedimento e riscos e que concordou com o
procedimento.
De acordo com a RESOLUÇÃO CFM nº 2.314/2022 da Telemedicina o médico pode prescrever
medicação por telefone desde que cumpra alguns critérios como:
Art. 13. No caso de emissão à distância de relatório, atestado ou prescrição médica, deverá
constar obrigatoriamente em prontuário:
a) Identificação do médico, incluindo nome, CRM, endereço profissional;
b) Identificação e dados do paciente (endereço e local informado do atendimento);
c) Registro de data e hora;
d) Assinatura com certificação digital do médico no padrão ICP-Brasil ou outro padrão
legalmente aceito;
e) que foi emitido em modalidade de telemedicina.

O médico assistente, desde que consiga acompanhar adequadamente o paciente não tem obrigação de
encaminha-lo. No entanto, ele poderia sim acatar o pedido do paciente, mas do ponto de vista de
distribuição de recursos- SUS, isso, acontecendo em larga escala, somente sobrecarregaria mais ainda
determinados setores. A respeito do atendimento, o médico pode sim atender cardiopatas mesmo não
sendo cardiologistas, como destaca a Lei nº 3.268/1957 que regulamenta a profissão médica, está
explícito que: “O exercício da Medicina só é permitido a partir de registro do Diploma de Graduação
Médica, reconhecido pela Lei Brasileira, no Ministério da Educação e Cultura, com sua posterior
inscrição no Conselho Regional de Medicina da jurisdição competente”. Dessa forma, o profissional
médico pode exercer quaisquer atividades, na área de diagnóstico e tratamento, independentemente, de
ter ou não título de especialista. O título demonstra um maior grau de conhecimento em uma
determinada área, mas isso não impede o ato médico específico para o não especialista.

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